Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Natália Parduci- T5 O Pulmão- Robbins Atelectasia (Colapso) Atelectasia refere-se à expansão incompleta dos pulmões (atelectasia neonatal) ou ao colapso do pulmão previamente inflado, produzindo áreas de parênquima pulmonar relativamente sem ar. A atelectasia adquirida, encontrada principalmente em adultos, pode ser dividida em atelectasia por reabsorção (ou obstrução), compressão e contração. Todas, se significativas, reduzem a oxigenação e predispõem à infeção. Exceto a terceira, as outras podem ser reversíveis. Reabsorção: obstrução da via aérea, levando à reabsorção do oxigênio nos alvéolos dependentes. Causada, principalmente, por excesso de secreções, como asma e bronquite. Mediastino se desloca no sentido do pulmão atelectásico. Compressão: decorre de ocupação da cavidade pleural por exsudato líquido, tumor, sangue ou ar. Ex. pneumotórax. Mediastino se desvia para longe do pulmão afetado. Contração: ocorre por alterações fibróticas, no pulmão ou na pleura, que impedem a expansão completa. Edema Pulmonar O edema pulmonar pode resultar de perturbações hemodinâmicas (hemodinâmico ou cardiogênico) ou de aumentos diretos da permeabilidade dos capilares, como resultado de lesão microvascular. Edema Pulmonar Hemodinâmico A causa hemodinâmica mais comum de edema pulmonar é o aumento da pressão hidrostática, como ocorre na insuficiência cardíaca congestiva esquerda. São caracterizados por pulmões pesados e úmidos. O líquido sofre acúmulo inicialmente nas regiões basais dos lobos inferiores. Micro-hemorragias alveolares e macrófagos contendo hemossiderina (células de “insuficiência cardíaca”) podem estar presentes. Em casos de congestão pulmonar de longa duração os macrófagos contendo hemossiderina são abundantes, e a fibrose e o espessamento das paredes alveolares fazem com que os pulmões encharcados fiquem firmes e castanhos (induração parda). Essas alterações não apenas prejudicam a função respiratória normal como também predispõem à infecção. Edema Causado por Lesão Microvascular O edema resulta de uma lesão primária do endotélio vascular ou da avaria das células epiteliais alveolares. Isso provoca o vazamento de fluidos e proteínas inicialmente para o espaço intersticial e, em casos mais severos, para os alvéolos. Entretanto, quando difuso, o edema alveolar é um contribuinte importante para uma condição séria e muitas vezes fatal, a síndrome da angústia respiratória aguda. Lesão Pulmonar Aguda e Síndrome da Angústia Respiratória Aguda A lesão pulmonar aguda (LPA) (também chamada de edema pulmonar não cardiogênico) é caracterizada pelo início abrupto de hipoxemia significativa e infiltrados pulmonares difusos na ausência de insuficiência cardíaca. A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) refere-se a casos severos de LPA. Tanto SARA quanto LPA apresentam um aumento na permeabilidade vascular pulmonar associada a inflamação e morte de células epiteliais e endoteliais. A manifestação histológica dessas doenças consiste em lesão alveolar difusa (LAD). Condições associadas ao desenvolvimento de SARA: Sepse, infecções pulmonares difusas e trauma mecânico. Patogenia. A membrana capilar alveolar é formada por duas barreiras separadas: o endotélio microvascular e o epitélio alveolar. Na SARA, a integridade dessa barreira está comprometida por lesões endotelial ou epitelial ou, mais comumente, ambas. As consequências agudas da lesão da membrana capilar alveolar incluem aumento da permeabilidade vascular e inundação dos alvéolos, perda da capacidade de difusão e anormalidades disseminadas do surfactante causadas pela avaria dos pneumócitos de tipo II. Na SARA a lesão pulmonar é causada por um desequilíbrio de mediadores pró-inflamatórios e anti-inflamatórios. O fator nuclear κB (NF-κB), emergiu como provável candidato de um desvio no equilíbrio a favor de um estado pró-inflamatório. Apenas 30 minutos após uma agressão aguda, ocorre aumento da síntese de interleucina-8 (IL-8), um potente quimiotático e agente ativador de neutrófilos, pelos macrófagos pulmonares. A