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Ossos da Coluna Vertebral Corpo; Arcos; Processos. A coluna vertebral é composta por vários ossos ímpares (vértebras), em que a quantidade varia entre os mamíferos domésticos. As vértebras são classificadas como ossos curtos, com substância esponjosa no centro, e substância compacta envolvendo-a. Cada vértebra apresenta: Corpo: é a parte ventral ou cilíndrica. Cada corpo vertebral possui uma extremidade cranial convexa e uma extremidade distal côncava, que são envolvidos por uma lâmina de cartilagem hialina, assim formando a parte não ossificada da epífise do corpo vertebral. Os discos intervertebrais cartilaginosos se interpõem entre as vértebras contínguas. A face dorsal do corpo é marcada por sulcos longitudinais, forames nutrícios e uma ondulação mediana para a fixação de ligamentos. A face ventral do corpo da vértebra possui a crista ventral, que varia em tamanho dependendo da região da coluna. Os forames vertebrais formam o canal vertebral, que circunda a medula, suas meninges, nervos epinais, vasos sanguíneos, ligamentos, tecido adiposo e tecido conectivo. O canal vertebral tem maior diâmetro de altura na primeira e segunda vértebras cervicais. A lardura diminui ao longo da coluna vertebral. Aumenta novamente na região torácica cranial e se estreita na região torácica caudal. O diâmetro se alarga novamente na região lombar, ficando mais estreito na altura da primeira vértebra caudal. ANATOMIA DESCR. ANIMAIS DOMÉSTICOSANATOMIA DESCR. ANIMAIS DOMÉSTICOS JACYELLY BRANDÃO Arco vertebral/arco neural: se forma sobre a face dorsal do corpo vertebral, e delimita o forame vertebral. É composto por: dois pendículos laterais e uma lâmina dorsal. Cães, gatos e ruminantes: vértebras caudais apresentam resquícios de um arco vertebral. Espaço atlanto-occipital: entre o osso occipital e o atlas. Espaço atlantoaxial: entre a vértebra atlas e vértebra áxis. Espaço lombossacral: entre a última vértebra lombar e a primeira sacral. No sentido dorsal, a maior parte dos arcos vertebrais se encaixam sem deixar espaços, no entanto, em 3 locais se formam espaços interarcos (importantes clinicamente, pois proporcionam acesso para coleta de liquido cerebroespinal, ou para injeções). São eles: Processo espinhoso; Processo articular caudal; Processo acessório; Incisura vertebral caudal; Processo transverso; Extremidade caudal; Corpo vertebral; Crista ventral; Arco hemal; Extremidade cranial; Forame vertebral; Incisura vertebral cranial; Arco vertebral; Processo mamilar; Processo articular cranial. Estrutura básica da vértebra, com seus processos: A face cranial do arco ventral do atlas escavado para se articular com os côndilos occipitais do osso occipital. A face dorsal do arco vertebral apresenta a fóvea do dente, que se articula com o dente da segunda vértebra cervical. Funções As asas do atlas proporcionam fixação para a musculatura dorsal e ventral (responsável pela movimentação da cabeça para cima e baixo) e compõem a conexão muscular entre a coluna e a face nucal do osso occipital. A margem livre lateral das asas do atlas propicia fixação para os músculos da cabeça e do pescoço responsáveis principalmente pelo movimento de rotação da cabeça. Os amplos espaços unidos da articulação atlantoaxial e atlanto-occipital sustentam movimentos verticais e rotatórios relativamente livres. JACYELLY BRANDÃO Ruminantes não tem forame transverso. VÉRTEBRAS CERVICAIS Tubérculo dorsal; Tubérculo ventral; Processo transverso (asas do atlas). A primeira (atlas) e a segunda (áxis) vértebras cervicais são modificadas para permitir a livre movimentação da cabeça. ATLAS Aparentemente não tem corpo, e sim duas massas laterais unidas por um arco dorsal e outro ventral, que constituem um anel ósseo. Contém: A face ventral da asa forma fossa do atlas. Sendo a base perfurada pelo forame alar. Em carnívoros é pela incisura alar. Forame vertebral lateral; Forame transverso (canal curto que atravessa a parte caudal do atlas). Crista ventral bem desenvolvida; Dente; Face articular ventral do dente; Face articular caudal. ÁXIS Segunda vértebra cervical, forma o eixo sobre o qual o atlas, e consequentemente a cabeça, giram. Seu corpo é cilíndrico e apresenta: Processo espinhoso e alongado; Processos transversos pares; Incisura vertebral cranial (em carnívoros); Forame vertebral lateral nos outros mamíferos domésticos. O arco do áxis contém: Funções O dente do áxis forma, juntamente com a fóvea do atlas articular correspondente, uma articulação trocóidea (pivô) ao redor da qual o atlas e a cabeça giram. As faces articulares em cada lado do processo espinhoso formam a inserção de ligamentos (especialmente o ligamento nucal) e de músculos. A extremidade caudal do corpo vertebral apresenta fóveas articulares. JACYELLY BRANDÃO O corpo se torna cada vez mais curto, da 3 para 5 a crista ventral é firme, na 6 