Buscar

TCC Triple Botton Line

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
Centro de Gestão e Negócios - CGEN
Curso de Administração
Relação entre os desempenhos econômico, social e ambiental nos municípios do estado de Goiás.
Luciana Alves de Paula Melo
CATALÃO-GO
2020
33
Luciana Alves de Paula Melo
Relação entre os desempenhos econômico, social e ambiental nos municípios do estado de Goiás.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração do Centro de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Catalão, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração. 
Orientadora: Prof.ª Dra. Ana Paula P. Zago
CATALÃO-GO
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
Centro de Gestão e Negócios - CGEN
Curso de Administração
Luciana Alves de Paula Melo
Relação entre os desempenhos econômico, social e ambiental nos municípios do estado de Goiás.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração do Centro de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Catalão, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração. 
	APROVADO em 11 de Dezembro de 2020.
	Banca examinadora:
	______________________________________________
	Profa. Me. Márcia Helena da Silva
	______________________________________________
	Profa. Dra. Michelle da Silva Borges
	______________________________________________
	Prof.ª Dra. Ana Paula Pinheiro Zago
(orientadora)
CATALÃO-GO
2020
DEDICATÓRIA
À Deus pela dádiva da minha vida, ao meu esposo e filho por serem o meu tudo.
AGRADECIMENTOS
A realização deste estudo somente foi possível com as bênçãos de Deus, que alavancaram a minha força de vontade, coragem e perseverança para superar todos os obstáculos e desafios. 
A minha família, em especial ao meu marido Armando de Melo e filho, Matheus Henrique Melo, por todo apoio, incentivo, paciência e compreensão pelas horas subtraídas do seio familiar em prol das muitas horas de estudo. 
Aos meus pais, Antônio e Lívia, que em suas simplicidades conseguiram repassar a importância do trabalho digno, dos seus valores morais e princípios éticos, contudo, principalmente amor, carinho, dedicação e amizade que sempre demonstraram por mim. 
Aos meus irmãos, Rodrigo e Juliana que sempre incentivaram meu retorno aos estudos e pelo companheirismo fraternal que nos envolve. 
 O apoio ímpar de algumas pessoas, também foi de supra importância, às quais estendo agora meus sinceros agradecimentos:
A professora Dra. Ana Paula Pinheiro Zago, minha orientadora, pelo estímulo, dedicação e considerações proporcionadas sobre os melhores caminhos para a execução deste trabalho. 
A todos os professores que passaram pela minha graduação, em especial: Dra. Ana Paula Pinheiro Zago, Me. Márcia Helena da Silva e Dra. Michelle da Silva Borges por terem ido além do profissional, me dedicando o lado humano de cada uma, oferecendo carinho, compreensão, amizade e, acima de tudo, oferecendo-me sabedoria.
Aos colegas, pela amizade e companheirismo, que mesmo com a barreira de idade e pensamentos divergentes, foram muito importantes para mim no período em que convivemos; levando alguns poucos em meu coração para todo o sempre.
 Muito obrigada!
“Não se preocupe com o fato de todos não concordarem com você. Se conseguir que um terço caminhe com você, já pode considerar-se um vencedor”
Peter Drucker
RESUMO
MELO, Luciana Alves de Paula. Relação entre os desempenhos econômico, social e ambiental nos municípios do estado de Goiás. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal de Catalão, GO[footnoteRef:1]. [1: Orientadora: Ana Paula Pinheiro Zago - UFCAT] 
Avaliações relativas ao desenvolvimento econômico ligado às ações governamentais que agreguem valores sustentáveis à sociedade e ao estado, em geral, tem sido o grande desafio das últimas décadas. Para tratar das questões relacionadas à sustentabilidade, faz-se necessário intensificar a integração das três dimensões relativas ao desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Nessa agregação denominada “Triple Bottom Line-TBL” ou simplesmente “tripé da sustentabilidade”, estão contidas as questões ambientais, sociais e econômicas, que devem se interatuar integralmente para que haja a satisfação do conceito. Contudo, sabe-se da imensa dificuldade de adotar e colocar em prática ações que resultem no desenvolvimento sustentável por parte dos governos. A partir destes pontos, questiona-se: existe relação entre os âmbitos ambiental, econômico e social no estado de goiás, evidenciando um desenvolvimento sustentável? Entendendo como necessário e importante agregar conhecimento para gerações futuras e até mesmo como contribuinte de informações ao estado, este estudo propõe como objetivo verificar se há relação entre as três dimensões que constituem o TBL, por meio de análise dos municípios goianos, utilizando a modelagem de equações estruturais (Structural Equation Modeling - SEM). Para realização deste estudo, foi desenvolvido um modelo teórico e construído um diagrama de caminhos de relações causais que foi convertido em um conjunto de modelos estruturais e de mensuração. O modelo proposto foi testado com inserção de dados secundários captados nos bancos de dados estatísticos do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas e do IMB-Instituto Mauro Borges, que concentra dados unicamente relevantes ao estado de Goiás – objeto deste estudo. Os resultados obtidos foram os seguintes: (a) Desenvolvimento Ambiental possui relação positiva com o Desenvolvimento Social; (b) Desenvolvimento Ambiental possui relação positiva com o Desenvolvimento Econômico, porém com ressalvas e (c) Desenvolvimento Social possui relação positiva com o Desenvolvimento Econômico, também apresentando colocações pertinentes. Neste estudo, os Desenvolvimentos Ambiental e Social caminham juntos e crescentes, direção contrária das outras duas vertentes, em que os Desenvolvimentos Ambiental e Social desaceleram em prol do Econômico, podendo indicar ou mesmo confirmar vários teóricos, de que o desenvolvimento sustentável deve levar em conta a prosperidade relacionada a oportunidades econômicas, para fins benéficos do bem-estar social e proteção do meio ambiente. De acordo com os resultados obtidos, perante a amostra analisada percebe-se que há uma maior relação entre as variáveis ambiental e social, pois as mesmas obtiveram crescimento na mesma proporção. O que não ocorreu com as outras variáveis correlacionadas, que obtiveram positividade, contudo, inversamente proporcional. Uma razão possível para a não relação positiva proporcional destas hipóteses pode estar no tamanho da amostra deste estudo considerado pequeno para o emprego da SEM.
Palavras-chave: Crescimento e Desenvolvimento Econômico, Sustentabilidade, Desenvolvimento Sustentável, Modelagem de Equações Estruturais.
ABSTRACT
MELO, Luciana Alves de Paula. Relationship between economic, social and environmental performance in municipalities in the state of Goiás. Course Completion Paper (Bachelor of Business Administration) – Universidade Federal de Catalão, GO [footnoteRef:2]. [2: Orientadora: Ana Paula Pinheiro Zago - UFCAT] 
Assessments related to economic development linked to government actions that add sustainable values ​​to society and the state, in general, have been the great challenge of the last decades. To address issues related to sustainability, it is necessary to intensify the integration of the three dimensions related to sustainable development: economic, social and environmental. In this aggregation called “Triple Bottom Line-TBL” or simply “tripod of sustainability”, environmental, social and economic issues are contained, which must interact in full so that the concept is satisfied. However, it is known that it is extremely difficult to adopt and put into practice actions that result in sustainable development by governments.From these points, the question arises: is there a relationship between the environmental, economic and social spheres in the state of goiás, showing a sustainable development? Understanding how necessary and important to add knowledge for future generations and even as a contributor of information to the state, this study proposes to verify if there is a relationship between the three dimensions that make up the TBL, through the analysis of the cities in Goiás, using the modeling of structural equations (Structural Equation Modeling - SEM). To carry out this study, a theoretical model was developed and a diagram of causal relations paths was built, which was converted into a set of structural and measurement models. The proposed model was tested with insertion of secondary data captured in the statistical databases of the IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística and the IMB-Instituto Mauro Borges, which concentrates data only relevant to the state of Goiás - object of this study. The results obtained were as follows: (a) Environmental Development has a positive relationship with Social Development; (b) Environmental Development has a positive relationship with Economic Development, but with reservations and (c) Social Development has a positive relationship with Economic Development, also presenting pertinent statements. In this study, Environmental and Social Developments go together and increasing, in the opposite direction of the other two aspects, in which Environmental and Social Developments slowdown in favor of the Economic, and may indicate or even confirm several theorists, that sustainable development should take into account the prosperity related to economic opportunities, for beneficial purposes of the social well-being and protection of the environment. According to the results obtained, before the analyzed sample it is noticed that there is a greater relationship between the environmental and social variables, as they obtained growth in the same proportion. What did not happen with the other correlated variables, which obtained positivity, however, inversely proportional. A possible reason for the non-proportional positive relationship of these hypotheses may be in the sample size of this study considered small for the use of SEM.
Keywords: Economic Growth and Development, Sustainability, Sustainable Development, Structural Equation Modeling.
	
