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10315-01-Constitucionalismo

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Curso Constitucional de A a Z – 27.01.2015 
Prof. João Mendes 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada  pelo  professor  em  sala.  Recomenda‐se  a  complementação  do  estudo  em  livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
1 
www.cursoenfase.com.br 
Sumário 
1.  Constitucionalismo Antigo .................................................................................... 4 
1.1  Influência Judaico‐Cristã ................................................................................... 4 
1.2  Influência da Grécia e de Roma ........................................................................ 5 
2.  Constitucionalismo Medieval – Pactos ................................................................. 6 
2.1  Principais Casos na Idade Média ....................................................................... 6 
2.2  Pactos ‐ Inglaterra (Era Moderna) .................................................................... 7 
2.3  Forais ou Cartas de Franquia (Europa) ............................................................. 8 
2.4  Contratos de Colonização ................................................................................. 9 
3.  Constitucionalismo Moderno ............................................................................... 9 
3.1  Constitucionalismo Americano ......................................................................... 9 
3.1.1  Indícios do Constitucionalismo Moderno ................................................... 9 
3.1.1.1  Contratos de Colonização .................................................................... 9 
3.1.1.2  Declaração de Direitos da Virgínia ..................................................... 10 
3.1.2  Crise com a Inglaterra ............................................................................... 10 
3.1.3  Declaração de Independência – 1776 ....................................................... 11 
3.1.4  Artigos da Confederação – 1781 ............................................................... 11 
3.1.5  Constituição dos EUA – 14/09/1787 ......................................................... 12 
3.1.6  Bill of Rights .............................................................................................. 12 
3.2  Constitucionalismo Francês ............................................................................ 12 
3.2.1  Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 ....................... 12 
3.2.2  Constituição Francesa de 03/09/1791 ...................................................... 13 
3.3  Acepções do Constitucionalismo Moderno .................................................... 14 
3.4  Aspecto Central do Constitucionalismo Moderno ......................................... 14 
3.5  Princípios Fundamentais do Constitucionalismo Moderno ............................ 14 
4.  Modelos de Constitucionalismo ......................................................................... 17 
4.1  Modelo Historicista ‐ Constitucionalismo Inglês ............................................ 17 
Curso Constitucional de A a Z – 27.01.2015 
Prof. João Mendes 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada  pelo  professor  em  sala.  Recomenda‐se  a  complementação  do  estudo  em  livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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4.2  Modelo Individualista ‐ Constitucionalismo Francês ...................................... 18 
4.3  Modelo Estadualista ‐ Constitucionalismo Americano ................................... 19 
5.  Síntese dos Modelos de Constitucionalismo ...................................................... 20 
5.1  Constitucionalismo Inglês ............................................................................... 20 
5.2  Constitucionalismo Francês ............................................................................ 20 
5.3  Constitucionalismo Americano ....................................................................... 20 
6.  Tipologia / Fases do Constitucionalismo ............................................................ 20 
6.1  Constitucionalismo Liberal .............................................................................. 20 
6.2  Constitucionalismo Social ............................................................................... 21 
6.3  Constitucionalismo Contemporâneo .............................................................. 21 
6.4  Constitucionalismo do Futuro ou do Porvir (José Roberto Dromi) ................ 22 
6.5  Constitucionalismo Internacional (ou globalizado) ........................................ 23 
7.  Constitucionalismo Termidoriano (Whig) .......................................................... 23 
8.  Neoconstitucionalismo ....................................................................................... 25 
8.1  Características segundo Luis Roberto Barroso ............................................... 27 
8.2  Características segundo Ana Paula de Barcellos ............................................ 27 
8.2.1  Características metodológico‐formais ...................................................... 27 
8.2.2  Características Materiais ........................................................................... 27 
8.3  Características Segundo Humberto Ávila ....................................................... 28 
8.4  Características Segundo Écio Duarte .............................................................. 28 
9.  Transconstitucionalismo ..................................................................................... 32 
10.  Interconstitucionalismo ...................................................................................... 34 
11.  Novo Constitucionalismo Democrático Latino‐Americano (Andino) ................. 35 
11.1  Ciclos de Desenvolvimento ............................................................................. 39 
11.2  Características ................................................................................................. 39 
11.3  Exemplos: ........................................................................................................ 41 
11.3.1  Venezuela: ............................................................................................... 41 
11.3.2  Bolívia ...................................................................................................... 42 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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11.3.3  Equador ................................................................................................... 42 
11.4  13. Questões de Concurso .............................................................................. 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Constitucional de A a Z – 27.01.2015 
Prof. João Mendes 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada  pelo  professor  em  sala.  Recomenda‐se  a  complementação  do  estudo  em  livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
4 
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Contatos: 
E‐mail: joaomendes@cursoenfase.com.br 
WhatsApp: (21) 98772‐3331 
 
Constitucionalismo 
O  constitucionalismo  está  contido  na  etapa  do  curso  intitulada  Teoria  da 
Constituição, que também envolve as classificações das constituições, as suas concepções, o 
poder constituinte, as normas constitucionais e o direito constitucional intertemporal. 
 
1. Constitucionalismo Antigo 
No Constitucionalismo Antigo não há uma Constituição escrita, dotada de hierarquia 
superiore com conteúdo político. O que há são elementos que  influenciam surgimento do 
Constitucionalismo Moderno. As influências são as seguintes: 
 
1.1  Influência Judaico‐Cristã 
A  influência  Judaico‐Cristã se manifesta através do  Imago Dei, na esteira do qual o 
homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Por conta disto, o homem é o ápice da 
Criação Divina e, sendo assim, o homem é detentor de uma dignidade própria que o torna 
merecedor  de  um  tratamento  respeitoso.  Daí  surgem  alguns  valores  máximos  do 
cristianismo,  v.g.,  "amar  ao  próximo  como  a  si mesmo",  "perante  o  Criador,  todas  as 
pessoas são iguais". 
Essa  ideia  de  igualdade  e  de  respeito  ao  ser  humano  são  valores morais  que  se 
extraem  do  Cristianismo  e  que  influenciaram  o  surgimento  dos  Direitos  Humanos  e  do 
Constitucionalismo Moderno. 
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ministrada  pelo  professor  em  sala.  Recomenda‐se  a  complementação  do  estudo  em  livros 
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Além disso, outro aspecto que exsurge especialmente da história do povo judeu é o 
Controle de Compatibilidade Bíblica dos Atos do Governo por Profetas. 
Neste sentido, no povo de  Israel (período do velho testamento), se o Rei praticasse 
algum ato contrário as leis de Moisés, haveria uma pessoa divinamente inspirada (o Profeta) 
para mostrar ao Rei e ao povo que aquele ato era contrário as leis divinas. Verifica‐se, assim, 
que havia três elementos, quais sejam o governo, o profeta (pessoa estranha ao governo) e 
uma lei (divina) superior (acima do governo e do profeta). 
A esse propósito, Karl Loewenstein assevera que estas são as raízes do que hoje se 
conhece por controle de constitucionalidade. 
 
1.2  Influência da Grécia e de Roma 
Na Grécia há a  ideia de Democracia Ateniense  (Democracia Direta),  i.e., de que o 
homem não necessariamente deveria ser governado por forças da natureza ou por Deuses, 
visto que teria a capacidade de governar a si mesmo. 
Ademais,  na  Filosofia,  notadamente  os  Sofistas,  defendem  a  relatividade  da 
verdade, o que acaba valorizando o indivíduo, haja vista a verdade do indivíduo. Defendem, 
assim,o  subjetivismo,  o  ponto  de  vista  alheio,  a  contra‐argumentação.  Esses  principais 
aspectos são relevantes para a Democracia, porquanto um dos elementos da Democracia é o 
respeito à diferença. 
Dentre os Sofistas, Protágoras eterniza a dignidade humana com a célebre frase: “O 
homem é a medida de  todas as  coisas, das que  são, enquanto  são, e das que não  são, 
enquanto não são”. Ou seja, o homem é o centro de  todas as coisas, o ser ou não ser se 
define pelo homem. 
Esta  ideia de que o homem é a medida de  todas as  coisas  será,  inclusive, a pedra 
fundamental do iluminismo, séculos mais tarde. 
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Em Roma, por sua vez, há a Lex Regia(Lei Real) –  instituto do Direito Romano para 
limitar  o  poder  do  imperador,  que  recebia  seu  poder  do  povo  romano.  Há  também  a 
Constitutio:  termo  utilizado  para  designar  lei  feita  pelo  Imperador  no  Baixo  Império 
Romano. Os Interditos, por seu turno, são a proteção de direitos individuais contra o arbítrio 
do Estado. 
Diga‐se, ademais, que a cultura ocidental  tem como sustentáculo, na sua  formação 
histórica,  o  Cristianismo,  a  Filosofia  Grega  e  o  Direito  e  Filosofia  Romana.E  o 
constitucionalismo estudado é, basicamente, um constitucionalismo ocidental. 
 
