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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA COLAPSO E EXPANSÃO DE SOLOS NATURAIS NÃO SATURADOS DEVIDOS À INUNDAÇÃO TESE DE DOUTORADO AUTOR: SILVIO ROMERO DE MELO FERREIRA ORIENTADOR: WILLY ALVARENGA LACERDA RIO DE JANEIRO, MARÇO 1995 COLAPSO E EXPANSÃO DE SOLOS NATURAIS NÃO SATURADOS DEVIDOS À INUNDAÇÃO Silvio Romero de Melo Ferreira TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA. Aprovada por: _______________________________________________ Prof. Willy Alvarenga Lacerda, Ph.D. (Presidente) _______________________________________________ Prof. Claudio Fernando Mahler, D.Sc. _______________________________________________ Prof. Erundino Pousada Presa, D.Sc. _______________________________________________ Prof. José Fernando Thomé Jucá, D.Sc. _______________________________________________ Prof. Milton Vargas, Professor Catedrático _______________________________________________ Prof. Paulo Teixeira da Cruz, D.SC RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MARÇO DE 1995 i FERREIRA, SILVIO ROMERO DE MELO Colapso e expansão em solos naturais não saturados devidos à inundação. [Rio de Janeiro] 1995 VI, 379 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D.Sc., Engenharia Civil,1995) Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Colapso e expansão em solos naturais, I. COPPE/UFRJ II. Título (série) ii A minha esposa SONIA e aos meus filhos RENATO e REBECA dedico este trabalho. iii AGRADECIMENTOS A meu Deus, por ter realizado sinais e maravilhas, por ter agido com mão poderosa, com braço estendido e com grande espanto. À minha esposa Sonia pelo seu espírito de sacrifício e compreensão com que participou de todo o desenvolvimento deste trabalho, a minha sincera gratidão pelo seu amor. Aos meus filhos Renato e Rebeca que estimularam e participaram com amor deste trabalho, meu agradecimento com muito carinho e admiração. Ao Prof. Willy Alvarenga Lacerda, pelo constante interesse, por suas valiosas sugestões, pelas críticas e preciosa orientação. Ao Prof. José Fernando Thomé Jucá, pelo constante interesse e incentivo a este trabalho. E também por conceder os desenhos técnicos das diversas peças que compõem a célula edométrica de sucção controlada, que foram fornecidas pelo Dr. Ventura Escario, em 1989, do laboratório de geotecnia (CEDEX) na Espanha. Ao Prof. Mauro Carneiro dos Santos pelo seu interesse e dedicação em identificar, analisar e descrever a micromorfologia dos solos. E ao Químico Briavaldo G. de Almeida pela cuidadosa preparação das lâminas delgadas. Ao Prof. José M. Justino. da Silva pelo apoio na montagem do Laboratório de Sucção UFPE. Ao Prof. Wasghinton M. de Amorim Jr. pelas sugestões na construção do equipamento expansocolapsômetro e aos Profs. Amaro H. P. Lins e Jaime de A. Gusmão Filho pelas sugestões dadas no desenvolvimento da tese. À Profª Maria da Graças de V. X. Ferreira pelo seu interesse, disposição em ajudar e pela participação na descrição mineralógica das frações silte e argila dos solos. Ao Prof. Hugo S. Villarroel Léo, do Centro de Tecnologia da UFPE, pela realização da difratometria de raio-X. E ao técnico Sidrach iv J. Camilo de Melo pela preparação das lâminas para análise de raio - X. Ao Prof. Francisco R. Lopes pelo cálculo do diagrama de distribuição de tensão sob uma placa circular rígida em profundidade. À Profª Mirtes Costa Feitosa do Departamento de Geologia da UFPE pela identificação mineralógica da fração grossa dos solos. À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/SNLCS), na pessoa do Dr. Fernando Barreto R. e Silva, pela realização dos ensaios químicos dos solos. Ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), setor de microscopia eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco pela realização da análise microestrurual em microscópio eletrônico de varredura. Em especial ao técnico Rafael J. R. Padilha, pela atenção cuidadosa, zelo e paciência durante a utilização do microscópio eletrônico de varredura e reprodução das micrografias, bem como aos técnicos Alberto P. de Almeida e Luciana A. Tavares. Também à Profª Isairas P. Padovan pelas sugestões. À Empresa de Pesquisa Agronômica do Estado de Pernambuco -IPA na pessoa de Dr. Hélio Buritty, pela realização das análises químicas dos solos. Ao Departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco, na pessoa das Professoras Leonor C. Maia e Maria Auxiliadora Cavalcanti, pelo isolamento e identificação dos fungos em papéis filtro. À PROJETEC - Projetos Técnicos LTDA, na pessoa do Prof. João Joaquim Guimarães Resena pelo apoio recebido durante os ensaios de campo em Petrolândia bem como, por fornecer os dados dos levantamentos pedológicos de algumas áreas do Projeto Apolônio v Sales. À CODEVASF, na pessoa do economista Luis Otávio de Oliveira de Andrade Lima, por fornecer os dados de observações meteorológicas da Estação Agrometeorológica - Projeto Apolônio Sales. À Prefeitura de Petrolândia pelo apoio recebido durante a realização dos ensaios de campo. À equipe técnica do Laboratório de Solos e Instrumentação, em especial Severino Costa e Antônio Brito, pela valiosa colaboração na fase experimental deste trabalho, bem como a João Telles, Everaldo Paulo e Francisco Moura. Também a Maria Isabel Carneiro da Silva pela datilografia de algumas tabelas. À equipe técnica do Laboratório de Mecânica dos Solos da COPPE/UFRJ pela convivência e colaboração durante o tempo em que trabalhamos juntos. Em especial ao Sr. Demétrio, por sua capacidade e dedicação na construção da célula edométrica de sucção controlada Aos companheiros de jornada, Afonso, Estella Maria, Sergio Ladeira, Claudia, Leidimar, João de Deus e Francisco, que com a sua amizade tornaram mais agradável esta jornada. Aos meus colegas professores, amigos, funcionários e bolsistas da Área de Mecânica dos Solos e Fundações do DES-CT/UFPE, pela convivência fraterna. À Universidade Federal de Pernambuco, à CAPES, ao CNPq e à FACEPE pelo apoio financeiro. vi Resumo da Tese apresentada à COPPE\UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc). COLAPSO E EXPANSÃO DE SOLOS NATURAIS NÃO SATURADOS DEVIDOS À INUNDAÇÃO Silvio Romero de Melo Ferreira Março de 1995 Orientador: Prof. Willy Alvarenga Lacerda Programa: Engenharia Civil O comportamento de colapso e expansão devidos à inundação em solos naturais não saturados é tratado neste trabalho. Solos do município de Petrolândia, na região semi-árida do Estado de Pernambuco, são analisados através de um amplo programa de investigações geotécnicas que incluem o desenvolvimento e construção de equipamentos, montagem de laboratório e realização de ensaios de campo e de laboratório. Utilizam-se células edométricas convencionais adaptadas com controle da vazão de inundação, células edométricas de sucção controlada e um equipamento expansocolapsômetro que permite medir, em campo, as deformações dos solos, em diferentes profundidades, submetidos a um determinado estado de tensão com controleda vazão de inundação. Investigam-se as características pedológicas, micromorfológicas e geotécnicas dos solos, assim como, a relação sucção-umidade e fatores que influenciam as deformações de colapso e expansão.Entre as conclusões, destaca-se que as deformações de colapso e de expansão devidos à inundação dependem tanto em magnitude quanto na variação com o tempo, do estado de tensão, da vazão de inundação e da interação físico-química entre o solo e o permeante. O expansocolapsômetro é um equipamento simples que permite realizar, em campo, ensaios com controle da vazão de inundação, similares aos edométricos de laboratório, apresentando resultados de medidas de deformação de colapso bastante consistentes com os de laboratório. A pesquisa realizada contribui, sobretudo, para o conhecimento mais profundo do processo de colapso e expansão devidos à inundação em solos não saturados. vii Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as partial fulfilment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.) COLLAPSE AND EXPANSION OF NATURAL UNSATURATED SOILS DUE TO WETTING Silvio Romero de Melo Ferreira March 1995 Thesis Supervisor: Willy Alvarenga Lacerda Department: Civil Engineering This work deals with the collapse and expansion behavior in natural unsaturated soils due to wetting. Soils of the district of Petrolândia, in the semi-arid region of the State of Pernambuco - Brazil, are analysed. An extensive program of geotechnical investigation, including the development and construction of equipment, laboratory assembly laboratory and field tests, was carried out. Conventional oedometric cells suited to control the permeant inflow, oedometric cells with controlled suction and a new equipment denominated as "expansocolapsometer" were used. This field apparatus allows the measurement, at different depths, of deformation of soils submitted to a known stress state with inflow control. Pedological, micromorphological and geotechnical characteristics of the soils are investigated, as well as the relationship between suction and water content, and the factors that influence on the deformations of collapse and expansion. Among other conclusions, it was found that deformation of collapse and expansion due to wetting depends on stress state, inflow and physicochemical interaction between soil and permeant, either in magnitude as in time behavior. The expansocolapsometer proved to be a simple and practical equipment that allows performing field tests with inflow control likewise laboratory oedometric tests. The collapse measurements obtained with the expansocolapsometer compared very well with results of consolidation tests in laboratory. The findings of this research contribute, primarily, for a better understanding of the process of collapse and expansion of unsaturated soils due to wetting. viii SUMÁRIO CAPÍTULOS PÁGINAS CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1 1.1. - Considerações gerais. 