REDAÇÃO - 001 - DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - ESTRUTURA DO TEXTO I

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DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
ESTRUTURA DO TEXTO 
REDAÇÃO - AULA 001/2ºANO 
ENSINO MÉDIO
A ESTRUTURA DO TEXTO 
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Das tantas coisas que falamos sobre o texto dissertativo-
argumentativo, precisamos ressaltar e deixar claro que: 
A escrita de um texto não é resultado de inspiração, mas, sim, 
de um intenso trabalho do pensamento (razão) e de um exímio 
planejamento, que envolve o domínio de dados e de 
mecanismos linguísticos para deixar a ideia legível e inteligível 
para o leitor.
A ESTRUTURA DO TEXTO 
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Um tex to d i s se r ta t i vo -a rgumentat i vo o rgan i za - se , 
primordialmente, a partir do mecanismo de contiguidade. 
Suas ideias devem progredir de forma organizada, dividindo, 
se possível, suas informações de modo cronológico. 
A ESTRUTURA DO TEXTO 
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Essa organização é feita de modo simples: tudo o que se diz em 
um texto, explica-se. Desse modo, entendemos que há a 
necessidade de as informações seguirem uma estratégia de 
progressão linear, que se realizará pela elaboração de um 
comentário específico para um tópico frasal, seguindo esse estilo 
de construção de parágrafo em parágrafo até a conclusão do 
texto. Vejamos o texto “Cuspir” de Alexandre Garcia.
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Ontem, na minha caminhada diária por uma rua ensombrada de Copacabana, o 
jovem que ía à minha frente cuspiu na calçada. Desviei para não pisar em cima. 
Faria tão mal para o solado de meus tênis, quanto me fez mal assistir àquela nojeira. 
Fiquei imaginando o que um civilizado, que viesse para a Olimpíada, faria ao ver 
aquilo. Na China, onde há o costume de cuspir, o governo fez uma grande 
campanha contra o mau hábito, que passou a ser punido com multa, para não 
causar má impressão aos visitantes dos jogos de 2008. Em 2012, nas Olimpíadas na 
Inglaterra, em muitos lugares cuspir no chão dá multa. Em Singapura, a lei contra o 
cuspe é rigorosa: é crime que dá multa altíssima; a repetição resulta em multa mais 
alta e trabalhos forçados na limpeza urbana e, por fim, mais reincidência dá cadeia. 
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Poucos exemplares do reino animal têm a capacidade de cuspir. A 
lhama, da região andina, é um desses animais. É preciso ter cuidado 
para não levar uma cuspidela. O camelo, da mesma família da lhama, 
também cospe, mas apenas para se livrar da saliva de gosto ruim. A 
lhama usa o cuspe para se defender, para atacar e para marcar 
território. Entre os primatas, já vi um chimpanzé no zoológico que enchia 
a boca de água para esguichar o líquido nos curiosos que põem o rosto 
muito próximo das grades de sua jaula. Entre os primatas, ultimamente, 
vi um deputado e um ator cuspirem como modo de expressão. 
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A diferença de expressão entre um primata símio e um do gênero humano é que numa 
discussão o humano usa a boca para articular palavras geradas no cérebro. O humano 
levou 40 mil anos para chegar ao estágio atual. A civilização e a palavra andam juntas. Os 
gregos, há 3 mil anos, se reuniam na praça - a ágora - para trocar idéias. Todos sabemos 
que numa discussão, só usamos adjetivos quando já não temos argumentos, quando 
acabam os substantivos para defender e sustentar nosso ponto-de-vista. Sem a substância 
dos substantivos, Aí, partimos para ofender, apenas, o nosso adversário - ou a mãe dele, o 
que mostra a nossa fraqueza. Os romanos antigos chamavam isso de ad hominem - quando 
já não temos argumentos para contrapor aos do nosso interlocutor, tratamos de destruir o 
autor dos argumentos mais fortes que os nossos. E quando já não temos mais nada, nem 
substantivos, nem adjetivos, nem ideias, deixamos de articular palavras para expelir o cuspe, 
confissão da nossa mais humilhante derrota. 
