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FUNDAÇÕES E OBRAS DE CONTENÇÃO Prof(a): Ana Patrícia Nunes Bandeira, D.Sc. 2º semestre / 2016 CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS: - Cálculo estrutural: dimensionamento de estruturas de concreto, aço e madeira; - Geotecnia: mecânica dos solos mecânica das rochas; O engenheiro de fundações deve possuir sólidos conhecimentos em: ▪ origem e formação dos solos; ▪ caracterização e classificação dos solos; ▪ investigação geotécnica; ▪ percolação nos solos e controle de águas subterrâneas; ▪ resistência ao cisalhamento; ▪ capacidade de carga e empuxo; ▪ compressibilidade e adensamento; ▪ distribuição de pressões e cálculo de deformações e recalques. Definição: Chama-se fundação a parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente a carga da obra. O estudo de toda fundação compreende preliminarmente 02 partes essencialmente distintas: ✓cálculo das cargas atuantes sobre a fundação; ✓estudo do terreno. O cálculo estrutural de uma obra é feita por um engenheiro calculista hipótese inválida HÁ RECALQUES !!! Na Califórnia uma área de 41,5 km2 apresentou um recalque da ordem de 7,5m em 1976, devido a extração de petróleo; -Início da construção : 1173 -Conclusão: 1350; -Altura de 58,5 m -Em 1990 o topo da torre estava mais de 4,5 m fora do prumo -Taxa de inclinação: 1,2 mm por ano A solução proposta por uma comissão em1997: retirar solo debaixo do trecho do bloco que havia recalcado menos. Em junho de 2001, o desaprumo do topo da torre já havia diminuído em 40 cm. TORRE DE PISA 5 9 m 1174 - 1350 22 m Areia argilosa (4,3 m) Areia pura (6,3 m) Argila marinha TORRE DE PISA TORRE DE PISA Bulbo de pressões PRÉDIOS DE SANTOS Subsolo de Santos: formado por uma camada superficial de areia que, por sua vez, recobre uma extensa camada de solo argiloso, muito compressível. Tal formação do solo não suporta a fundação direta de prédios com mais de dez andares. Nas décadas de 1950 e 1960 foram construídos, na orla santista, inúmeros edifícios com mais de dez andares apoiados em fundações diretas. Muitos destes prédios passaram a inclinar- se, e hoje há cerca de 100 edifícios inclinados na orla de Santos. Um dos prédios mais famosos de Santos, o Núncio Malzoni. Construído em 1967, com 17 andares e 55 m de altura; Fundações diretas apoiadas em uma camada de areia fina e compacta com 12 m de espessura apoiada sobre uma camada de 30 m de argila mole. Desaprumo de 2,10 m. SOLUÇÃO: implantação de oito estacas de cada lado do edifício, com diâmetro variando de 1,0 a 1,4m, em profundidade média de 57,0 m, atingindo um solo residual resistente situado abaixo da camada de argila mole. Foram executadas oito vigas de transição para receber os esforços dos pilares e transmiti-los às novas fundações. quatorze macacos hidráulicos instalados entre as vigas de transição e os novos blocos de fundação, Sayegh, S., Efeito solo, Téchne, março/abril 2001, p.40 foram utilizados para reaprumar o edifício. PRÉDIOS DE SANTOS Argila marinha Areia pouco argilosa Histórico de Fundações em Fortaleza: -Até a década de 50/60: Prédios de até 3 a 4 andares Fundações diretas Tensão admissível baseada na prática (adm≈1 kg/cm2) 1o prédio alto INSS (R. Br. Do Rio Branco c/ Pedro Pereira) “Os mais antigos duvidavam da capacidade do solo de Fortaleza em suportar prédios altos” “O 1o sobrado de Fortaleza foi construído por presos da cadeia a força, pois os pedreiros da cidade na época se recusavam a trabalhar, medrosos do afundamento do prédio” Histórico de Fundações em Fortaleza: - De 70 até 80: Construção dos primeiros prédios altos para a época (8 andares) Fundações diretas e profundas (estacas pré-moldadas de concreto de 12m e estacas metálica na orla) - De 80 a 90: Dimiuição do uso de estacas metálicas p/ alteamento dos preços dos trilhos até então comprados como sucatas Elevação do preço do terreno de áreas nobres e construção de prédios com 16 andares - A partir de 90 : Diminuição de fundações em estacas pré-moldadas de concreto e estacas metálica Fundações em estacas do tipo Franki e Raiz - Mais recentemente: Estacas do tipo Hélice contínua Estudos necessários e critérios de projeto: a)Informações topográficas da área: levantamento planialtimétrico; dados sobre taludes e encostas no terreno; dados sobre erosões. b)Informações geológico-geotecnicas: investigação geotécnica; mapas, fotografias aéreas, artigos sobre experiências anteriores na área. c)Dados da estrutura a construir: tipo e uso que terá a nova obra; sistema estrutural e cálculo das cargas atuantes sobre a fundação (magnitude e direção), níveis de subsolo e poços de elevadores. d)Dados sobre construções vizinhas: tipo de estrutura e fundações; número de pavimentos, carga média por pavimento; desempenho das fundações; existência de subsolo; possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra. Obs.: No caso de pontes: regime do rio para avaliação de possíveis erosões e método construtivo. ALGUMAS PERGUNTAS PARA O PROJETO DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 1) Qual a profundidade em que se devem apoiar as fundações? 