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1 1 REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO Profa. Dra. Eliana Barreto Monteiro 2 Ocorre entre o álcalis do cimento (ou de outras fontes) e a sílica ativa do agregado. Essa reação forma um gel de álcali-silicato que preenche os poros do agregado, diminuindo sua aderência com a pasta de cimento e expandindo quando em contato com a água Conceito: 3 Conceito: 1 2 3 2 4 ANDRADE, 2016 5ANDRADE, 2016 6Fonte: ANDRADE, 2016 4 5 6 3 7Fonte: ANDRADE, 2016 8Fonte: ANDRADE, 2016 9 Então todo concreto vai ter RAA? Não, é preciso um Alto teor de Álcalis, Agregado Reativo e Água Análise dos Álcalis: Maiores em cimentos mais puros. Fonte: http://www.ecivilnet.com/artigos/cimento_portland_composicao.htm Menos Clínquer; Menos Álcalis; Menos RAA! COMO EVITAR? BURGOS, 2018 7 8 9 4 Então todo concreto vai ter RAA? Não, é preciso um Alto teor de Álcalis, Agregado Reativo e Água Agregados Reativos: Ensaios Laboratoriais • Ensaios Petrográficos; • Microscopia Estereoscópica e Óptica; • Análise dos Agregados; • Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV); • Expansão do Agregado Graúdo; BURGOS, 2018 Então todo concreto vai ter RAA? Não, é preciso um Alto teor de Álcalis, Agregado Reativo e Água Água: Impermeabilização do bloco de fundação e utilização de concreto menos poroso BURGOS, 2018 12 Que estruturas estão mais sujeitas a RAA? Estruturas que usem cimentos com mais Clínquer e sujeitas a umidade constante. Exemplos: Bloco de Coroamento Bloco de Fundação Barragens BURGOS, 2018 10 11 12 5 Mas existe na superestrutura também!!!! Em quanto tempo a reação irá acontecer? BURGOS, 2018 O surgimento de fissuras não ocorre em um determinado tempo específico; Ocorrência varia de acordo com a temperatura, e principalmente a UMIDADE; A literatura apresenta intervalos de surgimento que variam de 5 a 50 anos; As expansões tendem a parar quando todos os minerais reativos presentes no agregado tiverem sido consumidos. 15 Processo de Reação Álcali-Agregado Fonte: CAVALCANTE (2009) 13 14 15 6 16 Manifestação Patológica: EXPANSÃO FISSURAÇÃO PERDA DE ADERÊNCIA PERDA DE ELASTICIDADE PERDA DE DURABILIDADE Causa de deteriorações de estruturas localizadas em ambientes úmidos, tais como barragens, estacas de pontes e estruturas marinhas FISSURAÇÃO SUPERFICIAIS PROFUNDASOU= 17 Álcalis do Cimento: Na2O pH Cimento com baixa alcalinidade Na2O Cimento com alta alcalinidade Na2O A forma de ataque no concreto envolve a quebra da estrutura da sílica por íons hidroxila e adsorção de íons metálicos-alcalinos na superfície recém criada dos produtos da reação 18 Condições Ambientais Favoráveis a Reação Álcali-Agregado > UMIDADE > TEMPERATURA 16 17 18 7 19 Fatores que Influenciam o Fenômeno: Conteúdo de álcalis do cimento e consumo de cimento do concreto Contribuição de íons alcalinos de outras fontes (aditivos e penetração da água do mar) Quantidade, tamanho e reatividade aos álcalis presentes no cimento Disponibilidade de umidade junto a estrutura do concreto Temperatura ambiental 20 Reação Álcali-Sílica Reação Álcali-Silicato Reação Álcali-Carbonato Tipos de Reações: É a reação química que envolve íons alcalinos e hidroxilas, originários na hidratação do cimento e o agregado, cuja fase mineralógica contenha sílica na forma amorfa. 21 Reação Álcali-Sílica Reação Álcali-Silicato Reação Álcali-Carbonato Tipos de Reações: Mais lenta que a álcali-sílica, envolvendo silicatos presentes nos feldspatos, rochas sedimentares, quartzitos e magmáticas Força da expansão do Gel (Lab.) = 2,2 MPa a 10,3 MPa (Fonte: Prezi, Monteiro e Sposito, 1997) Força da expansão do Gel (Prática) = 6 MPa a 7 MPa (Fonte: Diamond, 1989) 19 20 21 8 22 Reação Álcali-Sílica Reação Álcali-Silicato Reação Álcali-Carbonato Tipos de Reações: É a reação que ocorre entre os álcalis do cimento e calcário, havendo formação de brucita Mg(OH)2 e regeneração de hidróxidos alcalinos, não havendo formação de gel expansivo como na reação álcali-sílica. 