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Aspectos do século XIX – II 3B História 09 Aula 1 Nacionalismos Na Europa do século XIX, proliferaram os mais diver- sos grupos étnicos, linguísticos e históricos. O Império Russo, por exemplo, possuía mais de 200 etnias, numa babel de línguas, de cultura e de religião. A Revolução Francesa consagrou “o direito dos povos disporem de si próprios” e a obrigação dos governantes de colocarem em prática a “vontade da nação”. Hinos patrióticos, bandeiras e obras de intelectuais e políticos endossam o movimento das nacionalidades. Uma outra fonte do nacionalismo está na tradição, no retorno ao passado e no culto de seus particularismos. “A construção da nacionalidade, em sua artifi- cialidade, frequentemente recorre a elementos da tradição, em que o passado é mitificado, criando heróis e momentos épicos que são apresentados como definitivos na formação do povo e da nação. Obras de Literatura e Música, e a construção de uma “História Nacional”, são algumas das formas de se construir uma nacionalidade. A identidade cultural é apresentada como natural e harmônica, quando nem sempre os valores desse povo tive- ram tal coesão e harmonia [...]” SILVA, Kalimia Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006, p. 310. Em resumo, o nacionalismo representa uma ideo- logia unificadora, elaborada intencionalmente para garantir a coesão do povo no Estado. É preciso não es- quecer que esta ideologia foi uma das responsáveis por diversos conflitos armados e que foi também essencial na ideologia fascista e nazista. Unificação da Itália O Congresso de Viena assinalou a divisão da Itália em sete estados soberanos, submetidos parcialmente à ocupação austríaca. O processo de unificação da Itália caberia ao Reino Sar- do-Piemontês, mais avançado política e economicamente. A reação a essa partilha e fragmentação da Itália se fez pelo movimento liberal-nacionalista italiano. Acontece que os patriotas italianos estavam divididos. Uma corrente, denominada Jovem Itália, sob a liderança de Mazzini, desejava realizar a unidade política em torno de um regime republicano. Eram os mais revolucionários. Os moderados, liderados por Gioberti, pretendiam formar uma confederação sob a liderança do Papa. Por fim, a terceira corrente, agrupada em torno do jornal II Risorgi- mento, era liderada pelo Conde Camilo Cavour, partidário da realização da unidade política em torno do Reino Sardo- -Piemontês e sob um regime monarquista constitucional. Itália antes da unificação Ta lit a Ka th y Bo ra Em 1848, a grande crise do capitalismo, que sacudiu toda a Europa, precipitou a crise política na Itália. 2 Extensivo Terceirão Os diversos movimentos revolucionários italianos de 1848 fracassaram. O rei sardo-piemontês Carlos Alberto, derrotado pelos austríacos, teve de abdicar em favor de seu filho Vítor Emanuel II. O rei Vítor Emanuel II nomeou, como seu principal ministro, Camilo Benso, conde de Cavour. Este logo com- preendeu que havia necessidade de um aliado externo para derrotar os austríacos. Este aliado surgiu na pessoa de Napoleão III, que tinha simpatia pela causa italiana e era contrário aos tratados de Viena. Em 1859, começou a guerra; tropas austríacas in- vadiram a Itália e foram derrotadas pelos franceses em Magenta e Solferino; abandonaram a Lombardia, que foi entregue ao Reino Sardo-Piemontês. Aproveitando a situação após a retirada dos aus- tríacos, vários ducados italianos, como Módena, Parma, Toscana e Romagna, incorporaram-se à Monarquia Sardo-Piemontesa. Aparece então o legendário Garibaldi que, entre outras ações, participou da Guerra dos Farrapos no Brasil e foi um dos heróis da unificação italiana. Em Nápoles, Garibaldi encontrou-se com o rei Vítor Emanuel II, que havia conquistado os Estados Pontifícios. ALDI, Pietro. Encontro de Garibaldi e o Rei Emanuel II em Teano, Itália. 1886. 1 afresco, color.; Fondazione Musei Senesi, Itália. Garibaldi e o Rei Vítor Emanuel II Em 1861, um Parlamento Nacional, reunido em Turim, proclamou Vítor Emanuel rei da Itália. Aproveitando a oportunidade oferecida pela guerra entre Áustria e Prússia, Vítor Emanuel adquiriu a Venécia. Em 1870, completou-se a unificação italiana com a ocupação de Roma. O papa Pio IX refugiou-se no Vatica- no, dando início à Questão Romana (1870 - 1929). Em 1929, esta situação foi resolvida pelo Tratado de Latrão, entre Mussolini e Pio XI, em que se reconheceu o poder temporal do Papa como chefe do Estado do Vaticano, situado dentro da cidade de Roma. Outra questão não resolvida foi a situação de minorias italianas nas províncias de Tirol, Trentino e Ístria. Nestas regiões, irrompeu um movimento de caráter nacionalis- ta: o Irredentismo. Ao final da Primeira Guerra Mundial, partes destas regiões foram incorporadas à Itália. Unificação da Alemanha Após o Congresso de Viena, existiam 38 Estados inde- pendentes que formavam a Confederação Germânica. A política internacional era coordenada por uma Dieta que se reunia em Frankfurt, sob a presidência da Áustria. Prússia e Áustria eram os Estados mais importantes da Confederação. Por inspiração da Prússia, foi criado o zollverein, uma liga aduaneira que aboliu os impostos alfandegários entre vários estados germânicos, com exclusão da Áustria. A partir de 1861, começou a governar a Prússia Gui- lherme I, um apaixonado pelas questões militares, que fez uma reforma radical em suas forças armadas. O exército da Prússia logo se transformou no melhor da Europa. Um hábil político, Bismarck, que tinha ocupado, entre outros cargos, o de embaixador na Rússia e na França, também foi convocado como ministro. Bismarck pertencia à classe dos junkers, aristo- cratas agrários, em que se buscavam as altas patentes do exército e da burocracia prussiana. BRADY, Mathew. Retrato de Otto von Bismarck. 1860-1865. National Archives and Records Administration (NARA), Estados Unidos. Bismarck © U. S. N at io na l A rc hi ve s a nd R ec or ds A dm in ist ra tio n, E st ad os U ni do s Para unificar a Alemanha, a Prússia teve de vencer três guerras: a Dinamarca em 1864; a Áustria em 1866 e a França em 1870. Pelo Tratado de Frankfurt, a França perdeu a Alsácia e parte da Lorena e ainda teve de pagar uma pesada indenização. Na unificação da Alemanha, encontramos os germes da Primeira Guerra Mundial. De um lado, a unificação tardia impediu que a Alemanha partici- passe da corrida imperialista; do outro, a perda da Alsácia-Lorena pelos franceses fez com que estes desejassem uma revanche. Aula 09 3História 3B Grã-Bretanha Durante o século XIX, a Grã- -Bretanha teve um espetacular progresso material tornando-se a maior potência mundial. Governo liberal; relativa estabilidade social e grande propriedade em decorrên- cia da Revolução Industrial. O surto geral de prosperidade beneficiava uma minoria. No co- meço do século XIX, as condições de vida dos trabalhadores eram das piores. No plano político, a grande maioria da população não podia votar, daí os distúrbios e arruaças. Alterando-se no poder, os whigs (liberais) e os tories (conservadores) alternavam medidas de reformas, acompanhadas de ações repres- sivas. A emancipação católica, a ampliação do direito de voto foram exemplos de ações reformistas; já a repressão aos cartistas denotou a limitação das reformas. Após a guerra da Crimeia (1854 - 56) emergiram dois notáveis políticos: William Gladstone e Benjamin Disraeli. Havia uma forte competição entre os dois. “Isso aconteceu duran- te a aprovação do Projeto de Reforma de 1867. Primeiro, Gladstone liderou os liberais em favor de uma medida para ampliar o direito de voto, medida essa que fracassou, forçando-o a solicitar sua de- missão... Então, Disraeli apre- sentou um projeto que devia dar o direito de voto à gran- de maioria dos trabalhadores citadinos, muito mais do que Gladstone pretendera, e o projeto foiaprovado”. PERRY, Marvin e outros. Civilização Ocidental: uma história concisa. São Paulo: Martin Fontes, 2002, p. 562. Um problema que nem Gladstone e nem Disraeli conse- guiram resolver foi a “questão da Irlanda”, cuja população católica ambicionava a independência polí- tica. A crise econômica e social, especialmente a grande fome de 1846-47 fez com que muitos irlandeses emigrassem para os Estados Unidos. No final do século XIX surgiu um partido trabalhista independente. Nas eleições de 1906, o Partido Trabalhista já possuía 29 membros na Câmara dos Comunas. Estados Unidos Expansão territorial A Marcha para o Oeste significou a incorporação de territórios interiora- nos por desbravadores e colonos pioneiros. Uma série de fatores contribuiu para essa expansão: a escassez de terras na faixa atlântica; o grande afluxo de imigrantes europeus; a descoberta de jazidas auríferas, que ocasionou a corrida do ouro; a conquista de áreas de pastagens para criação de rebanhos; a necessidade de matérias-primas e de alimentos para o desenvolvimento econômico local; e a construção de ferrovias. Em razão da resistência que demonstraram durante a Marcha para o Oeste, milhões de indígenas foram exterminados. O cristianismo, o cavalo, as armas de fogo e o álcool alteraram substancialmente o modo de vida dos nativos. As doenças ceifaram milhares de vida. Nem os sucessivos governos e muito menos os colonos respeitaram as culturas dos diversos povos indígenas, e a ocupação de seus territórios se deu através do massacre indiscriminado da população nativa. A compra da Louisiana (da França, em 1803) e da Flórida (da Espanha, em 1819) aumentou muito o território dos Estados Unidos. A guerra com o México (1846-1848) consolidou o processo de expansão. A causa da guerra foi a revolta de colonos norte-americanos instalados no