2) Há necessidade de cortinas de estacas prancha e/ou escoramento na escavação para a execução das fundações? (para evitar o desmoronamento dos taludes e danos nas obras vizinhas) 3) Há necessidade de rebaixamento do nível d’água durante os trabalhos de execução das fundações? Em caso afirmativo, qual o método mais adequado e o tempo em que deverá estar atuando? 4) Haverá perigo/danos para as obras vizinhas? Não só devido aos trabalhos de execução como pelos recalques provocados devido à superposição de cargas, deslocamento de solos moles, etc; 5) Qual o recalque da obras e sua distribuição? 6) Foi estudada a solução de melhoramento do solo para o uso da fundação superficial? 7) Há necessidade de instrumentação dos recalques? Qual o recalque máximo admissível? ALGUMAS PERGUNTAS PARA O PROJETO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS 1) Qual o tipo de estaca deve ser utilizado? 2) Qual a carga de trabalho da estaca isolada e do bloco? 3) Qual o espaçamento entre as estacas? 4) Há algum detalhe executivo? Qual o processo de execução? 5) Qual a excentricidade máxima pode ser admitida? 6) Há necessidade de seqüência de execução planejada? 7) O estaqueamento exercerá influência nas obras vizinhas? 8) Há esforço horizontal atuando nas estacas? 9) Haverá atrito negativo atuando nas estacas? 10) A solução em tubulão não seria mais econômica? PRINCIPAIS PROBLEMAS - Comprimento das estacas - Ruptura da estaca durante a cravação - Atrito negativo e/ou efeito de Tschebotarioff - Redução da Capacidade de Carga REQUISITOS: -As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de solo capazes de suportá-las sem ruptura. -As deformações das camadas do solo (estado limite último do solo) devem ser compatíveis com as da estrutura (estado limite último da estrutura). -A execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas (estado limite último do vizinho). Frases que podem significar o início dos seus problemas na construção... 1. O terreno é bom. 2. Não precisa fazer sondagem. 3. O meu vizinho fez estacas de 6m. 4. Meu pedreiro disse que tem trinta anos de janela! 5. Se fizer estacas Strauss não precisa de sondagem. 6. A construção é leve! Precisa de estacas? 7. Acho que aqui as estacas devem chegar a 4 m! 8. Meu responsável técnico só assinou a planta, não fez o cálculo da estrutura. 9. Na outra casa que eu fiz eu coloquei quatro brocas por pilar. “FUNDAÇÕES são os elementos estruturais com função cargas de transmitir as da estrutura ao terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1988)” Princípios de uma fundação ➨ ➨ ➨ Não romper Não recalcar excessivamente Não prejudicar vizinhos Como escolher a fundação mais adequada: - conhecer os esforços atuantes sobre a edificação; estruturais que formam as -as características do solo e; -características dos elementos fundações.Custo: Pode-se dizer que toda investigação geotécnica representa um valor muito pequeno em relação ao valor final do empreendimento. Mas, seguramente, o custo da investigação do subsolo por sondagens a percussão em uma residência fica abaixo de 1% do custo total da obra. Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício; porém, se forem mal projetadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais adequada. ETAPAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE FUNDAÇÃO: 1. Planta da base da estrutura mostrando: i. Pilares e paredes estruturais; ii. Cargas permanentes e acidentais; iii. Níveis dos pisos. 2. Características do terreno – perfil geotécnico. 3. Cálculo das tensões admissíveis a diversas profundidades. 4. Determinação de uma profundidade mínima para as fundações. 5. Dimensionamento das fundações: i. fundação superficial ii. fundação profunda iii. fundação mista 6. Cálculo de recalques: confirmação ou não da tensão adotada 7. Detalhamento das fundações. Tipos de Fundações Conhecimentos da MECÂNICA DOS SOLOS: - Origem e formação dos solos; - Caracterização e classificação dos solos; - Investigações geotécnicas; - Percolação nos solo; - Resistência ao cisalhamento; - Capacidade de carga; - Adensamento; - Distribuição de pressões e cálculo de deformações e recalques. Conhecimentos de CÁLCULO ESTRUTURAL: -Dimensionamento estrutural dos elementos de fundação; -Avaliação do comportamento da estrutura diante de inevitáveis deslocamentos das fundações. Tipos de Fundações Fundações Diretas: -Carga é transmitida ao solo predominantemente por pressões pela base -Prof. de assentamento (P.A.) é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação - O mecanismo de ruptura atinge a superfície. Tipos de Fundações Fundações Profundas: - Transmissão de cargas pela base, superfície lateral ou uma combinação das duas- Prof. de assentamento (P.A.) é superior ao dobro da menor dimensão da fundação - O mecanismo de ruptura não atinge a superfície. Fundações Superficiais: São aquelas em que a carga da estrutura predominantemente é transmitida ao solo pelas tensões