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1 Demografia I – Dinâmica 01 Aula 1B Geografia Os estudos em Geografia da po- pulação apresentam informações a respeito do contingente populacio- nal que habita em um determinado espaço, e podem variar sua escala de análise desde a rua de uma pequena cidade, até o crescimento da população do planeta e suas consequências. A Demografia, palavra originada do grego (demo = povo e grafia = descrição), é o ramo da Geografia que estuda as populações nos seus diversos aspectos, como distribuição sobre a superfície terrestre, com- posição étnica/cultural e qualidade de vida. A partir disso, dividimos os estudos populacionais em duas grandes vertentes: da dinâmica demográfica – aspectos de distri- buição e do aumento ou diminuição dos contingentes populacionais, e da estrutura demográfica – aspec- tos de composição sexual, étnica, religiosa e qualidade de vida. DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL A população humana atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes no ano de 2011 (ONU), trazendo uma série de discussões importantes para a atualidade, que merecem nossa atenção a respeito da qualidade de vida, modelos de desenvolvimento adotado pelos países, estilo de vida e consumo, quantidade de recursos naturais disponíveis e capacidade de produção de alimentos, etc. Período População Há 2000 anos... 250 milhões 1850 1 bilhão 1950 2,5 bilhões 1987 5 bilhões 2010 Praticamente 7 bilhões O ritmo de crescimento da população mundial vem aumentando com o passar do tempo Quando analisamos, porém, a distribuição populacional pelo Globo terrestre, as condições naturais, históricas, econômicas, sociais e culturais interferem diretamente, surgindo áreas de maior e menor concentração de pessoas, o que a caracteriza como uma distribuição heterogênea, desigual. Existem fatores que favorecem a ocupação humana, como condições natu- rais (relevo e clima), urbanização, oferta de empregos, ausências de conflitos, etc. Essas áreas são denominadas ecúmenas. Na Europa Ocidental, particularmente nas proximidades dos mares Mediterrâneo, Báltico e do Norte e nos vales fluviais do Reno, Elba, Sena, Tâmisa e Pó, localiza-se a segunda maior concentração populacional do mundo, justificada pelas atividades industriais e comerciais. Já os fatores que dificultam a fixação humana são regiões polares, gran- des cordilheiras, florestas, conflitos – são áreas anecúmenas. Podem essas ser também denominadas vazios demográficos, que não se caracterizam apenas por ausência de população, mas também por baixa concentração populacional (baixa densidade demográfica). DENSIDADE DEMOGRÁFICA GLOBAL Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas Du 21e siècle. Paris: Èditions Nathan, 2009. p.168. Adaptação. 37 Anos 100 Anos 2 Extensivo Terceirão Conceitos de Populoso e Povoado O número total de habitantes de um determinado lugar é denominado população absoluta. As locali- dades que apresentam grande população absoluta são consideradas populosas, a exemplo da China, Índia e Brasil. Já regiões que apresentam pequenas populações absolutas podem ser consideradas pouco populosas, a exemplo do Vaticano. Observe a tabela com os países mais populosos do mundo: 10 MAIORES POPULAÇÕES ABSOLUTAS “PAÍSES POPULOSOS” EM 2018 1.o) China 1413 milhões 2.o) Índia 1350 milhões 3.o) EUA 326 milhões 4.o) Indonésia 266 milhões 5.o) Brasil 210 milhões 6.o) Paquistão (*) 120 milhões 7.o) Nigéria 194 milhões 8.o) Bangladesh 166 milhões 9.o) Rússia 144 milhões 10.o) México 130 milhões Fonte: Banco Mundial. (*) Levando em consideração as taxas de crescimento populacional de Brasil e Paquistão, existe a expectativa de que este ultrapasse o Brasil e se torne o quinto país mais populoso do mundo nos próximos anos. Já quando se analisa concentração de pessoas por área (normalmente expressa em hab/km²), está se referindo à densidade demográfica ou população relativa. Áreas que apresentam grande concentração populacional são denominadas densamente povoadas, a exemplo de Mônaco. 10 MAIORES DENSIDADES DEMOGRÁFICAS “PAÍSES POVOADOS” EM 2018 1.o) Mônaco 15.255 hab/km2 2.o) Singapura 7.681 hab/km2 3.o) Vaticano 1.900 hab/km2 4.o) Barein 1.643 hab/km2 5.o) Maldivas 1.324 hab/km2 6.o) Malta 1.297 hab/km2 7.o) Bangladesh 1.119 hab/km2 8.o) Barbados 669 hab/km2 9.o) Taiwan 646 hab/km2 10.o) Maurício 644 hab/km2 Fonte: Banco Mundial. DISTRIBUIÇÃO POPULA- CIONAL DO BRASIL DENSIDADE DEMOGRÁFICA DO BRASIL Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação. Dentro desse contexto, o Brasil pode ser classificado como um país populoso, porém pouco povoado. Vale observar também a chamada distribuição efe- tiva da população, ou seja, a população pode estar mais concentrada em uma determinada região do país do que em outra. Tomando Brasil como exemplo, a maior parte da nossa população está fixada em uma área próxima ao litoral, por conta do clima mais ameno, condições do relevo, fatores históricos e econômicos. A qualidade de vida da população também permite a classificação de áreas. Quando as regiões apresentam grande contingente populacional, mas as condições de vida da população são muito ruins, com uma grande gama de pessoas em condições de pobreza ou extrema pobreza, temos uma área superpopulosa. Se o lugar apresentar uma grande densidade demográfica e boa parcela da população apresentar péssimas condições vida, será superpovoada. Portanto, ser um país popu- loso não indica, necessariamente, que é superpopuloso. Os principais exemplos em que se observa essa realida- de são as áreas denominadas formigueiros humanos – Na Ásia das Monções, localiza-se a maior concentração populacional do mundo que pode ser explicada pelas planícies aluviais de solos férteis, propiciando a agricul- tura de jardinagem e também as limitadas aspirações materiais da população. Aí se situam países como a República Popular da China, Vietnã, Laos, Camboja, Tailândia, Mianmar, Bangladesh, Indonésia, Índia e Pa- quistão, entre outros. Aula 01 3Geografia 1B © Sh ut te rs to ck /P av el S za bo Vale Rio Ganges, na Índia – “formigueiro humano”. MOVIMENTOS POPULACIONAIS O aumento ou diminuição do contingente popula- cional é expresso pela variação do crescimento vegetati- vo (variação da diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade) e saldo migratório (quantidade de pessoas que chegam em relação à quantidade de pessoas que saem de um determinado lugar). Só faz sentido consi- derar o saldo migratório quando se comparam regiões, cidades e países e não ao analisarmos a população mundial, já que o deslocamento de pessoas sobre a superfície do planeta não fará com que a população au- mente ou diminua. Podemos observar os movimentos populacionais de duas formas: Movimentos Verticais – variação do crescimento vegetativo; Movimentos Horizontais – associado aos fluxos migratórios de determinado período histórico. Esses movimentos serão abordados com mais detalhes nas aulas 05 e 06 de Geografia B. CONCEITOS BÁSICOS POPULAÇÃO Taxa de Natalidade – número de nascimentos em um lugar em relação à população absoluta. Taxa de Mortalidade – número de mortes (óbitos) em um lugar em relação à população absoluta. Taxa de Mortalidade Infantil – número de crianças que morrem antes de completar um ano de vida, a cada mil nascimentos (avaliado em porcentagem ou por milhar). Crescimento Vegetativo – Diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade. A variação do Cresci- mento Vegetativo de uma população em determinado período histórico se denomina transição demográfica, e será abordado em detalhes na aula 02 de Geografia B. Taxa de Fertilidade – número de mulheres que, em uma população, podem ter filhos (não estéreis) e expressam o desejo de terem filhos. Taxa de Fecundidade – Número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva (considera-se para fins estatísticosa faixa etária aproximada entre 15 e 49 anos – entre a menarca e a menopausa). No Brasil, a taxa de fecundidade vem caindo ano a ano, por conta de fa- tores como inserção da mulher no mercado de trabalho, difusão de métodos contraceptivos, acesso à informação e educação, aumento das taxas de urbanização, etc. 6,16 6,21 6,28 5,75 4,35 2,89 2,38 1,90 Evolução da taxa de fecundidade no Brasil (em filhos por mulher) 1940 1950 1960 1970 1980 1980 2000 2010 FECUNDIDADE Taxa de Reposição – Refere-se à taxa de fecundida- de ideal, que deve ser de 2,1 filhos por mulher. Nesse caso, dois filhos “substituem” pais e mães e a diferença (0,1) atendem às mulheres que não procriarem (que não compõem a taxa de fertilidade da população). CENSO DEMOGRÁFICO O Censo demográfico é uma pesquisa que tem por objetivo coletar dados e fornecer informações (quan- titativas e qualitativas) referentes à população de um lugar, que podem servir de base ao Estado criar políticas públicas que possam melhorar as condições de vida de sua população (entendo as mudanças ocorridas na sua estrutura, acesso ao consumo, por exemplo) e também às empresas, como análise de mercado, etc. (atualmente denominado geomarketing). No caso Brasileiro, em- bora exista uma pesquisa contínua (PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - IBGE),o censo é re- alizado a cada 10 anos e demanda um grande esforço e investimento, pelas dificuldades em termos de extensão territorial do país, de acesso a algumas regiões e grande quantidade de mão de obra. Já em outros países, a pesquisa pode variar de periodicidade. Para o Censo demográfico de 2010, ocorreram algumas mudanças em termos metodológicos como a inserção da ideia social de gênero (orientação sexual) e autodeclaração (em relação a grupos étnicos – principal- mente no que se refere à cor da pele). Em relação ao Censo de 2020, também ocorrerão mudanças na metodologia adotada pelo IBGE, muito por conta do contingenciamento de gastos. 