Texas, que proclamaram a República Independente do Texas. Os mexicanos reagiram, mas os Estados Unidos entraram na guerra lutando ao lado dos texanos e o México foi derrotado. A paz foi reafirmada no Tratado de Guadalupe-Hidalgo, que fez os mexicanos reconhecerem a perda do Texas, além de cederem o território do Novo México da Califórnia, de Nevada, Utah e do Arizona. A compra de Oregon (da Inglaterra) e do Alasca (da Rússia, em 1867) completou o expansionismo estadunidense. Expansão territorial EUA Lu ci an o D an ie l T ul io 4 Extensivo Terceirão Guerra de Secessão (1861-1865) As divergências entre os estados industrializados do Norte e os estados agrícolas e escravistas do Sul eram enormes. A questão da abolição da escravatura dividia nortistas e sulistas. Abraham Lincoln venceu a eleição, em 1860, apoiado pelo Norte, levando os estados escravistas do Sul a se separarem da União e formarem uma Confederação. A princípio, pode parecer que os estados sulistas só se separaram porque Lincoln prometera, durante sua campanha, abolir a escravidão; porém, a questão das tarifas foi bastante significativa. As tarifas protecionistas interessavam à burguesia industrial do Norte, mas prejudicavam os latifundiários do Sul. Estes teriam de pagar mais pelos produ tos industrializados importados da Europa. Lincoln tentou evitar a guerra garantindo aos sulis- tas que não proibiria a escravidão nos estados onde ela ainda não fosse ilegal. Mesmo assim, em 20 de dezembro de 1860, a Carolina do Sul decidiu afastar -se da União. Mississipi, Flórida, Alabama, Geórgia, Louisiana e Texas seguiram o exemplo. Estavam formados os Estados Confedera- dos da América, com capital em Richmond, na Virgínia. Jefferson Davis foi eleito presidente da Confederação. O Norte era rico, industrializado e mais populoso (28 milhões de habitan tes); já o Sul, agrícola e com apenas 9 milhões de habitantes, estava em nítida desvantagem. A marinha nortista era bastante poderosa. Isso foi importante, pois, duran te a guerra, os portos do Sul foram bloqueados, dificultando a exportação de algo- dão, assim como a importação de armas e suprimentos. O Sul, por sua vez, tinha bons cavaleiros e atiradores e ótimos comandantes. O início da guerra foi favorável aos sulistas. O presidente Lincoln adotou medidas radicais, objetivando obter apoio para a União. Entre essas medidas, contava-se o Homestead Act (1862), que concedia gratuitamente terras no Oeste (65 hectares) a quem se obrigasse a nelas per manecer por cinco anos sem utilizar mão de obra escrava; em 1863, aboliu-se a escravidão nos estados confederados, com o intuito de levar os ex-escravos a não colaborarem com o exército do Sul. Após a Batalha de Gettysburg (1863), o Norte tomou a ofensiva. A guerra terminou em 9 de abril de 1865, quando o general sulista Ro bert Lee se rendeu, no Tribunal de Appomattox, ao comandante das forças da União, general Ulisses S. Grant. Testes Assimilação 09.01. (UFU – MG) – “Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de Deus, ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei dos Portugueses, e a seus herdeiros, ‘in perpetuum’. Está claramente demonstrado que, como bom filho e príncipe católico, prestaste inumeráveis serviços a tua mãe, a Santa Igreja, (...) Por isso, nós atendemos às qua- lidades de prudência, justiça e idoneidade de governo que ilustram a tua pessoa, tomamo-la sob a proteção de São Pedro e nossa, e concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao teu excelso domínio o reino de Portugal (...)” Disponível em: <http://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-docu- mento-fundador-do-reino/>. Acesso em 06 de mar. 2018. Em 23 de maio de 1179, o Papa Alexandre III emitiu uma bula, declarando D. Afonso Henriques soberano de Portugal. Esse trecho do documento é testemunho do surgimento precoce da primeira nação europeia. A aliança entre a nobreza e a burguesia (abençoada pela Igreja) enfraqueceu os senhores feudais, dando início ao aparecimento dos Estados Nacionais. Esse processo se arrastaria até o século XIX quando surgiu a última nação por meio da unificação de reinos. De acordo com as informações dadas, a nação referida no trecho em destaque é a) Alemanha. b) Itália. c) França. d) Inglaterra. 09.02. (UFRGS) – Após o fim da Guerra Civil norte-americana (1861-1865), antigos soldados confederados e proprietários rurais sulistas organizaram a Ku Klux Klan, grupo que teria influência duradoura na história política norte-americana. Assinale a alternativa que indica características ideológicas e práticas dessa organização. a) Defesa da supremacia branca e da segregação racial nos Estados Unidos. b) Tentativa de construção de um governo socialista no Sul norte-americano. c) Adoção de uma plataforma de integração racial em todo o país. d) Rejeição ao Cristianismo como a principal religião dos Estados Unidos. e) Implementação de um governo independente nos esta- dos do Norte estadunidense. Aula 09 5História 3B 09.03. (UERJ) – A terceira segunda-feira de janeiro é o dia oficial para recordação de um dos mais famosos líderes na luta pelos direitos civis, pelos direitos humanos e pela paz: Martin Luther King. Em sua criação, em 1986, um número limitado de estados da federação norte- -americana adotou o feriado. Na Carolina do Norte e na Carolina do Sul, por exemplo, houve objeções. Somente no ano de 2000, o feriado passou a vigorar em todo o país. Adaptado de usafederalholidays.com. O estabelecimento de feriados nacionais é uma decisão política e se relaciona com as particularidades históricas e culturais das sociedades. No caso norte-americano, a não adoção do dia de Martin Lu- ther King em todos os estados da federação, desde a criação do feriado, está associada ao seguinte aspecto: a) conflitos da disputa partidária b) heranças da segregação racial c) limitações da ordem democrática d) tradições do puritanismo religioso 09.04. (ESPM – SP) – Em 1865, encerrada a Guerra de Secessão, morto assassinado Abraham Lincoln, o vice-presidente Andrew Johnson governou uma re- construçãodifícil. Sob a presidência de Ulisses Grant, a começar pelo Tennessee, em 1870, os sulistas bran- cos promulgaram leis contra o casamento inter-racial. Cinco anos depois, o Tennessee adotou a primeira Lei Jim Crow e o resto do sul o seguiu rapidamente. O termo ‘Jim Crow’, nascido de uma música popular, refere-se a toda a lei (foram dezenas) que determinasse o afastamento entre negros e brancos nos trens, estações ferroviárias, hotéis, barbearias, restaurantes, teatros e escolas. Em 1885, a maior parte das escolas sulistas foram divididas em instituições para brancos e outras para negros. (Leandro Karnal. História dos EUA) O texto trata de efeitos da Guerra de Secessão que afetaram a sociedade dos EUA e que apenas nas décadas de 1950 e 1960 foram sendo derrubados pela Suprema Corte. A alter- nativa que melhor demonstra o que as chamadas Leis Jim Crow consagravam é: a) integracionismo; b) escravismo; c) cordialidade; d) segregacionismo; e) reconciliação. Aperfeiçoamento 09.05. (PUCCAMP – SP) – O que singulariza o pessimis- mo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado levou mais a sério do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da humanidade. MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172. O culto do progresso e da ciência, bem como o nacionalismo compuseram a mentalidade de parte das elites europeias do século XIX, período em que diversas burguesias atua- ram em prol da unificação nacional, em seus países. Nesse contexto, Itália e Alemanha, em comparação com outras nações europeias, a) tardaram a se unificar, pois abrigavam diferentes povos e dialetos, além de sofrerem oposição do Império Austríaco a essa unificações. b) tiveram processos pioneiros de unificação, uma vez que o interesse na unificação da moeda e no estabelecimento de barreiras alfandegárias visando o progresso econômico prevaleceu sobre as diferenças internas existentes. c) enfrentaram poucos obstáculos em seu processo de unificação, por contarem com a pronta adesão de nobres que controlavam pequenos reinos autônomos, a quem não interessava a perda do poder local. d) contaram com o apoio do Vaticano para se tornarem Estados-nações, pois a Igreja Católica optou por apoiar as burguesias em ascensão e, dessa forma, continuar influente nesses países. e) conquistaram sua condição de Estado-nação após séculos de guerras internas sangrentas, uma vez que autoridades monárquicas mobilizaram grandes exércitos populares para se oporem às burguesias. 09.06. (ACAFE – SP) – No final do século XIX e início do sécu- lo XX, os Estados Unidos continuavam com sua posição para influenciar a política e a economia do continente americano. Nesse contexto é correto afirmar, exceto: a) No início do século XX os Estados Unidos conseguiram um acordo diplomático com a Colômbia para a construção do Canal do Panamá, ligando o Atlântico ou Pacífico. Os dois países passaram a controlar o fluxo de embarcações pelo canal. b) Mesmo após sua independência e a revolução de 1959, Cuba tem até hoje em seu território uma base militar estadunidense, localizada na Baía de Guantánamo. c) Intervindo nas lutas camponesas na Nicarágua, os EUA atuaram militarmente neste país em 1909, ocupando-o até 1933 e colocando no poder políticos aliados aos seus interesses. d) As intervenções militares realizadas na América Latina e que garantiam aos Estados Unidos investimentos vantajo- sos, estavam de acordo com a política do Big Stick (“gran- de porrete”) iniciada no governo de Theodore Roosevelt. 