23 O que Podemos Fazer para Controlar a Expansão? Substituir parte do cimento de alta alcalinidade por adições cimentíceas ou pozolânicas Em relação ao cimento: Em relação ao agregado: “Adoçar” o agregado reativo com 25 a 30 % de calcário ou qualquer outro agregado não reativo 24 Alternativas para Inibir a Reação Álcali-Agregado Relação Água/Cimento Baixa Material Cimentício Baixo Teor de Álcalis Adições de Minerais Pozolânicas 22 23 24 9 25 Teores de Adições Minerais/Pozolânicas Empregadas para Inibição da RAA Fonte: (HASPARYCK, 2005) 26 Fonte: PAZINI, 2003 Mecanismo da RAA 27 25 26 27 10 28 29 30 28 29 30 11 31 DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO CAUSAS QUÍMICAS – ATAQUE ÁLCALI-AGREGADO (SILVA, 2013) 32(SILVA, 2013) 33 Identificação Gel disposto na interface do agregado com a pasta 31 32 33 12 34 HISTÓRICO NO MUNDO STANTON (1940) REAÇÃO QUÍMICA ORIGINADA PELOS HIDRÓXIDOS ALCALINOS LIBERADOS PELO CIMENTO E PELA SÍLICA CONTIDA EM CERTOS AGREGADOS. HANSEN (1944) MECANISMOS DE EXPANSÃO DO GEL: PRESSÃO OSMÓTICA DÉCADAS DE 50 E 60 NENHUM ESTUDO SIGNIFICATIVO. DÉCADAS DE 70, 80, 90 BARRAGENS E PONTES INTENSAMENTE AFETADAS. (FREIRE, 2013) 35 HISTÓRICO NO MUNDO Número de estruturas de concreto afetadas pela RAA Fonte: (ANDRADE, 2005 apud SILVA, 2007) Identificada em mais de 50 países 36 HISTÓRICO NO BRASIL 1978 – USINA APOLÔNIO SALES DE OLIVEIRA - BA 1º CASO CONFIRMADO NO BRASIL Recuperação – Abertura Juntas Expansão 4 anos após a construção USINAS PAULO AFONSO I, II, III - BA Diagnóstico: Década de 70, através de fissuras verticais e horizontais nas juntas sendo comprovado por análise petrográfica em 1988 (FREIRE, 2013) Paulo Afonso I: Identificado 1978 - 23 anos após a construção; Paulo Afonso II: Identificado 1978 - 16 anos após a construção Paulo Afonso III: Identificado 1978 - 5 anos após a construção Paulo Afonso IV: Identificado 1984 - 4 anos após a construção 34 35 36 13 Barragem de Tapacurá Muitos vazamentos causados pelo RAA. Foi recuperada HISTÓRICO EM PERNAMBUCO 38 E o que o Recife tem a ver com isso??? Em 2004, ocorre a queda do Edf. Areia Branca, com 12 andares e 28 anos de construído. (BURGOS, 2018) 39 E o que o Recife tem a ver com isso??? (BURGOS, 2018) Investigação do Edf. Areia Branca. Com a queda do Areia Branca, diversos edifícios da RMR realizaram inspeções em suas fundações, onde vários identificaram fissuras tipo mapa características de RAA. 37 38 39 14 40 Por que Recife??? (BURGOS, 2018) Cavalcante (2007) estudou 5 pedreiras que forneciam agregados ao Recife 41 Por que Recife??? (BURGOS, 2018) Cavalcante (2007) estudou 5 pedreiras que forneciam agregados ao Recife Fonte: http://edsonprof.blogspot.com/2013/12/raa-reacao-alcali-agregado.html 42 E a agora? O RAA não pode ser removido da estrutura. Tem que se “conviver” com o fantasma do RAA. Medidas mitigadoras: Evitar contato com a água e criar tensões que impeçam a expansão do gel (protensão) TraçãoCompressão (BURGOS, 2018) 40 41 42 15 43 NORMATIZAÇÃO DA RAA N O R M A S D E P R E V E N Ç Ã O D A R E A Ç Ã O Á LC A LI -A G R E G A D O N O B R A S IL ABNT NBR 15.577/2018 (FREIRE, 2013) 44 NORMATIZAÇÃO DA RAAABNT NBR 15.577/2018 • Parte 1: Guia para avaliação da reatividade potencial e medidas preventivas para uso de agregados em concreto • Parte 2: Coleta, preparação e periodicidade de ensaios