4 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 01.01. (FEI – SP) – A fórmula dada pela razão entre o número de óbitos de crianças de até um ano de idade e o número de nascidos vivos é chamada de: a) taxa de mortalidade infantil. b) expectativa de vida ao nascer. c) taxa de fecundidade total. d) taxa de natalidade. e) crescimento vegetativo. 01.02. (UM – SP) – Ao longo do século XX, ampliou-se sig- nificativamente a expectativa de vida do brasileiro. Apesar da desigualdade dos índices regionais (principalmente Sul e Nordeste), essa diferença vem diminuindo nos últimos anos. Para o IBGE, essa diminuição é consequência direta da: a) redução da mortalidade infantil e da melhora das condi- ções de saneamento básico. b) melhora das condições de saneamento básico e da dimi- nuição do desemprego. c) redução da mortalidade infantil e da melhora dos índices de alfabetização. d) melhora dos índices de alfabetização e da melhora das condições de saneamento básico. e) melhora dos índices de alfabetização e da diminuição do desemprego. 01.03. (UEM – PR) – Sobre conceitos demográficos normal- mente utilizados, assinale o que for correto. 01) Crescimento vegetativo corresponde à diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade verificadas em um determinado período (um ano, por exemplo). 02) Taxa de natalidade significa o número de habitantes de um país e as condições que são dadas a esse contingen- te populacional para usufruir uma boa qualidade de vida. 04) Taxa de mortalidade corresponde ao número de pesso- as que morrem durante um ano em determinado espa- ço geográfico, e sua relação com doenças contagiosas. 08) População absoluta corresponde ao total de habitantes de uma determinada área. 16) Densidade demográfica significa a relação entre o to- tal de habitantes de uma determinada região e a área abrangida por essa região. 01.04. (FPP – PR) – Observe a evolução dos apartamentos de 2 quartos nos últimos 50 anos. DÉCADA METRAGEM (m2) 1970 100,00 1980 87,80 1990 72,85 2000 73,76 2010 59,60 Fonte: https://infograficos.oglobo.globo.com/economia/exemplos-de-plantas-de apartamentos-de-dois-quartos-ao-longo-das-decadas.html. Acesso em: 14/02/2018. Entre as causas do fenômeno retratado na tabela, destaca-se a(o) a) diminuição da mortalidade infantil. b) redução da expectativa de vida. c) redução do valor dos imóveis nas grandes metrópoles. d) redução da taxa de fecundidade. e) diminuição dos fluxos migratórios entre periferia e áreas centrais. Aperfeiçoamento 01.05. (UEPG – PR) – Sobre a Geografia da população, assi- nale o que for correto. 01) Quanto maior o número absoluto de pessoas em um país, mais populoso este é. A Índia está entre os países mais populosos do mundo. 02) A teoria de Malthus afirmava que a população cresce em progressão geométrica, ou seja, mais rapidamente que a produção de alimentos e fatores como a guerra ou epi- demias auxiliam a frear o crescimento populacional. 04) Não existe qualquer relação entre maior desenvolvi- mento de um país e queda de taxa de natalidade. 08) O Brasil é um país com população bem distribuída por todas as suas regiões, ou seja, possui um território bem povoado. 01.06. (UFG – GO) – Observe o gráfico a seguir. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico do Brasil, 1982. Censo demográfico, 2000. A diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade indica aumento, redução ou estabilização na taxa de cres- cimento vegetativo. A leitura e interpretação do gráfico demonstra que o crescimento vegetativo: a) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade são elevadas. b) estabiliza-se quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade. c) é maior quando a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade é elevada. d) é baixo quando a taxa de mortalidade é menor que a de natalidade. e) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade são baixas. Aula 01 5Geografia 1B 01.07. (ACAFE – SC) – Leia a tabela abaixo a respeito da população. POPULAÇÃO 2008 2050 Mundo 6.749.678 9.191.287 1. China 1.336.311 1.408.846 2. Índia 1.186.186 1.658.270 3. Estados Unidos 308.798 402.415 4. Indonésia 234.342 296.885 5. Brasil 189.613 215.287 6. Paquistão 166.961 292.205 7. Bangladesh 161.318 254.084 8. Nigéria 151.478 288.696 9. Federação Russa 141.780 107.832 10. Japão 127.938 102.511 Fonte: IBGE in Especial 18 anos: Carta capital 03/10/2012 Sobre os dados apresentados na tabela é correto afirmar, EXCETO: a) China, Índia e Estados Unidos – as três maiores potências econômicas do planeta – permanecerão nesta ordem como os três mais populosos, sendo que a Federação Russa e o Japão apresentarão em 2050, recuo de sua população em relação a 2008. b) O Brasil vem, há décadas, apresentando diminuição nas taxas de crescimento populacional, fruto da redução da natalidade e da fecundidade, e aumentando a esperança média de vida, com o consequente aumento do número de idosos para o qual se exigirá aumento de preocupação e atenção por parte dos ativos. c) Estados Unidos e Japão são os únicos representantes na tabela dos chamados países desenvolvidos, enquanto que quatro deles formam o chamado BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China. d) O Brasil, atualmente o quinto país mais populoso do mundo, com 189,6 milhões de habitantes, cairá para o oitavo lugar em 2050 quando terá 215,2 milhões, fato previsto devido à redução no ritmo de crescimento da sua população. 01.08. (UFSC) – Com base na tabela que trata da população absoluta e relativa dos países mais populosos do mundo, e nos seus conhecimentos sobre esse assunto, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). OS PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO País População Absoluta (milhões de habitantes) População Relativa (hab./km2) 1. China 1.250 135 2. Índia 1.000 330 3. EUA 276 29 4. Indonésia 208 110 5. Brasil 169,5 20 6. Rússia 147 9 7. Paquistão 152 199 8. Bangladesh 127 966 9. Japão 126 333 10. Nigéria 120175 Fonte: VESENTINI, J. William. “Brasil Sociedade & Espaço: Geografia do Brasil”. São Paulo: Ática, 2002, p. 143. 01) O Brasil é um país bastante povoado. 02) O Brasil é um país populoso. 04) O Brasil é um país populoso e bastante povoado. 08) Comparado aos principais países mais populosos do mundo, o Brasil possui uma baixa população relativa. 16) Por ser um país bastante povoado, o Brasil não exige políticas de desenvolvimento regional para a ocupação do território. 01.09. (FPP – PR) – A aposentadoria por tempo de contribuição é um benefício devido ao cidadão que comprovar o tempo total de 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos de contribuição, se mulher (Ministério do Trabalho e Previdência Social, 2016). Fonte: Adaptado de Proposta de reforma da previdência deve sair em 60 dias, diz ministro. G1. Disponível em: Acesso em 08 mai. 2016. A regra 85/95 valeu até 2018. Depois vai aumentando, até 2027, quando será 90/100. Esses valores vão aumentar ao longo do tempo, levando em conta a a) taxa de fecundidade. b) taxa de natalidade. c) expectativa de vida do brasileiro. d) taxa de crescimento vegetativo. e) taxa de mortalidade 01.10. (PUCPR) – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou em setembro de 2010 os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional sobre Amostra Domiciliar) referente às taxas de fecundidade nos últimos dez anos no Brasil. Os dados sobre o número de filhos por mulher são os seguintes: ANO TAXA DE FECUNDIDADE 2001 2,33 2008 1,89 2009 1,94 IBGE, 2010 6 Extensivo Terceirão Com base nesses dados, assinale a alternativa correta: a) O aumento das taxas em 2009 evidencia que o Brasil é um país que tem explosão demográfica. b) Os indicadores demonstram que as taxas de mortalida- de são superiores às taxas de natalidade, evidenciando redução demográfica. c) O índice de 2009 indica ligeiro aumento na taxa de fe- cundidade não caracterizando crescimento demográfico explosivo. d) Esses números indicam que o Brasil é um país com taxas negativas de crescimento demográfico, demonstrando a política estatal de um filho único. e) Caso essas taxas de fecundidade sejam mantidas, o Brasil, em uma década, ultrapassará o total da população da Índia. Aprofundamento 01.11. (UFRGS) – O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU, 2015) afirma que a população mundial deverá chegar aos 9,7 bilhões em 2050. Fonte: ONU projeta que população mundial chegue aos 8,5 bilhões em 2030. Disponível em: Acesso em: 30 ago. 2017. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirma- ções sobre o crescimento da população mundial. ( ) As altas taxas de fertilidade e o aumento da esperança de vida ao nascer influenciam no crescimento da po- pulação mundial projetado. ( ) O crescimento da população mundial projetado está relacionado ao aumento do controle de natalidade. ( ) O crescimento da população mundial projetado está li- gado ao índice de crescimento natural, o qual relaciona apenas taxa de mortalidade e migrações. ( ) O crescimento da população mundial projetado está relacionado somente ao aumento das migrações. A sequência correta do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – V – V b) F – V – V – F c) V – V – F – F d) V – F – F – F e) V – F – F – V 01.12. (UEM – PR) – Assinale o que for correto sobre as características da distribuição espacial da população bra- sileira, segundo as informações do Censo Demográfico de 2010, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 01) As regiões Sudeste, Nordeste e Sul continuam sendo as mais populosas do País, apesar de as regiões Norte e Centro-Oeste terem apresentado as maiores taxas de crescimento populacional da década anterior. 