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Direito Constitucional Aplicado - Pós Legale 4

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Prof. Ricardo A. Andreucci
Constitucionalismo e
Crimes de Intolerância
Racismo, discriminação e
preconceito na
legislação brasileira
1Prof. Ricardo A. Andreucci
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Igualdade na CF
 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação.
Prof. Ricardo A. Andreucci 2
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Igualdade na CF
 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-
se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios:
(...)
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Prof. Ricardo A. Andreucci 3
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Igualdade na CF
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição;
Prof. Ricardo A. Andreucci 4
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Igualdade na CF
 Art. 5º (...)
XLI - a lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei;
Prof. Ricardo A. Andreucci 5
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Igualdade na CF
 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do 
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao 
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão.
Prof. Ricardo A. Andreucci 6
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
INTOLERÂNCIA
 Intolerância é uma atitude mental
caracterizada pela falta de habilidade ou 
vontade em reconhecer e respeitar diferenças 
em crenças e opiniões.
 Intolerância é não respeitar
o direito de ser diferente.
7
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Desafio
Como equacionar o racismo, o 
preconceito e a intolerância 
com a liberdade de opinião e 
expressão?
8
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
INTOLERÂNCIA
 A intolerância está baseada no preconceito e 
pode levar à discriminação.
 Formas comuns de intolerância incluem ações 
discriminatórias de controle social, como 
racismo, sexismo, homofobia, homofascismo, 
heterossexismo, edaísmo (discriminação por 
idade), intolerância religiosa e intolerância 
política. 
9
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
INTOLERÂNCIA
 Em sua forma cotidiana, a intolerância é uma atitude 
expressa através de argumentação raivosa, 
menosprezando as pessoas por causa de seus pontos 
de vista ou características físicas e/ou culturais, 
retratando algo negativamente devido aos próprios 
preconceitos etc. 
 Num nível mais extremo, pode levar à violência; em 
sua forma mais severa, ao genocídio. 
 Possivelmente, o exemplo mais infame na cultura 
ocidental seja o Holocausto. 
10
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Holocausto
 Holocausto, também conhecido como Shoá (em 
hebraico), foi o genocídio ou assassinato em massa 
de cerca de seis milhões de judeus durante a 
Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do 
século XX, através de um programa sistemático de 
extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, 
liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista e 
que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos 
territórios ocupados pelos alemães durante a guerra. 
Prof. Ricardo A. Andreucci 11
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Holocausto
 Dos nove milhões de judeus que residiam na 
Europa antes do Holocausto, cerca de dois 
terços foram mortos; mais de um milhão de 
crianças, dois milhões de mulheres e três 
milhões de homens judeus morreram durante 
o período.
Prof. Ricardo A. Andreucci 12
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ESCALA DE ALLPORT
 Escala de Allport é um método para medir o 
preconceito numa sociedade. 
 Também é conhecida por Escala de 
Preconceito e Discriminação de Allport ou 
Escala de Preconceito de Allport. 
13
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ESCALA DE ALLPORT
 Ela foi descrita pelo psicólogo Gordon Allport 
em seu livro The Nature of Prejudice (1954).
 Allport viveu de 1897 a 1967.
 A Escala de Allport vai de 1 a 5.
14
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ANTILOCUÇÃO
 Nível 1 - Antilocução
 Antilocução significa um grupo majoritário fazendo 
piadas abertamente sobre um grupo minoritário. 
 A fala se dá em termos de estereótipos negativos e 
imagens negativas. 
 Isto também é chamado de incitamento ao ódio. 
 É geralmente vista como inofensiva pela maioria. 
15
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ANTILOCUÇÃO
 A antilocução por si mesma pode não ser 
danosa, mas estabelece o cenário para 
erupções mais sérias de preconceito. 
 Por exemplo, piadas sobre portugueses (no 
Brasil), brasileiros (em Portugal), negros, 
gays, portadores de deficiências, gordos etc.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ESQUIVA
 Nível 2 - Esquiva
 O contato com as pessoas do grupo 
minoritário passa a ser ativamente evitado 
pelos membros do grupo majoritário. 
 Pode não se pretender fazer mal diretamente, 
mas o mal é feito por meio do isolamento.
17
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
DISCRIMINAÇÃO
 Nível 3 - Discriminação
 O grupo minoritário é discriminado, 
negando-lhe oportunidades e 
serviços e acrescentando preconceito 
à ação. 