1 1.2. - Objetivos e metodologias. 5 1.3. - Estrutura da tese 8 CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 11 2.1. - Solos não saturados. 11 2.1.1. - Introdução. 11 2.1.2. - Princípio de tensão efetiva aplicado a solos não saturados. 13 2.1.3. - Estrutura dos solos. 19 2.1.4. - Minerais argílicos e interação água-argila. 24 2.1.4.1. - Minerais argílicos. 24 2.1.4.2. - Propriedades de engenharia da dupla camada. 26 2.1.4.3. - Interação água-argila. 27 2.1.5. - Sucção e troca de umidade. 29 2.1.6. - Variáveis de estado e superfície de estado. 32 2.1.7. - Compressibilidade. 33 2.2. - Solos colapsíveis. 40 2.2.1. - Definições. 40 2.2.2. - Locais de ocorrência e tipos de solos sujeitos ao fenômeno. 41 2.2.3. - Explicações do comportamento de colapso. 44 2.2.4. - Métodos de identificação, quantificação e classificação de solos colapsíveis. 50 2.2.5. - Fatores que influenciam no colapso dos solos. 57 2.2.5.1. - Influência da vazão de inundação. 57 2.2.5.2. - Velocidade de deformação. 58 2.2.5.3. - Influência do tipo de permeante. 59 2.3. – Solos expansivos. 62 2.3.1.- Definições. 62 2.3.2 - Tipos de solos sujeitos ao fenômeno de expansão e locais de sua ocorrência. 63 2.3.3. - Fenômeno de expansividade em solos argilosos. 64 ix 2.3.4. - Identificação, quantificação da expansividade e do potencial de expansão. 69 2.3.5. - Expansão "livre" e tensão de expansão. 71 2.3.5.1. - Expansão "livre". 71 2.3.5.2. - Tensão de expansão. 72 CAPÍTULO III - EQUIPAMENTOS - MONTAGEM DO LABORATÓRIO DE SUCÇÃO. 74 3.1. - Introdução. 74 3.2. - Equipamentos de medida de sucção e edômetros de sucção controlada. 74 3.2.1. - Equipamentos de medidas de sucção. 74 3.2.2. - Equipamentos utilizados na avaliação da sucção na pesquisa. 76 3.2.2.1. - Dessecador de vácuo. 76 3.2.2.2. - Membrana de pressão. 79 3.2.2.3. - Método do papel filtro. 80 3.3.2.4. - Edômetros de sucção controlada. 85 3.3. - Construção, adaptação e desenvolvimento dos equipamentos utilizados. 86 3.3.1. - Construção de equipamentos. 86 3.3.2. - Adaptações da prensa tipo Bishop para célula edométrica de sucção controlada e para a célula edométrica convencional. 88 3.3.3.- Desenvolvimento do equipamento expansocolapsômetro. 92 CAPÍTULO IV - ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS. 97 4.1. - Localização. 97 4.2. - Aspectos geológicos. 97 4.3. - Aspectos geomorfológicos. 98 4.3.1. – Condicionamento climático. 100 4.3.1.1. - Precipitação. 101 4.3.1.2. - Temperatura do ar. 102 4.3.1.3. - Evaporação de tanque. 105 4.3.1.4. - Vento e umidade relativa do ar. 105 x 4.3.1.5. - Insolação. 106 4.3.1.6. - Evapotranspiração. 106 4.3.1.7. - Semi-aridez. 107 4.3.1.8. - Tipo de clima. 108 4.3.2. - Vegetação. 109 4.4. - Pedologia. 110 4.5. - Conclusões. 110 CAPÍTULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS. 114 5.1. - Investigação geotécnica de campo. 114 5.1.1. - Sondagem de simples reconhecimento - areia amarelo-avermelhada. 114 5.1.2. - Aspectos do relevo local, poço de investigação e amostragem dos solos. 118 5.1.2.1. - Aspectos do relevo local. 118 5.1.2.2. - Amostragem dos solos. 120 5.1.2.3. - Conclusões. 120 5.1.3. - Temperatura do solo. 121 5.1.4. - Ensaios de umidade e peso específico natural. 123 5.1.5. - Deformações devidas à inundação, medidas em campo através do equipamento expansocolapsômetro com controle da vazão de inundação. 128 5.2. - Investigação geotécnica de laboratório. 134 5.2.1. - Caracterização física - granulometria, consistência e compactação. 134 5.2.1.1. - Granulometria. 134 5.2.1.2. - Consistência. 140 5.2.1.3. - Compactação. 140 5.2.1.4. - Conclusões. 146 5.2.2. - Relação sucção-umidade. 148 5.2.2.1. - Componentes de sucção. 151 5.2.2.2. - Sucções iniciais. 152 5.2.2.3. - Capacidade diferencial de umidade. 156 5.2.2.4. - Relação sucção-umidade-tempo. 158 5.2.2.5. -Conclusões. 161 5.2.3. - Caracterização química. 163 5.2.3.1. - Cátions trocáveis. 163 xi 5.2.3.2. - Acidez no solo. 165 5.2.3.3. - Matéria orgânica. 166 5.2.3.4. - Análise dos óxidos. 166 5.2.3.5. - Extrato saturado - sais dissolvidos. 167 5.2.3.6. - Conclusões. 170 5.2.4. - Ensaios de dispersão. 171 5.2.4.1. - Ensaios de dispersão rápida. 171 5.2.4.2. - Furo de agulha - "pinhole test". 171 5.2.4.3. - Conclusões. 174 5.2.5. - Análise mineralógica. 175 5.2.5.1. - Análise ótica - fração areia. 175 5.2.5.2. - Análise mineralógica - Raio-X – frações silte e argila. 177 5.2.5.3. - Micromorfologia. 180 5.2.5.4. - Microscopia eletrônica de varredura. 187 5.2.5.5. - Comparação das análises da contextura através da microscopia eletrônica de varredura (MEV) e da microscopia ótica através de lâminas (MO). 190 5.2.5.6. - Conclusões. 191 5.2.6. - Pedologia. 193 5.2.7. - Ensaios edométricos duplos – células convencionais. 195 5.2.7.1. - Influência da umidade inicial. 203 5.2.8. - Ensaios edométricos simples – células convencionais. 209 5.2.8.1. - Influência da vazão de inundação. 209 5.2.8.2. - Influência do estado de tensão. 215 5.2.8.3. - Influência do permeante. 258 5.2.8.4. - Influência da anisotropia. 275 5.2.9. - Ensaios edométricos de sucção controlada. 277 5.2.9.1. - Areia amarelo-avermelhada. 277 5.2.9.2. - Argila bruno-avermelhada. 279 5.3. - Comparação dos resultados dos ensaios de laboratório com os de campo na areia amarelo- avermelhada. 286 xii CAPÍTULO VI - RESUMO, CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS. 291 6.1. - Resumo e conclusões. 291 6.1.1. - Revisão bibliográfica. 291 6.1.2. - Aspectos geológicos, geomorfológicos e pedológicos. 292 6.1.3. - Construções, adaptações e desenvolvimento de equipamentos. 293 6.1.4. - Equipamentos e técnicas de ensaios. 294 6.1.5. - Colapso e expansão. 296 6.2. - Sugestões para pesquisas. 303 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 304 APÊNDICE-A - CALIBRAÇÃO DA COMPRESSIBILIDADE DAS CÉLULAS EDOMÉTRICAS. 327 A.1. - Introdução. 327 A.2. - Medidas das deformações das células. 328 A.3. - Resultados e análises. 330 APÊNDICE-B - CALIBRAÇÃO DO PAPEL FILTRO. 333 B.1. - Metodologia. 333 B.2. - Apresentação dos resultados. 334 B.3. – Análise dos resultados. 337 B.4. - Identificação de fungos celulolíticos em papéis filtro. 338 APÊNDICE-C - MATERIAIS E MÉTODOS. 342 C.1. - Introdução. 342 C.2. - Investigação geotécnica de campo. 344 C.2.1. - Sondagem de simples reconhecimento - areia amarelo-avermelhada. 344 C.2.2. - Poços de investigação, retirada de amostras e determinação da temperatura do solo. 347 C.2.2.1. - Areia amarelo-avermelhada. 347 C.2.2.2. - Argila bruno-avermelhada. 349 C.2.2.3. - Temperatura do solo. 350 xiii C.2.3. - Ensaios de peso específico, umidade natural e de sucção. 350 C.2.4. - Ensaios para avaliar as deformações volumétricas em campo através do equipamento expansocolapsômetro. 352 C.2.4.1. - Areia amarelo-avermelhada. 352 C.2.4.2. - Argila bruno-avermelhada. 354 C.3. - Investigação geotécnica de laboratório. 354 C.3.1. - Caracterização física. 354 C.3.2. - Caracterização química dos solos e permeantes. 356 C.3.3. - Análises mineralógicas. 356 C.3.3.1. - Análise mineralógica da fração grossa - areia. 356 C.3.3.2. - Análise mineralógica das frações silte e Argila. 356 C.3.3.3. - Análise micromorfológica – Microscopia ótica. 357 C.3.3.4. - Microscopia eletrônica de varredura. 360 C.3.4 - Moldagem dos corpos de prova em laboratório. 361 C.3.4.1. - Preparação dos corpos de prova de amostras indeformadas. 362 C.3.4.2. - Preparação dos corpos de prova em amostras compactadas em laboratório. 363 C.3.5. - Ensaios para a obter relação sucção- umidade. 365 C.3.5.1. - Membrana de pressão. 365 C.3.5.2. - Dessecador de vácuo. 367 C.3.6. - Ensaios edométricos. 368 C.3.6.1. - Ensaios edométricos simples – células convencionais. 368 C.3.6.2. - Ensaios edométricos duplos. 377 C.3.6.3. - Ensaios edométricos em células de sucção controlada. 