02) A distribuição espacial das cidades, inclusive no que tange ao distanciamento existente entre elas, compõe um elemento geográfico fundamental do processo de ocupação e de divisão política dos estados brasileiros. 04) Os padrões regionais de distribuição da população não refletem adequadamente o processo de ocupação do território nacional que, ao longo da história, tem mol- dado as diferenças regionais brasileiras. 08) Ocupações ribeirinhas e ocupações ao longo de es- tradas são características da forma de povoamento da parte mais ocidental da região Norte do País. 16) Devido às características da ocupação, no Centro-Oeste a população regional está uniformemente distribuída. 01.13. (UEPG – PR) – Sobre a demografia, assinale o que for correto. 01) A taxa de mortalidade pode ser calculada pela média geral ou por grupos específicos da população. A taxa de mortalidade por idade permite, por exemplo, obter o cálculo de mortalidade infantil, importante indicador social de um país. 02) A taxa de natalidade pode indicar o número de nasci- mentos ocorridos anualmente para cada grupo de mil habitantes de um local, como uma cidade, estado ou país. 04) O crescimento vegetativo e as migrações são impor- tantes indicadores demográficos de um local. 08) Migrações pendulares são aquelas em que o indivíduo fixa moradia na área em que vai trabalhar e só retorna a sua cidade de origem se for realmente necessário. 16) A pirâmide etária tem como função calcular quão lon- geva pode ser uma sociedade. Mostra em sua base a população mais idosa e adulta e no topo a mais jovem. 01.14. (UNISC – RS) – Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. Em relação à dinâmica demográfica brasileira, é possível afirmar que: I. a população brasileira passou de 52 milhões de habi- tantes em 1950, para 191 milhões em 2010. Ou seja, a população quase quadruplicou em 60 anos, devido à disparidade entre suas taxas brutas de natalidade e suas taxas brutas de mortalidade. II. a taxa de fecundidade total no Brasil que era de 6,16 filhos por mulher, em 1940, tem diminuído chegando a 1,90 filho em 2010. O menor ritmo de fecundidade também teve influência na mudança da estrutura etária populacional do país, que se apresenta agora mais enve- lhecida, devido ao aumento proporcional de idosos e à diminuição da parcela de crianças no total da população. III. nas três últimas décadas, a população brasileira está en- velhecendo rapidamente e se concentrando sobretudo nas cidades médias brasileiras, localizadas nas regiões Sudeste e Nordeste. a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente a afirmativa III está correta. c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. d) Somente as afirmativas II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Aula 01 7Geografia 1B 01.15. (UFPR) – O Brasil tem 206,08 milhões de habi- tantes, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) [agosto, 2016] pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas publicadas no Diário Oficial da União indicam que o país tinha, em 1º de julho deste ano, 206.081.432 habitantes. No ano passado, a população era de 204.450.649, ou seja, o crescimento da população foi de 0,8%. (Disponível em: Acessado em 31.08.2016.) Com base nas informações do texto e nos conhecimentos em geografia da população, assinale a alternativa correta. a) O percentual de crescimento populacional indicado mostra que a teoria malthusiana tinha razão, isto é, que a população está crescendo em progressão geométrica e a de alimentos, em ritmo aritmético. b) A taxa de natalidade caiu de forma significativa nas últimas duas décadas e a percentagem de crescimento atual é explicada pela vinda de migrantes e refugiados de outros países. c) Em termos absolutos, a expressiva diferença no montante da população entre um ano e outro indica que as políticas públicas de controle de natalidade da última década não conseguiram diminuir o crescimento populacional. d) O aumento da densidade demográfica nas regiões Norte e Centro-Oeste, que equilibrou a distribuição da população nacional, tem sido um fator relevante no crescimento populacional.e) Embora apresente essa taxa de crescimento, há uma ten- dência de diminuição da representatividade da população jovem no Brasil em relação à população em processo de envelhecimento, confirmando a mudança da estrutura etária brasileira. 01.16. (UFPR) – População brasileira cresce 0,8% e che- ga a 206 milhões em 2016 São Paulo é o Estado mais populoso do País com 44,75 milhões de habitantes; Roraima é o menos populoso com apenas 514,2 mil. O Brasil tem 206,08 milhões de habitantes, se- gundo dados divulgados, nesta terça-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas indicam que o País tinha, em 1º de julho deste ano, 206.081.432 habitantes. No ano passado, a população era de 204.450.649. São Paulo, o Estado mais populoso do País, tem 44,75 milhões de habitantes. Mais cinco Estados têm populações que superam os 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (21 milhões), Rio de Janeiro (16,63 milhões), Bahia (15,28 milhões), Rio Grande do Sul (11,29 milhões) e Paraná (11,24 milhões). Além disso, três Estados têm populações menores do que 1 milhão: Roraima (514,2 mil), Amapá (782,3 mil) e Acre (816,7 mil). A cidade de São Paulo, a mais populosa do Brasil, tem população de 12,04 milhões (5,8% do total na- cional). A capital paulista é seguida por Rio de Janeiro (6,5 milhões), Distrito Federal (2,98 milhões), Sal- vador (2,94 milhões), Fortaleza (2,61 milhões), Belo Horizonte (2,51 milhões) e Manaus (2,09 milhões). Fonte: adaptado de http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2016/08/populacao- -brasileiracresce-0-8-e-chega-a-206-milhoes Sobre algumas características que envolvem a distribuição espacial da população do Brasil, assinale a alternativa IN- CORRETA: a) O Sul, que concentra as duas metrópoles nacionais, é a região mais populosa do país. b) As capitais estaduais constituem-se como os municípios mais populosos na maior parte das unidades federativas. c) A maior parte dos municípios brasileiros conta com uma população inferior a 50 mil habitantes. d) Apesar de contar com as cidades milionárias de Belém e Manaus, a região Norte ainda é a menos populosa do país. e) Apenas os cinco maiores municípios do país possuem mais de 10% da população nacional. 01.17. (UNEMAT – MT) – Sobre a população brasileira é correto afirmar. a) Apresenta alto grau de movimentação interna, sendo o Centro-Oeste a região de maior repulsão populacional. b) A taxa de fecundidade da população brasileira vem au- mentando significativamente no país. c) A maioria da população brasileira está concentrada na faixa Oeste do país, em que podem ser encontradas áreas com densidades superiores a 100 hab./km2. Já a porção Leste do país é bem menos povoada, com predomínio de densidades inferiores a 10 hab./km2. d) A partir de meados da década de 1960, a população urbana passa a ser mais numerosa que a população rural, em razão da industrialização que se acentua desde o final da década de 1950, provocando migrações do campo para a cidade. e) A população absoluta do Brasil e sua grande extensão territorial permitem-nos classificar o país como muito povoado, porém pouco populoso. 01.18. (UENP – PR) – Sobre a distribuição da população brasileira nas últimas décadas, assinale a alternativa correta. a) A população brasileira cresceu em função de mudanças nas taxas de fecundidade e mortalidade, o que deter- minou um equilíbrio quantitativo entre crianças, jovens, adultos e idosos no país. b) A redução nos níveis de mortalidade nas diversas re- giões do Brasil propiciou uma demanda crescente por alimentação e serviços, provocando a desestabilização na economia do país. 8 Extensivo Terceirão c) Apesar dos avanços na medicina, a expectativa de vida ao nascer se mantém em torno de 64 anos de idade, devido às condições insalubres de vida da maioria da população brasileira. d) O Brasil passa por um período de transição demográfica em que se verificam um número menor de filhos por mulher e aumentos sucessivos na expectativa de vida da população. e) O Brasil apresenta uma estrutura etária jovem, tendência que se manterá estável nas próximas décadas, em razão dos incentivos governamentais para os casais terem mais filhos. Desafio 01.19. (UVV – ES) – Texto 1 COPA DA RÚSSIA 2018: MULTIÉTNICA, SELEÇÃO DA FRANÇA BICAMPEÃ MUNDIAL TEM RAÍZES EM 17 PAÍSES A França que conquistou o bicampeonato no Mundial neste domingo, em Moscou, é multicultural. Há imigrantes, filhos de imigrantes e mais de uma dezena de nações envolvidas. E nem sempre dá para dizer que essa herança étnica influi na questão socio- econômica dos jogadores. Disponível em: www.bbc.com - Acesso em 21/07/2018. Texto 2 PORTUGAL TEM A SEGUNDA TAXA DE NATA- LIDADE MAIS BAIXA DA EUROPA Na União Europeia, só os italianos obtiveram um registro pior do que o do português, em nível de natalidade. A população, no conjunto dos 28 Estados- -membros, aumentou em 2016 devido à imigração. [...] a UE teve um aumento de população de cerca de 1,5 milhões em 2016, devido ao saldo migratório positivo. Como o saldo natural foi neutro, ou seja, o número registado de nascimentos e de mortes foi semelhante (5,1 milhões), valeu a diferença positiva entre os que entraram e os que saíram dos 28 Estados- -membros para fazer a população total subir para 511,8 milhões em 1 de janeiro de 2017. Disponível em: www.jornaldenegocios.pt - Acesso em 21/07/2018. Acerca dos movimentos migratórios em direção ao conti- nente europeu, é correto afirmar que 01.01. a 01.02. a 01.03. 25 (01 + 08 + 16) 01.04. d 01.05. 03 (01 + 02) 01.06. c 01.07. a 01.08. 10 (02 + 08) 01.09. c 01.10. c 01.11. d 01.12. 11 (01 + 02 + 08) 01.13. 