de amostras de agregados para concreto • Parte 3: Análise petrográfica para verificação da potencialidade reativa de agregados em presença de álcalis do concreto • Parte 4: Determinação da expansão em barras de argamassa pelo método acelerado • Parte 5: Determinação da mitigação da expansão em barrasde argamassa pelo método acelerado • Parte 6: Determinação da expansão em prismas de concreto • Parte 7: Determinação da expansão em prismas de concreto pelo método acelerado Barras de Argamassa Prisma de Concreto (BURGOS, 2018) 45 PREVENÇÃO DA RAA ABECE - PLANO DE VISTORIA DE EDIFICAÇÕES (2005) 1. PARA EDIFÍCIOS COM MAIS DE 10 ANOS INSPEÇÃO NOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO (SAPATAS OU BLOCOS) AMOSTRAGEM NO MÍNIMO DE 30%. 2. A FUNDAÇÃO DEVERÁ SER INVESTIGADA SEMPRE QUE HOUVER INDICADORES TRINCAS E MANIFESTAÇÕES TÍPICAS DE RECALQUES; 3. É OBRIGATÓRIA A INSPEÇÃO DE PILARES QUE TENHAM TUBULAÇÕES ANEXADAS E JUNTOS ÀS CAIXAS DE PASSAGEM; 4. VERIFICAÇÃO DAS LOCALIZAÇÕES DO SISTEMA DE FOSSA, FILTRO E RESERVATÓRIO INFERIOR E O NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO. (FREIRE, 2013) 43 44 45 16 46 Movimentação do gel de silício do agregado para as regiões microfissuradas Aumento das microfissuras pelo acúmulo do gel Aparecimento de fissuras na superfície do concreto em forma de rede Aumento do volume dos elementos do concreto Perda de resistência devido a desagregação do concreto 47 DETECÇÃO DA RAA EM ESTRUTURAS DE CONCRETO Detecção no Campo Fissuração Expansão Desplacamentos Avaliação através da impregnação de produtos Fonte: Kuperman, 2005 48 DETECÇÃO DA RAA EM ESTRUTURAS DE CONCRETO Detecção no Campo Avaliação através da impregnação de produtos Fonte: Castanheira, 2017 46 47 48 17 49 DETECÇÃO DA RAA EM ESTRUTURAS DE CONCRETO Detecção no Laboratório Análise visual Análise por microscopia Fonte: Kuperman, 2005 50 Métodos de Investigação Análise Petrográfica; Método das Barras; Método dos Prismas de Concreto; Método dos Prismas de Concreto Acelerado Em agregados determina: Descrição; Textura; Estrutura mineralógica. Em concretos: Classifica os agregados; Determina a ocorrência de microestruturas provenientes do RAA. ABNT NBR 15577-3 – Análise Petrográfica 49 50 51 18 52 Métodos de Investigação Análise Petrográfica; As análises petrográficas do concreto com vistas a sua durabilidade e detecção de reações expansivas são feitas com base em uma série de observações com microscópios óticos, estereoscópicos e eletrônicos de varredura. 53 • Realizada de acordo com NBR 15577-3 • Realizado ao microscópio estereoscópico, complementado ao óptico • Analisada a granulação, textura, estrutura, estado de alteração, mineralogia, deformação, tipo, classificação petrográfica, reatividade potencial das rochas Fonte: Cavalcante, 2009 Análise Petrográfica Microscópio óptico. INFORMAÇÕES QUALITATIVAS DOS MINERAIS E DA NATUREZA DOS AGREGADOS. 54 Análise Petrográfica Microscópio eletrônico de varredura 52 53 54 19 55 Análise Petrográfica Microscópio eletrónico de varredura MEV Fonte: Kuperman, 2005 O concreto é fragmentado e observado ao microscópio estereoscópico para identificação de possíveis indícios de reação quando então se selecionam alvos para observações mais detalhadas. As observações das lâminas delgadas ao microscópio ótico fornecem informações a respeito da reatividade dos agregados graúdo e miúdo como também permitem identificar padrões de microfissuração, distribuição de poros e identificação do gel expansivo ao redor dos agregados Castanheira, 2015 Amostras são encaminhadas para a confecção de lâminas delgadas e aquelas selecionadas com indícios de reação são levadas à observação ao