2. Constitucionalismo Medieval – Pactos 
Pactos são acordos entre Rei e os Nobres, em que estes apóiam o Rei (apoio bélico, 
recursos humanos, financeiros), e o Rei reconhece aos Nobres um conjunto de direitos, que 
limitavam o poder do Rei e que ficavam manifestados em algum documento escrito. Esta é, 
inclusive, a ideia central do Constitucionalismo Moderno. 
Mas,  sobreleva  registrar,  que,  na  prática,  estes  direitos  não  são  estendidos  para 
todos os súditos, ficando adstritos à Nobreza e ao Clero. Por conta disto, há quem entenda 
que se tratavam, na verdade, de privilégios estamentais, i.e., de uma categoria específica. 
O exemplo mais importante é a Magna Carta Libertatum: 
 
2.1  Principais Casos na Idade Média 
 Magna  Carta  Libertatum  –  1215  (Magna  Carta  Libertatum  seu  Concordiaminter 
regem  Johannenatbarones  pro  concessione  libertatumecclesiae  et  regniangliae  – 
Grande  Carta  das  liberdades,  ou  Concórdia  entre  o  Rei  João  e  os  Barões  para  a 
outorga das liberdades da Igreja e do rei Inglês).  
Foi um pacto celebrado entre o Rei João sem Terra e os Barões Ingleses. Nesta senda, 
o  Rei  João  sem  Terra  estava  em  guerra  contra  a  França  e  não  contava  com  o  apoio  dos 
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Barões  Ingleses, em  face do aumento abusivo da  tributação. Assim, para obter de volta o 
apoio  da  Nobreza,  o  Rei  acabou  cedendo  e  reconhecendo  que  a  Nobreza  tinha  alguns 
direitos  e  que  ele  deveria  os  respeitar.  Estes  direitos  ficaram  escritos  na Magna  Carta 
Libertatum. 
O fato de a Magna Carta ter sido escrita, originalmente, em latim, e não em inglês, foi 
para afastar o povo do seu teor. 
Mas,  em  que  pese  a Magna  Carta  conter  direitos  restritos,  ela  gerou  um marco 
fundamental,  não  só  na  história  da  Inglaterra,  mas  também  na  evolução  do 
Constitucionalismo  Mundial.  Tanto  é  verdade  que  vários  princípios  da  Magna  Carta 
continuam  em  vigor  até  hoje  na  Inglaterra.  E  mais,  vários  princípios  da  Magna  Carta 
influenciaram  o Direito  como  um  todo,  v.g.,  "ninguém  poderia  ser  processado  e  julgado, 
senão  de  acordo  com  a  lei  da  terra"  (The  Law  of  The  Land). Outro  importante  princípio 
constante da Magna Carta é que ninguém podia ser punido, senão na medida da gravidade 
da  infração, ou seja, configura a  ideia de proporcionalidade entre a  infração praticada e a 
pena imposta. 
Deve‐se  frisar  que  o  principal motivador  da Magna  Carta  foi  o  princípio  do  "No 
Taxation Without  Representation",  i.e.,  não  há  tributação  sem  representação.  Ou  seja, 
nenhum tributo poderia ser instituído sem a anterior aprovação dos representantes. 
Outros exemplos, além da Magna Carta: 
 Bula de Ouro da Hungria – documento firmado por Afonso IX, em 1188. 
 Privilegio General – outorgado por Pedro III, em 1283. 
 Privilégios da União Aragonesa – 1286. 
 
2.2  Pactos ‐ Inglaterra (Era Moderna) 
 Petition  of Rights  –  1628: Rei  não  poderia  criar  impostos,  convocar  o  exército  ou 
prender pessoas sem o prévio consentimento parlamentar. 
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 Habeas  Corpus  Act  –  1679:  protege  o  indivíduo  contra  prisões  arbitrárias  dos 
monarcas. 
 Bill  of  Rights  –  1689:  consagra  a  soberania  do  Parlamento  (Monarquia 
Parlamentarista ou Constitucional),  a  liberdadeindividual e  a propriedade privada, 
dentre outros direitos. 
Nesse  rumo, aBill of Rights estendeu para  todo povo vários direitos que na Magna 
Carta ficavam adstritos aos Barões. 
Ademais,  a  Bill  of  Rights  é  tão  importante  que  a  própria  nomenclatura  hoje  é 
universalizada  (no  português  significa  declaração  de  direitos).  Nesse  sentido,  é  possível 
afirmar que a CF/88, no seu art.5º, possui uma Bill of Rights, i.e., um catálogo de direitos. 
 Act  of  Settlement  –  1701:  garantia  da  independência  do  judiciário,  através  da 
inamovibilidade e da irredutibilidade salarial dos magistrados. 
Além destes fenômenos denominados pactos, há os Forais ou Cartas de Franquia: 
 
2.3  Forais ou Cartas de Franquia (Europa) 
As Cartas de "Franquia" (ou "foros", na Espanha), obtidas pelos burgueses, a partir do 
século XI, através das quais  se extinguiam as  servidões  feudais  (no plano  individual), e  se 
especificavam  as  liberdades,  garantias  e  privilégios  das  cidades  ("comunas"),  conferindo 
autonomia política e administrativa. 
As  cidades  eram  os  Burgos,  com  finalidade  comercial,  surgindo  daí  o  termo 
"burguesia".  Os  Burgos,  ao  receberem  uma  Carta  de  Franquia,  recebiam,  na  verdade, 
autonomia em  relação ao  Feudo.Portanto, Cartas de  Franquia  são  formas de proteção da 
liberdade. 
Os principais aspectos das Cartas de Franquia são os seguintes: 
 Garantia de Direitos Individuais. 
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 Permissão  de  participação  dos  indivíduos  no  governo  (diferença  em  relação  aos 
Pactos). 
 
2.4  Contratos de Colonização 
Acordos celebrados pelos colonizadores da América do Norte para garantia de suas 
liberdades e o governo. 
Vide adiante. 
 
3. Constitucionalismo Moderno 
3.1  Constitucionalismo Americano 
3.1.1 Indícios do Constitucionalismo Moderno 
Indícios do Constitucionalismo Moderno são  fatos que contribuíram para se chegar 
ao Constitucionalismo Moderno. 
 
3.1.1.1  Contratos de Colonização 
Não são ainda uma Constituição, mas antevêem o fenômeno constitucional. Cuida‐se 
da  formação  de  um  documento  escrito  que  estabelece  regras  fundamentais  para 
determinada sociedade política. Dois exemplos são: 
 Compact  of Mayflower  –  1620:  ato  compromissório  do  período  colonial,  entre os 
imigrantes  ingleses  ("puritanos")  que  viajaram  a  bordo  do  navio  Mayflower  e 
fundaram a colônia de Plymouth em terras americanas. 
 Fundamental Ordersof Connecticut – 1639: considerada por alguns como a primeira 
Constituição escrita na América do Norte. Tem forte influência puritana e estabelece 
regras  de  associação  e  convivência  para  o  bem  estar  comum  e  um  corpo  de 
representantes. 
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3.1.1.2  Declaração de Direitos da Virgínia 
A  "The  Virginia  Declaration  of  Rights,  adopted  by  the  Virginia  Constitutional 
Convention on June 12, 1776" éconsiderada a primeira Declaração Moderna de Direitos. 
Deve‐se notar que ela é anterior a própria Declaração de Independência dos EUA (04 
de julho de 1776). 
 
3.1.2 Crise com a Inglaterra 
 
A imagem se refere a Revolta do Chá, elemento de comércio importante das colônias 
e que gerava bastante riqueza. 
Com efeito, a Inglaterra aumentou a carga tributária sobre as Colônias, e, por conta 
disto,  os  colonos  se  revoltaram  contra  a  Metrópole,  alegando  "No  Taxation  Without 
Representation", i.e., não havia representante das Colônias no parlamento Inglês, logo, não 
poderia ser aumentada a carga tributária sobre as colônias. 
Essa  situação,  que  tem  como  ápice  a  Revolta  do  Chá,  precipitou  o  processo  de 
independência das 13 colônias. 
Vale  referir  que  a  colonização  portuguesa  e  espanhola  é  chamada  colonização 
exploração, ao passo que a colonização inglesa é chamada de colonização de povoamento. 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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Perceba que a  Inglaterra estava em uma crise  interna, entre a Nobreza e o Rei, de 
modo que as suas colônias eram deixadas relativamente de lado, soltas. 
Quando a crise interna se resolveu, por meio de um processo interno de pacificação, 
a Inglaterra voltou seus olhares para as colônias e resolveu explorá‐las melhor. 
Ademais, registre‐se que Portugal e Espanha eram mais ricos porque eram potências 
navais e exploravam suas colônias. 
Mas, enfim, a crise com a Inglaterra levou a Declaração de Independência, de 1776. 
 