liberação deste e de compostos semelhantes, como IL-1 e o fator de necrose tumoral (TNF), provoca ativação endotelial, sequestro microvascular pulmonar e ativação de neutrófilos. Acredita-se que os neutrófilos tenham um papel importante na patogenia da SARA. Os neutrófilos ativados liberam uma variedade de produtos (p. ex., oxidantes, proteases, fator ativador de plaquetas e leucotrienos) que causam a lesão do epitélio alveolar e estimulam a cascata inflamatória. A agressão combinada ao endotélio e ao epitélio perpetua o extravasamento vascular e a perda de surfactante, tornando a unidade alveolar incapaz de se expandir. Deve ser observado que as forças destrutivas provocadas pelos neutrófilos podem ser contrabalançadas por uma série de Natália Parduci- T5 antiproteases, antioxidantes e citocinas anti-inflamatórias (p. ex., IL-10) endógenos que são suprarregulados por citocinas pró-inflamatórias. A resolução da SARA requer a reabsorção do exsudato, a renovação das células mortas e sua substituição por um novo endotélio e novas células epiteliais alveolares. A remoção dos exsudatos e restos de tecidos é efetuada por macrófagos, que secretam TGF-β e PDGF, que estimulam o crescimento de fibroblastos e o deposito de colágeno associado a fase de cura da lesão. As células epiteliais são recuperadas por uma proliferação inicial dos pneumócitos de tipo II sobreviventes que revestem a membrana basal desnudada, que se diferenciam em células de tipo I. A restauração endotelial ocorre tanto por migração de capilares não lesados quanto de células progenitoras endoteliais derivadas da medula óssea. Doenças Pulmonares Obstrutivas versus Restritivas As doenças pulmonares podem ser divididas em duas características: (1) doenças obstrutivas (ou doenças das vias aéreas), caracterizadas pelo aumento da resistência ao fluxo aéreo devido a uma obstrução parcial ou completa em qualquer nível, da traqueia e brônquios maiores até os bronquíolos terminais e respiratórios, e (2) doenças restritivas, caracterizadas por redução da expansão do parênquima pulmonar e diminuição da capacidade pulmonar total. Em indivíduos com distúrbios obstrutivos difusos, os testes de função pulmonar exibem menores taxas de fluxo aéreo máximo durante a expiração forçada, geralmente medidas pelo volume expiratório forçado em 1 segundo. Em contraste, as doenças restritivas são identificadas pela capacidade pulmonar total reduzida e por uma taxa de fluxo expiratório normal ou proporcionalmente menor. Doenças Pulmonares Obstrutivas Em suas formas prototípicas, estes distúrbios individuais – enfisema, bronquite crônica, asma e bronquiectasia – possuem características anatômicas e clínicas distintas. Enfisema e bronquite crônica frequentemente são consideradas como um único grupo e referidas como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), uma vez que muitos pacientes apresentam características sobrepostas de lesões tanto em nível acinar (enfisema) quanto em nível brônquico (bronquite), quase certamente porque um gatilho extrínseco – o cigarro – é comum a ambas. Enfisema É o aumento irreversível dos espaços aéreos distalmente ao bronquíolo terminal, acompanhado por destruição de suas paredes sem fibrose óbvia. Tipos de Enfisema. O enfisema é classificado de acordo com sua distribuição anatômica no lóbulo. Você deve lembrar que o lóbulo é um agrupamento de ácinos, as unidades respiratórias terminais. Embora o termo enfisema algumas vezes seja aplicado irrestritamente a diversas condições, existem quatro tipos principais: (1) centroacinar- 95% dos casos-, (2) pan-acinar, (3) parasseptal e (4) irregular. Destes, apenas os dois primeiros causam uma obstrução clinicamente significativa do fluxo aéreo. Enfisema Centroacinar (Centrolobular). Neste tipo de enfisema, as partes centrais ou proximais dos ácinos,formadas por bronquíolos respiratórios, são afetadas, enquanto os alvéolos distais são poupados. As lesões são mais comuns e geralmente mais severas nos lobos superiores. A inflamação ao redor dos brônquios e bronquíolos é comum. O enfisema centroacinar ocorre