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ENSINO MÉDIO 1Caderno 3asérie MANUAL DO PROFESSOR GeografiaO Sistema de Ensino pH apresenta um material capaz de auxiliar o aluno a enxergar os caminhos que ele poderá seguir, possibilitando que, ao final do Ensino Médio, ele tenha desenvolvido um pensamento crítico para atuar como cidadão, enfrentar os desafios da sociedade e obter excelentes resultados no Enem e nos demais vestibulares do Brasil. 296244 526357117 CAPAS_PH_GEO_C1_PROF-EM3.indd 2 10/18/16 10:32 AM Geografia Manual do Professor Augusto Neto Cláudio Ribeiro Falcão pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 1 9/1/16 12:51 PM Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo Gerência editorial: Bárbara M. de Souza Alves Coordenação editorial: Camila Amaral Souza Coordenação pedagógica: Fabrício Cortezi de Abreu Moura Edição: Cláudia Winterstein (coord.), Elena Judensnaider Colaboração: Obá Editorial Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Coordenação de produção: Fabiana Manna (coord.), Dandara Bessa Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Ana Paula C. Malfa, Ana Curci, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Cesar G. Sacramento, Claudia Virgilio, Danielle Modesto, Diego Carbone, Gabriela M. de Andrade, Heloísa Schiavo, Larissa Vazquez, Letícia Bento Pieroni, Lilian M. Kumai, Luciana B. de Azevedo, Luís Maurício Boa Nova, Marília Lima, Marina Saraiva, Maura Loria, Patrícia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Raquel A. Taveira, Ricardo Miyake, Rosângela Muricy, Sueli Bossi, Tayra B. Alfonso, Vanessa de Paula Santos, Vanessa Nunes S. Lucena e Brenda T. de Medeiros Morais (estagiária) Edição de arte: Gláucia Correa Koller (coord.), Catherine Saori Ishihara Iconografia: Sílvio Kligin (superv.), Denise Durand Kremer (coord.), Ellen Colombo Finta, Karina Tengan (pesquisa) Tratamento de imagem: Cesar Wolf, Fernanda Crevin Licenças e autorizações: Patrícia Eiras Ilustrações: Alexandre Koyama, Casa de Tipos, Júlio Dian, Luis Moura Cartografia: Eric Fuzii, Marcelo Seiji Hirata, Márcio Santos de Souza, Portal de Mapas Capa: Gláucia Correa Koller Foto de capa: Sanjatosi/Shutterstock Projeto gráfico de miolo: Gláucia Correa Koller Editoração eletrônica: Casa de Tipos Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro CEP: 04755-070 – São Paulo – SP (0xx11) 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Uma publicação Sistema de ensino pH : ensino médio : caderno 1 a 4 : humanas, 3ª série : professor. -- 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2017. Vários autores. Conteúdo: Língua portuguesa I -- Redação -- História -- Geografia. 1. Geografia (Ensino médio) 2. História (Ensino médio) 3. Livros-texto (Ensino médio) 4. Português (Ensino médio) 5. Português - Redação (Ensino médio) I. Hormes, Raphael. II. Caldas, Marcelo. III. Vieira, Igor. IV. Augusto Neto. 16-01930 CDD-373.19 Índices para catálogo sistemático: 1. Ensino integrado: Livros-texto: Ensino Médio 373.19 2017 ISBN 978 854 680 180-0 (PR) Código da obra 526357117 1ª edição 1ª impressão Impressão e acabamento Créditos das imagens de abertura: Linguagens: Léo Burgos/Folhapress, Shutterstock/Tumar, Shutterstock/Luciano Mortula, Shutterstock/maratr (Língua Portuguesa), Shutterstock/Ollyy (Redação), Ciências Humanas: Shutterstock/Ungnoi Lookjeab, João Prudente/Pulsar Imagens, Janossy Gergely/Shutterstock, Neale Cousland/Shutterstock, Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens (História), chungking/Shutterstock (Geografia) pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 2 10/18/16 10:42 AM Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o cami- nho caminhando, sem aprender a refazer, a retocar o sonho, por causa do qual a gente se pôs a caminhar. Paulo Freire A Geografi a é uma ciência humana que busca a compreensão da sociedade a partir da análise espacial. Ela considera as marcas deixadas pelo ser humano na paisagem terrestre e os traços que a natureza impõe a ela, sempre em constante transformação e em interação com o indivíduo, que – não podemos esquecer – também é parte dessa paisagem. A Geografi a apresentada nesta coleção terá como linha mestra o desenvolvimento de habilidades dos alunos. O objetivo é torná-los capazes de entender melhor o espaço em diferentes escalas, permitindo-lhes maior elucidação acerca das relações sociais que nele se desenvolvem. A busca pelo senso crítico e pela for- mação cidadã permeia todo o conteúdo curricular que aqui será apresentado para a terceira série do Ensino Médio, ao longo dos quatro Cadernos, compostos de 24 módulos, desta coleção. Começamos neste momento um caminho ainda não delimitado que deverá ser percorrido durante o ano letivo juntamente com nossos alunos. Não sabemos como ele será nem temos a pretensão de defi ni-lo neste exato momento, como se houvesse uma fórmula pronta para o processo de ensino-aprendizagem. Este material foi pensado para servir aos professores e aos alunos como um instrumento efi caz, capaz de dar sustentação para que juntos trilhem o melhor caminho para cada realidade vivida em sala de aula. Assim, como será visto, selecionamos um amplo e valioso conjunto de conhecimentos capazes de ajudar esses dois agentes protagonistas do processo de ensino-aprendizagem: aluno e professor. Com ele, não nos restringiremos à mera transmissão de informações. A todo instante, em nossos módulos, busca-se le- vantar refl exões e provocações capazes de instigar o aluno à pesquisa e à construção do seu próprio conhecimento. Como em todo caminho, irregularidades e obs- táculos se mostrarão presentes, mas estes também podem representar oportunidades para que saltos maiores sejam dados. Com esta coleção, pedimos a você, professor, que nos deixe participar dos seus sonhos e da construção desse percurso, já que en- tendemos que, juntos, podemos alcançar uma edu- cação verdadeiramente transformadora. Apresentação pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 3 29/04/16 09:31 PARA COMEÇAR Na seção Para começar procuramos estimular o alu- no, despertando-lhe o interesse pela matéria. Pretende- mos aqui instigar o aluno a investigar determinados pro- cessos socioespaciais considerados importantes para a melhor compreensão do mundo em que vive. PARA APRENDER Em Para aprender são explorados conceitos e teorias que contribuem para que o aluno desenvolva raciocínios lógicos capazes de explicar os mais diferentes fenômenos que fazem parte do espaço geográfi co. Aqui, e também na seção Para começar, podem ocorrer boxes que visam complementar os assuntos trazidos no corpo principal de cada uma dessas seções. PARA CONCLUIR A seção Para concluir faz um apanhado geral dos principais objetos do conhecimento e das habilidades de- senvolvidas ao longo do módulo. SITUAÇÃO-PROBLEMA Por meio de uma situação-problema, demonstramos a aplicabilidade prática do conhecimento construído ao longo do módulo. Esta seção foi elaborada com a preo- cupação de trazer para o material de estudo do aluno a estrutura cognitiva do Enem; portanto, assume um papel central no módulo. Visão geográfi ca / Um outro olhar O boxe Visão geográfi ca traz um aprofundamento do ponto de vista da própria Geografi a. Já o boxe Um outro olhar apresenta o ponto de vista de alguma outra ciência ou área que possa complementar o pensamento geográfi - co. Além disso, podem trazer curiosidades ou dados inte- ressantes que reforcem determinado aspecto do material. COMPREENDENDO MELHOR Temos ainda um terceiro tipo de boxe que aparece quando é necessário esclarecer para o aluno o signifi cado de algum conceito, palavra ou expressão que provavelmen- te não faça parte de seu vocabulário usual. Esse boxe tem o título Compreendendo melhor. Quando um boxe não for sufi ciente para apresentar um assunto complementar, ele virána seção Gotas de saber, que, quando presente, está localizada no fi m do módulo. GOTAS DE SABER A seção pH+ foi especialmente pensada para as escolas que disponibilizam mais de duas aulas por semana para o ensino de Geografi a, ou mesmo para as que possuem de- mandas específi cas por conhecimentos mais aprofundados. Assim, para elas, temos um conteúdo extra que pode ser ex- plorado pelo professor de acordo com suas possibilidades. pH O Caderno do Aluno foi estruturado de modo a criar um método bastante prático que visa ao desenvol- vimento pleno das habilidades de cada módulo. Esta seção aparece somente na 3a série do Ensino Médio. Trata-se de um resumo de cada módulo, que estará sempre no fi m de cada Ca- derno para facilitar os estudos dos alunos. Q ua dr o de e st ud o pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 4 29/04/16 09:31 Vale a pena destacar que os objetos do conhecimento e as habilidades pensados para serem desenvol- vidos na terceira série do Ensino Médio são norteados pelo conteúdo de Geografi a Geral e do Brasil. Lo- gicamente, o professor deve adequar esse conteúdo, aproximando-o de situações que sejam relevantes para a visão de mundo do aluno, bem como para a sua vivência cotidiana. O intuito desta coleção é o de aliar os conceitos e estudos de caso mais específi cos e aprofundados pertinentes aos processos que ocorrem