378 xiv LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO Figura (I.1) - Localização de Pernambuco em relação ao Brasil, do município de Petrolândia em relação ao sertão de Pernambuco e dos locais estudados em relação ao município de Petrolândia. Figura (I.2) - Orgãos e Instituições de pesquisas envolvidos no desenvolvimento da tese. CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Figura (II.1) - Curva de compactação, curvas de graus de saturação e características de compressibilidade. Figura (II.2) - Estrutura do silte e argila sugerida por CASAGRANDE (1932). Figura (II.3) - Modelos propostos para explicar estruturas instáveis de solos colapsíveis. Figura (II.4) - Representação de Ensaios - MATYAS e RADHAKRISHNA (1968) Figura (II.5) - Colapso e expansão durante a inundação de duas amostras. ESCARIO E SAEZ (1973). Figura (II.6) - Algumas ocorrências de solos colapsíveis no Brasil (modificado de FERREIRA et al 1989). Figura (II.7) - Variação do potencial de colapso com a tensão vertical de inundação e classe pedológica. Figura (II.8) - Curvas típicas de ensaios edométricos em amostras naturais e saturadas (ALONSO et al 1989). Figura (II.9) - Ensaios edométricos. Figura (II.10) - Ocorrências prováveis de solos expansivos no Brasil - VARGAS (1990) com apliação de FERREIRA (1990) Figura (II.11) - Solos expansivos do Brasil - carta de plasticidade - diagrama de VAN DER MERWE (1964). Modificado de VARGAS (1989). CAPÍTULO III - EQUIPAMENTOS - MONTAGEM DO LABORATÓRIO DE SUCÇÃO Figura (III.1) - Esquema do dessecador de vácuo. Figura (III.2) - Correlações entre Sucção-Molaridade-Densidade. Figura (III.3) - Esquema da membrana de pressão. Figura (III.4) - Edômetro de sucção controlada (ESCARIO, 1967 e 1969). Figura (III.5) - Esquema de montagem dos ensaios em células edométricas convencionais. Figura (III.6) - Adaptações na prensa do tipo Bishop para a realização de ensaios com a célula de sucção controlada. Figura (III.7) - Equipamento para medir variação de volume em campo com controle da vazão de inundação - expansocolapsômetro. xv CAPÍTULO IV - ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS Figura (IV.1) - Bacia do Jatobá - Geologia - MELO (1980). Figura (IV.2) - Precipitação posto SUDENE/Petrolândia - PE. Figura (IV.3) - Ombro-Térmico - Município Petrolândia. Figura (IV.4) - Índice de aridez - Petrolândia - PE (1984-1993) Figura (IV.5) - Mapa de solos abrangendo a área do projeto de irrigação Apolônio Sales - Relatório técnico CODEVASF-CHESF (1989) Figura (IV.6) - Mapa de solos abrangendo a área do projeto Barreiras bloco-2 - Relatório técnico - CHESF - OAS - B&B - Consultoria Técnica (1989). CAPÍTULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Figura (V.1) - Características do perfil do solo - Areia amarelo- avermelhada. Figura (V.2) - Característicasgeotécnicas dos solos Figura (V.3) - Deformações e potenciais de colapso medidos em campo - Equipamento Expansocolapsômetro. Figura (V.4) - Transmissão de tensão e variação de umidade com a profundidade. Figura (V.5) - Curvas granulométricas areia amarelo-avermelhada. Figura (V.6) - Curvas granulométricas Argila bruno-avermelhada Figura (V.7) - Curvas de compactação e graus de saturação - Areia amarelo-avermelhada. Figura (V.8) - Curvas de compactação e graus de saturação na Argila bruno-avermelhada. Figura (V.9)- Relação sucção umidade. Figura (V.10) - Relação sucção-umidade e sucção mátrica/total - Areia amarelo-avermelha. Figura (V.11) - Relação sucção-umidade e sucção mátrica/total - Argila bruno-avermelhada. Figura (V.12) - Sucções iniciais - mátricas e totais. Figura (V.13) - Variação da expansão e contração, índice de va- zios e grau de saturação com a umidade ou sucção. Figura (V.14) - Relação umidade-sucção para sucção de 0.01 a 100 MPa. Figura (V.15) - Relação umidade-tempo - Areia amarelo-avermelhada Figura (V.16) - Relação umidade-tempo - Argila bruno-avermelhada Figura (V.17) - Ensaios químicos-dispersividade. Figura (V.18) - Ensaios de erodibilidade - "Pinhole Test" - Areia amarelo-avermelhada. Figura (V.19)- Difratogramas de raio-X - Areia amarelo- avermelhada. Figura (VI.20)- Difratogramas de raio-X - Argila bruno- avermelhada. Figura (V.21) - Variação do índice de vazios e deformação de compressão com a tensão vertical de consolidação - Areia amarelo-avermelhada. Figura (V.22) - Variação do índice de vazios e deformação de compressão com a tensão vertical de consolidação - Argila bruno-avermelhada. Figura (V.23) - Ensaios edométricos duplos. Figura (V.24) - Influência da umidade inicial na xvi compressibilidade - Areia amarelo-avermelhada. Figura (V.25) - Influência da umidade inicial na compressibilidade - Argila bruno-avermelhada. Figura (V.26) - Influência da vazão de inundação nos valores dos potenciais e deformações de colapso. Figura (V.27) - Velocidade de deformação máxima com diferentes vazões de inundação. Figura (V.28) - Influência da vazão de inundação nos valores dos potenciais de deformações e velocidades de deformações de expansão. Figura (V.29) - Ensaios edométricos simples convencionais - Permeante - água destilada V = 0,25 ml/s. Figura (V.30) - Variação do potencial de colapso com a tensão vertical de consolidação para diferentes tipos de amostras. Figura (V.31) - Comportamento reológico. Figura (V.32) - Influência do pré-carregamento na colapsibilidade Figura (V.33) - Influência do ciclo carregamento-inundação- descarregamento-secagem Figura (V.34) - Influência da umidade inicial na expansão "livre" para as tensões verticais de consolidações de 1,0 kPa e 10 kPa Figura (V.35) - Ensaios edométricos simples convencionais - Argila bruno-avermelhada Figura (V.36) - Deformação de expansão/colapso com o tempo Figura (V.37) - Variação do potencial de expansão e de colapso com a tensão vertical de consolidação, índice de vazios e graus de saturação antes da inundação. Figura (V.38) - Métodos de tensão de expansão - expansão e colapso e carregamento após expansão. Figura (V.39) - Métodos de tensão de expansão - volume constante e RAO et al (1988), curvas tensão x tempo e descarregamento após ensaios de volume constante. Figura (V.40) - Métodos de tensão de expansão - Edométrico duplo e JUSTO et al (1984). Figura (V.41) - Métodos de tensão de expansão - resumo Figura (V.42) - Influência da umidade inicial e da tensão vertical na deformação de expansão devido à inundação - argila bruno-avermelhada. Figura (V.43) - Variação da tensão de expansão com a sucção, índice de vazios e umidade iniciais. Figura (V.44) - Deformações produzidas por dessecação, inundação e tempo. Figura (V.45) - Influência dos permeantes das deformações - ensaios edométricos duplos. Figura (V.46) - Influência dos permeantes nas deformações de colapso - Areia amarelo-avermelhada Figura (V.47) - Influência dos permeantes nas deformações de expansão - Argila bruno-avermelhada Figura (V.48) - Influência dos permeantes nos valores dos potenciais de colapso e expansão. Figura (V.49) - Total de cátions solúveis na água versus porcentagem de sódio trocável do solo - INGLES e AITCHISON (1969) citado por REGINATTO e FERRERO (1973). Figura (V.50) - Influência do pH nos valores dos potenciais de colapso, expansão e tensão de expansão. Figura (V.51) - Influência da anisotropia nos valores dos xvii potenciais de colapso e expansão. Figura (V.52) - Ensaios edométricos convencionais e de sucção controlada - Areia amarelo-avermelhada. Figura (V.53) - Ensaios edométricos convencionais e de sucção controlada - Argila bruno-avermelhada. Figura (V.54) - Relação entre a deformação volumétrica específica, sucção e tensão vertical de consolidação - Argila bruno-avermelhada. Figura (V.55) - Curvas de inundação sob tensão - ensaios edométricos convencionais e de sucção controlada. Figura (V.56) - Deformações e potenciais de colapso medidos através de ensaios de campo e de laboratório. Figura (V.57) - Comparação campo – laboratório - correlação com SPT APÊNDICE-A - CALIBRAÇÃO DA COMPRESSIBILIDADE DAS CÉLULAS Figura (A.1) - Influência da deformação do sistema. Figura (A.2) - Deformações típicas de células edométricas convencionais e de sucção controlada. APÊNDICE-B - CALIBRAÇÃO DO PAPEL FILTRO. Figura (B.1) - Calibração do papel filtro Schleicher & Schull Nº 589. APÊNDICE-C - MATERIAIS E MÉTODOS Figura (C.1) - Esquema do recipiente para a colocação do papel filtro. LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO Tabela (I.1) - Características preponderantes de solos naturais potencialmente colapsíveis e expansivos CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Tabela (II.1) - Características geotécnicas de alguns solos colapsíveis no Brasil Tabela (II.2) - Métodos indiretos e diretos de identificação de solos colapsíveis Tabela (II.3) - Características de alguns líquidos orgânicos comparados com a água, (WEAST 1985). Tabela (II.4) - Características geotécnicas de alguns solos expansivos no Brasil Tabela (II.5) - Métodos indiretos e diretos de identificação e quantificação da expansividade dos solos. xviii CAPÍTULO III - EQUIPAMENTOS, MONTAGEM DO LABORATÓRIO DE SUCÇÃO .. Tabela (III.1) - Métodos diretos e indiretos de medida de sucção. Tabela (III.2) - Resumo de dados de calibrações de vários autores em diferentes papéis filtro. Tabela (III.3) - Edômetros de sucção controlada. Tabela (III.4) - Características das peças