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
DISCRIMINAÇÃO
 Os comportamentos têm por objetivo 
específico prejudicar o grupo minoritário 
impedindo-o de atingir seus objetivos, 
como obtenção de educação ou 
empregos etc. 
 O grupo majoritário está tentando 
ativamente prejudicar o minoritário.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ATAQUE FÍSICO
 Nível 4 - Ataque Físico
 O grupo majoritário vandaliza as 
coisas do grupo minoritário, queima 
propriedades e desempenha ataques 
violentos contra indivíduos e grupos. 
20
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ATAQUE FÍSICO
 Danos físicos são perpetrados contra os membros do grupo 
minoritário. 
 Por exemplo, linchamento de negros nos Estados Unidos da 
América;
 pogroms (Pogrom, do russo погром) é um ataque violento 
maciço a pessoas, com a destruição simultânea do seu 
ambiente - casas, negócios, centros religiosos. 
 Historicamente, o termo tem sido usado para denominar atos 
em massa de violência, espontânea ou premeditada, contra 
judeus e outras minorias étnicas da Europa,
 Ex.: e a aplicação de pixe e penas em mórmons nos EUA dos 
anos 1800.
21
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
EXTERMÍNIO
 Nível 5 - Extermínio
 O grupo majoritário busca a exterminação do 
grupo minoritário. 
 Ele tenta liquidar todo um grupo de pessoas 
(por exemplo, a população dos índios norte-
americanos, a Solução Final para o Problema 
Judeu, a Limpeza Étnica na Bósnia etc).
22
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150Prof. Ricardo A. Andreucci
TERMINOLOGIA
 É muito comum estabelecer-se a 
confusão entre:
 RACISMO,
 DISCRIMINAÇÃO e
 PRECONCEITO. 
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Racismo
 O termo “racismo” geralmente expressa o 
conjunto de teorias e crenças que estabelecem 
uma hierarquia entre as raças, entre as etnias, 
ou ainda uma atitude de hostilidade em 
relação a determinadas categorias de pessoas.
 Pode ser classificado como um fenômeno 
cultural, praticamente inseparável da história 
humana.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Discriminação 
 A “discriminação”, por seu turno, 
expressa a quebra do princípio da 
igualdade, como distinção, exclusão, 
restrição ou preferência, motivado por 
raça, cor, sexo, idade, trabalho, credo 
religioso ou convicções políticas.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Preconceito 
 Já o “preconceito” indica opinião ou 
sentimento, quer favorável, quer desfavorável, 
concebido sem exame crítico, ou ainda 
atitude, sentimento ou parecer insensato, 
assumido em conseqüência da generalização 
apressada de uma experiência pessoal ou 
imposta pelo meio, conduzindo geralmente à 
intolerância.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
INTOLERÂNCIA
Portanto, em regra, o 
racismo ou o 
preconceito é que levam 
à discriminação.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
OUTRAS FORMAS DE INTOLERÂNCIA
 A intolerância, motivo de diversos crimes, se 
manifesta, ainda, de diversas outras formas:
 Homofobia,
 Transfobia,
 Heterossexismo,
 Xenofobia, 
 Etnocentrismo,
28
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
OUTRAS FORMAS DE INTOLERÂNCIA
 Intolerância Racial;
 Intolerância Religiosa;
 Intolerância Social;
 Intolerância Sexual;
 Intolerância com a aparência alheia.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Gordofobia
 A gordofobia, agressão que atinge todas as 
idades, está, mais uma vez, diretamente ligada 
aos padrões de beleza que a sociedade escolhe 
para nós. 
 O gordofóbico despreza pessoas gordas e 
obesas, sente-se desconfortável perto delas, 
além de se sentir no direito de usar o peso do 
outro como motivo de piadas.
30
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Gordofobia
 72% dos comentários na Internet sobre 
intolerância com aparência são explicitamente 
ofensivos, atingindo pessoas acima do 
peso ou com características físicas fora dos 
padrões.
 6,2% dos empregadores admitiram que não 
contratam gordos.
(fonte: site comunicaquemuda.com.br)
31
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Misoginia
 Assédio, ódio declarado, incitações a 
estupro, nudez vazada, pornografia de 
vingança e discursos travestidos de “piada” 
são formas de misoginia – nome dado ao ódio 
e à aversão às mulheres – tanto nas 
redes sociais quanto fora delas.