predominantemente em fumantes inveterados, muitas vezes em associação com bronquite crônica. Enfisema Pan-acinar (Panlobular). Neste tipo, os ácinos estão uniformemente aumentados desde o nível do bronquíolo respiratório até os alvéolos em fundo cego terminais. Em contraste com o enfisema centroacinar, o enfisema pan-acinar tende a ocorrer mais frequentemente nas zonas mais baixas e nas margens anteriores do pulmão e Natália Parduci- T5 geralmente é mais severo nas bases. Este tipo de enfisema está associado à deficiência de α1-antitripsina (α1-AT). Enfisema Acinar Distal (Parasseptal). Neste tipo, a porção proximal do ácino está normal e a parte distal é predominantemente envolvida. Ocorre em locais adjacentes a áreas de fibrose, cicatrização ou atelectasia e geralmente é mais severo na metade superior dos pulmões. Este tipo de enfisema provavelmente é a base de muitos casos de pneumotórax espontâneo em adultos jovens. Aumento do Espaço Aéreo com Fibrose (Enfisema Irregular). O enfisema irregular, que recebe esse nome porque o ácino é envolvido irregularmente, está quase invariavelmente associado a uma cicatrização. Consequentemente, esta pode ser a forma mais comum de enfisema. Na maioria dos casos, estes focos de enfisema irregular são assintomáticos e clinicamente insignificantes. Patogenia. A DPOC é caracterizada por inflamação crônica leve em todas as vias aéreas, parênquima e vasculatura pulmonar. Macrófagos, linfócitos T CD8+ e CD4+ e neutrófilos estão aumentados em várias partes do pulmão. As células inflamatórias ativadas liberam vários mediadores, incluindo leucotrieno B4, IL-8, TNF e outros, que são capazes de danificar as estruturas pulmonares ou manter uma inflamação neutrofílica. Embora os detalhes da gênese das duas formas mais comuns de enfisema – centroacinar e pan- acinar – ainda não sejam bem definidos, a hipótese mais plausível para explicar a destruição das paredes alveolares é o mecanismo de protease-antiprotease, auxiliado e estimulado pelo desequilíbrio de oxidantes e antioxidantes. A hipótese do desequilíbrio de protease-antiprotease é baseada na observação de que pacientes com uma deficiência genética da antiprotease α1-antitripsina apresentam uma tendência notavelmente maior de desenvolver enfisema pulmonar, que é aumentada pelo tabagismo. A seguinte sequência é postulada: 1. Os neutrófilos (a principal fonte de proteases celulares) são normalmente sequestrados em capilares periféricos, incluindo os do pulmão, e alguns têm acesso aos espaços alveolares. 2. Qualquer estímulo que aumente o número de leucócitos (neutrófilos e macrófagos) no pulmão ou a liberação de seus grânulos contendo protease aumenta a atividade proteolítica. 3. Com baixos níveis séricos de α1-antitripsina, a destruição do tecido elástico não é reprimida, resultando em enfisema. Portanto, considera-se que o enfisema resulte do efeito destrutivo de uma elevada atividade de protease em indivíduos com baixa atividade antiprotease. A influência do tabaco. Em fumantes, ocorre acúmulo de neutrófilos e macrófagos nos alvéolos. O mecanismo da inflamação não está totalmente claro, mas possivelmente envolve os efeitos quimioatraentes da nicotina, assim como os efeitos de espécies reativas de oxigênio contidas no fumo. Estas ativam o fator de transcrição NF-κB, que aciona os genes que codificam TNF e quimiocinas, incluindo IL-8. Estes, por sua vez, atraem e ativam os neutrófilos. Os neutrófilos acumulados são ativados e liberam seus grânulos, ricos em uma variedade de proteases celulares (elastase neutrofílica, proteinase 3 e catepsina G), resultando em lesão tissular. O tabagismo também aumenta a atividade da elastase em macrófagos; a elastase dos macrófagos não é inibida pela α1-antitripsina e, na verdade, pode digerir proteoliticamente esta antiprotease. Existem cada vez mais evidências de que, além da elastase, as metaloproteinases da matriz derivadas de macrófagos e neutrófilos também atuam na destruição dos tecidos. Além disso, o tabagismo desempenha um papel essencial na perpetuação do desequilíbrio de oxidantes-antioxidantes na patogenia