3.1.3 Declaração de Independência – 1776  
Trata‐se do  famoso 04 de  julho de 1776:  In  congress,  July 4, 1776,  the unanimous 
Declaration of the thirteen united States of America. Vale registrar que a expressão "united" 
não está com a letra "U" em maiúsculo porque a ideia era que cada um dos 13 Estados seria 
independente e soberano. 
 
 
3.1.4 Artigos da Confederação – 1781 
Os  artigos  aprovados  em  1777,  e  ratificados  em  1781,  promovem  a  união  dos  13 
Estados  (antigas  colônias),  formando  uma  Confederação  (Estados  membros  continuam 
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soberanos, com capacidade de autogoverno, em  tempos de guerra e urgências). Assim, os 
artigos tratam de questões comuns aos 13 Estados soberanos. 
 
3.1.5 Constituição dos EUA – 14/09/1787  
É considerada a 1ª Constituição Moderna. No entanto, não se deve olvidar que a 1ª 
Declaração Moderna é a Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776. 
Com a Constituição, os 13 Estados permanecem com autonomia política, porém, sem 
soberania, visto que há um governo central que é a União. 
Esta Constituição  trata basicamente da organização política do Estado, e NÃO  traz 
uma declaração de direitos. Esta ausência foi resolvida 2 anos após, através do conjunto das 
10 primeiras emendas à Constituição: 
 
3.1.6 Bill of Rights 
Conjunto  das  10  primeiras  emendas  à  Constituição,  aprovadas  em  25/09/1789  e 
ratificadas em 15/12/1791.Cada emenda traz um pequeno conjunto de direitos individuais. 
Diferentemente do Brasil, as Emendas nos EUA somente entram em vigor depois de 
serem ratificadas pelos Estados Membros. Ademais, cumpre destacar que foram elaboradas, 
posteriormente, outras emendas tratando de direitos individuais. 
 
3.2  Constitucionalismo Francês 
3.2.1 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789  
É de assinalar que é o mesmo momento histórico da Constituição dos EUA e da Bill of 
Rights. 
O artigo 16 da Declaração revela o espírito dessa fase inicial do constitucionalismo: 
 
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doutrinários e na jurisprudênciados Tribunais. 
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Article  16  –  Anysociety  in  which  no  provisionismade  for  guaranteeingrightsor  for 
theseparationofpowers, has no Constitution. 
Ou  seja,  para  os  franceses,  só  há  Constituição  se  houver  pelo  menos  uma 
Declaração de Direitos e a Separação de Poderes. 
 
3.2.2 Constituição Francesa de 03/09/1791 
Apresenta como preâmbulo a Declaração de 1789. 
Conclui‐se,  assim,  que  os  Estados  Unidos  primeiro  fizeram  a  Constituição  para, 
posteriormente,  através  das  10  Emendas,  acrescentarem  direitos,  ao  passo  que  a  França 
primeiro fez uma Declaração de Direitos para depois fazer uma Constituição.  
Por conta disto, na França o que é perene é a Declaração de Direitos, enquanto nos 
EUA é a Constituição (que permanece em vigor até hoje).  
 
Questão de prova: 
CESPE / PGE – CE / Procurador do Estado 
Questão 12  ‐ Quanto à evolução das  constituições, aos  tipos possíveis e ao 
sentido que alcançam na atualidade, julgue os itens a seguir. 
II  A  constituição  é  documento  que  possui  natureza  política  e  que,  na 
concepção original do século XVIII, deveria, necessariamente, acolher a teoria 
da separação de poderes e declarar os direitos dos cidadãos frente ao Estado. 
(CERTO) 
Apesar de o  item não  falar explicitamente na Declaração Francesa, a referência é a 
ela, notadamente no art.16, acima colacionado. 
Por  fim,  impende  mencionar  que,  tanto  nos  EUA  quanto  na  França,  o 
constitucionalismo  se desenvolve  como uma  reação à opressão, a despeito dos  contextos 
fáticos  serem  distintos. Nos  EUA  as  13  colônias  respondem  a  opressão  da metrópole.  A 
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França, por sua vez, já era um Estado soberano, mas regido por uma Monarquia Absolutista, 
que massacrava o povo. Por conta disso, o povo  responde a esta opressão da Monarquia, 
levando  a  ruptura  da Monarquia  com  o  consequente  estabelecimento  de  um  Estado  de 
Direito. 
Assim,  a  intenção dos EUA e da  França era estabelecer um  Estado  cujos poderes 
eram limitados em favor do homem. 
 
3.3  Acepções do Constitucionalismo Moderno 
 1ª.  Constitucionalismo  como  Movimento  político‐social:  limitação  do  poder 
arbitrário, com a finalidade de proteger direitos individuais. 
 2ª. Constitucionalismo como Imposição de Cartas Constitucionais escritas. 
A  primeira  Constituição Moderna  é  a  Americana  e,  a  partir  dela,  é  que  surge  o 
fenômeno Constituição Escrita. 
 3ª. Constitucionalismo como Indicação dos propósitos da sociedade. 
 4ª. Constitucionalismo como Evolução histórico‐constitucional do Estado. 
 
3.4  Aspecto Central do Constitucionalismo Moderno 
Segundo  Canotilho,  é  técnica  específica  de  limitação  do  poder  com  fins 
garantísticos(foco na liberdade do indivíduo). 
Nesse  sentido,  Constituição  Moderna  é  a  ordenação  sistemática  e  racional  da 
comunidade política através de um documento escrito no qual se declaram as liberdades e 
os direitos e se fixam os limites do poder político. 
 
3.5  Princípios Fundamentais do Constitucionalismo Moderno 
 Supremacia da Constituição: a constituição é superior a todas as outras normas; 
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 Efetividade das Normas Constitucionais (princípio contrário às Teses do Grau Zero da 
Eficácia Constitutiva do Direito Constitucional): é a busca da aplicabilidade concreta 
das normas Constitucionais; 
 Função  Promocional  das  Constituições  Modernas:  as  Constituições  Modernas 
estabelecem um modelo de ser; 
 Soberania popular: o povo é o titular do poder; 
 Direitos fundamentais: deve‐se ressaltar, no entanto, que esta expressão começou a 
ser utilizada apenas há aproximadamente 10 anos. Na época se falava em direitos do 
homem ou direitos individuais. 
 Postulado de governo limitado, do que deriva: 
o Princípio da separação de poderes: este princípio é entendido como limitação 
porque se trata de um Poder com funções exercidas por órgãos distintos, ou 
seja, a separação do Poder importa uma divisão funcional do poder. Objetiva 
evitar a concentração nas mãos de uma única pessoa. 
o Princípio da independência do judiciário 
o Responsabilidade  dos  governantes:  é  oposição  à  ideia  da  Monarquia 
Absolutista (teoria da irresponsabilidade ‐ "The King can do no wrong").  
Curiosidade: a 1ª Constituição brasileira (1824) consagrou uma Monarquia e 
aduziu  que  o  Imperador  era  inviolável,  não  podendo  ser  responsabilizado, 
indo de encontro ao que o Constitucionalismo Moderno estava propugnando 
na época. 
 O  Federalismo  (adotado  nos  EUA)  pode  ser  considerado  mecanismo  de  divisão 
espacial do poder, com poder central e poderes locais, evitando a concentração. 
Ou  seja,  tanto na separação de poderes  (divisão  funcional) quanto no  federalismo 
(divisão  geográfica/espacial)  há  uma  divisão  do  poder  com  a  finalidade  de  evitar  a 
concentração do poder. 
 