6 Extensivo Terceirão 09.07. (PUC – RJ) – Disponível em: <www.iwmshop.org.uk/images/ prod_12784.jpg>. Acesso em: 19 set. 2016. O cartaz acima mostra Lord Kitchener, Secretário de Es- tado da Guerra do governo britânico, entre 1914 e 1916, conclamando a população a se alistar nas forças armadas britânicas por ocasião da Primeira Guerra Mundial. O cartaz põe em destaque: a) o igualitarismo. b) o nacionalismo. c) o eurocentrismo. d) o regionalismo. e) a xenofobia. 09.08. (UFRGS) – Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que está correta em relação ao processo de unifica- ção italiana, concluída na segunda metade do século XIX. a) O Congresso de Viena concluiu o processo de integra- ção nacional italiano na medida em que este veio ao encontro dos interesses das elites locais. b) O processo de unificação nacional resultou das fortes pressões da burguesia do sul do país, cuja economia demandava um mercado interno homogêneo, dinâmico e integrado para a colocação da sua moderna produção industrial. c) A construção do Estado Nacional implicou enfrentar e expulsar as tropas de ocupação pertencentes aos impérios britânico, russo e espanhol, estabelecidas na Península Itálica desde os acontecimentos de 1848. d) O movimento de unificação partiu das áreas mais in- dustrializadas, teve forte presença de uma burguesia interessada na ampliação do mercado interno e foi sustentado pela ideologia do nacionalismo. e) A consolidação da formação do Estado nacional italiano ocorreu com a anuência do papa Pio IX e o reconheci- mento, pelo primeiro-ministro Cavour, da existência e da soberania do estado do Vaticano, após as negociações da Questão Romana. 09.09. (UNESP – SP) – As unificações políticas da Alemanha e da Itália, ocorridas na segunda metade do século XIX, alteraram o equilíbrio político e social europeu. Entre os acontecimentos históricos desencadeados pelos processos de unificações, encontram-se: a) a ascensão do bonapartismo na França e o levante operário em Berlim. b) a aliança da Alemanha com a Inglaterra e a indepen- dência da Grécia. c) o nacionalismo revanchista francês e a oposição do Papa ao Estado Italiano. d) a derrota da Internacional operária e o início da União Europeia. e) o fortalecimento do Império austríaco e a derrota dos fascistas na Itália. 09.10. (UDESC) – Leia atentamente o texto a seguir: “Existem hoje, sobre a Terra, dois grandes povos que, tendo partido de pontos diferentes, parecem adiantar-se para o mesmo fim: são os americanos e os russos (...) Para atingir a sua meta, o primeiro apoia-se no interesse pessoal e deixa agir, sem di- rigi-las, à força e à razão dos indivíduos. O segun- do concentra num homem, de certa forma, todo o poder da sociedade. Um tem por principal meio a liberdade; o outro, a servidão. O seu ponto de par- tida é diferente, os seus caminhos são diversos; não obstante, cada um deles parece convocado, por um desígnio secreto da Providência, a deter nas mãos, um dia, os destinos da metade do mundo.” (Tocqueville, Alexis de. A democracia na América, 1835) A partir deste trecho, publicado por Tocqueville em 1835, é correto afirmar que o autor: a) refere-se às políticas imperialistas que, mesmo pautadas em princípios diferentes, podiam ser observadas tanto nos Estados Unidos quanto na Rússia do século XIX. b) refere-se, evidentemente, ao período da Guerra Fria e ao governo de Gorbachev, na Rússia. c) refere-se aos resultados da Primeira Guerra Mundial, ao papel representado por Lenin, no governo da Rússia, e por Roosevelt, no governo norte-americano. d) relaciona os princípios básicos da democracia às práticas do governo russo do século XIX. e) analisa os resultados da Revolução Russa e as atitudes de retaliação do governo norte-americano. Aula 09 7História 3B Aprofundamento 09.11. (UEL – PR) – Sobre a unificação da Itália (1870) e da Alemanha (1871), analise as afirmativas abaixo: I. Os movimentos liberais, que nesses países assumiram um aspecto fortementenacionalista, tiveram importante participação no processo de unificação. II. A ausência de guerras ou revoltas marcou a unificação italiana e alemã. III. O processo de unificação acelerou o desenvolvimento do capitalismo na Alemanha e na Itália, o que resultou em disputas que desembocaram na Primeira Guerra Mundial. Assinale a alternativa correta. a) Apenas a afirmativa II é verdadeira. b) Apenas a afirmativa III é verdadeira. c) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. 09.12. (MACK – SP) – A charge acima ironiza a política externa norte-americana, durante o governo de Theodore Roosevelt (1901-1909), a diplomacia do Big Stick (“grande porrete”). Mesmo após o fim do seu mandato, essa política continuou a ser praticada pelos presidentes que o sucederam, como atesta o período histórico, conhecido como Guerra das Bananas (1898-1934). Dentre as assertivas abaixo, que apontam e analisam fatos históricos relacionados a essa política diplomática, assinale a INCORRETA. a) Durante o governo de Roosevelt, entrou em vigor a Emenda Platt, um dispositivo legal adicionado à constituição de Cuba, após sua independência, permitindo aos Estados Unidos intervirem no país, caso seus interesses fossem ameaçados. b) A ideologia do Big Stick levou à expansão da marinha de guerra norte-americana, presente na maior parte desses conflitos, a fim de garantir, por meio da intervenção militar e ocupação de países, a defesa dos interesses estadunidenses. c) Os Estados Unidos, inconformados com a independência do Panamá, perante a Colômbia, invadem e ocupam o país, a fim de garantir que as obras para a construção do Canal, ligando o Atlântico ao Pacífico, fossem concluídas, permanecendo no país, até 1999. d) Diversos países foram afetados por essa política, tais como: Cuba, Panamá, Haiti, Nicarágua, México, Hondu- ras, República Dominicana – além do território de Porto Rico – anexado durante a Guerra Hispano-Americana, de 1898. e) As intervenções militares estavam conectadas à pre- servação dos interesses comerciais estadunidenses na região, principalmente, da United Fruit Company, que tinha investimentos significativos em diversos países da região, em plantações de produtos tropicais. 09.13. (PUCCAMP – SP) – No final do XIX, as regiões de população germânica (que posteriormente integrariam a Alemanha) passaram por um processo de formação de um Estado nacional. Esse processo foi caracterizado a) pela ratificação, por meio de um amplo plebiscito, da decisão de que a língua e a cultura alemã fossem con- sideradas “nacionais” em todas as regiões habitadas por povos da raça ariana. b) pela adesão das elites burguesas vinculadas a diferentes estados ao movimento cultural do romantismo, que se impôs com forte carga nacionalista e como forma de a jovem burguesia de Viena se contrapor às velhas aristocracias alemãs. c) por violentas guerras travadas entre o exército da Prús- sia, liderado por Bismarck, contra a França e a Áustria para consolidar um Império Alemão sob o comando de Guilherme I. d) pelo apoio dos Habsburgos à formação de um império vizinho que irmanasse as duas principais regiões de língua alemã (Alemanha e Áustria) a fim de consolidar uma aliança política entre Estados distintos, porém an- corada na identidade comum possibilitada pela cultura germânica. e) pelo impacto positivo da reformulação de leis alfandegá- rias que contribuíram para criar um próspero “mercado comum alemão”, favorecendo o desenvolvimento da região e estimulando o nacionalismo popular que re- sultaria em movimentos revolucionários camponeses pró-unificação. 09.14. (FGV – SP) – Em 1864, o conselho geral da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) incumbiu Karl Marx de redigir uma carta endereçada a Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, por ocasião de sua reeleição. Nessa carta, Marx felicitava o estadunidense e relacionava a luta contra a escravidão na América aos interesses e demandas das classes trabalhadoras. © B et tm an n/ CO RB IS 8 Extensivo Terceirão A respeito do contexto histórico dessa carta, é correto afirmar: a) Nos Estados Unidos da América, desenrolava-se a Guerra de Secessão, provocada pela separação das unidades federativas que desejavam a manutenção da escravidão. b) A AIT foi fundada em 1864 como uma organização internacional que se propunha representar tanto a classe operária quanto setores da pequena burguesia democrática. c) A Guerra Civil Americana foi provocada pelas ligações do então presidente Abraham Lincoln com a esquerda comunista internacional liderada pelo filósofo alemão Karl Marx. d) Na Europa, a fundação da AIT representava uma ten- tativa de canalizar as lutas operárias para o interior das instituições políticas da sociedade burguesa, através da participação eleitoral. e) A reeleição de Abraham Lincoln só foi possível devido à extensão do direito universal de voto a todos os estadunidenses, independentemente de sua condição racial ou social. 09.15. (UERJ) – Fonte: adorocinema.com O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, publicado postumamente e popularizado pelo cineasta italiano Luchino Visconti, narra a decadência da nobreza e a ascensão de uma nova classe na Itália do final do século XIX, endinheirada, destituída de sangue azul, mas ávida para comprá-lo. A astúcia do aristocrata Tancredi o levou a perceber a necessidade de sobre- vivência numa nova realidade. Em uma de suas falas, ele diz: “Se nós não estivermos presentes [na unifi- cação], eles aprontam a República. Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude. Fui claro?”. Adaptado de revistabula.com. A frase do personagem Tancredi no filme O Leopardo sin- tetiza a postura da nobreza italiana em meio ao processo de unificação nacional na década de 1860. Apresente uma característica da unificação italiana que justifique a frase do personagem. Aponte, ainda, um efei- to socioeconômico dessa unificação para o continente americano. 