do enfisema. Normalmente, o pulmão contém um complemento saudável de antioxidantes (superóxido dismutase, glutationa) que mantém a lesão oxidativa em um mínimo. A fumaça do tabaco contém espécies reativas de oxigênio (radicais livres) em abundância, que depletam estes mecanismos antioxidantes, estimulando, assim, o dano tissular. Os neutrófilos ativados também contribuem para o pool de espécies reativas de oxigênio nos alvéolos. Uma consequência secundária da lesão oxidativa é a inativação das antiproteases nativas, resultando em uma deficiência “funcional” de α1-antitripsina mesmo em pacientes sem deficiência da enzima. Uma vez que as pequenas vias aéreas são normalmente firmadas pelo recuo elástico do parênquima pulmonar, a perda do tecido elástico nas paredes dos alvéolos que circundam os bronquíolos respiratórios reduz a tração radial e, consequentemente, causa o colapso dos bronquíolos respiratórios durante a expiração. Isso provoca uma obstrução funcional do fluxo aéreo, apesar da ausência de uma obstrução mecânica. Natália Parduci- T5 Essas características inflamatórias persistem por décadas depois que o indivíduo para de fumar, por conta de uma resposta imunológica mal adaptada e autoperpetuada. Descrição da morfologia na página 694. Sintomas. Dispneia, tosse, sibilo, perda de peso, tórax em barril, cor pulmonale. A limitação do fluxo aéreo expiratório, mais bem medido por espirometria, é a chave para o diagnóstico. A morte na maioria dos pacientes com enfisema é decorrente de (1) acidose respiratória e coma, (2) insuficiência cardíaca direita e (3) colapso maciço dos pulmões secundário a pneumotórax. Hiperinflação Compensatória (Enfisema). Este termo é usado às vezes para designar a dilatação dos alvéolos, porém sem destruição das paredes septais, em resposta à perda de substância pulmonar em outra parte. Hiperinflação Obstrutiva. Nesta condição, o pulmão se expande porque o ar está aprisionado em seu interior. Enfisema Bolhoso. Este é um termo descritivo para grandes vesículas ou bolhas subpleurais, que podem ocorrer em qualquer forma de enfisema. Ocasionalmente, a ruptura das bolhas pode originar um pneumotórax. Enfisema Intersticial. A entrada de ar no estroma de tecido conjuntivo do pulmão, mediastino ou tecido subcutâneo é chamada de enfisema intersticial. Bronquite Crônica A bronquite crônica é definida clinicamente como tosse persistente com produção de escarro por, no mínimo, 3 meses em pelo menos 2 anos consecutivos, na ausência de qualquer outra causa identificável. Quando persiste por anos, ela pode (1) progredir para DPOC, (2) provocar cor pulmonale e insuficiência cardíaca ou (3) causar metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório, proporcionando um terreno fértil para uma transformação cancerosa. Patogenia. O fator primário ou inicial na gênese da bronquite crônica parece ser uma irritação de longa duração por substâncias inaladas como fumaça de tabaco (90% dos pacientes são fumantes) e pó de grãos, algodão e sílica. A característica mais precoce da bronquite crônica é a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas, associada a uma hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios. Proteases liberadas dos neutrófilos, como a elastase neutrofílica e a catepsina, e metaloproteinases da matriz estimulam esta hipersecreção de muco. Quando a bronquite crônica persiste, ocorre também aumento acentuado das células caliciformes das pequenas vias aéreas – brônquios pequenos e bronquíolos – levando à produçãoexcessiva de muco, que contribui para a obstrução das vias aéreas. Acredita-se que tanto a hipertrofia das glândulas submucosas quanto o aumento de células caliciformes constituam reações metaplásicas protetoras contra a fumaça do tabaco ou outros poluentes (p. ex., dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio). Embora a hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas seja a causa da superprodução de escarro, atualmente se acredita que as alterações associadas nas pequenas vias aéreas do pulmão (brônquios pequenos e bronquíolos, de menos de 2 a 