Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Guilherm� Alcântar� C . Andrad� Ciclo cardíaco Termos desconhecidos: Normoquesia: Fezes e defecação normais sem alteração; Deambular: Ato de andar, caminhar com as duas pernas; Semi-fowler: Posição em que o paciente fica parcialmente sentado Objetivos: Entender o ciclo cardíaco (tudo): O ciclo cardíaco é nada mais que o funcionamento do coração, desde a parte mecânica como a elétrica (essa será descrita no terceiro objetivo) através das células musculares e do marcapasso juntamente com as inervações cardíacas. Para isso é necessário entender que o coração exerce o papel de bomba hidráulica, segue os mesmos princípios da física, por haver regulação do abrir e fechar das válvulas por diferença de pressão (maior pressão para o de menor pressão). Diante disso, nota-se que o coração é um órgão com duas bombas e duas circulações que impede a comunicação direta entre o sangue oxigenado e o desoxigenado. O coração direito (lado direito) é a bomba responsável pela pequena circulação ou circulação pulmonar, e o coração esquerdo (lado esquerdo) é a bomba sistêmica, aórtica ou maior. A primeira circulação possui menor pressão assim como menor teor de endocárdio do ventrículo, pois o sangue será levado apenas aos pulmões para a realização da hematose e retornar ao coração com o sangue oxigenado. Por outro lado, a circulação sistêmica possui maior pressão e de endocárdio do ventrículo porque a força deve ser suficiente para enviar o sangue para todo o corpo. Com isso, o ciclo cardíaco envolve três etapas: ● Sístole ventricular: Momento em que ambos os ventrículos estão completamente cheios de sangue e começando a sofrer a contração. Nesse pequeno tempo, a pressão ventricular já foi levemente alterada a ponto de contrair os músculos papilares e as cordas tendíneas das valvas bi e tricúspide, mas essa alteração ainda não foi grande o suficiente para causar a abertura das valvas semilunares, portanto ainda estão fechadas. Esse início de contração é chamado de contração isovolumétrica por não haver alteração no nível sanguíneo dentro da câmara. O continuar da contração, assim como da pressão, resulta na abertura das semilunares, o que permite a passagem de 70% do sangue através da ejeção rápida. ● Diástole ventricular: A lei da inércia é aplicada ao fluxo sanguíneo, mas com outro nome: Efeito Windkessel → o sangue bombeado tende a continuar em movimento. Isto é, o sangue que não entrou diretamente nas artérias (30%) será movimentado nessa fase, a ejeção lenta. Durante essa movimentação, os ventrículos vão relaxando e perdendo pressão, e os vasos, agora com sangue, com maior pressão. Contudo, devido a essa diferença de pressão e a posição superior dos vasos, o retorno sanguíneo (pouco) para os ventrículos é comum e necessário para o fechamento das valvas semilunares, sendo chamado de relaxamento isovolumétrico. Enquanto isso ocorre nos ventrículos, os átrios estão recebendo sangue das veias e aumentando as suas pressões. A pressão deve ser superior as dos ventrículos para que as valvas sejam abertas. ● Enchimento ventricular: Quando as valvas são abertas, o enchimento rápido dos ventrículos se dá graças às posições de ambas as câmaras, uma superior e outra inferior, o que permite que 80% do sangue passe de uma para a outra sem que haja contração. Já o enchimento lento acontece antes e durante a sístole atrial (20%), que consiste na passagem do sangue oriundo das veias para os ventrículos sem que sejam armazenados nos átrios. Além dessas fases temos: ● Mecanismo de Frank-Starling: Todo sangue que chegar ao coração será ejetado totalmente desde que seja dentro dos limites fisiológicos. Associa-se ao funcionamento de uma mola, se esticar demais haverá consequências; ● Pré-carga: Energia potencial elástica usada, a partir da contração muscular, para impulsionar o sangue; ● Pós-carga: É a energia que deve ser superada para abrir as SL; Por fim, existem