09.16. (UFF – RJ) – À época de Bismarck (1871–1890) as- sociam-se alguns elementos que vieram a reforçar o capita- lismo industrial e financeiro na Alemanha recém-unificada. Assinale a opção que contém referências vinculadas ao momento político mencionado. a) Vitória dos cristãos-sociais mais moderados ao impor reformas do sistema de trabalho na década de 1880, greve dos mineiros do Ruhr, emigração maciça para o continente americano, imposição do livre comércio de importação e exportação em 1879. b) Zollverein ou união aduaneira alemã, abolição do regi- me político federal no Império Alemão, diminuição da influência dos Junkers prussianos, dissolução da Aliança do Centeio e do Aço. c) Unificação monetária alemã, extensão das ferrovias, de- saparecimento de numerosas pequenas empresas após a crise financeira de 1873, imposição do protecionismo alfandegário em 1879. d) Financiamento de seguros sociais pelo Reichsbank para aliviar tensões, condução a um período de paz social através da unidade alemã, privatização das ferrovias, entrada da Alemanha na corrida colonial ao anexar a Etiópia. e) Sacrifício da agricultura à indústria, reforço da posição dos industriais determinado pelo “novo curso” ligado ao chanceler Caprivi, formação, no Reichstag, da maioria chamada “do Cartel”, favorável ao grande capitalismo e a medidas antissindicais em 1879. Aula 09 9História 3B 09.17. Por que a unificação da Alemanha foi um dos fatores que desestabilizou a geopolítica europeia? Desafio 09.18. (FUVEST – SP) – www.google.com.br Há meses os jornais londrinos – The Times, The Economist, The Examiner, Saturday Review – têm repetido a mesma ladainha sobre a Guerra Civil 09.01. a 09.02. a 09.03. b 09.04. d 09.05. a 09.06. a 09.07. b 09.08. d 09.09. c 09.10. a 09.11. d 09.12. c 09.13. c 09.14. a 09.15. O processo de unificação italiana ocorreu em meadosdo século XIX sendo con- cluído em 1871. Para impedir mudanças sociais significativas a elite do país preferiu adotar uma monarquia constitucional im- pedindo a adoção do modelo republicano afastando o povo das grandes decisões políticas. O processo de unificação foi feito de cima para baixo, beneficiando a elite. Desta forma, após a unificação política do país, ocorreu uma intensa imigração para a América, em especial ao Brasil para substi- tuir os escravos na lavoura cafeeira. 09.16. c 09.17. Unificada, a Alemanha acelerou o seu processo de industrialização e saiu em busca de mercados,enfrentando a con- corrência britânica. A disputa por mer- cados foi uma das causas da Primeira Guerra Mundial. 09.18. a) Segundo o texto, o choque entre o pro- tecionismo do Norte industrializado e o livre-cambismo do Sul agroexportador. b) O fim da Guerra de Secessão trouxe consigo o fim da escravidão, mas não inseriu os negros sulistas nos direitos civis. Essa inserção foi a base da luta de King na década de 1960. Gabarito americana. Enquanto insultam os estados livres do Norte, defendem-se ansiosamente contra a suspeita de simpatizarem com os estados escravistas do Sul. Seus argumentos extenuantes são basicamente os seguintes. A guerra entre Norte e Sul é uma guerra de tarifas, entre um sistema protecionista e um sistema de livre-comércio, e a Inglaterra, claro, está do lado do livre-comércio. Ademais, a guerra não está sendo travada sobre qualquer questão de princípio; ela não se refere ao problema da escravidão, mas, sim, centra- se nos desejos de soberania do Norte. Karl Marx, A Guerra Civil norte-americana. Publicado originalmente em 25 de outubro de 1861, no jornal Die Presse. Adaptado. a) Com base no texto, explique os fundamentos econômicos e políticos da Guerra Civil norte-americana. b) Com base no texto e na imagem, na qual aparece, com destaque, o ativista Martin Luther King, relacione o movimento político a que ela se refere com os resultados da Guerra Civil. 10 Extensivo Terceirão História 3BAula 10 Imperialismos I Introdução No século XIX, houve uma grande expansão colonial europeia, em busca de mercados e de matérias- -primas, bem como pontos estratégicos nas colônias. Esse movimento se faz sentir, particularmente, na Ásia, na África e na Oceania. O antigo colonialismo europeu, mercantilista, interessava-se, particularmente, pelos metais preciosos e produtos tropicais. Já o expansionismo europeu do sé- culo XIX, contemporâneo da Revolução Industrial, além de estratégico, procurava novos mercados para a colo- cação dos produtos industrializados e matérias-primas indispensáveis. Portanto, como principais causas da expansão colonial europeia, podemos citar: • procura de novas fontes de matéria-prima (ferro, cobre, petróleo, trigo, algodão, etc.); • procura de novos mercados consumidores; • grande aumento populacional registrado na Europa, o que fez com que se procurassem novas áreas para o excesso de habitantes que continuariam a ser cidadãos de seus países de origem; • busca de bases estratégicas; • o desejo de aplicação de capitais; • os progressos tecnológicos, particularmente nas comunicações; • desenvolvimento de ideologias racistas que afirma- ram a superioridade da raça branca; • crença no progresso e o chamado darwinismo social (em que só os mais fortes devem sobreviver); • a visão etnocêntrica de mundo (etnocentrismo: atitude emocional que sustenta o grupo, a raça ou a sociedade a que uma pessoa pertence como supe- riores a outras entidades raciais, sociais ou culturais). Tal atitude encontrou-se associada ao desprezo pelo estrangeiro ou forasteiro, assim como por seus costumes. Lenin assim definiu o imperialismo: O imperialismo é um capitalismo na fase de desen- volvimento quando tomou corpo a dominação dos monopólios e do capital financeiro, quando ganhou significativa importância a exportação de capitais, quando se iniciou a partilha do mundo pelos trustes internacionais e terminou a repartição de toda a terra entre os países capitalistas mais importantes. A metralhadora foi o símbolo da expansão imperialista. Observe-a, com seu inventor Hiram Maxim, em 1880. Gl ow Im ag es /M ar y Ev an s/ Ill us tr at ed L on do n N ew s É bom não esquecer que nessa época a fusão do capital bancário com o capital industrial possibilitou o aparecimento do chamado capitalismo financeiro ou monopolista. Foi nessa época que ocorreu a formação de empre- sas gigantescas (os trustes). Desenvolveram-se asso- ciações (holdings) que passaram a deter o controle acionário de múltiplas empresas que passaram a atuar de forma coordenada. Os cartéis também entraram em cena: por meio deles, empresas, apesar de manterem plena autonomia em seus negócios, definiam uma política comum em relação aos preços e à divisão do mercado. Aula 10 11História 3B Britânicos na Índia Após a Guerra dos Sete Anos, a Índia, até então dominada pela França, passou para o domínio bri- tânico, pela Companhia das Índias Orientais. Dominando a ferro e fogo a resistência nativa, a Companhia ocupou quase todo o país no século XVIII, cabendo a administração a um Governador-Geral residente em Calcutá. No século XVIII, os funcionários da Companhia das Índias adotavam uma política de contatos frequentes e amistosos com a população local. A partir de 1840, a situação mudou e os servidores ficariam proibidos de participar de festas indianas. As consequências dessa política isolacionista foram graves. O expansionismo continuava. A região de Assam, as províncias de Sind e Punjab foram conquistadas. A tentativa de conquistar o Afega- nistão fracassou. De um exército de 16 mil homens, restou apenas um sobrevivente para contar o desastre. A política britânica em relação aos hindus era cada vez mais opressiva. Muitos territórios independentes foram anexados. Se o príncipe indiano não tivesse herdeiro legítimo, ou fosse considerado corrompido ou depravado, era deserdado. Isso tudo aumentava os sentimentos antibritânicos. Em 1856, lord Canning, Governador-Geral, baixou um decreto, obri- gando os recrutas do exército a servirem no além-mar, o que contrariava as regras hinduístas em relação às viagens ao exterior. Em Meerut, revoltaram-se os cipaios (soldados hindus que serviam no exército britânico). Dias depois, Déli estava em poder dos rebeldes. A classe média indiana e os siques do Punjab ficaram do lado dos ingleses, que, com dificuldades, dominaram a situação. Durante a guerra, atrocidades foram praticadas por ambas as partes. Estação Vitória em Bombaim, Índia Pela Lei da Índia de 1858, a Companhia da Índia Oriental foi desfeita. Todos os direitos foram transferidos para a Coroa. Em 1876, a rainha Vitória foi proclamada imperatriz da Índia. Os ingleses aprenderam a lição de interferir nos hábitos religiosos dos indianos. A partir de então, deviam-se levar adiante projetos econômicos e materiais, deixando de lado as questões sociais e culturais. A partilha da Ásia Th e Br iti sh L ib ra ry M ar ilu d e So uz a Charge retratando a atuação dos trustes. As pequenas empresas seriam levadas a cair numa armadilha, ou seja, o pró- prio truste — no caso, o grupo Mor- gan, do ramo de aço. Bi bl io te ca d o Co ng re ss o do s E st ad os U ni do s 12 Extensivo Terceirão “Negócios da China” Na China, os ingleses comercializavam o ópio, vi- ciando o povo e obtendo lucros fabulosos. O imperador chinês resolveu proibir esse comércio. Como represália, os ingleses resolveram intervir (foi a chamada Guerra do Ópio, vencida pelos ingleses). Com essa vitória, os ingle- ses obtiveram a Ilha de Hong Kong, além da autorização de comerciar em toda a China. Mais tarde, os Estados Unidos e a França obtiveram vantagens semelhantes às dos ingleses. Rússia, Japão, Alemanha