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	AVE
	Average Variance Extracted
	CC
	Confiabilidade Composta
	CMMAD
	Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
	CRA
	Cobertura de Rede de Água
	CRE
	Cobertura de Rede de Energia
	CRESG
	Cobertura de Rede de Esgoto
	ECP
	Energia por Conta Própria
	EF
	Empregos Formais
	EOM
	Equilíbrio Orçamentário do Município
	FIV
	Fator de Inflação de Variância
	GoF
	Goodness of Fit
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
	IDMS
	Índice de Desenvolvimento Municipal de Saúde
	IDMSE
	Indice de Desenvolvimento Municipal de Segurança
	IDS
	Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
	IMB
	Instituto Mauro Borges
	PIB
	Produto Interno Bruto
	PIBPC
	Produto Interno Bruto per capta
	PLS
	Partial Least Squares
	PM
	Path Modeling
	R2
	Raiz Quadrada
	RM
	Remuneração Mediana
	RP
	Recursos Próprios
	SBC
	Saldo da Balança Comercial
	SEM
	Structural Equation Modeling 
	SIDRA
	Sistema IBGE de Recuperação Automática
	TBL
	Tripple Bottom Line
	TCP
	Taxa de Crescimento Populacional
	VL
	Variáveis Latentes
	VNEF
	Valor do Número de Empregos Formais
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
	FIGURA 01 – Triple Bottom Line
	20
	FIGURA 02 – Alinhamento dos pilares da sustentabilidade
	21
	FIGURA 03 - Framework representando como os constructos estão relacionado
	35
	FIGURA 04 - Modelo completo de equações estruturais – Ano 2012
	41
	FIGURA 05 - Modelo ajustado de equações estruturais – Ano 2012
	43
	FIGURA 06 - Modelo ajustado de equações estruturais – Ano 2018
	47
	FIGURA 07 - Modelo final com as hipóteses do estudo ano 2012
	51
	FIGURA 08 - Modelo final com as hipóteses do estudo ano 2018
	51
	
	
LISTA DE GRÁFICOS
	GRÁFICO 01 - Valor do Produto Interno Bruto de Goiás 2011-15 e projeção para 2016 e 2017 (R$ bilhões)
	26
	
	
LISTA DE QUADROS
	QUADRO 01 - Resumo comparativo da metodologia da mensuração da sustentabilidade
	26
	QUADRO 02 - Lacunas no construto de IDS
	28
	QUADRO 03 - Indicadores do Desenvolvimento Sustentável para o Estado de Goiás 
	29
	QUADRO 04 - Síntese dos ajustes do SEM no SmartPLS
	39
	QUADRO 05 – Reformulação IDS para o Estado de Goiás
	42
	
	
LISTA DE TABELAS
	TABELA 01 – Estado de Goiás: Taxa de crescimento da produção industrial por segmento – 2015 - 17. (%)
TABELA 02 - PIB goiano (série histórica)
	
30
31
	TABELA 03 - Estado de Goiás: Principais produtos exportados – 2015 – 17
	32
	TABELA 04 - Estado de Goiás e Brasil: Balança comercial – 2015 – 17 (US$ 1.000 FOB)
	
