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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Campus Inconfidentes Licenciatura em PEDAGOGIA Disciplina: História da Educação II Estudantes: LEONARDO DE SOUZA Comparativo Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Introdução A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público e/ou privado) do Brasil. Este artigo expõe um comparativo em forma de tabela das principais leis de diretrizes de base contendo a LDB/61, a LBD/71 e a LDB/96. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi debatida e elaborada no contexto de redemocratização do país logo após a queda do Estado Novo (1937-1945). Foi promulgada somente em 1961, com o n° 4.024, e duas vezes reformulada: pela Lei nº 5.692/1971 e pela Lei nº 9.394/1996. A LDB sistematiza e detalha o pensamento educacional já exposto na Constituição e no ECA, reforçando o princípio fundamental da oferta de ensino obrigatório e gratuito como caminho para a promoção do indivíduo. Ao mesmo tempo, deixa claro que escolas públicas e privadas devem coexistir, que a educação não deve ser restrita ao espaço da escola, que as escolas devem ser geridas conforme o princípio democrático e deve haver relação entre as esferas da escola, da sociedade e do trabalho. Item a ser analisado Lei 4024/61 5692/71 9394/96 Contexto Histórico Após a solução de compromisso para a crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros em agosto de 1961 – ou seja, a posse do vice-presidente João Goulart sob regime parlamentarista –, o Congresso compôs um texto conciliador das várias tendências e foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de nº 4.024, sancionada pelo presidente da República, João Goulart, a 20 de dezembro do mesmo ano. Em 1971, o governo militar instituiu a Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus, depois de tramitação sumária no Congresso. ... A Lei 5.692 mudou a organização do ensino no Brasil. Numa alteração radical, o 2º grau passou a ter como principal objetivo a profissionalização. Em 20 de dezembro de 1996, com 92 artigos, foi sancionada a LDB 9.394/96, completa lei que contou com a modificação na Lei de 1961 e foi feita pelo relator e antropólogo Darcy Ribeiro, resultado de um trabalho de seis anos. Obrigatoriedade da escolarização Ensino de 1º grau obrigatório dos 7 aos 14 anos (art. 20) Art. 20. O ensino de 1º grau será obrigatório dos 7 aos 14 anos, cabendo aos Municípios promover, anualmente, o levantamento da população que alcance a idade escolar e proceder à sua chamada para matrícula. A educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma a) pré-escola b) ensino fundamental; c) ensino médio; II - Educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; Organização do ensino Primário, ginásio e colegial: 1) ensino pré-primário: composto de escolas maternais e jardins de infância; 2) ensino primário: obrigatório a partir dos sete anos de idade, sendo ministrado, no mínimo, em quatro séries anuais; 3) ensino médio: dividido em dois ciclos, o ginasial (quatro anos) e o colegial (três anos ou mais), abrangendo os cursos secundário, técnico e de formação de 1° e 2° grau Ensino Supletivo Educação Infantil (creches de 0 a 3 anos, pré-escolas de 4 a 5 anos, gratuita, não obrigatória e de competência dos municípios), o Ensino Fundamental (anos iniciais do 1º ao5º ano e anos finais do 6º ao 9ºano, obrigatório (ensino fundamental) e Ensino Médio (antigo 2º grau, do 1º ao 3º ano e de responsabilidade dos Estados) é obrigatória para todos. Ensino superior de competência da Federação, Estados e Municípios. professores para o ensino primário e pré- primário. Educação Infantil Art. 23. A educação pré-primária destina-se aos menores até sete anos, e será ministrada em escolas maternais ou jardins-de-infância. Art. 24. As empresas que tenham a seu serviço mães de menores de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-primária. Não há menção na lei Educação de Jovens e Adultos Não há menção na lei Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade: a) suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria; b) proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação. Art. 4º VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola; Art. 5º I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica; Art. 24 § 2o Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular, adequado às condições do educando, conforme o inciso VI do art. 4o. Art. 4º Art.4 II - Educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; Educação especial Não há menção na lei Não há menção na lei III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Formação de professores Art. 52. O ensino normal tem por fim a formação de professores, orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário, e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da infância. Art. 53. A formação de docentes para o ensino primário far-se-á: a) em escola normal de grau ginasial no mínimo de quatro séries anuais onde além das disciplinas obrigatórias do curso secundário ginasial será ministrada preparação pedagógica; b) em escola normal de grau colegial, de três séries anuais, no mínimo, em prosseguimento ao vetado grau ginasial. Formação específica em curso superior Art. 29. A formação de professores e especialistas para o ensino de 1º e 2º graus será feita em níveis que se elevem progressivamente, ajustando-se às diferenças culturais de cada região do País, e com orientação que atenda aos objetivos específicos de cada grau, às características das disciplinas, áreas de estudo ou atividades e às fases de desenvolvimento dos educandos. Art. 30. Exigir-se-á como formação mínima para o exercício do magistério: a) no ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, habilitação específica de 2º grau; b) no ensino de 1º grau, da 1ª à 8ª séries, habilitação específica de grau superior, ao nível de graduação, representada por licenciatura de 1º grau obtida em curso de curta duração;Pedagogia ou pós-graduação Art. 61 I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. c) em todo o ensino de 1º e 2º graus, habilitação específica obtida em curso superior de graduação correspondente a licenciatura plena. § 1º Os professores a que se refere a letra a poderão lecionar na 5ª e 6ª séries do ensino de 1º grau se a sua habilitação houver sido obtida em quatro séries ou, quando em três mediante estudos adicionais correspondentes a um ano letivo que incluirão, quando for o caso, formação pedagógica. Discussão e considerações sobre o tema “A Lei de Diretrizes e Bases buscou reforçar o princípio fundamental da escola pública, gratuita e obrigatória, embora a escrita reforce a ideia de “convivência” entre a educação pública e a privada. O texto da LDB reforça a necessidade de compreender a constituição plural do espaço escolar, o dever do aparelho de ensino para com a formação humana, profissional, acadêmica e criativa do educando. Entre outras coisas, a lei também reconhece a importância da formação extraescolar, o que compreenderia as vivências culturais e esportivas/recreativas desenvolvidas em outros espaços que não as salas de aula”. (CARNEIRO, 2017). Percebemos a partir das leituras, o processo de evolução da educação no Brasil, que segundo Amarilio Ferreira Jr. elegeu como fio condutor da História da Educação Brasileira o binômio “elitismo e exclusão”. (FERREIRA Jr, 2010, p. 9) passa para uma educação inclusiva e humanizada com todas as classes da sociedade com maior acesso aos diversos níveis de ensino. Contudo, há ainda uma grande deficiência no processo de ensino, como corte de verbas, baixo salários dos professores , desatenção por parte do governo, e muitas vezes também pelos pais e alunos que não dão valor ao ensino público. O ensino superior há ainda um caráter “elitista” destinado a alunos de classe alta. A criação do ENEM dá uma igualdade de acesso, mas ainda restrito. É importante que os governantes tenham sempre um olhar atento à educação brasileira que a base para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna. Referências BRASIL, Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, LDB 4024/1961. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4024-20- dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.html. Acessado em 12/02/2021 BRASIL, Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, LDB 5692/1971. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto- 1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html. Acessado em 12/02/2021. BRASIL, Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, LDB 9394/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acessado em 12/02/2021. CARNEIRO, Maristela. História da Educação. 1ª ed. Curitiba, PR: IESDE Brasil, 2017 FERREIRA Jr., Amarilio. História da educação Brasileira: da Colônia ao século XX. São Paulo: EdUFScar, 2010. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDBEN). Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de- diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben. Acessado em 12/02/2021.
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