e Itália também passaram a ter domínios na China. A maioria das concessões foi facilitadapela situação interna da China, agitada pela revolta dos Taipings. Os rebeldes eram contra os estrangeiros, pretendiam reali- zar uma reforma agrária e libertar a mulher da tradição confucionista. Acabaram sendo esmagados, graças à ajuda ocidental aos manchus. Em 1900, os ingleses, aliados a franceses, norte- -americanos, alemães, russos e italianos, derrotaram os nacionalistas chineses na Guerra dos Boxers. Quem eram os boxers? No princípio do século, a expressão Ye he quan (Punho de Justiça e de Concórdia) provinha de uma sociedade secreta criada no século XI. Foi a partir de 1898 que os boxers começaram a manifestar-se no norte da China. Atacaram as missões, os estabelecimentos estrangeiros e cortaram as linhas telefônicas e vias férreas. Os boxers, com o apoio de membros da Família Imperial, obtêm vitórias iniciais. A imperatriz Tseu-Hi passou para o lado das potências estrangeiras. A aliança de tropas estrangeiras sitiadas em Pequim derrotou os rebeldes. O governo da China teve de fazer mais concessões às potências imperialistas. Tudo isto contribuiu para que fosse proclamada a República na China, em 1912, e para que os comunistas desencadeassem uma virulenta campanha anti- -imperialista. O caso japonês Em julho de 1853, uma esquadra norte-americana obrigou os japoneses a abrirem seus portos ao comércio internacional. Em 1868, ocorreu uma revolução modernizadora no Japão, com a restauração da autoridade imperial. O jo- vem imperador Mutsuhito decidiu chamar o seu reinado de Meiji, que quer dizer Governo Iluminado. Graças a investimentos maciços em educação e à assimilação da tecnologia ocidental, o Japão transfor- mou-se, em menos de 50 anos, de uma sociedade feu- dal fechada, numa potência mundial industrializada. Soldados Franceses em Tianjin, China Bi bl io te ca d o Co ng re ss o do s E st ad os U ni do s “Depois de esmagada a oposição inicial, a mo- dernização procedeu-se... Uma nova constitui- ção, baseada no modelo prussiano-alemão, foi estabelecida. O sistema judicial foi reformado. O sistema educacional expandiu-se imensamente. O calendário foi alterado. O vestuário modificou- -se. Foi adotado um sistema bancário moderno. Convocaram-se técnicos da marinha inglesa para orientar a criação de uma esquadra moderna, e do estado-maior prussiano para ajudar na moderni- zação do exército... O estado estimulou a criação de rede ferroviária, telégrafos, e linhas de navegação; trabalhou em conjunto com empresários incipientes para desenvolver a indústria de ferro, aço e estaleiros, bem como para modernizar a indústria têxtil. Subsídios governamentais foram empregados no beneficiamento das exportações, no estímulo ao transporte marítimo e na criação de novas indústrias...” KENNEDY, Paul. Ascensão e queda das grandes potências. Rio de Janeiro: Campus, 1994, p. 203 Aula 10 13História 3B Testes Assimilação 10.01. (UFAM) – Ocorrida na década de sessenta do século XIX, tem sido tradicionalmente apontada como um momento revolucionário em que a sociedade japonesa rompe com seu passado feudal e avança para o desenvolvimento capitalista: a) A Guerra Sino-Soviética. b) A Ascensão Togugawa. c) A Restauração Meiji. d) A Batalha de Sekigahara. e) A Revolução do Xogunato. 10.02. “As transformações da economia mundial não pararam com o rompimento do sistema colonial. Na segunda metade do século XIX, a economia capitalista entrou num período de grande crescimento, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Esse crescimento refletiu-se na ampliação do comércio mundial e no enorme acúmulo de capitais entre os empresários das grandes potências. Calcula-se que 80% do capital mun- dial concentrou-se em nações ricas, como Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos.” COTRIM, Gilberto. História do Brasil e Geral. 3 Ed. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 300. Com base no texto e nos conhecimentos referentes à Revo- lução Industrial, é correto afirmar que os a) países europeus se desenvolveram somente no século XIX. b) países europeus acumularam capitais apenas no século XIX. c) países emergentes detinham 20% das riquezas. d) países industrializados buscaram ampliar seus mercados na África e na Ásia 10.03. (PUC – RJ) – Desde o último quartel do século XIX até o início da Primeira Guerra Mundial, no contexto de um capitalismo cada vez mais globalizado, grande parte do território africano foi partilhado entre um conjunto de Estados europeus. Indique qual destes Estados não fazia parte desse conjunto: a) Bélgica b) Grã-Bretanha c) Império Russo d) Itália e) Países Baixos 10.04. (UNESP – SP) – O “novo tipo de colonialismo” tem, entre suas características, a) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano. b) a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemo- nia norte-americana no comércio internacional e retomar posição de liderança na economia mundial. c) o esforço de criação de um mercado consumidor global, sem hierarquia política ou prevalecimento comercial de um país ou continente sobre os demais. d) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de obra disponível nas colônias remanes- centes na América e em ilhas do oceano Pacífico. e) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes eu- ropeus africanos, que favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra Mundial. Aperfeiçoamento 10.05. (VUNESP – SP) – Ao final do século passado, a domi- nação e a espoliação assumiram características novas nas áreas partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcaram o auge da hegemonia europeia. Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas: a) A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, era algo inimaginável para os ocidentais. b) A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente. c) A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano. d) A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missio- nários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas. e) O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em contato com o mundo exterior. 10.06. (UNICAMP – SP) – A expansão neocolonialista do século XIX foi acelerada, essenciaImente: a) pela disputa de mercados consumidores para produtos industrializados e de investimentos de capitais para novos projetos, além da busca de matérias-primas; b) pelo crescimento incontrolado da população europeia, gerando a necessidade de migração para África e Ásia; c) pela necessidade de irradiar a superioridade da cultura europeia pelo mundo; d) pelo desenvolvimento do capitalismo comercial e das práticas do mercantilismo. 10.07. (USC – BA) – “No século XVII, os tecidos leves de algodão representavam 60% a 70% das exportações indianas. Com industrialização, a Inglaterra produziu máquinas 350 vezes mais rápida o que um operário indiano. Graças à posição dominante, a Inglaterra pôde intro- duzir livremente seus tecidos na Índia. O resultado foi que, em menos de um século, a indústria dos al- godões indianos havia praticamente desaparecido.” Ferro. In: Vicentino, p. 337 14 Extensivo Terceirão A análise do texto e da relação entre Revolução Industrial, capitalismo e imperialismo permitem afirmar: a) A Índia enfrentou a concorrência inglesa, porque dispunha de um maior número de operários. b) Os tecidos ingleses, de pior qualidade que os indianos, pagavam altos impostos de circulação em âmbito local. c) O imperialismo inglês, na Índia, baseou-se nos princípios da cooperação e do respeito às tradições do artesanatolocal. d) A produção de tecidos foi desarticulada, porque os seus responsáveis desistiram da ajuda inglesa para a aquisição de máquinas modernas. e) A “posição dominante” da Inglaterra decorrida do poder econômico oriundo do capitalismo industrial e do poder político e militar, decorrente do imperialismo. 10.08. (PUCPR) – A partir da segunda metade do século XIX, as potências europeias começaram a disputar áreas coloniais na África, na Ásia e na Oceania. Seus objetivos eram a busca por fontes de matérias-primas, mercado consumidor, mão de obra e oportunidades de investimento. As justificativas morais para essa colonização, no entanto, estavam relacionadas com o que se chamava de darwinismo social, cujo significado é: a) O homem branco tinha a tarefa de cristianizar as popu- lações pagãs de outros continentes, resgatando-as de religiões animistas e de práticas antropofágicas. b) O homem branco de origem europeia estava imbuído de uma missão civilizadora, através da qual deveria levar para seus irmãos de outras cores, incapazes de fazer isso por si mesmos, as vantagens da civilização e do progresso, resgatando-os da barbárie e do atraso aos quais estavam submetidos. c) Os colonizadores europeus tinham a tarefa de ensinar os princípios fundamentais da democracia, ensinando aos povos colonizados o processo de governo demo- crático, permitindo- lhes se afastar de governos tirânicos e autocratas. d) A colonização tinha como tarefa repassar aos povos colonizados os fundamentos da economia capitalista, para que eles mesmos pudessem gerenciar as riquezas de seus territórios e, com isso, possibilitar o desenvolvi- mento social de seu país. e) Estudar, segundo uma perspectiva antropológica, a organização das sociedades colonizadas, conhecer seus princípios religiosos, políticos, culturais e sociais, com o objetivo de ajudar a preservá-los. 10.09. (UNIRIO – RJ) – “Foi essa consciência de nossa su- perioridade inata que nos permitiu conquistar a Índia. Por mais educado e inteligente que seja um indígena, por mais valente que ele se manifeste e seja qual for a posição que possamos atribuir-lhe, penso