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Questões: 
CESPE ‐ 2013 ‐ TJ‐DF ‐ Analista Judiciário ‐ Oficial de Justiça Avaliador 
Em relação ao direito constitucional, julgue os itens a seguir. 
A supremacia da Constituição e a missão atribuída ao Poder Judiciário na sua 
defesa  têm  papel  de  destaque  no  sistema  geral  de  freios  e  contrapesos 
concebido pelo constitucionalismo moderno como forma de conter o poder.  
Certo 
CESPE ‐ 2012 ‐ DPE‐ES ‐ Defensor Público 
Em relação ao conceito de supremacia constitucional e de constitucionalismo, 
julgue os itens seguintes. 
Na perspectiva moderna, o conceito de constitucionalismo abrange, em  sua 
essência,  a  limitação  do  poder  político  e  a  proteção  dos  direitos 
fundamentais. 
Certo 
 
CESPE ‐ 2012 ‐ PC‐AL ‐ Delegado de Polícia 
No que se refere a aspectos históricos do direito constitucional,
julgue o item 
a seguir. 
O  constitucionalismo  moderno  surgiu  no  século  XVIII,  trazendo  novos 
conceitos e práticas constitucionais, como a separação de poderes, os direitos 
individuais e a supremacia constitucional. 
Certo 
 
Vunesp – Juiz – TJ/MT ‐ 2009 
Movimento  político  social  e  cultural  que,  sobretudo  a  partir  de meados  do 
século  XVIII,  questiona nos  planos político,  filosófico  e  jurídico  os  esquemas 
tradicionais de domínio político, sugerindo, ao mesmo  tempo, a  invenção de 
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uma  nova  forma  de  ordenação  e  fundamentação  do  poder  político.  Esta 
definição, formulada por J. J. Gomes Canotilho, designa: 
a) o poder constituinte. 
b) o constitucionalismo moderno. 
c) o constitucionalismo antigo. 
d) a democracia. 
e) a autocracia. 
Resp.: b 
 
2014 / CEPERJ / Rioprevidência / Especialista em Previdência Social 
A  expressãoconstitucionalismo,  como  apontam  os  juristas,  é  de  origem 
recente  e  traduz  o  resultado  dos  movimentos  contrários  a  determinados 
modelos  de  governo  que  foram  predominantes  em  denominada  quadra 
histórica. Nessa trilha, o constitucionalismo traduz:  
a) centralização de governo 
b) limitação do poder  
c) vitória do proletariado 
d) democracia socialista 
e) governo das elites  
Resp.: B 
 
4. Modelos de Constitucionalismo 
4.1  Modelo Historicista ‐ Constitucionalismo Inglês 
Modelo em que não há a fixação de um texto constitucional único marcado por uma 
data, v.g., Petition of Rights, Habeas Corpus Act, Bill of Rights, Act of Settlement, etc. 
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Portanto,  o  constitucionalismo  inglês  é  marcado  não  por  um  único  documento 
escrito, mas, sim, por vários documentos elaborados ao longo da sua históriae também por 
costumes de natureza constitucional que não foram escritos. 
Nesse modelo, o binômio fundamental é a Liberdade e a Propriedade.  
Esses dois direitos são a força motriz que leva, por exemplo, os puritanos a saírem da 
Inglaterra para colonizar o novo mundo. 
Além disso, os direitos são entendidos,  inicialmente, como privilégios estamentais, 
uma vez que não foram dados para todos os súditos, mas, sim, para a Nobreza. 
Ademais, há a regulação por meio de Contratos de Domínio(exemplo, Magna Carta). 
Por fim, no modelo inglês, fixa‐se a soberania do Parlamento. (esse modelo surgiu no 
final do séc. XVII e início do séc. XVIII). 
 
4.2  Modelo Individualista ‐ Constitucionalismo Francês 
 Formado por uma Ruptura Revolucionária:  
É  formado  por  uma  Ruptura  Revolucionária  (Revolução  Francesa)  com  o  Antigo 
Regime (modelo de Monarquia Absolutista, com amplos privilégios para uma aristocracia, e 
o povo ‐ 3º estado‐ era relegado a sua própria sorte). 
 Fundamentado nos Direitos Naturais dos Indivíduos; 
 Noção de Contrato Social 
Os homens nascem no estado de natureza e de  liberdade natural, mas, em prol de 
uma finalidade comum de proteção, estes homens livres concordam em viver dentro de uma 
sociedade, estabelecendo‐se, para tanto, um contrato social em que a pessoa abre mão da 
sua liberdade individual para viver uma liberdade coletiva. 
 Ideia de Poder Constituinte como poder originário da Nação; 
 Assembleia Constituinte Francesa. 
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4.3  Modelo Estadualista ‐ Constitucionalismo Americano 
 Desconfiança no Legislador tirano (parlamento inglês). 
As colônias inglesas, inicialmente, viviam um grau relativo de liberdade em relação a 
metrópole.  Enquanto  a  Inglaterra  vivia  uma  crise  interna,  as  colônias  gozavam  dessa 
liberdade relativa. Quando a crise da  Inglaterra se resolve e o parlamento  inglês adquire a 
força dominante, o parlamento  resolve elaborar  leis  impondo maior  carga  tributária para 
enriquecer a metrópole. 
 Democracia Dualista (Bruce Ackerman) 
o Momentos Constitucionais: Decisões do Povo (Poder Constituinte). São raras. 
Fórmula do Preâmbulo: We The People (nós o povo) 
We the People of the United States, in Order to form a more perfect Union, establish 
Justice,  insure domestic Tranquility, provide  for  the  common defence, promote  the 
general Welfare, and secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity, do 
ordain and establish this Constitution for the United States of America. 
o Decisões de Governo. São as mais frequentes. 
 Constituição como Higher Law e Paramount Law 
 Estabelecimento do Judicial Review(controle judicial de constitucionalidade) 
 Formulação do Sistema Checksand Balances(Inexistência de um poder absoluto) 
 Filosofia  Garantística  da  Constituição  (visa  a  garantir  um  governo  que  existe  em 
função do indivíduo) 
 Federalismo (divisão espacial onde há poderes centrais e locais) 
 Convenção  de  Filadélfia:  presidida,  por  eleição  unânime,  pelo  General  George 
Washington 
Impende  ressaltar que aqui  também o modelo americano  se diferencia do  francês, 
uma  vez  que  na  França  a  assembleia  constituinte  é  composta  por  representantes  eleitos 
pelo povo. 
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A Convenção de  Filadélfia, por  sua parte, não era de  indivíduos eleitos pelo povo, 
mas, sim, de indivíduos escolhidos pelos Estados como representantes dos Estados. Todavia, 
em  face  disto,  eles  se  depararam  com  um  problema  teórico,  qual  seja:  não  eram 
representantes eleitos pelo povo. A solução foi afirmar que eles não eram eleitos pelo povo 
pois eles eram o povo, do que surge a fórmula do preâmbulo: “we the people”. 
 
5. Síntese dos Modelos de Constitucionalismo 
5.1  Constitucionalismo Inglês 
 Revelar a Norma; 
 Desconfiança perante um poder constituinte, i.e., não há um poder constituinte que 
elabora uma constituição, visto que ela é elaborada ao longo da história. 
 
5.2  Constitucionalismo Francês 
 Criar a Norma; 
 Poder Constituinte como fórmula fractal1 e projectante (expressões de Canotilho). 
 
5.3  Constitucionalismo Americano 
 Dizer a Norma; 
 Poder constituinte e criação de um corpo de normas superiores e invioláveis. 
 
6. Tipologia / Fases do Constitucionalismo 
6.1  Constitucionalismo Liberal 
Fase Inicial – predomínio da concepção individual. 
                                                       
1 Fratura, ruptura, revolução;  
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6.2  Constitucionalismo Social 
Caracteriza‐se pelo Intervencionismo Estatal para limitar o Poder Econômico. Assim, 
o  Estado  limita  o  poder  econômico  promovendo  a  igualdade  prevendo  e  promovendo 
Direitos Sociais. Surge, então, o Estado Social de Direito. 
Comparações entre o Constitucionalismo Social e Constitucionalismo Liberal: 
Constitucionalismo  Social:  há  a  intervenção  do  Estado  na  sociedade;  fala‐se  na 
limitação do poder econômico, em direitos sociais e em Estado Social de Direito. 
Exemplos: 
o Constituição do México – 1917  
o Constituição de Weimar – 1919 
o Constituição Brasileira ‐ 1934 
Constitucionalismo  Liberal:  há  o  absenteísmo  Estatal  (Estado mínimo);  fala‐se  na 
limitação do poder político, em direitos individuais e em Estado Liberal de Direito. 
 
6.3  Constitucionalismo Contemporâneo 
 Constituições amplas e analíticas (p. ex. CF/88); 
 “Totalitarismo Constitucional”; 
Totalitarismo Estatal significa "tudo pelo Estado, nada contra o Estado e nada fora do 
Estado"  (Mussolini).Assim,  esta  ideia  trazida  para  a  Constituição  significa:  "tudo  pela 
Constituição,  nada  contra  a Constituição  e  nada  fora  da Constituição".  Por  isso  ela  é  tão 
detalhista. Há quem chame de ubiquidade constitucional. 
 Previsão de temas acessórios, supérfluose pormenores. 
Exemplo na CF/88: 
Art.242, § 2º ‐ O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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órbita federal. 
 Compromisso entre o Liberalismo Capitalista e o Intervencionismo Estatal; 
Há a tentativa de equilibrar o livre mercado com o intervencionismo estatal. Isto fica 
muito evidente na CF/88: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união  indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal,  constitui‐se em Estado Democrático de Direito e  tem 
como fundamentos: 
IV ‐ os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
Outro exemplo: se não  for atendida a  função social da propriedade, o Estado pode 
desapropriar. 
 Cultura do Constitucionalismo Exacerbado (tudo tem que estar na Constituição); 
Exemplo: constituição dirigente 
 Previsão  de  Promessas  Irrealizáveis:  leva  a  perda  da  fé  constitucional,  ou  do 
sentimento constitucional2; 
Exemplo é o art.3º da CF/88: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I ‐ construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
6.4  Constitucionalismo do Futuro ou do Porvir (José Roberto Dromi) 
As características são as seguintes: 
 Veracidade: ausência de promessas irrealizáveis; 
 Solidariedade dos povos; 
 Continuidade: adaptação às novas exigências, sem perda das conquistas passadas; 
 Participatividade: participação popular nos negócios do Estado; 
 Integracionalidade:  integração  entre  o  interno  e  o  internacional  (entidades 
                                                       