distribuídas sob a base do elemento estrutural de fundação (NBR 6122/96). Tipos de Fundações TIPOS DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS E MISTAS Fundações profundas: (a) estaca, (b) tubulão e (c) caixão. Fundações mistas: (a) sapata associada à estaca, (b) sapata associada à estaca com material compressível entre elas, e radier sobre (c) estacas ou (d) tubulões. Escolha do Tipo de Fundação Inicialmente, deve-se considerar os seguintes aspectos: - Dados geológicos-geotécnicos (investig. geotécnicas, mapas, artigos publicados, etc); - Topografia da área (levant. topográficos, encostas e erosões); - Tipo de estrutura a construir (cargas elevadas, dinâmicas, recalque que a estrutura suporta, etc); - Vizinhos (prédios antigos podem trincar com uso de estacas cravadas por percussão, tipo de estrutura e fundações utilizadas e seu desempenho) Escolha do Tipo de Fundação Observações: - “no caso da possibilidade de mais de uma alternativa de fundação o fator econômico deverá indicar a escolha”; - “o projetista deve estar atento ao fato que certas alternativas de fundações não são disponíveis em certas regiões do Brasil”; - “O projetista deve programar sempre uma visita preliminar ao local da construção”; - “Em zonas urbanas, a vizinhança é um fator decisivo na escolha do tipo de fundação” Escolha do Tipo de Fundação Fatores intervenientes na escolha do tipo de fundação - técnicos - econômicos - limitadores pelo mercado Escolha do Tipo de Fundação TIPO USO CARACTERÍSTICAS DO SOLO FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS Escolha do Tipo de Fundação TIPO USO CARACTERÍSTICAS DO SOLO FUNDAÇÕES PROFUNDAS Ações nas Fundações -Cargas vivas (variam no tempo e no espaço) - Cargas mortas (permanentes) Cargas vivas: operacionais, ambientais e acidentais -Operacionais: relacionadas ao funcionamento das construções; - pessoas e móveis - trânsito de veículos - atracação de navios e pouso de helicópteros - frenagem e aceleração de veículos em pontes Ações nas Fundações - Ambientais: relacionadas ao meio ambiente - vento - ondas - temperatura - Sismos - Acidentais: ocorrem apenas excepcionalmente - colisão de veículos - explosões - fogo Ações nas Fundações Cargas mortas ou permanentes: Ações constantes durante “toda” a vida da obra -Peso próprio da estrutura e equipamentos permanentes; - Empuxo de água e terra Estados Limites de uma Estrutura: ⇒ Estados a partir dos quais uma estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da obra Os estados limites podem ser classificados como: -Estados limites últimos: associados ao colapso da obra -Estados limites de utilização: quando ocorre algum dano na estrutura (fissura, deformações, etc) que comprometem o uso da obra RECALQUES ADMISSÍVEIS Recalques das Fundações - Função - Utilização Afetam - Aparência visual RECALQUES ADMISSÍVEIS Recalques das Fundações - Função - Utilização Afetam - Aparência visual Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios (Thornburn e Hutchinson, 1985) RECALQUES ADMISSÍVEIS Definições de Deslocamentos e Deformações Os tipos de deslocamentos que uma fundação pode sofrer são: - vertical ou recalque (w) - angular ou rotacional (θ) - horizontal (u) As conseqüências dos deslocamentos sofridos pelas construções são: - Aparência visual (estética) - Utilização e função - Estabilidade e danos estruturais RECALQUES ADMISSÍVEIS 1. Aparência visual: - Desaprumos (rotações do corpo rígido como um todo) e inclinações perceptíveis; (empenamento de- Danos visíveis esquadrias, etc). RECALQUES ADMISSÍVEIS 2. Utilização e função: - Desaprumos facilmente visíveis; - Danos funcionais (desnivelamento de pisos); Recalques desuniformes 3. Estabilidade e danos estruturais - Danos estéticos, funcionais e na própria estrutura da obra Recalques desuniformes e distorção - distorção é o rompimento da estrutura “rígida”. RECALQUES ADMISSÍVEIS Recalque diferencial (δw): é a diferença entre o recalque apresentado por dois pontos (fundações) de uma construção RECALQUES ADMISSÍVEIS Distorção angular (β): rotação de uma reta imaginária que une dois pontos de uma construção RECALQUES ADMISSÍVEIS Valores limites da distorção angular (β) para edifícios estruturados: Onde β = 1/300 (distorção angular é a tangente do ângulo de um triângulo com 1 unidade na vertical e 300 unidades na horizontal) Danos Skempton e Mc Donald (1956) Meyerhof (1956) Bjerrum (1963) Danos estruturais 1/150 1/250 1/150 Fissuras em Paredes e divisórias 1/300 1/500 1/500 RECALQUES ADMISSÍVEIS Recalques Totais Limites Para casos de rotina em que o engenheiro de fundações não julgue necessário análises mais profundas recomenda-se adotar: Areias: Recalque absoluto limite = 25 mm Recalque absoluto limite = 50 mm p/ radiers Recalque absoluto limite = 40 mm p/sapatas Recalque absoluto limite = 65 mm p/ radiers β limite igual a 1/500 Velloso e Lopes (1996) Skempton e McDonald (1956) Argilas: Recalque absoluto limite = 65 mm p/ sapatas Recalque absoluto limite = 100 mm p/ radiers RECALQUE tempo R e c a lq u e ( m m ) RECALQUES DIFERENCIAIS argila mole rocha argila mole rocha RECALQUES DIFERENCIAIS argila mole rocha argila mole rocha RECALQUES DIFERENCIAIS paleo vale areia e cascalho rocha sã paleo vale areia e cascalho rocha sã argila mole rocha sãrocha sã argila mole RECALQUES DIFERENCIAIS argila areia compacta rocha sã rocha sã areia compacta argila RECALQUES DIFERENCIAIS COMPORTAMENTOS ESPECIAIS • SOLOS EXPANSÍVEIS Argilas (forma de placas) São solos coesivos que aumentam de volume quando umedecidos e se contraem quando ressecam. Exposição à água Absorção de água Argilas do grupo das ESMECTITAS Típico: Solos derivados de rochas ígneas(basaltos, diabásios e gabros) e rochas sedimentares (folhelhos e calcários). COMPORTAMENTOS ESPECIAIS • SOLOS EXPANSÍVEIS Pressão de expansão COMPORTAMENTOS ESPECIAIS • SOLOS EXPANSÍVEIS FEIÇÕES INDICATIVAS DE CAMPO • Ondulações e trincas em pisos e pavimentos; • Trincas em paredes; • Material desagregando nas superfícies de cortes; • Rupturas em taludes muito suaves. • SOLOS EXPANSÍVEIS COMPORTAMENTOS ESPECIAIS • SOLOS COLAPSÍVEIS São solos não saturados que quando submetido a um aumento de umidade sofrem uma significativa redução de volume, sem que varie a tensão total a que estejam submetidos. Menisco de água COMPORTAMENTOS ESPECIAIS • SOLOS COLAPSÍVEIS • SOLOS COLAPSÍVEIS • SOLOS COLAPSÍVEIS CARACTERÍSTICAS : -estrutura macroporosa (fofa) -baixo grau de saturação (não saturados) -partículas maiores mantidas por cimentação ou por tensão capilar Normas de Fundações: ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6122 (2010) – Projeto e Execução de Fundações NBR 6489 (1984) – Prova de Carga Direta Sobre Terreno de Fundação NBR 6121/MB3472 – Estacas - Prova de Carga Estática NBR 13208 (1994) – Estacas – Ensaio de Carregamento Dinâmico NBR 8681 (1984) – Ações e Segurança nas Estruturas NBR 6118 – Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado FUNDAÇÕES E OBRAS DE CONTENÇÃO Prof(a): Ana Patrícia Nunes Bandeira, D.Sc. UFCA TÓPICO III: Fundações Diretas Fundação superficial (rasa ou direta) NBR 6122/2010: Elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Sapara corrida Fundações Diretas - Blocos, sapatas e radiers; - Aspectos construtivos. - Critérios para escolha do tipo de fundação; Fundações Diretas As fundações diretas devem trabalhar descarregando o peso da estrutura no terreno de apoio com tensões que não gerem recalques excessivos ou rupturas. Fundações Diretas Em princípio devem ser evitadas fundações superficiais apoiadas em solos de elevada porosidade, não saturados, devido a possibilidade de colapso por encharcamento, pois estes solos são potencialmente colapsíveis. Fundações Diretas em Solos Colapsíveis Cintra et. al., (2003) FFuunnddaaççõõeessDDiirreetatass - NBR 6122/2010: Elemento armado, dimensionado de modo de fundação concreto que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armação especialmente disposta para esse fim; → São elementos de apoio de concreto, de menor altura que os blocos, que resistem principalmente por flexão. Sapatas Tipos de Sapatas Quanto a posição: isoladas ou associadas Quanto a forma da seção transversal: - circulares - (B =∅) - quadradas - ( L = B ) - retangulares - ( L > B ) e ( L ≤ 3B ou L ≤ 5B ) - corridas - ( L > 3B) Quanto a rigidez: flexível rígida Tipos de Sapatas Quanto a posição: isoladas ou associadas Sapatas isoladas: É usada quando as cargas transmitidas pela superestrutura são pontuais ou concentradas Sapatas associadas: -Sapata comum a mais de um pilar -Usadas em pilares muito próximos com sobreposição das sapatas -Exige atenção com o centro de gravidade (Dimensionamento e Locação) Sapata corrida: NBR 6122: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento. -Recebe vários pilares cujos centros, em planta, estão situados em um mesmo alinhamento. É um caso particular de sapata associada -São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes transmitem a carga por metro linear – Paredes ou linhas de pilares -Para edificações cujas cargas não sejam muito grandes, como residências, pode-se utilizar alvenaria de tijolos – Caso contrário, ou ainda, para profundidades maiores do que 1,0 m, torna-se mais adequado e econômico o uso do concreto armado sapata associada P1 P2 P3 P4 Viga de fundação (sapata corrida) (sapata associada) Sapatas Quanto a forma da seção transversal, podem ser: - circulares - (B =∅) - quadradas - ( L = B ) - retangulares - ( L > B ) e ( L ≤ 3B ou L ≤ 5B ) - corridas - ( L > 3B) Profundidade mínima: - 0,80 m (sapata geral) - 1,50m (sapata de divisa) Se as sapatas tiverem dimensões inferiores a 1 metro, a profundidade pode ser reduzida Em planta, as sapatas isoladas ou os blocos não devem ter dimensões inferiores a 0,60 m. Quanto a rigidez, podem ser flexível ou rígida Sapatas onde a é a dimensão da sapata na direção analisada; h é a altura da sapata; ap é a dimensão do pilar na direção em questão. sapata rígida Sapatas Quanto a rigidez, podem ser flexível ou rígida Sapatas flexíveis: São de uso mais raro, sendo mais utilizadas em fundações sujeitas a pequenas cargas. Outro fator que determina a escolha por sapatas flexíveis é a resistência do solo. É sugerida sua utilização para solos com pressão admissível abaixo de 150kN/m2 (0,15MPa). Sapatas rígidas: São comumente adotadas como elementos de fundações em terrenos que possuem boa resistência em camadas próximas da superfície. 