em escala global com aqueles ligados às especifi cidades do território brasileiro. Para a terceira série, trabalharemos inicialmente os conceitos fundamentais da Geografi a, abordando os conceitos espaciais, além de outros mais específi cos nos planos da cultura e da política. Na sequência, será mantida uma linha instrumental, em que falaremos da ciência cartográfi ca, dando base para facilitar a absor- ção dos conteúdos do restante do ano. Por fi m, chegaremos ao início do nosso eixo temático, trabalhando assuntos pertinentes, neste Caderno, à Geografi a agrária e à industrialização. No Manual do Professor, atividades complementares são propostas por meio de ações lúdicas que facili- tarão o fl orescimento das habilidades que esperamos que os alunos desenvolvam. Assim como as estratégias de aula, também expostas no Manual, essas atividades não visam à padronização ou ao “engessamento” das aulas, mas servem de apoio para a caminhada que queremos percorrer junto com o professor e o aluno. Elas representam um compartilhamento de experiências que podem e devem ser adaptadas às circunstâncias particulares do cotidiano da escola e às próprias realidades culturais e socioespaciais do aluno. O Manual do Professor é um canal para fomento e fortalecimento de ideias, composto de sugestões de livros e websites que enriquecerão a bagagem cultural e acadêmica do professor. Ele traz também sugestões de quadros para facilitar o atribulado dia a dia dos profi ssionais que o utilizarão. Ao fi nal, é possível ter acesso ao gabarito comentado de alguns exercícios presentes em cada módulo do Caderno do Aluno. Todo esse material foi preparado – de professores para professores – com muito carinho, pensando nas melhores relações que podem ser desenvolvidas com os nossos alunos. O objetivo é criar um ambiente em que imperem a vontade de aprender e a busca pelo conhecimento. A equipe de autores do pH deseja a você grandiosas experiências, seja em sala de aula, seja em trabalhos extracurriculares desenvolvidos pela escola no ano letivo que se inicia. Que possamos – juntos – andar, tropeçar, correr e até mesmo voar por esse cami- nho que nos conduzirá ao vasto universo da Geografi a. pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 5 29/04/16 09:31 Sumário geral CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Conceitos fundamentais: o espaço e a sociedade M Ó D U LO 4 Espaço agrário brasileiro M Ó D U LO 2 Cartografia e suas tecnologias M Ó D U LO 5 A dinâmica espacial da indústria M Ó D U LO 3 Conceitos em geografia agrária M Ó D U LO 6 Desenvolvimento industrial brasileiro M Ó D U LOG EO G R A FI A 25 14 20 30 36 8 pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 6 29/04/16 09:31 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura. H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas. H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos. H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura. H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades. Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder. H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. H8 – Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social. H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial. H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica. Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades. H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas. H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social. H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção. H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais. H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano. H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. H21 – Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social. H22 – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas. H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades. H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social. Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos. H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humanacom a paisagem. H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos. H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos. H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas. H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas. pH_EM3_C1_001a007_IN_Geo_MP.indd 7 29/04/16 09:31 OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Introdução ao estudo da Geografia • Conceitos espaciais (território, região, paisa- gem, lugar) • Nação, Estado e Estado-Nação • Conceitos sobre cultura • Multiculturalismo etnocentrismo • Formação cultural brasileira • H3 - Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos. • H11 - Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. • Identificar a aplicação prática dos conteúdos espaciais. • Diferenciar visões sobre diversos aspectos da cultura. • Relacionar conceitos culturais à vivência cotidiana. 1 Módulo Conceitos fundamentais: o espa•o e a sociedade INTRODUÇÃO Este módulo trabalha elementos introdutórios do mundo da Geografia. Nele são tratadas categorias de análise e conceitos espaciais necessários para ampliar o espectro perceptivo dos alunos, fazendo-os refletir sobre a ciência – e não apenas tratá-la como um conjunto ma- çante de noções enciclopédicas. O conhecimento de al- guns elementos-chave aumenta a possibilidade de o alu- no ser mais autônomo no cumprimento de seus exercícios e, acredita-se, é um interessante ponto de partida para a posterior sedimentação de saberes específicos. O domínio conceitual ajuda a separar o conhecimen- to jornalístico do conhecimento científico geográfico. As concepções estão sendo elaboradas, reinterpretadas e res- significadas há algumas décadas. É por meio do domínio dessas ferramentas que o indivíduo pode pensar livremente e aplicar esses conceitos nas mais diversas situações, enten- dendo melhor a lógica espacial e, por conseguinte, traçar estratégias para pensar o espaço e até mesmo intervir nele. Além dos conceitos tradicionais da Geografia, como paisagem, lugar, território, nação e espaço geográfico, no módulo buscamos dar destaque a conceitos pertinentes à Geografia cultural e, portanto, comuns à Sociologia e à Antropologia. Entendemos, em primeiro lugar, a Geografia como uma ciência de síntese e, portanto, de natureza interdisci- plinar e, em segundo lugar, a discussão sobre cultura e os elementos que envolvem a construção da identidade do indivíduo e da coletividade como aspectos importantes para o entendimento das sociedades nos dias atuais. É compromisso do educador contribuir para a cons- trução de uma sociedade em que o respeito à diversidade e ao multiculturalismo seja uma realidade que ultrapasse a Constituição e seja real no cotidiano. Além disso, o en- foque no aspecto cultural vai ao encontro da tendência verificada em exames e vestibulares. A prova do Enem, por exemplo, apresenta uma valorização das ideias de al- teridade, tolerância e respeito à diversidade. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Ao trabalhar os conceitos geográficos é fundamen- tal usar a realidade cotidiana e a experiência vivida pelos alunos para exemplificar os conceitos, fazendo com que eles percebam sua concretude e como estão presentes no seu dia a dia. Na elucidação desses conteúdos em sala de aula, é extremamente importante a capacidade de abstra- ção do professor. É necessário lembrar que se trata de um conhecimento amplamente discutido pela academia, mas que, por vezes, foge ao entendimento cotidiano. Compa- rações e exemplos práticos ajudam a sanar tal desafio e, se possível, devem ser feitos com bom humor e leveza. 8 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 8 29/04/16 09:31 As noções podem ser trabalhadas, como já foi dito, a partir do “mundo” dos alunos. Assim, conceitos como o de lugar e território, por exemplo, podem ser facilmen- te conectados à sua realidade e, com isso, contribuir para estabelecer o vínculo e despertar a curiosidade do aluno para o tema. Ao final da Aula 1, resolva junto com a turma as ques- tões 1 e 2 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 1. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 A partir da segunda aula comece a apresentar outros conceitos para os alunos, além daqueles considerados fundamentais para a Geografia (espaço geográfico, paisa- gem, território, lugar e região), já expostos anteriormente. Nossa sugestão é que rede e escala geográfica sejam tra- balhados inicialmente. Pode ser uma boa opção diferen- ciar escala geográfica de escala cartográfica, que será tra- balhada no módulo sobre Cartografia. Conceitos culturais (cultura, etnia, nação) e políticos (Estado, Estado-Nação) devem ser discutidos. Ao final da Aula 2, resolva junto com a turma a questão 4 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo as questões 2 e 8. