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Aula 1 anatomia

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1 05
EnsaiosEnsaios
DiálogosDiálogos
&&
F A C U L D A D E
09
Revista Científica do Claretiano – Faculdade
ENSAIOS & DIÁLOGOS
Reitoria / Rectorate
Diretor Geral: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Diretor Administrativo: Osvaldo Celotti
Diretor Acadêmico: Prof. Dr. Sávio Carlos Desan Scopinho
Diretor Comunitário e de Extensão: Prof. Esp. Ângelo Aparecido Zadra
Coordenadoria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica: Prof. Me. Pablo Rodrigo Gonçalves
Conselho editorial / Publish Committe
Prof.ª Dra. Maria Cecília L. B. Soares (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof. Esp. Ângelo Aparecido Zadra (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof. Me. João Carlos Picolin (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof. Esp. Euclides Francisco Jutkoski (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof. Dr. Manoel Valmir Fernandes (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof.ª Esp. Viviane Cristina Geraldo (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof.ª Dra. Beatriz Martins Manzano (CLARETIANO – RIO CLARO)
Prof. Dr. Ronaldo Ribeiro de Campos (FATEC – TAQUATIRINGA)
Prof.ª Dra. Márcia Reami Pechula (UNESP – RIO CLARO)
Informações Gerais / General Information
Periodicidade: anual
Número de páginas: 233 páginas
Número de artigos: 11 artigos neste volume
Mancha/Formato: 11,3 x 18 cm / 15 x 21 cm
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores
Ensaios & Diálogos Rio Claro v. 9 n. 1 p. 1-233 jan./dez. 2016
ISSN 1983-6341
Revista Científica do Claretiano – Faculdade
ENSAIOS & DIÁLOGOS
© 2016 Ação Educacional Claretiana 
Equipe editorial / Editorial team
Editor responsável: Prof. Me. Pablo Rodrigo Gonçalves 
Equipe técnica / Technical staff
Normatização: Dandara Louise Vieira Matavelli
Revisão: Felipe Aleixo, Filipi Andrade de Deus Silveira e Vanessa Vergani Machado
Capa e Projeto gráfico: Bruno do Carmo Bulgarelli
Direitos autorais / Copyright
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Permuta / Exchange
Os pedidos de permuta devem ser encaminhados à Biblioteca da instituição:
Claretiano – Faculdade / Rio Claro – SP 
Av. Santo Antonio Maria Claret, n. 1724, Cidade Claret 
Rio Claro / SP – CEP: 13.503-250
E-mail: biblioteca@claretianorc.com.br
Telefone: (19) 2111-6000
Bibliotecária / Librarian
Gabriela Leandro Fontana – CRB-8/9748 
001.4 E52
Ensaios & Diálogos: revista científica do Claretiano Faculdade 
– v.9, n.1 (jan./dez. 2016)-. - Rio Claro, SP: Claretiano, 
2016. 233 p.
Anual.
ISSN: 1983-6341
1. Pesquisa Científica I. Ensaios & Diálogos: revista 
científica do Claretiano Faculdade. 
Sumário / Contents
Editorial / Editor’s note
ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL PAPER
Os efeitos da equoterapia no processo de ensino e aprendizagem de 
alunos com Síndrome de Down
Daniela Françoia / Michelle Dayane Rebustini / Viviane Regina Rigatto Custódio 
/ Pablo Rodrigo Gonçalves
Avaliação de Desempenho por meio do Seis Sigma na visão da 
Contabilidade Gerencial
Emerson Roberto Vicente
Instalação elétrica otimizada para a Construção Civil
Ewerton Luiz Duarte / Júlio César Bellan
A visão dos profissionais da Santa Casa de Rio Claro acerca da 
função do Assistente Social no âmbito hospitalar
Graziella Santos de Oliveira / Adriana Cristina de Oliveira Altéia
Relação entre ansiedade e autoconfiança: análise das percepções 
dos árbitros de esportes de invasão
Jonathan Ap. Macedo dos Santos / Denis Cristiano Briani / Gustavo Lima Isler 
A importância do movimento na Educação Infantil de 0 a 3 anos
Natalia Rodrigues / Andréia Nadai Carbinatto 
A relação entre estresse infantil e desempenho escolar
Nathalia Karoline Proni / Elisabete Scaglia Trento
A atuação do profissional de Educação Física em equipes 
multidisciplinares da Saúde Pública e Privada
Rafael Spiller Pacheco / Maria Cecília L. B. Soares
As famílias atendidas no loteamento MCMV Terras de Ajapi II: um 
estudo do território
Sabrina Guillen Gonçalves / Maria Aparecida Ribeiro Germek
Relatos de experiência de leitura do conto machadiano Idéias de 
Canário com mulheres aprisionadas
Valter Antonio Lourenção
Estratégias de diferenciação de micro e pequenas empresas: um 
estudo de caso de pequena amostra na cidade de Rio Claro para 
análise de estratégias de sobrevivência no mercado
Andressa Socolowski de Lima / Dafine Christie Baumgartner / Daniely Reis 
Garcia / Thais Cristina de Oliveira / Vanessa Santos Domingos / Eder Benedito 
Simonato
Política Editorial / Editorial Policy
7
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 7-8, jan./dez. 2016
Editorial / Editor’s note
A Revista Ensaios & Diálogos, do Claretiano – Faculdade, 
está na sua nona edição e apresenta a possibilidade de conhecer 
diversos artigos de discentes, docentes e funcionários técnico-ad-
ministrativos da Instituição.
Os artigos são expressão e resultado de uma coletânea de 
temas presentes em vários tipos de pesquisa, desde Trabalhos de 
Conclusão de Curso, resultados de Iniciação Científica, até artigos 
provenientes de dissertações de mestrado. Nesse sentido, mere-
ce destaque o artigo do funcionário técnico-administrativo Valter 
Antônio Lourenção, intitulado “Relatos de Experiência de Leitura 
de Conto Machadiano Idéias de Canário com Mulheres Aprisio-
nadas”, resultado de sua dissertação de mestrado na Unesp de Rio 
Claro e de um intenso trabalho social realizado no Centro de Res-
socialização de Mulheres, do município de Rio Claro.
É importante ressaltar e reforçar ainda os demais artigos pro-
venientes dos Cursos de Graduação oferecidos pelo Claretiano – 
Faculdade, sendo que este número da revista apresenta dois artigos 
do Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura, um artigo do 
Curso de Graduação em Engenharia Elétrica – Bacharelado, dois 
artigos do Curso de Graduação em Serviço Social – Bacharelado, 
três artigos do Curso de Graduação em Educação Física – Bacha-
relado, um artigo do Curso de Graduação em Ciências Contábeis 
– Bacharelado e um artigo do Curso de Graduação em Adminis-
tração – Bacharelado. No total, são onze artigos que refletem uma 
pluralidade de temáticas provenientes de várias áreas do conheci-
mento, mostrando o “rosto” de uma Instituição de Ensino Superior 
voltada também para a pesquisa, além de suas atividades de ensino 
e extensão.
A vida acadêmica se faz por meio da atuação de seus mem-
bros e tem a educação como foco principal de suas ações. Por sua 
vez, a Faculdade, empenhada em oferecer uma educação de quali-
dade, tem, em seu corpo docente, professores qualificados, acadê-
8
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 7-8, jan./dez. 2016
mica e profissionalmente, com a devida competência para o exercí-
cio do ensino. Mas, como dizia Paulo Freire, como todo professor 
também é um pesquisador, o Claretiano – Faculdade tem um corpo 
docente que não apenas ministra aulas, mas desenvolve a pesquisa 
como foco significativo de seu papel educacional. E essa menta-
lidade é extensiva aos alunos e funcionários, fazendo-os compro-
metidos não apenas com a transmissão do conhecimento, mas com 
seu processo de construção que, por sua vez, possibilita práticas 
inovadoras.
Assim, este novo número da Revista Ensaios & Diálogos 
vem confirmar o ideal da Instituição, que tem no seu Projeto Edu-
cativo a missão de “capacitar a pessoa humana para o exercício 
profissional e para o compromisso com a vida, mediante uma for-
mação integral. Esta missão se caracteriza pela investigação da ver-
dade, pelo ensino e pela difusão da cultura, inspirada nos valores 
éticos e cristãos e no Carisma Claretiano que dão pleno significado 
à vida humana”.
Parabéns aos autores e atores desse processo de construção 
do conhecimento e que nos sintamos todos comprometidos com a 
realização da missão institucional, confiantes de que estamos no 
caminho certo para a formação de profissionais qualificados para 
inserção no mercado de trabalhoe de cidadãos comprometidos com 
a formação integral da pessoa humana em suas dimensões corporal, 
psíquica e espiritual.
