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1 Petição Inicial de Alvará Judicial

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO DE SÃO PAULO/SP.
M H J S, brasileira, do lar, casada, titular da cédula de identidade RG nº xx.xxx.xxx-x SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua xxxxxxxxx, nº xxx, Jardim xxxxx, CEP xxxxx-xxx, (não tem e-mail), e S G S, brasileiro, pedreiro, casado, titular da cédula de identidade RG nº xx.xxx.xxx-x-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, Rua xxxxxxxxx, nº xxx, Jardim xxxxx, CEP xxxxx-xxx, (não tem e-mail), por seu advogado (procuração anexa), com fundamento nos arts. 666 e 725, VII, do Código de Processo Civil e na Lei 6.858/80, art. 1º, vem à presença de Vossa Excelência requerer a expedição de
ALVARÁ JUDICIAL
Pelas razões de fato de direito que passa a expor: leis sobre alvará judicial
1.	Em 22 de outubro de 2018, às 09h17, faleceu L G S, brasileira, solteira, portador da cédula de identidade RG de nº xx.xxx.xxx-x SSP/SP e inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx - SSP/SP, domiciliada na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua xxxxxxxxx, nº xxx, Jardim xxxxx, consoante se infere da certidão de óbito e documento de identidade (DOC. x,x).
2.	A falecida L G S é filha dos requerentes M H J S e S G S (DOC. x), seus únicos herdeiros, conforme comprova a certidão de inexistência de dependentes habilitados à pensão por morte, expedida pelo Instituto Nacional de Seguro Social - INSS (DOC. x).
3.	Ocorre que até a data do seu falecimento o de cujus recebia mensalmente um auxílio doença devido à sua incapacidade laborativa (DOC. x), do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS.
4.	Tendo os requerentes se dirigido a um posto do INSS para verificar se tinha direito a receber algum benefício previdenciário, estes foram orientados pelo servidor que lhe atenderam que havia um saldo de auxílio doença referente ao pagamento do mês do óbito, bem como um proporcional de 13º a receber, mas que eles só poderão receber esses valores mediante autorização judicial, representada por meio do competente alvará judicial, conforme determina a lei 6.858/80:
	Lei nº. 6.858/80, preceitua in verbis: 
“Art. 1º. Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.”
7. Além disso, o art. 666 do Código de Processo Civil estabelece que:
“Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o pagamento dos valores previstos na Lei no 6.858, de 24 de novembro de 1980”.
8.	Por meio da simples leitura dos dispositivos acima, somada à análise dos documentos anexos à presente inicial, conclui-se que o direito aqui pleiteado assiste aos requerentes. Primeiro porque não existem dependentes do falecido habilitados perante a previdência social, segundo porque não se trata de servidor público, e terceiro porque os requerentes, na ordem da linha sucessória prevista no Código Civil, são os primeiros sucessores do “de cujus”: 
“Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
II - Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;”
9. Além disso, o art. 1836 do Código Civil estabelece que:
“Art. 1836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
10. O possível montante que se pretende levantar por meio de ordem judicial é oriundo de auxílio doença do de cujus. Cumpre salientar que, ainda que existam bens em nome do falecido, esse fato não é motivo suficiente para obstar o levantamento de possível quantia, na medida em que a exigência de não existirem outros bens sujeitos a inventário se aplica somente para o levantamento de valores decorrentes de: saldo bancário; conta de caderneta de poupança e fundo de investimento, conforme art. 2º da lei 6.858/80.
11. O direito aqui pretendido, levantar montante oriundo de valores remanescentes de auxílio doença, não se enquadra em nenhuma dessas três hipóteses que estão condicionadas à não existência de bens sujeitos a inventário, assim, ainda que existam bens em nome do falecido, em consonância com o princípio da legalidade, é possível o levantamento de possíveis valores decorrentes de auxílio doença, a medida em que os requerentes preenchem todos os requisitos legais, faltando-lhes para a obtenção fática de tal direito, apenas uma ferramenta hábil, qual seja, o alvará judicial. Corroborando com essa interpretação, é o entendimento unânime proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
“ALVARÁ - LEVANTAMENTO DE VALORES NÃO RECEBIDOS EM VIDA - LEI 6 858/80 - DESNECESSIDADE DE INVENTÁRIO A Lei n ° 6 858/80, que dispõe sobre o pagamento, aos dependentes ou sucessores de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares, objetiva facilitar o levantamento, sem a necessidade de inventário ou arrolamento o que, entretanto, não afasta a aplicação das regras da sucessão quanto à titularidade do direito RECURSO PROVIDO EM PARTE. ” (TJSP; Agravo de Instrumento 0134397-21.2008.8.26.0000; Relator (a): Carlos Giarusso Santos; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro de Taubaté - 1.VARA FAMILIA; Data do Julgamento: 26/03/2008; Data de Registro: 31/03/2008). 
“ALVARÁ JUDICIAL - LEVANTAMENTO DE VALORES DEIXADOS PELO FALECIDO - DISPENSA DE INVENTÁRIO - SALDO DE PROVENTOS - LEI 6.858/80. OUTROS BENS A INVENTARIAR - PROVIMENTO. - O art. 2º da Lei 6.858/80 que limita a dispensa de inventário para levantamento de quantias depositadas em conta bancária à hipótese em que não existirem outros bens a inventariar, não se aplica aos valores devidos por empregadores, previdenciário. Recurso Provido.” (APELAÇÃO depositados em conta individual do FGTS, PIS/PASEP, incluindo-se o saldo de benefício CÍVEL 3253/2009, TRIBUNAL DE Justiça do Estado de Sergipe, Relator: DES. CEZÁRIO SIQUEIRA NETO, j. em 17.09.2009).
12. Por tudo o que foi exposto, fica evidente que assiste aos requerentes o direito aqui apontado, tanto por serem os únicos ascendentes e sucessores da falecida, como por preencher todos os requisitos necessários à obtenção dos valores, figurando, portanto, como titular do direito de perceber os benefícios do auxílio doença deixados pelo de cujus.
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
13. Requer, com fulcro no artigo 98 e 99 do Código de Processo Civil, bem como no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, os benefícios da Justiça Gratuita por serem pobres na forma da lei, não podendo, portanto, arcar com as custas e demais despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
II – DOS PEDIDOS
12. Ante o exposto, requer se digne Vossa Excelência a expedição de alvará judicial para autorizar aos requerentes M H J S, portadora da cédula de identidade RG nº xx.xxx.xxx-x-SSP-SP e inscrita no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, e S G S, portador da cédula de identidade RG nº xx.xxx.xxx-x-SSP-SP e inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, a apurar os valores e receber do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS os valores deixados pela sua falecida filha L G S, portador da cédula de identidade RG de nº xx.xxx.xxx-x SSP/SP e inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, decorrentes do saldo de pagamento do mês de outubro de 2018 e do 13º salário decorrentes do benefício de auxílio doença que o de cujus recebia mensalmente.
13. Dá-se à causa o valor de R$ xxx.xx (valor por extenso) para efeito de alçada, bem como requer os benefícios da justiça gratuita, por ser a requerente juridicamente hipossuficiente nos termos do art. 98do Código de processo Civil. 
Nesses termos pede e espera deferimento.
São Paulo, 13 de maio de 2020.
 _________________________	
Dulce Pereira Santos 
 OAB/SP XXX.XXX

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