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 3 Esta aula encerra o conjunto dos conceitos culturais que começaram a ser introduzidos desde a Aula 2. O pro- fessor deve conversar com os alunos sobre etnocentris- mo, apresentando também o relativismo cultural como seu contraponto, além de alteridade e multiculturalismo. Ao se referir à questão cultural e à ideia de alteridade, é preciso cuidado. Quanto maior o embasamento sobre os conceitos e quanto maior for o número de exemplos, me- lhor. É muito difícil romper a barreira que nos é imposta pela nossa própria cultura e pelos valores inseridos nela. O que queremos dizer é que se a tendência natural é ser etnocêntrico, então, o outro é sempre o estranho, o diferente, o errado. Faz-se necessário, assim, trabalhar as ideias etnocêntricas e buscar desconstruir essa visão de mundo. No entanto, não devemos ferir as crenças e os valores dos alunos. É preciso ajudá-los a ver com ou- tros olhos, sob outra perspectiva. Assim, professor e alu- no não precisam (nem devem) se afastar de suas crenças e costumes; porém, independentemente de qual fé ou hábito esteja em foco no momento de aula, é importan- te deixar um legado de alteridade para os alunos, en- caminhando-os a uma cidadania plena e respeitosa ao próximo. Ao final da Aula 3, resolva junto com a turma a questão 5 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo as questões 3 e 7. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. I. GEOGRAFIA ➜ Ciência natural ou ciência social (humana)? II. CONCEITOS ESPACIAIS ➜ Paisagem • Perceptível aos sentidos físicos (natural e humano) ➜ Território • Espaço definido por uma relação de poder • Territorialidades ➜ Lugar • Identificado subjetivamente ➜ Região • Porção delimitada por critérios objetivos ➜ Redes • Malhas por onde transitam os fluxos • Fixos e fluxos ➜ Escala geográfica • Geográfica diferente de cartográfica III. CONCEITOS CULTURAIS ➜ Cultura • O que é cultura? • Conjunto de características culturais, sociais, artís- ticas, religiosas, etc. • Definem os padrões comportamentais de uma so- ciedade ou grupo social SUGESTÃO DE QUADRO 9 C o n ce it o s fu n d am e n ta is : o e sp aç o e a s o ci e d ad e G E O G R A F IA M ó d u lo 1 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 9 29/04/16 09:31 ➜ Nação • Grupo identificado a partir de uma ou mais identi- dades coletivas ➜ Estado• Grupo e/ou conjunto de instituições eleitas ou im- postas para governar uma nação e seu território ➜ Estado-Nação • Conjunto formado pelo Estado (governo), nação (povo) e território (espaço físico) ➜ Observação • Nação sem território (exemplo: povo curdo); • Duas ou mais nações diferentes que disputem o mesmo território (exemplo: disputa entre árabes e israelenses no Oriente Médio); IV. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E PRECONCEITO “O preconceito étnico certamente não foi resolvido no Brasil, mas o modo de vivenciá-lo é, há muito tempo, o mais avançado do mundo.” ➜ Sociedade fortemente miscigenada ➜ Multiculturalismo 3 choques culturais ➜ Legislação restritiva forte (tardia/recente) ➜ Pouca aplicação e fiscalização V. FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA ➜ Matriz afro-íbero-ameríndia ➜ 1850: Lei Eusébio de Queiróz • Intensificação da imigração • Maior miscigenação ➜ “Colonização” europeia do Sul • Estímulo à imigração • “Branqueamento da população” ➜ 1922: Semana de Arte Moderna • Arte erudita 3 arte popular • Manifesto Antropófago ➜ Internacionalização econômica • Entrada das multinacionais e de imigrantes • Maior apelo da cultura dos Estados Unidos ➜ Ditadura militar 3 censura • Bossa nova 3 tropicalismo • Nação soberana em um território = Estado-Nação moderno. ➜ Multiculturalismo • Presença dentro de uma mesma área de diferentes culturas em relativa harmonia ➜ Etnocentrismo • Sobreposição forçosa de uma etnia sobre as de- mais ➜ Alteridade • Respeito às diferenças culturais • Valorização do “outro” na relação social ➜ Sociedade civil • Representação em diferentes formatos e escalas de uma coletividade de indivíduos ➜ Ritmos populares 3 protesto social • Samba • Funk VI. GRUPOS “MINORITÁRIOS” Minorias em termos de direitos civis ➜ Indígenas • Vocabulário, culinária, costumes • Herança que não levamos → harmonia com a na- tureza • Polêmica da demarcação de reservas ➜ Africanos • Vocabulário, culinária, ritmos • Samba, choro, jongo • Influências religiosas ➜ Observação: principais grupos • Bantos • Congo-sudaneses VII. CULTURA 3 REGIÕES ADMINISTRATIVAS ➜ Nordeste • Áreas litorâneas: influência africana e europeia • Sertão: influência indígena • Culinária, religiões, ritmos, folclore • Forte “uso” dessa cultura por parte do turismo ➜ Sudeste • Área de importância política e econômica SUGESTÃO DE QUADRO COMPLEMENTAR (pH1) 10 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 10 29/04/16 09:31 ATIVIDADES COMPLEMENTARES SUGESTÃO I Proponha a apresentação de trabalho em grupo a respeito da cultura brasileira em cada uma de suas ma- crorregiões administrativas. O objetivo central seria ajudar o aluno a compreender o tamanho da miscigenação da sociedade brasileira, em qualquer escala e localidade de análise. SUGESTÃO II Pode-se desenvolver, juntamente com a disciplina de História, uma atividade que estabeleça um paralelo entre a cultura e o período de ditadura militar no país. O ob- jetivo é levar os alunos a compreender como um regime fechado pode ser nocivo ao desenvolvimento cultural. Ainda com o auxílio do professor de História, é pos- sível desenvolver uma linha do tempo do processo de imigração para o Brasil, buscando ilustrar para os alunos a quantidade de influências externas que formaram a so- ciedade brasileira atual e o papel das migrações nesse processo. SUGESTÃO III O módulo conta ainda com a seção complementar pH+, utilizada para o desenvolvimento e/ou aprofunda- mento de determinadas temáticas, caso a escola disponha de aula extra. A seção apresenta conteúdo sobre legisla- ção e preconceito no Brasil, além de traçar o histórico da formação cultural brasileira. O debate sobre o processo de construção da identidade nacional é um excelente complemento/fechamento da discussão estabelecida ao longo do módulo. O objetivo é fazer com que o aluno entenda as diferentes contribuições para a formação da nossa identidade e, com isso, diminuir a percepção equi- vocada do papel do negro e dos grupos indígenas. Caso disponha de uma terceira aula semanal de Geo- grafia, sugerimos que a seção pH+ seja trabalhada. Nesse segmento, a preocupação maior é contextualizar o proces- so de construção da identidade nacional. A matriz cultural brasileira deve ser abordada de forma bastante ilustrativa. A própria sala de aula dificilmente não poderia ser usada como exemplo da diversidade étnico-cultural brasileira. Mesmo que sejam todos indígenas, brancos ou negros, haverá sempre diferenças de cunho religioso, cultural, so- cial, etc. Tal diversidade deve ser abordada como caracte- rística importante da riqueza cultural brasileira, embora ela também seja apontada como um dificultador para a for- mação nacional de nosso país, que encontrou sua identi- dade nacional na valorização da mistura (muitas vezes não tão harmônica como se prega). Neste ponto é importante haver ilustração da diversidade com movimentos culturais de origens extremamente diversas que figuraram na histó- ria do país, como o choro, o samba, as religiões africanas e indígenas, a bossa nova, o tropicalismo, o funk, etc. Para concluir, propõe-se também uma análise da cultu- ra brasileira em escala regional, buscando elucidar a con- tribuição de cada uma das macrorregiões brasileiras para o ideário cultural nacional. Destacam-se entre os pontos de discussão trazidos pelo módulo a literatura, a culiná- ria e as religiosidades nordestinas; a música do Sudeste; a culinária e os costumes europeizados do Sul; e a forte diversidade cultural do Norte e do Centro-Oeste, advinda dos intensos fluxos migratórios para essas regiões. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR LIVROS ANDRADE, M. C. de. Geopolítica do Brasil. São Paulo: Áti- ca, 1989. BECKER, B. A Geografia e o resgate da Geopolítica. In: Revis- ta Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: FIBGE, (50), 99-126. CANO, W. Reflexões sobre o Brasil e a nova (des)ordem internacional. Campinas: Unicamp/Fapesp, 1993. • Forte polarização de imigrantes • Cultura fortemente miscigenada • Samba • Funk ➜ Sul • Área de ocupação tardia • Imigrantes europeus • Influências culturais europeias não ibéricas (Alema- nha, Itália, Polônia, Ucrânia, etc.) ➜ Centro-Oeste e Norte • Áreas mais densamente ocupadas após a expansão da fronteira agrícola brasileira • Regiões de fusão cultural entre povos nativos e imi- grantes do Sul e Sudeste ➜ Observação: articulações da sociedade civil • Movimentos sociais • ONGs 11 C o n ce it o s fu n d am e n ta is : o e sp aç o e a s o ci e d ad e G E O G R A F IA M ó d ul o 1 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 11 29/04/16 09:31 CARNEIRO DA CUNHA, Manoela. Etnicidade: da cultura residual mas irredutível. In: Antropologia do Brasil. São Paulo: Brasiliense/Edusp, 1986. p. 97-108. CLAVAL, Paul. Espaço e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. COELHO, Simone de Castro Tavares. Terceiro setor: um estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos. 2. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2002. COPANS, Jean. Da etnologia à Antropologia. In: COPANS, J. et al. Antropologia: ciência das sociedades primitivas? Lis- boa: Edições 70 (Perspectivas do Homem), 1971. p. 15-56. CORRÊA, R. L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, 1986. ______; GOMES, P. C. da; CASTRO, I. E. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. DUMONT, Louis. O individualismo: uma perspectiva antro- pológica da ideologia moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 1985. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Ja- neiro: Zahar, 1973. GEORGE, P. Geografia econômica. Rio de Janeiro: Ber- trand Brasil, 1991. GOHN, Maria da Glória. O protagonismo da sociedade ci- vil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. São Paulo: Cortez, 2005. (Coleção Questões da nossa Época; v. 123) GOMES, H. A produção do espaço geográfico no capita- lismo. São Paulo: Contexto, 1990. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropo- lógico. 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Como as tecnolo- gias de transportes e comunicações eram limita- das, a interação com outras sociedades, recursos e bens de outros lugares era mais limitada. 3. d. O processo de globalização é caracterizado pela aceleração dos fluxos de informações e cultura. Isso foi possível graças à modernização da Infor- mática, das telecomunicações e dos transportes. No campo cultural, a internet contribui para pro- pagar produtos culturais, tanto os populares com baixa qualidade quanto os mais sofisticados. DESENVOLVENDO HABILIDADES 1. e. A paisagem constitui a aparência do espaço, é o que se pode visualizar no horizonte, sendo com- posta por elementos naturais e elementos artifi- ciais produzidos pelo ser humano. Além da dimen- são concreta, os elementos da paisagem carregam uma dimensão simbólica e cultural, uma vez que a percepção dela é individual e carregada de ele- mentos subjetivos. Duas pessoas que visualizam a mesma paisagem possivelmente não vão descre- vê-la da mesma maneira. 12 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 12 29/04/16 09:31 2. b. O autor, filósofo francês, compara costumes e va- lores de duas sociedades diferentes e critica o jul- gamento que uma faz da outra. A resposta correta pode ser obtida pela simples interpretação do tex- to, partindo da definição antropológica de cultura, ou seja, um conjunto da produção de uma comu- nidade, material ou imaterial, independentemente de seu nível de desenvolvimento técnico. 3. b. É o relativismo cultural que permite à pessoa com- preender o outro exatamente como ele é, deixan- do de pensar de forma preconceituosa. Ou seja, somente a alternativa b está correta. 4. e. A alternativa e é a única correta. Segundo a euge- nia, uma “raça pura” é superior às outras. Esses no- vos estudos têm demonstrado que, geneticamente, o correto é o inverso: quanto maior a variação ge- nética, maiores os benefícios para os humanos. 5. b. A questão exige do aluno leitura atenta do texto no enunciado. Ali, o autor faz referência explícita à forma de vida de executivos que vivem em uma “bolha sociocultural”, sendo, por isso, cosmopo- litas “de maneira limitada e isolada”. Assim, o et- nocentrismo tradicional é mantido e realocado e as diferenças étnicas não são superadas. Portanto, somente a alternativa b é correta. 6. b. O ato de estranhar e perspectivar as próprias ati- tudes e pensamentos corresponde a um exercício de alteridade. Isso é exemplificado no texto da questão, em que o leitor é convidado a questionar sua visão etnocêntrica em relação ao Talibã ao per- ceber a semelhança de pensamento que tanto um cidadão estadunidense quanto um afegão podem produzir em relação a si mesmos. 8. e. Como mencionado corretamente na alternativa e, segundo o texto, a característica do sistema políti- co brasileiro é o conservadorismo propagando-se como a expressão da sociedade, fato que permite sua legitimação a despeito das demandas sociais por mudanças. Estão incorretas as alternativas: a, porque o texto não faz referência ao poder econô- mico; b, porque o texto não faz referência à ques- tão partidária; c, porque, segundo o texto, o con- servadorismo se mantém em razão da expressão conservadora da sociedade; d, porque o texto não faz referência à gestão governamental. 9. b. Pessoas mais preocupadas em erradicar a pobre- za possuem um engajamento político-ideológico mais similar. Elas tendem a defender os direitos das minorias, bem como denunciar os interesses das grandes corporações e lutar contra eles. 10. d. A única alternativa plausível é a d. O autor do tex- to opõe o multiculturalismo (visão relativista) à sua própria visão (visão universalista), criticando a vi- são relativista do mundo. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 1. c. O determinismo geográfico afirma que os as- pectos físicos como clima são determinantes no desenvolvimento da sociedade. O possibilismo preconiza a importância da sociedade como força preponderante e transformadora da natureza. 2. a. O espaço geográfico é a totalidade da superfície terrestre e é resultado do trabalho humano, das relações sociais, da política e dos processos eco- nômicos ao longo da História; também é resultan- te das sucessivas formas de relação entre a socie- dade e a natureza. Conforme o professor Mílton Santos, o espaço é um “acúmulo de tempos”. 3. b. Observando as categorias de análise em Geogra- fia, notamos que o espaço resulta de um conjunto de relações expressas em formas e funções que marcam um período histórico. A alternativa a é falsa, o lugar permite que ocorra a comunicação entre o ser humano e o mundo. A alternativa c é falsa, o território é uma expressão de poder. Uma dada extensão de terra delimitada sobre a qual irão se colocar os diversos elementos de identida- de de uma sociedade. A alternativa d é falsa, tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. 4. a. A ideia de “relativismo” leva em consideração a posição de quem faz a análise e procura compre- ender outras possibilidades, considerando que indivíduos em posições diferentes tendem a ob- servar um mesmo fenômeno social sob ângulos diferentes. 5. b. A paisagem é a aparência do espaço, é o que se vê no horizonte e depende bastante da percepção. É integrada por elementos naturais e antrópicos. O lugar é o espaço do cotidiano, de vivência das pessoas, sendo caracterizado por elementos geo- gráficos, identidade e regras. 6. d. Como mencionado corretamente na alternativa d, a descrição do Sertão, expressa pela letra da mú- sica, remete à sobreposição do conceito de região e de lugar, pois refere-se a uma área delimitada e, ao mesmo tempo, estabelece a identidade com ela. Estão incorretas as alternativas a, b, c e e, por- que não definem os conceitos utilizados na letra da música. 13 C o n ce it o s fu n d am e n ta is : o e sp aç o e a s o ci e d ad e G E O G R A F IA M — d u lo 1 pH_EM3_C1_008a013_M1_Geo_MP.indd 13 29/04/16 09:31 OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Latitude, longitude e coordenadas geográficas • Novastecnologias de mapeamento • Projeções cartográficas • As projeções de cada tempo • Cartografia × poder • Escala cartográfica • Fusos horários • Horário de verão • Linha Internacional de Mudança de Data • H6 - Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. • Relacionar as projeções cartográficas aos seus respec- tivos momentos históricos. • Identificar o uso das representações cartográficas como instrumentos de poder. • Analisar diferenças de tempo/data em fusos horários distintos. • Reconhecer o papel das tecnologias na localização espacial. 2 Módulo Cartografia e suas tecnologias INTRODUÇÃO Neste módulo serão estudados temas relativos à Car- tografia. Os conteúdos deste módulo, junto com os do módulo anterior, nos quais foram trabalhados diversos conceitos da ciência geográfica, compõem as mais impor- tantes ferramentas para a ciência geográfica, e, portanto, para o conhecimento do espaço geográfico. As constantes e aceleradas transformações mundiais apresentam-se como grandes desafios para a ciência car- tográfica, uma vez que ela é responsável por representar os mais variados fenômenos nos mais diversos lugares do mundo por meio dos mapas. A Cartografia e toda sua gama de informações espa- ciais (coordenadas geográficas, fusos horários, escalas e sistemas de informações geográficas) são instrumentos indispensáveis para que o aluno possa adquirir compe- tências e habilidades para ler os registros dos fenômenos geográficos, saber interpretá-los, analisá-los e correlacio- ná-los no tempo e no espaço. Além disso, é importante que o aluno reconheça que os avanços da tecnologia, como fotografias aéreas, ma- pas digitais e sensoriamento remoto, permitem melhorar a qualidade dos mapas e o nível de precisão visando à localização dos espaços. Para melhor aproveitamento do módulo, é interes- sante que o aluno reveja alguns conteúdos elementares referentes à disciplina de Matemática. Isso porque temas como latitudes, longitudes, escala cartográfica e fusos horários requerem o conhecimento de conteúdos como regra de três simples e cálculos com medidas em graus. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Busque oferecer a teoria necessária para que o aluno seja capaz de interpretar e entender as informações con- tidas nas diferentes formas de representação cartográfica. Além disso, é importante que os alunos entendam que os mapas são construções históricas e políticas. É fun- damental a compreensão da realidade política existente nas diferentes representações de mapas-múndi. A própria escolha do que retratar e de como retratar é uma opção que expõe a visão de mundo de quem fez a representa- ção. Nesse sentido, é necessário “quebrar” a concepção de que o mapa de Mercator é a única e correta forma de representação da realidade. Outro aspecto a ser abordado é que os mapas ad- quirem também utilidade política e geopolítica, sendo 14 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 14 29/04/16 09:31 importantes nas decisões tomadas em diversas instâncias da administração pública e em intervenções no território. Nesse sentido, deve-se ressaltar que as intervenções feitas na superfície terrestre não são neutras e atendem sempre aos interesses de determinados grupos sociais. Ao final da Aula 1, resolva junto com a turma a questão 1 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugeri- mos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desen- volvendo habilidades, sobretudo as questões 1 e 3. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 Mostre aos alunos um pouco das novas tecnologias de mapeamento e localização. É importante destacar que, com a utilização de satélites, cada vez mais os ma- pas apresentam maior riqueza de detalhes e precisão, o que permite seu uso para os mais diversos fins. Os satélites também podem ser utilizados para o funciona- mento de aparelhos GPS. Explique aos alunos o funcio- namento desses aparelhos, destacando que o espaço geográfico sofre modificações que não são acompanha- das simultaneamente pelos mapas, o que pode resultar em problemas no caso de uma confiança sem ressalvas nesses equipamentos – por exemplo, acidentes de trân- sito decorrentes da inversão de sentido do fluxo de veí- culos não atualizada no mapa do GPS. Ao final da Aula 2, resolva junto com a turma a questão 3 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugeri- mos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desen- volvendo habilidades, sobretudo a questão 9. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 3 Na terceira aula, o professor pode apresentar aos alunos o sistema internacional de fusos horários, que padronizou as horas no mundo. Explique que esse sis- tema foi criado no final do século XIX, época em que a Inglaterra despontava como principal potência econô- mica. Por esse motivo, foi convencionado que o meri- diano zero (referência para os demais horários) passaria pelo país, mais especificamente em Greenwich, nas pro- ximidades de Londres. Com base em um mapa do ter- ritório brasileiro, mostre que atualmente o Brasil apre- senta quatro fusos horários, mas que entre 2008 e 2013 chegou a ter apenas três. Em seguida, apresente os estados brasileiros que adotam o horário de verão, adiantando em uma hora os seus relógios. Mais uma vez, pode ser importante a utilização de um mapa do país. Mostre que os estados localizados em latitudes menores (Norte e Nordeste) não possuem grande variação de fotoperíodo, apresentando praticamente um mesmo número de horas para o dia e para a noite em qualquer época do ano. Já os estados localizados em latitudes maiores possuem maior variação de fotoperíodo, com dias mais longos durante o verão, o que possibilita utilizar a luz solar até mais tarde em uma época em que geralmente se consome mais energia. Por volta das 18 horas, quando as pessoas geralmente voltam do trabalho para casa, esse consumo é ainda mais inten- so (luzes são acesas, aparelhos de TV e ares-condiciona- dos são ligados, etc.). É também por volta desse horário que a iluminação pública é ligada, assim como letreiros comerciais, etc. Nesse horário muitas indústrias ainda funcionam. Com a adoção do horário de verão parte da carga das residências continua entrando às 18 horas, mas a iluminação pública pode ser ativada mais tarde, assim como os letreiros do comércio, quando as indústrias já não estão mais em funcionamento. Dessa maneira, ten- demos a evitar uma sobrecarga no setor elétrico, já que a demanda por energia estará mais bem distribuída ao longo das horas. Ao final da Aula 3, resolva junto com a turma as ques- tões 4 e 5 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 2. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. I - INTRODUÇÃO ➜ Mapa 5 poder • Quem cria o mapa pode exprimir sua visão de mun- do (ideológica, política, cultural) ➜ Marco evolutivo: Expansão Marítima (necessidade de mapear o terreno navegável) ➜ Dificuldade principal: representar um objeto tridimen- sional em uma superfície plana SUGESTÃO DE QUADRO 15 C a rt o g ra fi a e s u a s te cn o lo g ia s G E O G R A F IA M ó d u lo 2 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 15 29/04/16 09:31 II - SISTEMAS DE LOCALIZAÇÃO E MAPEAMENTO ➜ Forte dependência das tecnologias de sensoriamen- to remoto: • Satélites, scanners, radares, fotografias aéreas ➜ Aplicações variadas: • Meteorologia • Geologia • Agricultura • Estratégia militar • Ecologia • Demografia ➜ GPS • Aparelho para localização espacial • Utiliza as coordenadas geográficas • Uso de satélites georreferenciados Referência Delimitam Paralelos Linha do equador Latitudes Meridianos Meridiano de Greenwich Longitudes Coordenadasgeográfi cas Cruzamento da “malha” para a localização geográfi ca ➜ Observação: funções das linhas imaginárias • Latitudes: delimitam as faixas climáticas • Longitudes: demarcam os fusos III - PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ➜ Variam quanto: • À propriedade (o que priorizam): • Equidistantes (distância) • Conformes (forma) • Equivalentes (área) • À superfície de projeção (que técnicas foram utili- zadas e que resultados foram produzidos): • Cilíndrica, cônica ou azimutal ➜ Cilíndrica • Adequada para planisférios • Paralelos e meridianos retos e perpendiculares • Distorção mais acentuada nas extremidades ➜ Cônica • Adequada para latitudes médias • Paralelos curvos e meridianos radiais • Topo e base geralmente não representados (muita distorção) ➜ Azimutal • Adequada para regiões polares • Baseia-se em um determinado ponto do globo • Periferias muito distorcidas ou nem representadas IV - PROJEÇÕES 3 VISÕES DE MUNDO ➜ Mercator • Projeção cilíndrica conforme • Áreas distorcidas 1 formas fiéis • Contexto da expansão marítima • Visão eurocentrista • Europa em cima, no centro e superdimensionada. • Distorção maior quanto mais distante da linha do equador ➜ Peters • Projeção cilíndrica equivalente • Áreas fiéis 1 formas distorcidas • Contexto da descolonização afro-asiática • Visão terceiro-mundista • Formas alongadas para compensar as distorções ➜ Robinson • Projeção cilíndrica que visa reduzir as distorções de Mercator • Mais utilizada na atualidade • Meridianos elípticos • Sensação de “profundidade” no mapa ➜ Observação: outros exemplos • Mollweide • Goode V - ESCALAS ➜ Geográfica • Área de abrangência de um fenômeno ➜ Cartográfica • Grau de redução das dimensões de um terreno para representá-lo no papel ➜ Escala gráfica 3 escala numérica Escala grande Escala pequena Muitos detalhes Poucos detalhes Foi pouco reduzida Foi muito reduzida Número pequeno Número grande 16 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 16 29/04/16 09:31 VI - FUSOS HORÁRIOS ➜ 24 h 5 1 giro em torno da Terra (360º) ➜ 360º / 24 horas = 15º (tamanho de 1 fuso horário) ➜ Marco zero: meridiano de Greenwich (GMT) • a oeste diminuem-se horas • a leste somam-se horas ➜ Os fusos possuem variações políticas de acordo com cada país ➜ Brasil: 4 fusos • GMT −2 (ilhas oceânicas) • GMT −3 (Brasília) – horário oficial do Brasil • GMT −4 (parte do Norte e do Centro-Oeste) • GMT −5 (Acre e parte oeste do Amazonas) VII - HORÁRIO DE VERÃO ➜ Maior aproveitamento da luz do dia ➜ Economia de energia ➜ Só é rentável nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste • Latitudes mais elevadas • Maior variação de luminosidade ao longo do ano VIII - TIPOS DE REPRESENTAÇÃO ➜ Mapa • Escala pequena • Respeita limites políticos • Países, estados, cidades ➜ Carta • Escala grande • Fragmento de um mapa • Não apresenta a área toda (apenas o enfoque) ➜ Mapa topográfico • Apresenta o relevo e o meio físico • Utiliza a técnica de curva de nível ➜ Mapa temático • Representa especificamente um tema predetermi- nado ➜ Anamorfose • Representação disforme • Intenção de demonstrar/dramatizar um tema es- pecífico IX - CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS ➜ “N” • “North” (Norte) • Setentrional, boreal ➜ “S” • “South” (Sul) • Meridional, austral ➜ “E” • “East” (Leste) • Oriental, nascente ➜ “W” • “West” (Oeste) • Ocidental, poente X - LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE DATA ➜ Linha antípoda ao meridiano de Greenwich ➜ Primeiro ponto da Terra a conhecer um novo dia ➜ Terra gira de oeste para leste ➜ Movimento aparente do Sol de leste (nascente) para oeste (poente) ➜ Observação: divide um fuso ao meio, assim como o marco zero • É possível neste mesmo fuso (e na mesma hora) encontrar dois dias