Prof. Dr. Sávio Carlos Desan Scopinho
Diretor Acadêmico
9
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
 Os efeitos da equoterapia no processo de 
ensino e aprendizagem de alunos com 
Síndrome de Down
Daniela FRANÇOIA1
Michelle Dayane REBUSTINI2
Viviane Regina Rigatto CUSTÓDIO3
Pablo Rodrigo GONÇALVES4
Resumo: Este trabalho objetiva verificar se existe relação entre a equoterapia 
e o processo de ensino e aprendizado dos alunos com Síndrome de Down, rela-
cionando os resultados da modalidade terapêutica em junção com o processo de 
ensino. Consistiu em uma revisão bibliográfica, elaborada a partir de materiais 
já publicados, gerando conhecimentos para aplicação prática e proporcionando a 
compreensão dos efeitos. A equoterapia é uma modalidade terapêutica com uma 
abordagem interdisciplinar que proporciona ganhos no âmbito físico e psíquico, 
desenvolvendo globalmente o individuo praticante. O cavalo que para alguns 
é um simples animal, para outros é visto como possibilidades. A Equoterapia, 
conciliada com a escola de ensino regular, com a família e outras modalidades 
terapêuticas, contribui efetivamente para o desenvolvimento de crianças com 
Síndrome de Down, seja nas atividades escolares, como nas atividades cotidia-
nas, tendo assim, uma melhora significativa nos aspectos psicológico, compor-
tamental, social e motor.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Equoterapia. Ensino e Aprendizagem.
1 Daniela Françoia. Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia do Claretiano – Centro Universitário. 
E-mail: <dani.francoia@hotmail.com>.
2 Michelle Dayane Rebustini. Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia do Claretiano – Centro 
Universitário. E-mail: <michelerebustini@claretianorc.com.br>.
3 Viviane Regina Rigatto Custódio. Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia do Claretiano – 
Centro Universitário. E-mail: <vivianecustodio@claretianocolegiorc.com.br>.
4 Pablo Rodrigo Gonçalves. Graduado em Planejamento Administrativo e Programação Econômica, 
especialista em Gestão Escolar e mestre em Engenharia. É coordenador do Núcleo de Pesquisa e 
Iniciação Científica do Claretiano – Centro Universitário de Rio Claro (SP).
10
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
1. INTRODUÇÃO
No cenário atual da educação, vivenciamos diariamente pro-
cessos de inclusão dentro das instituições de ensino. Esses alunos 
muitas vezes necessitam de auxílios extracurriculares para desen-
volverem suas potencialidades.
Atendimentos especializados como de fisioterapeutas, fono-
audiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogas, 
entre outros, devem fazer parte da vida dos alunos com algum tipo 
de deficiência, auxiliando seu desenvolvimento global.
Para que resultados positivos sejam alcançados, é importante 
que haja uma parceria entre os profissionais especializados e as 
Instituições de ensino. O documento oficial Diretrizes Nacionais 
para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001, 
p. 50) afirma:
A inclusão de alunos com necessidades educacionais es-
peciais em classes comuns do ensino regular, como meta 
das políticas de educação, exige interação constante entre 
professor da classe comum e os dos serviços de apoio pe-
dagógico especializado, sob pena de alguns educandos não 
atingirem rendimento escolar satisfatório.
Nesse contexto, a equoterapia surge como uma das modalida-
des terapêuticas que por meio de uma abordagem interdisciplinar, 
visa ao desenvolvimento global das crianças com alguma limita-
ção, seja ela física ou intelectual. Segundo a Associação Nacional 
de Equoterapia (ANDE – BRASIL, 2016b):
É um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de 
uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, edu-
cação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicos-
social de pessoas com deficiência e/ou com necessidades 
especiais.
Sendo assim, esta pesquisa, intitulada “Os efeitos da equote-
rapia no processo de ensino e aprendizagem de alunos com Síndro-
me de Down”, busca mostrar os resultados da modalidade equote-
rápica e seus efeitos em crianças portadoras dessa síndrome.
12
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
O problema central deste trabalho é identificar quais os efei-
tos da prática da equoterapia no processo de ensino e aprendizagem 
desses alunos.
Acredita-se que, por meio dessa modalidade terapêutica, alu-
nos com Síndrome de Down podem apresentar melhores resultados 
no processo de ensino e aprendizagem dentro de sala de aula.
A presente pesquisa justifica-se pelo fato de poder apresen-
tar, em seus resultados, dados relevantes no ensino e aprendizado 
das crianças com Síndrome de Down que frequentam a modalidade 
terapêutica equoterápica. Em termos sociais, consideramos que as 
pessoas necessitam compreender que a relação dos indivíduos com 
os cavalos vai além das montarias a passeio. Para muitos é uma 
oportunidade de enxergar, ouvir, movimentar-se num mundo dife-
rente, único.
O objetivo desta pesquisa foi verificar a relação entre a equo-
terapia e o desenvolvimento dos alunos com Síndrome de Down no 
processo de ensino e aprendizagem, relacionando os resultados da 
modalidade terapêutica em junção com o processo de ensino.
A metodologia foi de natureza aplicada, que objetiva gerar 
conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à compreensão 
dos efeitos da equoterapia no processo de ensino e aprendizagem 
de alunos com Síndrome de Down.
O estudo é de caráter exploratório, e visa proporcionar maior 
familiaridade com a questão do efeito da equoterapia no processo 
de ensino e aprendizagem das crianças com Síndrome de Down. 
Envolve o levantamento bibliográfico.
No ponto de vista dos procedimentos técnicos, este estudo foi 
bibliográfico, elaborado a partir de material já publicado, constitu-
ído principalmente de livros, artigos, periódicos e atualmente com 
o material disponibilizado na internet.
Este artigo apresentará a definição da Síndrome de Down; da 
Equoterapia; e identificará a relação existente entre a equoterapia 
e o processo de ensino e aprendizado dos alunos com Síndrome de 
Down.
13
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
2. A ÚNICA DIFERENÇA É MEU CROMOSSOMO 21
Os primeiros registros na História sobre a Síndrome de 
Down foram feitos entre 1864 e 1866, pelo médico inglês Langdon 
Haydon Down. Ele analisou e observou várias crianças de mães 
com idade acima de 35 anos que possuíam características similares 
entre si. O termo mongoloide, usado pelo médico para descrever os 
indivíduos com a Síndrome de Down, surge pelo fato de que o mes-
mo observou que esses “pacientes” eram parecidos com as pessoas 
que viviam na Mongolian do Blumenbach.
Após esses registros, os portadores dessa síndrome começa-
ram a ser nomeados como “seres inacabados”, que surgiam a partir 
de outras doenças, como a sífilis e a tuberculose. Eram rejeitados 
pela sociedade, afastados das cidades e muitas vezes mortos (OLI-
VEIRA; GOMES, 2010).
Apenas em 1959, Jerome Lejeune e Patricia Jacobs determi-
naram que as causas da Síndrome de Down surgiam a partir da 
trissomia do cromossomo 21, que, segundo Bautista5 (1997, p. 10 
apud TORRES, 2012), ocorre da seguinte forma:
No momento da fecundação, os 46 cromossomas unem-se 
para a formação da nova célula, e a criança normal recebe 
23 pares específicos de cromossomas. O óvulo fecundado 
com esta única célula cresce por divisão celular. No caso 
da criança com síndrome de Down, ocorre um erro nesta 
distribuição e, em vez de 46, as células recebem 47 cro-
mossomas. O elemento suplementar une-se ao par 21. É 
por esta razão que esta síndrome é também determinada 
de trissomia 21.
Em 1970, nos Estados Unidos, o termo mongolismo foi ba-
nido, e a alteração dos cromossomos foi denominada Síndromede 
Down, em homenagem ao médico que a descreveu pela primeira 
vez, Langdon Haydon Down.
A partir das últimas décadas do século XX, vivenciamos o 
período das discussões dos direitos das crianças e dos adolescentes, 
segundo os quais toda criança, independente de seu sexo, cor, re-
ligião, cultura, deficiência mental ou física, tem direito de receber 
5 BAUTISTA, R. Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro, 1997. (Coleção Saber Mais).
14
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
atendimento médico e educacional (OLIVEIRA; GOMES, 2010). 
É assim que as crianças com Síndrome de Down se encontram hoje, 
recebendo todo o apoio e muitos próximos de alcançar um desen-
volvimento tido como “normal” aos de crianças sem SD. Segundo 
o Movimento Down (2016), o indivíduo com SD:
É capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. 
Poderá ler e escrever deverá ir à escola como qualquer ou-
tra criança e levar uma vida autônoma. Em resumo, ele 
poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.
Diante desses dados, é necessário compreender que a Síndro-
me de Down não possui relação com os fatores externos vindo dos 
pais. Os mesmos não possuem culpa nessa formação “desigual”, 
e não há nada que os dois poderiam ter feito para evitá-la. Além 
disso, a SD não é uma doença e sim uma formação diferente nos 
cromossomos.
Percebe-se que os indivíduos portadores dessa Síndrome 
possuem características em comum. Segundo Gesell e Amatruda 
(19906, p. 8 apud ALBUQUERQUE; RUBIO, 2014), eles possuem:
Baixa estatura, crânio pequeno, arredondado; o cabelo é 
ralo e grosso; a língua é grande e com fissuras aparecendo 
através da abertura da boca; o nariz é curto e largo; as 
mãos são grandes e gordas, o quinto dedo sendo particu-
larmente pequeno e, em geral, curvo. Os ligamentos arti-
culares são frouxos e os músculos, hipotônicos, dando as 
articulações uma mobilidade incomum.
Porém, é preciso lembrar que essas crianças, jovens e adultos, 
apesar de apresentarem semelhanças entre si, possuem personalida-
des e características únicas.