15 cm Sapata Corrida Sapata Alavancada Indicada para o caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar. Sapata Alavancada Sapata Alavancada Sapata Alavancada Blocos e Sapatas Principais diferenças entre blocos e sapatas - Fundações próximas, mas em cotas diferentes A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar; a) solos pouco resistentes: α > 60º; b) solos resistentes: α = 45º; c) rochas : α = 30º (NBR-6122) DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO Devem-se considerar as seguintes solicitações: a) cargas centradas; b) cargas horizontais. c) cargas excêntricas; cargas excêntricas -quando estiver submetida a uma força vertical cujo eixo não passa pelo CG da superfície de contato da fundação com o solo. - forças horizontais situadas fora do plano da base da fundação -qualquer outra composição de forças que gerem momentos na fundação. -solo é um elemento que não apresenta resistência à tração. -a área comprimida deve ser de no mínimo 2/3 da área total. -o CG da sapata deve localizar-se no interior dos limites da área efetiva comprimida apresentada; cargas excêntricas cargas excêntricas Cálculo da Área Efetiva da Fundação Área efetiva: área da sapata no qual as tensões (compressão) possam ser consideradas uniformes. Cálculo: faz-se a resultante do carregamento passar pelo centro de gravidade Cargas Excêntricas Seqüência de passos: 1.Cálculo da excentricidade (e); 2.Redesenhar a fundação com centro de gravidade situado no ponto determinado pela excentricidade (e) a interseção das áreas é a “área efetiva”; 3.Para efeito de cálculo usa-se a área efetiva retangular Aefet = Aefet retangular determina-se B’ e L’ Obs: Se “e” cair fora do terço médio da fundação, haverá tensões de tração no solo. Neste caso, as dimensões devem ser aumentadas. Blocos de fundação -Fundações de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem a necessidade de armadura (NBR 6122/2010); -Elemento de grande altura e utilizado para suportar cargas pequenas e resistem principalmente por compressão. Blocos de fundação -Não é aconselhável o emprego de blocos em terrenos com resistência inferior a 1 kgf/cm2 (0,1 MPa). -Assumem a forma de bloco escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de cone. -Esse tipo de fundação oferece grande rigidez, e é recomendado para pequenas obras (cargas pequenas) e que tenha carga centrada no eixo do pilar para evitar momentos na fundação. Blocos de fundação • Conhecida a tensão admissível do solo e a carga a ser transmitida a ele é possívelestimar a dimensão do bloco em uma primeira tentativa pela expressão: • Q / Área ≤ adm solo • Como os blocos são geralmente quadrados, temos para o lado B do quadrado: Área = B2 B = √Área B≥ √ (Q / adm solo) Quanto à altura dos blocos experiências recomendam adotar a expressão: H = 0,85.(B-b) sendo: B = dimensão da base do bloco e b = dimensão do pilar. H = 0,5.(B-b).tg , onde é o ângulo do escalonamento Blocos de fundação σadm emMpa σct é a tensão de tração no concreto, dentro do limite (σct = 0,4 ftk ) ft k é a resistência característica à tração do concreto expresso em radianos RADIER Quando todos pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de uma única sapata. ▪ Sapata associada que abrange todos os pilares da obra ou ▪ Carregamentos distribuídos (tanques, depósitos, silos, etc) RADIER Fundação de concreto armado uma vez que, além de esforços de compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente carregados; RADIER Recentemente tem ganho grande aceitação para utilização em residências e prédios; ▪Viável quando a área projetada com fundações isoladas supera 60% A fundação é aproveitada como piso do 1o pavimento, Em contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área do radier (instalações sanitárias, etc.). ▪Ocasionalmente sofre pressões do lençol freático (necessidade de armadura negativa). Fundações Diretas Radier Características das fundações superficiais Critérios para escolha do tipo de fundação Principais aspectos: - Topografia da área - Características do maciço de solo - Dados da estrutura Fatores secundários: - Dados sobre as construções vizinhas - Aspectos econômicos Topografia da área . dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno; . necessidade de efetuar cortes e aterros . dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície; . presença de obstáculos, matacões ou de aterros com lixo. Características do maciço de solo . variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas; . existência de camadas resistentes ou adensáveis; . compressibilidade e resistência do solos; . a posição do nível d.