diferentes • Exemplo: Dia 22/02 ← Linha Internacional de Mudança de Data → Dia 21/02 SUGESTÃO DE QUADRO COMPLEMENTAR (pH1) 17 C a rt o g ra fi a e s u a s te cn o lo g ia s G E O G R A F IA M ó d ul o 2 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 17 29/04/16 09:31 ATIVIDADES COMPLEMENTARES SUGESTÃO I O professor pode sugerir aos alunos a confecção de um mapa mnemônico (mental) a respeito do trajeto diário feito entre a casa e a escola. Deve-se incentivá-los a demonstrar tudo o que consigam lembrar no percurso, estimulando-os, assim, a compreender as diferentes percepções de realidade e despertar o senso de coordenação geográfica do aluno. Na sequência, os alunos podem vivenciar de maneira material/palpável o trato com um aparelho de GPS, esti- mulando-os a entender seu funcionamento (não somente em termos de manuseio, mas principalmente em razão de compreender como as amarrações espaciais são tra- çadas). Um destaque importante nesse momento, visando contextualizá-los à tecnologia, é abordar a questão dos aplicativos de telefone celular. SUGESTÃO II Juntamente com professores de História, pode ser rea- lizado um trabalho interdisciplinar analisando o papel da Cartografia ao longo do desenvolvimento das sociedades, setorizando os alunos em grupos (ordenando-os de forma cronológica ou regionalizada) para interpretar a influência da Cartografia na religião e na cultura; na expansão marítima e colonialismo; no imperialismo e na atual lógica globalizada no que diz respeito às relações de poder entre as nações e as sociedades; Em conjunto com as equipes de Matemática e Física podem ser realizadas diversas atividades da parte mais técnica do conteúdo, como cálculo de escalas; a relação viagens de avião 3 fusos horários; utilização da geometria nas coordenadas geográficas, etc. SUGESTÃO III Caso haja tempo hábil e o professor queira aprofundar o tema da Linha Internacional de Mudança de Data, aborda- do na seção pH+, sugere-se que a seção seja apresentada logo após a explicação de fusos horários. Os alunos, geral- mente, apresentam certa dificuldade para compreender o assunto. Na internet há diversas animações que demons- tram os movimentos de rotação e de translação da Terra, além de explicar a Linha Internacional de Mudança de Data. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR LIVROS ALMEIDA, Rosângela Doin de (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Cartografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. São Paulo: Ofici- na De Textos, 2008. LACOSTE, Yves. A Geografia – isto serve, em primeiro lu- gar, para fazer a guerra. São Paulo: Papirus, 1989. SITES IBGE <www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/ manual_nocoes/indice.htm>. Apresenta noções sobre representação cartográfica; elementos de representação; processo cartográfico; apli- cações e uso. Revista Brasileira de Cartografia <www.rbc.ufrj.br>. Traz artigos científicos sobre o tema. Só Geografia. <www.sogeografia.com.br/Conteudos/ GeografiaFisica/Cartografia>. Possui diversas informações sobre múltiplos temas da geografia, inclusive sobre Cartografia. GABARITO COMENTADO PRATICANDO O APRENDIZADO 5. c. Considerando que Belo Horizonte está no fuso de 45° oeste, somam-se 4 horas de fuso a mais (Itália está no fuso de 15° leste) e 1 hora a mais por cau- sa do horário de verão. Considerando a duração, chega-se antes das 17 horas no voo 3341 com par- tida às 14h42min. DESENVOLVENDO HABILIDADES 2. c. Fusos horários são variações horárias resultantes do movimento de rotação da Terra, sendo conta- dos ao longo das longitudes. Dessa maneira, a Ter- ra leva aproximadamente 24 horas para dar uma volta completa em torno dela mesma, percorrendo 360º sexagesimais, o que acarreta um fuso horário a cada 15º de longitude. Deslocamentos para leste, no sentido da rotação, aumentam a hora. Para oes- te, diminuem a hora. Se em Porto Alegre, 2º fuso brasileiro, são 9 horas, em Pequim, onze fusos (horas) a leste = 9 1 11 = 20, serão 20 horas; em Londres, três fusos (horas) para leste / 9 1 3 = 12, serão 12 horas; em Nova York, dois fusos (horas) para oeste / 92 2 = 7, serão 7 horas. 8. e. Como mencionado corretamente na alternativa e, a projeção de Mercator pode ser classificada como cilíndrica e conforme, pois mantém os ângu- los de paralelos e meridianos idênticos ao do glo- 18 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 18 29/04/16 09:31 bo, causando deformações nas áreas de médias e altas latitudes. Estão incorretas as alternativas: a, porque na projeção de Peters o espaço entre os paralelos diminui com o aumento da latitude; b, porque na projeção de Mercator o espaço entre os paralelos aumenta com o aumento da latitude; c, porque tanto a projeção de Mercator como a de Peters utilizam-se da base cilíndrica, embora com propriedades geométricas distintas, haja vista que Mercator é conforme e Peters, equivalente; d, por- que na projeção de Peters as distâncias não são proporcionais. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 4. c. O rio corre na direção sudeste, uma vez que nas- ce em áreas com maior altitude (superiores à cur- va de nível de 400 m) e se direciona para áreas com menor altitude (inferiores à curva de nível de 300 m). A determinação das margens direita e esquerda dá-se da nascente para a foz, portanto a margem esquerda apresenta maior declividade (curvas mais próximas umas das outras). Como a escala é de 1;50 000, 1 cm no mapa equivale a 50 000 cm ou 500 metros. Como a distância é de 3,5 cm, tem-se 1 700 metros de distância entre os pontos A e B. 5. e. O avião parte de Brasília às 10 horas e 15 minutos, somam-se 28 horas de voo, tem-se 14 horas. Em seguida, somam-se 5 horas de fuso (horário adian- tado no sentido leste por causa do sentido do movimento de rotação da Terra). Portanto, o avião chega às 19 horas e 15 minutos. 6. c. O navio está localizado a 180°; entretanto, o padre Caspar não está a 0°, mas a 18° oeste. Portanto, a partir do meridiano de Greenwich, como men- cionado corretamente na alternativa c, o padre se encontra a 162° leste (18° oeste 1 162° leste = = 180°). ANOTA‚ÍES 19 C a rt o g ra fi a e s u a s te cn o lo g ia s G E O G R A F IA M — d u lo 2 pH_EM3_C1_014a019_M2_Geo_MP.indd 19 29/04/16 09:31 OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Conceitos e temas fundamentais • Modernização das práticas agrícolas • Relação campo-cidade • Sistemas extensivos e suas polêmicas • Sistemas intensivos e suas tecnologias • H19 - Reconhecer as transformações técnicas e tec- nológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano. • H28 - Relacionar o uso das tecnologias com os impac- tos socioambientais em diferentes contextos histórico- -geográficos. • Identificar corretamente o uso de conceitos a respeito da produção agrícola. • Relacionar o uso de tecnologias no campo com seus problemas sociais e ambientais. • Compreender as especificidades de cada modelo pro- dutivo. 3 Módulo Conceitos em geografia agr‡ria INTRODUÇÃO Neste módulo temos como objetivo analisar o desen- volvimento da atividade agropecuária, entendendo essa atividade como o elemento central da organização do espaço rural, produzindo e organizando diferentes paisa- gens. Essas diferenças são fruto das várias formas de apro- priação do solo, dos métodos de produção e das próprias condições ambientais em que as atividades agropecuárias são desenvolvidas. Cabe ressaltar que com o desenvolvimento da ativi- dade agropecuária o espaço natural mudou significati- vamente, dando lugar ao espaço geográfico. As técnicas agrícolas, que começaram a se desenvolver nas planícies aluvionares durante o Período Neolítico, aumentaram a capacidade de modificação da natureza pelo ser humano. Por meio do trabalho humano (da técnica), a natureza foi sendo apropriada e o espaço geográfico foi sendo criado. As técnicas e as tecnologias aplicadas à agropecuária continuam a se desenvolver, permitindo assim uma contí- nua apropriação do espaço natural e a sua consequente transformação em espaço geográfico. Essas mesmas téc- nicas vêm permitindo uma diminuição da dependência da agropecuária das condições naturais, aproximando cada vez mais a atividade rural da industrial. No entanto, ain- da que a tecnologia diminua o grau de dependência da agricultura em relação à natureza, esse laço ainda não foi inteiramente cortado. Mesmo que esteja restrita a uma variável econômica, a relação ainda existe e faz com que a atividade agrícola, apesar da tecnologia de produção, ainda esteja atrelada às condições naturais. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Inicie a primeira aula conversando com a turma sobre alguns meios de produção. Mostre que a terra pode ser entendida como um meio de produção extremamente de- pendente dos fatores naturais, diferentemente, por exem- plo, da indústria. Ao longo dos anos, o ser humano buscou, com seu trabalho, aproximar esses dois meios, tentando diminuir a influência das condições naturais na produção agrícola. O ápice desse processo é o que chamamos de Re- volução Verde. Procure mostrar aos alunos também outras mudanças ocorridas no uso da terra ao longo da História. Como a humanidade perde seu espírito de coletivismo para criar a propriedade privada? Como a propriedade se 20 pH_EM3_C1_020a024_M3_Geo_MP.indd 20 29/04/16 09:31 torna mercadoria? O que determina o seu valor? Quais as implicações do seu monopólio? Explique a diferença entre renda diferencial e renda absoluta. A renda diferencial está relacionada a aspectos como fertilidade, localização (a proximidade do mercado) e investimentos de capital para melhorar a localização (cons- trução de estradas) ou a produção (irrigação). Já a renda absoluta é fruto da simples posse da terra. Uma vez que a terra é um meio de produção não reprodutível (ou seja, não fabricamos terra), sua concentração gera uma tendência na- tural de valorização. Assim, quanto maior a concentração, maior será o valor unitário da terra. Esse princípio é importante porque com base nele é possível compreender a existência de latifúndios improdu- tivos e do próprio processo de especulação imobiliária no campo, ou seja, o uso da terra como uma reserva de valor. Em contrapartida, a terra possui uma função social, que é produzir alimentos. Questiona-se: por que a terra apresen- ta essa característica? É possível abrir mão da produção agrícola? Esse debate contribui para instigar maior interes- se nos alunos diante de um tema de tamanha relevância. Ao final da Aula 1, resolva junto com a turma as ques- tões 1 e 2 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção De- senvolvendo habilidades, sobretudo as questões 2 e 8. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 No rol das questões sociais atuais, a produção de alimentos também é um grave desafio a ser enfrentado. A questão não é simplesmente quantitativa, afinal, já se sabe que é possível produzir alimentos para todos. Hoje, os questionamentos feitos são outros e, entre eles, desta- cam-se: como garantir que todos tenham acesso aos ali- mentos a preços acessíveis? Como produzir alimentos de forma mais eficiente, minimizando os impactos sociais e ambientais da atividade agropecuária? As perguntas lançadas no parágrafo anterior devem nortear a segunda aula do módulo, apontando as contra- dições ambientais e sociais existentes nos diferentes mé- todos de produção. É de suma importância trabalhar de forma aprofundada todos os conceitos apresentados no material referentes às técnicas e às tecnologias que cons- tituem a Revolução Verde, que a partir da década de 1950 começaram a se tornar frequentes no espaço rural. Ao final da Aula 2, resolva junto com a turma a ques- tão 4 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 3. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seçãoAprofundando o conhecimento. AULA 3 Os conceitos vistos até aqui são fundamentais para a compreensão da importância da posse e da luta pela terra. Apresente aos alunos nessa aula os principais sistemas agrícolas constantes no Caderno do Aluno. É importante apontar sempre se tal sistema se apresenta como intensivo (alta produtividade) ou extensivo (baixa produtividade). Cabe lembrá-los também nessa aula de que a terra é a base da atividade agropecuária e, por muito tempo, foi o sustentáculo das sociedades, cujo objetivo fundamental era produzir. Com o desenvolvimento da economia, a terra assumiu novos significados, que ultrapassam o da produ- ção. Essa relação entre terra e poder (parcialmente contra- ditória) será aprofundada no módulo seguinte, que trata do espaço agrário brasileiro. Ao final da Aula 3, resolva junto com a turma a ques- tão 3 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que o aluno trabalhe os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 7. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. I. CONCEITOS GERAIS ➜ Agrário • Referente à estrutura fundiária ➜ Agrícola • Referente à produção no campo ➜ Produção 3 produtividade • Quantidade produzida = produção • Relação produção 3 área = produtividade ➜ Funções da terra • Função econômica: exportações/produzir matéria- -prima • Função social: produzir alimento ➜ Fronteira agrícola • Área de limite entre as terras agricultadas e as ter- ras virgens produtivamente SUGESTÃO DE QUADRO 21 C o n ce it o s e m g e o g ra fi a a g rá ri a G E O G R A F IA M ó d ul o 3 pH_EM3_C1_020a024_M3_Geo_MP.indd 21 29/04/16 09:31 II. RELAÇÃO CAMPO 3 CIDADE ➜ Total interdependência • Espaço rural: produz alimento, matéria-prima, mão de obra (êxodo rural) • Espaço urbano: tecnologia, capital, serviços III. REVOLUÇÃO VERDE ➜ Décadas de 1950 e 1960: países centrais criam um pacote tecnológico • Intuito: aumentar a produtividade • Discurso: combate à fome • Fato: aumento da dependência tecnológica ➜ Consequências • Maior produtividade • Maior concentração fundiária • Mais desemprego rural • Agravamento da fome • Mais êxodo rural • Agravamento dos impactos ambientais Observação 1: OGMs (organismos geneticamente modifi cados) • Aumento de produtividade e qualidade • Quais os impactos sobre o ser humano? • Podem atuar: • Criando produtos resistentes às pragas (reduz o uso de agrotóxicos) • Criando produtos resistentes aos agrotóxicos (aumenta o uso de agrotóxicos) Observação 2: CAIs (complexos agroindustriais) • Integração de mais de um setor da economia envolvendo a agricultura • Forma de monopólio de mercado • Podem atuar: • Concentrando renda (estímulo ao agronegócio) • Concentrando terras no campo (elevando a pobreza) IV. SISTEMAS DE PRODUÇÃO ➜ Sistemas extensivos • Baixa produtividade • Técnicas rudimentares • Países subdesenvolvidos ➜ Sistemas intensivos • Elevada produtividade • Uso intensivo de tecnologia ou mão de obra • Mais comum em países desenvolvidos ➜ Plantation • Grande propriedade • Monocultura • Mercado externo • Mão de obra temporária • Mecanização • Fortes impactos ambientais ➜ Roça itinerante • Pequena propriedade • Policultura • Mercados regionais • Mão de obra familiar • Técnicas arcaicas (impactos ambientais) • Subsistência V. ESTUDOS DE CASO ➜ Estados Unidos • Pequenas e médias propriedades • Uso de tecnologia • Mão de obra • Mercado interno • Não precisou de reforma agrária • Sempre possuiu estrutura fundiária desconcentrada • Homestead Act (1862) • Doação de terras a imigrantes • Pequenos lotes • Obrigatoriedade de manter a posse da terra por cinco anos • Organizados em belts (cinturões monocultores) • Vêm se tornando policultores (menor risco de mercado + menor risco de pragas) ➜ Europa • Elevado valor da terra • Espaço restrito (continente pequeno) • Clima mais rigoroso • Espaço muito urbanizado • Reforma agrária “por meio de impostos” • Estímulo fiscal às pequenas propriedades • Sobretaxação de grandes propriedades • Política agrícola comum (PAC) ➜ Estados Unidos e Europa praticam “subsídios agrícolas” • Agricultura modernizada = concentração de renda e terras • Artifício estatal para amenizar o quadro • Problema: uso abusivo como forma de dumping internacional ➜ Sudeste Asiático • Populações muito grandes • Uso intensivo de mão de obra • Jardinagem • Rizicultura em terras alagadas • Policultura, mas predomina a produção de arroz • Terraceamento • Pouca possibilidade de mecanização 22 pH_EM3_C1_020a024_M3_Geo_MP.indd 22 29/04/16 09:31 SUGESTÃO DE QUADRO COMPLEMENTAR (pH1) duzindo a oferta de alimentos e implicando um aumento no seu preço. Outros fatores podem ainda contribuir no mesmo sentido. Recentemente o Brasil deixou de figurar no “Mapa da Fome”, da Organização das Nações Unidas para a Ali- mentação e Agricultura. Isso não significa a inexistência de fome no país, mas sim a sua redução a um nível inferior a 5% da população. Debata com os alunos os fatores que explicam isso. Ressalte que, sem dúvida, a geração de em- pregos na última década e o aumento da renda dos mais pobres, com o crescimento real do salário mínimo, são pontos a ser considerados. A ampliação dos programas de transferência de renda também é relevante. Destaque esses e outros pontos com a turma. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR LIVROS BERTERO, José Flavio. Lutas & Resistências. Londrina: Editora Londrina, 2006. BORGES, Maria Eliza Linhares. Representações do uni- verso rural e luta pela reforma agrária no leste de Minas Gerais. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, 2004. FERNANDES, Bernardo Mançano. Brava gente; a trajetó- ria do MST e a luta pela terra no Brasil. São Paulo: Funda- ção Perseu Abramo, 1999. GRAZIANO NETO, José Francisco. Questão agrária e eco- logia. São Paulo: Brasiliense, 1988. MESQUITA, Helena Angélica de. Espaço agrário brasilei- ro: exclusão e inclusão social. Boletim Goiano de Geogra- fia do Instituto de Estudos Socioambientais, 2008. MULLER, Geraldo. Agricultura e industrialização do cam- po no Brasil. Revista Economia Política. v. 22, n. 6, 1982. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A agricultura campo- nesa no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991. (Coleção Cami- nhos da Geografia). SILVA, José F. Graziano da. Estrutura agrária e produção de subsistência na agricultura brasileira. São Paulo: Huci- tec, 1978. ______. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 2000. SZMRECSÁNYI, Tamás. Nota sobre o complexo agroin- dustrial e industrialização da agricultura no Brasil. Revista de Economia Política. v. 3, n. 2, 1983. VALVERDE, Orlando. A fazenda de café escravocrata no Brasil. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, v. 29, n. 1, jan./mar., 1967. VI. CRISE DOS ALIMENTOS ➜ Realidade ou mito? • Mito • Atribuir toda a culpa à cana brasileira • Aumento significativo é na produtividade e não na área produzida • Realidade • Altos preços do petróleo • Lógica das commodities • Aumento de demanda • Agricultura energética (milho nos Estados Unidos, beterraba na Europa, cana no Brasil) ATIVIDADES COMPLEMENTARES SUGESTÃO I O aluno pode ser incentivado a elaborar individual- mente ou em grupo um quadro da produção agrícola no planeta, analisando os principais produtores de alimento, o modelo de produção e os principais impactos ambien- tais. Esse quadro deve ser completado com informações quanto ao IDH e com os índices de pobreza e fome de cada país. O aluno ou o grupo deve ser capaz de estabe- lecer relações entre a produção, o modelo de produção e a qualidade de vida da população. SUGESTÃO II Os alunos podem comparar a produção orgânica com a que utiliza transgênicos e/ou insumos químicos, apon- tando vantagens e desvantagens. Com o apoio do profes- sor de Biologia, os alunos podemapresentar o trabalho na forma de vídeo, exposição de cartazes, apresentações digitais, etc. Ainda em articulação com Biologia, pode-se solicitar um trabalho que relacione a fome a diversas doenças re- sultantes da carência de vitaminas, lipídios e sais minerais. SUGESTÃO III Neste módulo a seção pH+ discute a questão da fome no planeta. Caso sua escola disponibilize um tem- po a mais de aula para Geografia, discuta com os alunos a relação entre a expansão da produção de gêneros agrí- colas voltados para a indústria de biocombustíveis com a pressão exercida no aumento do preço dos alimentos. Mostre que pode acontecer competição por terra entre a produção dedicada à energia e a produção alimentar, re- 23 C o n ce it o s e m g e o g ra fi a a g rá ri a G E O G R A F IA M ó d u lo 3 pH_EM3_C1_020a024_M3_Geo_MP.indd 23 29/04/16 09:31 SITES Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura: <www.fao.org>. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): <www.embrapa.br>. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: <http://mds.gov.br/>. GABARITO COMENTADO PRATICANDO O APRENDIZADO 2. e. No agronegócio, é preocupante a utilização ex- cessiva de agrotóxicos para combater pragas agrí- colas e aumentar a produtividade. Entre as conse- quências estão o aumento de problemas de saúde na população pelo envenenamento dos alimentos, além da contaminação do solo, dos rios e da água subterrânea. DESENVOLVENDO HABILIDADES 3. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, o mapa representa a área cujo destaque agrí- cola é a soja, incorporando, portanto, a proposta de que o fator de coesão da região é a sojicultura produzida a partir dos OGMs (organismos geneti- camente modificados) da empresa que veicula a peça publicitária. Estão incorretas as outras alter- nativas porque não apresentam o fator de coesão que desconsidera as fronteiras dos países em prol da sojicultura. 10. a. Como mencionado corretamente na alternativa a, o consumo de água em ritmo superior ao cresci- mento da população pode ser explicado pela am- pliação da produção agrícola, atividade respon- sável pela maior demanda de água no planeta, e uma medida para a exploração racional do recurso é a reutilização da água da chuva. Estão incorretas as alternativas: b, porque a elevação da tempera- tura média da Terra não é causa do aumento do consumo de água; c, porque o consumo de água elevou-se acima do aumento da população e a pri- vatização dos recursos não é medida preventiva; d, porque a concentração de renda não é causa para aumento do consumo de água; e, porque a causa para a elevação do consumo de água foi o alarga- mento da produção agropecuária. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 1. a. Alternativa a: correta. Curvas de nível são uma prá- tica adotada pelos agricultores cujo objetivo é re- duzir a velocidade de escoamento da água da chu- va. São feitas a partir da plantação nas linhas das cotas altimétricas da propriedade, evitando a ero- são hídrica. Alternativa b: incorreta. Terraceamen- to é a prática adotada em terrenos íngremes, cujas encostas são cortadas em plataformas ou largos degraus, resultando em controle sobre a erosão. Alternativa c: incorreta. Associação de culturas é o plantio integrado de dois ou mais cultivares, evi- tando que o solo fique exposto à erosão. Alterna- tiva d: incorreta. Reflorestamento é a implantação de florestas em áreas naturalmente florestais. 2. b. No mundo convivem diversos sistemas agrícolas e um quadro complexo no comércio internacional (exportações e importações) de produtos do agro- negócio. Eis a sequência correta: [2] Costa oeste dos Estados Unidos (Califórnia): fruticultura com irrigação sistemática, a exemplo da laranja, da uva e do vinho. [3] Estados Unidos e União Europeia: o setor de agronegócios é resguardado com medidas pro- tecionistas e subsídios que dificultam a entrada de importados; na OMC, o grupo G20/comercial do qual o Brasil faz parte pressionou para a maior abertura dos mercados dos países desenvolvidos para a entrada de produtos agropecuários dos paí ses emergentes e subdesenvolvidos. [4] Zonas tropicais da América Latina, Ásia e África: amplas áreas destinadas à modalidade de plantation, isto é, latifúndios monocultores que exploram mão de obra barata e produzem para exportação. Exem- plos: cacau (Costa do Marfim), cana-de-açúcar (Bra- sil), café (Colômbia) e banana (Honduras). [1] Sul e Sudeste Asiáticos: dominância da agricul- tura de jardinagem em pequenas propriedades, uso intensivo de mão de obra e técnicas de con- servação do solo como o terraceamento. Exem- plo: cultivo de arroz (China, Indonésia e Tailândia). ANOTA‚ÍES 24 pH_EM3_C1_020a024_M3_Geo_MP.indd 24 29/04/16 09:31 OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Classificação fundiária brasileira • Elitização do acesso a terra no Brasil • Complexos agroindustriais • Formas de associações agrícolas • Relações de uso da terra • Expansão da fronteira agrícola • Quadro atual do campo brasileiro • H15 - Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, po- líticos, econômicos ou ambientais ao longo da História. • Compreender a concentração fundiária brasileira me- diante seu processo histórico e dinâmicas atuais. • Identificar o papel da tecnologia nas práticas agrícolas. • Associar as formas de uso da terra à realidade social de seus usuários e de outros grupos. • Associar a expansão da fronteira agrícola aos proble- mas ambientais no país. 4 Módulo O espa•o agr‡rio brasileiro INTRODUÇÃO O campo brasileiro vem sofrendo grandes transforma- ções ligadas à produção. No entanto, persiste uma estru- tura fundiária injusta e concentrada. A situação do campo no Brasil continua representando uma das melhores ex- pressões do que muitos autores denominam moderniza- ção conservadora e excludente. O processo de modernização do campo brasileiro não aconteceu de forma homogênea no espaço e na sociedade. Ainda que essa “modernidade” esteja presente e cada vez mais visível no meio rural, ainda há áreas desconectadas dela. O módulo tem como objetivo permitir que o aluno en- tenda a construção histórica do processo de concentração de terras no país, analisando os fatores que levaram e que contribuem para a manutenção dessa concentração. É fun- damental que o aluno consiga compreender as transforma- ções que ainda estão em curso no campo, entendendo o caráter contraditório e excludente dessas transformações. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Retome a discussão dos estudos anteriores e fale so- bre a importância da posse da terra, de sua característica como fonte de poder, do papel dela como meio de produ- ção, de seu papel social, etc. Ao retomar esses conceitos pode ser interessante demonstrar quanto foi e é nociva a estrutura fundiária brasileira, quanto as políticas traçadas pelos governos foram ineficazes para mudar esse quadro, e o porquê de constantes conflitos e mortes no campo e da existência de movimentos sociais que questionam a concentração de terra. Ainda na primeira aula do módulo tente traçar a evolução histórica da concentração fundiária no Brasil, contextualizando-a com o papel das legislações (Lei de Terras, Estatuto da Terra, Constituições federais, etc.) e dos movimentos políticos e sociais marcantes em cada período (ligas camponesas, Contag, MST, UDR, CPT, MAB e outros). Analisar o processo de modernização do campo é de suma importância para a compreensão das condições relativas à produção e à distribuição de terras. Cabe lembrar que a capitalização do campo deve ser entendida num contexto geral da economia brasileira; melhor dizendo, não faz sentido tentar entender a mo- dernização que começamos a vivenciar nos anos 1960 sem estabelecer uma relação direta com o projeto de industrialização nacional que estava sendo montado na- quele momento. Ao final da Aula 1, resolva junto com a turma a ques- tão 5 da seção Praticando o aprendizado. Para casa,
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