07 (01 + 02 + 04) 01.14. a 01.15. e 01.16. a 01.17. d 01.18. d 01.19. c 01.20. a Gabarito a) para a economia europeia, a imigração tem impactos negativos, agravando o processo de envelhecimento da população. b) nos últimos anos, a Alemanha foi um dos países que menos recebeu imigrantes, em virtude da forte política de fechamento de fronteiras. c) boa parte dos imigrantes em solo francês, nos últimos anos, são oriundos do Magreb, cujos países integrantes foram colônias francesas. d) a imigração para a Europa, sobretudo dos nascidos em países do Oriente Médio e África, é recente, iniciando-se em meados de 2010, na chamada “Primavera Árabe”. e) os movimentos migratórios, principalmente da África e da Ásia com destino à Europa, não têm se mostrado capazes de alterar significativamente o cenário social desse continente, devido às já antes elevadas taxas de natalidade de países como Alemanha, Itália e Áustria, sendo Portugal uma exceção. 01.20. (IFBA) – POPULAÇÃO BRASILEIRA CRESCE 0,9% ENTRE 2012 E 2013 A população brasileira cresceu 0,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste ano, o Brasil tem 201,03 milhões, ou seja, 1,79 milhão a mais do que no ano passado (199,24 milhões). O crescimento é menor do que o observado entre 2011 e 2012, que havia sido 0,93%. Segundo o pesquisador do IBGE Gabriel Borges, a tendência é que o ritmo de crescimento da população caia até 2042, ano em que a população brasileira para de crescer. “A população vai crescendo, cada vez menos, até 2042, quando começa a diminuir”. Disponível em: http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/08/populacaobrasilei- ra-cresce-09-entre-2012-e-2013. Acesso em: 09 setembro de 2013. Indique a alternativa que NÃO representa uma tendência demográfica para o Brasil nas próximas duas décadas: a) Diminuição da população absoluta. b) Aumento da expectativa de vida da população. c) Diminuição das taxa de natalidade e mortalidade. d) Aumento do percentual de idosos sobre o total da po- pulação. e) Diminuição do percentual de jovens sobre o total da população. 9Geografia Demografia II – Estrutura – I 1B1BAula 02 Geografia TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Ao analisarmos a dinâmica do comportamento e evolução histórica do crescimentovegetativo (diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade), observamos mudanças (fases) que ocorrem uma única vez na história da população de um país, decorrentes de transforma- ções tecnológicas, econômicas e sociais, a exemplo da evolução da medicina ou intensificação dos processos de urbanização pelo mundo. Os países desenvolvidos, com destaque para os eu- ropeus, realizaram a transição demográfica no período compreendido entre a Primeira Revolução Industrial (1780) e a Segunda Guerra Mundial (que terminou em 1945). Nos países subdesenvolvidos, entre eles o Brasil, a transição foi verificada tardiamente, entre as décadas de 1940/50 e 1980/90. Com o objetivo de descrever tais processos, tomamos por base o modelo “clássico” de transição demográfica, criado pelo demógrafo estadunidense Warren Thompson (1887-1973) em 1929, conforme gráfico abaixo: Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Taxa de natalidade Taxa de mortalidade Crescimento vegetativo tempo ta xa p or h ab ita nt es – 1.a fase (fase primitiva): altas taxas de natalidade e de mortalidade = baixo crescimento vegetativo. Apesar de não existir hoje nenhum país no mundo que apresente tão elevadas taxas de mortalidade, essa fase da transição pode ser comparada a realidade muitos países localizados na África Subsaariana, como por exemplo, o Burundi; – 2.a fase (explosão demográfica): altas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade = grande crescimento vegetativo. Essa fase ocorre principalmen- te por conta das melhorias das condições sanitárias, da medicina e expansão da urbanização, fazendo com que ocorra uma redução drástica das taxas de mortalidade. É a realidade observada em boa parte dos países subde- senvolvidos, a exemplo do Paquistão. Deve-se atentar ao fato de que, quando o cresci- mento do contingente populacional é significativo num país em um curto período de tempo, e está associado a uma grande elevação das taxas de natalidade, podemos denominar esse fenômeno de baby-boom – “explosão de bebês”. Esse fato foi observado nos EUA no período entre 1945 – 1960, e teve relação com os movimentos de contracultura observados no país. – 3.a fase (regime moderno ou industrial): baixas taxas de natalidade e de mortalidade = baixo cres- cimento vegetativo. O Brasil apresenta uma estrutura populacional correspondente a essa fase, estando em transição para quarta fase, em que se observa a maior parte da população concentrada na faixa dos adultos (20 e 59 anos) em relação ao número de jovens e idosos. Essa condição é denominada bônus demográfico; – 4.a fase (regime moderno e pós-industrial): taxas fecundidade abaixo de 2,1 filhos por mulher (meno- res que a taxa de reposição) e aumento da expectativa de vida, acarretando na estagnação do crescimento demográfico e envelhecimento populacional. Situação observada em boa parte dos países desenvolvidos, a exemplo da França. Atualmente em alguns países, a exemplo da Alema- nha, Japão e Rússia, durante muitos anos as taxas de fecundidade não atenderam a taxa de reposição e as taxas de mortalidade estão se tornando maiores que as de natalidade. Nesses países ocorre retração (dimi- nuição) do contingente populacional, falta de mão de obra, deficit previdenciário e problemas em relação às políticas imigratórias. Portanto, já se observa na literatu- ra a respeito do tema, a presença de uma quinta fase da transição demográfica. ESTRUTURA POPULACIONAL A estrutura populacional de um país corresponde ao conjunto de características de uma população, como a composição em porcentagem de idade, efetivo mascu- lino e feminino, taxa de fecundidade, ocupação, grau de instrução, etc. 10 Extensivo Terceirão ESTRUTURA ETÁRIA A estrutura etária indica a porcentagem de jovens, adultos e idosos de uma população. Em consequência das quedas das taxas de crescimento vegetativo no mundo, observa-se um aumento cada vez mais significativo da parcela de população madura (adultos e idosos). Atualmente, em torno de 11% da população do planeta tem idade superior a 60 anos. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA (2010) POPULAÇÃO PORCENTAGEM (%) JOVEM (0 a 19 anos) 33,1% ADULTA (20 a 59 anos) 59,3% IDOSA (acima de 60 anos) 7,6% Fonte: Censo demográfico IBGE (2010) ESTRUTURA POR SEXO De modo geral, as populações no mundo apresen- tam uma sutil feminilidade (o número de mulheres é superior ao de homens). Porém, há regiões em que se observa um desequilíbrio na estrutura populacional, por conta de guerras (onde em combate morrem mais homens), sociedades patriarcais e arcaicas em que se ve- rifica a valorização do nascimento e criação de homens em relação às mulheres. Por mais que alguns dados estatísticos apontam que nascem 105 meninos para cada 100 meninas, os homens tendem a morrer mais cedo por conta de guerras (por ser maioria nos exércitos), nos trabalhos perigosos e insalubres e serem maior número de tabagistas. Em algumas provas de vestibular, “estrutura por sexo” pode ser substituída pela expressão gênero, que também pode apresentar a discussão em relação à orientação sexual, uma conotação social do termo. PIRÂMIDES ETÁRIAS As pirâmides etárias são gráficos que apresentam a estrutura populacional de acordo com idade e sexo, e permitem uma série de análises em relação a evolução populacional. Observe as pirâmides abaixo: 1 2 Idosos Adultos Jovens África – 2006 Homens ≥80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 8 6 5 4 3 2 1 07 % 0 2 3 4 5 6 7 81 Mulheres Europa – 2006 Mulheres 8 8–+0 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 8 6 5 4 3 2 1 07 0 2 3 4 5 6 71 % Homens Na pirâmide 1 se observa a base larga (o que indica elevada taxa de natalidade) e topo estreito (elevadas taxas de mortalidade – indicando condições de vida ruins). Essa estrutura normalmente representa o contex- to vivenciado em países subdesenvolvidos, que estariam na primeira ou segunda fases da transição demográfica. Na pirâmide 2 se observa um estreitamento da base (indicando redução das taxas de natalidade) e topo alar- gado (a população apresenta boas condições adequadas e elevada expectativa de vida). Essa estrutura normal- mente representa o contexto vivenciado em países desenvolvidos, que estariam na quarta ou quinta fases da transição demográfica. Também devemos salientar que muitos dos países desenvolvidos apresentam o cha- mado Ônus Demográfico (número de adultos é inferior à soma de jovens e idosos), acarretando em problemas para a disponibilidade de mão de obra no mercado de trabalho e exercendo pressão sobre o Estado no que compete aos gastos com saúde e seguridade social. PIRÂMIDE ETÁRIA BRASILEIRA Ao estabelecer um comparativo entre as pirâmides etárias do Brasil (2000 - 2010), observamos que: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade BRASIL – 2000 Homens Mulheres 95 a 99 anos 85 a 89 anos 75 a 79 anos 65 a 69 anos 55 a 59 anos 45 a 49 anos 35 a 39 anos 25 a 29 anos 15 a 19 anos 5 a 9 anos 19.221 208.088 780.571 1.639.325 2.585.244 4.216.418 5.955.875 6.814.328 9.019.130 8.402.353 36.977 326.783 999.016 1.941.781 2.859.471 4.505.123 6.305.654 7.035.337 8.920.685 8.139.974 Mais de 100 anos 90 a 94 anos 80 a 84 anos 70 a 74 anos 60 a 64 anos 50 a 54 anos 40 a 44 anos 30 a 34 anos 20 a 24 anos 10 a 14 anos 0 a 4 anos 10.423 65.117 428.501 1.229.329 2.153.209 3.415.678 5.116.439 6.363.983 8.048.218 8.777.639 8.326.926 14.153 115.309 607.533 1.512.973 2.447.720 3.646.923 5.430.255 6.664.961 8.093.297 8.570.428 8.048.802 0,0% 0,1% 0,5% 1,0% 1,5% 2,5% 3,5% 4,0% 5,3% 4,9% 0,0% 0,2% 0,6% 1,1% 1,7% 2,7% 3,7% 4,1% 5,3% 4,8% 0,0% 0,0% 0,3% 0,7% 1,3% 2,0% 3,0% 3,7% 4,7% 5,2% 4,9% 0,0% 0,1% 0,4% 0,9% 1,4% 2,1% 3,2% 3,9% 4,8% 5,0% 