água. Dados da estrutura . a arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre ou ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes. Principais aspectos: Fatores secundários: Dados sobre as construções vizinhas . o tipo de estrutura e das fundações vizinhas; . existência de subsolo; . possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra; . danos já existentes. Aspectos econômicos . além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa. O melhor tipode fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com segurança e se adequa aos fatores topográficos, econômicos, sem solos, aspectos técnicos e afetar a integridade das construções vizinhas. Problemas executivos e prováveis soluções na execução das sapatas Check List - Sapatas Check List - Sapatas FUNDAÇÕES PROFUNDAS - Estacas - Prof(a): Ana Patrícia Nunes Bandeira, D.Sc. UFCA 2º semestre / 2017 Classificação das estacas: - Estacas de deslocamento - Estacas escavadas 1. Estacas de deslocamento: deslocamento são introduzidas no terreno sem retirada do solo. - de madeira - Pré-moldadas de concreto armado - Metálicas - Franki - Ômega 2. Estacas escavadas: são perfuradas no terreno com remoção de material e podem ter revestimento e utilizar ou não fluido estabilizante. - Broca - Strauss - Barretes - Estacões - Hélice Contínua - Estacas injetadas TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDA ESTACA RAIZ Estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada in loco executada através de perfuração rotativa ou roto- percussiva, revestida integralmente, no trecho em solo, por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis. É recomendado para obras com dificuldade de acesso para o equipamento de cravação, pois emprega equipamento com pequenas dimensões (altura de aproximadamente 2m). Pode atravessar terrenos de qualquer natureza (com matacões e rocha). Pode ser executada de forma inclinada, resistindo a esforços horizontais. ESTACA RAIZ ESTACA STRAUSS Estaca executada por perfuração do solo com uma sonda e revestimento total com camisa metálica, que define o diâmetro das estacas, realizando-se o lançamento do concreto e retirada gradativa do revestimento com simultâneo apiloamento do concreto. O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção dentro da obra e possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de pequenas dimensões. Diâmetros de 0,25 a 0,62m. ESTACA STRAUSS ESTACA FRANKI Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de revestimento com ponta fechada, recuperado na fase de concretagem. Para a cravação da estaca, lança-se areia e brita no interior do tubo, que são compactados através de golpes de um pilão. Realizada a cravação, executa-se o alargamento da base, a armação e, finalmente, a concretagem. Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de turfa, argila orgânica e areias fofas, pode ocorrer estrangulamento do fuste Capacidade de desenvolver elevada carga de trabalho para pequenos recalques. Pode ser executada abaixo do NA. Diâmetros de 0,35 a 0,60m. Processo executivo de estaca Franki. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA Estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a perfuração do terreno com a introdução, por rotação, de um trado helicoidal contínuo e injeção de concreto (slump ≅ 24cm, pedrisco e areia) pela própria haste central do trado simultaneamente com a retirada do mesmo, sendo que a armadura é colocada após a concretagem da estaca. -Diâmetros de 0,275m a 1,20m; -Comprimentos de até 33m, em função da torre ; -Executada abaixo do NA; -Tempo de execução de estaca de 0,40m de diâmetro e 16m de comprimento em torno de 10min (escavação e concretagem). -Não ocasiona vibração no terreno Técnica de Implantação e Limitações das Estacas Estaca Nome Técnica de implantação no solo Limitações Pré-moldadas Concreto Cravação (percussão ou estática) -Vibração -Matacões -Acesso Aço Cravação (percussão ou estática) -Matacões -Acesso Madeira Cravação (percussão) -Vibração -Matacões -Acesso -Apodrecimento Técnica de Implantação e Limitações das Estacas Estaca Nome Técnica de implantação no solo Limitações Moldadas Broca Escavada sem -Desmoronamento “in loco” mecânica revestimento -Lençol freático -Matacões -Acesso -Até 25 m Strauss Escavada com -Lençol freático revestimento -Matacões -Solo de difícil corte (Nspt>20) -Camada espessa de solo mole -Até 18 m (25 m) Franki Cravada com -Vibração revestimento -Matacões -Acesso -Camada espessa de solo mole -Até 20 m (36 m) Técnica de Implantação e Limitações das Estacas Estaca Nome Técnica de implantação no solo Limitações Moldadas “in loco” Hélice contínua Escavada sem revestimento -Camada espessa de solo mole -Matacões -Acesso -Até 22 m (30 m em função da torre) Barrete e Estacão Escavada com lama bentonítica -Matacões -Acesso Raiz Escavada com revestimento -Camada espessa de solo mole -Até 30 m Cravação estaca pré-moldada Estacas Metálicas Estacas Metálicas TIPO DE ESTACA CARGA DE TRABALHO DE COMPRESSà O (kN) COMPRI- MENTO USUAL (m) PRODUTIVI - DADE MÉDIA (m/dia) •Pré-moldada