2  Livro  O  Sentimento  Constitucional,  de  Pablo  Lucas  Verdú.  Síntese:  o  Sentimento  Constitucional 
significa a convicção interior que o povo tem a respeito da bondade e da justiça intrínsecas à Constituição. 
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supranacionais, v.g., MERCOSUL); 
 Universalidade dos Direitos Humanos Internacionais 
6.5  Constitucionalismo Internacional (ou globalizado) 
Trata‐se  do  acento  para  os  Direitos  Humanos  universais,  plasmados  em  tratados 
internacionais.Exemplos: 
o Declaração Universal  dos Direitos Humanos  de  1948  (considerada  o marco 
divisor na história dos Direitos Humanos internacionais); 
o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966; 
o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966; 
o Sistemas Regionais (Europeu, Americano e Africano); 
Nota‐se  que  após  a  Declaração  universal  há  uma  intensificação  da 
internacionalização  e  do  reconhecimento  universal  dos Direitos Humanos,  o  que  forma  a 
ideia de um Constitucionalismo Universal, baseado nos Direitos Humanos. 
Repise‐se,  toda  a  ideia  de  desenvolvimento  do  Constitucionalismo  está  sempre 
atrelada ao desenvolvimento dos direitos individuais/fundamentais/humanos. 
 
7. Constitucionalismo Termidoriano (Whig) 
Configura  um  processo  de  mudança  de  regime  político‐constitucional  lento  e 
evolutivo,  NÃO  revolucionário  e  radical.  Vale  referir  que  também  é  chamado 
Constitucionalismo Evolutivo. 
Há que se mencionar que, v.g., o constitucionalismo francês  ‐ que se dá através de 
revolução ‐, é exatamente o oposto do constitucionalismo termidoriano. 
O  constitucionalismo  termidoriano  possui  influência  Inglesa:  constitucionalismo 
evolutivo dos whigs. 
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Este partido do Whig Party tem uma inclinação liberal (oposto ao Tory Party, de linha 
conservadora).  Com  efeito,  luta  a  favor  do  regime  parlamentar  e  protestante  (influência 
Calvinista) 
Possui também influência francesa: noção do termidorianismo. Termidor é 11º mês 
do Calendário Revolucionário Francês, que esteve em vigor na França de 22 de setembro de 
1792 a 31 de dezembro de 1805.Correspondia geralmente ao período compreendido entre 
19 de julho e 17 de agosto do calendário gregoriano. 
No 9 de Termidor houve uma   revolta na Revolução Francesa contra os excessos do 
Terror.Ou  seja,  é  uma  Reação  Termidoriana,  i.e.,  um  golpe  de  Estado  armado  pela  alta 
burguesia  financeira  que  marcou  o  fim  da  participação  popular  no  movimento 
revolucionário. 
Crítica: é modelo de ideologia conservadora de mudanças sociais.  
Reação termidoriana pode ser entendida como a fase de algumas revoluções em que 
o poder passa das mãos da liderança revolucionária e de um regime radical para grupos mais 
conservadores  que  adotam  uma  linha  política  que  se  distancia  das  propostas  originais, 
chegando mesmo a retomar valores e premissas pré‐revolucionários.  
Aqui  “Constituição”  não  é  instrumento  de  transformação  social,  mas  é  o  meio 
reacionário ou estabilizador das rupturas institucionais. 
Questão do MPF: 
24º Concurso para provimento de cargos de Procurador da República: 
4. É verdadeira a seguinte sentença:(...) 
d)  O  constitucionalismo  whig  (ou  termidoriano)  defende  mudanças 
constitucionais bruscas ou revolucionárias. 
Errado 
Está errado porque ele defende mudanças evolutivas com o passar do tempo. 
 
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8. Neoconstitucionalismo 
No  neoconstitucionalismo  preconiza‐se  a  abertura  da  hermenêutica  constitucional 
aos influxos da moralidade crítica (item da prova do MPF – 25º concurso) 
Ou seja, o direito deixa de ser pensado em um sistema fechado, dentro de si mesmo, 
abrindo‐se  para  receber  a  influência  da  moralidade.  Trata‐se  da  moralidade  crítica, 
concebida racionalmente e não de forma particularizada com predomínio de uma concepção 
religiosa ou política. 
Assim, o neoconstitucionalismo parte da  ideia de que a Constituição não pode ser 
entendida ignorando aspectos externos ao direito, como os valores morais. 
Por outro  lado, o positivismo concebe o direito de forma fechada, onde uma norma 
jurídica  só pode  ser avaliada em  função de outra norma  jurídica. Não  se admite que uma 
norma seja avaliada a partir de valores morais, éticos, etc. No positivismo o intérprete jamais 
poderia dizer que uma norma é injusta, porquanto isto implicaria uma valoração da norma. 
Ademais, o intérprete somente verifica se a norma é compatível com a norma superior. Daí 
surge a famosa pirâmide de Kelsen. 
Mas  o  impedimento  da  valoração  da  norma  chegou  ao  extremo  na  2ª  Guerra 
Mundial, com o Nazismo. 
Quando terminou a 2ª Guerra e os Nazistas foram levados a julgamento no Tribunal 
de  Nuremberg,  as  suas  defesas  foram  baseadas  no  dever  de  cumprimento  de  ordens, 
fundamentadas em lei e na Constituição.Como eles estavam agindo de acordo com a lei ‐ em 
uma concepção estritamente positivista ‐ a conduta deles não seria reprovável. 
Porém, percebeu‐se que, se o direito positivadonão  foi violado, alguma coisa além 
do direito foi, pois não seria possível admitir a validade de práticas que levaram a morte de 
milhões de pessoas. Assim, passa‐se a reconhecer que há aspectos externos ao direito que 
não podem  ser  ignorados. Há a abertura do direito para a moral. Esta  reaproximação do 
direito com a moral ‐ e o retorno a algumas ideias de Kant ‐ se chama Virada Kantiana do 
Direito. 
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Uma das ideias de Kant é que o Estado não é um fim em si mesmo; mas o homem é 
um fim em si mesmo; logo, o fim do Estado é o homem. 
Trazendo esta ideia para o Direito, o Direito não é um fim em si mesmo, logo a sua 
análise não pode ser esgotada apenas dentro do próprio Direito. Isso porque, na verdade, o 
fim do direito é o ser humano. Logo, a análise do Direito deve se dar pela perspectiva do ser 
humano.  Assim,  se  o Direito  posto  viola  os  valores  essenciais  do  ser  humano,  ele  não  é 
válido nem legítimo. Afinal, o ser humano é o fundamento teleológico do Direito, ou seja, o 
ser  humano  é  ao  mesmo  tempo  o  ponto  de  partida  e  de  chegada  do  Direito,  i.e.,  a 
legitimação e o  fim último do Direito.  Isso se  traduz no princípio da dignidade da pessoa 
humana. 
Esta reaproximação do direito com a moral caracteriza o pós‐positivismo, que leva ao 
neoconstitucionalismo,  em  que  a  moral  passa  a  ser  considerada  no  direito,  sobretudo 
através dos princípios. 
Isso  enfatiza  a  moral,  os  princípios  e  a  própria  Constituição,  porque,  até  este 
momento, a Constituição ficava relegada a um plano político‐ideológico. 
Essa mudança  de  paradigma  traz  a  Constituição  para  o  centro  efetivo  do  direito 
(plano jurídico‐efetivo). 
Daí se afirmar que o Neoconstitucionalismo muda o paradigma em que a lei deixa de 
ser na prática a norma mais  importante do dia a dia da sociedade e a Constituição passa a 
ser a norma mais importante. 
Dessa  forma,  caracteriza‐se pela mudança de paradigma, de Estado  Legislativo de 
Direito  para  Estado  Constitucional  de  Direito,  em  que  a  Constituição  passa  a  ocupar  o 
centro de todo o sistema jurídico (item da prova do MP/RN – 2009 – CESPE) 
Paulo Bonavides aduz: "ontem, o Código Civil; hoje, a Constituição". Ou seja, até esta 
virada do Neoconstitucionalismo, o Código Civil era o epicentro do direito. 
O Marco  filosófico é o pós‐positivismo  (considera direito positivado  juntamente à 
concretização de valores). 
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O Neoconstitucionalismo procura  realizar a  interpretação e a aplicação das normas 
jurídicas por uma teoria de justiça. 
8.1  Características segundo Luis Roberto Barroso 
 O reconhecimento de força normativa à Constituição, i.e., a Constituição passa a ser 
o centro do direito, ou seja, ela se impõe. 
 A  expansão da  jurisdição  constitucional;  (órgãos  responsáveis pela  interpretação  e 
pela  efetivação  da  Constituição,  notadamente  por  meio  do  controle  de 
constitucionalidade); 
 O desenvolvimento de uma nova dogmática da  interpretação  constitucional,  i.e., a 
busca de novos métodos de interpretação da Constituição. 
 