do equipamento expansocolapsômetro. CAPÍTULO IV - ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS Tabela (IV.1) - Observações meteorológicas mensais. Estação Agrometeorológica Projeto Apolônio Sales. Período: agosto/92-junho/94. Lat 8o 57' s, long 38o 15'w, alt 310 m. CAPÍTULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Tabela (V.1) - Índice de resistência a penetração (SPT) no solo natural e inundado. Tabela (V.2) - Efeito da amostragem - bloco e "shelby". Tabela (V.3) - Temperatura do solo, do ar e umidade relativado ar - Areia amarelo-avermelhada / argila bruno-avermelhada. Tabela (V.4) - Índices físicos - Areia amarelo-avermelhada.. Tabela (V.5) - Índices físicos - Argila bruno-avermelhada Tabela (V.6) - Composição granulométrica e peso específico real dos grãos. Tabela (V.7) - Composição granulométrica com e sem uso de defloculante - Areia amarelo-avermelhada. Tabela (V.8) - Composição granulométrica após a compactação com e sem uso de defloculante - argila bruno-avermelhada Tabela (V.9) - Umidade das frações do solo na areia amarelo- avermelhada. Tabela (V.10) - Limites de consistência, índice de plasticidade e atividade. Tabela (V.11) - Ensaios de compactação com e sem reuso do solo. Tabela (V.12) - Sucções mátricas e totais- membrana de pressão, dessecador de vácuo e papel filtro. Tabela (V.13) - Capacidade diferencial d'água. Tabela (V.14) - Caracterização química - Areia amarelo- avermelhada. Tabela (V.15) - Caracterização química - Argila bruno - avermelhada. Tabela (V.16) - Óxídos e relações moleculares. Tabela (V.17) - Extrato saturado - sais dissolvidos. Tabela (V.18) - Resumo da análise química. Tabela (V.19) - Resultados dos ensaios de dispersividade - "pinhole test" - Areia amarelo-avermelhada. Tabela (V.20) - Comparação dos ensaios de dispersividade. Tabela (V.21) - Módulos edométricos nos solos na umidade natural e inundados Tabela (V.22) - Coeficientes de deformações nos solos na umidade natural e inundados. Tabela (V.23) - Índices de deformações nos solos na umidade natural e inundados. Tabela (V.24) - Critério de REGINATTO e FERRERO (1993) xix Tabela (V.25) - Potenciais de colapso avaliados em ensaios edométricos duplos e simples em amostras naturais, compactadas com mesma granulometria do solo natural, com granulometria alterada e lama. Tabela (V.26) - Índices físicos iniciais, sucçõe são iniciais, índices de compressão (no carregamento e no descarregamento) e tensão de pré-consolidação em amostras com diferentes umidades iníciais. Tabela (V.27) - Índices físicos iniciais, sucção inicial, índices de compressão (no carregamento e no descarregamento) e tensão de pré-consolidação em amostras com diferentes umidades iniciais e inundadas na tensão de 1,0 kPa Tabela (V.28) - Velocidade de deformação máxima e tempo médio para que ocorra. Tabela (V.29) - Umidade e grau de saturação na condição natural, no início e final de colapso e no final do ensaio. Tabela (V.30) - Umidade e grau de saturação crítico para inicio de colapso. Tabela (V.31) - Velocidade de deformação máxima e tempo de ocorrência com a vazão de inundação de 0,25ml/s e permeante água destilada. Tabela (V.32) - Influência do ciclo carregamento-inundação descarregamento-segagem nos valores dos pontenciais de colapso. Tabela (V.33) - Expansão "livre" - ensaios realizados em células edométricas e de expansão livre. Tabela (V.34) - Relação entre a expansão "livre" e a umidade inicial - ensaios realizados em células edométricas. Tabela (V.35) - Índices físicos iniciais e antes da inundação, deformações e potenciais de expansão ou de colapso. Tabela (V.36) - Valores da tensão de expansão. Tabela (V.37) - Valores da tensão de expansão - Método-1, carregamento após expansão com diferentes tensões verticais de consolidações. Tabela (V.38) - Valores da tensão de expansão a volume constante. Tabela (V.39) - Influência da umidade inicial na tensão de expansão. Tabela (V.40) - Relação entre as tensões de expansão e de pré consolidação. Tabela (V.41) - Análise físico-química das águas (líquidos não orgânicos) utilizados nos ensaios. Tabela (V.42) - Critério de colapsibilidade de REGINATTO e FERRERO (1973) aplicado a areia amarelo-avermelhada. Tabela (V.43) - Influência dos permeantes na expansão lívre, tensão de expansão e na relação deformação de expansão- tensão vertical de inundação. Tabela (V.44) - Influência da anisotropia nos valores dos potenciais de colapso e expansão. Tabela (V.45) - Ensaios de sucção controlada. Tabela (V.46) - Potenciais de expansão e de colapso - edômetros convencionais e de sucção controlada. Tabela (V.47) - Deformações volumétricas específicas avaliadas por ensaios de campo, laboratório e correlações com o SPT. xx APÊNDICE-B - CALIBRAÇÃO DO PAPEL FILTRO. Tabela (B.1) - Correlações entre a variação de umidade do papel filtro (∆W = Wt - Wi, onde Wt - umidade do papel filtro em um tempo qualquer e Wi - umidade da primeira determinação no tempo de 0,25 minutos) e o tempo transcorrido para a sua determinação. Tabela (B.2) - Curvas de calibração do papel filtro Schleicher & Schuell Nº 589, determinadas pelas diferentes técnicas de ensaios. Tabela (B.3) - Fungos encontrados na areia amarelo-avermelhada e nos papéis filtro em contato com o solo inundado. Tabela (B.4) - Fungos encontrados na argila bruno-avermelhada APÊNDICE-C - MATERIAIS E MÉTODOS Tabela (C.1) - Programa de investigação geotécnica Tabela (C.2) - Características físicas médias dos anéis utilizados nos ensaios. Tabela (C.3) - Tipos de ensaios utilizados na obtenção da relação sucção-umidade e campo de variação da sucção utilizadas nos ensaios. Tabela (C.4) - Condições iniciais e finais de ensaios no dessecador. Tabela (C.5) - Fatores que influenciam as deformações dos solos devido à inundação analisados no edômetro convencional. LISTA DE PRANCHAS Pranchas (V.1) - Micrografia da contextura da areia amarelo- avermelhada em amostras indeformadas e após colapso sob tensão de 320 kPa devido à inundação (MO). Pranchas (V.2) - Micrografia da contextura da argila bruno- avermelhada em amostras indeformadas e após expansão sob tensão de 10 kPa devido à inundação (M0). Pranchas (V.3) - Micrografia da contextura da areia amarelo- avermelhada em amostras indeformadas (MEV). Pranchas (V.4) - Micrografia da contextura da areia amarelo- avermelhada em amostra após colapso sob tensão de 320 kPa devido á inundação (MEV). 1 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Na natureza, solos não saturados são encontrados em diversas condições. Em climas áridos e semi-áridos, dados de observações de campo de muitas décadas mostram que a variação de umidade com a profundidade não atinge a condição de saturação. Em climas em que a evapotranspiração excede a infiltração, a deformação volumétrica experimentada por uma camada de solo depende da variação de umidade e da condição de distribuição de ar nos seus vazios. Em outros casos, em que a precipitação pluviométrica induz ao avanço da frente de saturação, pode ainda assim preservar-se no perfil de umidade do solo a condição de não saturação. O comportamento dos solos compactados é influenciado pelo peso específico aparente seco, microestrutura e grau de saturação. Em todos os casos, a história de tensões e a variação de umidade são fatores de grande importância na análise do comportamento dos solos. Alguns solos não saturados, ao se aumentar o teor de água em seus vazios, ou ao serem solicitados por carga e posteriormente umedecidos, experimentam uma variação de volume. Estes solos têm seu comportamento relacionado à instabilidade volumétrica,quando o teor de umidade é alterado: expansão e contração em argilas expansivas e redução volumétrica em solos de estruturas metaestáveis. Termos como "expansão" e "colapso" são associados a estes solos. Definir com precisão o que é um solo expansivo é difícil e muito mais ainda, o que é um solo colapsível. Estes termos estão tanto relacionados a fatores intrínsecos do próprio solo, quanto a fatores condicionados ao meio ambiente e às condições externas 2 impostas. A dificuldade em se definir com precisão estes solos está relacionada com algumas características apresentadas pelos mesmos, entre elas: i- solos colapsíveis podem apresentar caráter expansivo quando umedecidos sob baixas tensões; JENNINGS e BURLAND (1962), DUDLEY (1970) e VILAR et al (1981); ii- solos expansivos podem apresentar caráter colapsível quando umedecidos sob altas tensões; ESCARIO (1973), DELGADO (1986), FERREIRA (1988) e VILAR (1992); iii- solos expansivos apresentam expansão nula se em campo estiverem saturados ou ainda se submetidos à tensão de expansão quando inundados; iv- solos compactados no ramo seco, quando umedecidos até atingirem a sucção zero e submetidos a altas tensões apresentam comportamento de colapso; BARDEN et al (1969); v- solos compactados no ramo seco, quando umedecidos até atingirem a sucção zero e submetidos a baixas tensões apresentam comportamento de expansão; BARDEN et al (1969). No campo, algumas características predominantes