que jamais ele será igual a um oficial britânico.” Lord Kitchener, in: PANIKKAR, K. M., A Dominação Ocidental na Ásia. Tradução de Nemésio Salles, Rio de Janeiro: Saga, 1965, p. 160. A expansão imperialista europeia sobre o continente asiático, ao longo do século XIX e o início do século XX, atingiu uma de suas principais expressões na dominação britânica sobre duas das mais antigas civilizações da Ásia: a China e a Índia. Marque a opção abaixo que apresenta uma característica correta da dominação imperialista inglesa sobre a China ou a Índia. a) Na Índia, a extinção do sistema religioso de castas fa- voreceu a inclusão dos indianos na sociedade inglesa, porque foram utilizados como mão de obra barata no parque industrial da Inglaterra. b) Na China, a vitória militar dos ingleses sobre os exércitos imperiais chineses na Guerra do Ópio (1841) determinou a instalação do monopólio da Inglaterra sobre o comér- cio chinês de especiarias com o Ocidente. c) Na Índia, a dominação britânica provocou a destruição da economia tradicional voltada para a subsistência e sustentada por manufaturas têxteis incapazes de con- correr com a produção inglesa de tecidos de algodão. d) Na China, a hegemonia política e econômica inglesa im- pediu a atuação de outras potências imperialistas porque isolou o território chinês pelo Tratado de Pequim (1860). e) Na Índia, uma alta burocracia de indianos exercia a administração das áreas conquistadas para reduzir os custos elevados gerados pelos gastos militares com dominação imperialista. 10.10. (UEL – PR) – “A tomada de impressões digitais, inventada em Bengala, durante o domínio britânico na Índia, buscou uma nova maneira segura de identificar os súditos britânicos coloniais. Francis Galton, pai da eugenia moderna, esperava poder provar que elas revelavam a ‘raça’ de cada indivíduo. Mas em 1892, foi forçado a admitir o fracasso: não havia diferenças sistemáticas entre as impressões digitais dos grupos.” VINES, Gail. “Folha de S. Paulo”, 06 ago. 1995. Sobre o texto, é correto afirmar: a) Os ingleses confirmaram na Índia diferenças biológicas entre as raças através de experimentos científicos reali- zados no corpo humano. b) Na Índia, os súditos do Império Britânico, independen- temente de suas origens, desconheceram ações de discriminação ou segregação. c) As principais potências europeias estimulavam o de- senvolvimento da ciência e da tecnologia, nas suas espectivas possessões coloniais, para beneficiar as populações locais. d) Na Índia, a associação entre os ensaios científicos e a dominação política buscava comprovar a superioridade dos ingleses sobre os demais povos. e) Na Ásia, o colonialismo aliou à busca de novos mercados para o capital a valorização dos atributos raciais dos povos colonizados. Aula 10 15História 3B Aprofundamento 10.11. (FGV – SP) – A proclamação da República Popular da China em 1º. de outubro de 1949 e a eleição do gover- no presidido por Mao Tsé-Tung foram resultados da luta contra a ocupação da China por potências estrangeiras e contra o regionalismo que fortalecia os senhores de terra. O movimento camponês, liderado por Mao Tsé-Tung, sagrou-se vitorioso em outubro de 1949. Entretanto, as raízes desse movimento estão no século 19 e nas con- dições que se foram criando a partir da intervenção das potências estrangeiras, no início do século 20. (Carlos Guilherme Mota. História moderna e contemporânea, 1986) No que diz respeito às interferências estrangeiras nesse país, é correto afirmar que a) a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) terminou com a vitória do Império Russo e sua decorrente ação do impe- rialismo russo no processo de partilha de grande parte do território da China Imperial. b) as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860) garantiram à Inglaterra a abertura comercial da China e permitiram tam- bém que outras potências europeias e asiáticas revelassem seus interesses no Império Chinês. c) a guerra entre o Império Chinês e o Japão (1894-1895) resultou no enfraquecimento da China e no início da hege- monia alemã em grande parte desse país, principalmente por meio das amplas inversões de capitais. d) a Revolta dos Boxers (1898-1901) representou a luta das classes médias urbanas e da classe operária pela ampliação da cidadania político-eleitoral, contra os grandes senhores de terra e a República chinesa recém-proclamada. e) a Longa Marcha (1923-1927), organizada pelo Partido Comunista Chinês em aliança com o Partido Nacional do Povo, lutou contra as presenças estrangeiras na China, e foi derrotada pelos japoneses no momento da invasão da Manchúria. 10.12. (UEL – PR) – Sobre o processo histórico da denomi- nada Guerra do Ópio, ocorrida na China, em 1841, assinale a alternativa correta. a) Os Estados Unidos da América iniciaram a expansão para o Oriente, comercializando o ópio monopolizado pelos chineses, o que provocou uma guerra entre eles, encerrada com o acordo de divisão igualitária das cotas comerciais. b) O Japão, em suas conquistas imperialistas no continente asiático, travou uma guerra com a China pelo domínio do comércio do ópio na região; nesse processo, estabelece- ram o Tratado de Pequim, no qual Hong Kong passou ao domínio japonês. c) O império russo, parceiro da China no comércio do ópio, transportava-o para os portos de Xangai com maior agili- dade e altas taxas aduaneiras, o que fez com que exigisse a franquia desse produto. d) A Inglaterra, que dominava a comercialização do ópio na China, impôs aos chineses uma indenização por eles terem, a pretexto de proteger a saúde de sua população, confiscado e destruído uma grande carga de ópio. e) A França teve uma de suas colônias, o Afeganistão, como um grande produtor de ópio e concorrente comercial dos chineses, que monopolizavam essa atividadecom eleva- dos lucros; visando quebrar tal monopólio, os franceses bloquearam os portos chineses. 10.13. (UFTM – MG) – Comparando-se o colonialismo iniciado no século XVI com o neocolonialismo dos séculos XIX e XX, é correto afirmar: a) O primeiro centrou-se na colonização da África e da Ásia pelos países ibéricos, enquanto o segundo teve a América como principal área de domínio das potências europeias. b) Ambos foram justificados ideologicamente pela necessida- de de expansão do catolicismo por meio da catequese dos nativos que habitavam os continentes atingidos. c) O primeiro visava ao fornecimento de metais preciosos e produtos tropicais, já o segundo buscava conquistar mercados, áreas de investimento e matérias-primas estratégicas. d) Ambos se desenvolveram no contexto do capitalismo in- dustrial, mas com funções diferentes: o primeiro abastecia de metérias-primas a Europa e o segundo consumia seus excedentes. e) O primeiro baseou-se no liberalismo econômico, porém o segundo adotou princípios da política mercantilista, por exemplo, o monopólio e o metalismo. 10.14. (UEL – PR) – “Quando os britânicos chegaram pela primeira vez, Bengala era um dos lugares mais ricos do mundo. Os primeiros mercadores britânicos descreveram-na como um paraíso. [...] Lá havia ricas áreas agrícolas, que produziram um algodão de rara qualidade, e também uma indústria avançada para os padrões da época. Para se ter uma ideia, uma firma indiana construiu, du- rante as guerras napoleônicas, uma das naus para um almirante inglês. [...] Segundo [Adam] Smith, os ingle- ses destruíram primeiro a economia agrícola, depois transformaram a carência em fome coletiva. Uma maneira de fazer isso foi transformar terras agrí- colas em áreas para a produção de papoulas (já que o ópio era a única coisa que a Grã-Bretanha podia vender à China). Houve então fome em massa em Bengala. [...] A partir do século XVIII, a Grã-Bretanha impôs duras leis tarifárias para impedir que os produtos industriali- zados indianos competissem com a produção têxtil dos ingleses. Eles tiveram de enfraquecer e destruir as in- dústrias têxteis indianas, pois a Índia tinha uma relativa vantagem – utilizava um algodão de melhor qualidade, e um sistema industrial, em muitos aspectos, compará- vel ou superior ao britânico.” Fonte: CHOMSKY, N. “A minoria próspera e a multidão inquieta”. Tradução de Mary Grace Figheira Perpétuo. Brasília: UNB, 1999, p. 84-85. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a afirmativa correta: 16 Extensivo Terceirão a) A política comercial britânica refletia as ideias do liberalis- mo neo colonial. Postulavam e realizavam, assim, a total liberdade de produção e comercialização entre metrópoles e colônias. b) A Grã-Bretanha não abriu os mercados da China com o ópio das papoulas, pois a corte inglesa pressupunha o exercício da ciência e da preservação da conduta humana na constituição básica da civilização e dos direitos frente aos povos de outros continentes. c) A acumulação primitiva de capital advinda da abertura das terras públicas, como exemplo de liberdade de com- petição entre os camponeses, para o desenvolvimento da economia agrária, foi um dos fatores principais para a Revolução Industrial. d) A indústria têxtil inglesa e a Companhia de Navegação das Índias Orientais estabeleceram um ramo comercial e fabril articulado ao poder monárquico, impondo uma legislação de tarifas aduaneiras às outras metrópoles, impedindo-as de terem uma economia agrícola. e) O processo histórico de constituição do capitalismo bri- tânico representou, para as suas colônias na Ásia, uma destruição dos sistemas econômicos autóctones. 