8.2  Características segundo Ana Paula de Barcellos 
8.2.1 Características metodológico‐formais 
 Normatividade  e  superioridade  da  Constituição  (=  a  força  normativa,  referida  por 
Barroso); 
 Consequente posição de centralidade no ordenamento jurídico. 
 
8.2.2 Características Materiais 
 A  incorporação  explícita  de  valores  e  opções  políticas  nos  textos  constitucionais, 
sobretudo  no  que  diz  respeito  à  promoção  da  dignidade  humana  e  dos  direitos 
fundamentais; 
 A expansão de conflitos específicos e gerais entre as opções normativas e filosóficas 
existentes dentro do próprio sistema constitucional.  
 
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8.3  Características Segundo Humberto Ávila 
 Número maior de princípios nos textos legais, ou seja, os princípios revelam valores, 
o que implica uma valorização dos princípios; 
 Uso preferencial do método de ponderação, no lugar da simples subsunção;  
 Justiça  particular  (individual,  levando  em  consideração  as  peculiaridades  do  caso 
concreto);  
 Fortalecimento do Poder Judiciário;  
 Aplicação da Constituição em todas as situações, em detrimento da lei.  
 
8.4  Características Segundo Écio Duarte 
 Pragmatismo, que  liga o conceito de direito à compreensão da teoria constitucional 
adotada. Isto é: não há um conceito único de direito – a conceituação dependerá de 
sua utilização. Essa característica destaca a  importância ao aspecto prático (político) 
do direito;  
 Ecletismo metodológico, unindo interpretação e aplicação do direito, de forma a criar 
um método que una a orientação analítica e hermenêutica; 
 Principialismo, consubstanciado na presença cada vez mais marcante dos princípios – 
pautas axiológicas – na ordem  jurídica neoconstitucional. Tal característica  impõe a 
necessidade de se criar uma teoria dos princípios que confira embasamento racional 
às ponderações que ocorrem dentro do ordenamento;  
 Estatalismogarantista,  configurado  pela  necessidade  de  que  instituições  estatais 
sejam responsáveis pela solução de conflitos para a garantia de segurança jurídica a 
toda a sociedade; 
 Judicialismo ético‐jurídico, que exige dos operadores do direito uma atuação que una 
a análise dos textos jurídicos aos conteúdos valorativos existentes no ordenamento; 
ou seja, o  texto normativo não pode ser analisado através de  leitura simplesmente 
literal. Devem ser buscados os valores morais que permeiam o texto; 
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 Interpretativismo  moral‐constitucional,  que  pugna  pela  necessidade  de  que  os 
intérpretes  da  Constituição  considerem  os  valores  nela  positivados  na  aplicação  e 
interpretação do direito; 
 Pós‐positivismo,  impregna  o  movimento  neoconstitucional  na  construção  de  um 
direito que deve ser; não foca suas atenções na mera descrição do direito posto e das 
instituições  existentes,  mas  pugna  pela  criação  de  um  compromisso  da  ciência 
jurídica com a interpretação valorativa do direito e das instituições;  
 Juízo de ponderação, para os casos difíceis. Em tais situações, os juízes devem buscar 
a  resposta  correta, que deve  ser encontrada  com  a  introdução de  argumentos de 
princípios e com o sopesamento; 
 Especificidade  interpretativa, a qual exige que a  interpretação da Constituição seja 
diversa  da  interpretação  das  normas  infraconstitucionais,  dado  o  entendimento 
neoconstitucional  de  que  a  Constituição  apresenta  um  caráter  prescritivo  (caráter 
impositivo,  i.e.,  força normativa da Constituição). Como consequência,em razão da 
atribuição de sentido pelo  intérprete às normas constitucionais, ao analisá‐las, deve 
ligar‐se  a  uma  tese  moral,  o  que  não  ocorre  na  interpretação  das  disposições 
infraconstitucionais;  
 Ampliação do conteúdo da Grundnorm  (norma  fundamental), com a  introdução de 
valores morais  na  norma  fundamental,  os  quais  a  legitimam;  a  tradução máxima 
disto seria a dignidade da pessoa humana 
 Conceito  não  positivista  de  direito,  o  único  meio  de  conformar  o  ideal 
neoconstitucionalista de obrigação jurídica baseada num ideal moral.  
 
Questões de provas: 
PGR ‐ 2012 ‐ PGR – Procurador 
ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA: 
Para  o  neoconstitucionalismo,  todas  as  disposições  constitucionais  são 
normas  jurídicas,  e  a  Constituição,  além  de  estar  em  posição  formalmente 
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superior  sobre  o  restante  da  ordem  jurídica,  determina  a  compreensão  e 
interpretação de todos os ramos do Direito. 
Item Correto 
 
2010 / Procurador do Estado 
Expressa uma das características do neoconstitucionalismo  
a limitação da argumentação jurídica ao raciocínio de subsunção norma‐fato.  
o  expurgo  de  contribuições metajurídicas,  como  as  advindas  da  ética  e  da 
moral, do processo interpretativo.  
o prestígio da lei em detrimento da Constituição.  
o  declínio  da  importância  do  Poder  Judiciário,  quando  comparado  com  as 
funções assumidas pelos demais poderes.  
o reconhecimento da força normativa dos princípios constitucionais.  
Resp.: E 
As assertivas "a", "b", "c" e "d" são exatamente o contrário, conforme o que 
fora exposto anteriormente. 
 
CESPE ‐ 2009 ‐ PGE‐PE ‐ Procurador de Estado 
Chega de ação. Queremos promessas. Assim protestava o grafite, ainda em 
tinta fresca, inscrito no muro de uma cidade, no coração do mundo ocidental. 
A espirituosa  inversão da  lógica natural dá  conta de uma das marcas dessa 
geração: a velocidade da transformação, a profusão de ideias, a multiplicação 
das novidades. Vivemos a perplexidade e a angústia da aceleração da vida. Os 
tempos  não  andam  propícios  para  doutrinas,  mas  para  mensagens  de 
consumo rápido. Para  jingles, e não para sinfonias. O direito vive uma grave 
crise  existencial. Não  consegue  entregar  os  dois  produtos  que  fizeram  sua 
reputação  ao  longo  dos  séculos(justiça  e  segurança).  De  fato,  a  injustiça 
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passeia  pelas  ruas  com  passos  firmes  e  a  insegurança  é  a  característica  da 
nossa era. 
Na  aflição  dessa  hora,  imerso  nos  acontecimentos,  não  pode  o  intérprete 
beneficiar‐se do distanciamento crítico em relação ao fenômeno que lhe cabe 
analisar. Ao contrário, precisa operar em meio à  fumaça e à espuma. Talvez 
esta  seja  uma  boa  explicação  para  o  recurso  recorrente  aos  prefixos  pós  e 
neo:  pós‐modernidade,  pós‐positivismo,  neoliberalismo, 
neoconstitucionalismo. Sabe‐se que veio depois e que tem a pretensão de ser 
novo. Mas ainda não  se  sabe bem o que é. Tudo é ainda  incerto. Pode  ser 
avanço.  Pode  ser  uma  volta  ao  passado.  Pode  ser  apenas  um movimento 
circular,  uma  dessas  guinadas  de  360  graus.  L.  R.  Barroso. 
Neoconstitucionalismo e  constitucionalização do direito. O  triunfo  tardio do 
direito constitucional no Brasil. In: Internet: (com adaptações). 
Tendo o texto acima como motivação, assinale a opção correta a respeito do 
constitucionalismo e do neoconstitucionalismo. 
O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o pós‐positivismo, com a 
centralidade  dos  direitos  fundamentais,  no  entanto,  não  permite  uma 
aproximação  entre  direito  e  ética.  (é  exatamente  o  contrário,  permite  a 
aproximação) 
A  democracia,  como  vontade  da  maioria,  é  essencial  na  moderna  teoria 
constitucional,  de  forma  que  as  decisões  judiciais  devem  ter  o  respaldo  da 
maioria da população, sem o qual não possuem  legitimidade.  (é o contrário, 
pois  o  Poder  Judiciário  deve  agira  na  proteção  dos  direitos  fundamentais, 
inclusive, dos direitos fundamentais das minorias, mesmo que seja contra as 
maiorias, v.g., direitos dos homossexuais) 
No  neoconstitucionalismo,  a  Constituição  é  vista  como  um  documento 
essencialmente  político,  um  convite  à  atuação  dos  poderes  públicos, 
ressaltando  que  a  concretização  de  suas  propostas  fica  condicionada  à 
liberdade  de  conformação  do  legislador  ou  à  discricionariedade  do 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada  pelo  professor  em  sala.  Recomenda‐se  a  complementação  do  estudo  em  livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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administrador.  (é exatamente o  contrário, pois a Constituição não é apenas 
um convite, mas, sim, uma imposição) 
O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que 
ergue o princípio do governo  limitado  indispensável à garantia dos direitos 
em  dimensão  estruturante  da  organização  político‐social  de  uma 
comunidade. Nesse sentido, o constitucionalismo moderno representa uma 
técnica de limitação do poder com fins garantísticos.(Canotilho) 
O neoconstitucionalismo não autoriza a participação ativa do magistrado na 
condução  das  políticas  públicas,  sob  pena  de  violação  do  princípio  da 
separação dos poderes. (é o contrário, pois há o reforço da atuação do juiz) 
Resp. D 
 