são indicativas da ocorrência de solos que experimentam variação de volume quando inundados. Estas características (tabela I.1) dão indicação se o solo é potencialmente colapsível ou expansivo. Em diversas referências bibliográficas, entretanto, encontram-se definições de solos colapsíveis e expansivos. Na convenção anual da American Society of Civil Engineers (ASCE), ocorrida em 1976 na Filadélfia, definiu-se como solo colapsível ou metaestável "o solo não saturado que experimenta um radical rearranjo de partículas e grande redução de volume quando inundado com ou sem carga adicional" CLEMENCE e FINBARR (1981). Uma outra definição de solo colapsível foi apresentada por NUNEZ 3 (1975), referindo-se a solo que tem uma sensível modificação no comportamento tensão-deformação após atingir um valor limite de tensão, sendo menor que o valor da tensão na ruptura do solo. Este fenômeno não é necessariamente acompanhado de uma modificação substancial na estrutura das partículas que determine a sua quebra e nem de uma significativa redução de volume. Solos que apresentam este comportamento foram estudados por URIEL SERRANO (1973) e não serão abordados neste trabalho. SOLOS CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES NOS SOLOS NATURAIS POTENCIALMENTE COLAPSíVEIS i- Solos não saturados. ii- Solos com estrutura metaestável com partículas cimentantes (material argiloso, óxidos de ferro e alumínio e carbonatos). iii- Depósitos recentes, em climas áridos e semi-áridos onde a evapotranspiração excede a precipitação. iv- Solos de regiões tropicais em que há lixiviação dos horizontes superficiais onde se alternam períodos de seca e chuvas intensas. POTENCIALMENTE EXPANSIVOS i- Solos não saturados. ii- Solos com argilo mineral do tipo 2:1 em especial a montmorilonita e vermiculita. iii- Solos de regiões semi-áridas, climas tropicais e temperados onde a evapo- transpiração excede a precipitação. iv- Solos derivados de rochas ígneas, basicamente Basalto, Diabases e Gabros e de rochas sedimentares basicamente: Folhelhos, Margas e Calcários. v- Contrações e expansões provocando fendilhamento na massa de solo quando seco, com aparecimento de superfícies de fricção ("slickensides"). Tabela (I.1) Características preponderantes de solos naturais potencialmente colapsíveis e expansivos. SCHREINER (1987) define expansão de um solo expansivo intrisecamente como sendo a variação de volume resultante da mudança de umidade ou sucção. Define também a expansividade 4 intrínseca do solo como uma propriedade resultante de sua composição mineralógica e da quantidade de argila quando interage com a água. Assim, o caráter expansivo de um solo depende primariamente do tipo de argila existente, vez que nem todos os minerais argílicos podem experimentar modificações de volume. As argilas esmectitas, cuja espécie mais generalizada são a montmorilonita e vermiculita, são as mais representativas. Embora sabendo que o termo mais adequado seja "solo potencialmente colapsível" ou "solo potencialmente expansivo", uma vez que o colapso e a expansão não dependem unicamente das propriedades intrínsecas do solo, mas também das condições em que se encontram e das que lhe são impostas, serão usados neste trabalho os termos "solo colapsível" e "solo expansivo" para os solos que na realidade são potencialmente colapsíveis ou expansivos. A edificação de obras de engenharia em solos que apresentam instabilidade volumétrica quando umedecidos pode causar sérios problemas. Em solos naturais colapsíveis podem ocorrer trincas; fissuras ou mesmo a ruptura de casas, edifícios, reservatórios, canais de irrigação; depressões em pavimentos das rodovias e formação de superfície de escorregamento em taludes. Já nos solos expansivos em campo, observam-se fissuras ou fendas características, nas estações secas, fissuras diagonais embaixo das janelas e acima das portas das edificações, ondulações e rupturas nos pavimentos, fissuras generalizadas longitudinais e transversais junto a bueiros, etc. Os prejuízos causados em obras civis sobre solos colapsíveis e expansivos nos Estados Unidos são de pelo menos2,3 bilhões de dólares/ano,atingindo o dobro dos custos com os danos causados com enchentes, furacões e terremotos, JONES e HOLTZ (1973). Os autores afirmam ainda que 20% da população americana são afetados por problemas com solos expansivos enquanto 10% são afetados por enchentes. Holtz citado por JOSA (1988) afirma que o custo real dos prejuízos pode chegar ao dobro do valor citado 5 acima, desde que sejam considerados os casos não conhecidos ou não reparados ou ainda os casos em que as causas não são atribuídas a esses solos. No Brasil foram encontrados solos naturais colapsíveis em vários Estados do país: Amazonas, Piauí, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os solos expansivos no país são encontrados: no interior do Rio Grande do Norte, em vários municípios do Estado de Pernambuco, em Alagoas, no Recôncavo Baiano, no sudeste de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, foram constatadas ocorrências de solos colapsíveis nos municípios de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Petrolândia, Carnaíba e Gravatá. Nos municípios de Afrânio, Petrolina, Serra Talhada, Salgueiro, Cabrobó, Petrolândia, Ibimirim, Paulista, Olinda e no Recife, foi constatada a presença de solos expansivos. Os solos selecionados para estudo neste trabalho estão localizados no município de Petrolândia, no sertão de Pernambuco, a cerca de 520 km da cidade do Recife. Um dos solos consiste em uma areia amarelo-avermelhada - (AAA) com estrutura metaestável (solo colapsível), que está situado em (N-9009250, E-582625 e altitude 310m); o outro, uma argila bruno-avermelhada -(ABA), situado em (N-9009000, E-590650 e altitude 317m). A escolha destes locais está associada à construção de grande conjunto habitacional e projetos de irrigação por ocasião daformação do lago da Barragem de Itaparica, figura (I.1) 1.2. OBJETIVOS E METODOLOGIAS Este trabalho tem por objetivo analisar a variação de volume devida à inundação em solos naturais colapsíveis e expansivos. Diversos fatores que influenciam o comportamento de mudança de volume destes solos devido à inundação são quantificados e analisados.Entre os objetivos principais a serem 7 pesquisados, podem-se destacar: i- caracterizar a pedologia e geomorfologia dos locais selecionados para estudo, procurando relacionar a origem e formação dos solos com as características de colapsibilidade e expansividade; ii- identificar, caracterizar e comparar a microestrutura dos solos em seu estado natural antes da inundação e após ocorrer a variação de volume devido à inundação e carregamento; iii- analisar a influência da velocidade de inundação, da deformação do sistema, do tipo de permeante, da anisotropia da amostra, da magnitude da sobrecarga, do ciclo de secagem e umedecimento, da taxa de deformação com o tempo em função da sobrecarga e da sucção nas características de mudança de volume do solo devida à inundação; iv- comparar e analisar o comportamento da variação de volume do solo no campo com o de laboratório. Para a consecução desses objetivos, foi elaborado um programa de investigação geotécnica composto de duas fases : infraestrutura e experimentos. A primeira compreende a aquisição de equipamentos e acessórios, adaptação, desenvolvimento e construção de equipamentos, montagem do laboratório de sucção e calibração dos equipamentos para a realização de ensaios de campo e de laboratório. Na segunda fase, foram realizados ensaios de campo e de laboratório, compreendendo as seguintes etapas: i- revisão bibliográfica abrangendo o estado de conhecimento de solos não saturados com ênfase especial no estudo de variação de volume devida à inundação dos solos colapsíveis e expansivos; ii- realização, em campo, de sondagem de simples reconhecimento, de poços de investigação com coleta de amostras indeformadas e deformadas, ensaios de peso específico, umidade, 8 sucção e ensaios de avaliação de mudança de volume do solo devido à inundação; iii- preparação de lâminas em amostras de solo indeformadas e em amostras após a inundação e sobrecarga para a análise microestrutural, e análise de amostras em microscopia eletrônica de varredura; iv- realização de ensaios de laboratório de caracterização física, química e mineralógica, ensaios para obtenção da relação sucção-umidade, ensaios edométricos simples e duplos em células convencionais com controle da vazão de inundação, utilizando diferentes velocidades de inundação, permeantes, sobrecargas, ciclos de secagem e umedecimento, orientação de amostras em relação ao plano de atuação das sobrecargas e ensaios em células edométricas com sucção controlada; v- análise dos resultados dos ensaios, comparação dos resultados dos ensaios de campo com os de laboratório e com os de outros pesquisadores. A figura (I.2) apresenta diversas etapas do desenvolvimento, as instituições e orgãos de pesquisas envolvidos com o trabalho da tese e onde foram realizados os ensaios. 