de concreto 300 - 3100 até 36 m 40 •Metálica (perfis tipo trilho) 200 - 2200 até 48 m 50 •Franki 420 - 1700 até 20 m 30 •Hélice contínua 670 - 3520 até 22 m 120 •Raiz 400 - 1500 até 30 m 40 Características dos tipos de estacas depende do tipo de madeira – NBR 6122 e NBR 7190. Capacidade de carga de estacas - - Aplicação de umaforça vertical P que aumenta progressivamente; Hipótese simplificadora: primeiro há uma mobilização exclusiva do atrito lateral até o máximo, para depois iniciar a mobilização gradativa da resistência de ponta; Com evolução do carregamento os recalques da estaca aumentam; Ao atingir a carga P2 a resistência de ponta também atinge a mobilização máxima (P2=Qu=R=Capacidade de carga do elemento de fundação por estaca) Capacidade de carga de estacas isoladas (Qu): Qu = QL + Qp QL resistência devido ao atrito lateral Qp resistência de ponta Qu = capacidade de carga total da estaca; W = peso próprio da estaca; Qp = resistência de ponta; • QL resistência lateral; • qp=resistência de ponta em unidades de tensão • f=qL=força de atrito=resistência lateral em unidade de tensão=qLi • Ap = área de ponta da estaca; • AL = área lateral da estaca = UxL • Estaca submetida à carga de ruptura de compressão. Ap asSendo qL + qp as tensões limites; AL e respectivas áreas (lateral e de ponta), tem-se: Qu= QL + Qp = qL.AL +qp.Ap Área de Ponta: Para estacas pré-moldadas de concreto com seção vazada, considera-se como maciça, devido ao embuchamento que ocorre na cravação; Para estacas metálicas, a área pode variar desde a real do perfil até a correspondente ao retângulo envolvente; Para estacas Franki, a Ap é calculada a partir do volume da base alargada, admitida esférica, onde Ap=3.1415(3V/4xpi)^2/3. Qu= QL + Qp = qL.AL +qp.Ap Área Lateral UxL U é o perímetro do fuste; Para estacas pré-moldadas de concreto com seção vazada, considera-se o perímetro externo. Em perfis metálicos utiliza-se o perímetro desenvolvido ao longo das faces em contato com o solo. No entanto há solos em que se forma vazio entre o solo e a alma do perfil. Qu= UxqLL) + qp.Ap U;L; Ap Variáveis geométricas da estaca qL eqp Variáveis geotécnicas Qu= UxqLL) + qp.Ap Qu= UxqLL) + qp.Ap Qu= QL + Qp - Nas estacas escavadas e de perfis metálicos cravados predomina a resistência lateral. -Em estacas longas cravadas em argila mole a resistência de ponta é desprezível estaca de atrito ou estaca flutuante. -Estacas muito esbeltas em camadas de argila mole deve se verificar a possibilidade de flambagem. -Nas estacas cravadas mais robustas e nas estacas Franki predominam a resistência de ponta. -Quando a resistência lateral é desprezível tem-se a estaca de ponta, como uma estaca apoiada em rocha sã. Os valores de qL e qp são determinados através de métodos semiempíricos com algum ensaio “in situ”. Também pode-se determinar a capacidade de carga por métodos indiretos, formulações teóricas, por meio da utilizando determinação de outros parâmetros. Qu= UxqLL) + qp.Ap Capacidade de Carga das Estacas Para estaca de deslocamento, de concreto armado e de seção circular. a) Estaca em Areia: b) Estaca em argila FORMULAÇÕES TEÓRICAS qL = ’n.tg = k. ’vo.tg Capacidade de Carga das Estacas ’vo = tensão efetiva vertical = .z ’n = tensão normal efetiva atuando ao redor do fuste da estaca = ângulo de atrito entre a estaca e o solo k= coeficiente de empuxo - relação entre a tensão normal e a vertical (’n /’vo) K pode ser estimado em Nq/50 a) Estaca em Areia: -Capacidade por Atrito Lateral (Conceito Clássico): qL = k.z.tg Qu= UxqLL) + qp.Ap Capacidade de Carga das Estacas - Capacidade por Atrito Lateral (Areia): Moretto (1972) observou que o atrito lateral em areias aumenta linearmente até uma profundidade igual a 15 vezes o diâmetro (D), permanecendo constante e igual ao valor crítico para profundidades maiores. Qu= UxqLL) + qp.Ap qL = k.z.tg QL= UxL. qLméd Capacidade de Carga das Estacas * para estacas escavadas K corresponde, ao máximo, aos valores da estaca metálica Qu= UxqLL) + qp.Ap qL = k.z.tg QL= UxL. qLméd a) Estaca em Areia: Capacidade de Ponta (Qp) Tensão de ruptura de ponta – qp - (Conceito Clássico): A resistência de ponta (qp) pode ser considerada como capacidade de carga de uma fundação direta de mesma base. qp≈Nq x ’v xSq (’v é máxima na profundidade igual a 15 vezes o diâmetro) ’vo = tensão efetiva atuante ao nível da ponta da estaca Nq=coef. de capacidade de carga em função de Sq fator de forma Capacidade de Carga das Estacas qP = cNcSc + DNqSq + B/2)NS Desprezível para fundações profundas Qp = (D.Nq.Sq). Ap sendo D=15 Nq* = Nq.Sq Capacidade de Carga das Estacas Para estaca de deslocamento, de concreto armado e de seção circular. b) Estaca em Argila: Capacidade Por Atrito Lateral Qu= UxqLL) + qp.Ap atrito lateral unitário: qL = c QL = Uxc L) Onde: c é a coesão não drenada da argila fator de adesão entre o solo e a estaca qP = cNc + DNq. + B/2)N (Nc=9 para fundações profundas) (Nq=1 e N=0 para argilas) qp = 9c +D Qp = (9c + D). Ap Capacidade de Carga das Estacas Para estaca de