e 7 a crista ventral é ausente; Processos espinhosos mais curtos na maioria dos mamíferos domésticos, mas seu comprimento aumenta gradualmente em direção à parte torácica; Os processos transverso e articular são bem desenvolvidos em todas as vértebras cervicais; Da 3ª à 6ª vértebra cervical, o processo transverso é perfurado pelo forame transverso, o somatório de todos os forames forma o canal trasverso, que abriga a passagem do nervo vertebral, artéria e veias vertebrais; Os processos articulares são grandes, orientados horizontalmente, e possuem faces articulares planas. RESTANTE DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS VÉRTEBRAS TORÁCICAS Corpos curtos com extremidades planas; Processos articulares curtos; Arcos vertebrais de encaixe muito próximo; Processos espinhosos bastante longos; Fóveas costais nas duas extremidades para as cabeças da costela e nos processos transversos para os tubérculos da costela. A coluna torácica é composta por uma cadeia de vértebras torácicas, que juntas formam um bastão ósseo que se caracteriza por sua flexibilidade limitada, e apresentam aspectos anatômicos especiais, como longos processos espinhosos para a fixação da forte musculatura da cabeça e do pescoço em suínos e herbívoros. Além disso, transmitem o peso do corpo para os membros torácicos e, juntamente com as costelas, propiciam fixação para os músculos das costelas, do tórax e do ombro. Todas as vértebras torácicas apresentam as mesmas características: Fóveas articulares craniais e caudais. Corpos vertebrais são curtos na região torácica cranial, mas aumentam de comprimento gradualmente no sentido caudal, onde também há uma crista ventral. Processos articulares das vértebras torácicas craniais são representados por fóveas ovais. As incisuras vertebrais craniais são superficiais, as incisuras caudais são muito mais profundas. O forame intervertebral é comparativamente maior para permitir a passagem dos nervos e vasos espinais, e costuma ser dividido em dois por uma ponte óssea em ruminantes. Os processos espinhosos são bastante proeminentes e se prolongam desde a face dorsal do arco vertebral. Os processos espinhosos mais elevados das três ou quatro primeiras vértebras torácicas compõem a base óssea para a cernelha. -combindos nas vértebras caudais à vértebra anticlinal. O corpo de cada vértebra torácica possui uma fóvea costalcranial e outra caudal. Os processos transversos apresentam fóveas articulares para a articulação com o tubérculo da costela. As duas fóveas costais são mais profundas e situadas mais distantes uma da outra na região torácica cranial, mas se tornam progressivamente menos profundas e mais próximas, o que resulta em maior estabilidade das costelas craniais e maior mobilidade caudal. JACYELLY BRANDÃO VÉRTEBRAS LOMBARES Não há fóveis costais; Processos espinhosos mais curtos; Processos transversos longos, achatos e projeção lateral maior; Os arcos vertebrais formam um canal vertebral mais largo para acomodar oinchamento da medula espinal na região lombar, a intumescência lombar; Processos espinhosos são prolongados, apresentam costelas rudimentares, sendo denominados processos costais. Diferente das vértebras torácicas, as vértebras lombares são mais longas com o corpo mais uniforme. Em carnívoros, o comprimento dos processos espinhosos diminui gradualmente ao longo de toda a região torácica; No suíno e em ruminantes eles ficam mais elevados nas três primeiras vértebras, se tornam progressivamente mais curtos até a 11ª vértebra no suíno e na 12ª ou 13ª vértebra; Em ruminantes e permanecem com o mesmo comprimento até o final da coluna torácica; No equino, os processos espinhosos das primeiras quatro vértebras torácicas aumentam em altura e se tornam mais curtos até a 13ª ou 14ª vértebra. Vértebra diafragmática/Anticlinal: vértebra torácica cujo processo espinhoso é quase perpendicular ao eixo longo do osso. Ela é a 10ª vértebra torácica no cão, a 12ª no suíno e no caprino, a 13ª no bovino e a 16ª no equino. Processos mamilares estão presentes apenas nas vértebras torácicas e lombares, e estão unidos com os processos articulares para formar os processos mamilares articulares com- PRIMEIRA VÉRTEBRA LOMBAR Processos transversos mais curtos. transmissão do ímpeto de avanço na locomoção dos membros pélvicos para a coluna vertebral. JACYELLY BRANDÃO VÉRTEBRAS SACRAIS Base: ampla cranialmente; Duas partes laterais: aumentadas pelas asas do sacro; Extremidade caudal. O sacro se divide em: A vértebra lombar mais longa costuma ser a 3ª ou 4ª na maioria dos mamíferos domésticos, exceto em carnívoros, nos quais o processo transverso mais longo encontra- se na 5ª ou 6ª vértebra lombar. Funções Os processos transversos e espinhosos, assim como a crista ventral, fornecem superfícies para a fixação dos músculos lombares internos e das musculaturas abdominal, axial e pélvica. A orientação sagital