32
	TABELA 05 - Estado de Goiás e Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal -1991, 2000 e 2015
	
33
	TABELA 06 - Cargas fatoriais dos indicadores – modelo original
	41
	TABELA 07 - Cargas fatoriais dos indicadores – modelo ajustado Ano 2012
	43
	TABELA 08 - Confiabilidade das variáveis e Variância – modelo ajustado Ano 2012
	44
	TABELA 09 - FIV por variável de primeira ordem – modelo ajustado Ano 2012
	44
	TABELA 10 - FIV por variável latente – modelo ajustado Ano 2012
	45
	TABELA 11 - Validade discriminante do modelo ajustado Ano 2012
	45
	TABELA 12 - Valores para cálculo do GoF Ano 2012
	46
	TABELA 13 - Cargas fatoriais dos indicadores – modelo ajustado Ano 2018
	48
	TABELA 14 - Confiabilidade das variáveis e Variância – modelo ajustado Ano 2018
	48
	TABELA 15 - FIV por variável de primeira ordem – modelo ajustado Ano 2018
	49
	TABELA 16 - FIV por variável latente – modelo ajustado Ano 2018
	49
	TABELA 17 - Validade discriminante do modelo ajustado Ano 2018
	49
	TABELA 18 - Valores para cálculo do GoF Ano 2018
	50
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
1. INTRODUÇÃO
	Nas últimas décadas, muitos autores como BAUMGARTNER; EBNER (2010); GARAU et al (2011); GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLEZ-BENITO (2006); HART (1997); LÓPEZ GAMERO, et al (2011); LUCAS (2010); MANZINI; MONDÉJAR-JIMÉNEZ et al (2013); PARK; KIM (2014); SEGARRA-OÑA et al (2011); VEZZOLI (2002) estudaram a transformação econômica global quanto as questões ambientais e sociais. Consoante a esses autores, de forma ampla, a economia vive um estágio reativo – obediência às exigências legais – que posteriormente pode se transformar, vislumbrando-se o caráter proativo, com inovações e lideranças, o chamado “Desenvolvimento Sustentável”. Afirmam, entretanto, que pouquíssimos atingem este estágio em diversos governos.
A chamada sustentabilidade corporativa em um governo consiste em "assegurar o sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, um meio ambiente saudável e uma sociedade estável", pressupõe, então, que haja resultados econômicos positivos, gerando crescimento e desenvolvimento econômico, concomitantemente ao desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente (ETHOS, 2003).
Nos estudos de Romano et al (2010) “as empresas devem buscar formas de mensurar e divulgar os resultados em termos financeiros de ações que tiveram sua origem na Gestão Socioambiental, e não apenas manterem a característica intuitiva de que essas ações são benéficas ao negócio”. Este conceito pode e deve ser elevado ao nível de governo e, pensando nessa alegação, esta pesquisa foca na internalização de aspectos ligados a responsabilidade e sustentabilidade, com envolvimento da alta administração goiana, ou seja, o foco deste estudo é o estado de Goiás, envolvendo o conceito do Tripple Bottom Line, na qual os três pilares de sustentação da estratégia passam a considerar as dimensões econômica, ambiental e social de forma integrada (ELKINGTON,2001). 
Assim sendo, este estudo parte da premissa da coexistência de estruturas econômicas múltiplas, como também diversas questões sociais, humanas e culturais, o que faz imprescindível apurar e aprofundar a compreensão neste sentido, uma vez que, o “desenvolvimento sustentável” está relacionado aos anseios coletivos, tais como democracia, empoderamento político, liberdade e equidade social (BARBOSA, 2008).
Contudo, a análise socioeconômica do estado goiano costuma ser centralizado nos dados da capital, tendo como ideia inicial que as cidades interioranas são homogêneas (PAVARINA, 2003). Entretanto, esta área abrange 246 municípios com características e recursos diferentes, que caracterizam os mesmos como relevante potencial analítico.
	Sendo esse um tema que ganha cada vez mais espaço na agenda de desenvolvimento, argumenta-se que os benefícios oriundos da integração dos aspectos econômicos, social e ambiental, proporcionarão uma internalização de práticas sustentáveis tanto no curto e no longo prazo, criando dessa forma a transição para a sustentabilidade (ROMANO et al, 2010).
	As explicações advindas da literatura sobre o setor econômico, focalizam os fatores: capital físico, financeiro e humano para o desenvolvimento da economia do estado – que por vez – não vinculados à sustentabilidade, desvinculando a necessidade da inter-relação da organização política, institucional ou social de cada município como fatores relevantes e indispensáveis na compreensão do processo de desenvolvimento sustentável do estado goiano (PAVARINA, 2003). Esse argumento permite a investigação das interações sociais perante a economia dos municípios, que em conjunto, transformam o setor econômico do estado de Goiás.
	A partir destas reflexões dá-se o desenvolvimento deste estudo que se fundamentará principalmente em dados fornecidos pelo IMB (2019), responsável pelo agrupamento de dados estatísticos do estado de Goiás. Serão analisadas através destes dados secundários o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado de Goiás. A partir destes pontos, questiona-se: existe relação entre os âmbitos ambiental, econômico e social no estado de goiás, evidenciando um desenvolvimento sustentável? 
Considerando as afirmações dos autores acima e procurando respostas sobre a relação do tripé da sustentabilidade dentro do estado de Goiás, neste trabalho, utiliza-se da conceituação e visão de desenvolvimento sustentável de Sachs (1994) para a formulação das hipóteses desta pesquisa. 
· H1: Existe relação entre o desenvolvimento ambiental e o desenvolvimento social dentro do estado de Goiás.
· H2: Existe relação entre o desenvolvimento ambiental e o desenvolvimento econômico dentro do estado de Goiás.
· H3: Existe relação entre o desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico dentro do estado de Goiás.
Para que as hipóteses acima sejam elucidadas, este trabalho se desenvolverá em 05 (cinco) capítulos. O primeiro trata da introdução, problemática e hipóteses, como também objetivo e justificativa deste estudo. O segundo traz a revisão da literatura acerca do tema foco deste estudo. No terceiro capítulo, apresenta-se os métodos empregados para experienciar as hipóteses apresentadas, assim como o procedimento da coleta de dados. No quarto apresenta-se as análises e discussões de resultado deste estudo e, por fim, o quinto capítulo exterioriza as considerações e limites desta pesquisa.
1.1 Objetivos
	De acordo com estudos do governo de Goiás (2016), nos últimos 20 anos, o estado tem alavancado seus indicadores econômicos, alcançando a segunda posição de menor desigualdade de renda entre as 27 unidades federativas. Contudo salienta as deficiências na infraestrutura, a baixa capacitação de mão-de-obra, a elevada informalidade e baixos rendimentos, e a necessidade de ampliar as exportações e valores agregados à produção de bens e serviços. Dessa forma, o presente trabalho caminha no sentido de verificar se há relação entre os setores econômico, social e ambiental no estado de Goiás.
1.1.1 Objetivo Geral
	Este estudo tem por objetivo verificar se há relação entre as três dimensões que constituem o Triple Bottom Line, por meio de análise dos municípios goianos nos anos de 2012 e 2018, através da aplicabilidade de dados estruturados na construção dessa análise, utilizando a modelagem de equações estruturais (Structural Equation Modeling - SEM)
1.1.2 Objetivos Específicos
· Verificar o perfil do estado de Goiás, com relação às variáveis econômicas, sociais e ambientais.
· Verificar a possibilidade de selecionar indicadores de desenvolvimento social, levando e conta a realidade de cada município do estado de Goiás.
1.2. Justificativa
	O conceito de desenvolvimento sustentável de uma cidade ou estado está relacionado com o processo de crescimento e desenvolvimento econômico dos mesmos, e objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas, levando em consideração: o crescimento renovável; a mudança de qualidade do crescimento; a satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento básico; a garantia de um nível sustentável da população; a conservação e proteção da base de recursos; a reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco; e a reorientação das relações econômicas internacionais (CMMAD, 1988, 1991).
	A complexidade de concretizar esse conceito dá-se a partir do momento em que existe a necessidade de viabilizá-lo em conformidade com o crescimento e desenvolvimento econômico na mesma escala de progressão. Barbosa (2008) elenca os desafios de se desenvolver com sustentabilidade, uma vez que, a sustentabilidade é consequência do desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental. Segundo o autor, o desenvolvimento atual dos municípios e estados é baseado na maximização do lucro e privilegia uma pequena parte da sociedade.
	Sachs (1993), Almeida (1999), Foladori (1999) e Jacobi (2005) consideram inevitável que os recursos naturais sejam exauridos, em virtude da demanda contínua ocasionada pelo crescimento populacional desregrado e desorganizado, explicitando a necessidade de se buscar o equilíbrio entre as atividades em prol do crescimento econômico e a conservação dos recursos naturais utilizados nesse processo.
	Segundo Munck & Souza (2009) o elevado interesse pela sustentabilidade é resultado da globalização pela qual o mundo dos negócios foi elevado. Dessa forma, atualmente, o conceito do TBL deixa de ser exclusividade do setor privado (indústrias e seus processos produtivos) e vem sendo discutido e implementado no âmbito da administração pública, elevando e utilizando o conceito de desenvolvimento sustentável para uso das políticas econômicas dos municípios, estados e países.
	Diante disto, os motivos que induzem a concretização desta pesquisa são as questões relacionadas à demanda de crescimento do estado de Goiás visando a sustentabilidade socioeconômico e ambiental. Estudos que inovem e que tem como objetivo verificar hipóteses que evidenciem esse assunto, se tornam relevantes a medida que permitem ampliar o conhecimento e nortear ações futuras. Outro fator relevante se trata da ânsia de absorver conhecimento por parte da autora desta pesquisa e de entender as percepções da sociedade e do governo quanto às ações geradas dentro do conceito de desenvolvimento sustentável. Por fim, a autora como individuo pesquisador e a universidade como impulsionadora de conhecimento devem incumbir-se como protagonistas neste aspecto, buscando compreender as diferentes vertentes deste tema.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
	Neste capítulo foram abordadas obras literárias que alicerçam o referencial teórico, no intuito de alcançar o objetivo proposto neste estudo. Dessa forma, na revisão bibliográfica procurou-se delinear os relevantes conceitos que tratam do assunto, buscando formalizar a base teórica que sustente o desenvolvimento da problemática deste trabalho, versando sobre desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e o modelo Triple BottomLine – TBL; os pilares da sustentabilidade e suas dimensões; os métodos de mensuração da sustentabilidade; os indicadores do desenvolvimento sustentável e por fim o estado de Goiás, objeto deste estudo.
2.1 Desenvolvimento Sustentável – conceitos
Sen e Anand (2000) defendem o conceito de economia sustentável como uma relação intrínseca entre os fatores de distribuição, desenvolvimento sustentável, crescimento ótimo e taxa de juros, em forma desenvolvida, levando em consideração as preocupações do presente. Ainda de acordo com os autores, o "desenvolvimento sustentável" parte da crença de que os interesses das gerações futuras devem receber o mesmo tipo de atenção que os da geração atual, com mesmo estoque de recursos, mesmas oportunidades e direitos, no entanto, sem ignorar os desprivilegiados nos dias atuais.
