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Proteção do Complexo Dentino-Pulpar O conjunto esmalte/dentina é a estrutura responsável pela proteção biológica da polpa. Ao mesmo tempo estes tecidos se protegem mutuamente. O esmalte é um tecido duro. - 12% de água + comp. Orgânico; - 88% de hidroxidohapatia – extremamente friável. * Resistente ao desgaste; * Impermeável; * Bom isolamento térmico. A dentina é um tecido. - 25% de água; - 30% fibras; - 45% de hidroxihapatita. * Possui resiliência; * Permeável; * Pouco resistente ao desgaste; * Boa condutora de eletricidade. Conceito: Matriz de colágeno mineralizada que permite o trânsito de fluidos e moléculas entre a polpa e esmalte através dos túbulos dentinários. Fase mineralizada do complexo dentina-polpa; Túbulos que contêm no seu interior os prolongamentos odontoblásticos (fluido dentinário). Dentina Peritubular Também chamada de intratubular; Dentina hipermineralizada com espessura variável (região, estímulos, idade); Túbulos dentinários aumentam em número e diâmetro desde a junção amelo-dentinária em direção à polpa. - Dentina primária; - Dentina secudária; - Dentina terciária; - Dentina hipermineralizada; - Dentina desmineralizada. Mais superficial; Produzida por: odontoblastos primários anes de apicogênese; Túbulos; - Bem organizados; - Regulares; - Paralelos entre si. Bem mais permeável. Produzida: - Por odontoblastos primários após a apicogênese; - Durante toda vida útil do dente; - Responsável pela diminuição da câmara pulpar. (Estímulo Fisiológico) Alimentação; Mudanças de temperatura, etc. Túbulos: - Mais tortuosos que a primária; - Densidade por área é menor que a primária. Estímulos patológicos; Produzidas: por odontoblastos secundários. - Só se produz diantes de uma agressão: RÁPIDA = reparadora; LENTA = reacional. É menos mineralizada e extremamente porosa; Pode apresentar células e vasos incluídos em sua matriz. Túbulos: poucos; mais tortuosos; mais desorganizados; densidade por área bem maior que na dentina secundária. Tecido Conjuntivo: Diferenciado; Ricamente inervado; Vascularizado; Responsável pela vitalidade do dente. Características: Produção e nutrição de dentina; Alertar qualquer injúria ao elemento dentário. Reação Defensiva: Injúria menor: formação dentina reacional; Injúria maior: reação inflamatória. Três mecanismos poderiam explicar: 1. A dentina contém terminações nervosas que respondem quando a dentina é estimulada. 2. Os odontoblastos funcionariam como receptores e estão associados a terminações nervosas da polpa. 3. A natureza tubular da dentina permite o movimento do líquido dentro dos túbulos. Quando o estímulo é aplicado (ar, água), o movimento é percebido pelas terminações nervosas livres da polpa, próximo à dentina. Teoria Hidrodinâmica – movimentação do fluido dentinário pressiona as terminações nervosas causando a sensação dolorosa. Portanto, quando for realizar algum procedimento de proteção do complexo dentinho-pulpar, tomar alguns cuidados: DENTINA PRIMÁRIA Refrigeração ar/água; Brocas novas; Brocas de baixa rotação ou curetas ao remover tecido cariado; Dentina não desidratada; Limpeza da cavidade; Isolamento absoluto. Sempre que um dente tenha necessidade de ser restaurado é necessário que a vitalidade pulpar seja preservada por meio de adequada proteção e cuidados relativos aos procedimentos clínicos. Idade do paciente; Condição pulpar; Volume da câmara pulpar; Profundidade da cavidade; Dentina secundária e esclerótica; Diâmetro dos túbulo; Características/sintomatologia; Tipo de injúria. - Materiais (até 0,5 mm) empregados na parede de fundo da cavidade; - Selar os túbulos dentinários; - Diminuir a permeabilidade dentinária; - Promover ação antibacteriana; - Isolamento químico. - Aplicação de materiais (1,0 mm) na parede de fundo da cavidade; - Promover isolamento térmico; - Promover isolamento elétrico; - Promover isolamento químico. - Irritações pulpares - Componentes irritantes do amálgama; - Stress térmico e mecânico; - Pressão durante a condensação; - Infiltração bacteriana (selamento marginal ineficiente). - Irritações pulpares - Monômeros não convertidos; - Stress – contração de polimerização; - Condicionamento ácido da dentina; - Toxicidade; - Infiltração bacteriana. Clínico Inspeção visual; Teste de vitalidade; Remanescente dentário; Pulpite reversível; Idade pulpar. Radiográfico Ausência de lesões periapicais; Continuidade da lâmina dura; Tamanho da lesão cariosa. Capeamento pulpar Capeamento pulpar direto Capeamento pulpar indireto - tratamento expectante; - curetagem pulpar; - pulpotomia. - Prevenir agressões químicas ou físicas do material restaurador ou procedimento; - Neutralizar meio ácido da polpa inflamada; - Prevenir infiltração; - Material que possua união química com o tecido dental. Analgésica; Anti-inflamatória; Isolante termoelétrico; Bactericida; Remineralizante; Vedamento marginal. Agentes de limpeza cavitária Aplicados após preparo cavitário; Reduz número de bactérias na dentina; Promove adequada limpeza do preparo cavitário. AGENTES DESMINERALIZANTES Ácido fosfórico; Ácido poliacrílico e EDTA. AGENTES NÃO-DESMINERALIZANTES Clorexidina a 2%; Solução de hidróxido de cálcio (PA) + água destilada; Flúor fosfato acidulado. Materiais Materiais não adesivos: - Vernizes; - Fluorestos; - MTA (agregado de trióxido mineral); - Hidróxido de cálcio; - Fosfato de zinco; - Óxido de zinco e eugenol. Materiais adesivos: - Ionômero de vidro; - Sistemas adesivos. Manipulado com água ou soro fisiológico (1:1); pH = 10,2 (inicial) e 12,5 (após 3 horas); Tempo de presa de 2 hrs e 45 min; Em unidade, torna-se um gel coloidal que sofre expansão. Biocompatível e antimicrobiano; Capacidade de formar hidroxiapatita quando em contato com soluções fisiológicas; Melhor vedamento (reduz infiltração) e menor deslocamento do material; Formação de ponte de dentina. Apresentação: Pó (hidróxido de cálcio pro nalyses – P.A.); Pasta; Cimento de hidróxido de cálcio. - Reação de presa química ou fotopolimerizável (cimento); - Baixa resistência mecânica e química (cimento); - Solubilidade alta; - Biocompatível; - Promove formação de dentina terciária (P.A.); - pH alcalino (em torno de 11). Hidróxido de cálcio pó (P.A.) é indutor de dentina reparadora (capaz de estimular a formação de dentina – ponte dentinária) devido ao seu alto pH (alcalino, em torno de 11-12). É capaz de estimular a diferenciação de células da polpa em odontoblastos e a consequente produção de dentina Manipulado com água ou soro fisiológico (1:1); pH = 10,2 (inicial) e 12,5 (após 3 horas); Tempo de presa de 2 hrs e 45 min; Em unidade, torna-se um gel coloidal que sofre expansão. Biocompatível e antimicrobiano; Capacidade de formar hidroxiapatita quando em contato com soluções fisiológicas; Melhor vedamento (reduz infiltração) e menor deslocamento do material; Formação de ponte de dentina. Manipulação – P.A. e lama de hidróxido de cálcio * Lama: aplica com uma bolinha de algodão sobre o local; * Pó: aplicar diretamente no local sobre a polpa exposta com o auxílio de um porta-amalgáma (somente para uso de hidróxido de cálcio. Propriedades: Isolante térmico semelhante à dentina; Eugenol inibe polimerização de resinas; Pode provocar manchas em dentina; pH neutro; Utilizado como restaurador provisório. É um procedimento em que a polpa quaseou mesmo exposta é coberta com material protetor que encoraja a sua cicatrização e o seu preparo previne sua injúria. Pode ser de dois tipos: - Capeamento direto; - Capeamento indireto. A polpa exposta é recoberta com um material biocompatível, numa tentativa de preservar a vitalidade. Indicações: - Pequenas exposições pulpares em que não há presença de cárie invadindo polpa; - Exposição pulpar acidental; ausência de alteração inflamatória na polpa. Lavagem da cavidade com água de cal; Secagem com bolinha de algodão ou papel absorvente; Aplicar hidróxido de cálcio P.A. com porta-amálgama; Aplicar cimento de hidróxido de cálcio com aplicador hidróxido de cálcio. Exposição por cárie: Capeamento direto de grandes exposições por cárie está fadado ao fracasso. Efeito