três volumes sanguíneos: ● Volume máximo: V. diastólico final. Ventrículos cheios; ● Volume ejetado: V. de ejeção. Parte do sangue que é ejetado dos ventrículos; ● Volume restante: V. sistólico final. Sangue que retornou aos ventrículos. A fração de ejeção é responsável por calcular a eficiência do coração: Volume de ejeção ______________ Volume diastólico final Já o débito cardíaco calcula a quantidade de sangue que ta saindo do coração: Volume de ejeção x frequência cardíaca Caracterizar o IAM (infarto agudo do miocárdio) e seus fatores de risco: Fatores de risco: ● Hipertensão arterial sistêmica (HAS); ● Dislipidemia (colesterol alto); ● Diabetes mellitus (DM); ● Sobrepeso e obesidade; ● Ingestão de bebida alcóolica ≥ 3x por semana; ● Sedentarismo (aquele que não realiza, no mínimo, 30 min de atv. física 3x por semana); ● Tabagismo; ● Histórico familiar; ● Estresse. O infarto agudo do miocárdio e a angina instável são considerados síndromes coronarianas agudas por resultarem da obstrução de alguma artéria coronária. O infarto do miocárdio é definido como necrose miocárdica em uma condição clínica consistente com isquemia miocárdica, redução do fluxo sanguíneo (consequentemente há redução de O2 e nutrientes). Existem 5 tipos de infartos: 1. Tipo 1: IM espontâneo causado por isquemia devido a um evento coronário primário (p. ex., ruptura, erosão ou fissuras na placa; dissecção coronária); 2. Tipo 2: isquemia devido a aumento da demanda de oxigênio (p. ex., hipertensão), ou diminuição do fornecimento (p. ex., espasmo ou embolia arterial coronariana, arritmia, hipotensão); 3. Tipo 3: relacionado com a morte cardíaca inesperada e súbita; 4. Tipo 4a: associado com intervenção coronariana percutânea (sinais e sintomas de infarto do miocárdio com valores cTn > 5 × 99º percentil do LSR); 5. Tipo 4b: associado com trombose do stent documentada; 6. Tipo 5: associado com revascularização do miocárdio (sinais e sintomas de infarto do miocárdio com valores cTn > 10 × 99º percentil do LSR). Os infartos podem ocorrer em toda a estrutura do coração, ou seja, desde o pericárdio ao endocárdio. Com isso, infartos transmurais envolvem toda a espessura do miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e costumam ser caracterizados por ondas Q anormais no ECG. Já os infartos não transmurais (como os subendocárdicos) não atravessam a parede ventricular e provocam apenas alterações no segmento ST e na onda T (ST-T). Dias ou semanas antes do evento, cerca de dois terços dos pacientes desenvolvem sintomas prodrômicos, incluindo angina instável ou crescente, falta de ar e fadiga. Geralmente, o primeiro sintoma do infarto é a dor subesternal, visceral e profunda, descrita como dor ou pressão, irradiada para dorso, mandíbula, braço esquerdo ou direito, ombros ou todas essas áreas. A dor é semelhante à angina do peito, mas geralmente é mais grave e tem longa duração; mais frequentemente acompanhada de dispneia, diaforese, náuseas e vômitos; e aliviada um pouco ou apenas temporariamente com repouso ou nitroglicerina. Entretanto, o desconforto pode ser leve e cerca de 20% dos IAMs são silenciosos (assintomáticos ou com sintomas vagos e não reconhecidos como doença pelo paciente) e ocorrem com mais frequência em diabéticos. Geralmente, os pacientes interpretam o desconforto como indigestão, em especial porque o alívio espontâneo pode ser falsamente atribuído à eructação ou ao consumo de antiácidos. Compreender o mecanismo de excitação-contração do músculo cardíaco: No desenvolvimento embrionário, 1% das células musculares cardíacas são transformadas em células auto rítmicas, cuja função é gerar as contrações. Difere do nervos exatamente por isso, enquanto essas células estimulam os batimentos, os nervos fornecem a frequência desses batimentos. Tais células formam o marca-passo natural e o complexo, que é a via de propagação dos potenciais de ação contínuos por todo o órgão para assegurar o estímulo às câmaras. O conjunto dessas células formam as estruturas elétricas e autônomas do coração. Isto é, o coração possui a vontade natural de bater/contrair, mas recebem impulsos elétricosque fornecem a frequência dos batimentos. Dessa forma, todas as estruturas possuem a capacidade de estimular os batimentos e disseminar a informação da frequência, mas apenas o primeiro conjunto celular é o que possui maior eficácia sem que haja prejuízo da capacidade cardíaca, como bradicardia: o nó sinoatrial. 