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Na Bíblia, cuspir no rosto de alguém é uma ofensa grave, punida com 
lepra. No Novo Testamento, Jesus levou cusparadas até a cruz. Na 
sabedoria popular, há a expressão “cuspiu no prato em que comeu”. 
Foi o caso de muitos dos nossos representantes, que comeram até se 
lambuzar, no transbordante prato de benesses com dinheiro público. 
Depois, insaciados, percebendo que se esgotaram as reservas que 
enchiam os pratos, cuspiram no prato já esvaziado de poder. A saliva 
gasta em palavras mentirosas ou em cusparadas simiescas ofende a 
razão, a lógica, a inteligência; e tira o respeito de seus pobres autores. 
A ESTRUTURA DO TEXTO 
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TESE/TÓPICO FRASAL: Fiquei imaginando o que um civilizado, que viesse 
para a Olimpíada, faria ao ver aquilo. 
COMENTÁRIO/EXPLICAÇÃO: Na China, onde há o costume de cuspir, o 
governo fez uma grande campanha contra o mau hábito, que passou a 
ser punido com multa, para não causar má impressão aos visitantes dos 
jogos de 2008. […] 
FECHAMENTO/ABERTURA PARA O PRÓXIMO TÓPICO: a repetição resulta 
em multa mais alta e trabalhos forçados na limpeza urbana e, por fim, 
mais reincidência dá cadeia.
A ESTRUTURA DO TEXTO 
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
TÓPICO FRASAL: Poucos exemplares do reino animal têm a capacidade 
de cuspir. 
COMENTÁRIO/EXPLICAÇÃO: A lhama, da região andina, é um desses 
animais. É preciso ter cuidado para não levar uma cuspidela. O camelo, 
da mesma família da lhama, também cospe, mas apenas para se livrar 
da saliva de gosto ruim […] 
CONCLUSÃO DESTE PARÁGRAFO E INTRODUÇÃO AO PRÓXIMO TÓPICO: 
Entre os primatas, ultimamente, vi um deputado e um ator cuspirem 
como modo de expressão. 
A ESTRUTURA DO TEXTO 
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TÓPICO FRASAL: A diferença de expressão entre um primata símio e um do 
gênero humano é que numa discussão o humano usa a boca para articular 
palavras geradas no cérebro. 
COMENTÁRIO/EXPLICAÇÃO: O humano levou 40 mil anos para chegar ao 
estágio atual. A civilização e a palavra andam juntas. Os gregos, há 3 mil anos, 
se reuniam na praça - a ágora - para trocar idéias. […] 
FECHAMENTO E INTRODUÇÃO DO PRÓXIMO TÓPICO FRASAL: E quando já não 
temos mais nada, nem substantivos, nem adjetivos, nem ideias, deixamos de 
articular palavras para expelir o cuspe, confissão da nossa mais humilhante 
derrota. 
A ESTRUTURA DO TEXTO 
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
TÓPICO FRASAL: Na Bíblia, cuspir no rosto de alguém é uma ofensa grave, 
punida com lepra. 
COMENTÁRIO/EXPLICAÇÃO: No Novo Testamento, Jesus levou cusparadas até a 
cruz. Na sabedoria popular, há a expressão “cuspiu no prato em que comeu”. 
[…] 
CONCLUSÃO: A saliva gasta em palavras mentirosas ou em cusparadas 
simiescas ofende a razão, a lógica, a inteligência; e tira o respeito de seus 
pobres autores. 
A ESTRUTURA DO TEXTO 
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TESE EXPLICAÇÃO / COMENTÁRIO FECHAMENTO E INTRO AO NOVO TÓPICO
TÓPICO FRASAL EXPLICAÇÃO / COMENTÁRIO FECHAMENTO E INTRO AO NOVO TÓPICO
TÓPICO FRASAL EXPLICAÇÃO / COMENTÁRIO FECHAMENTO E INTRO AO NOVO TÓPICO
TÓPICO FRASAL EXPLICAÇÃO / COMENTÁRIO CONCLUSÃO
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. São Paulo: Ática, 1986.