Para Abramovay (2012) somente o conceito de tecnologia e inteligência humana como bases de uma economia sustentável – como era o pensamento predominante do século XX - não são suficientemente capazes de gerir equidades econômica social, uma vez que é obrigatório reconhecer que existe limite de recursos e de ecossistemas a serem explorados. Para o autor é fundamental que haja inovação, e que esta esteja atrelada aos limites predefinidos. 	Muito além desse “pensamento verde”, a economia sustentável ou sustentabilidade econômica, é defendida por Veiga & Zatz (2008) como sendo a capacidade de avanço de um metabolismo social em que coexistam crescimento econômico com benefícios gerados desse progresso em prol de ampliar as capacitações e suprir as necessidades humanas básicas; afirmando que está intimamente ligada à ética – que por sua vez tem como essência as questões relativas ao bem, à justiça e à virtude, portanto, permeando as decisões econômicas que implicam na utilização dos recursos materiais e energéticos, assim como da organização do próprio trabalho das pessoas. O autor afirma ainda que, além desse básico, é necessário a liberdade de escolhas, decisões e a garantia dos direitos das pessoas.
A expressão “Desenvolvimento Sustentável” surgiu em 1980 e foi consagrada em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Comissão Brundtland[footnoteRef:3], que produziu um relatório considerado básico para a definição desta noção e dos princípios que lhe dão fundamento. Aprimorando todo esse pensamento, as Nações Unidas denominaram essa evolução como Desenvolvimento Econômico Sustentável, tendo como objetivo promover a prosperidade relacionada a oportunidades econômicas, bem-estar social e proteção do meio ambiente. Tem-se, portanto, uma segunda visão, aprimorada: o desenvolvimento sustentável é objetivo a ser alcançado e a sustentabilidade é o processo para atingir o desenvolvimento sustentável.	 [3: Em alusão a Gro Harlem Brundtland, ex-Primeira Ministra da Noruega, que a presidiu em 1983. Teve por objetivo examinar questões críticas relativas ao meio ambiente e formular novas propostas de abordagem, a fim de orientar as ações e políticas em busca das mudanças necessárias.
] 
2.2 Sustentabilidade – A evolução do conceito	 
Em conformidade com o art. 1º, inc. III da Constituição Federal/88, o conceito de sustentabilidade advém do princípio da dignidade da pessoa humana – um dos fundamentos do Estado brasileiro que prioriza a integridade como cerne da existência humana a ser assegurado de forma ampla e continua a todos no mundo. Se ramificar este conceito dentro da filosofia, é possível distinguir ideia baseada na concepção kantiana de que a dignidade do ser humano, considera o indivíduo pensante como fim e não como meio, desprezando a prática da coisificação e instrumentalização do ser humano (SARLET, 2010, p. 42).	
	Na contemporaneidade, o conceito de desenvolvimento sustentável ganha enfoque nas discussões sobre o futuro da sociedade no geral. Entretanto, faz-se necessário o entendimento desse conceito e sua relevância. De acordo com Bursztyn (2001), é necessário buscar na história bases que sirvam de entendimento e construtoras de uma linha de conhecimento que demonstre os impasses ambientais e sustentáveis na atualidade.
Consoante Sachs (2008, p. 85), a sustentabilidade social está vinculada a estabilidade do crescimento econômico e à maior equidade de distribuição de renda e bens com redução do abismo existente entre as classes sociais, sendo altamente relevante todas as questões ambientais, econômicas e sociais com o propósito fim de melhoria contínua em qualidade de vida. Dessa forma, o autor defende que a sustentabilidade econômica deve permear a eficiência econômica com amplitudes macrossociais, e não somente pela visão microeconômica – critério da rentabilidade empresarial. (SACHS, 1994, p. 37). Deve atingir medidas diretamente relacionadas à economia desenvolvida, com equilíbrio entre os setores, segurança alimentar e capacidade continua de modernizar equipamentos e processos de produção (SACHS, 2008, p. 86-87).
	No início da década de 70, o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu pela primeira vez, com o nome de “eco desenvolvimento” em resposta à concentração de atenção ações pela publicação do Relatório do Clube do Roma[footnoteRef:4] que discursava duas visões sobre as relações entre o meio ambiente e o crescimento econômico desregrado (ROMEIRO,1999). 	Em conformidade a Oliveira et al. (2012), o termo “sustentabilidade” foi tornado público de forma legal em 1987, quando apresentado na Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), advinda da Organização das Nações Unidas (ONU) e que foi presidida pela Sra. Gro Harlem Brundtland – ex-primeira ministra da Noruega. Foi definido nesta comissão que o termo “Desenvolvimento Sustentável” como conceito que as carências atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. Contudo, as políticas sustentáveis somente agregaram esse conceito em definitivo a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e desenvolvimento - Rio-92[footnoteRef:5], que teve como resultado principal a elaboração da Agenda 21[footnoteRef:6]. [4: O Clube de Roma é hoje uma organização não governamental (ONG) que teve início em abril de 1968 como um pequeno grupo de 30 profissionais empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais. Pelo fato desta primeira reunião ter acontecido na Academia dei Lincei em Roma na Itália, o nome sugestivo de ‘Clube de Roma’ deu denominação à entidade.] [5: Rio-92: reunião que aconteceu 20 anos depois da primeira conferência do tipo em Estocolmo, Suécia. Os países reconheceram o conceito de desenvolvimento sustentável e começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente. Desde então, estão sendo discutidas propostas para que o progresso se dê em harmonia com a natureza, garantindo a qualidade de vida tanto para a geração atual quanto para as futuras no planeta.] [6: A Agenda 21 é um documento assinado por 179 países, que se comprometem a diminuir os problemas socioambientais existentes. ] 
	Posteriormente, Elkington (1994), surge com o conceito do Triple Bottom Line - TBL (conhecido por 3P’s - People, Planet e Profit) ou simplesmente Tripé da Sustentabilidade (Pessoas, Planeta e Lucro). Este conceito foi amplamente divulgado entre pesquisadores e empresas privadas (inicialmente) como sendo um importante e vantajoso instrumento de interpretação das relações adicionais das empresas, assim como enfatizar o olhar amplo sobre a sustentabilidade (ARAÚJO Et Al., 2006). 
	O modelo TBL foi baseado no crescimento econômico, na igualdade social e na conservação do meio ambiente, fundamentando assim, a teoria do desenvolvimento sustentável e originando as bases sustentáveis desse conceito.
FIGURA 01 – Triple Bottom Line. Fonte: https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/gestao-na-camara-dos-deputados/responsabilidade-social-e-ambiental/ecocamara/areas-tematicas/descartaveisO conceito de desenvolvimento sustentável e o modelo TBL inseridos dentro da atualidade, amplificam a consciência ecológica em categorias diversificadas e múltiplas esferas da sociedade num todo, assim abraçando a esfera pública. E, se tratando de conciliar a atividade econômica e a conservação do meio ambiente, a Lei brasileira em seu artigo 225, do título VIII - da ordem social, capítulo VI - do meio ambiente, da Constituição Federal de 1988, prevê que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
	Nesse contexto, a administração do poder público se torna, atualmente, mobilizadora e questionadora da construção das práticas que edifiquem os hábitos sustentáveis dentro da gestão pública (JACOBI, 2003). Dessa forma, a gestão pública necessita se estruturar com estratégias que interajam concomitantemente para a promover a economia, preservar e conservar o meio ambiente e que haja total participação da sociedade nessas ações, de forma que se concretize a homogeneidade do modelo Triple Botton Line.
FIGURA 02 – Alinhamento dos pilares da sustentabilidade. Fonte: Adaptado de Elkington (2001)
2.3 Pilares da Sustentabilidade – Conceitos
O termo Triple Bottom Line conceitua que a sustentabilidade é o equilíbrio entre os pilares ambiental, econômico e social, devendo estes interagir, de forma holística, para que haja completa e perfeita satisfação do conceito para possibilitar a transição – de determinado local – rumo ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 1994). De acordo com o autor, anseia-se que a produtividade econômica contribua de forma progressiva igualitária para a sustentabilidade de determinada localidade, seja a nível macro (município, estado, país) ou micro (residência, empresa ou cooperativa). Desta forma, objetivando verificar se há relação entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental, e que, se existente, a mesma indique contribuição do desenvolvimento econômico em prol do desenvolvimento sustentável, serão apresentados em sequência, os conceitos de cada pilar de sustentabilidade, suas dimensões efetivas dentro do estado e os benefícios esperados. 
A sustentabilidade pode ser analisada e caracterizada a partir de diferentes dimensões, interdependentes, ou seja, não se pode isolá-las (FIALHO et al, 2008, p. 106). Para este estudo, será considerado as três dimensões que estão presentes e são similares nos estudos apresentados por BARTELMUS, 2003; PEARCE,1991; SIDRA, 2017; TURNER, 1991; GUIMARÃES et al, 1995; FOLADORI, 2002; RATTNER, 1999; DALY, 2004; SACHS, 1986,1993; LEHTONEN, 2004; MAGIS, 2008; SHINN, 2008; LARSEN, 2008; ZAOUAL, 2006; SANTOS, 2008 e SEN, 2000. 	
2.3.1 Dimensão Econômica
A sustentabilidade econômica é a manutenção de capital natural, que é uma condição necessária para não haver decrescimento econômico (BARTELMUS, 2003). Este pilar traz o retorno do significado de cuidar da casa, afincado pelos gregos na antiguidade e, nele, são analisados os temas ligados à produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
O argumento de economistas a favor da sustentabilidade gira em torno de saber usar os recursos do planeta, com alocação eficiente de recursos naturais em um mercado competitivo, no qual observa-se distorções que podem ser corrigidas pela internacionalização de custos ambientais e/ou reformas fiscais. Assim, a sustentabilidade poderá ser alcançada pela racionalização econômica local, nacional e planetária (RATTNER, 1999).
Em conformidade com os indicadores de desenvolvimento sustentável - IDS, disponibilizados pelo Sistema IBGE de Recuperação Automática-SIDRA (2017), a sustentabilidade econômica trata de questões relacionadas ao uso e esgotamento dos recursos naturais, da produção e gerenciamento de resíduos, uso de energia, e o desempenho macroeconômico e financeiro do país, ocupando-se da eficiência dos processos produtivos e das alterações nas estruturas de consumo orientadas a uma reprodução econômica sustentável de longo prazo.	
Teoricamente, o Triple Bottom Line deve ser equilibrado em suas três dimensões, contudo, na prática a abordagem econômica ganha destaque por seu elevado peso relativo nas decisões humanas (FERRAZ, 2003).
Existem várias abordagens econômicas que tratam das questões ambientais. Tietenberg (1994) afirma que os preceitos da economia neoclássica, quanto ao equilíbrio de mercado e a disposição do consumidor em pagar por um determinado bem, proporcionam elasticidade para o ajuste de preços, o que pode vir a refletir as externalidades ambientais.
 Gutman (1994), avalia os diferentes graus de sustentabilidade, dentro da abordagem econômica, e aponta ressalvas:
· Os recursos naturais valorados diretamente pelo mercado, ou por técnicas que simulam o mercado, não trazem embutidos em seu custo a energia e o tempo necessários para a sua formação e para o seu restabelecimento; 
· Não trata adequadamente as questões associadas à impossibilidade de sua reposição (recursos não-renováveis ou a perda de biodiversidade);
· Dificuldade em reduzir a heterogeneidade do ambiente a uma valoração monetária.
2.3.2 Dimensão Ambiental