4,7% 95a 99 anos 85 a 89 anos 75 a 79 anos 65 a 69 anos 55 a 59 anos 45 a 49 anos 35 a 39 anos 25 a 29 anos 15 a 19 anos 5 a 9 anos 31.529 310.759 1.090.518 2.224.065 3.902.344 5.692.013 6.766.665 8.460.995 8.558.868 7.624.144 0,0% 0,2% 0,6% 1,2% 2,0% 3,0% 3,5% 4,4% 4,5% 4,0% 0,0% 0,3% 0,8% 1,4% 2,3% 3,2% 3,7% 4,5% 4,4% 3,9% 66.806 508.724 1.472.930 2.616.745 4.373.875 6.141.338 7.121.916 8.643.418 8.432.002 7.345.231 Mais de 100 anos 90 a 94 anos 80 a 84 anos 70 a 74 anos 60 a 64 anos 50 a 54 anos 40 a 44 anos 30 a 34 anos 20 a 24 anos 10 a 14 anos 0 a 4 anos 7.247 114.964 668.623 1.667.373 3.041.034 4.834.995 6.320.570 7.717.657 8.630.227 8.725.413 7.016.987 0,0% 0,1% 0,4% 0,9% 1,6% 2,5% 3,3% 4,0% 4,5% 4,6% 3,7% 0,0% 0,1% 0,5% 1,1% 1,8% 2,8% 3,5% 4,2% 4,5% 4,4% 3,6% Homens Mulheres 16.989 211.595 998.349 2.074.264 3.468.085 5.305.407 6.688.797 8.026.855 8.614.963 8.441.348 6.779172 Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade BRASIL – 2010 Fonte: IBGE Aula 02 11Geografia 1B • O número de mulheres é superior ao de homens; • Há redução das taxas de natalidade e fecundidade no Brasil; • Há aumento da expectativa de vida, o que pode tornar o Brasil, num futuro próximo, um país de idosos. Por esse motivo, um debate muito presente dentro da atualidade em nosso país, é a reforma da previdência. TEORIAS DEMOGRÁFICAS MALTHUSIANA Essa Teoria demográfica foi criada por Thomas Robert Malthus (1766 - 1834) economista, professor, demógra- fo e pastor anglicano – que, em sua obra “Ensaio Geral Sobre População”, em 1798, afirmava que a população crescia de acordo com uma progressão geométrica, e os meios para o seu sustento cresciam de acordo com uma progressão aritmética. Este desequilíbrio previa grandes dificuldades para a humanidade, portanto concluiu que os princípios antinatalistas eram fundamentais para evitar o excessivo crescimento populacional. Malthus propôs o controle pela sujeição moral, ou seja, as prá- ticas sexuais seriam amorais. Sua teoria falhou em não perceber o potencial de desenvolvimento tecnológico. Os malthusianos podem ser considerados pessimistas ou catastrofistas. © W ik im ed ia C om m on s © W ik im ed ia C om m on s Thomas Robert Malthus e seu “Ensaio Geral sobre População” de 1798 NEOMALTHUSIANA Por conta da explosão demográfica observada em países subdesenvolvidos a partir dos anos 1960, associa- da a melhorias das condições de vida dessas populações, reacendem as discussões em torno da relação pobreza e crescimento populacional. Na busca de explicações para o contexto e ten- tando apresentar soluções, muitos grupos voltam a beber na fonte da teoria de Malthus, fazendo uma releitura da mesma, que ficou conhecida como Teoria Neomalthusiana. Para eles, o crescimento populacional era a causa da pobreza e miséria observada nesses paí- ses, por apresentarem maiores dificuldades em manter programas sociais para grandes contingentes popu- lacionais e, por esse motivo, princípios antinatalistas deveriam ser adotados. A grande diferença entre os malthusianos e neo- malthusianos é que aqueles se pautavam na sujeição moral e esses defendem políticas de estado para con- trole de natalidade. O exemplo de maior destaque foi a China, que adotou a chamada “política do filho único” a partir 1979, incluindo o aborto como serviço público no país. Por apresentar atualmente uma estrutura po- pulacional em desequilíbrio (maior número de homens em relação ao de mulheres) e o maior contingente humano do mundo, tal política deixou de ser adotada em 2015. ECONEOMALTHUSIANA A partir dos anos 1970, as discussões ambientais passam a fazer parte da agenda de muitos países no mundo, principalmente no que compete ao modelo de desenvolvimento adotado, na exploração de recursos naturais disponíveis e consequente nível de consumo. Várias conferências ambientais passam a ocorrer a nível global, para definir metas e minimizar os impactos ambientais associados às atividades humanas. Assim sendo, o crescimento populacional passa a ser um ele- mento importante a ser considerado, já que os recursos naturais são finitos e, o aumento do contingente po- pulacional, associado ao modelo de desenvolvimento, exerce “pressão” sobre o meio ambiente. Nesse contexto, com base na teoria Malthusiana, surge com força a cha- mada teoria econeomalthusiana, que vê na redução da população absoluta do planeta a solução para esse problema. REFORMISTA A Teoria Populacional Reformista, Marxista ou até mesmo antimalthusiana, criada no fim da Segunda Guerra Mundial, e que seguia os preceitos propostos pelo filósofo, historiador e economista alemão Karl Marx (1818-1883), via no crescimento populacional uma das facetas do capitalismo, a criação de um excedente de mão de obra (chamado exército de reserva) e que achataria os salários dos trabalhadores e, portanto, a manutenção e reprodução da condição de pobreza. 12 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 02.01. (FGV – SP) – Juntamente com a era da industrialização, ocorre na Europa um acelerado cresci- mento populacional. A fábrica encontrava-se ainda em estágio inicial, necessitando de elevada mão de obra. Em virtude dos bai- xos salários e difíceis condições de vida na cidade, era muito comum que a família inteira trabalhasse na indústria; e quanto maior fos- se o número de filhos por casal, maior seria o rendimento médio da família. O surto demográfico, sem precedentes históricos, que se iniciou na Europa com a era indus- trial causou espanto nos estudiosos do assunto. (Marco A. Moraes e Paulo S. S. Franco. Geografia humana, 2011. Adaptado) Um estudo de referência ao surto demográfico problematizado no ex- certo foi elaborado, no final do século XVIII, por a) Malthus, no qual afirmava que a produção de alimentos seria limitada e não acompanharia o crescimento populacional. b) Marx, no qual anunciava o controle moral como forma de conter o crescimento demográfico e asse- gurar os recursos naturais às futuras gerações. Karl Marx (1818-1883) c) Vogt, no qual a pobreza geraria a superpopulação e deveria ser combatida com melhor distribuição de renda. d) Malthus, no qual o crescimento populacional em países subdesenvolvidos deveria ser controlado com contraceptivos e processos de esterilização. e) Marx, no qual o controle populacional seria dado pelo resgate do modo de vida rural e de saberes tradicionais. 02.02. (FPP – PR) – Alguns países do mundo apresentam estruturas etárias que exigem uma análise cuidadosa por parte dos demógrafos. Um exemplo desses países é a Arábia Saudita. A distorção evidenciada na estrutura etária desse país tem relação com a: a) Preferência pelo filho homem, em função das características sociais e econô- micas do país. b) Imigração, visto que a produção de petróleo atrai quantidade significativa de jovens do sexo masculino. c) Imposição da religião islâmica que estimula os casais a terem filhos do sexo masculino. d) Emigração das mulheres para os países europeus em busca de melhores condições de vida. e) Mortalidade infantil atingir principalmente as mulheres, resultando em um desequilíbrio de gênero na fase adulta. Para os reformistas, a causa do grande crescimento populacional ou explosão demográfica seria o sub- desenvolvimento. Para resolver essa situação, eles defendiam a tese de que bastaria investir em aspectos sociais, como acesso a educação e à informação, à saúde e distribuição de renda. Desse modo, consequentemen- te, o controle populacional se efetivaria na prática, já que os indivíduos passariam a ter maior autonomia e informação para agir com a finalidade de estabelecer um número de filhos condizentes à sua realidade social e a estes oferecer boa formação profissional e qualidade de vida. Eis o motivo para os reformistas também serem considerados otimistas. Aula 0213Geografia 1B 02.03. (UFRGS) – Observe a figura abaixo. Sobre a figura, é correto afirmar que é uma representação a) da lei de população malthusiana. b) dos efeitos, na população, de uma situação de abundância de recursos naturais. c) da teoria da transição demográfica. d) dos efeitos, na população, de uma situação de escassez de recursos naturais. e) dos efeitos, na população, de uma situação de altas taxas de mortalidade infantil. 02.04. (FDV – ES) – Disponível em: http://www.otempo.com.br/supernoticia/ popula%C3%A7%C3%A3o-de-idosos-ser%C3%A1-o-triplo-em-2050- 1.91440 Acesso em: 01 maio. 2016 A leitura e interpretação dos dados acerca do chamado ‘Bônus Demográfico’ e seus conhecimentos sobre o tema, nos permite afirmar corretamente: a) a grande disponibilidade de mão de obra em idade pro- dutiva não afeta o desenvolvimento do país, na medida em que o desemprego estrutural aumenta. b) no período indicado no quadro anterior, o número de jovens tende a aumentar no Brasil, já que o número de pessoas em idade reprodutiva é maior. c) o quadro do chamado ‘bônus demográfico’ favorece os cálculos da previdência social, observando o aumento de adultos e a diminuição do número de idosos na po- pulação brasileira. d) a indicação em investimento em saúde refere-se ao aumento da população idosa, já o investimento em edu- cação refere-se à necessidade de qualificação da mão de obra adulta, em idade ativa. e) o envelhecimento da população brasileira deve quadruplicar até 2050, assim, os idosos, que eram 1% da população em 1950, chegaram a 15% em 2010, vão passar de 20% até 2050. Aperfeiçoamento 02.05. (PUCPR) – “Algumas pessoas pensam que... per- doem a minha expressão, que, para ser bons católicos, temos de nos reproduzir como coelhos. Não é isso. Ser bom pai é ser responsável. Isso é claro” — respondeu Francisco, citando ter estado com uma mulher ‘irres- ponsável’ por ter tido sete filhos, todos em cesarianas. Entidades religiosas e fiéis oriundos de famílias nume- rosas tomaram as declarações como ofensivas. Diante dos protestos, Francisco voltou ao tema ontem e buscou justificar sua opinião. “Ouvi dizerem que famílias com muitos filhos são as causas da pobreza. Acho que essa é uma opinião simplista — disse o Papa, destacando que, em vez disso, um sistema econômico excludente ‘é a principal razão para a pobreza [...]”