Prof. Ricardo A. Andreucci 32
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Misoginia
 “A misoginia, assim como acontece com outras 
intolerâncias, ganha proporções muito maiores no 
meio digital, pois existe uma linha muito tênue entre 
o que é liberdade de expressão e o que se torna 
discurso de ódio. Ao mesmo tempo que a internet dá 
mais espaço para que as pessoas digam o 
que querem, ela também escancara a desigualdade de 
gênero existente em todas as esferas da sociedade.”
(fonte: site comunicaquemuda.com.br)
Prof. Ricardo A. Andreucci 33
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
HOMOFOBIA
 A homofobia é um termo criado 
para expressar o ódio, aversão ou 
a discriminação de uma pessoa 
contra homossexuais ou 
homossexualidade.
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Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
HOMOFOBIA
 O termo é um neologismo criado pelo 
psicólogo George Weinberg, em 1971, 
numa obra impressa, combinando as 
palavra grega phobos ("fobia"), com o 
prefixo homo-, como remissão à palavra 
"homossexual".
35
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
HOMOFOBIA
 Phobos (grego) é medo em geral. Fobia 
seria assim um medo irracional 
(instintivo) de algo. Porém, "fobia" neste 
termo é empregado, não só como medo 
geral (irracional ou não), mas também 
como aversão ou repulsa em geral, 
qualquer que seja o motivo.
36
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Homofobia - criminalização

ADO MI 4733/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 
13.6.2019. (MI-4733) 
“Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, julgou 
procedentes os pedidos formulados em ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão (ADO) e em mandado de 
injunção (MI) para reconhecer a mora do Congresso Nacional em 
editar lei que criminalize os atos de homofobia e transfobia. 
Determinou, também, até que seja colmatada essa lacuna 
legislativa, a aplicação da Lei 7.716/1989 (que define 
os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor) às condutas 
de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, 
com efeitos prospectivos e mediante subsunção.”
37Prof. Ricardo A. Andreucci
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Homofobia - criminalização
 “1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso 
Nacional destinada a implementar os mandados de 
criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do 
art. 5º da Constituição da República, as condutas 
homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que 
envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à 
identidade de gênero de alguém, por traduzirem 
expressões de racismo, compreendido este em sua 
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e 
mediante adequação típica, aos preceitos primários de 
incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 
08.01.1989”
38Prof. Ricardo A. Andreucci
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
TRANSFOBIA
 A transfobia é a aversão a pessoas trans 
(transexuais, transgêneros, travestis) ou 
discriminação a estes.
 A transfobia manifesta-se normalmente de 
forma mais reconhecida socialmente contra as 
pessoas trans adultas, quer sob a forma de 
opiniões negativas, quer sobre agressões 
físicas ou verbais. 
39
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
TRANSFOBIA
 Manifesta-se também muitas vezes de 
forma indireta com a preocupação 
excessiva em garantir que as pessoas 
sigam os papéis sociais associados ao 
seu sexo biológico. 
 Por exemplo, frases como "menino não 
usa saia" são, em sentido lato, uma 
forma de transfobia.
40
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
HETEROSSEXISMO
 Heterossexismo é um termo relativamente 
recente e que designa um pensamento segundo 
o qual todas as pessoas são heterossexuais até 
prova em contrário.
 Um indivíduo ou grupo classificado por 
heterossexista não reconhece a possibilidade de 
existência da homossexualidade (ou mesmo da 
bissexualidade). 
41
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
HETEROSSEXISMO
 Tais comportamentos são ignorados ou por se acreditar 
que são um "desvio" de algum padrão, ou pelo receio de 
gerar polêmicas ao abordar determinados assuntos em 
relação à sexualidade.
 Apesar de poder ser considerada como uma forma de 
preconceito, se diferencia da homofobia por ter como 
característica o ato de ignorar manifestações sexuais 
geralmente minoritárias (as situações homofóbicas não 
só não ignoram como apresentam aversão).
42
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
XENOFOBIA
 Xenofobia é comumente associada a 
aversão a outras raças e culturas. 
 É também associado à fobia em relação a 
pessoas ou grupos diferentes, com os 
quais o indivíduo que apresenta a fobia 
habitualmente não entra em contato e 
evita.
43Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
ETNOCENTRISMO
 Etnocentrismo é uma atitude na qual a visão 
ou avaliação de um grupo sempre seria 
baseada nos valores adotados pelo seu grupo, 
como referência, como padrão de valor. 
 Trata-se de uma atitude discriminatória e 
preconceituosa. Basicamente, encontramos 
em tal posicionamento um grupo étnico sendo 
considerado como superior a outro.
44
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
LEGISLAÇÃO NO BRASIL
LEI AFONSO ARINOS 
LEI Nº 1.390, DE 3 DE JULHO DE 1951
Inclui entre as contravenções penais a 
prática de atos resultantes de preconceitos 
de raça ou de cor.
45
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
LEI nº 7.437, de 20.12.1985
Incluí, entre as contravenções penais, a prática de atos resultantes de 
preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil, dando nova 
redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 - Lei Afonso Arinos.
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso 
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
 Art 1º - Constitui contravenção, punida nos termos desta Lei, a prática de 
atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
 Art 2º - Será considerado agente de contravenção o diretor, gerente ou 
empregado do estabelecimento que incidir na prática referida no art. 1º 
desta Lei.
46
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
LEI nº 7.716, de 05.01.1989
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de 
cor.
(Alterada pelas Leis nº 8.081/90 e 9.459 / 97 já incluídas 
no texto)
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
 Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei os crimes 
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, 
etnia, religião ou procedência nacional.” (nova redação dada 
pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997)
 (redação original) Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, 
os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor.
47
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da 
Igualdade Racial, destinado a garantir à 
população negra a efetivação da igualdade de 
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos 
individuais, coletivos e difusos e o combate à 
discriminação e às demais formas de 
intolerância étnica.
Prof. Ricardo A. Andreucci 48
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, 
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, 
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por 
objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou 
exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e 
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, 
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública 
ou privada;
Prof. Ricardo A. Andreucci 49
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 II - desigualdade racial: toda situação injustificada de 
diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e 
oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de 
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica;
Prof. Ricardo A. Andreucci 50
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no 
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre 
mulheres negras e os demais segmentos sociais;
Prof. Ricardo A. Andreucci 51
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 IV - população negra: o conjunto de pessoas que se 
autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça 
usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;
Prof. Ricardo A. Andreucci 52
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas 
adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições 
institucionais;
Prof. Ricardo A. Andreucci 53
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Lei 12.288/10
 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
 VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais 
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção 
das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de 
oportunidades.
Prof. Ricardo A. Andreucci 54
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
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Lei 7.716/89 - Crimes em espécie
 Art. 1º Serão punidos, na forma desta 
Lei, os crimes resultantes de 
discriminação ou preconceito de 
raça, cor, etnia, religião ou 
procedência nacional.
55
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Prof. Ricardo A. Andreucci
Crimes em espécie
 A Lei n. 7.716/89, nesse artigo, estabelece 
punição aos crimes resultantes de 
discriminação ou preconceito de raça, cor, 
etnia, religião ou procedência nacional, sem, 
entretanto, esclarecer os precisos contornos de 
cada uma dessas expressões.
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Raça
 Raça pode ser definida como cada um dos 
grupos em que se subdividem algumas 
espécies animais (no caso específico da lei —
os humanos), cujos caracteres diferenciais se 
conservam através das gerações (p. ex., raça 
branca, amarela, negra).
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Cor
 Cor indica a coloração da pele em 
geral (branca, preta, vermelha, 
amarela, parda).
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Etnia
 Etnia significa coletividade de indivíduos que 
se diferencia por sua especificidade 
sociocultural, refletida principalmente na 
língua, religião e maneiras de agir.
 Grupo que tem a mesma cultura, os mesmos 
hábitos.
 Por exemplo: indígenas
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Religião
 Religião é a crença ou culto praticados por um 
grupo social, ou ainda a manifestação de 
crença por meio de doutrinas e rituais próprios 
(p. ex., católica, protestante, espírita, 
muçulmana, islamita etc.).
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Procedência nacional
 Procedência nacional significa o lugar de 
origem da pessoa, a nação da qual provém, o 
lugar de onde procede o indivíduo (p. ex., 
italiano, japonês, português, árabe, argentino 
etc.), incluindo, a nosso ver, a procedência 
interna do País (p. ex., nordestino, baiano, 
cearense, carioca, gaúcho, mineiro, paulista 
etc.).