	Trata dos fatores de pressão e impacto, estando diretamente relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meio ambiente, considerados fundamentais a qualidade de vida das gerações atuais e em benefício das gerações futuras (SIDRA, 2017). 
Para Bartelmus (2003), pode ser definido como a desmaterialização da atividade econômica, pois uma diminuição do processamento de material pode reduzir a pressão sobre os sistemas naturais e ampliar a prestação de serviços ambientais para a economia.
Uma definição de Pearce e Turner (1991) para o desenvolvimento sustentável, relaciona a maximização dos benefícios líquidos do desenvolvimento econômico à manutenção dos serviços e da qualidade dos recursos naturais num período de longo prazo.
Guimarães et al (1995) aponta que a interpretação do desenvolvimento econômico não mais se dá somente pelo aumento da renda per capita, mas sim, por outros vários elementos de bem-estar social, envolvendo mudança das estruturas econômicas e sociais e priorizando manter serviços com qualidade ao longo do tempo, implicando a aceitação das seguintes regras:
· Utilizar recursos renováveis com taxas menores ou iguais à taxa natural de regeneração; 
· Otimizar a eficiência dos recursos não renováveis utilizados, sujeito a substituição desses recursos por novas tecnologias. 
A política ambiental está com o foco direcionado para as questões de custo/benefício. Isto quer dizer que não basta a identificação de parâmetros para o controle ambiental e para a manutenção/incremento dos recursos naturais, necessita-se também da avaliação do custo que a sociedade paga para obtenção dos resultados almejados (GUIMARÃES et al, 1995).
Embora já exista o entendimento coletivo de que a sustentabilidade precisa do equilíbrio entre as Dimensões Econômica, Ambiental e Social, nos dias de hoje percebe-se claramente que ainda há muito o que se fazer quanto às questões ambientais. Sachs (1993) elenca os principais processos que devem ser levados e consideração nesta dimensão: 
· Preservação dos recursos naturais na produção de recursos renováveis e na limitação de uso dos recursos não-renováveis; 
· Limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos esgotáveis ou ambientalmente prejudiciais, substituindo-os por recursos renováveis e inofensivos; 
· Redução do volume de resíduos e de poluição, por meio de conservação e reciclagem; 
· Autolimitação do consumo material; 
· Utilização de tecnologias limpas; 
· Definição de regras para proteção ambiental. 
Ainda de acordo com o autor, por menor que possa parecer o resultado de nossas ações para combater esses efeitos, somente a partir da conscientização e soma dos esforços de todos haverá a capacidade de mudar a realidade em que nos encontramos e sendo assim, possívela reversão dessa marcha que pode levar ao fim de nossa própria existência.
Esta dimensão é a que menos provoca controvérsias, devido possuir certo equilíbrio e manutenção genética, assim como os recursos desprovidos de vida e a integridade climática. (FOLADORI, 2002; RATTNER, 1999; DALY, 2004; SACHS, 1993). Esses mesmos autores ainda sustentam ações para que haja a diminuição de resíduos e de poluição, por meio da conservação e reciclagem de energia e recursos; autolimitação do consumismo pelos países ricos e camadas sociais privilegiadas no mundo; intensificação do uso dos recursos potenciais dos vários ecossistemas; intensificação da pesquisa de tecnologias limpas para promoção do desenvolvimento urbano, rural e industrial; definição de regras para proteção ambiental, e principalmente a concepção da máquina institucional e suas escolhas perante o conjunto de instrumentos econômicos, legais e administrativos necessários para assegurar o cumprimento destas regras estabelecidas.
2.3.3 Dimensão Social
O enfoque da sustentabilidade social diz respeito à homogeneidade social, rendimentos justos e acesso a bens, serviços e emprego (LEHTONEN, 2004). Trata-se do capital humano empregado como um todo – salários justos, legislação trabalhista, bem-estar amplo para trabalhador e sua família – assim como a verificação da influência da atividade econômica sobre esse vetor (problemas gerais da sociedade como educação, violência e até o lazer).
	De acordo com os IDS, disponibilizados pelo SIDRA (2017), a sustentabilidade social corresponde, especialmente, aos objetivos ligados à satisfação das necessidades humanas, a melhoria da qualidade de vida e a justiça social. Contudo, autores como Magis e Shinn; Larsen (2008) – que defendem a ideia que a sustentabilidade deve pensar primeiro nas pessoas, como elas fazem suas escolhas e suas respectivas consequências, uma vez que são os seres humanos, individual ou coletivamente, que irão determinar níveis de bem-estar econômico ou ambiental – afirmam que a dimensão social é extremamente difícil de se medir e está atrelada às outras duas dimensões (econômica: o ser humano como objeto do aumento da produtividade para redução de custos e ambiental: a sociedade como uma ameaça aos recursos naturais). Para esses autores, a sustentabilidade social depende unicamente de quatro condições:
· O suprimento das necessidades básicas e segurança;
· A garantia de um compartilhamento igualitário dos benefícios e custos da sociedade;
· Uma governança orientada à população; e
· O empoderamento da população para participar do processo democrático.
De acordo com Magis e Shinn; Larsen (2008), essas condições são indispensáveis para a possibilitação da criação de movimentos que equilibrem os interesses múltiplos que guiam as políticas de forma a encorajar resiliência. 
A dimensão social voltada para a sustentabilidade visa a preocupação com o desenvolvimento e o papel do ser humano dentro desse processo. O desenvolvimento visa à liberação da personalidade humana, de todos os homens e deveria se apoiar, um dia, mais sobre o autocontrole das necessidades materiais pelo indivíduo, do que sobre um controle social do consumo (SACHS, 1986, p.28).
Zaoual (2006, p.50) externa sua convicção que de não se pode mais pensar e agir somente como “homo economicus” (caráter produtor e consumidor), excluindo as dimensões culturais da diversidade humana. Para Santos (2008, p.19), fala-se muito na morte do Estado, contudo, o que se vê é o seu fortalecimento para atender as demandas das finanças públicas e dos interesses políticos, em detrimento dos cuidados com as populações.
Para Sen (2000), a dimensão social objetiva garantir que todas as pessoas tenham condições iguais de acesso a bens e serviços de boa qualidade necessários para uma vida digna, pautando-se no desenvolvimento como liberdade, no qual o desenvolvimento deve ser visto como forma de expansão de liberdades substantivas. Portanto, a sustentabilidade social não diz respeito somente a capacidade de o ser humano ser mais produtivo trabalhando num edifício certificado, mas aumentar seu engajamento cívico e sua responsabilidade sobre o consumo, suas escolhas e até mesmo suas atitudes e sim com a criação de oportunidades para que as pessoas prosperem na sua integração social e qualidade de vida - como por exemplo: acesso aos serviços básicos, ao espaço público de qualidade, ao emprego, saúde, ou seja, infraestrutura municipal digna.
2.4 Métodos para Mensuração do Desenvolvimento Sustentável
	Diante discussões sobre como mensurar resultados da sustentabilidade, elegem-se através de pesquisas, com maior destaque, quatro principais indicadores internacionais: o Barometer of Sustainability (Barômetro de Sustentabilidade), o Dashboard of Sustainability (Painel de Controle da Sustentabilidade), o Ecological Footprint (Pegada Ecológica) e o Global Reporting Initiativ -GRI, (VAN BELLEN, 2008). No Brasil, podem ser citadas iniciativas como do IBGE, que apresenta proposta no documento Indicators of Sustainable Development: Framework and Methodologies, elaborado pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) e das Nações Unidas, onde publica relatórios de indicadores de desenvolvimento sustentável, que visam consolidar os princípios adotados na Rio-92, objetivando viabilizar um modelo de sistema de informações para orientação do padrão sustentável do desenvolvimento do país, que abrange as dimensões econômica, social, ambiental e institucional (IBGE, 2020).
Também o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, criado em 1982 como instituição de utilidade pública que propõe um modelo de Balanço Social para organizações sem fins lucrativos, usando os indicadores sociais internos, externos, ambientais, e de corpo funcional, assim como, informações relevantes em relação ao exercício da cidadania, utilizadas amplamente dentro do meio empresarial e acadêmico por abrangerem aspectos diversos e englobar questões do âmbito da sustentabilidade, com uma metodologia de divulgação que evidencia esses indicadores, como também informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, acionistas e à comunidade, servindo como um instrumento para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa (IBASE, 2010). Por fim, o Instituto Ethos, entidade que se compromete a fomentar o conceito de responsabilidade social na gestão empresarial e que desenvolveu o Guia de Elaboração de Relatório e Balanço Anual, onde se encontram sugestões de indicadores básicos de desempenho econômico, social e ambiental (ETHOS, 2008). 
Quadro 01- Resumo comparativo da metodologia da mensuração da sustentabilidade
	MÉTODOS
	PROPOSTA/MODELO
	LIMITAÇÕES
	Barômetro de Sustentabilidade
	Avalia a progressão das sociedades sustentáveis, através da combinação de diversos indicadores, utilizando uma escala de índices (PRESCOTT-ALLEN, 2005).
	Não possibilita visualização pública dos subíndices e pesos atribuídos (VAN BELLEN, 2008).
	Painel de Controle da Sustentabilidade 
	Propõe um índice agregado e utiliza as quatro dimensões: econômica, social, ambiental e institucional (VAN BELLEN, 2008).
	Corre-se o risco de mascarar a sustentabilidade efetiva do desenvolvimento (VAN BELLEN, 2008).
	Pegada Ecológica
	Relaciona área ecológica a consumo, o valor atribuído ao consumo de bens e serviços pode revelar a renda média e padrão de consumo da sociedade. Possibilita a conscientização (VAN BELLEN, 2008). 
	Complexidade do seu cálculo para tomada de decisão. Não inclui as dimensões social, econômica e institucional (VAN BELLEN, 2008).
	GRI
	Modelo mais utilizado e respeitado para elaboração de relatórios de sustentabilidade no contexto empresarial (GRI, 2009). 
	Foco no contexto empresarial e em três dimensões da sustentabilidade (econômico, social e ambiental) (VAN BELLEN, 2008).
	IBASE 
	Modelo de balanço social (IBASE, 2010). 
	Foco na responsabilidade social (IBASE, 2010).
	IDS - IBGE 
	Incorpora múltiplas dimensões, possibilitacomparações temporais de um mesmo indicador. 
	Constitui-se em um banco de dados (GUIMARÃES, FEICHAS, 2009). Complexidade dos indicadores, pois são 60 no total (GUIMARÃES, FEICHAS, 2009).
	Instituto Ethos 
	Contempla os aspectos do modelo sustentável (ETHOS, 2008).
	 Foco na dimensão social (ETHOS, 2008).
Fonte: Adaptado pela autora baseada nas bibliografias acima (2020).
2.4.1 Indicadores do Desenvolvimento Sustentável 
Os IDS disponibilizados no SIDRA objetivam acompanhar a sustentabilidade do padrão de desenvolvimento do país. A apresentação dos indicadores segue o marco ordenador proposto em 2001 e revisto em 2007 pela ONU – Organização das Nações Unidas (SIDRA, 2020). Contudo, estudos apresentam uma lacuna significativa no que tange aos atos de avaliação relativas às políticas ambientais e suas conexões com os elementos econômico social. Como consequência, o aumento da dificuldade de se estabelecer recursos de melhoria e avanços no processo de tomada de decisão voltada ao desenvolvimento sustentável (MALHEIROS, PHILIPPI JR, 2008).
De acordo com os autores, as principais lacunas identificadas na apresentação de IDS são:
Quadro 02 – Lacunas no constructo de IDS
	Aspectos Centrais
	 Lacunas Identificadas
	