3 mm de diâmetro) possam resultar em manifestações precoces e fisiologicamente importantes de obstrução crônica das vias aéreas. Essa característica é semelhante ao que foi descrito anteriormente no enfisema e parece ser um denominador comum na DPOC. O papel da infecção parece ser secundário. Ela não é responsável pelo início da bronquite crônica, mas provavelmente é importante para sua manutenção e pode ser crítica na produção de exacerbações agudas. O uso de cigarros predispõe à infecção por mais de um mecanismo. Ele interfere com a atividade ciliar do epitélio respiratório, pode causar lesão direta do epitélio das vias aéreas e inibe a capacidade de eliminação de bactérias pelos leucócitos brônquicos e alveolares. Infecções virais também podem causar exacerbações da bronquite crônica. Morfologia. Macroscopicamente, há hiperemia, tumefação e edema das membranas mucosas, frequentemente acompanhadas pelo excesso de secreções mucinosas ou mucopurulentas. Às vezes, cilindros grosseiros de secreções e pus preenchem os brônquios e os bronquíolos. Os aspectos histológicos característicos consistem em inflamação crônica das vias aéreas (predominantemente linfócitos) e aumento das glândulas secretoras de muco da traqueia e dos brônquios. Embora os números de células caliciformes aumentem discretamente, a principal alteração está no tamanho da glândula mucosa (hiperplasia). Esse aumento pode ser avaliado pela relação entre a espessura da camada de glândulas mucosas e a espessura da parede entre o epitélio e a cartilagem (índice de Reid). O índice de Reid (normalmente 0,4) está aumentado na bronquite crônica, geralmente de modo proporcional à severidade e à duração da doença. O epitélio brônquico pode exibir metaplasia escamosa e displasia. Há um estreitamento acentuado dos bronquíolos causado por tampões de muco, inflamação e fibrose. Nos casos mais severos, pode ocorrer obliteração da luz em virtude de fibrose (bronquiolite obliterante). Sintomas. Tosse produção de catarro, dispneia ao esforço, hipercapnia, hipoxemia, cianose, cor pulmonale com IC. Asma A asma é um distúrbio inflamatório crônico das vias aéreas que causa episódios recorrentes de sibilos, falta de ar, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Estes sintomas geralmente estão associados a uma broncoconstrição difusa, porém variável, e uma limitação do fluxo aéreo, que é ao menos parcialmente reversível, seja espontaneamente ou com o tratamento. Os aspectos característicos da doença são: aumento da Natália Parduci- T5 reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos, resultando em broncoconstrição episódica; inflamação das paredes dos brônquios e aumento da secreção de muco. Muitas células atuam na resposta inflamatória, em particular linfócitos, eosinófilos, mastócitos, macrófagos, neutrófilos e células epiteliais. Indivíduos com asma apresentam crises de dispneia, tosse e sibilos de severidade variável decorrentes de episódios súbitos de broncoespasmo. A asma pode ser classificada em atópica (evidência de sensibilização a alérgenos, geralmente em um paciente com história de rinite alérgica, eczema) e não atópica (sem evidência de sensibilização a alérgenos). Em qualquer delas, os episódios de broncoespasmo podem ser desencadeados por diversos mecanismos, como infecções respiratórias (especialmente infecções virais), exposição ambiental a irritantes (p. ex., fumaça, vapores), ar frio, estresse e exercício. Asma Atópica. Este tipo mais comum de asma é um exemplo clássico de reação de hipersensibilidade mediada por IgE de tipo 1. A doença geralmente começa na infância e é desencadeada por alérgenos ambientais, como poeira, pólen, excretas de baratas ou animais e alimentos. Uma história familiar positiva para asma é comum, e um teste cutâneo com o antígeno agressor nesses pacientes resulta em uma reação papuloeritematosa imediata. A asma atópica também pode ser diagnosticada com base na evidência de sensibilização ao alérgeno por testes de radioalergossorventes séricos (denominados RAST), que identificam a presença de uma IgE específica para um painel