microscópio eletrônico de varredura. As observações utilizando-se o microscópio eletrônico dão informações a respeito da morfologia e composição química dos produtos hidratados de cimento e dos produtos relativos à reação álcali-agregado, em particular do gel expansivo e seus compostos cristalizados. Castanheira, 2015 55 56 57 20 Apesar de ser uma análise necessária tanto para agregados quanto para o concreto, ela sozinha não é suficiente, pois existem fatores que influenciam esta reação. ABNT NBR 15577-3 – Análise Petrográfica Castanheira, 2015 É o método mais difundido e utilizado no mundo; As barras de argamassa são confeccionadas nas medidas: 2,5 x 2,5 x 28,5 cm com a/c = 0,47; Deixar imersas em solução de NaOH a 80oC Leitura aos 28 dias e análise de anomalias Método das Barras Castanheira, 2015 60 Método das barras Método das Barras Aparelho usado na verificação da variação da dimensão da barra. 58 59 60 21 61 Método das Barras Fonte: Cavalcante, 2009 O método acelerado das barras quanto aos limites de expansão apresenta diferenças de país para país, como mostrado abaixo: BRASIL 28 DIAS 0,19% AFRICA DO SUL 12 DIAS 0,11% ITÁLIA 12 DIAS 0,10% CANADA 14 DIAS 0,15% ESTADOS UNIDOS 14 DIAS 0,10% NORUEGA 14 DIAS 0,15% Castanheira, 2015 Resultado do Método das Barras Cavalcante da Silva, 2009 61 62 63 22 64 Método dos Prismas de Concreto ABNT 15577-6 (Método dos prismas de concreto) 1. Mais realista. 2. Ensaio lento (1 ano) 3. Depende muito das condições de armazenamento Kuperman, 2005 Cimento com teor alcalino de 1,25% de Na2O (introduzindo NaOH à agua de amassamento); Armazenamento do corpo-de-prova em ambiente com 100% de umidade e 38oC por 365 dias. Expansão < 0,04% Comportamento Inócuo. Expansão > 0,04% Comportamento Reativo. Resultado: Método dos Prismas de Concreto Este método utiliza corpo-de-prova de concreto de 7,5 cm x 7,5 cm x 28,5 cm; 66 Método dos Prismas do Concreto FONTE: REVISTA IBRACON, No. 46 - 2007 64 65 66 23 67 Método dos Prismas de Concreto 1. Mais realista. 2. Ensaio rápido (90 dias) 3. Depende muito das condições de armazenamento. Sanchez, 2010 (ACELERADO) ABNT 15577-7 (Método dos prismas de concreto acelerado) 68 Método dos Prismas de Concreto (ACELERADO) ABNT 15577-7 (Método dos prismas de concreto acelerado) Este ensaio é idêntico ao do Prisma de concreto, com exceção da temperatura e do tempo; Os ensaios são realizados a 60oC e o tempo muda de 365 dias para 90 dias. Método dos Prismas de Concreto (ACELERADO) 67 68 69 24 70 AÇÕES RETARDADORAS Impedimento de entrada de umidade com tratamentos superficiais: membranas, selantes, impregnantes, penetrantes Reforços e intervenções estruturais: restrições à expansão (protensão, confinamento), liberação das deformações (cortes de juntas e de seções) Demolição e reconstrução total ou parcial Kuperman, 2005 71 Dúvidas??? Grau de comprometimento da estabilidade da edificação? Velocidade de expansão? As pressões nos blocos chegam realmente a 7 MPa? Eficácia e durabilidade das recuperações? Há algum registro de estacas de fundação atacadas pela RAA? Não fique desesperado! Não se tem registro de colapso repentino em estruturas de concreto armado devido exclusivamente à RAA. O trabalho de recuperação de peças afetadas por esta manifestação patológica ainda demanda muitos custos. A RAA ainda não é completamente entendida no meio científico. Só existe formas de prevenção por algum tempo, mitigando seus efeitos e não eliminando completamente a possibilidade da sua ocorrência. (FREIRE, 2013) 70 71 72 25 Porque as edificações aqui em Recife estão apresentando esse problema? UFRN, 2011 73 74 75
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