Construção de Indicadores
	· Definição e conceituação de sustentabilidade e indicadores;
· Participação dos atores sociais no estabelecimento de metas de D.S.;
· Integração público/privada e academia;
· Articulação entre instituições públicas/privadas no desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade.
	
Informações para Constructo
	· Disponibilidade e acuidade de informações e dados;
· Articulação entre os provedores de dados/informações que estruturam os IDS e a disponibilização desses dados;
· Transparência (definição clara e atribuição de responsabilidades em relação ao compromisso das instituições na disponibilização dos indicadores e informações correlatas).
	Periodicidade
	· Avaliação contínua de dados.
	
Aplicação
	· Comparabilidade entre os IDS;
· Identificação de objetivos socioeconômicos para políticas públicas que definam cenários futuros;
· Metas de desenvolvimento sustentável para estratégias a longo prazo;
· Indicadores de sustentabilidade e avaliações que sejam utilizados para tomada de decisões;
· Construção de indicadores relacionados aos riscos ambientais x efeitos de saúde pública.
Para este estudo, com base nos IDS-SIDRA disponibilizados, procurou-se variáveis que correspondessem com a realidade do estado de Goiás, o que foi considerado um desafio nesta construção de pesquisa (criar instrumentos de mensuração, indicadores de desenvolvimento). 
“Indicadores de desenvolvimento sustentável são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável. Devem ser vistos como um meio para se atingir o desenvolvimento sustentável e não como um fim em si mesmos. Valem mais pelo que apontam do que pelo seu valor absoluto e são mais úteis quando analisados em seu conjunto do que o exame individual de cada indicador” (SIDRA, 2020)
.
Com base na literatura revisada e levando em consideração os dados disponíveis relativos ao estado de Goiás, foi formulado:
Quadro 03 – Indicadores do Desenvolvimento Sustentável para o Estado de Goiás
	Dimensão Econômica
	Dimensão Ambiental
	Dimensão Social
	Saldo da Balança Comercial
	Cobertura da Rede de Esgoto
	Rendimento Médio
	PIB per capta
	Cobertura da Rede de Água Tratada
	Índice de Saúde
	Recursos Próprios
	Cobertura da Rede de Energia
	Índice de Educação
	Equilíbrio Orçamentário
	Energia produzida por conta própria
	Índice de Segurança
	Empregos Formais
	**
	Taxa Crescimento Populacional
	Valor do número de empregos formais
	
**
	
**
Fonte: Elaborado a partir do banco de dados do Instituto Mauro Borges – 2020.
2.5 O Estado de Goiás
	Tem-se, em conformidade com o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – IMB (2018), que o PIB goiano cresce em média anual à uma taxa superior à registrada para a economia brasileira, o que desempenha avanço significativo perante ao PIB brasileiro e coloca o estado dentre os dez (10) estados mais ricos do país. Inversamente ao PIB, o PIB per capta do estado não alcança a média nacional, contudo, obtém crescimento com taxas superiores ao crescimento da população, muito embora, Goiás apresente taxas regulares de crescimento populacional sempre acima da média nacional.
 O gráfico 01 apresenta a evolução do valor do PIB goiano.
Gráfico 01 – Valor do Produto Interno Bruto de Goiás 2011-15 e projeção para 2016 e 2017 (R$ bilhões)
Fonte: IBGE / Instituto Mauro Borges - *PIB de 2016 e 2017 estimado pela metodologia do PIB trimestral.
Dados do IMB (2018) demonstram que o estado de Goiás vem apresentando crescimento equilibrado em seus diversos segmentos econômicos desde o final da década de 1990, apresentando fortalecimento do setor industrial - aqui, vale ressaltar que a definição para setor industrial é ampla e com diversas subdivisões; e, baseado em Arriel e de Castro (2014), a indústria da transformação pode ser subdivida em sete (07) grupos (agroindústria, produtos de base mineral, embalagens, indústria tradicional, farmacêutica e química, tratores e material de transportes e outras máquinas e equipamentos) que agregam características tecnológicas e destinos finais semelhantes, o que permite uma visão mais agregada das transformações - elevando o PIB (goiano) acima do resultado do desempenho nacional, o que caracteriza maior riqueza para o estado. 
A tabela 01, demonstra o crescimento do segmento industrial goiano.
Tabela 01 - Estado de Goiás: Taxa de crescimento da produção industrial por segmento – 2015 - 17. (%)
Fonte: IBGE Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018. Base: igual período do ano anterior = 100
Em 2017, o PIB goiano apresentou acumulado de 1,8% (a estimativa era de 1,9% conforme Tabela 02), sendo o acumulado do PIB brasileiro de 1,0%. 
Tabela 02 – PIB goiano (série histórica)
Fonte:  IBGE, IMB. Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO (* estimativa) 
Já no primeiro trimestre de 2018, o PIB goiano totalizou os mesmos 1,8% do ano anterior e o PIB brasileiro de 1,2% (IMB, 2018). Esse progresso desencadeou uma modernização para a agropecuária goiana, obtendo ganhos em produtividade, o que garantiu a integração do estado junto à economia nacional, estreitando laços econômicos com estados do Centro-Sul, e internacional, devido ao aumento das exportações de commodities agrícolas e de minérios, desencadeando assim, a partir do ano 2000, uma grande mudança estrutural na economia do estado de Goiás – investimentos no setor industrial – (fabricação de etanol e açúcar, automóveis e medicamentos genéricos, assim como produção mineral, servem de exemplos dessa mudança) – para engrossar as cadeias produtivas do setor, assim como diversificar a estrutura da produção. 
A tabela 03 apresenta os principais produtos exportados pelo estado de Goiás no período 2015-2017.
Tabela 03 - Estado de Goiás: Principais produtos exportados – 2015 – 17
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018
A Balança Comercial goiana vem obtendo consolidação positiva nas últimas décadas devido também pela dinâmica do seu agronegócio – desde o produtor até o beneficiamento e vendas dos produtos – que reflete diretamente no aumento do nível de renda e no desenvolvimento dos outros setores da economia goiana, conforme demonstrativo na Tabela 04, abaixo.
Tabela 04 - Estado de Goiás e Brasil: Balança comercial – 2015 – 17 (US$ 1.000 FOB)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018.
A cidadede Goiânia (capital), juntamente com a cidade de Anápolis, destaca-se como maiores polos econômicos urbanos, principalmente no setor de prestação de serviços e industrial regional, com destaque para a indústria de veículos, medicamentos genéricos, centro de distribuição de comércio atacadista. Dessa forma, com a economia goiana evoluindo acima da média nacional, a estrutura econômica do estado que era voltada para a agropecuária direciona-se para uma economia ligada à indústria e ao comércio. (IMB, 2018, pg.80). 
Segundo publicação do IMB (2018), o Estado de Goiás subdivide sua área social em: educação, saúde e saneamento, habitação, mercado de trabalho, pobreza e segurança pública. A área educacional avançou consideravelmente nos últimos anos, com consideráveis melhorias nas taxas de rendimento escolar para a alfabetização e ensino médio. Quanto ao ensino superior constata-se uma expressiva expansão (ampliação de vagas). Na área da saúde, o estado busca através de estratégia política, acobertar 65,3% da população goiana, através da Estratégia da Saúde da Família. Quanto ao saneamento básico, nos últimos 10 anos o estado obteve considerável no abastecimento de água, principalmente na área urbana, assim como melhorias de adequação no esgotamento sanitário e coleta de lixo. Contudo, mesmo com o crescimento na prestação desses serviços, o estado de Goiás se mantém abaixo da média do Centro Oeste e do Brasil. (IMB, 2018, p. 19). 
Em síntese, pode-se visualizar o estado de Goiás em sua área social através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A tabela 05, apresenta a evolução do IDH goiano ao longo das últimas décadas em um comparativo com o IDH brasileiro.
Tabela 05 – Estado de Goiás e Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal -1991, 2000 e 2015
Fonte: PNUD / IPEA / FJP. Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas – 2018
Desta forma, após revisão da literatura, verificação do perfil do estado de Goiás e formulação dos IDS goianos (levando em consideração os dados disponíveis relativos ao estado de Goiás), foi formulado um Framework[footnoteRef:7] representando a relação dos constructos objetos deste estudo. [7: Em administração, um framework é uma estrutura conceitual básica que permite o manuseio homogêneo de diferentes objetos de negócio. Serve para incrementar a disciplina de gestão e predefinir entregáveis comuns para cada objeto de negócio. Pode ser visto também como uma tática bem definida para manipular com destreza ambientes organizacionais complexos. Um framework deve prover sugestões de solução para uma família de problemas semelhantes.
] 
56
	