deslocamento, de concreto armado e de seção circular. b) Estaca em Argila: -Capacidade de Ponta (fórmulas de Meyerhof, 1951 e Skempton, 1951) A resistência de ponta (qp) pode ser considerada como capacidade de carga de uma fundação direta de mesma base. Qu= UxqLL) + qp.Ap Capacidade de Carga das Estacas Métodos semi-empíricos - Aoki e Velloso (1975) - Décourt e Quaresma (1978) - Teixeira (1996) Capacidade de Carga das Estacas Método Aoki e Velloso (1975) Qu = Qp + QL Rp+Rl Qu= UxqLL) + qp.Ap qp=qc/F1 qL=fs/F2 qc = tensão de ponta do ensaio de cone fs = atrito lateral unitário na luva F1 e F2 são fatores correção (de escala e de execução) Estaca F1 F2 pré-moldada de concreto 1+(D/0,8) 2F1 Metálica 1,75 3,50 Escavadas 3,00 6,00 Franki 2,50 5,00 Raiz, Hélice contínua e Ômega 2,0 2F1 étodo Aoki e Velloso (1975) qp=qc/F1 qL=fs/F2 qc = K.N fs= qc = .K.N Qu= UxqLL) + qp.Ap (ajustados por meio de 63 provas de carga; adaptado de Aoki e Velloso, 1975) Onde: Np= SPT da cota de apoio da estaca (da sondagem mais próxima); NL= SPT médio da camada de espessura L(da sondagem mais próxima); k e = coeficientes que dependem do solo; Ap = área da ponta da estaca; U=perímetro da seção transversal estaca TIPO DE SOLO K (tf/m2) (%) Areia 100 1,4 Areia siltosa 80 2,0 Areia silto-argilosa 70 2,4 Areia argilosa 60 3,0 Areia argilo-siltosa 50 2,8 Silte 40 3,0 Silte arenoso 55 2,2 Silte areno-argiloso 45 2,8 Silte argiloso 23 3,4 Silte argilo-arenoso 25 3,0 Argila 20 6,0 Argila arenosa 35 2,4 Argila areno-siltosa 30 2,8 Argila siltosa 22 4,0 Argila silto-arenosa 33 3,0 Coeficiente K e razão de atrito - Aoki e Velloso (1975) Capacidade de Carga das Estacas Método Décourt e Quaresma (1978) Qu qP AP qLAL Onde: K = coeficiente em função do solo; Nmédio = média dos valores de N um metro acima, um metro abaixo e na profundidade considerada; NL = valor médio do SPT ao longo do fuste, sem levar em consideração os utilizados no cálculo da resistência de ponta (N<3 deve ser considerado 3 e N>50 deve ser cons. 50 para estacas de deslocamento e escavadas com bentonita; Nl<=15 para Strauss e tubulões a céu aberto); Ap = área da ponta da estaca; AL = área lateral. O atrito lateral unitário é dado por: ql=10.(N/3+1) ql=N/3+1 kN/m2 tf/m2 Capacidade de Carga das Estacas TIPO DE SOLO K (tf/m2) Argila 12 Silte argiloso* 20 Silte arenoso* 25 Areia 40 Valores do coeficiente K em função do tipo de solo Método Décourt e Quaresma (1978) *solos residuais Capacidade de Carga das Estacas Para Estacas em Geral: ( ; ) Método Décourt e Quaresma (1978) O atrito lateral unitário é dado por: qL=10.(N/3+1) kN/m2 Capacidade de Carga das Estacas Para Estacas em Geral: Método Décourt e Quaresma (1978) Capacidade de Carga das Estacas Método Teixeira (1996) Qu=.Np.Ap + NL.UL Onde: Np = média dos valores de N medido no intervalo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca e 1 diâmetro abaixo; NL = valor médio do SPTao longo do fuste; Capacidade de Carga das Estacas Método Teixeira (1996) Capacidade de Carga das Estacas Método Teixeira (1996) Capacidade de Carga das Estacas Para a obtenção da carga admissível das estacas, deve-se aplicar o seguinte fator de segurança FL= 1,3 Fp=4,0 Capacidade de Carga das Estacas Efeito de Grupo A maioria das fundações em estacas emprega grupos, de 2 a 9 estacas, interligadas por um bloco de coroamento, de concreto; A capacidade de carga do grupo pode ser diferente da soma dos valores de capacidade de carga dos elementos isolados que o compõem. O efeito de grupo pode ser quantificado pela eficiência de grupo (n); N = Qg/Qi (geralmente igual ou superior a 1) Qg=cap carga do grupo Qi = cap carga do elemento isolado de fundação Qp(grupo)=Qpi ; QL(grupo)>=QLi ; Para 09 estacas cravadas em areia, com espaçamento de 2,5, a eficiência é de 1,5 a 1,7. O bloco de coroamento também contribui, pois transmite diretamente ao solo parte da carga do grupo de estacas (<=20%) Atrito Negativo e Efeito Tschebotarioff Atrito negativo quando o recalque por adensamento supera o recalque da estaca. Com isso há uma solicitação adicional vertical na estaca; Efeito de Tschebotarioff provocado por sobrecargas unilaterais na superfície, gerando esforços horizontais nas estacas (EX.: aterro de acesso de pontes) Verificação de Projeto - Viabilidade executiva da solução; - Cálculo da capacidade de carga para as sondagens, comprimentos e cotas de arrasamentos adotados em projeto; - Quantidade de estacas adotadas em cada pilar compatível com a capacidade de carga das estacas; - Distância mínima entre as estacas (geralmente adota-se d≥2,5. para estacas pré-moldadas e d≥3,0. para moldadas in loco). - Coincidência do centro de estaqueamento com o centro de gravidade ou o centro de força dos pilares; Verificação de Projeto Cota de arrasamento (NBR 6122/2010) Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, de modo a possibilitar que o elemento de fundação e a sua armadura penetrem no bloco de coroamento. Exemplo de verificação de Projeto
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