1.3. ESTRUTURA DA TESE Para efeito de apresentação, o trabalho está dividido em capítulos com a seguinte distribuição de conteúdos: No capítulo II, apresenta-se uma revisão da bibliografia, que está dividida em três partes. A primeira aborda o comportamento de solos não saturados, procurando-se destacar os conceitos básicos e as características de compressibilidade. A segunda parte descreve o fenômeno do colapso nos solos, tipos de solos sujeitos ao fenômeno, explicações do fenômeno de colapso, métodos de identificação, quantificação e classificação de solos 10 colapsíveis e fatores que influenciam na colapsibilidade. Finalmente, a terceira parte descreve os solos expansivos, mantendo a mesma estrutura dos tópicos do desenvolvimento dos solos colapsíveis descrita acima. A construção, o desenvolvimento, as adaptações dos equipamentos, bem como a montagem do laboratório de sucção são descritos no capítulo III. As calibrações dos equipamentos são descritas nos apêndices - A e B. As características geológicas, geomorfológicas e pedológicas da região de onde foram obtidas as amostras são apresentadas no capítulo IV. Destacam-se ainda aspectos climáticos, como precipitação, vento, insolação e evapotranspiração. A apresentação e análise dos resultados são expostas no capítulo V. Inicialmente, cada abordagem é feita em particular para cada solo ensaiado e continua-se a análise inter- relacionando as abordagens e os tipos de solo. Comparam-se resultados de campo com os de laboratório. Este capítulo descreve sucintamente as metodologias dos ensaios e todo o procedimento é detalhado no apêndice - C. No capítulo VI, apresenta-se um resumo das principais conclusões da tese e sugerem-se linhas de investigação para novos estudos. 11 CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A revisão bibliográfica está dividida em três partes. A primeira discorre sobre os solos não saturados com ênfase na variação de volume devida à inundação. Na segunda, abordam-se os solos colapsíveis e, na terceira, os solos expansivos. 2.1. SOLOS NÃO SATURADOS 2.1.1. INTRODUÇÃO Os solos não saturados são aqueles em que os poros não estão completamente cheios de líquido (normalmente a água) havendo também a presença de gases (normalmente o ar). A Mecânica dos Solos tem historicamente dado ênfase especial ao estudo dos solos saturados, e várias razões foram encontradas por ALONSO et al (1987) e JOSA (1988) para a difusão desses estudos. Entretanto, dados de observação de campo de muitas décadas mostram que a variação de umidade com a profundidade, em climas áridos e semi-áridos, não atinge a condição de saturação. Nos climas em que a evapotranspiração excede a infiltração, a deformação volumétrica experimentada por uma camada do solo depende da variação de umidade e da condição de distribuição do ar nos vazios. Em solos compactados, amplamente utilizados em obras de terra e rodovias, os solos estão normalmente não saturados. Em outros casos, em que a precipitação pluviométrica induz o avanço da frente de umedecimento, pode preservar no perfil de umidade do solo a condição de não saturado. A condição de não saturação pode ser encontrada em solos das mais diversas naturezas: em argilas expansivas de alta plasticidade, em solos residuais saprolíticos e lateríticos, em depósitos de solos aluviais, coluviais e eólicos, bem como em solos compactados. Alguns destes solos têm seu comportamento 12 típico freqüentemente relacionado à instabilidade volumétrica: expansão e contração em argilas expansivas, colapso em solos coluviais e em solos com cimentos naturais com estrutura porosa. O comportamento dos solos compactados é governado pela densidade seca, microestrutura e grau de saturação, fatores estes que dependem do processo de compactação. Em todos os casos, a história de tensão e a variação de umidade impõem uma avaliação para análise do seu comportamento. Três elementos básicos constituem as fases do solo não saturado, YOSHIMI e OSTERBERG (1963). O sistema trifásico é constituído por partículas sólidas, líquidas e gasosas, que estão relacionadas. A fase sólida é constituída por partículas sólidas e água adsorvida; já a fase líquida, constituí-se pela água livre, pelo ar e sais dissolvidos, enquanto que a fase gasosa, por ar livre e por vapor d'água. Entretanto, FREDLUND e MORGENSTERN (1976) consideraram a interfase entre a água livre e o ar livre como uma quarta fase independente, por entenderem que esta apresenta propriedades importantes, principalmentea resistência à tração, chamando-a de "membrana contráctil". Em termos de comportamento, o solo não saturado é visto como uma mistura de duas fases: partículas sólidas e membrana contráctil e a outra, água e ar que fluem, que chegam ao equilíbrio sob a ação dos gradientes de tensões aplicadas. Na análise da resistência ao cisalhamento o efeito da "membrana contráctil" é considerado na sucção mátrica (matricial) e o solo como um meio trifásico. Do ponto de vista da relação peso-volume, o solo é considerado como trifásico, uma vez que o volume da "membrana contráctil" não é considerada e seu peso é avaliado como parte do peso da água. Neste trabalho o solo não saturado será considerado como um meio trifásico. O grau de saturação [Sr = volume de água nos vazios x 100 / volume de vazios] é um importante índice físico nos estudos dos solos não saturados. Para baixos graus de saturação, existe continuidade de vazios nos solos. Quando o ar se apresenta concentrado em regiões isoladas dos poros, não há mais 13 continuidade do mesmo, chama-se esta situação de "oclusão do ar". BARDEN (1965) considera que a oclusão ocorre para graus de saturação em torno de 90%, LLORET e ALONSO (1980) e CHANG e DUNCAN (1983) consideram que ocorre para graus acima de 85%. A condição de oclusão para FREDLUND (1979) ocorre entre 85% e 90% e, neste caso, as teorias convencionais de solos saturados podem ser aplicadas, considerando o fluido intersticial como compressível, FREDLUND (1976). O processo de deformabilidade dos solos argilosos compactados foi classificado por BARDEN et al (1969), em função do grau de saturação, em cinco grupos. ALONSO e LLORET (1985) classificaram a deformabilidade dos solos não saturados na condição não drenada em três tipos, também em função do grau de saturação, figura (II.1). 2.1.2. PRINCÍPIO DE TENSÃO EFETIVA APLICADO A SOLOS NÃO SATURADOS Uma definição do princípio de tensão efetiva é apresentada por BISHOP e BLIGHT (1963), onde a tensão efetiva é uma função da tensão total e da poro pressão que controla o mecanismo efetivo de mudança de tensão, com a mudança de volume e mudança da resistência ao cisalhamento. O princípio de tensão efetiva assegura que existe uma função (f) Eq (II.1), com determinados parâmetros sobre um dado conjunto de condições. σ' = σ - Ua + f (Ua - Uw). Eq (II.1) Para o solo saturado, o conjunto de condições que deve satisfazer o princípio de tensão efetiva é formulado sobre duas proposições, TERZAGHI (1936): i- mudança de volume e resistência ao cisalhamento do solo são devidos exclusivamente à mudança de tensão efetiva (resistência e índice de vazios são funções unívocas da tensão efetiva); ii- a tensão efetiva (σ') no solo é definida como um excesso da tensão total (σ) sobre a poro pressão (Uw) Eq.(II.2). 15 σ' = σ - Uw Eq (II.2) Possivelmente devido ao grande sucesso do princípio das tensões efetivas de TERZAGHI (1936) e suas comprovações experimentais, RENDULIC (1936), TAYLOR (1944), SKEMPTON (1953), muitos outros autores procuraram estender o princípio de tensão efetiva para o caso dos solos não saturados, apresentando equações para representar o comportamento do solo em termos de tensão efetiva, tais como: DONALD (1956), CRONEY et al (1958), BISHOP (1959), LAMBE (1960), AITCHISON (1961), JENNINGS (1961), RICHARDS (1966), AITCHISON (1973). De todas as equações apresentadas a de BISHOP (1959) (Eq II.3) foi a mais discutida, possivelmente, por sua maior generalidade. O princípio das tensões efetivas foi expresso sob a forma de um conjunto de condições, que são as seguintes: i- toda medida efetiva de mudança de compressão, distorção e resistência ao cisalhamento é devida à mudança de tensão efetiva; ii- a tensão efetiva em um solo não saturado é definida como o excesso de tensão aplicada sobre a poro pressão equivalente [χ Uw - (1 - χ)Ua] (onde χ é um parâmetro empírico), isto é: σ' = σ - [ χ Uw - (1 - χ) Ua ] = σ - Ua + χ (Ua - Uw) Eq.(II.3) BISHOP e DONALD (1961) realizaram ensaios triaxiais em silte não saturado e testaram a validade da equação (II.3), concluindo que esta equação está correta e que o comportamento do solo é independente dos valores absolutos de σ, Uw e Ua. BISHOP e BLIGHT (1963) mostraram também a validade da equação (II.3), em ensaios de compressão triaxial em argila compactada. Variação de sucção, tensão desviatória e mudança de volume não são afetadas pela variação de σ3 e Ua , desde que σ3 - Ua permaneça constante. 