. Disponível em: Acesso em: 20/07/18 (com adaptações). O Papa Francisco justifica sua opinião citando, indiretamen- te, duas teorias demográficas antagônicas, as quais são, respectivamente, a) Reformista e Malthusiana. b) Marxista e Reformista. c) Neomalthusiana e Reformista. d) Malthusiana e Neomalthusiana. e) Reformista e Neomalthusiana. 02.06. (UNICENTRO – PR) – Com base nos conhecimentos sobre a dinâmica da população brasileira, pode-se afirmar. a) A desaceleração do crescimento demográfico, verificada a partir da década de 70 do século passado, resultou do avanço da medicina no combate às doenças infecciosas. b) O aumento da expectativa de vida decorre da conclusão da transição demográfica, isto é, da diminuição da mor- talidade de adultos. c) O Paraguai se constitui o maior destino da emigração bra- sileira, devido, principalmente, ao incentivo à colonização, na região de fronteira. d) O mais expressivo crescimento vegetativo ocorreu na década de 60 do século XX, devido, dentre outros fatores, à melhoria das condições sanitárias. 02.07. (UNIFESP) – Observa-se no Brasil atual um desequi- líbrio entre gêneros na população brasileira, causado: a) pela maior presença de mulheres no mercado de trabalho, que gera violência doméstica contra mulheres, resultando em mais homens no Brasil. b) pela violência urbana e pela maior exposição dos homens a acidentes, resultando no predomínio de mulheres no Brasil. 14 Extensivo Terceirão c) pelo crescente desemprego estrutural e de separações, o que leva ao aumento de suicídio de mulheres e ao predo- mínio masculino entre a população brasileira. d) pela escolaridade mais elevada e pelos melhores salários pagos às mulheres, o que leva homens aos negócios ilícitos e à sua morte, levando à maior presença feminina. e) pelo extermínio de homens líderes sindicais e pelo confi- namento de mulheres como escravas brancas, que geram um saldo populacional positivo de mulheres no país. 02.08. (PUCPR) – O número de homicídios de jovens de 15 a 29 anos no Brasil cresceu 23% de 2006 a 2016, quando atingiu o pico da série histórica, com 33.590 vítimas nesta faixa etária. No caso mais extremo, do Rio Grande do Norte, a quantidade de jovens mortos avançou 382% no período. Em outros oito estados, o incremento foi de mais de 100%. Com isso, em 11 anos, o Brasil enterrou 324.967 jovens assassinados – quase sete vezes o número de soldados americanos mortos em ação (47.434) em 20 anos da Guerra do Vietnã (1955-1975). Os dados constam do Atlas da Violência 2018, publicação do Ipea (Instituto de Pesquisas Eco- nômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/assassinato-de-jovens- -cresce-e-pais-tem-325-mil-vitimas-em-11-anos.shtml?loggedpaywall Acesso em 18/07/2018 A reportagem evidencia um grave problema brasileiro e que impacta diretamente na estrutura etária do País. Nesse contexto e analisando a realidade brasileira, a pirâmide etária do Brasil por volta do ano de 2065 terá uma distorção evidenciada na maior quantidade de a) idosos do sexo masculino se comparados aos idosos do sexo feminino. b) jovens do sexo masculino se comparados aos jovens do sexo feminino. c) idosos do sexo feminino se comparados aos idosos do sexo masculino. jovens do sexo feminino se comparados aos jovens do sexo masculino. d) adultos do sexo masculino se comparados aos adultos do sexo feminino. 02.09. (UNISC – RS) – Sobre a dinâmica populacional bra- sileira, é INCORRETO afirmar que a) a concentração da população brasileira na faixa litorânea é decorrente do processo de povoamento do território, fortemente influenciado pelos ciclos econômicos, ao longo dos primeiros quatro séculos da história do país. b) o maior impacto de longo prazo da queda de fecundida- de, verificada na atualidade, será sobre a estrutura etária e o envelhecimento da população, com forte repercussão na previdência social. c) a imigração é responsável pelo alto crescimento da po- pulação brasileira ao longo dos últimos anos. d) no período de 1950-1960 a taxa de crescimento da po- pulação brasileira estava na ordem de 3% ao ano, o que resultou num elevado crescimento da população. e) a transição demográfica brasileira, que se completará nas próximas décadas, refletirá muito mais o comportamento demográfico da população urbana, uma vez que este contingente predomina no conjunto da população. 02.10. (FPP – PR) – A estrutura etária a seguir indica um país com distorções significativas na distribuição entre homens e mulheres em idade adulta. Uma explicação possível para essa diferença pode ser encontrada na seguinte alternativa: a) Guerras recentes. b) Epidemias. c) Movimentos populacionais. d) Preferência por filhos do sexo masculino. e) Aborto em massa. Aprofundamento 02.11. (UNICENTRO – PR) – Observe o gráfico a seguir. (Disponível em: https://istoe.com.br/183802_JA+SOMOS+7+BILHOES/. Acesso em: 13 jul. 2013.) Aula 02 15Geografia 1B Com base nas informações do gráfico e nos conhecimentos sobre o crescimento demográfico mundial atual, assinale a alternativa correta. a) Nas últimas décadas, a população rural perdeu milhões de pessoas e a urbana recebeu esse contingente, fator determinante para a explosão demográfica mundial. b) A explosão demográfica causou um grande desequilíbrio na distribuição mun- dial de alimentos, sendo a responsável pelo aumento da fome, fato que tem preocupado os líderes de todo o mundo. c) A evolução da população mundial em ritmos aceleradosse explica tanto pelas taxas elevadas de natalidade nos países em desenvolvimento quanto pela queda das taxas de mortalidade em todo o mundo. d) Os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelo crescimento explosivo da população mundial, pois, com alto padrão de qualidade de vida, contribuem para a elevação da taxa de natalidade. 02.12. (IFF – RJ) – Enquanto você está lendo esse texto, cerca de 140 bebês devem estar nascendo em algum lugar do planeta. Calcula-se que nasçam apro- ximadamente 77 milhões de pessoas por ano no mundo. Isso pode significar um acréscimo de 2 bilhões e meio de novos habitantes até 2050. 1 2 (Fonte: ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges; RIBEIRO, Wagner Costa. Construindo a Geografia. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 2005). A representação do quantitativo populacional pode ser realizada através de um gráfico denominado pirâmide etária, que corresponde à sua distribuição em faixas etárias e gênero. Fonte:http://www.saber-mais-geo.blogspot.com/2010/04/estruturaetaria-da-populacao-8.html. Acesso em 14/10/2011 Idosos – Cor Amarela; Adultos – Cor Azul; Jovens – Cor Vermelha As pirâmides etárias 1 e 2 referem-se, respectivamente, aos continentes: I. Africano e Europeu II. Americano e Africano III. Europeu e Africano IV. Europeu e Antártico Das afirmativas acima: a) Somente I é correta b) Somente I e III são corretas c) Somente II e III são corretas d) Somente II é correta e) Somente I e IV são corretas 02.13. (UFPB) – Entre os temas indispensáveis, para a análise da estrutura e da di- nâmica populacional no mundo contemporâneo, destacam-se: o envelhecimento da população, as questões de gênero e a diversidade sexual da população. Sobre esses temas são feitas as seguintes afirmativas: I. A questão da diversidade sexual vem sendo discutida e debatida em grande parte do mundo, mas são os chamados países desen- volvidos que lançam as primeiras leis contra a discriminação sexual. Por exemplo, a homossexualidade é aceita do ponto de vista da le- galidade institucional em países como a França e a Espanha, e, no Canadá, já é aceito o matrimônio entre gays e entre lésbicas. II. A proporção de idosos na popula- ção total aumenta, praticamente, em todos os países. Esse fato é explicado, principalmente, em de- corrência da diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade, levando países em franco desen- volvimento econômico, como a China, a Alemanha e a França, a lançarem políticas públicas contra o envelhecimento da população, incentivando os casais a terem mais de um filho. III. A população feminina, em geral, é ligeiramente maior do que a população masculina devido à expectativa de vida do sexo femi- nino ser maior do que a do sexo masculino. Essa característica ex- plica o aumento das mulheres no mercado de trabalho, aproximan- do-se das porcentagens referentes à População Economicamente Ativa (PEA) masculina. Está(ão) correta(s): a) apenas I b) apenas II c) apenas III d) apenas I e III 02.14. (PUC – SC) – O pastor angli- cano Thomas Robert Malthus, em sua obra “Um ensaio sobre o princí- pio da população”, expôs sua teoria demográfica. A respeito da teoria malthusiana e outras teorias que a contrapõem, analise as afirmações abaixo: I. A teoria realizada por Malthus concluía que o crescimento da população ocorreria em uma progressão aritmética, enquanto a produção de alimentos em uma progressão geométrica. 