1. Nó sinoatrial: Localizado lateral e inferiormente à veia cava superior. Conjunto de células energéticas mais fortes; 2. Nó atrioventricular: Por meio da fibras internodais (fibras musculares atriais modificadas), o potencial de ação chega ao nó atrioventricular (AV) no septo interatrial. Todavia, devido às diferenças estruturais das células, causam um atraso na propagação da informação de modo a permitir que haja a contração ventricular https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/angina-inst%C3%A1vel https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/angina-de-peito#v934110_pt com as valvas fechadas. Quando inicia-se o relaxamento ventricular,o impulso volta a circular; 3. Feixe de His: O potencial pode passar, unicamente, para os ventrículos visto que o esqueleto fibroso impede a propagação elétrica. Esse fascículo é ramificado no septo interventricular em D e E que direcionam-se para o ápice do coração; 4. Células de Purkinje: Elas possuem um ou dois núcleos centrais e são ricas em mitocôndrias e glicogênio. Após espalharem-se pelo subendocárdio, os ramos infiltram os ventrículos e passam a se concentrar na região intramiocárdica. Essa atuação é importante por poder conduzir o estímulo para as partes mais internas dos ventrículos, especialmente no ápice do coração por ser o local de início da contração. A geração do impulso acontece nas células do sinoatrial ao serem despolarizadas pelos canais lentos de sódio, mas logo são repolarizadas pelos canais rápidos de cálcio e potássio. A condução do impulso gerado é distribuído pelas junções comunicantes/GAP que abrem os canais lentos de cálcio e os rápidos de Na e K. . Fases: ● 0: Íons de Na chegam; ● 1: Abertura dos canais de K; ● 2: Estabilização do PA; ● 3: Canais de Ca se fecham; ● 4: Restauração das concentrações. O eletrocardiograma (ECG) revela a passagem das ondas durante a passagem do impulso. No ECG abaixo, o ponto P revela o início da despolarização atrial enquanto T, a repolarização. O complexo QRS é caracterizado pela despolarização do ventrículo. Na onda P, há a estimulação dos dois nós. Na parte ascendente, os átrios estão sendo preenchidos e as válvulas estão fechadas. Já na parte descendente, há a contração atrial, abertura das valvas por atuação do nó AV, e a transmissão do impulso para os ventrículos é feita enquanto os átrios vão relaxando, atingindo seu ápice no final do Q No complexo QRS ocorre a distribuição do sinal elétrico em todos os pontos dos ventrículos. No ponto Q ocorre o enchimento ventricular enquanto a corrente elétrica é enviada para as células de Purkinje, marcado pela parte ascendente do R. Na descendente, ocorre a contração ventricular por todas as paredes. A ejeção sanguínea é característica do pico S. Por fim, o relaxamento ventricular está entre S e T, sendo esse a passagem do sangue pelas semilunas. Pesquisar como ocorre a regulação do bombeamento cardíaco: A regulação é realidade de modo externo ao coração (extrínseco) e interno a ele (intrínseco), ou seja, gerado por ele mesmo. A forma extrínseca é a atuação direta do SNA, especificamente o SN parassimpático e simpático com a liberação antagônica de 3 efeitos (totalizando 6 efeitos). ● Parassimpático: ○ Efeito cronotrópico: Atua na redução da frequência do coração; ○ Efeito inotrópico: Reduz a força contrátil das fibras cardíacas; ○ Efeito dromotrópico negativo: Não atua especificamente no órgão cardíaco, mas sim nos