É direito previsto na Constituição Federal que todos os indi-
víduos portadores de alguma necessidade especial possam frequen-
tar às instituições escolares. “Segundo a referida lei Título VIII, 
da Ordem Social, Artigo 208: III – Atendimento educacional espe-
cializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino” (BRASIL, 2001).
6 GESELL, A.; AMATRUDA, C. S. Diagnósticos do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Atheneu, 
Janeiro, 1990.
15
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
Dessa maneira, os profissionais da área educacional devem 
estar atentos às dificuldades, potencialidades e características apre-
sentadas por cada deficiência, e por cada indivíduo. No caso da SD, 
é preciso considerar atraso no desenvolvimento da linguagem, me-
nor reconhecimento das regras gramaticais, dificuldade na produ-
ção da fala, vocabulário reduzido, memória auditiva de curto prazo 
mais breve e dificuldade em utilizar o recurso da linguagem para 
pensar, raciocinar e lembrar-se das informações (CENTRO SALE-
SIANO DE FORMAÇÃO, 2016). 
Todavia, é indispensável lembrar que as crianças com SD 
possuem um potencial muito grande para se desenvolverem “natu-
ralmente”, porém necessitam de uma estimulação mais precoce, de 
mais tempo com a família e do trabalho de especialistas que possam 
orientar nesse processo. Segundo o Movimento Down (2016):
Uma boa estimulação realizada nos primeiros anos de vida 
pode ser determinante para a aquisição de capacidades em 
diversos aspectos, como desenvolvimento motor, comuni-
cação e cognição. Estimular é ensinar, motivar, aproveitar 
objetos e situações e transformando-os em conhecimento e 
aprendizagem. É levar a criança, através da brincadeira, a 
aprender sempre mais. Pode parecer complicado, mas não 
é: basta acreditar que o bebê vai aprender e ter vontade de 
ensinar.
Essa estimulação pode ser feita por profissionais com for-
mação em fonoaudiologia, fisioterapia e terapias ocupacionais e 
é extremamente importante, pois eles analisam e criam recursos 
para ajudar nas áreas em que a criança está com maiores dificulda-
des para se desenvolver, tanto em relação aos conteúdos escolares, 
quanto às atividades de vida diária. Além dos profissionais já cita-
dos, as pessoas portadoras da SD ainda podem contar com o auxílio 
da equoterapia, que procura completar o trabalho dos especialistas 
e contribuir na formação desse indivíduo.
Sendo assim, todos os portadores dessa síndrome têm plena 
capacidade de se desenvolver e possuir independência. Atualmen-
te encontramos muitas pessoas com SD que já moram sozinhas e 
conseguem realizar todos os afazeres cotidianos. É importante que 
16
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
todos consigam alcançar essa autoconfiança, apesar dessa conquis-
ta ser trabalhosa, é possível e necessária (KOZMA, 2016).
3. PARA ALGUNS SOU APENAS UM CAVALO, PARA 
OUTROS, SOU A POSSIBILIDADE DE SE MOVI-
MENTAR NUM MUNDO DIFERENTE, ÚNICO
Vivemos num mundo onde, por meio das transformações, a 
sociedade aprendeu a lidar com as diferenças existentes. As limi-
tações que as crianças com Síndrome de Down apresentam podem 
ser trabalhadas, desenvolvidas e até mesmo superadas por meio de 
um simples animal, o cavalo.
A utilização desse animal surgiu na antiguidade como um 
meio terapêutico e só entrou definitivamente na área da reabilita-
ção na Segunda Guerra Mundial, quando os soldados debilitados 
demonstraram resultados satisfatórios com esse método. Com isso 
passaram a existir outros centros terapêuticos na Alemanha, França 
e Inglaterra (MEDEIROS; DIAS, 2002).
No Brasil, surgiu por meio da Associação Nacional de Equo-
terapia Ande-Brasil em meados dos anos 80, oferecendo por meio 
de um animal, condições para melhorar a qualidade de vida de pes-
soas com deficiência ou necessidades especiais.
Segundo a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE –
BRASIL, 2016a):
A palavra EQUOTERAPIA foi criada pela ANDE-BRA-
SIL, para caracterizar todas as práticas que utilizem o 
cavalo com técnicas de equitação e atividades equestres, 
objetivando a reabilitação e a educação de pessoas com 
deficiência ou com necessidades especiais.
Essa modalidade terapêutica utiliza-se de uma abordagem in-
terdisciplinar, ou seja, existe um trabalho em conjunto com saúde, 
educação e equitação. A equipe pode ser formada por fisioterapeu-
tas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicope-
dagogos, entre outros profissionais que contribuem para o desen-
volvimento global do indivíduo.
17
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
A prática equestre tem como agente promotor o cavalo, que, 
por meio das diferentes andaduras, proporciona ganhos no âmbito 
físico e psíquico. Com isso, é necessário se atentar para as caracte-
rísticas do animal, devendo ter os movimentos tridimensionais re-
gulares, uma estatura baixa, ser treinado para realizar as atividades 
propostas, manso e dócil.
Com o intuito de realizar as sessões de equoterapia, é neces-
sário que os profissionais envolvidos tracem um plano terapêutico 
para cada paciente, o qual será sempre reavaliado para atender as 
necessidades de cada um (MEDEIROS; DIAS, 2002).
Para ocorrer a montaria no cavalo, existe todo um ritual a 
ser feito com a criança. No início, algumas crianças apresentam 
certo receio, medo de aproximar-se do animal. Para diminuir essa 
distância, é necessário criar um enlace afetivo. As atividades in-
cluem desde mostrar os materiais utilizados, alimentar o cavalo, até 
a limpeza e encilhagem, ou seja, preparar o cavalo para a montaria.
Feito isso, vem a segunda etapa, em que a criança passa a su-
bir no dorso do animal e realizar todas as atividades propostas. Para 
alguns, cavalgar pode ser apenas um passatempo, mas para outros 
é uma forma de sentir como é andar, pois o cavalo realiza ciclos de 
movimentosidênticos ao homem.
Esses movimentos são chamados de tridimensionais, mais 
conhecidos como passo, trote e galope. Cada tipo de movimento e 
de velocidade de andadura contribui para a estimulação dos siste-
mas vestibular, somatossensorial, proprioceptivo, visual e auditivo 
ao paciente.
Com isso a criança observa um mundo completamente di-
ferente do habitual, visto que é uma terapia cinética, tanto a visão 
como a audição se modificam de acordo com os movimentos pro-
postos.
Segundo a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE –
BRASIL, 2016b):
A Equoterapia emprega o cavalo como agente promotor 
de ganhos a nível físico e psíquico. Esta atividade exige 
a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para 
18
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, cons-
cientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coorde-
nação motora e do equilíbrio.
A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, 
os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio 
final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, 
autoconfiança e auto-estima.
A terceira etapa é a separação da criança do animal. São de-
senvolvidas atividades conclusivas com elas, tais como desencilhar 
o animal, dar banho, manejá-los até a baia, entre outros.
É importante que sejam realizadas essas três etapas para que a 
criança possa compreender começo, meio e fim da sessão.
Segundo Medeiros e Dias (2002):
A equoterapia deve ser desenvolvida como tratamento de 
suporte, não substituindo o convencional, sendo elegível 
somente uma vez por semana, a não ser em casos específi-
cos de saturação aos tratamentos realizados, observando-
-se de acordo com a necessidade, qual o numero de sessões 
a serem indicadas.
Pela utilização de um simples animal, é proporcionada uma 
terapia na qual se desenvolve o indivíduo globalmente de forma 
prazerosa e significativa. Crianças com Síndrome de Down apre-
sentam algumas limitações, sejam elas físicas e psíquicas. Tendo 
essa modalidade inserida como um tratamento de suporte, contri-
buirá positivamente para o seu desenvolvimento, superando suas 
limitações e melhorando, assim, sua qualidade de vida.
4. A EQUOTERAPIA E O PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZAGEM: UM CAMINHO DE PASSOS LEN-
TOS, MAS COM GRANDES VITÓRIAS
No atual cenário da educação brasileira, vivenciamos diaria-
mente novas modalidades terapêuticas que auxiliam no trabalho 
dos profissionais da educação. Esses novos procedimentos vêm 
para acrescentar positivamente no processo de ensino e aprendiza-
gem de crianças com qualquer tipo de deficiência dentro da sala de 
19
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
aula. É necessário lembrar que esse processo só resultará positiva-
mente, quando existir a inter-relação entre todos os profissionais.
Nesse âmbito, a relação entre a equoterapia e o processo de 
ensino e aprendizagem vem sendo confirmada pelas pesquisas de 
Boucherville (2007):
As crianças com problemas de aprendizagem através da 
equoterapia apresentam excelentes resultados, pois a práti-
ca eleva a auto-estima, melhora a concentração e a postura 
dos pequenos praticantes em relação aos atos.
O tratamento utilizando o cavalo é feito de forma lúdica, di-
ferente e prazerosa, oferecendo assim possibilidades maiores e me-
lhores ao desenvolvimento desses alunos, do que os tratamentos 
clínicos em ambientes fechados.