16 Extensivo Terceirão II. Para Malthus as perspectivas para o futuro da humani- dade eram sombrias. Ele defendia que em determinado momento a produção de alimentos seria insuficiente considerando-se o crescimento acelerado da população. III. Malthus era radical em sua teoria. Ele propunha a sujeição moral, em que os mais pobres deveriam limitar-se a um determinado número de filhos, por meio da abstenção sexual, e que só fosse permitida a procriação àqueles que tivessem condições financeiras para alimentar sua prole. IV. Após a Segunda Guerra Mundial novas teorias demográfi- cas surgiram, entre elas destaca-se a neomalthusiana, que pregava que a fome, a pobreza e a miséria eram origina- das de uma população numerosa. Essa teoria incentivou rigorosos programas de controle de natalidade, como dis- tribuição de anticoncepcionais e esterilização em massa, métodos aplicados em alguns países subdesenvolvidos. V. A teoria reformista é a teoria demográfica que se contrapõe à visão neomalthusiana; acredita-se que o crescimento demográfico acelera a degradação am- biental, causando danos sérios à natureza. O controle do crescimento da população é, nesse sentido, uma forma de preservar o meio ambiente. É correto o que se afirma apenas em: a) I, III e V. b) II, III e IV. c) I, II, III e V. d) I, II, IV e V. e) II, III e V. 02.15. (ACAFE – SC) – Leia o texto a seguir: “Quem viu nos jornais e na televisão os habitantes de Guaribas morando em casebres com chão de terra batida, sem esgoto e sem água, e as pobres vítimas das enchentes tendo que deixar seus barracos desmorona- dos, pode ver que eles têm algo mais em comum, além da miséria: uma grande quantidade de filhos. Com tantas reuniões, tantos programas, tão bons propósitos, ficou faltando ao novo governo falar do controle da natalidade. Em cada família, são 6, 8 ou 10 crianças e, quanto mais pobres elas são, mais filhos têm. Matar a fome, educar e arranjar um primeiro emprego para cada um deles já vai ser difícil. Inclusão social? Pode ser, mas para daqui a quantos anos? 50? Aí eles terão se multiplicado a tal ponto que vai ser ainda pior - ou impossível.” Fonte: LEÃO, Danuza. Folha de São Paulo - 10/02/03. O texto evoca a necessidade de implementar um controle da natalidade para pessoas de baixa renda, seguindo a Teoria Neomalthusiana. Essa teoria postula que populações jovens numerosas demandam grandes investimentos nas áreas sociais em detrimento dos investimentos produtivos, o que impediria o seu pleno desenvolvimento. Não podemos esquecermos de que, na década de 1960, Índia e México seguiram rigorosamente uma política de controle de nata- lidade e permanecem subdesenvolvidos. É (são) frase(s) típica(s) da Teoria Neomalthusiana: I. “O melhor anticoncepcional que existe é a educação.” II. “O pobre é pobre porque tem muitos filhos. Se não tivesse tantos filhos, não seria pobre.” III. “O pobre tem muitos filhos porque é pobre. Se não fosse pobre, certamente não teria tantos filhos”. Assinale a alternativa cuja(s) afirmativa(s) está(ão) correta(s): a) Somente II. b) I e III. c) Somente I d) I e II. e) Somente III. 02.16. (FEMPAR – PR) – As reformas em curso na China, que incluem o fim da política do filho único, são ten- tativas de caminhar para um modelo com mais ênfase em consumo, serviços e inovação. “A política do filho único, estendida por tempo demais, significou que o apoio aos idosos ficou cada vez mais escasso. Com uma rede de proteção social insuficiente, a poupança pessoal cresceu como forma de guardar para a aposentadoria”, diz um relatório recente do Morgan Stanley. (Adaptado de: www.Exame.com.br>. Acesso em: 29 ago. 2016) Com base no texto e em conhecimentos sobre o assunto, julgue as afirmativas. a) A implantação da política do filho único na China teve início no governo de Deng Xiaoping, quando o país abriu zonas especiais a investimentos estrangeiros, no modelo conhecido como “economia socialista de mercado”. b) A ideia do controle de natalidade, imposta pelo governo comunista chinês desde o final dos anos 70, era a de con- ter a explosão demográfica, pois havia o receio de que o crescimento populacional constituísse uma ameaça aos planos de expansão econômica do país. c) O atual quadro de envelhecimento da população chinesa resultou, basicamente, da combinação entre a queda da taxa de fecundidade e o aumento da longevidade da população. d) Comparativamente ao Brasil, o aumento da população de idosos na China não exerce significativa pressão sobre os serviçosde saúde e previdência social. Isso se deve basica- mente ao sucesso da ampla disseminação dos benefícios sociais proporcionados pelo modelo comunista. Aula 02 17Geografia 1B e) O equilíbrio de gênero que caracteriza a população chine- sa (distribuição equitativa entre homens e mulheres) tem facilitado o ingresso da população feminina no mercado de trabalho, fato que explica, em parte, a redução do cres- cimento vegetativo que vem ocorrendo nos últimos anos. 02.17. (FMABC – SP) – Considere as pirâmides etárias e as afirmações abaixo. (Fonte: IBGE) I. As pirâmides de 1991 e 2000 configuram um período de efetiva transição demográfica com a base da população de crianças menor que a de adolescentes. II. Entre 1991 e 2010, a população brasileira vem passando por importantes modificações, como a forte redução da taxa de fecundidade, menores taxas de mortalidade, diminuição do ritmo de crescimento. III. A partir de 2010, o Brasil entrou em uma fase denominada bônus demográfico, que se caracteriza pela crescente participação dos idosos. Está correto o que se afirma apenas em a) II e III. b) I e III. c) I. c) I e II. e) II. 02.18. (UEL – PR) – Leia o texto e analise os gráficos, a seguir, que representam as pirâmides etárias da população (em %) de países subdesenvolvidos e desenvolvidos, em 2000. A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia de um país. A população economicamente ativa (PEA), ou seja, aquela que trabalha e produz riquezas, é composta, em sua maioria, de adultos (de 20 a 59 anos de idade). É essa população que, por meio do recolhimento de impostos, ajuda o Estado a sustentar a economia nacional. Uma defasagem muito grande no número de ativos em relação aos inativos desequilibra essa equação. Países subdesenvolvidos Anos de idade 80+ 0-4 10-14 20-24 30-34 40-44 50-55 60-64 70-74 Países desenvolvidos Anos de idade 80+ 0-4 10-14 20-24 30-34 40-44 50-55 60-64 70-74 6 4 2 0 6420 6 4 2 0 6420 % da população homens mulheres (Adaptado de: MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p.440.) Com base no texto, nos gráficos e nos conhecimentos sobre estrutura etária da população, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) A pirâmide etária dos países subdesenvolvidos apre- senta uma base larga e um topo estreito, em virtude da baixa expectativa de vida da população. ( ) O estudo sobre pirâmides etárias possibilita compre- ender, entre outros fatores, a dinâmica populacional e econômica de um país e sua história recente. ( ) O aumento da expectativa de vida da população, acompanhado da queda das taxas de natalidade e mortalidade, provoca mudanças na pirâmide etária. ( ) O aumento da população economicamente ativa em relação aos inativos desequilibra a produção de rique- zas e diminui o recolhimento de impostos. ( ) Nos países subdesenvolvidos, a combinação entre bai- xa natalidade e alta expectativa de vida tem levado ao progressivo envelhecimento da população e à reces- são econômica. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, F, F. b) V, F, V, F, V. c) V, F, F, V, V. d) F, V, V, F, F. e) F, F, F, V, V. Desafio 02.19. (FPP – PR) – Observe a charge a seguir. Disponível em: https://www.humorpolitico.com.br/tag/unidade-de-policia-pacifi- cadora/ Acesso em: 14 fev 2018 A charge apresentada pode também ser interpretada pela ótica demográfica, sendo que a segunda imagem (UPD) estaria mais próxima da visão a) Cornucopiana. b) Neomalthusiana. c) Ecomalthusiana. d) Malthusiana. e) Reformista. 18 Extensivo Terceirão 02.20. (UEL – PR) – Analise os gráficos a seguir. (IBGE, Censos Demográficos, 1950 a 2010) Em 60 anos, a população brasileira aumentou em 138 milhões de habitantes. Passou de, aproximadamente, 52 milhões de habitantes, em 1950, para 190 milhões, em 2010. O crescimento demográfico resulta dos ganhos ou perdas de população provocados pelo crescimento vegetativo e pelo saldo migratório. O principal indicador do crescimento demográfico é a taxa de crescimento geométrico anual, que revela o ritmo de crescimento demográfico da população. Porém, ao longo dessas seis décadas, o motor principal do crescimento demográfico brasileiro foi o chamado crescimento vegetativo e o saldo migratório teve pouca influência no crescimento da população brasileira. Previsões do IBGE indicam uma possível redução no tamanho da população brasileira a partir da terceira década do século XXI. Um dos fatores que sustenta essa previsão é o comportamento da taxa de fecundidade total que, por sua vez, representa o número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva. Com base nesses gráficos e nos conhecimentos sobre crescimento vegetativo, defina crescimento vegetativo de uma população indicando seus componentes e explique sobre qual deles a taxa de fecundidade total atua. 02.01. a 02.02. b 02.03. c 02.04. d 02.05. c 02.06. d 02.07. b 02.08. c 02.09. c 02.10. c 02.11. c 02.12. a 02.13. a 02.14. b 02.15. a 02.16. V V V F F Obs.: na prova da FEMPAR os itens são julgados com V e F 02.17. d 02.18. a 02.19. e 02.20. O crescimento vegetativo de uma po- pulação é o obtido pelo número de habitantes de um determinado país ou região provocado pela diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade. No crescimento vegetativo, não são contabilizados os ganhos, ou as perdas de habitantes, provocados pelo saldo migratório. A taxa de fecundidade total, que é o número médio de filhos por mu- lher em idade reprodutiva, afeta direta- mente as taxas de natalidade. Se a taxa de fecundidade cai, a taxa de natalidade também tende a se reduzir. Gabarito 19Geografia 1B 1B1B Geografia Aula 03 Demografia III – Estrutura – II SETORES DA ECONOMIA Os setores de atividade econômica servem para que se possa atender a lógica de produção, circulação e também prestação de ser- viços, que tem se configurado no mundo atual como uma tendência, mudando o entendimento do próprio funcionamento da economia no mundo atual e, muitas