nervos que levam as informações a ele. A função desse efeito é reduzir a velocidade de condução elétrica (PA) até o coração; ● Simpático: ○ Efeito cronotrópico: Aumenta a frequência cardíaca; ○ Efeito inotrópico: Aumenta a força contrátil das fibras cardíacas; ○ Efeito dromotrópico positivo: Aumenta a propagação do impulso elétrico até o coração. Já o intrínseco são: o sistema de condução elétrico do coração, o mecanismo de Frank-Starling e o Polipeptídeo natriurético atrial (PNA), atua na alteração da volemia ao vasodilatar os vasos, devido ao aumento de sangue chegando aos átrios, e ao estimular a eliminação de sódio e, consequentemente, água pelos rins. Conhecer como ocorre a estabilização da PA (pressão arterial) no ciclo cardíaco: O centro de controle cardiovascular bulbar localiza-se no bulbo e possui a função de manter o fluxo sanguíneo adequado para o cérebro e o coração por meio de vários receptores sensoriais periféricos que levam a informação: os barorreceptores aórticos e carotídeos. Os aórticos controlam a pressão corporal e os carotídeos, a pressão cerebral. Os barorreceptores estão localizados nas paredes desses vasos e são sensíveis ao estiramento dos vasos, o que leva ao reflexo barorreceptor - quando a pressão é aumentada, os baros aumentam a frequência de disparos do receptor e vice-versa. Os disparos são enviados por sinais sensoriais e a resposta quase imediata, após dois batimentos, pelo SNA. A função cardíaca é restabelecida pela ação antagônica do parassimpático, que irá reduzir as atividades cardíacas de modo a reduzir a frequência e, consequentemente, o débito cardíaco. Já na circulação, a redução da ação simpática causa vasodilatação nas arteríolas permitindo um maior fluxo de sangue arterial para elas, assim reduzindo a pressão. Quando estamos deitados por muito tempo, o sangue está distribuído uniformemente, e ao levantarmos, o sangue é acumulado nas partes periféricas a ponto de reduzir o débito cardíaco ( 5L/min para 3L/min) e, consequentemente, a pressão. Esse desnível especial na pressão é chamado de hipotensão ortostática. Para reverter o quadro, o reflexo barorreceptor dispara menos sinais a fim de estimular o centro de controle de modo a aumentar a atuação do simpático e reduzir o parassimpático. Com o aumento do simpático, há o aumento da frequência e da força contrátil, e contração de veias e arteríolas para que tenha mais sangue nas artérias, além do auxílio dos músculos abdominais que enviam mais sangue venoso para o coração com a mudança de posição. Quando houver menor resistência periférica (vasos dilatados), haverá uma distribuição sanguínea entre eles a fim de reduzir a pressão. Quando for maior (vasos contraídos), o sangue tende a ficar em um único vaso para aumentar a pressão. O ADH ou vasopressina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na neuro-hipófise que serve para o auxiliar na reabsorção de água através da regulação de abrir e fechar das aquaporinas, canais proteicos, das alças dos néfrons. Caso haja uma maior retenção de líquido devido à alterações nesse hormônio, é comum que haja um aumento na pressão arterial por haver uma maior volemia. A aldosterona, produzida pelas supra renais, é responsável por equilibrar a pressão interna dos rins. Para isso, ela atua na bomba de NaK para aumentar a saída de Na para a corrente e K para dentro da corrente renal, assim reduz o líquido nessas artérias. Mas, em compensação, o Na é liberado na corrente sanguínea comum, o que atrai água para dentro desses vasos, aumentando a volemia e a pressão. Outro hormônio que atua na regulação da pressão arterial é o fator atrial, produzido pelo próprio coração, mas possui atuação nos ductos eferentes e aferentes dos néfrons. Quando a pressão está alta, o músculo cardíaco libera para os rins tal hormônio que dilata os aferentes e contrai os eferentes de modo a entrar mais líquido, eliminando maior quantidade de Na nas excretas.
Compartilhar