Todo o praticante durante a sessão equoterápica deve ser esti-
mulado pelo profissional, podendo perceber algumas necessidades 
momentâneas, por exemplo, física, afetiva, que deverá ser trabalha-
da naquele momento, sendo muitas vezes preciso usar a criativida-
de para mudar o contexto que seria trabalhado.
O praticante com Síndrome de Down se dispersa facilmente 
e, sendo assim, a sessão equoterápica é realizada com um ser vivo 
fundamental para a prática, que, no caso, é o cavalo, e outro ser 
vivo, que é o praticante. Diante dessa situação, Alves (2003) res-
salta os estímulos que ambas as partes fazem entre si, sendo que o 
cavalo responde por alguns meios, como mexer o rabo, erguer as 
orelhas, expirar, relinchar, entre outros; diante desses estímulos o 
praticante que está montado, de uma forma ou de outra, transmite 
a resposta.
De acordo com Pick e Vayer7 (1969 apud SELAU; FURINI, 
2002):
Os estímulos ambientais atuam como ativadores para o de-
senvolvimento do potencial, assim entendemos enquanto 
princípios básicos da Equoterapia, o convívio social, a es-
timulação continuada, o atendimento individualizado e a 
colaboração do cavalo visto aqui como “material” palpável 
em três dimensões (altura, profundidade e largura), fugi-
7 PICK, L.; VAYER, P. Educación psicomotriz y retraso mental. Barcelona: Científico-Médica, 1969.
20
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
mos das ações comuns de sala de aula, das simulações e 
nos inserimos na natureza, rica em trocas, oportunidades.
As crianças com problemas de aprendizagem que praticam a 
equoterapia apresentam inúmeros resultados significativos, como, 
por exemplo: elevação da autoestima, melhora na concentração, 
melhora na postura, melhora nos problemas psicológicos e sociais, 
melhora na coordenação motora, melhora no seu cognitivo, melho-
ra em demonstrar a afetividade, entre muitos outros (BOUCHER-
VILLE, 2007).
A equoterapia aliada à pedagogia torna-se uma ferramenta 
poderosa no ensino regular, pois o educador pode desenvolver suas 
atividades diárias de uma forma mais lúdica. Sendo assim, é neces-
sário trocar experiências entre a equipe de equoterapia e a equipe 
interdisciplinar da escola.
Lourenço e Paiva8 (2010 apud BASTANI; TRAVASSOS, 
2016, p. 18) salienta que:
A motivação no processo escolar de ensino-aprendizagem 
e afirmam que, motivado e entusiasmado, o aluno busca 
novos conhecimentos e oportunidades, revela disposição 
na participação de tarefas e envolve-se no processo de 
aprendizagem devido ao pensar correto e agir do educador. 
Prestar atenção nas atividades escolares é de suma importân-
cia para um desenvolvimento pleno, juntamente com as necessida-
des e interesses de cada aluno.
Cabe-nos uma reflexão: A equoterapia pode ajudar na ação 
pedagógica?
Severo9 (2006, p. 143 apud BRITO, 2013, p. 10) afirma que:
Para se entender os benefícios psicomotores da equote-
rapia no ser humano e principalmente, na criança, há ne-
cessidade de se estabelecer, à priori, que o ser humano é 
um produto filogenético, ontogenético e cultural, sendo 
o sistema nervoso, os estados psicológicos e as situações 
sociais, os grandes responsáveis pelas aquisições da apren-
8 LORENÇO; PAIVA, D. E. Neurociência fundamental: com aplicações básicas e clínicas. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2010.
9 SEVERO, J. T. A equoterapia pode ajudar na ação pedagógica? In: BRITO, M. C. G. Minha Caminhada 
II – Equoterapia: cavalgar é preciso. 2. ed. Salvador: SMG Gráfica, 2006.
21
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
dizagem e dos desempenhos comportamentais. Em segun-
do lugar, há necessidade de se entender que o desenvolvi-
mento psicomotor antecede o desenvolvimento cognitivo e 
emotivo... Educar é ajudar o ser humano com os princípios 
e os fundamentos do ensino e da aprendizagem, informal 
e formal, na família e na sociedade, a transformar-se pelo 
crescimento e pelo desenvolvimento biopsicossocial em 
um cidadão com liberdade, felicidade e paz.
Acreditar na potencialidade de cada indivíduo é o que nos 
torna diferente do que a sociedade nos impõe. Acreditar que todos 
são capazes, mesmo com suas dificuldades e limitações. Shkedi 
(1997 apud SPITZ, 2016) afirma que:
As habilidades escolares básicas referem-se à linguagem e 
ao pensamento. Montar a cavalo auxilia na aquisição des-
sas habilidades e na elaboração de pensamento coerente, 
as quais requerem o uso de ambos os hemisférios cere-
brais. É a motivação para cavalgar que estimula a criança a 
progredir com ordens eseqüências espaciais e temporais. 
Ou seja, montar ajuda a criança que apresenta dificuldades 
de aprendizagem.
A professora Isone10 (1996 apud STORER; OLIVEIRA; TU-
PAN, 2003) afirma que a equoterapia facilita a organização do es-
quema corporal; facilita a aquisição do esquema espacial; desenvol-
ve a estrutura temporal; aguça o raciocínio e o sentido de realidade; 
desperta uma profunda comunhão criança-realidade; proporciona e 
facilita a aprendizagem da leitura, da escrita e do raciocínio mate-
mático; aumenta a cooperação e a solidariedade; minimiza os dis-
túrbios comportamentais; promove a autoestima, a autoimagem e a 
segurança; facilita e acelera os processos de aprendizagem.
Sendo assim, o cavalo é um ativador de atenção, intenção e 
iniciativa, tanto para os alunos quanto para a equipe. A Equotera-
pia, juntamente com o processo de ensino e aprendizagem, torna-se 
equilibrado, melhorando a autoestima e tornando-se prazeroso o 
meio em que estes estão inseridos.
A inclusão de crianças portadoras de alguma deficiência físi-
ca ou cognitiva e/ou Síndrome de Down no contexto escolar não é 
veloz, tornando-se, assim, um grande desafio para o educador.
10 ISONE, T. C. Anais da ANDE-BRASIL. Brasil, 1996.
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Sendo assim, toda criança tem o direito à educação nas esco-
las regulares, seguindo uma orientação inclusiva que seja capaz de 
suprimir atitudes discriminatórias, mudando a sociedade, tornando-
-a inclusiva, sem discriminações, favorecendo uma educação ade-
quada a todas as crianças, com deficiência ou não.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na hipótese apresentada neste trabalho, constatou-
-se que o cavalo, um animal comum, que em sua maioria é criado 
para trabalhos rurais, ou apenas para a diversão em passeios turís-
ticos, pode ser utilizado para o desenvolvimento de crianças com 
diversas deficiências e/ou adultos que sofreram algum tipo de aci-
dente físico ou psíquico.
Dessa forma, o cavalo e o ambiente são estimuladores para 
que os alunos tenham uma vida melhor, conseguindo desenvolver 
sua coordenação motora, seu raciocínio e sua fala.
Já no caso das crianças com Síndrome de Down, o cavalo 
vem como um incentivo, tanto nas atividades escolares, quanto nas 
atividades cotidianas.
Em suas moradas, comprovou-se que, com a ajuda da família, 
é possível o desenvolvimento pleno dessas crianças, tanto para de-
monstrar sua afetividade quanto para desenvolver ativamente suas 
atividades diárias.
No ambiente escolar, a equoterapia auxilia na postura, no 
cognitivo, no equilíbrio, na concentração, na socialização e princi-
palmente na coordenação motora, seja ela grossa ou fina. No dia a 
dia, as crianças com Síndrome de Down necessitam de muita esti-
mulação para que adquiram a autoconfiança e autonomia. O cavalo 
torna-se um agente promotor, quando realizadas as atividades na 
equoterapia, trazendo em seu dorso uma carga de novas emoções e 
realizações de um mundo inexistente.
Sendo assim, comprovou-se que a Equoterapia, conciliada 
com a escola de ensino regular, com o estímulo da família e outras 
modalidades terapêuticas, contribui para o desenvolvimento das 
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 9-25, jul./dez. 2016
crianças com Síndrome de Down e colabora para a aquisição de 
uma vida plena, segura e autônoma.
Eu vi uma criança que não podia andar. Sobre um cavalo, 
cavalgava por prados floridos que não conhecia. Eu vi uma 
criança sem força em seus braços. Sobre um cavalo, o con-
duzia por lugares nunca imaginados. Eu vi uma criança 
que não podia enxergar. Sobre um cavalo, galopava rin-
do do meu espanto, com o vento em seu rosto. Eu vi uma 
criança renascer, tomar em suas mãos as rédeas da vida e, 
sem poder falar, com seu sorriso dizer: “Obrigado Deus, 
por me mostrar o caminho” (DAVIES, 2009).