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Portadores do vírus HIV
 A Lei n. 12.984, de 2-6- 2014, definiu o crime 
de discriminação dos portadores do vírus da 
imunodeficiência humana (HIV) e doentes de 
AIDS.
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Portadores do vírus HIV
 Art. 1º Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, 
e multa, as seguintes condutas discriminatórias contra o portador do HIV e 
o doente de aids, em razão da sua condição de portador ou de doente:
I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que 
permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de 
qualquer curso ou grau, público ou privado;
II - negar emprego ou trabalho;
III - exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego;
IV - segregar no ambiente de trabalho ou escolar;
V - divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids, com 
intuito de ofender-lhe a dignidade;
VI - recusar ou retardar atendimentode saúde.
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Injúria por preconceito
 ATENÇÃO: Não há que 
confundir, como frequentemente 
ocorre, crime de racismo (previsto 
pela Lei n. 7.716/89) com o crime 
de injúria por preconceito. 
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Injúria por preconceito
 O racismo resulta de discriminação, de 
preconceito racial, implicando segregação, 
impedimento de acesso, recusa de atendimento 
etc. a alguém. 
 A injúria racial é crime contra a honra, agindo 
o sujeito ativo com animus injuriandi (vontade 
de ofender) elegendo como forma de execução 
do crime justamente a utilização de elementos 
referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem 
da vítima.
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Injúria por preconceito
 A injúria por preconceito, também 
chamada de injúria racial, foi 
acrescentada ao Código Penal pela Lei n. 
9.459/97, consistindo na utilização de 
elementos referentes à raça, cor, etnia, 
religião ou origem, para ofender a honra 
subjetiva da vítima (auto-estima).
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Injúria por preconceito
 Vem prevista no § 3º do art. 140 do Código 
Penal: 
 “§ 3º Se a injúria consiste na utilização de 
elementos referentes a raça, cor, etnia, 
religião, origem ou a condição de pessoa 
idosa ou portadora de deficiência”.
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Jurisprudência
 “A utilização de palavras depreciativas 
referentes à raça, cor, religião ou origem, 
com o intuito de ofender a honra subjetiva da 
pessoa, caracteriza o crime previsto no § 3º 
do art. 140 do CP, ou seja, injúria 
qualificada, e não o crime previsto no art. 20 
da Lei n. 7.716/89, que trata dos crimes de 
preconceito de raça ou de cor” (TJSP — RT, 
752/594).
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Jurisprudência
 “RACISMO — Não caracterização — Ofensa 
consistente em chamar alguém de ‘preto’, 
acompanhada de outros adjetivos pejorativos 
— Ato discriminatório inocorrente — Simples 
crime de injúria — Artigo 140, § 3º, do 
Código Penal, com a redação dada pela Lei 
Federal n. 9.459, de 1997 — Trancamento da 
ação penal — Ordem concedida” (TJSP —
JTJ, 210/321).
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STF – Inq. 1458/RJ – Tribunal Pleno
 Ementa: “QUEIXA-CRIME - INJÚRIA QUALIFICADA 
VERSUS CRIME DE RACISMO - ARTIGOS 140, § 3º, DO 
CÓDIGO PENAL E 20 DA LEI Nº 7.716/89. Se a um só tempo o 
fato consubstancia, de início, a injúria qualificada e o crime 
de racismo, há a ocorrência de progressão do que assacado contra 
a vítima, ganhando relevo o crime de maior gravidade, observado o 
instituto da absorção. Cumpre receber a queixa-crime quando, no 
inquérito referente ao delito de racismo, haja manifestação 
irrecusável do titular da ação penal pública pela ausência de 
configuração do crime. Solução que atende ao necessário 
afastamento da impunidade.”
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RHC 19.166-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/10/2006.
 Trata-se de RHC em favor de denunciados pela suposta 
prática do delito tipificado no art. 20 da Lei n. 7.716/1989. A 
vítima, passageiro a bordo de aeronave de empresa americana 
com destino ao Rio de Janeiro, desentendeu-se com os 
acusados, dois comissários de bordo, primeiro quanto ao 
assento em que estava posicionado e, num segundo incidente, 
após o passageiro ter solicitado os nomes dos acusados, que 
não usavam crachá, foi novamente desrespeitado (fato 
ocorrido em território nacional).
Prof. Ricardo A. Andreucci 71
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RHC 19.166-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/10/2006.