vezes, modificando as relações de traba- lho, a exemplo da chamada economia de compartilhamento. As atividades econômicas são divididas em três grandes setores: Setor Primário: atividades exercidas predominantemente na zona rural, como agropecuária, extrativismo e silvicultura; Setor Secundário: atividades exercidas na indústria em geral e na construção civil; Setor Terciário: atividades exercidas no setor bancário, finan- ceiro, no comércio, nos transportes e nos serviços em geral. As ativi- dades dos setores secundários e terciários são predominantemente urbanas. Esse é o setor que mais emprega hoje no mundo. DISTRIBUIÇÃO DA PEA POR SETORES DE ATIVIDADES (%) NO BRASIL SETOR 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 PRIMÁRIO 70,2 60,7 54,0 44,2 29,0 22,5 19,3 17,0 SECUNDÁRIO 10,0 13,1 12,7 17,8 25,0 23,0 24,1 22,0 TERCIÁRIO 19,8 26,2 33,3 38,0 46,0 54,5 56,6 61,0 Fonte: IBGE – Anuários Estatísticos do Brasil Ao compararmos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, ob- servamos grandes diferenças. No contexto dos países desenvolvidos se verifica um setor primário com pouca concentração de PEA, assim como um setor secundário em estabilização ou diminuição de PEA devido à automação e informatização, ou seja, com grande deman- da de mão de obra altamente especializada e redução dos postos de trabalho nesses setores. Porém, apresentam setor terciário com grande concentração de PEA, devido à multiplicação de atividades prestadoras de serviço e realocação de demitidos na indústria. Deve-se destacar que apresentam também grande desenvolvimen- to do setor quaternário (que aparece como uma expansão da divisão clássica dos setores da economia) que abrange as atividades intelectuais da tecnologia, como geração e troca de informação, educação, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e desenvolvimento de tecnologia de ponta. © Sh ut te rs to ck /R od rig o S Co el hoAs impressoras 3 D têm revolucionado diversas áreas do conhecimento, a exemplo da medicina. Já nos países subdesenvolvidos industrializados (a exemplo do Brasil, México, Argentina, Índia e África do Sul) se verifica um setor primário apresentando concentração superior a 20%, porém em declínio devido à mecanização da agricul- tura de exportação predominante e conse- quente êxodo rural. Um setor secundário em expansão de PEA devido à transferência de indústrias de países desenvolvidos (o que melhora sua capacidade produtiva, gera de- senvolvimento regional, empregos e renda, mas aumenta a dependência tecnológica em relação aos países centrais e dificulta o desenvolvimento de uma indústria nacional forte e competitiva). Com a modernização dos setores primário e secundário, e o consequente desemprego estrutural, ocorre um grande crescimento do setor terciário, chamado de terciarização. Mesmo esse sendo o setor mais diversificado da economia, não consegue absorver toda a mão de obra disponível, gerando o que se chama de in- chaço do setor terciário ou hipertro- fia do terciário fazendo com que muitas pessoas tenham de recorrer a atividades informais (camelôs, biscateiros, fazem “bico”), ou seja, empregos sem carteira assinada, o que não lhes garante acesso aos mesmos direitos de um trabalhador formal. 20 Extensivo Terceirão Vendedor ambulante em praia do Rio de Janeiro (RJ) OCUPAÇÃO Quanto ao mercado de trabalho, a população pode ser classificada de acordo com a participação na PEA, PEI ou PIA. PEA (População Economicamente Ativa): Parcela da população que trabalha, ou está procurando em- prego (essas pessoas que estão dispostas a trabalhar podem também ser denominadas desocupadas). Ao analisarmos o contexto da PEA no mundo, observa-se um predomínio de homens em relação ao número de mulheres. Apesar disso, nas últimas décadas, as mu- lheres estão se inserindo cada vez mais no mercado de trabalho, fruto das lutas e conquistas/mudanças sociais. Esse aumento tem sido apontado como um dos fatores da redução das taxas de fecundidade, devido ao grande tempo despendido pelas mulheres com sua carreira profissional e a dupla jornada de trabalho (já que último Censo IBGE – 2010 apontou um aumento no número de famílias chefiadas por mulheres). Fonte: Censos Demográficos - IBGE TAXA DE PARTICIPAÇÃO POR GÊNERO NA PEA – BRASIL (1950-2010) 70 60 50 40 90 80 30 20 10 0 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 80,8 77,2 71,8 72,4 71,5 69,6 48,9 67,1 13,6 16,5 18,5 26,6 32,9 44,1 % Homem Mulher Diferença H - M Esse contexto pode ser evidenciado no nível de escolaridade entre gêneros, já que, na busca por for- mação e qualificação profissional para garantir postos de trabalho, as mulheres estudam em média mais do que os homens (7,5 anos para mulheres contra 7,1 para os homens – segundo o IBGE 2010). Vale observar que ainda existem fortes desigualdades entre homens e mu- lheres no mercado de trabalho, em relação aos salários pagos. Em contrapartida, em áreas de chefia e liderança, ocorre isonomia (salários iguais pagos a ambos os sexos), mesmo que o número de mulheres que chegam a esses cargos ainda seja pequeno. PIA (População em Idade Ativa): Corresponde a parcela da população situada entre 15 e 65 anos, sendo que no Brasil, devido ao trabalho infantil, geralmente se incluem todas as pessoas com mais de 10 anos. No caso brasileiro, a idade mínima para inserção no mercado de trabalho é 16 anos. Porém, há possibilidade de ingresso aos 14 anos na condição de menor aprendiz. PEI (População Economicamente Inativa): Corres- ponde à parcela da população que está fora do mercado de trabalho, a exemplo dos aposentados e idosos, as crianças, donas de casa, estudantes, incapazes. Recentemente, observou-se no Brasil o surgimen- to de duas gerações específicas: os “canguru” e os “nem,nem,nem”. A “geração canguru” representa jovens de classe média que adiam cada vez mais a possi- bilidade de saírem de casa. Estima-se que no Brasil que, um a cada quatro jovens de 25 a 34 anos ainda reside com a família, na maioria do sexo masculino (60%), e os motivos são vários: casamentos tardios, muitos anos investidos em estudo por conta da grande competiti- vidade e exigência do mercado de trabalho, elevado custo de vida nos centros urbanos e também fatores emocionais como a dependência afetiva, insegurança, entre outros. Já os “nem, nem, nem” são aqueles jovens que nem estudam, nem trabalham, nem procuram em- prego. Segundo o IBGE, são 6,8 milhões de jovens que compõem esse contingente. DESEMPREGO Um dos maiores problemas da humanidade na atua- lidade é o desemprego, que segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), no relatório “Tendências do Emprego Global 2019”, 172 milhões de pessoas não tinham emprego no ano anterior. Além disso, o estudo também apontou que 3,3 bilhões de pessoas empregadas no mundo em 2018 não apresentavam níveis adequados de segurança econômica, material ou oportunidades para melhorar a sua condição de vida. A situação apresentada é alarmante, já que no mundo global “ser um empregado assalariado nem sempre garante padrões de vida decentes” – afirma o documento. Além disso, tem-se observado a implantação de uma agenda neoliberal no mundo, explicitada por propostas de flexibilização das leis trabalhistas, pelo crescimento da terceirização das atividades (situação em que as empresas transferem atividades para outras empresas), precarização das relações e condições de trabalho, perda de força dos sindicatos, aumento no número de trabalhadores autônomos e temporários etc. © Sh ut te rs to ck /L az yl la m a Aula 03 21Geografia 1B O desemprego pode ser classificado de quatro tipos: • Desemprego Conjuntural: É o desemprego causado por crises econômicas em determinados setores. É desemprego temporário, pois, passada a crise, as empresas normalmente voltam a contratar mão de obra. • Desemprego Estrutural: É uma das consequências da globalização da economia. É o desemprego ocasionado pela utilização de novas tecnologias ou sistemas de produção, que substituem a mão de obra. Este tipo de desemprego é muito cruel para o trabalhador porque significa eliminação definitiva emprego. Portanto, sem perspectiva de retorno do trabalhador ao antigo emprego. © Sh ut te rs to ck /M ar in aG rig or iv na Com a difusão da automação industrial e novos modelos de produção na indústria, esse setor é um dos principais em que se observa a ocorrência do desemprego estrutural. • Desemprego Institucional: Desemprego ocasiona- do pelas relações patrão-empregado que são onero- sas devido à legislação. Este tipo de desemprego se verifica no Brasil e em outros países, que apresentam carga tributária grande. • Desemprego Funcional: se refere às condições de uma pessoa que trabalha, mas seu salário não lhe garante sustento. Há também a chamada Taxa de desalento ou população desalentada, que é definida como aquela que está fora do que se chama força de trabalho por não conseguir emprego, não tinha experiência que é uma das exigências presentes no mercado de trabalho, ou era muito jovem ou idosa. Em relação ao primeiro trimestre de 2019, o número de desalentos era de 4,93 milhões de pessoas. ESCRAVIDÃO MODERNA Infelizmente, ainda persistem quadros de escravidão observados no mundo. São situações em que a pessoa não recebe pagamento pelo seu trabalho e a liberdade lhe é privada, podendo receber castigos. Dos exemplos mais comuns observados relacionados à chamada es- cravidão moderna, podemos destacar as atividades nas fábricas (em especial na Ásia), em áreas rurais ou ainda exploração sexual. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) é uma agência multilateral da ONU res- ponsável pela fiscalização no cumprimento de normas, convenções e recomendações internacionais referentes ao trabalho. O Brasil voltou a figurar entre os países que merecem destaque no mundo