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 27-34, jul./dez. 2016
Avaliação de Desempenho por meio do Seis 
Sigma na visão da Contabilidade Gerencial
Emerson Roberto VICENTE1
Resumo: As empresas, para se tornarem sólidas, ou até mesmo para conseguirem 
se manter no mercado em que estão inseridas, precisam de informações seguras 
e em tempo hábil para tomada de decisões. Para que essas informações cheguem 
de forma correta para seus administradores, são necessárias a estruturação de 
processos e a definição de normas e procedimentos sobre as atividades de cada 
departamento da empresa, de forma que todas as operações sejam canalizadas 
para a área da contabilidade gerencial. Diante do cenário altamente competitivo 
em que as empresas estão inseridas, as informações passam a ser um diferen-
cial de grande importância para auxiliar nas estratégias e no norteamento das 
empresas, principalmente para medir a satisfação de seus clientes e o custo das 
atividades operacionais, entretanto sabemos que muitas empresas não adotam 
ferramentas eficazes de gestão, por falta de entendimento ou até mesmo por falta 
de interesse, o que pode impactar de forma negativa nos resultados dessas empre-
sas. Uma forma de auxiliar na busca pelos resultados seria a implementação do 
programa Seis Sigma em conjunto com a contabilidade gerencial das empresas. 
O objetivo deste artigo é mostrar, por meio da revisão da literatura, o impacto 
positivo da implementação de controles baseados no Seis Sigma atrelados à con-
tabilidade gerencial.
Palavras-chave: Seis Sigma. Gestão Estratégica. Tomada de Decisões. Conta-
bilidade Gerencial.
1 Emerson Roberto Vicente. Graduado em Ciências Contábeis Claretiano – Centro 
Universitário (2008). Atualmente atua como professor universitário e consultor financeiro. 
E-mail: <eervicente@unimep.br>.
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1. INTRODUÇÃO
As instituições empresariais têm se mostrado despertas para 
uma realidade econômica e financeira, diferentemente de que 
ocorria tempos atrás, e com isso passaram a refletir sobre suas es-
tratégias empresariais relacionadas à forma de condução de seus 
processos, organização das informações e entendimento sobre as 
expectativas de seus clientes.
Diante desse novo cenário econômico, novas estratégias e 
métodos de controle e análise gerencial, que outrora eram ultra-
passados, precisam ser revistos como diferencial de mercado, pois 
as instituições empresariais só conseguem tomar decisões quando 
estão de posse de informações confiáveis e tempestivas.
As instituições empresariais precisam alterar suas estratégias 
e a condução das informações, para que possam se enquadrar a essa 
nova realidade de competitividade e ao cenário econômico que es-
tamos vivendo nos últimos anos.
As transformações que vêm ocorrendo em diferentes aspec-
tos sociais e econômicos acabam contribuindo de forma direta no 
resultado financeiro das empresas, gerando uma grande instabilida-
de financeira e preocupação por parte dos empresários e pessoas re-
lacionadas diretamente com as empresas, ainda que as instituições 
empresariais tenham seus valores claramente definidos, para po-
derem alcançar a eficiência em seus processos e se tornarem mais 
competitivas no mercado em que estão inseridas.
A revisão teórica a seguir aborda os temas relacionados ao 
Seis Sigma e controles gerenciais, visando demonstrar os possí-
veis resultados que essas ferramentas podem agregar aos processos 
gerenciais de controle e consequentemente auxiliar de forma nos 
resultados.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Quando as empresas não se preocupam com seus controles 
internos, deixam de ter informações preciosas, e perdem totalmen-
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 27-34, jul./dez. 2016
te seu referencial de qualidade e possibilidades de visualização de 
possíveis problemas. Por meio da implementação do programa Seis 
Sigma, as empresas poderão medir o resultado de seus processos, 
e visualizar de forma antecipada possíveis problemas que possam 
vir a ocorrer, e corrigi-los antecipadamente, evitando retrabalho, 
perdas financeiras e contribuindo com a redução dos custos opera-
cionais de suas atividades.
Importância da estruturação de processos
O objetivo principal do programa Seis Sigma é organizar os 
processos relacionados às atividades da empresa, e contribuir na 
agregação de valores para seus produtos e serviços, por meio de 
métricas estatísticas que deverão ser implementadas e acompanha-
das em todos os processos. Com os processos das atividades da 
empresa organizados, será possível avaliarmos onde, de fato, estão 
ocorrendo os problemas e se é necessário tomarmos as ações corre-
tivas relacionadas ao problema encontrado.
Qualidade das informações por meio da implementação do progra-
ma Seis Sigma
O Programa Seis Sigma se concentra na melhoria da qualida-
de – por exemplo, na redução de custo e no desperdício nos proces-
sos –, ao ajudar as organizações a produzir de forma melhor, mais 
rápida e mais econômica.
De acordo com Bravo (2013), é amplamente recomendado 
que se utilize novas metodologias e técnicas, para que possamos 
administrar cada etapa da evolução que estamos vivendo, relacio-
nadas as novas exigências de qualidade buscada pelos clientes.
Segundo Carpinetti (2008), a valorização da visão sistêmica 
e de processos, como fontes de informações e controle, levou as 
empresas a migrarem para um novo formato de controle e adminis-
tração de suas atividades.
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Avaliação de desempenho por meio dos indicadores gerenciais
Por meio dos controles implementados e organizados pelo 
programa Seis Sigma, muitos indicadores de resultados serão gera-
dos, e poderão fazer parte do grupo de análise gerencial estruturado 
pela área de controladoria, que deverá contribuir de forma positiva 
nas decisões estratégicas das empresas.
A área de controladoria tem a responsabilidade de desenvol-
ver regras e procedimentos internos, visando sempre à canalização 
das informações para apoio nas decisões estratégicas, entretanto, 
se esse trabalho for realizado em conjunto com o programa Seis 
Sigma, a eficiência desses controles será mais eficaz, e o nível de 
informação poderá contribuir de forma mais produtiva nos direcio-
namentos estratégicos da empresa.
Importância dos controles gerenciais
Com o significativo aumento de competitividade, devido à 
globalização e aos mercados, sejam eles industriais, comerciais ou 
de serviços, os custos tornando-se altamente relevantes quando da 
tomada de decisões em uma empresa, porque, quanto menor o cus-
to, melhor será o preço de venda para o consumidor, não deixando 
de lado a qualidade.
O conhecimento dos custos do produto é vital para saber 
se poderá ou não ser rentável com base nos preços praticados nas 
vendas e também analisar a possibilidade de reduzi-los.Com base 
nisso, podemos afirmar que a Contabilidade Gerencial, juntamente 
com o Departamento de qualidade das empresas, vem desenvolven-
do sistemas de informações que permitam melhor gerenciamento 
de custos, com informações rápidas e confiáveis.
Dentre as vantagens da implementação do programa Seis Sig-
ma em parceria com a controladoria das empresas, podemos citar:
• melhoria contínua dos processos;
• interação das pessoas;
• retorno financeiro;
• análise gerencial;
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 27-34, jul./dez. 2016
• manutençãopreventiva de possíveis problemas;
• competitividade;
• redução de custos operacionais;
• aumento da qualidade;
• satisfação dos clientes.
Estratégias da Contabilidade Gerencial X Seis Sigma
Qualquer melhoria de processos ou formatação de sistemas 
de controle e indicadores gerenciais deverá ser estabelecida pelo 
nível estratégico das empresas, pois são os gestores que deverão 
estabelecer o nível de informação que esperam e o resultado que 
esses indicadores deverão oferecer, visando sempre aos objetivos 
esperados pela empresa.
Na elaboração desses controles, deverão ser analisados alguns 
pontos de extrema relevância, como, por exemplo a estrutura orga-
nizacional, a capacidade intelectual e o nível de comprometimento 
dos envolvidos. 
Nesse processo de formatação de sistema e controle de indi-
cadores, a Contabilidade Gerencial, por meio da controladoria, terá 
uma atuação bem ativa, pois deverá trabalhar em conjunto com a 
área da qualidade na elaboração desses controles, fornecendo dados 
relevantes para canalização dessas informações para o nível estra-
tégico.
Para Marion (2009), a Contabilidade passa a ser um instru-
mento de gerenciamento atuante e poderoso, provendo seus usuá-
rios com relatórios e análises de natureza econômica, financeira, 
física e de produtividade, de tal forma que as metas definidas no 
planejamento estratégico possam ser constantemente reavaliadas e, 
enfim, obtidas.
Definição dos itens de avaliação
As empresas devem se certificar de que os itens de autoava-
liação proposto pelo nível estratégico não tenham efeitos colaterais. 
Se isso acontecer, será necessário mudar esses itens de autoavalia-
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 27-34, jul./dez. 2016
ção, procurando outros que não tenham tais efeitos, ou então de-
senvolver uma estratégia para sanar esses efeitos. Para que esses 
efeitos colaterais sejam minimizados, é de extrema importância que 
se reúna o maior número de sugestões possíveis e avaliar a possibi-
lidade de executar um procedimento de teste muito bem elaborado 
antes de trabalhar com esses indicadores em base de produção.
Os levantamentos das causas que influenciam no processo 
vão determinar o sucesso da implementação desses indicadores. 
Nesse levantamento, o que precisa ficar claro são algumas questões 
importantes relativas a essa etapa, tais como:
• o que é a atividade;
• quem são os executores das atividades;
• quando será feita a atividade de planejamento, execução, 
verificação e atuação;
• quanto custa;
• por que a atividade é necessária;
• nível intelectual dos envolvidos no programa.