 O primeiro denunciado, incitado pelo segundo denunciado, 
proferiu a seguinte ofensa: "amanhã vou acordar jovem, 
bonito, orgulhoso, rico e sendo um poderoso americano e 
você vai acordar como safado, depravado, repulsivo, canalha 
e miserável brasileiro". 
 Narra-se, nos autos, que o segundo denunciado, 
extremamente irritado, concorreu material e moralmente para 
o ato do primeiro denunciado, e partiu para agressão física, 
mas não atingiu o brasileiro por ter sido contido por outros 
passageiros.
Prof. Ricardo A. Andreucci 72
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RHC 19.166-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/10/2006.
 Recebida a denúncia, impetraram os recorrentes habeas 
corpus em que alegam a ilegitimidade ativa do MP, mas o 
Tribunal a quo, por votação unânime, denegou a ordem. 
 Isso posto, o Min. Relator explicou que, no caso, a conduta 
dos recorrentes não se limitou ao delito 
de injúria preconceituosa - ataque verbal em que se procura 
atingir a honra subjetiva da vítima por raça, cor, etnia, 
origem etc (art. 140, § 3º, do CP).
Prof. Ricardo A. Andreucci 73
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RHC 19.166-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/10/2006.
 Em tese, houve o delito de preconceito de procedência 
nacional previsto no art. 20 da Lei n. 7.716/1989, em que a 
intenção dos denunciados foi contra toda a coletividade 
brasileira, ao ressaltar a pretensa superioridade advinda do 
fato de serem americanos em contraposição à condição de ser 
brasileiro. 
 Logo, a alegada ilegitimidade ad causam do MP não procede. 
Afirmou, ainda, que a conduta do segundo acusado amolda-
se, em um primeiro momento, ao da incitação para que 
ocorressem as agressões verbais descritas na denúncia.
Prof. Ricardo A. Andreucci 74
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RHC 19.166-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/10/2006.
 Com esse entendimento, o Min. Relator denegou a ordem, 
reconhecendo que a denúncia vem respaldada em 
depoimentos de diversas testemunhas, sendo precipitado o 
trancamento da ação penal. 
 Após essas considerações, a Turma, por unanimidade, negou 
o recurso em habeas corpus em relação ao primeiro 
recorrente e, por maioria, negou provimento ao recurso do 
segundo recorrente.”
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Lei 7.437/85
ATENÇÃO: as condutas resultantes de 
preconceito ou discriminação por raça, cor, 
etnia, religião ou procedência nacional 
encontram-se tipificadas na Lei 7.716/89 
como crimes, enquanto as condutas 
resultantes de preconceito ou discriminação 
por sexo e estado civil encontram-se 
tipificadas na Lei 7.437/85 como 
contravenções penais.
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Lei 7.437/85
Art. 1º. Constitui contravenção, punida 
nos termos desta lei, a prática de atos 
resultantes de preconceito de raça, de 
cor, de sexo ou de estado civil.
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Condutas resultantes de preconceito
 ATENÇÃO: antes de proceder ao estudo dos crimes 
em espécie previstos pela Lei n. 7.716/89, deve ser 
ressaltado que, para a configuração de todos os 
tipos penais analisados, há a necessidade de que 
todas as condutas sejam resultantes de 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, 
religião ou procedência nacional.
 Assim, embora tal elemento não conste 
expressamente da descrição típica de cada ilícito 
estudado, deve ser necessariamente considerado em 
razão do contido no art. 1º dessa lei.
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Crimes em espécie
 Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de 
alguém, devidamente habilitado, a 
qualquer cargo da Administração Direta 
ou Indireta, bem como das concessionárias 
de serviços públicos:
 Pena — reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos.
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Inclusão da Lei 12.288/10
Parágrafo único.Incorre na mesma 
pena quem, por motivo de 
discriminação de raça, cor, etnia, 
religião ou procedência nacional, 
obstar a promoção funcional.
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Crimes em espécie
 Art. 4º Negar ou obstar 
emprego em empresa privada:
 Pena — reclusão de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos.
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Inclusão da Lei 12.288/10
§ 1o Incorre na mesma pena quem, 
por motivo de discriminação de 
raça ou de cor ou práticas 
resultantes do preconceito de 
descendência ou origem nacional 
ou étnica:
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Inclusão da Lei 12.288/10
I - deixar de conceder os equipamentos 
necessários ao empregado em igualdade de 
condições com os demais trabalhadores;
II - impedir a ascensão funcional do empregado 
ou obstar outra forma de benefício 
profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento 
diferenciado no ambiente de trabalho, 
especialmente quanto ao salário.