16 Mudança na fase líquida dos solos não saturados pode causar mudanças no comportamento do solo que não estão em acordo com o princípio de tensão efetiva proposto por BISHOP (1959). Os solos colapsíveis submetidos a uma determinada tensão e quando inundados sofrem redução de volume. Há portanto uma redução de tensão efetiva associada a uma redução de volume. Com base no princípio de tensão efetiva de BISHOP (1959), este decréscimo de tensão deveria ser acompanhado por um acréscimo de volume. JENNINGS e BURLAND (1962) realizaram ensaios em silte seco ao ar, onde a amostra foi submetida a um determinado nível de tensão e, após a inundação, procuraram manter o índice de vazios constante; para que isto ocorresse, era necessário haver redução na tensão aplicada durante a inundação. Este mesmo comportamento foi observado por MASWOSWE (1985), realizando ensaios edométricos com saturação a índice de vazios constante e mostrando, assim, que a equação de tensão efetiva tal como proposta por BISHOP (1959) não explica o comportamento do solo nestas condições. Um outro exemplo conflitante do princípio de tensão efetiva de BISHOP (1959) é a dilatação durante o cisalhamento. No caso, a amostra cresce de volume enquanto a tensão efetiva também aumenta. Não há uma relação unívoca entre índice de vazios e tensão efetiva, quando definidas pela equação (II.3). JENNINGS e BURLAND (1962) verificaram que esta expressão ajusta de forma razoável o comportamento de solos não saturados em função do tipo de solo e do grau de saturação, havendo, portanto, para cada solo, um grau de saturação crítico a partir do qual a relação é unívoca. Para os solos granulares, o grau de saturação crítico é da ordem de 20%, para siltes de 40 a 50%, enquanto que para os solos argilosos é da ordem de 85%. A equação de BISHOP (1959) define uma certa tensão intergranular que, por não controlar o comportamento do solo, não pode ser considerada como efetiva, JENNINGS e BURLAND (1962). BLIGHT (1965) e JENNINGS e BURLAND (1962) mostraram que o parâmetro (χ) depende de uma série de fatores: tipo de solo, grau de saturação, trajetória de tensões, estrutura, histerese e tipo 17 de ensaio, não podendo ser medido em uma série de ensaios e usado para outros tipos de ensaios ou solos. BLIGHT (1965) propôs dois métodos de estimativa do parâmetro χ, um com base em ensaios de resistência ao cisalhamento e outro em ensaios de compressibilidade, obtendo valores diferentes. As críticas feitas ao parâmetro χ são mais significativas com respeito a mudança de volume do que ao comportamento de resistência ao cisalhamento. Isto é devido provavelmente ao fato de que, a mudança de volume é normalmente analisada com um incremento de tensão no processo de deformação contínua, enquanto dados de resistência ao cisalhamento são analisados normalmente no estado de ruptura, (MATYAS e RADHAKRISHNA 1968). MATYAS e RADHAKRISHNA (1968) apresentaram um conjunto de requisitos a que deve atender de forma satisfatória a equação de tensão efetiva do solo: i- aos casos extremos quando o solo está completamente seco ou saturado; ii- o comportamento (mudançade volume e resistência ao cisalhamento) de um elemento do solo provocado por uma mudança de tensão efetiva, independe da maneira pela qual a tensão total e poro pressão tenham mudado; iii- a forma correta de uma equação de tensão efetiva, seria verificada experimentalmente. Os autores concluem que, nos solos não saturados, é praticamente impossível satisfazer a todos os requisitos e o uso de alguma equação de tensão efetiva é necessariamente limitada em sua verificação experimental. Devido à dificuldade em se obter o parâmetro χ (função), que possibilite definir de forma satisfatória a tensão efetiva do 18 solo, AITCHISON (1967) propôs que não há necessidade do conhecimento do parâmetro χ, desde que se conheça uma única trajetória da tensão para cada termo "σ" e (Ua - Uw). Com base nesta proposta e com o uso de novas técnicas de ensaios, principalmente a de translação de eixo, HILF (1956), ESCARIO (1969), ESCARIO e SAEZ (1973), HO e FREDLUND (1982), LLORET e ALONSO (1985), é possível avaliar o comportamento de mudança de volume e de resitência com o conceito de parâmetros e superfície de estado, sem a definição do valor da tensão efetiva. MATYAS e RADHAKRISHNA (1968) propuseram um método para avaliar a compressibilidade de solos não saturados que usa o conceito de superfície de estado. BARDEN et al (1969), BRACKLEY (1973) e ESCARIO e SAEZ (1973) usaram a técnica de trajetória de tensões para caracterizar a mudança de volume, colapso e expansão em argilas com sucção controlada. A técnica de trajetória de tensão não quantifica o valor da tensão efetiva; entretanto, é possível reproduzir as componentes efetivas, bem como as condições físicas do solo, permitindo um estudo adequado das propriedades que dependem da tensão efetiva. Esta técnica vem sendo utilizada por BLIGHT (1965), ESCARIO (1967 e 1969), AITCHISON e WOODBURN (1969), ESCARIO E SAEZ (1973), KANE (1973), JUSTO et al (1984), PRESA (1984),DELGADO (1986),SCHREINER (1988) e TOLL (1988),JUCÁ (1990). O problema em se quantificar o valor de χ ou de uma função que possa representar de forma adequada o comportamento do solo não saturado é fundamentalmente devido à dependência do seu valor em relação à trajetória de tensão e conseqüentemente ao ciclo de secagem e molhagem (histerese). Assim, se a trajetória de tensão em um determinado problema é definida convenientemente, é possível quantificar de forma satisfatória o comportamento do solo, mesmo sem conhecer o real valor da variação da tensão efetiva que provocou a mudança de comportamento. 19 2.1.3. ESTRUTURA DOS SOLOS A estrutura do solo é definida segundo NIKIFOROFF (1941), como sendo um arranjo de partículas primárias do solo e agregados, nos quais as forças que ligam tais partículas são mais intensas do que os agregados adjacentes. A estrutura é entendida como um agregado de partículas primárias, que são separadas de agregados adjacentes por superfícies de fraca resistência. A distinção entre microestrutura e macroestrutura é realizada arbitrariamente, de maneira subjetiva, de acordo com a capacidade de ver à vista desarmada, sem uso de lentes, COLLINS (1985). Do ponto de vista morfológico, o que se observa no campo é a macroestrutura (avaliação qualitativa). A classificação mais generalizada da macroestrutura do solo é a de NIKIFOROFF (1941), utilizada no Soil Survey Manual, com ligeiras modificações. A macroestrutura é classificada em função da forma, tamanho e grau de desenvolvimento de suas unidades. A forma define o tipo de macroestrutura, o tamanho define a classe da macroestrutura e o desenvolvimento, o grau da macroestrutura. Esta classificação é utilizada na pedologia para identificação das classes de solos. COLLINS e McGOWN (1974) definiram microestrutura como arranjo estrutural das partículas constituintes (arranjo espacial, distribuição das partículas e associações de espaços vazios - "microfabric"), composição e forças interparticulas. O termo "contextura" tem sido proposto por SANTOS et al (1991) para a tradução de "fabric", por entender que este envolve arranjo espacial das partículas sólidas e poros associados. O termo "contextura" será também utilizada neste trabalho na descrição das lâminas delgadas dos solos estudados. O conhecimento da microestrutura do solo não saturado ajuda na compreensão do comportamento mecânico, na previsão qualitativa 20 dos efeitos ambientais, e ainda, controla as condições da água (sucção), ALONSO et al (1987). No estudo dos solos não saturados colapsíveis ou expansivos, que dependem do estado tensional em que se encontram, a microestrutura desempenha um papel importante. A importância da microestrutura dos solos compactados foi primeiramente enfatizada por LAMBE (1958), que procurou explicar o comportamento de argilas compactadas em termos de diferenças de arranjos de partículas com microestrutura floculada e dispersa e da dupla camada de água adsorvida ao redor de cada partícula de argila. No ramo seco da curva de compactação, há uma concentração eletrolítica alta, com a dupla camada pouco desenvolvida, havendo uma tendência das partículas a formarem uma microestrutura floculada. Com o aumento do teor de umidade, há uma redução na concentração eletrolítica, com uma expansão da dupla camada e as partículas tendendo a se orientar, formando uma microestrutura dispersa. Argilas compactadas no ramo seco da curva de compactação podem ser vistas esquematicamente como uma coleção de "aglomerados", chamados de "packets" por BRACKLEY (1975) e "crumbs" por SMART (1973) e POPESCU (1980), deixando grandes poros com baixa saturação. Nos solos com estruturas abertas, há uma relação fechada entre carga e deformação de colapso. Deformações irreversíveis com sucção constante ocorrem quando os "packets" deformam, seus pontos de contato quebram e os agregados ocupam os poros vazios. Estas mudanças são também controladas pela sucção, as quais mantêm uma baixa compressibilidade dos "packets" (devido ao efeito da absorção entre partículas de argila) e