10.15. (UFAM – AM) – Em sua obra A Era dos Impérios, o historiador inglês Eric Hobsbawm comenta: “Os centenários foram inventados no fim do século XIX. Em algum momento entre o centésimo aniversá- rio da Revolução Americana (1876) e o da Revolução Francesa (1889) – ambos comemorados com as expo- sições internacionais de praxe – os cidadãos instruídos do mundo ocidental tomaram consciência do fato de que aquele mundo, nascido entre a Declaração de In- dependência, a construção da primeira ponte de ferro do mundo e a tomada da Bastilha, estava completando cem anos. Qual seria o resultado de uma comparação entre o mundo dos anos 1880 e dos anos 1780?” Sobre a conjuntura deste novo mundo a partir da década de 1880, podemos concluir: I. A concorrência entre as novas potências industrialmente mais bem equipadas resultou em concentrações e cen- tralizações do capital, gerando grandes empresas com poder suficiente para monopolizar segmentos inteiros do mercado. II. As potências capitalistas do Ocidente empreenderam uma política de ocupação territorial e econômica comumente denominada de Imperialismo. III. As rivalidades interimperialistas provocaram uma intensa militarização da concorrência internacional, o que conduziu à formação de dois blocos políticos e ideológicos antagô- nicos: o capitalista e o socialista. Dessas afirmações: a) Todas estão corretas; b) Apenas I e III estão corretas; c) Apenas II e III estão corretas; d) Apenas I e II estão corretas; e) Nenhuma está correta. 10.16. (UEPG – PR) – Denominação utilizada para expressar as práticas de nações política, econômica e militarmente poderosas na ampliação e controle de regiões, nações e/ou povos pobres, o Imperialismo marcou a história mundial contemporânea. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) A Guerra do Ópio, promovida pela Inglaterra contra a China, teve como motivação o desejo britânico de proi- bir o tráfico dessa substância para o continente europeu e como consequência o domínio político inglês sobre o território chinês. 02) Bélgica, França e Grã-Bretanha estão entre os países que estabeleceram práticas imperialistas no continente afri- cano ao longo do século XX. 04) Os países do continente americano sofreram, desde o início do século XIX, com a forte influência política e com a exploração econômica exercida pelos Estados Unidos. 08) Ações imperialistas podem ocorrer de diferentes formas. O colonialismo, ou seja, a soberania política – e conse- quente domínio econômico – é uma das faces do im- perialismo. 16) A produção em larga escala, resultado da Revolução Industrial, arrefeceu às práticas imperialistas das potên- cias europeias. A geração de riqueza dentro da própria Europa contribuiu para que as práticas de controle das periferias diminuíssem ao longo do século XX. 10.17. (UEPG – PR) – Em 1880, o primeiro-ministro francês Ju- les Ferry disse: “O imperialismo é filho da industrialização. Nos países ricos, onde o capital abunda e se acumula rápido, onde a indústria se expande de modo constante [...] onde a agricultura inclusive deve mecanizar-se para sobreviver, as exportações constituem um fator essencial para a prosperidade pública e as oportunidades para o capital e a demanda de mão de obra refletem a magnitude do mercado externo”. A respeito do imperialismo, assinale o que for correto. 01) Após disputar e dividir os mercados europeus, as potên- cias capitalistas se lançaram em busca de novos merca- dos fora desse continente. Ao final do século XIX, África, Ásia e América Latina tornaram-se alvos dessa disputa. 02) O argumento racial (superioridade branca) foi utilizado como justificativa pelos países imperialistas no seu pro- cesso de expansão em direção aos países periféricos. 04) A Índia foi um dos países que sofreram com o avanço do imperialismo capitalista. Dominado pelos ingleses, este país constituiu um importante ponto de apoio para a ex- pansão econômica britânica pelo Oriente. 08) O Brasil, maior potência imperialista na América do Sul do século XIX, impediu o avanço dos países europeus sobre o continente. Controlando política e cultural- mente os países vizinhos como Argentina, Uruguai e Paraguai, o Brasil se impôs como símbolo do imperia- lismo na América Latina. 16) Entre as potênciasimperialistas que avançaram sobre o território africano a partir do século XIX figuram: Alemanha, Holanda, Inglaterra e França. Aula 10 17História 3B 10.18. (FUVEST – SP) – A Índia exporta para a China vastas quantidades de ópio, para cujo cultivo possui facilidades peculiares. O ópio pode ser produzido em Bengala melhor e mais barato do que em qualquer outra parte do mundo; e a China oferece um mercado quase que ilimitado em suas dimensões. O gosto por essa droga espalhou-se pelo império, a des- peito das severas regulações para sua exclusão, e se diz que ele entrou no próprio palácio. Não obstante o consumo desse estimulante pernicioso eventualmente ser reprimido de um ponto de vista moral, é certo que ele promove diversos objetos que são igualmente desejáveis tanto pela Índia como pela Inglaterra. A Índia, ao exportar ópio, auxilia o fornecimento de chá à Inglaterra. A China, ao consumir ópio, facilita as operações de receita entre a Índia e a Inglaterra. A Inglaterra, ao consumir chá, contribui para aumentar a demanda por ópio indiano. Edward Thornton, India, its state and prospects. Londres: Parbury, Allen & Co., 1835. Adaptado. a) Indique como o texto caracteriza a cadeia mercantil do ópio e qual sua impor- tância para a economia inglesa do século XIX e para as relações coloniais entre Grã-Bretanha e Índia. b) Identifique e explique um conflito posterior a 1835 que se relacione diretamente aos processos descritos no texto. Desafio 10.19. (UFJF – MG) – Analise atentamente os documentos abaixo: Documento 1 “Todos sabem que a Terra é um planeta e, portanto, redondo (ou quase). Bolas não têm meio, apenas centro e, nesse caso, qualquer indicação ex- terna é arbitrária e convencional. A representação cartográfica do planeta é uma convenção e corresponde à matriz europeia de compreensão do mundo. (...). O mapa também se afirma como um instrumento de forma- ção da cidadania, definindo-se como emblema de identidade da nação.” KNAUSS, Paulo; RICCI, Claudia e CHIAVARI. Maria Pace. Brasil: uma cartografia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2010. Documento 2 Quino. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fomtes, 2019, p. 5. Observando comparativamente o texto e a Tirinha da Mafalda é possível dizer que o modo de se compreender o espaço geográfico tem relação com o tema da identidade das nações. Sobre isso: a) Cite DUAS nações europeias que se expandiram para outras partes do mundo no século XIX; b) Explique como os mapas do século XIX serviram aos propósitos do imperialismo. 18 Extensivo Terceirão Gabarito 10.01. c 10.02. d 10.03. c 10.04. a 10.05. b 10.06. a 10.07. e 10.08. b 10.09. c 10.10. d 10.11. b 10.12. d 10.13. c 10.14. e 10.15. d 10.16. 10 (02 + 08) 10.17. 23 (01 + 02 + 04 + 16) 10.18. a) Cadeia mercantil: a Índia produzia chá (vendido para a Inglaterra) e ópio (vendido para a China). Como dominava a Índia aos mol- des de um protetorado, a Inglaterra lucrava com a venda de ópio, intermediando o comércio. b) A Guerra do Ópio, conflito entre China e Inglaterra através do qual a China tentou impedir o comércio de ópio no seu território. 10.19. a) As duas nações que mais expandiram foram a Inglaterra e França. b) Desde as Grandes Navegações do século XV, o continente euro- peu, ancorado em um forte etnocentrismo, elaborou mapas cada vez mais detalhados em função da aprendizagem com a expan- são marítima e comercial, porém os mapas colocavam o continen- te europeu no centro do planeta Terra. Considerando que nosso planeta se assemelha com uma bola, o centro pode estar em toda parte. Na segunda metade do século XIX, a Europa deu início ao Imperialismo, colonizando a África, Ásia e Oceania utilizando um discurso de suposta superioridade racial e cultural. Era o “centro do mundo” que levava o progresso para as demais regiões. 19História 3B 3B História Imperialismos II Aula 11 Partilha da África Entre 1880 e 1914, a África foi partilhada entre as principais potências europeias, notadamente a Grã-Bretanha e a França. Para alguns historiadores, a partilha do continente africano decorreu das necessidades econômicas dos países que haviam se industrializado. A busca de matérias-primas, de mercados consumidores e de locais para a aplicação de excedentes de capitais impulsionou as conquistas. No começo do século XX apenas a Libéria e a Etiópia permaneciam independentes. Por que os povos africanos sucumbiram ante a dominação europeia? Eis algumas explicações: Missão de cristãos nativos de Nossa Senhora de Lourdes na missão de Luluabourg. Em 1884, Bismarck (pela Alemanha) e Jules Ferry (pela França) convocaram uma conferência internacional das grandes potências, em Berlim, para estabelecer as regras básicas para a conquista da África. “Enquanto os europeus usavam metralhadoras, canhões e, no começo do século XX, até aviões, os africanos lutavam com lanças ou armas de fogo obsoletas; • os aparatos de comunicação usados pelos europeus lhes davam vantagens em relação aos africanos, que não tinham desenvolvimento tecnológico nessa área; • os progressos da medicina, de modo especial a descoberta do emprego profilático do quinino contra a malária, haviam diminuído o temor dos europeus em relação à África; • graças às atividades de missionários e exploradores, os europeus estavam bem informados sobre a África... • enquanto, na Europa, o período de 1871 a 1914 foi de relativa paz, as nações africanas viram-se envolvi- das em sangrentos conflitos...” MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane. História em debate. São Paulo: Editora do Brasil, 2010, v. 2, p. 181 França A partir de 1830, os franceses interessaram-se pela Argélia, conseguindo lá