Se os indicadores não forem muito bem trabalhados, pode-
rão gerar vários complicadores para a empresa; por isso, é muito 
importante que o nível estratégico tenha claramente seus objetivos 
definidos e, em contrapartida, faz-se necessária uma análise bem 
criteriosa sobre a eficácia desses indicadores nos processos, pois 
devem visar sempre à eficiência e maximização das atividades re-
lacionadas a esses controles.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O programa Seis Sigma, alinhado à controladoria das empre-
sas, se torna uma ferramenta de extrema importância na geração de 
indicadores gerenciais, que poderão ser utilizados como base nas 
tomadas de decisões estratégicas das empresas, tornando-as mais 
competitivas no mercado em que estão inseridas. Por meio desses 
indicadores, as empresas poderão ter em mãos um diagnóstico pre-
ciso da real situação em que se encontrão seus processos e tomar as 
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 27-34, jul./dez. 2016
medidas necessárias para correção de problemas. O programa Seis 
Sigma é mais que uma metodologia da qualidade, é uma importante 
ferramenta de planejamento, comunicação e documentação do de-
senvolvimento de novos produtos e melhoria, que auxilia a redução 
de custos e garante a melhoria da qualidade, tornando as empresas 
mais competitivas no mercado em que estão inseridas.
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 35-52, jul./dez. 2016
Instalação elétrica otimizada para a 
Construção Civil
Ewerton Luiz DUARTE1
Júlio César BELLAN2
Resumo: Com os programas do Governo Federal como Programa de Aceleração 
do Crescimento e Programa Minha Casa, Minha Vida, muitas pessoas consegui-
ram adquirir imóvel próprio, aumentando a procura pelos mesmos. Dessa forma, 
as Construtoras necessitam trabalhar com produtos que agreguem valor em um 
menor espaço de tempo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é conhecer o 
desenvolvimento e o processo de fabricação, entendendo o método construtivo 
da Rede Elétrica Otimizada, a qual veio para garantir a diminuição de tempo na 
entrega de residências, já que a mesma é produzida industrialmente, gerando 
redução de tempo, de desperdício de materiais e de mão de obra especializada, 
além do fato de que é testada em mesa de montagem (linha de produção), o que 
garante um produto de qualidade.
Palavras-chave: Linha de Produção. Programa Minha Casa, Minha Vida. Rede 
Elétrica.
1 Ewerton Luiz Duarte. Gradruado em Engenheira Elétrica pelo Claretiano – Centro Universitário, 
atua como engenheiro trainee na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos voltados para a 
Construção Civil. E-mail: <ewerton.du@gmail.com>.
2 Júlio César Bellan. Graduado em Engenharia Elétrica pela Faculdades Integradas Einstein Limeira 
(2000) e com Especialização em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá 
(2010). Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência. 
E-mail: <jcbellan@gmail.com>.
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1. INTRODUÇÃO
Em 2010, foi criado no Brasil o Programa de Aceleração do 
Crescimento, que visava beneficiar a população de baixa e média 
renda por meio de medidas econômicas, entre elas, o estímulo ao 
crédito e ao financiamento (BRASIL, 2010).
O estímulo de crédito imobiliário, por meio do Programa Mi-
nha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, permitiu que grande 
parte da população adquirisse sua tão sonhada casa própria. O Pro-
grama citado atende a população com 3 faixas de renda mensal, e 
tem como meta principal reduzir o déficit habitacional, com inicial-
mente (em 2010) a construção de 2 milhões de habitações, 60% das 
mesmas voltadas a famílias da faixa 1. Em 2010, já havia atingido 
a meta inicial de 1 milhão de contratações (BRASIL, 2011).
Dessa forma, a Construção Civil tem crescido de forma ace-
lerada no país e, para atender a alta demanda de habitações popula-
res, o governo necessita de rapidez, qualidade e redução de custos, 
fazendo com que a indústria da construção civil adote o sistema 
Just in time, em que as peças chegam prontas para instalação, ga-
rantindo padrão de qualidade, reduzindo custos e tempo de produ-
ção (GHINATO, 2000).
No Brasil, para Teixeira e Carvalho (2005), o setor da cons-
trução civil, em 2003, participou com 7,23% para a formação do 
PIB nacional e movimentou mais de R$100 bilhões, descontados 
os impostos indiretos líquidos e as margens de transporte e comer-
cialização.
Algumas indústrias enxergaram o sistema de “Chicote Elé-
trico” industrializado como uma oportunidade de negócio na cons-
trução civil. Diversos itens, como cercas elétricas, sistemas de cir-
cuitos fechados de TV, alarmes, portarias eletrônicas, cabeamento 
de rede, além do chicote elétrico para residências e apartamentos, 
tudo dentro de um novo conceito inovador, em que as construto-
ras podem comprar peças, que serãoentregues no próprio canteiro 
de obras. O sistema, que é padronizado, consiste na elaboração da 
tubulação e de todo o circuito elétrico do imóvel, além da identifi-
cação exata de cada ponto sem depender de mão de obra específica 
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para a montagem do mesmo na obra (JORNAL ESTADO DE MI-
NAS, 2011).
O chicote elétrico residencial, lançado em meados de 2010 
por uma empresa no interior de São Paulo (IMPRESA DA PRE-
FEITURA MUNICIPAL DE RIO CLARO, 2011), trata-se de um 
kit formado por cabos, tomadas, interruptores e disjuntores, que 
já sai da fábrica embalado pronto para ser instalado nos imóveis. 
Além do padrão de qualidade, esse produto assegura às constru-
toras ganho de velocidade, redução da mão de obra e de custos 
que pode chegar a 30%. Com o chicote elétrico é possível admi-
nistrar toda a logística da instalação elétrica com apenas uma ou 
duas pessoas, enquanto, na instalação convencional, via aquisição 
de equipamentos e peças em separado, pode-se demandar até 30 
trabalhadores segundo empresa do ramo (ROCHA, 2013).
Portanto, o objetivo deste trabalho é conhecer o desenvolvi-
mento e o processo de fabricação das redes elétricas industrializa-
das para construção civil dentro das normas técnicas brasileiras, 
verificando a necessidade do cliente quanto à rede elétrica indus-
trializada, entendendo o método construtivo do cliente e desenvol-
vendo o processo do projeto elétrico industrializado, sempre utili-
zando as condições mínimas exigidas por normas técnicas.
Assim, por meio de pesquisa de campo, foram colhidas as 
respostas de usuários da Rede Elétrica Otimizada para um questio-
nário com 5 questões, a fim de entender quais os maiores motivos 
que levam os mesmos a adquirirem o produto.
2. JUSTIFICATIVA, PROBLEMA E HIPÓTESE
Após o autor trabalhar em empresa do ramo e, tendo em vista 
a importância do assunto para a área da Engenharia Elétrica e Civil, 
observou-se a relevância da produção industrializada em massa de 
redes elétricas para a Construção Civil, possibilitando vantagens na 
relação Custo versus Benefício.
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O problema desse método é a aceitabilidade do cliente quanto 
aos modernos métodos de instalação, frente ao tradicional, princi-
palmente por parte dos instaladores, já que terão que mudar hábitos.
Portanto, se o cliente apresentar resistência à aceitação, o 
mesmo, por meio deste trabalho, enxergará as vantagens e ganhos 
comparando com a forma tradicional de instalação.
O projeto preverá ganhos no tempo de execução e prazo de 
entrega, além de não ser necessária a presença constante de mão 
de obra especializada para a instalação das redes elétricas. Outro 
fator importante será a administração dos materiais pertencentes 
à instalação que ficam armazenados no almoxarifado da obra: o 
responsável por essa área, em vez de se responsabilizar por vários 
itens que compõem a rede elétrica, responsabiliza-se por apenas um 
item, que é a própria rede elétrica em si, garantindo maior eficiên-
cia para que não haja falta de material e, sim, fácil administração, 
por ser apenas uma embalagem contendo todo o material. Todos os 
desperdícios gerados são eliminados quanto à quantidade de sobras 
de materiais após o uso dos mesmos, pois a rede elétrica é feita sob 
medidas precisas para que não falte ou sobre material, levando à 
otimização do processo e economia do produto final.
O retorno social que este estudo trará será a entrega das ha-
bitações em um prazo reduzido para a população, a redução de de-
feitos por mau contato, a redução na conta de energia devido às 
conexões estarem corretamente executadas e testadas, a geração de 
novos empregos na indústria em que serão confeccionados os kits, 
a eliminação de resíduos deixados na obra, como sobra de fios, ele-
trodutos, fita isolante, entre outros.
Dessa forma, é importante saber o que pensam os usuários da 
Rede Elétrica Otimizada e, para tanto, foi criado um questionário 
(em anexo), o qual traça um perfil dos compradores, além de trazer 
opiniões de melhorias para o produto.
O questionário foi enviado por e-mail aos Construtores que 
já entraram em contato com a Rede Elétrica Otimizada por meio 
de um site. Foram 15 participantes, os quais estavam cientes da 
participação para pesquisa de campo do Trabalho de Conclusão 
de Curso (TCC), no qual o intuito do questionário foi levantar as 
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vantagens, desvantagens e a aceitação do produto no mercado da 
construção civil.