preservam alguma rigidez da composição da estrutura do solo, através do efeito capilar nos vazios "interpackets". ALONSO et al (1987) afirmam que colapso sob decréscimo de sucção envolve, basicamente, o mesmo mecanismo microestrutural, mantendo-se a carga externa constante. MITCHELL (1976) mostrou que solos expansivos compactados 21 com estrutura floculada são comumente mais expansivos do que os de estrutura dispersa. Mostrou, ainda, a influência da estrutura no comportamento geomecânico dos solos. Através de microscopia eletrônica de varredura de solos naturais, McGOWN e COLLINS (1975) e COLLINS (1985) propuseram uma classificação das formas microestruturais dos solos. A descrição da microestrutura está baseada em três tipos de forma: "Elementary particle arrangements", partículas elementares de argila, silte ou partículas do tamanho de areia ou grupos do tamanho de argila; "Particles asseblages", argilas ou partículas elementares granulares que se arranjam formando agregados; "Composite", arranjos de partículas elementares se combinam para formar uma reunião de partículas, estas individualmente se associando e se combinando de várias maneiras para formar a "Composite microfabric". Nos solos colapsíveis, predominam mais arranjos de partículas granulares cobertas por partículas de argilas ou agentes cimentantes. Nos solos expansivos, predominam arranjos elementares de partículas com lâminas mais ou menos paralelas. A micromorfologia é uma disciplina da Ciência dos Solos que investiga amostras indeformadas procurando identificar e descrever os constituintes e falhas (tamanho, forma e arranjo), utilizando métodosestereoscópicos e microscópicos petrográficos. Nos últimos trinta anos, houve um grande progresso na micromorfologia e nos estudos de microscopia dos solos. Os trabalhos de BREWER (1964) e BULLOK et al (1985) facilitaram a descrição detalhada e significativa dos solos e estimularam o interesse pela micromorfologia dos solos. Muitos solos compactados e naturais apresentam um comportamento associado de colapso e expansão quando inundados. Sob uma carga externa não significativa e sob inundação, ocorre expansão no arranjo de partículas elementares localizadas dentro dos agregados; isto tende a manter a estrutura original. À medida que a tensão externa cresce, quebram-se os vínculos, ocorrem 22 deslocamentos nos contatos entre as partículas e deformam-se os agregados, e os poros vazios entre os agregados e entre os grãos são ocupados por grãos de areia. O comportamento de expansão dos poros é menos dependente da forma da microestrutura, desde que isto ocorra dentro dos arranjos básicos das partículas. A ligação entre a expansão e a carga externa não depende significativamente da forma de organização dos arranjos das partículas, mas é diretamente influenciada pela tensão de expansão desenvolvida entre plaquetas (lâminas) de argila. CASAGRANDE (1932) apresentou de forma esquemática a microestrutura de um solo colapsível (silte argiloso), previamente carregado antes de ser inundado e após a inundação, figura (II.2). Um minucioso estudo empregando microscopia eletrônica de varredura foi realizado por COLLINS e McGOWN (1974). Estes confirmaram a presença de vínculos de argila na estrutura de vários solos de natureza colapsível, assegurando que a estrutura é muito mais complexa do que se supunha anteriormente, e afirmaram que altos potenciais de colapso devem estar associados aos grandes poros dentro dos agregados de partículas e entre as diversas aglutinações dessas partículas. 23 DUDLEY (1970) e CLEMENCE e FINBARR (1981), propuseram uma série de modelos para solos de estrutura instável, figura (II.3). Nas duas primeiras, figuras (II.3a e 3b), os arranjos dos grãos de areia foram mantidos por tensão capilar, atuando nos contatos areia-areia, areia-silte e silte-silte. Partículas de areias com vínculos de argilas dispersas são mostradas na figura (II.3c); estas argilas podem ser formadas no local por antigênese ou podem ser transportadas. Os grãos de areia estão revestidos por uma fina camada de argila que sob baixo teor de umidade apresenta elevada resistência. A figura (II.3d) apresenta uma estrutura onde os grãos de areia estão ligados por partículas de argila floculada, os grãos maiores sendo mantidos no local por contrafortes formados de argilas e/ou tensões capilares. Um outro tipo de estrutura é apresentado na figura (II.3e), onde os grãos de areia estão com vínculos de argilas resultantes de corrida de lama. O último arranjo estrutural figura (II.3f), os agregados de argilas formam grãos que se conectam entre si por pontes de argila, que também encontram-se ligadas a grãos de siltes e argilas. BENVENUTO (1982), analisando amostras de solos do município 24 de Manga-MG, em microscópio eletrônico de varredura ("scanning ou stereoscan"), observou, de uma maneira geral, estrutura porosa de solos, grãos de areias, siltes e argilas, conglomerados de partículas formando pontes. Destacou ainda uma amostra em que foi obtida a estrutura antes e após o ensaio de colapso. Notou que há um fechamento da estrutura do solo, devido à tensão aplicada de 106 kPa e posterior inundação, apesar das operações de preparação (alívio de tensões, secagem, corte e vácuo) a que foi submetido o corpo de prova. MENDONÇA (1990) realizou ensaios de microscopia eletrônica em solos colapsíveis da região de Bom Jesus da Lapa - BA, onde constatou que as partículas maiores não se conectam diretamente, mas por meio de partículas menores, possivelmente de argila e/ou silte. 2.1.4. MINERAIS ARGÍLICOS E INTERAÇÃO ÁGUA - ARGILA 2.1.4.1. Minerais argílicos A mudança de volume dos solos devida à variação de aplicação da tensão externa ou sucção é governada primariamente pela presença da água nos bordos das partículas sólidas dos argilos minerais. O comportamento ativo do solo é dos minerais argílicos sendo o estudo de suas propriedades de grande importância para o entendimento do seu comportamento. Os minerais argílicos são compostos de duas unidades cristalográficas, constituídas por alternância das camadas tetraédricas de sílica (átomo de silício centrado em quatro átomos de oxigênio) e octaédricas de alumina (um átomo de alumínio centrado em seis de oxigênio). Às vezes, o silício toma parte também dos tetraedros e o magnésio ou o ferro dos octaedros, resultando num equilíbrio elétrico global. A semelhança entre as duas unidades permite que se combinem, compartilhando átomos de oxigênios (em ocasiões substituídos por 25 grupos hidroxilas). A seqüência repetitiva das capas determina o grupo do mineral argílico. Por outro lado, existem, às vezes, substâncias na rede cristalina que, embora introduzindo deformações, mantêm sua forma (substituições isomórficas), que alteram o equilíbrio elétrico do cristal. Dentro dos grupos estruturais, o tipo e/ou proporções, a substituição isomórfica é diferente para cada espécie mineralógica. As combinações entre as distintas possibilidades determinam o significativo número de espécies mineralógicas existentes, LAMBE e WHITMAN (1969). A carga negativa induzida na rede cristalográfica da argila pelas substituições isomórficas tende a ser compensada pela adsorção de cátions. Estes cátions, às vezes, não são fortemente adsorvidos e podem ser substituídos. A capacidade de troca depende da espécie mineralógica, sendo mínima na caolinita e alcançando valores máximos entre as esmectitas. O tipo de cátion de troca condiciona também a capacidade expansiva. Esta é máxima para o lítio e o sódio e mínima para o cálcio e o magnésio. GRIM (1962) resume os valores típicos de inchamento para alguns minerais argilosos: Mineral de argila % de inchamento livre Montmorilonita - Na 1400 a 2000 Montmorilonita - Ca 45 a 145 Vermiculita variável Clorita variável Ilita 60 a 120 Caolinita 6 a 60 Entre os minerais argilosos de unidades cristalográficas (sílica/alumina/sílica) com elevada capacidade para a troca de cátions, tem o máximo interesse, por sua freqüente presença em alguns solos argilosos, a montmorilonita. Todos os minerais de unidades cristalográficas do tipo sílica/alumina/sílica têm propriedades expansivas, exceto a ilita, que só manifesta sensibilidade à água em condições de extrema degradação. Os 26 minerais de unidades cristalográficas do tipo sílica/alumina não apresentam propriedades expansivas, exceto a haloisita. Esta característica se atribui ao fato de que as uniões intracristalinas se estabelecem não diretamente, mas através de uma capa de moléculas de água, o que as enfraquece. 2.1.4.2. Propriedade de engenharia da dupla camada Todos os minerais argílicos têm camadas de silicatos e trocam cátions; assim, é razoável esperar que as interações com a água sejam similares. LAMBE (1958) mostra que o volume de água na montmorilonita é cerca de 40 vezes o volume de partículas sólidas para uma espessura de dupla camada de 200 A e o volume de água da caolinita é somente 0,8 vezes o volume de partículas sólidas. Isto indica um potencial
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