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Império Bizantino - Império Romano do Oriente

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Alta Idade Média
Bizâncio
O Império Romano com capital em Bizâncio
Tomando o início da denominada Idade Média europeia, para os bizantinos de 
então não existia Império Bizantino, denominação dada pelos turcos muito tem-
po depois, e nem Império Romano do Oriente: somente Império Romano. Leia a 
seguir um texto sobre a permanência do Império Romano. 
Quem conhece o escritor Isaac Asimov (1920-1992) geralmente o conhece por 
sua obra de ficção científica, com clássicos como Eu, robô e O homem bicen-
tenário. Mas Asimov, professor de Bioquímica nascido na Rússia, também es-
creveu uma obra de divulgação histórica, de cujo livro sobre Constantinopla foi 
extraído o trecho acima. Seu texto pode ser criticado por vários ângulos. Em 
primeiro lugar, ele sustenta a visão de Idade Média como idade das trevas, afir-
mando que a Europa medieval “vivia na ignorância e na barbárie”, o que não é 
aceito pela historiografia atual; para ele, a porção oriental do Império Romano
permaneceu inalterada ao longo de mil anos, o que também não é aceitável do 
ponto de vista histórico; e por fim Asimov vê a Europa ocidental e essa porção 
oriental do Império Romano como se fossem pessoas que tivessem sentimentos 
generosos ou negativos um com o outro, o que é apenas um recurso literário, e 
não algo que se possa sustentar historicamente. Asimov tem razão, todavia, quan-
do chama a atenção para a continuidade. Afinal não é por ter uma nova capital 
(Bizâncio) que o Império Romano deixaria de ser ele mesmo (o Brasil também 
mudou de capital federal e não deixou de ser o Brasil). Embora continuasse se 
alterando ao longo do tempo, Bizâncio manteve a herança romana, mesclando-a 
aos poucos
com elementos orientais. Manteve o cristianismo em unidade com Roma até 
o século XI, quando passou a ter um cristianismo independente. E, sobretudo, 
era uma história pouco contada pela historiografia europeia quando Asimov es-
creveu, situação que aos poucos vem mudando, dentro da necessidade de en-
tender o mundo como um todo, e não apenas as partes que julgamos mais im-
portantes só porque se relacionam diretamente conosco.
A cidade de Constantinopla (a antiga Bizâncio dos gregos, hoje Istambul, na Tur-
quia), capital do Império Bizantino, sempre praticou um comércio dinâmico e 
uma agricultura rentável. Por isso, foi menos atingida pela crise do escravismo, 
quando o expansionismo dos romanos se paralisou e, consequentemente, o núme-
ro de prisioneiros de guerra se reduziu.
Na ordem política, a autoridade máxima era o imperador, ao mesmo tempo chefe 
do Exército e da Igreja. Ele era auxiliado por uma vasta burocracia, fundamental nas 
estruturas políticas imperiais. O mais famoso imperador bizantino foi Justiniano 
(527-565), responsável pela temporária reconquista de grande parte do Império 
Romano do Ocidente, incluindo a própria cidade de Roma (veja o mapa na página 
seguinte). Seu maior legado foi a compilação das leis romanas desde o século II, o 
Corpus Juris Civilis ( frase em latim que significa ‘Corpo do Direito Civil’): uma 
revisão e atualização do Direito romano que serviu de base para os códigos civis de 
diversas nações na atualidade.
Apesar de preservarem tradições jurídicas e administrativas romanas, os bizanti-
nos sofreram clara influência helênica: o grego era a língua popular predominante, 
superando até mesmo o latim nos decretos imperiais. Tão grande era o predomínio 
do grego que, no século VII, foi transformado em idioma oficial do Império.
Durante o governo de Justiniano foi construída Catedral de Santa Sofia, monumen-
to arquitetônico no estilo bizantino, com mosaicos voltados para a expressão da fé 
cristã.
Ao auge do governo de Justiniano, no século VI, seguiu-se um longo período de 
crises com alguns intervalos de recuperação, culminando na desagregação do Im-
pério Bizantino em 1453, quando os turcos otomanos tomaram Constantinopla. 
Do século VI ao século VIII, sucederam-se crescentes pressões nas fronteiras ori-
entais desse Império e sobre seus domínios no Ocidente. Os gastos com guerras 
se elevaram, bem como as dificuldades econômicas e administrativas. O território 
encolheu progressivamente. 
No Império Bizantino predominava o cristianismo, embora com características dif-
erentes das que teve na parte ocidental do império. A Igreja funcionava em estreita 
ligação com o poder imperial, cabendo ao imperador, por exemplo, ser o princi-
pal chefe da Igreja– cesaropapismo –, diferentemente do que ocorria no Ocidente. 
Além disso, os religiosos de Constantinopla não se submetiam ao poder do papa 
– em meio à crise final do Baixo Império Romano, o bispo de Roma, com apoio 
do imperador, havia sido elevado à chefia de toda a Igreja (em 455), tornando-se o 
primeiro papa da cristandade, com o nome de Leão I. Havia também divergências 
quanto à doutrina e interpretação do Antigo e do Novo Testamento.
Um exemplo era a discordância quanto à natureza de Cristo: alguns defendiam que 
possuía somente a natureza divina, negando sua forma humana (monofisismo). 
Outro, quanto ao culto dos ícones, as imagens representando santos, a Virgem Ma-
ria e Cristo. Entre os séculos VIII a IX, desencadeou-se um movimento de destru-
ição de imagens, tidas como indutoras da idolatria, prática que segundo algumas 
interpretações seria condenada pelo texto bíblico. O movimento, conhecido como 
iconoclastia, foi tornado oficial pelo imperador Leão III no século VIII, e seguido 
por seus sucessores: Constantino V, Constantino VI e Leão V. Essas atuações ativar-
am divergências com o comando cristão papal, sediado em Roma, que contestou 
tais medidas, condenando os iconoclastas.
A iconoclastia foi um dos principais motivos da desestruturação da unidade cristã. 
Além disso, questionando os dogmas cristãos defendidos pelo clero que seguia o papa 
de Roma, os bizantinos deram origem a algumas heresias, correntes doutrinárias 
discordantes da interpretação cristã tradicional. Esse panorama de tensões, alimen-
tadas pelas diferenças entre o Oriente e o Ocidente, além das disputas pelo poder 
entre o papa e o imperador, culminaram na divisão da Igreja em 1054. Surgiu uma 
cristandade oriental, chefiada pelo imperador – a Igreja cristã ortodoxa, com sede 
em Constantinopla –, e uma ocidental, a Igreja Católica Apostólica Romana, com 
sede em Roma e sob o comando do papa. O episódio recebeu o nome de Cisma do 
Oriente e consolidou as diferenças entre as tradições e as formas de organização do 
culto em cada uma das Igrejas.

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