2011 ‐ TRT ‐ 23ª REGIÃO (MT) ‐ Juiz do Trabalho 
O  pós‐positivismo  pode  ser  compreendido  como  a  designação  provisória  e 
genérica de um  ideário difuso, no qual  se  incluem o  resgate dos  valores,  a 
distinção  qualitativa  entre  princípios  e  regras,a  centralidade  dos  direitos 
fundamentais e a reaproximação entre Direito e a Ética. 
 
Correto 
 
9. Transconstitucionalismo 
Inicialmente, deve‐se observar que a expressão "trans" significa passar por, ir além.  
Com efeito, há fatos, problemas jurídicos, que não ficam adstritos a uma única ordem 
jurídico‐constitucional, ou seja, repercutem em mais de uma ordem ou  instância distinta, o 
que pode levar a decisões distintas. Assim, por vezes, o mesmo problema que aconteceu no 
Brasil repercute também na Corte  Interamericana de Direitos Humanos, v.g.,  lei de anistia, 
que  foi  considerada  válida  pelo  STF, mas  inválida  pela  Corte  Interamericana  de  Direitos 
Humanos, porque contrária ao Pacto de São Jose da Costa Rica. 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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Esse fenômeno é o que Marcelo Neves chama de transconstitucionalismo. 
Marcelo Neves:  “o  transconstitucionalismo é o entrelaçamento de ordens  jurídicas 
diversas, tanto estatais como transnacionais, internacionais e supranacionais, em torno dos 
mesmos problemas de natureza constitucional. Ou seja, problemas de direitos fundamentais 
e limitação de poder que são discutidos ao mesmo tempo por tribunais de ordens diversas.Por exemplo, o  comércio de pneus usados, que envolve questões ambientais e de 
liberdade  econômica.  Essas  questões  são  [foram]  discutidas  ao  mesmo  tempo  pela 
Organização Mundial  do  Comércio,  pelo MERCOSUL  e  pelo  Supremo  Tribunal  Federal  no 
Brasil. Ou seja, por 3 ordens distintas. O fato de a mesma questão de natureza constitucional 
ser  enfrentada  concomitantemente  por  diversas  ordens  leva  ao  que  eu  chamei  de 
transconstitucionalismo”.
 
“O  transconstitucionalismo  significa  que  ordens  constitucionais  se  deparam  com 
problemas  de  ordens  que  não  aderem  aos  critérios  do  constitucionalismo.  Mas  não  é 
possível uma  imposição unilateral. Tem que haver um diálogo constitucional. Como ordens 
diversas, com pontos de partida diversos, é possível dialogar sobre questões constitucionais 
comuns que afetam ao mesmo tempo ambas as ordens”. 
Por  exemplo,  o  caso  de  Caroline  de  Mônaco  contra  a  Alemanha.  O  Tribunal 
Constitucional Alemão  afirmou que  figuras proeminentes, diante da  imprensa, não  têm  a 
mesma garantia de  intimidade que o cidadão comum. A corte constitucional alemã decidiu 
que as  fotos  tiradas de Caroline de Mônaco por paparazzi, mesmo na esfera privada, não 
poderiam  ser  proibidas.  Vetou  apenas  aquelas  que  atingiam  os  filhos  dela,  porque  eram 
menores”.  
“O  caso  chegou  ao  Tribunal  Europeu  de Direitos Humanos,  e  o  tribunal  decidiu  o 
contrário: não há liberdade de imprensa que atinja a intimidade da princesa, mesmo sendo 
ela uma  figura pública. Neste  caso, não há uma hierarquia entre os dois  tribunais, mas o 
mesmo  caso  é  tratado  de maneira  diversa.  Como  é  que  podemos,  então,  resolver  essa 
questão  se  não  houver  uma  pretensão  de  diálogo,  de  aprendizado  recíproco? Ou  seja,  é 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
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preciso haver uma constante adequação recíproca e não a imposição de uma ordem sobre a 
outra”. 
“Esse  tipo de  conflito é  comum na área esportiva. Um  ciclista espanhol, diante do 
Tribunal  Arbitral  do  Esporte,  em  Lausanne,  defendeu  seu  direito  de  entrar  na  Justiça 
espanhola  contra a decisão que o  condenou por dopping. O  laboratório  credenciado pelo 
direito esportivo, que é o laboratório da Universidade da Califórnia, acusou dopping”.  
“O ciclista defendeu‐se apresentando teste negativo realizado em um laboratório na 
Espanha. O Tribunal Arbitral não se interessou pelo resultado do laboratório espanhol. Pelo 
princípio  da  igualdade  do  esporte,  todos  os  desportistas  devem  subordinar‐se  à mesma 
instância. Caso contrário, cada um recorreria ao seu país e não haveria critérios comuns”. 
A  Existência  de  diversas  instâncias  decisórias  caracteriza  o  que  se  convencionou 
chamar de “proteção multinível dos direitos”. 
 
Exemplo  no  Brasil:  lei  de  anistia. O  STF  considera  a  lei  constitucional  e,  portanto, 
válida. A Corte Interamericana dos DH entende que a lei é inválida por violação a TIDH. 
Proposta  de  Marcelo  Neves:“o  caminho  mais  adequado  em  matéria  de  direitos 
humanos parece  ser o  ‘modelo de articulação’, ou melhor, de entrelaçamento  transversal 
entre ordens jurídicas, de tal maneira que todas se apresentem capazes de reconstruírem‐se 
permanentemente  mediante  o  aprendizado  com  as  experiências  de  ordens  jurídicas 
interessadas  concomitantemente  na  solução  dos  mesmos  problemas  jurídicos 
constitucionais de direitos fundamentais ou direitos humanos” (p. 264) 
 
10. Interconstitucionalismo 
É  Relação  entre  diversas  constituições  em  um mesmo  espaço  político,  havendo  a 
concorrência,  convergência,  justaposição  e  conflitos  de  várias  constituições  e  poderes 
constituintes. 
 
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Rede de Constituições: 
 União e Estados‐membros 
 De Vários Estados Soberanos – aqui está o maior problema 
Dentro de uma  federação a  solução para eventuais conflitos de normas  se dá pela 
hierarquia,  de modo  que  a  Constituição  Federal  é  hierarquicamente  superior  à  Estadual. 
Logo, a Federal sempre prevalece sobre a Estadual. 
O problema surge na rede de Constituições de vários Estados soberanos, v.g., União 
Europeia. Não há solução pré‐definida. 
 