3. O PAC E O PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi criado 
em 2007 no governo do presidente Luís Inácio “Lula” da Silva, 
com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do país nos 
setores mais precários, como planejamento e execução de grandes 
obras de infraestruturas sociais, entre elas as de moradia, com o 
Programa Minha Casa, Minha Vida (BRASIL, 2011). 
O Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) tinha por 
finalidade reduzir o déficit da população mais carente. Em 2010 
conseguiu atingir a meta de 1 milhão de contratações (BRASIL, 
2011):
Na área urbana atende famílias com três faixas salariais, 
sendo:
Até R$1600,00 (faixa 1);
Até R$3100,00 (faixa 2);
Até R$5000,00 (faixa 3).
Na área rural as rendas são anuais, sendo:
Até R$15.000,00 (faixa 1);
Até R$30.000,00 (faixa 2);
Até R$60.000,00 (faixa 3) (BRASIL, 2011).
Até o final de 2014, o PMCMV pretendia atender 2 milhões 
de moradias, sendo 60% para as famílias da faixa 1, 30% para fa-
mílias da faixa 2, e 10% para famílias da faixa 3 (DIEESE, 2011).
Dessa forma, o PMCMV permitiu que a Construção Civil 
crescesse de forma acelerada e contínua no Brasil.
Em 2010, segundo o Dieese (2011), como mostra o Gráfico 
1, o PIB teve um crescimento de 7,5% e a Construção Civil teve o 
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segundo maior crescimento, com 11,6%, ficando atrás apenas da 
Indústria Mineral.
Por esse motivo, algumas empresas se engajaram em facilitar 
a forma de trabalho da Construção Civil, de forma que as moradias 
pudessem ser entregues aos proprietários de forma mais ágil. Sendo 
assim, na área da Engenharia Elétrica, a implantação de cabeamen-
to elétrico fabricado em linha de produção tem se mostrado um 
grande avanço.
As Construtoras, com o apoio dessas empresas e, seguindo o 
sistema Toyota (Just in Time), que procura diminuir os desperdícios 
com materiais e tempo de instalações das redes elétricas, têm mos-
trado bastante interesse nesse segmento.
Gráfico 1. PIB Brasil X PIB Construção Civil – 2004/2013.
Fonte: Dieese (2011).
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4. SISTEMA TOYOTA – “JUST IN TIME”
O “Sistema de Produção Enxuta”, mais conhecido como Sis-
tema Toyota de Produção (Toyota Production System – TPS) que 
define um sistema de produção mais eficiente, flexível, ágil e ino-
vador do que a produção em massa.
Segundo Ghinato (2000), o TPS foi criado para a indústria 
automobilística e adaptado a outros segmentos por otimizar de for-
ma organizada e atender às necessidades do cliente no menor tempo 
possível, com alta qualidade e aumentando a segurança e o moral 
dos colaboradores, envolvendo todas as partes da manufatura.
A essência do TPS é eliminar todas as perdas, substituindo 
a antiga equação: “Custo + Lucro = Preço” por “Preço – Custo = 
Lucro”, ou seja, até então, PREÇO era imposto como resultado do 
CUSTO de fabricação somado a uma margem de LUCRO. Assim, 
o fabricante poderia repassar os valores dos custos, incluindo as 
perdas ao cliente. Com o TPS, a única forma de manter ou aumen-
tar o LUCRO é por meio da redução dos CUSTOS (GHINATO, 
2000).
De acordo com Wood Jr. (1992), o TPS possui um subsis-
tema denominado “Just in Time” (JIT), o qual opera com redução 
de estoques intermediários, obrigando cadaintegrante do processo 
produtivo a antecipar os problemas e evitar que ocorram: “O JIT é 
nada mais do que uma técnica de gestão incorporada à estrutura do 
TPS, que ocupa a posição de pilar de sustentação do sistema (TPS)” 
(GHINATO, 2000).
De forma resumida, a lógica do TPS, assim como a do JIT, é 
produzir no ritmo da demanda, somente os itens certos, na quanti-
dade e momentos certos, evitando a superprodução, a qual é consi-
derada o maior motivo de perda. Ainda vale ressaltar que no TPS as 
perdas a serem evitadas estão classificadas em sete grandes grupos, 
sendo:
• Primeiro: perda por superprodução (produção de grandes 
quantidades ou por antecipação).
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• Segundo: perda por espera (essa espera pode ser tanto no 
processo, no lote ou na operação).
• Terceiro: perda por transporte (a eliminação ou redução 
dessa etapa deve ser encarada com prioridade, já que pode 
ocupar até 45% do tempo total da fabricação de um item).
• Quarto: perda no processamento (melhorias no processo, 
sem afetar a qualidade do produto final).
• Quinto: perda por estoque (excesso de matéria-prima, ma-
terial em processamento e produto acabado).
• Sexto: perda por movimentação (redução nos tempos de 
operação).
• Sétimo: perda por fabricação de produtos defeituosos (eli-
minação de retrabalhos).
5. INSTALAÇÃO ELÉTRICA OTIMIZADA
A produção do chicote elétrico industrial é feita por meio de 
“projeto customizado”. Assim, é apresentada proposta às construto-
ras que, ao se interessarem pelo produto, enviam o projeto elétrico a 
ser usado na obra. Dessa forma, para um imóvel de 100 apartamen-
tos, por exemplo, a empresa homologa um chicote junto à constru-
tora e faz a produção dos outros 99, sendo todos padronizados.
Para a execução do projeto de instalações, o projetista ne-
cessita de plantas e cortes de arquitetura, saber o fim que 
se destina a instalação, os recursos disponíveis, a localiza-
ção da rede mais próxima, bem como saber as caracterís-
ticas elétricas da rede (aérea ou subterrânea, tensão entre 
fase ou fase-neutro etc. (CREDER, 2008, p. 58). 
O chicote elétrico é a solução para problemas críticos apre-
sentados pelo modo convencional de instalação elétrica residencial.
O sistema de chicote elétrico pode ser utilizado em vários mé-
todos construtivos, tais como paredes de alvenaria, pré-moldados 
(paredes e lajes), paredes de concreto moldadas “in loco” com for-
mas (alumínio, PVC, madeira), drywall, steel frame, entre outros.
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É um sistema muito vantajoso, já que:
• Elimina desperdícios.
• Identifica os pontos, facilitando a instalação.
• Reduz itens a serem administrados, eliminando os riscos 
de extravios de materiais.
• Produção em escala.
• Instalação na obra com tempo inferior à uma hora, possi-
bilitando ganhos na execução.
• Eliminação de problemas elétricos por falha no processo 
de conexões e aquecimento.
• Redução da necessidade de mão de obra especializada.
• Realização de teste em linha de produção.
• Padronização conforme determinado na norma NBR-
5410.
O chicote elétrico é composto por eletrodutos, caixas de pa-
redes e de teto, cabeamentos já passados nos eletrodutos e interli-
gados conforme o circuito elétrico. Ou seja, o cliente recebe o kit 
contendo todos os componentes necessários para a instalação da 
rede elétrica. Conforme a exigência do cliente, poderá receber o 
produto com os acabamentos instalados, como interruptores, spots, 
lâmpadas, tomadas e disjuntores.
Para cada projeto, existe uma linha de montagem, sendo que 
todos os kits são testados individualmente em gabarito exclusivo, 
garantindo a continuidade de todas as conexões e que todos os ca-
bos elétricos estejam passados (sem falhas ou faltas de circuitos).
O gabarito exclusivo já citado se trata de uma mesa de mon-
tagem automatizada (Figura 1), a qual simula possíveis falhas em 
todo o sistema, para, no caso dessas falhas ocorrerem, o operador 
da linha as corrija imediatamente, chegando às construções com 
certificado de garantia (100% testados).
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Figura 1. Mesa de montagem e testes dos kits.
Fonte: elaborado pelo autor.
Cada apartamento/casa recebe uma embalagem (kit), o qual 
pode ser instalado de forma manual sem o uso de ferramentas es-
pecíficas e mão de obra especializada. Dessa forma, o instalador é 
responsável por administrar uma embalagem por apartamento/casa, 
sendo que, pelo método tradicional de instalação, o mesmo preci-
saria ter o controle de vários materiais, sendo: eletrodutos de vários 
diâmetros (DN20, DN25, DN32 etc.), rolos de fios de várias cores e 
bitolas, caixas de paredes, caixas de teto, fitas isolante, ferramentas 
(alicate, estilete, multímetro, passa-fio, entre outros).
No modo tradicional de instalação, é necessário, antes de 
tudo, um eletricista qualificado que, na primeira etapa, passará a 
tubulação seca (eletrodutos vazios), a qual será concretada logo em 
seguida. Após a concretagem, o profissional passará à segunda eta-
pa, na qual um arame guia percorrerá toda a tubulação. Em seguida, 
ele passará a fiação elétrica pelos eletrodutos (terceira etapa) por 
meio do arame guia. A partir dessa etapa ele fará as interligações, 
utilizando estanho e fitas isolante. Dessa forma, torna-se um tra-
balho exaustivo e demorado. Além disso, cada rolo de fio possui 
100 metros e, como esses fios são cortados manualmente, sobram 
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pedaços pequenos, os quais não poderão ser reaproveitados, geran-
do resíduos na obra, assim como excesso de fitas isolante (sobras).