dos processos articulares permite movimento apenas na direção ventral e dorsal, e é quase impossível produzir movimentos laterais. Os espaços interarcos são estreitos na região lombar, mas largos entre a última vértebra lombar e a 1ª vértebra sacral, formando o espaço interarcos lombossacral que pode ser usado como ponto de acesso ao canal vertebral. A fusão de elementos isolados geralmente se completa até 1,5 anos de idade em carnívoros e suínos, de 3 a 4 anos em ruminantes, e de 4 a 5 anos em equinos. As vértebras sacrais e seus discos intervertebrais ossificados unem-se firmemente para formar um único osso: o sacro em todas as espécies domésticas. A ossificação das articulações vertebrais resulta em uma perda de flexibilidade da coluna vertebral sacral, o que aumenta a eficácia da PRIMEIRA VÉRTEBRA SACRAL Tem asas prolongadas, que forma uma articulação firme com a cintura pélvica, através da qual o impulso dos membros pélvicos se transmite ao tronco. As partes mais caudais do sacro não participam diretamente dessa articulação, mas compõem a parte principal do teto da cavidade pélvica. A variedade limitada de funções das vértebras sacrais se reflete na arquitetura simplificada do sacro. O sacro é um quadrilátero em carnívoros, mas triangular em outros mamíferos domésticos A face dorsal do sacro apresenta processos espinhosos que podem estar presentes apenas em forma residual em algumas espécies, e várias ondulações, ela proporciona fixação para a musculatura ilíaca, da garupa e do membro pélvico, e apresenta aberturas para a passagem dos nervos espinais dorsais do plexo lombossacral. A face ventral do sacro está voltada para a cavidade pélvica e se caracteriza por linhas transversais que indicam os limites anteriores das vértebras individuais. Ela é lisa e ligeiramente côncava, perfurada pelas aberturas para as ramificações ventrais dos nervos espinais Os nervos do plexo lombossacral deixam o canal vertebral através dos forames sacrais ventral e dorsal. JACYELLY BRANDÃO VÉRTEBRAS CAUDAIS/COCCIGENAS O canal vertebral é muito mais estreito na região sacral do que na região lombar, e seu diâmetro se reduz ainda mais para cerca de metade de seu tamanho na extremidade sacral. A extremidade cranial se articula com a última vértebra lombar e apresenta incisura para formar a incisura vertebral cranial. A margem ventral apresenta o promontório. As partes laterais são formadas pelos processos transversos unidos das vértebras sacrais e são ampliadas pelo prolongamento das asas do sacro, as quais se projetam lateralmente e se originam da 1ª vértebra sacral. A face dorsal possui processos espinhosos inclinados caudalmente. A 2ª vértebra sacral contribui para a formação das asas do sacro em carnívoros, suínos e pequenos ruminantes. Os processos transversos se unem para formar uma crista sacral lateral, qual é diferenciada no suíno e no equino, mas irrelevante nos outros mamíferos domésticos. Uma crista sacral intermediária encontra- se em ruminantes e representa os rudimentos unidos dos processos articulares. Em outros mamíferos domésticos, essa crista é substituída por pequenos tubérculos. Em carnívoros e no equino, as terminações livres dos processos espinhosos permanecem separadas, enquanto suas bases são unidas. Em ruminantes, as espinhas dorsais se unem para formar a crista sacral mediana . No suíno os processos espinhosos são substituídos por uma crista não definida. O tamanho das vértebras caudais diminui gradativamente da primeira à última vértebra, as últimas se parecem com bastões cilíndricos cujo tamanho se reduz paulatinamente. No equino, os processos espinhosos da segunda vértebra caudal são bifurcados e o arco da terceira vértebra caudal já se apresenta incompleto; desse modo, o canal vertebral é aberto dorsalmente. Os processos transversos se reduzem a pequenas elevações e, a partir da 7ª vértebra caudal em diante, não há mais processos, e o indício de sua posição anterior se reduz a pequenas ondulações ósseas. Para a proteção dos vasos caudais, a face ventral de algumas vértebras caudais (da 1ª à 8a vértebra caudal em ruminantes, da 5ª à 15ª vértebra caudal em carnívoros) apresenta processos paramedianos, os processos hemais. Os processos hemais formam arcos hemais ventrais sobre determinadas vértebras caudais (2ª e 3ª no bovino, 3ª a 8ª em carnívoros) . Os espaços interarcos entre o sacro e a 1ª vértebra caudal e entre as primeiras vértebras caudais são alargados e propiciam acesso ao canal vertebral. JACYELLY BRANDÃO NÚMERO DE VÉRTEBRAS VÉRTEBRAS CARNÍVOROS SUÍNOS BOVINOS PEQUENOS RUMINANTES EQUINOS CERVICAIS TORÁCICAS LOMBARES SACRAIS CAUDAIS 7 7 7 7 7 12-14 13-16 13-16 13 18 (6)7 5-7 6 6 5-7 3 4 5 (3)4-5 5 15-2113-1418-2020-2320-23 KÖNIG, Horst Erich. Anatomia Veterinária dos Animais Domésticos. 6. ed. Stuttgart-Germany: Artmed Editora Ltda, 2014
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