11. Novo Constitucionalismo Democrático Latino‐Americano (Andino) 
Também  Chamado  de  Constitucionalismo  Pluralista  ou  Plurinacional  ou,  ainda, 
Constitucionalismo Bolivariano. 
A  proposta  deste  Constitucionalismo  é  uma  nova  institucionalização  do  Estado,  o 
chamado Estado plurinacional, baseado em novas autonomias, no pluralismo  jurídico, em 
um novo  regime político  calcado na democracia  intercultural e em novas  individualidades 
particulares e coletivas.  
A expressão “nova  institucionalização do Estado  (Estado plurinacional)” merece um 
maior detalhamento. 
No século XVII e XVIII, havia a  ideia de que uma nação formaria um Estado, tanto é 
verdade que o próprio termo "nação" passou a ser considerado Estado, e vice‐versa.  
Nação,  no  entanto,  é  um  conceito  sociológico:  grupo  de  indivíduos  ligados  por 
elemento de identidade, normalmente uma mesma etnia, que se manifesta, geralmente, por 
uma mesma língua, ou uma mesma religião e origem histórica. 
Exemplo:  os  judeus  apresentam  elementos  de  identidade  que  os  unem.  Nesse 
sentido, eles formam uma nação. 
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Na formação do Estado Moderno a ideia era de que uma nação (determinado grupo 
dotado da mesma identidade), ocupando determinado território, formaria um governo e um 
comando político. Daí surgiu a ideia de Estado. 
Hoje,  o  termo  "nação"  pode  ser  entendido  no  sentido  político  ou  no  sentido 
sociológico, que não necessariamente se confunde com o Estado. 
Corroborando a intersecção entre Estado e nação, nota‐se que o indivíduo que possui 
vínculo político‐jurídico com o Estado é nacional dele. 
Mas, há que se ressaltar que dentro de um Estado (pessoa jurídica de direito público) 
pode  haver  uma  variedade  grupos  dotados  de  formação  de  identidade  histórica  própria. 
Neste caso haverá um Estado com várias nações (no sentido sociológico) dentro dele. 
No  Brasil,  com  efeito,  há  também  vários  grupos  dotados  de  formação  cultural 
própria, v.g., diversas comunidades indígenas, quilombolas (comunidades remanescentes de 
quilombos), etc. 
Portanto,  fica  claro  que  o  Brasil  não  ignora  a  realidade  destas  comunidades,  haja 
vista a proteção própria conferida aos índios e aos quilombolas na Constituição. No entanto, 
as  regras  de  convivência  destas  comunidades não  tem  o mesmo  valor  jurídico  do  direito 
positivado pelo Estado. 
De  outro  lado,  alguns  países,  e.g.,  a  Bolívia,  entendem  que  estas  diversas 
comunidades  indígenas tem regras de convivência entre si, regras que tem o mesmo valor 
jurídico do direito positivado pelo Estado. 
Ou seja, há a coexistência paralela de 2 ordenamentos normativos, o que emana do 
Estado  (direito  positivado)  e  o  ordenamentonormativo  que  emana  das  comunidades 
indígenas. 
O Brasil, porém, não admite a coexistência de 2 comandos normativos emanados de 
fontes distintas, existindo uma única fonte normativa, que é o Estado. Mas, vale frisar que 
essa  fonte  normativa  procura,  na  medida  do  possível,  proteger  a  diversidade  cultural 
indígena. Todavia, o direito é um só. 
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Conclui‐se, assim, que a nossa Constituição protege os usos, costumes e as tradições 
desses povos. Entretanto, eles não têm força normativa igualmente a uma lei. 
Exemplo1: práticas culturais das comunidades  indígenas que são consideradas crime 
pelo ordenamento  jurídico pátrio não poderão ser realizadas, notadamente quando  forem 
crimes  de  alta  gravidade,  v.g.,  homicídio.  Exemplo  disto  ocorre  quando  a  comunidade 
indígena mata a criança que nasceu com alguma deficiência. 
Exemplo2:  tratamentos  desumanos  e  cruéis  impostos  aos  adolescentes  para  que 
“passem” a ser considerados homens adultos.  
Assim,  no  Brasil,  os  usos,  os  costumes  e  as  tradições  indígenas  são  protegidos 
constitucionalmente, mas, não a ponto de serem um novo direito. 
De outro giro, o Constitucionalismo Latino‐Americano vai além disso, haja vista que 
estes  usos,  costumes  e  tradições  tem  valor  normativo  próprio  paralelo  ao  direito  oficial. 
Neste sentido, impede registrar que na Bolívia há, inclusive, uma Justiça indígena. 
A  esse  propósito,  deve‐se  elucidar  que  quando  há  dois  direitos,  duas  fontes 
normativas distintas, há o que se chama pluralismo jurídico. 
Dessume‐se, assim, que o Brasil admite o pluralismo cultural, mas não um pluralismo 
jurídico, ao passo que o Constitucionalismo Latino‐Americano admite o pluralismo jurídico. 
Acerca do tema, importa consignar que há no MPF vários Procuradores da República 
que  defendem  a  tese  de  que  o  Brasil  é,  ou  deveria  ser,  um  Estado  Plurinacional.  A 
Procuradora Deborah Duprat, com efeito, sustenta em um artigo que o Brasil é um Estado 
pluriétnico (Estado composto por várias formações étnicas distintas). 
Acrescente‐se, ainda, que o Estado plurinacional, por  reconhecer as diversidades e 
fontes  normativas  distintas,  concede  às  diversas  regiões  que  compreendem  o  território 
nacional verdadeiras autonomias, em um sentido mais amplo que à conferida aos Estados‐ 
partes  do  Brasil,  por  exemplo,  exatamente  por  reconhecer  uma  fonte  normativa  própria 
paralela ao direito oficial. 
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Diga‐se,  ademais, que,  a  respeito do novo  regime político  calcado na democracia 
intercultural  e  em  novas  individualidades  particulares  e  coletivas,  devem  ser  tecidas 
algumas considerações. 
As três classificações mais usuais de democracia são: 
 Direta: próprio povo se reúne para tomar as decisões; 
 Representativa:  povo  escolhe  seus  representantes,  e  estes  tomam  as  decisões 
políticas para o povo; 
 Participativa ou  semi‐direta: há  representantes do povo para  tomar a maioria das 
decisões políticas, mas há hipóteses de participação direta do povo, e.g., plebiscito, 
referendo, iniciativa popular de leis, Ação Popular, etc. 
No  Constitucionalismo  Pluralista,  diferentemente,  há  a  ideia  da  uma  democracia 
intercultural porque admite a eleição de representantes, admite a participação direta do 
povo  e  cria  canais  oficiais  de  composição  popular,  v.g.,  um  4º  poder,  chamado  "Poder 
Cidadão",  composto  de  cidadãos  de  movimentos  sociais,  uma  verdadeira  ampliação  da 
participação do povo nos negócios políticos. 
Ainda,  há  a  reserva  de  vagas  para  representação  das  diversas  formações  culturais 
distintas, v.g., índios.  
Exemplo:  na  Bolívia,  o  Tribunal  Constitucional  recebe  o  nome  de  Tribunal 
Constitucional Plurinacional tem na sua composição membros de comunidades indígenas 
Nesta  senda,  este  modelo  é  calcado  em  novas  individualidades  particulares  e 
coletivas, ou seja, a ideia de indivíduo sede espaço para a identidade coletiva. Isto é, o índio 
não  se  entende  índio  individualmente, mas,  sim,  porque  é membro  de  uma  comunidade 
indígena. Este fenômeno se chama identidade gregária (do grupo). 
 
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11.1  Ciclos de Desenvolvimento 
Os ciclos de desenvolvimento para se chegar ao Constitucionalismo Plurinacional são 
os seguintes:  
•  Constitucionalismo multicultural (1982‐1988), com a  introdução do conceito 
de  diversidade  cultural  e  o  reconhecimento  de  direitos  indígenas  específicos;  (é  o  que  a 
CF/88 faz). 
•  Constitucionalismo pluricultural  (1988‐2005),  com a adoção do  conceito de 
“nação multiétnica” e o desenvolvimento do pluralismo jurídico interno, sendo incorporados 
vários direitos indígenas ao catálogo de direitos fundamentais;  
•  Constitucionalismo plurinacional (2006‐ 2009), no contexto da aprovação da 
Declaração  das  Nações  Unidas  sobre  os  direitos  dos  povos  indígenas  –  neste  ciclo  há  a 
demanda pela criação de um Estado plurinacional e de um pluralismo jurídico igualitário.  
 
11.2  Características 
•  Tem  seu marco  inicial  com a promulgação da Constituição Venezuelana de 
1999. Deu origem, também, às atuais constituições do Equador (2008) e da Bolívia (2009). A 
partir de Revoltas Populares: 1989 – Venezuela / 2003 – Bolívia / 2005 – Equador 
•  Estopim  de  movimento  jurídico  batizado  com  o  nome  de  “Novo 
Constitucionalismo Latino‐Americano” ou “Unconstitucionalismo sin Padres”  
•  Texto  constitucional  é  elaborado  por  uma  assembleia  constituinte 
participativa,  sendo  posteriormente  submetido  à  aprovação  popular  (referendum 
aprobatorio).  
•  Produz  constituições  extensas  (Venezuela:  350  artigos,  Bolívia:  411  artigos, 
Equador:  444  artigos),  adaptadas  a  realidade  de  cada  país,  de  acordo  com  seus  próprios 
marcos histórico‐culturais.  
A título de comparação, a Constituição Brasileira de 1988 tem 250 artigos.  
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•  Parte  do  constitucionalismo  clássico  de matriz  europeia  (constitucionalismo 
eurocentrado), procurando superá‐lo no que este não avançou.  
Essa  tentativa  de  superá‐lo  no  que  ele  não  avançou  é  justamente  a  pluralidade 
cultural  e  normativa  que  o  Constitucionalismo  Europeu  não  admite,  mas  que  o 
Constitucionalismo Latino‐Americano pretende admitir. 
•  Para  tanto,  promove  a  recuperação  e  releitura  da  categoria  “soberania 
popular”, no  sentido de  refundar o Estado, promovendo a participação direta do povo na 
elaboração e aprovação da constituição, bem como no controle e gestão da administração.  
•  Estabelece  instituições  paralelas

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