No método otimizado, os cabos já estão cortados industrial-
mente por máquinas automáticas e passados nos eletrodutos, re-
sumindo as três etapas de instalação em apenas uma única, sem 
necessariamente a presença de um profissional com mão de obra 
especializada. Isso porque, ao adquirir o kit, o empresário reúne, 
num único momento, as etapas de compras, recebimento, distribui-
ção, cortes de fio, passagem de guias, entre outras, incluindo a do 
transporte de diferentes itens, sem mencionar o fato de eliminar o 
risco de desvio ou roubo de material. Como benefício adicional, o 
produto garante também redução no tempo de instalação. Depen-
dendo do projeto, pode demandar menos de uma hora.
Como os fios são cortados por meio de máquinas industriais 
já na medida determinada pelo projeto, não existem desperdícios 
com sobras de fios e as fitas isolantes são substituídas por moder-
nos conectores IDC, que, em uma única operação, perfuram a capa 
isolante do fio sem o uso de alicates para decape, conectam e iso-
lam os mesmos de forma rápida, fácil e segura, evitando problemas 
elétricos por má conexão e aquecimento, os quais geram perdas 
de energia e aumento do consumo (isolação inadequada). Dessa 
forma, diminuem-se bastante os impactos ambientais com resíduos.
Infelizmente, o que não é muito vantajoso ainda é o valor uni-
tário do kit. Como o mesmo é industrialmente fabricado e montado, 
torna-se mais caro ou, no mínimo, igual ao valor do método tradi-
cional. Porém, as vantagens já apresentadas e o tempo reduzido na 
instalação são atrativos para as Construtoras com grandes volumes 
de casas/apartamentos adotarem esse método como padrão.
Como se pode observar na Tabela 1, a redução do tempo na 
instalação da rede elétrica residencial otimizada é bem significati-
vo.
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Tabela 1. Tabela Comparativa de gasto de tempo entre os métodos 
de instalação Otimizada e Tradicional.
TABELA COMPARATIVA DE TEMPO GASTO ENTRE OS MÉTODOS 
DE INSTALAÇÃO OTIMIZADA E TRADICIONAL
Construtoras (modelos 
construtivos) Método Tradicional Método Otimizado
Exemplo A 3h30min 20min
Exemplo B 4h00min 25min
Exemplo C 4h00min 1h30min
Fonte: elaborado pelo autor.
Tabela2. Tabela Comparativa custo de materiais Rede Elétrica 
Otimizada X Tradicional.
TABELA COMPARATIVA DE VALORES ENTRE REDE ELÉTRICA 
TRADICIONAL E OTIMIZADA
Tradicional Otimizada
R$500,00 R$800,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Levando em consideração o tempo de instalação, os desper-
dícios de materiais na instalação e a mão de obra especializada, o 
valor final da Instalação Tradicional pode chegar a 30% mais que a 
Instalação Otimizada.
6. RESULTADOS
De acordo com a pesquisa de campo realizada com 15 usuá-
rios da Rede Elétrica Otimizada, por meio do site SurveyMonkey3, 
que é especializado em questionários on-line para obter respostas 
e resultados, utilizando um questionário, chegou-se aos seguintes 
gráficos:
3 Disponível em: <https://pt.surveymonkey.com/?ut_source=header>.
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Gráfico 2. Tempo de uso da Rede Elétrica Otimizada.
Fonte: elaborado pelo autor.
Gráfico 3. Avaliação da satisfação com o produto.
Fonte: elaborado pelo autor.
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Gráfico 4. Utilização.
Fonte: elaborado pelo autor.
Gráfico 5. Aspectos relevantes na compra do produto.
Fonte: elaborado pelo autor.
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Dentre as principais sugestões para melhorias, estão (5ª ques-
tão): redução do preço final, maior afinidade entre fabricante e ins-
talador, os quais criam um preconceito errôneo sobre o produto, 
porém a maioria sente grande satisfação com o mesmo, e maior 
número de fabricantes do produto para aumentar a qualidade e di-
minuir os preços. O fato dos usuários terem a opção de sugerirem 
mais de uma alternativa para melhorias altera a porcentagem final, 
que deveria ser de 100%.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os programas governamentais, como Programa de Ace-
leração do Crescimento (PAC) e Programa Minha Casa, Minha 
Vida (PMCMV), o déficit de moradia da população de baixa e mé-
dia renda diminuiu, já que o Governo disponibilizou verbas desti-
nadas a esse fim.
Dessa forma, a área da Construção Civil cresceu de forma 
acelerada, sendo, inclusive, responsável por 11,6% do PIB no ano 
de 2010.
Sendo assim, as indústrias têm manifestado interesse em oti-
mizar o trabalho das Construtoras, beneficiando-se também com 
esse crescimento. Os chicotes elétricos para residências com ins-
talação otimizada são exemplo disso, já que os mesmos, de forma 
simplificada, são apresentados com a finalidade de diminuir des-
perdícios com materiais e tempo de instalação. Além disso, produ-
zem menos impactos ambientais.
Para isso, tanto as construtoras como as empresas fabricantes 
dos chicotes elétricos residenciais otimizados têm trabalhado com 
o Sistema Toyota de Produção, que tem por finalidade a “Produção 
Enxuta”, utilizando para isso a ferramenta “Just in Time”, a qual 
prevê redução ou eliminação de perdas com superprodução, elimi-
nação de estoques, diminuição de tempo e transporte, entre outros.
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Os cabeamentos elétricos residenciais para instalações otimi-
zadas são a nova tendência para a Construção Civil, já sendo im-
plantado em diversos países.
Como foi ilustrado nas Tabelas 1 e 2, a redução do tempo nas 
instalações otimizadas, em relação às dos métodos tradicionais, é 
bem significativa. E essa redução do tempo, juntamente com a de 
perdas de materiais, compensa o valor ainda elevado.
Conforme os usuários que já fazem uso dessa instalação oti-
mizada e concordaram em responder o questionário, a aceitabilida-
de do produto é grande, embora ainda não seja muito conhecido, 
principalmente entre os instaladores elétricos, que têm receios de 
perderem espaço no mercado de trabalho.
A satisfação dos usuários da Rede Elétrica Otimizada é gran-
de, sendo poucas as sugestões de melhorias. E o que ainda incomo-
da são os valores altos, devido à pouca concorrência no país.
Conforme pesquisa, as reduções no tempo da instalação, no 
desperdício de materiais e na mão de obra especializada valorizam 
a rede elétrica otimizada, sendo as principais vantagens do ponto de 
vista dos usuários.
REFERÊNCIAS
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Brasília, 2010.
______. Ministério do Planejamento. Programa Minha Casa, Minha Vida. 
Brasília, 2011.
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ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Estudo Setorial da Construção. n. 56, 
2011. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A2E7311D1
012FE92DE9D55581/estudo_setorial_construcao_04-2011.pdf>. Acesso em: 15 
out. 2014.
GHINATO, P. Produção & competitividade: aplicações e inovações. Recife: 
Editora da UFPE, 2000.
52
Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 35-52, jul./dez. 2016
IMPRESA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO CLARO. Indústria de Rio 
Claro poderá contribuir com Construção Civil no país. 2011. Disponível em: 
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32, n. 4, p. 6-18, set./out. 1992.
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Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 9, n. 1, p. 53-74, jul./dez. 2016
A visão dos profissionais da Santa Casa de Rio 
Claro acerca da função do Assistente Social no 
âmbito hospitalar
Graziella Santos de OLIVEIRA1
Adriana Cristina de Oliveira ALTÉIA2
Resumo: O presente artigo tem por objetivo geral apresentar a visão de profis-
sionais atuantes na Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro acerca das funções 
de um Assistente Social dentro da área hospitalar. Por fazer parte de uma equipe 
multiprofissional, bem como em decorrência de fatores históricos, as competên-
cias e atribuições do Assistente Social por vezes se confundem com as de outros 
membros da equipe, não lhe sobrando espaço para implementar a luta na defesa 
do direito à saúde dos pacientes que procuram o hospital. Sendo assim, executam 
tarefas que não condizem com as presentes nas legislações específicas, as quais 
tratam das competências e atribuições desse profissional. Para expor o nível de 
conhecimento que os profissionais da Santa Casa de Rio Claro têm a respeito do 
Serviço Social na instituição, realizamos pesquisa de campo, por meio da entrega 
de questionários para gestores e líderes dos setores selecionados, com perguntas 
abertas e fechadas que nos ajudaram a revelar o grau de conhecimento dessa 
população em relação ao trabalho executado pelo setor de Serviço Social do 
hospital, avaliando, assim, o alcance de suas intervenções. Abordamos, também, 
os primórdios da profissão no Brasil e na Santa Casa de Rio Claro, bem como 
expomos o que são atribuições e competências do Assistente Social na Saúde.
Palavras-chave: Serviço Social Hospitalar. Competências e Atribuições Profis-
sionais. Visão da Equipe Multidisciplinar. Santa Casa de Rio Claro.
1 Graziella Santos de Oliveira. Graduada em Serviço Social pelo Claretiano – Centro Universitário 
(2014). Atualmente trabalha como Assistente Social.
2 Adriana Cristina de Oliveira

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