Figura 03 – Framework representando como os constructos estão relacionado
3. METODOLOGIA
Marconi e Lakatos (2003, p.83) definem o método científico como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permitem alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros - traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
3.1 Classificação da Pesquisa quanto aos Objetivos
	Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva. Em conformidade com Gil (1999), as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Vergara (2000, p. 47) argumenta que a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza.
A pesquisa descritiva, normalmente, usa dados de levantamentos anteriores e caracteriza-se por hipóteses especulativas que não especificam relações de causalidade. Ao formular as questões de pesquisa, o pesquisador necessita conhecer o problema a ser pesquisado, ou seja, precisa saber exatamente o que pretende com a pesquisa (MATTAR, 2001, p. 23)
3.2 Classificação quanto à Natureza da Pesquisa
Este estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa. Para Mattar (2001), este tipo de pesquisa busca validar hipóteses mediante utilização de dados estruturados, com base estatística de análises de casos que representam o objetivo do estudo (quantifica os dados e generaliza os resultados da amostra para os interessados). De acordo com Malhotra (2001, p.155), “a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística”, e ressalta que, como as respostas de alguns problemas podem ser inferidas para o todo, a amostra deve ser muito bem definida; caso contrário, podem surgir problemas ao se utilizar a solução para o todo (MALHOTRA, 2001).
3.3 Classificação quanto à Escolha do Objeto de Estudo
Amostragens não probabilística (por conveniência - municípios com mais de 10.000 habitantes). O universo e a amostra da pesquisa estão incluídos no tópico do Objeto de Estudo. É um tipo de amostragem em que existe uma dependência, pelo menos em parte, do julgamento do pesquisador para compor a amostra (MATTAR, 2001)
3.3.1 Definição do Universo da Pesquisa e Seleção de Amostra
O universo da pesquisa é representado pelos municípios do estado de Goiás, com a pretensão de que quantidade de dados estatísticos fosse relativamente significativa, associada à atualidade e relevância presente dos estudos. Quanto ao período de tempo, consideraram-se os anos de 2012 ( 48 meses após senso 2010 realizado, levando em conta prazo para concretização de propostas e projetos governamentais em expansão e desenvolvimento) e 2018 (por ser último ano com dados concretos disponibilizados para pesquisa), em função do que representa esta fração de tempo em relação à temática de Desenvolvimento Econômico Sustentável – caracterizada pela velocidade das mudanças reais em razão do obsoletismo de inclusão de informações nos bancos de dados competentes, a cada ano.	
A indisponibilidade de dados para municípios muito pequenos impossibilitou o acréscimo destes na amostra analisada. Optou-se, portanto, neste estudo, pela seleção dos municípios goianos sensitários com 10.000 habitantes e acima para que a amostra de dados seja validada em homogeneidade.
De acordo com Aaker, Kumar e Day (2007), a técnica de amostragem deste estudo pode ser descrita como não-probabilística, que é determinada por ordem do pesquisador, ou seja não há uma aleatoriedade para a escolha de um elemento da população. 
3.4 Classificação da Pesquisa quanto aos Procedimentos Técnicos de Coleta e Análise de Dados
Para realização deste estudo foram coletados dados secundários, disponíveis nos sites do IBGE e IMB, pelas suas excelências na captação e formulação de dados estatísticos, além de ser essas entidades as que reúnem os expoentes maiores de pesquisa em nível nacional e para o estado de Goiás, em questão. O banco de dados desta pesquisa está baseado nas informações econômicas de maior relevância e com dados disponíveis, nas informações relativas ao meio ambiente e infraestrutura, assim como nos dados sociais de cada município. Ressalta-se as limitações encontradas na coleta e formação deste banco de dados. Neste estudo, optou-se por homogeneizar os dados disponíveis das 246 cidades goianas, uma vez que, a maioria das mesmas são de pequeno porte, havendo insuficiência de informações socioeconômica. Sendo assim, os dados coletados foram classificados e filtrados conforme população censitária acima de 10.000 habitantes. 
A análise desses dados foi realizada estatisticamente, através da Modelagem de Equações Estruturais, utilizando-se os softwares Excel e SmartPLS, demonstrando as relações entre as variáveis do modelo estrutural e do modelo de mensuração, com o objetivo de atribuir valores às variáveis latentes (hipotéticas e não observáveis), com o propósito de relatar existência de correlação entre essas duas variáveis. Hair et al (2005) diz que a modelagem de equações estruturais é uma técnica que pode analisar várias relações por vez, ao contrário de técnicas multivariadas como regressão múltipla e análise fatorial; trata-se de dadosestruturados na organização de um conjunto de informações aleatórias que resultará em uma solução de problemas algorítmicos relacionados às estatísticas base desta análise.
A modelagem de equações estruturais com estimação por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM), nas áreas das ciências sociais e do comportamento, tem se mostrado como uma excelente possibilidade para a avaliação de relações entre constructos (ou fatores, componentes, variáveis latentes, variáveis não observadas, subescalas etc.), pois é robusta à falta de normalidade multivariada (GUIDE; KETOKIVI, 2015). A complexidade do modelo, a ausência de normalidade multivariada dos dados ou a necessidade de uso de constructos com variáveis formativas são algumas das razões para se justificar o uso do PLS-SEM.
	A aplicação desta ferramenta, tem como objetivo ressaltar a mensuração da relação entre os tipos de desenvolvimento e a sustentabilidade proposta neste estudo, onde as variáveis são amplas e diversas, devido aplicação realizada em todo o estado de Goiás.
4. ANÁLISE E RESULTADOS 
	Neste trabalho foi empregado a técnica de modelagem de equações estruturais PLS-PM – como descrito na seção 3.4 - para variáveis latentes. Hair et al (2005) classifica variáveis latentes em exógenas – que antecipa outros construtos – e endógenas, variáveis que dependem em pelo menos um relacionamento causal. 
	Neste estudo, as variáveis latentes foram designadas em: desenvolvimento ambiental, social e econômico e; as mensuráveis nos 15 (quinze) indicadores socioeconômicos utilizados para conceber o constructo do modelo proposto neste estudo. Hair et al (2005) recomenda sete passos para a utilização de um constructo com base na modelagem estrutural de equações: 
· 1- Desenvolvimento de um modelo teórico;
· 2- Construção de um diagrama de caminhos;
· 3- Conversão de um diagrama de caminhos de relações causais; 
· 4- Escolha do tipo de matriz de dados e estimação do modelo proposto; 
· 5- Avaliação da identificação do modelo; 
· 6- Avaliação dos critérios de qualidade; 
· 7- Interpretação e modificação do modelo, se teoricamente justificados. 
Este estudo utilizou todos os passos relacionados pelo autor para analisar a proposta da modelagem de equações estruturais. O passo 1 (um) e 2(dois) foram descritos no capítulo 2, onde foram apresentadas referências teóricas sobre a elaboração do modelo teórico e a relação do constructo do modelo de conformidade com discussões dos teóricos em estudos anteriores. Demais passos, apresentados neste capítulo.
Consoante a Hair et al (2005), a análise da Modelagem de Equações Estruturais (SEM) com o método Partial Least Squares (PLS), deve ter um tamanho mínimo de amostra e depende “de vários fatores, incluindo a complexidade do modelo e as comunalidades (variância média extraída entre itens) em cada fator” (HAIR et al, 2005). Para interpretação dos resultados gerados através da modelagem de equações estruturais com modelo de mensuração de mínimos quadrados parciais (PLS) com o uso do software SmartPLS 3.0, foi utilizada como base uma síntese apresentada em Ringle et al (2014), conforme Quadro 04.
Quadro 04 – Síntese dos ajustes do SEM no SmartPLS
	Indicador/Procedimento
	Propósito
	Valores Referencias/Critérios
	Referências
	Carga Fatorial
	Coeficiente do modelo de mensuração
	>0,50mínimo e >0,70 ideal mas
deve ser considerado juntamente com
a AVE para não haver prejuízo da
validade de conteúdo.
	HAIR et al (2009)
	AVE
	Validades Convergentes
	>0,50
	HENSELER; RINGLE e SINKOVICS (2009)
	Cargas Cruzadas
	Validade discriminante 
	Valores das cargas maiores nas VLs originais do que em outras 
	CHIN (1998)
	Confiabilidade Composta
	Confiabilidade do Modelo 
	CC > 0,70
	HAIR et al (2014) 
	GoF
	É um escore da qualidade global do modelo ajustado 
	 > 0,36 (adequado)
	 TENENHAUS et al (2005); WETZELS; ODEKERKENSCHRÖDER; OPPEN (2009)
Fonte: Adaptado de Ringle et al (2014, p. 72)
	
	Para Ringle et al (2014a; 2014b), ao se coletar dados para uso no SEM PLS deve-se a priori observar a boa qualidade do tamanho amostral por diversas razões e, nesse sentido, a quantidade mínima de amostras deve ser dobrada ou triplicada para evitar que dados de baixa qualidade prejudiquem a análise e os resultados.
	De acordo com Hair et al (2005, p.485), o correto seria testar uma modelo com 200 amostras como sendo o ‘tamanho amostral crítico’, contudo para este estudo, onde o estado de Goiás possui 246 municípios, onde a maioria possui uma população censitária abaixo de 10.000 habitantes, torna-se inviável a utilização da amostra compatível mínima de acordo com os autores acima, uma vez que, os pequenos municípios não disponibilizam ou não possuem dados concretos e necessários a este trabalho, o que caracterizou-se como maior dificuldade na coleta de dados do estudo.
	Isto posto, montou-se o banco de dados no software SmartPLS versão 3.0, para início das análises, somente com os municípios de população censitária igual ou acima de 10.000 habitantes, o que correspondeu a 92 municípios goianos. A figura 02, abaixo, expõe o início das análises através do modelo original de equações estruturais no ano 2012, apurado no algoritmo PLS.
Figura 04 – Modelo completo de equações estruturais – Ano 2012
	A Figura 04 demonstra as cargas fatoriais de cada indicador associado à sua variável latente. Em conformidade com Hair et. al (2009), o coeficiente do modelo de mensuração deve ter valor referencial mínimo de 0,5 e ideal acima de 0,7. Para melhor visualização, a tabela 03 exibe as cargas externas para cada variável do constructo no ano de 2012. 
Tabela 06 – Cargas fatoriais dos indicadores – modelo original
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	CRA
	0,651
	 
	 
	CRE
	0,749
	 
	 
	CRESG
	0,668
	 
	 
	ECP
	0,606
	 
	 
	EF
	 
	0,896
	
	EOM
	 
	-0,202
	 
	PIBPC
	 
	0,693
	 
	
	
	
	
	RP
	 
	0,760
	
	SBC
	 
	0,513
	 
	VNEF
	 
	0,203
	 
	EDU
	 
	 
	0,547
	IDMS
	 
	 
	0,688
	IDMSE
	 
	 
	-0,317
	RM
	 
	 
	0,599
	TCP
	 
	 
	0,055
	Devido ao pequeno tamanho amostral, optou-se em utilizar todas a variáveis que apresentassem o coeficiente mínimo ou superior a este, desconsiderando valores < 0,5; configurando descarte das variáveis de constructo: EOM, VNEF, IDMSE e TCP, consideradas insatisfatórias. Com o descarte dos indicadores de coeficientes ínfimos, a tabela dos IDS goianos para este trabalho também foi alterada, como segue:
Quadro 05 – Reformulação IDS para o estado de Goiás
	Dimensão Econômica
	Dimensão Ambiental
	Dimensão Social
	Saldo da Balança Comercial
	Cobertura da Rede de Esgoto
	Rendimento Médio
	PIB per capta
	Cobertura da Rede de Água Tratada
	Índice de Saúde
	Recursos Próprios
	Cobertura da Rede de Energia
	Índice de Educação
	
**
	Energia produzida por conta própria
	
**
	Empregos Formais
	**
	**
	**
	
**
	
**
Fonte: Elaborado a partir do banco de dados do Instituto Mauro Borges – 2020 e reelaborado com base nos descartes dos indicadores de coeficientes ínfimos.
Com base na nova tabela de IDS goianos, efetuou-se um novo cálculo no algoritmo PLS gerando um novo modelo para o ano de 2012. Os resultados são apresentados abaixo.
Figura 05 – Modelo ajustado de equações estruturais – Ano 2012
A Figura 05 apresenta modelo estrutural ajustado para o ano de 2012 calculado no algoritmo PLS, a partir das análises iniciais. A Tabela 02 apresenta as cargas fatoriais dos indicadores ou variáveis de primeira ordem, com valores acima de 0,5 (mínimo) determinando a validade do constructo modelo ano 2012 e eliminando a necessidade de retirada de outros indicadores do constructo. 
Tabela 07 – Cargas fatoriais dos indicadores – modelo ajustado Ano 2012
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	CRA
	0,667
	 