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Inclusão da Lei 12.288/10
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de 
prestação de serviços à comunidade, incluindo 
atividades de promoção da igualdade racial, 
quem, em anúncios ou qualquer outra forma 
de recrutamento de trabalhadores, exigir 
aspectos de aparência próprios de raça ou 
etnia para emprego cujas atividades não 
justifiquem essas exigências.
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Crimes em espécie
 Art. 5º Recusar ou impedir acesso a 
estabelecimento comercial, negando-se a 
servir, atender ou receber cliente ou 
comprador:
 Pena — reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
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Crimes em espécie
 Art. 6º Recusar, negar ou impedir a 
inscrição ou ingresso de aluno em 
estabelecimento de ensino público ou 
privado de qualquer grau:
 Pena — reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) 
anos.
 Parágrafo único. Se o crime for praticado 
contra menor de 18 (dezoito) anos a pena é 
agravada de 1/3 (um terço).
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Casos concretos
 Duas alunas evangélicas (Maringá/PR – 2017) 
foram impedidas de frequentar a escola por 
usarem saias.
 Aluno é impedido de frequentar escola com 
guias de candomblé (Rio de Janeiro/RJ –
2014).
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Crimes em espécie
 Art. 7º Impedir o acesso ou 
recusar hospedagem em hotel, 
pensão, estalagem, ou qualquer 
estabelecimento similar:
Pena — reclusão de 3 (três) a 5 
(cinco) anos.
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Crimes em espécie
 Art. 8º Impedir o acesso ou 
recusar atendimento em 
restaurantes, bares, confeitarias, 
ou locais semelhantes abertos ao 
público:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos.
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Caso concreto
 Em Portugal, em 2017, um caso se tornou de 
grande repercussão, porque um casal de 
ciganos foi impedido de frequentar um 
restaurante.
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Crimes em espécie
 Art. 9º Impedir o acesso ou 
recusar atendimento em 
estabelecimentos esportivos, casas 
de diversões, ou clubes sociais 
abertos ao público:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos.
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Caso concreto
 Em 2013, o Ministério Público do Estado do 
Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou inquérito 
civil para apurar supostas discriminações 
sociais praticadas contra babás por quatro 
clubes localizados na Zona Sul do Rio.
 As babás só poderiam entrar nos 
estabelecimentos se estiverem usando 
uniformes brancos.
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Crimes em espécie
 Art. 10. Impedir o acesso ou recusar 
atendimento em salões de 
cabeleireiros, barbearias, termas ou 
casas de massagem ou 
estabelecimentos com as mesmas 
finalidades:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 (três) 
anos.
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Crimes em espécie
 Art. 11. Impedir o acesso às 
entradas sociais em edifícios 
públicos ou residenciais e 
elevadores ou escada de acesso aos 
mesmos:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos.
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Crimes em espécie
 Art. 12. Impedir o acesso ou uso de 
transportes públicos, como aviões, navios, 
barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou 
qualquer outro meio de transporte 
concedido:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
 E OS TAXIS???
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Crimes em espécie
 Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém 
ao serviço em qualquer ramo das Forças 
Armadas.
Pena — reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
 Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio 
ou forma, o casamento ou convivência 
familiar e social.
Pena — reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
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Jurisprudência
 “AÇÃO PENAL — Justa causa — Racismo —
Indiciada que impede namoro do filho com a 
vítima, em razão da diferença de raças —
Denúncia baseada no artigo 14 da Lei 
Federal n. 7.716, de 1989 — Admissibilidade 
— Respaldo, ademais, na prova oral colhida 
no inquérito policial — Recebimento da 
referida inicial determinado — Recurso 
provido” (TJSP — JTJ, 183/264).
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Ateísmo
 Não se inclui o ateísmo nessa noção de religião. A 
discriminação por ateísmo, portanto, constitui fato 
atípico. 
 Considerando-se o ateu como aquele que não crê em 
Deus ou em deuses e, por sua vez, religião como 
crença necessariamente vinculada à existência de 
Ente ou entes superiores, o ateísmo enquadrar-se-ía 
como espécie de doutrina filosófica não amparada 
pela Lei n. 7.716/89.