citotóxico sobre os fibroblastos (diminui a viabilidade celular em todos os momentos); Melhor selamento marginal após capeamento direto, evitando penetração bacteriana e permitindo reparação tecidual; Convencionais e autocondicionantes: reação inflamatória severa e persistente. NECROSE PULPAR É um procedimento no qual um material protetor é colocado sobre uma camada de dentina restante livre de tecido cariado. Objetivo: proteger a polpa conta possível injúria. Indicações: - Presença de lesões cariosas profundas que não atingem a polpa após a remoção de tecido cariado, sem exposição pulpar. - Rasa: até 1 mm da junção amelo-dentinária. - Média: até metade da espessura de dentina; - Profunda: mais que a metade. Isolamento absoluto; Remoção de toda dentina cariada; Avaliação da cavidade: profunda, com fina camada de dentina; Aplicar cimento de hidróxido de cálcio; Confecção da restauração (base -materiais ionoméricos – e restauração). Resumindo... Cavidades rasas - Resina: adesivo + resina - Amálgama: flúor fosfato acidulado + amálgama. Cavidades médias - Resina: material ionomerico + adesivo + resina - Amálgama: material ionomerico + amálgama Cavidades profundas - Resina: cimento de Ca(OH)2 + material ionomerico + adesivo + resina - Amálgama: cimento de Ca(OH)2 + material ionomerico + amálgama Restauração / Amálgama Profundidade da cavidade irá determinar qual o tipo de proteção que deverá ser utilizado. Restauração / Resina Composta Relação HIDRÓXIDO DE CÁLCIO Solúvel; Aplicação somente no ponto mais fundo da cavidade. CIV Protege o hidróxido de cálcio; Adesão a estrutura dental na parede pulpar e circundantes. É um procedimento no qual um material protetor é colocado sobre uma fina camada de dentina com presença de tecido cariado que, se removida, irá expor a polpa. - Objetivo: estimular a aguardar reparação pulpar (formação de dentina terciária ou reparadora). Indicações: Cáries profundas; Risco de exposição pulpar. * Isolamento absoluto; * Remoção de tecido cariado (com curetas); * Se removido totalmente o tecido cariado, irá expor a polpa. - Manter a dentina cariada e recobrir com hidróxido de cálcio; - P.A. + cimento de hidróxido de cálcio. Restauração provisória (ionômero de vidro ou óxido de zinco e eugenol); Cavidade reaberta após 45 a 60 dias; Cavidade reavaliada (remoção de tecido cariado) restauração definitiva. Evidências, tanto in vivo quanto in situ, sugerem que a dentina remanescente pode ser remineralizada. Hidróxido de cálcio P.A. Aplicado diretamente na dentina cariada é o material mais biocompatível. É um procedimento na qual se remove parte do tecido pulpar inflamado, exposto por trauma ou acometido por cárie. Um material protetor é colocado sobre a polpa remanescente. Objetivo: estimular a reparação do tecido pulpar remanescente, com formação de ponte dentinária. É a remoção da polpa dental coronária viva infectada; Pode ser definida como a amputação cirúrgica da porção coronária de uma polpa viva exposta, preservando a vitalidade e função da porção radicular restante. Indicações: - Exposição pulpar por cárie em dentes decíduos e permanentes incompletamente formados; - Procedimento de emergência antes da execução do tratamento de canal; - Após trauma com fratura e exposição da polpa em dentes anteriores. Isolamento absoluto; Remoção do tecido cariado; Abertura coronária; Irrigação com Dakin; Remoção do teto da câmara pulpar; Remoção da polpa coronária até o nível cervical; Lavar com água de cal. * Hemostasia com bolinhas de algodão estéreis; * Colocação de corticosteroide (Otosporim) por 5 min; * Colocação de hidróxido de cálcio P.A. na entrada dos canais; * Colocação de cimento de hidróxido de cálcio; * Restauração provisória (60 a 90 dias) ou definitiva. Remoção parcial da polpa coronária. Remoção total da polpa coronária. Críticas - Possível obstrução e calcificação dos canais radiculares. - O selamento das cavidades restauradas impedindo a microinfiltração é de suma importância para o sucesso do procedimento.
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