	 
	CRE
	0,722
	 
	 
	CRESG
	0,699
	 
	 
	ECP
	0,586
	 
	 
	EF
	 
	0,906
	 
	PIBPC
	 
	0,736
	 
	RP
	 
	0,722
	 
	SBC
	 
	0,514
	 
	EDU
	 
	 
	0,655
	IDMS
	 
	 
	0,752
	RM
	 
	 
	0,647
Com o modelo definido, (maioria dos indicadorescom carga fatorial acima de 0,65 – próximo ao ideal 0,70), a sequência deste estudo se deu com as análises da confiabilidade composta (CC) e de variância (AVE) do ano analisado.
Tabela 08 - Confiabilidade das variáveis e Variância – modelo ajustado Ano 2012
	 
	CC
	Variância Média Extraída (AVE)
	Desenvolvimento Ambiental
	0,765
	0,450
	Desenvolvimento Econômico
	0,817
	0,537
	Desenvolvimento Social
	0,727
	0,471
	Na tabela 08, as variáveis latentes apresentam CC acima 0,70. Henseler; Ringle e Sinkovics (2009) defendem o critério das validades convergentes acima de 0,5 (AVE). Contudo, neste estudo, os valores AVE para o Desenvolivemento Econômico foi de 0,537 e relativamente muito próximo a 0,5 para as VL do Desenvolvimento Ambiental e Desenvolvimeto Social. Como o valor AVE dessas duas VL estão diretamente ligadas ao CC que obteve valores acima do valor ideal de 0,7; este estudo optou por manter o constructo modelo por entender não haver prejuízo da validade de conteúdo, ou seja, o modelo consegue atingir seus objetivos.
	A sequência desta avaliação deu-se pela análise da existência ou não de multicolinearidade entre os componentes das VL. Assim sendo, foi empregado o fator de inflação de variância (FIV), disponível no softwar SmartPLS 3.0. Os resultados são demonstrados nas tabelas 09 e 10, abaixo.
	Tabela 09 – FIV por variável de primeira ordem – modelo ajustado Ano 2012
	INDICADOR
	FIV
	CRA
	1,387
	CRE
	1,388
	CRESG
	1,147
	ECP
	1,108
	EDU
	1,151
	EF
	2,192
	IDMS
	1,152
	PIBPC
	1,680
	RM
	1,029
	RP
	1,619
	SBC
	1,271
Tabela 10 – FIV por variável latente – modelo ajustado Ano 2012
	 
	
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	Desenvolvimento Ambiental
	
	-
	1,108
	1,000
	Desenvolvimento Econômico
	
	-
	-
	-
	Desenvolvimento Social
	
	-
	1,108
	 -
	
Valores de FIV, acima de 5, propostos por Hair et al (2005), são considerados como inadequados e/ou problemas a serem tratados no modelo. Os cálculos apresentados pelo software SmartPLS 3.0 para o FIV modelo ano 2012 são inferiores a 5, estando todas as VL menores que 1,2, justificando a inexistência de multicolinearidade e descartando-se novos ajustes no modelo.
	Não havendo necessidade de ajustes no modelo, de acordo com tabelas 07, 08, 09 e 10, seguiu-se análise do modelo através da validade discriminante das variáveis latentes do modelo ajustado ano 2012. A tabela 11, exibe resultado dos valores calculados.
Tabela 11 – Validade discriminante do modelo ajustado Ano 2012
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	Desenvolvimento Ambiental
	0,671
	-
	-
	Desenvolvimento Econômico
	0,603
	0,733
	-
	Desenvolvimento Social
	0,312
	0,529
	0,686
	Na Tabela 11, observa-se que as cargas fatoriais destacadas (em diagonal) são maiores que as cargas cruzadas (cargas “fora da diagonal”), confirmando a validade discriminante das variáveis do modelo ano 2012.
O SmartPLS 3.0 é um software que propões modelos de constructos reflexivos, no entanto, não fornece estatísticas gerais de ajuste. Para solucionar esse viés Tenenhaus et al (2005) propuseram calcular o Goodness of Fit – GoF como um índice de adequação para esse tipo de modelo de construto, assim, considerando a qualidade do modelo de medição, em termos da média de comunalidade (AVE) e qualidade estrutural do modelo, (média R2).
Em conformidade a Hair et al (2009, p. 567) a “qualidade de ajuste GoF indica quão bem o modelo especificado reproduz a similaridade entre as matrizes de covariância estimada e observada”. A fórmula apresentada por Tenenhaus et al (2005) para o cálculo do GoF é a seguinte: 
 							 Equação 1
Onde: R2 = coeficiente de determinação; Communality = AVE (validades convergentes) 
Para Ringle et al (2014), o GoF é basicamente “a média geométrica (raiz quadrada do produto de dois indicadores) entre o R2 médio (adequação do modelo estrutural) e a média ponderada das AVE (adequação do modelo de mensuração) ”. 
Tabela 12 – Valores para cálculo do GoF Ano 2012
	Variável Latente 
	
	R2
	Comunalidade (AVE)
	Nº de indicadores
	Desenvolvimento Ambiental
	
	-
	0,450
	4
	Desenvolvimento Econômico
	
	0,491
	0,537
	4
	Desenvolvimento Social
	
	0,097
	0,471
	3
	Médias
	
	0,294
	0,486
	 
	GoF2012 = 0,378
	
	
	
	
Aplicando-se a Equação 1, de acordo com os dados da Tabela 12 - Ano 2012, tem-se que GoF2012 = 0,378; arredondamento para 0,4. Considerando-se que o valor adequado para o GoF é de 0,36 e que valores maiores representam maior similaridade entre as matrizes de covariância estimada e observada, pode-se concluir que o modelo final proposto é adequado, ou seja, há uma similaridade de 40% entre o modelo teórico proposto e o modelo observado na amostra analisada.
Neste estudo optou-se pela análise de dois anos, não consecutivos, justamente para demonstrar as variações sofridas nas variáveis mensuráveis ao longo do tempo. Isto posto, o construto para o ano 2018 foi calculado no software SmartPLS versão 3.0 para mapear real desenvolvimento do estado de Goiás, seguindo a mesma sequência de cálculos apresentados para o ano 2012. Apresentados abaixo, os resultados e notas comparativas ao ano 2012 – ano base início deste estudo.
Figura 06 – Modelo ajustado de equações estruturais – Ano 2018
A Figura 06 apresenta modelo estrutural ajustado ano 2018 e apresenta as cargas fatoriais dos indicadores ou variáveis de primeira ordem, com valores acima de 0,5 (mínimo), com exceção do indicador do saldo da balança comercial com valor 0,486; que neste estudo foi considerado ~0,5 - por arredondamento - determinando a validade do construto modelo ano 2018 e eliminando a necessidade de retirada de outros indicadores do modelo. 
Tabela 13 – Cargas fatoriais dos indicadores – modelo ajustado Ano 2018
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	CRA
	0,696
	 
	 
	CRE
	0,768
	 
	 
	CRESG
	0,709
	 
	 
	ECP
	0,547
	 
	 
	EF
	 
	0,912
	 
	PIBPC
	 
	0,656
	 
	RP
	 
	0,739
	 
	SBC
	 
	0,486 (~0,500) 
	 
	EDU
	 
	 
	0,825
	IDMS
	 
	 
	0,514
	RM
	 
	 
	0,604
Com o modelo ano 2018 definido, (maioria dos indicadores com carga fatorial acima de 0,65 – próximo ao ideal 0,70), a sequência deste estudo se deu com as análises da confiabilidade composta (CC) e de variância (AVE) do ano analisado.
Tabela 14 - Confiabilidade das variáveis e Variância – modelo ajustado Ano 2018
	 
	CC
	Variância Média Extraída (AVE)
	Desenvolvimento Ambiental
	0,777
	0,469
	Desenvolvimento Econômico
	0,799
	0,511
	Desenvolvimento Social
	0,700
	0,437
Na tabela 14, as variáveis latentes apresentam CC acima 0,70. Assim como no modelo ano 2012, o modelo 2018 também apresenta valores AVE para o Desenvolivemento Econômico de 0,511 e relativamente muito próximo a 0,5 para as VL do Desenvolvimento Ambiental e Desenvolvimeto Social, também não havendo prejuízo da validade de conteúdo. Em todos as VL houve uma pequena queda nos valores calculados, indicando uma ínfima variação para menos em relação as variáveis mensuráveis correlacionadas as VL de desenvolvimento.
	Na sequencia foi empregado o fator de inflação de variância (FIV), disponível no softwar SmartPLS 3.0 no modelo 2018. Os resultados são demonstrados nas tabelas 15 e 16, abaixo.
Tabela 15 – FIV por variável de primeira ordem – modelo ajustado Ano 2018
	INDICADOR
	VIF
	CRA
	1,574
	CRE
	1,490
	CRESG
	1,211
	ECP
	1,063
	EDU
	1,144
	EF
	2,143
	IDMS
	1,152
	PIBPC
	1,526
	RM
	1,017
	RP
	1,449
	SBC
	1,168
Tabela 16 – FIV por variável latente – modelo ajustado Ano 2018
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	Desenvolvimento Ambiental
	 
	1,331
	1,000
	Desenvolvimento Econômico
	 
	 
	 
	Desenvolvimento Social
	 
	1,331
	 
Tabela 17 – Validade discriminante do modelo ajustado Ano 2018
	 
	Desenvolvimento Ambiental
	Desenvolvimento Econômico
	Desenvolvimento Social
	Desenvolvimento Ambiental
	0,685
	 
	 
	Desenvolvimento Econômico
	0,593
	0,715
	 
	Desenvolvimento

Continue navegando