estabelecer-se depois de um vanta- joso tratado de comércio com a Tunísia. Foi somente a partir de 1880, porém, que as potências europeias passaram a se interessar efetivamente pela África. Os franceses dominaram a Argélia, a Tunísia, grande parte do Marrocos, Senegal, Guiné, Daomé, Costa do Marfim, Chade, Madagascar, etc. Bélgica Adquiriu, no centro do continente africano, uma importante colônia: o Congo, que inicialmente foi pro- priedade particular de Leopoldo II. Expansionismo britânico As melhores porções africanas ficaram em mãos inglesas. Região Leste: em 1882 foi criado o protetora- do inglês sobre o Egito; a seguir, novas conquistas se © W ik im ed ia C om m on s/ Fo tó gr af o de sc on he ci do 20 Extensivo Terceirão efetuam, como as da África Oriental Britânica (Quênia), Rodésia, Uganda, Sudão Anglo-Egípcio. Na Costa Ocidental: Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria e Costa de Ouro. No Sul, a Inglaterra possuía a Colônia do Cabo, to- mada dos holandeses na época de Napoleão Bonaparte. Os ingleses tentaram formar um bloco compacto do Cabo ao Egito; o principal promotor desta política foi Cecil Rhodes, primeiro-ministro da Colônia do Cabo, que havia planejado a construção de uma ferrovia do Cairo ao Cabo. A expansão inglesa da Colônia do Cabo em direção ao Norte promoveu uma guerra com os bôeres. Os bôeres começaram a hostilizar os estrangeiros e isso foi pretexto para o início das lutas contra os ingleses. Liderados pelo presidente Kruger, do Transvaal, com grande heroísmo, os bôeres lutaram durante três anos (1899-1902), sendo, no entanto, vencidos. Receberam uma indenização pelos prejuízos sofridos em suas fazendas. Com grande habilidade diplomática, a Inglaterra permitiu a formação da União Sul-Africana (1908), com- posta do Orange, Transvaal, Cabo e Natal. A União Sul-Africana ficou sendo governada por um representante da Coroa e por um parlamento nomeado pelos próprios habitantes oficiais: ingleses e holandeses. Itália Apareceu mais tarde no cenário colonial africano, em consequência de sua tardia unificação. Conseguiram os italianos a Eritreia e a Somália, na desembocadura do Mar Vermelho. Tentaram conquistar a Abissínia, onde foram der- rotados em 1896 (Adowa). No entanto, conquistaram a Tripolitânia dos turcos, em 1912,e formaram a Colônia da Líbia, independente após a derrota italiana na Segun- da Guerra Mundial. Espanha Conseguiu o Rio do Ouro (1885), no sul do Marrocos, a Guiné Espanhola (1885) e o chamado Marrocos Espanhol. Portugal Conservou suas colônias de Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Alemanha Também devido aos problemas de sua unificação política, apareceu tardiamente como colonialista, na África. Os alemães conquistaram: Togo, Camarões, o Sudoeste Africano Alemão e a África Oriental Alemã (Tanganica). Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu suas colônias. África – Divisão terriotrial até 1914 América Latina Na América Espanhola, depois da independência, a aristocracia “criolla”, que já controlava o poder econômi- co, passou a deter também o poder político. Predomínio das oligarquias agrárias, dos latifúndios, da escravidão e de uma economia voltada para o merca- do externo, além de uma cada vez maior subordinação ao imperialismo, caracterizaram a História da América Latina durante o século XIX. No século XIX, o imperialismo inglês predominou na América Latina. A penetração ocorreu por via comercial e financeira. As jovens nações escancaravam os seus mercados aos produtos britânicos e se endividavam com banqueiros londrinos. Para garantir seus investimentos, a Grã-Bretanha não vacilava em intervir na política interna dos países latino- -americanos. M ar ilu d e So uz a Aula 11 21História 3B No século XX, o imperialismo estadunidense se fez presente de forma cada vez mais intensa. Como vimos anteriormente, o presidente James Monroe formulou, em 1823, a famosa Doutrina Monroe. O avanço da colonização estadunidense fez com que surgisse a doutrina do Destino Manifesto, que consistia na ambição de submeter as regiões periféricas. Isso “constitui a realização virtualmente inevitável de uma missão moral assinalada pela providência Divina”. Como consequência das teses de Mahan, os estaduni- denses realizaram intervenções na América Central. Ven- ceram a guerra contra a Espanha, anexando Porto Rico, as Filipinas e exercendo enorme influência sobre Cuba, através da Emenda Platt inserida na Constituição Cubana, dando aos estadunidenses o direito de intervenção. Em 1898, graças às ações de empresários e agricul- tores dos Estados Unidos, o Hawai – situado no oceano Pacífico – tornou-se o 50.o estado estadunidense. Base de Guantánamo Ge tt y Im ag es /C or bi s/ Br ow ni e Ha rr is Com uma área de cerca de 111,9 km2, a baía de Guantánamo foi concedida aos Estados Unidos em 1903. Mesmo sem amparo internacional, o território continua sendo usado pelos estadunidenses. Durante a presidência de Theodore Roosevelt (1901 - 1909), os estadunidenses adotaram a política do “Big Stick” (grande porrete). O referido presidente O México foi vítima desse expansionismo: na Guerra de 1846/48, perdeu o Texas, o Novo México e a Califórnia. Foi o chamado Corolário Polk (do presidente John Knox Polk) ou seja, uma consequência da “Doutrina do Destino Manifesto” justificando a anexação do México. A “Doutrina do Destino Manifesto” foi sendo aper- feiçoada. “Em 1890, esta ideologia imperialista recebeu notável impulso teórico com a divulgação dos trabalhos do Almirante Alfred T. Mahan... Profundamente impressionado pelo poderio que a Grã-Bretanha exercia no mundo, o almirante Mahan chamou a atenção dos políticos norte-americanos para a importância do controle dos oceanos na lógica de uma estratégia imperial. Segundo ele, os Estados Unidos deveriam se preparar para as grandiosas tarefas fu- turas construindo uma poderosa esquadra, reservando especial atenção para o total e completo controle do Golfo do México e do Mar das Caraíbas...” Voltaire Schilling aconselhava seus compatriotas a “falarem manso com um porrete na mão”. Nessa época, os estadunidenses incentivaram a popu- lação do Panamá a romper com a Colômbia. Nascia, as- sim, um país fraco, que firmaria um tratado vantajoso aos Estados Unidos, para a construção do Canal do Panamá. Durante o Governo Taft (1909 - 1913), os estadu- nidenses adotaram a chamada diplomacia do dólar, através de grandes empréstimos às falidas “repúblicas bananeiras”. No governo do presidente Wilson (1913 - 1919), os Estados Unidos assumiram uma missão civilizatória, devendo pacificar e democratizar a América Latina. Dentro deste contexto, o general Pershing perseguiu Pancho Villa em pleno território mexicano. Canal do Panamá © Co re l S to ck P ho to s 22 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 11.01. (CEFET – MG) – Tanto a partilha como a ocupação efetiva do continente africano foram impulsionadas pela concorrência entre várias economias industriais, buscan- do obter e preservar mercados, e pela pressão econômica de 1880, que desencadeou o expansionismo europeu. HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula. São Paulo: Editora Selo Negro, 2005. p. 71. (Adaptado). O trecho refere-se à etapa de expansão do capitalismo pelo mundo marcada pela(o) a) acumulação de ouro e prata para financiar o desenvolvi- mento industrial europeu. b) incentivo aos investimentos financeiros para especular nas economias europeias. c) ampliação das iniciativas imperialistas para assegurar maiores lucros às empresas europeias. d) crescimento do tráfico atlântico de escravos para garantir a ocupação de territórios não europeus. 11.02. (ESPM – SP) – Há cem anos, um grande americano sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas cha- mas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro. Mas cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. (...) Eu tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. Assinale a alternativa que apresente o grande americano, citado no texto, responsável pela Proclamação da Emanci- pação, bem como o contexto em que tal lei foi aprovada: a) George Washington – Independência dos EUA; b) Thomas Jefferson – Promulgação da Constituição; c) James Monroe – Lançamento da Doutrina Monroe; d) James Polk – Expansão Territorial e Doutrina do Destino Manifesto; e) Abraham Lincoln – Guerra de Secessão. 11.03. (UFSCAR – SP) – A “Big Stick Policy”, estabelecida nos Estados Unidos da América no início do século XX, consistiu: 1) numa reforma ampla do sistema policial, a fim de melhor reprimir as revoltas da população negra. 2) numa política com a qual se pretendeu corrigir os exces- sos do sistema federativo. 3) numa política externa com a qual se pretendeu reservar o direito de intervir na América Latina. Assinale a opção correta: a) Apenas a alternativa 3 está correta. b) Apenas a alternativa 1 está correta. c) Nenhuma alternativa está correta. d) Apenas a alternativa 2 está correta. e) As alternativas 1 e 2 estão corretas. 11.04. (CEFET – MG) – Nos Estados Unidos “o interesse por assuntos externos, portanto, sempre esteve pre- sente. Em parte porque o país se via como guardião das instituições republicanas e democráticas, caminho em que o mundo todo estaria se movendo, em parte pela doutrina Monroe, que revelara interesses norte- -americanos no Caribe, região cobiçada também pela Inglaterra.” KARNAL, Leandro. História dos Estados Unidos. São Paulo: Editora Contexto, 2007. P.193. De acordo com o texto, o princípio norteador da política externa estadunidense, no século XIX, a) garantia a independência dos países do continente americano. b) proibia a
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