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Questão Polícia Federal
 Delegado Federal – CESPE – 2004. Pedro pediu 
em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e 
ela aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a 
autorizar o casamento da filha, pelo fato de o noivo 
ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, 
solicitou a Carolina que lhe dissesse que o motivo 
da sua recusa era o fato de ele ser ateu. Nessa 
situação, o pai de Carolina cometeu infração penal.
 Gabarito Oficial: CERTO
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Efeitos da condenação
 Art. 16. Constitui efeito da 
condenação a perda do cargo ou 
função pública, para o servidor 
público, e a suspensão do 
funcionamento do estabelecimento 
particular por prazo não superior a 3 
(três) meses.
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Efeitos da condenação
 Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 
e 17 desta Lei não são automáticos, 
devendo ser motivadamente declarados na 
sentença.
 Os citados efeitos da condenação, entretanto, 
segundo estabelece o art. 18, não são 
automáticos, devendo ser motivadamente 
declarados na sentença.
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Crimes em espécie
 Art. 20. Praticar, induzir ou 
incitar a discriminação ou 
preconceito de raça, cor, etnia, 
religião ou procedência nacional:
 Pena — reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos e multa.
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Crimes em espécie
 § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou 
veicular símbolos, emblemas, ornamentos, 
distintivos, propaganda que utilizem a cruz 
suástica ou gamada,para fins de 
divulgação do nazismo:
 Pena — reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos 
e multa.
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Suástica
 Suástica é um símbolo místico que originalmente 
representa a busca pela felicidade, salvação e boa 
sorte.
 A suástica é formada por uma cruz com as suas 
extremidades curvadas e posicionada em torno de 
um centro estático. 
 Em algumas culturas a suástica representa o conceito 
do movimento cíclico e de regeneração da vida.
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Suástica
 Acredita-se que a suástica exista há mais de 7 
mil anos, tendo sido utilizada por povos que 
habitavam a região da Eurásia, durante o 
Período Neolítico. 
 O símbolo também foi usado por antigas 
civilizações da América do Norte e América 
Central.
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Suástica
 Há registros de que o símbolo já era usado no 
Período Neolítico, sendo também encontrado 
na história de inúmeras civilizações, como os 
Astecas, os Celtas, os Budistas, os Gregos, os 
Hindus, no Egito, entre outros.
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Cruz suástica ou gamada
 Essa mesma cruz, com os braços voltados para o 
lado direito, foi adotada como emblema oficial do III 
Reich e do Partido Nacional-Socialista alemão. 
Tornou-se símbolo do nazismo. 
 O nazismo (abreviatura de nacional-socialismo, em 
alemão), como se sabe, era a doutrina que 
exacerbava as tendências nacionalistas e racistas, 
constituindo a ideologia de Adolph Hitler (1889-
1945).
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Cruz suástica ou gamada 
– Símbolo do Nazismo
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Crimes em espécie
 § 2º Se qualquer dos crimes previstos no 
caput é cometido por intermédio dos meios 
de comunicação social ou publicação de 
qualquer natureza:
 Pena — reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos 
e multa.
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Revista VEJA – 15.12.2011
 O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
avaliou como racista a letra da música Veja os 
Cabelos Dela, de autoria do deputado federal 
Tiririca. A decisão condena a gravadora Sony, 
detentora dos direitos autorais da música a 
pagar indenização de 1,2 milhão de reais. A 
ação foi movida por dez organizações não 
governamentais que lutam contra o racismo. 
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Revista VEJA – 15.12.2011
 As entidades alegaram que trechos da música 
são ofensivos aos negros. Num trecho, a 
canção diz: 
 “Veja veja veja veja veja os cabelos 
dela/Parece bom-bril, de ariá panela/Parece 
bom-bril, de ariá panela/Eu já mandei, ela se 
lavar/Mas ela teimo, e não quis me 
escutar/Essa nega fede, fede de lascar...”
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Crimes em espécie
 § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá 
determinar, ouvido o Ministério Público ou a 
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, 
sob pena de desobediência:
 I — o recolhimento imediato ou a busca e 
apreensão dos exemplares do material respectivo;
 II — a cessação das respectivas transmissões 
radiofônicas ou televisivas.
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Crimes em espécie
 § 4º Na hipótese do § 2º, constitui 
efeito da condenação, após o 
trânsito em julgado da decisão, a 
destruição do material 
apreendido.
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