de alérgenos. Patogenia. Os principais fatores etiológicos na asma atópica consistem em predisposição genética à hipersensibilidade de tipo I (“atopia”) e exposição gatilhos ambientais que ainda são pouco definidos. Postula-se que a herança de genes de susceptibilidade torne os indivíduos propensos a desenvolver reações intensas de TH2 contra antígenos ambientais (alérgenos) que são ignorados ou despertam respostas inofensivas na maioria dos indivíduos. Nas vias aéreas, o cenário para a reação é estabelecido pela sensibilização inicial a alérgenos inalados, que estimulam a indução de células TH2. As células TH2 secretam citocinas que promovem uma inflamação alérgica e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos pelas células B. Essas citocinas incluem IL-4, que estimula a produção de IgE; IL-5, que ativa eosinófilos recrutados localmente; e IL-13, que estimula a secreção de muco das glândulas submucosas brônquicas e também promove a produção de IgE por células B. Como em outras reações alérgicas, IgE reveste os mastócitos submucosos, e a exposição repetida ao alérgeno faz com que os mastócitos liberem o conteúdo dos grânulos e produzam citocinas e outros mediadores, que coletivamente induzem a reação de fase inicial (hipersensibilidade imediata) e a reação de fase tardia. A reação inicial é dominada por broncoconstrição, aumento da produção de muco e graus variáveis de vasodilatação com aumento da permeabilidade vascular. A broncoconstrição é desencadeada pela estimulação direta de receptores vagais (parassimpáticos) subepiteliais por meio de reflexos centrais e locais (incluindo aqueles mediados por fibras C sensitivas não mielinizadas). A reação de fase tardia consiste, em grande parte, em inflamação com recrutamento de leucócitos, notavelmente eosinófilos, neutrófilos e mais células T. O recrutamento de leucócitos é estimulado por quimiocinas produzidas por mastócitos, células epiteliais e células T e por outras citocinas. Sabe-se que as células epiteliais produzem uma grande variedade de citocinas em resposta a agentes infecciosos, drogas e gases e também a mediadores inflamatórios. Esta segunda onda de mediadores estimula a reação tardia. Por exemplo, a eotaxina, produzida pelas células epiteliais das vias aéreas, é um potente quimioatraente e ativador de eosinófilos. A principal proteína básica dos eosinófilos, por sua vez, causa lesão epitelial e maior constrição das vias aéreas. Muitos mediadores foram implicados na resposta asmática, porém é difícil estabelecer a importância de cada suposto mediador na asma humana real. Com o tempo, surtos repetidos de exposição ao alérgeno e reações imunes resultam em alterações estruturais na parede brônquica, referidas como “remodelagem das vias aéreas”. Essas alterações, descritas mais detalhadamente adiante, incluem hipertrofia e hiperplasia da musculatura lisa brônquica, dano epitelial, aumento da vascularidade das vias aéreas, maior hipertrofia/ hiperplasia das glândulas mucosas subepiteliais e deposição de colágeno subepitelial. A e B, Comparação de um brônquio normal com o de uma pessoa com asma. Observar o acúmulo de muco na luz brônquica resultante do aumento no número de células caliciformes secretorasde muco na mucosa e de hipertrofia das glândulas submucosas. Além disso, ocorre inflamação crônica intensa devida ao recrutamento de eosinófilos, macrófagos e outras células inflamatórias. A membrana basal subjacente ao epitélio mucoso está espessada, e existem hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas. C, Alérgenos inalados (antígenos) estimulam uma resposta dominada por TH2, favorecendo a produção de IgE e o recrutamento de eosinófilos (preparação ou sensibilização). D, Na reexposição ao antígeno (Ag), a reação Natália Parduci- T5 imediata é desencadeada pela ligação cruzada induzida por Ag de IgE ligada a receptores de IgE nos mastócitos. Essas células liberam mediadores pré-formados. Coletivamente, seja diretamente ou por reflexos neuronais, os mediadores induzem broncoespasmo, aumento da permeabilidade vascular e produção de muco e recrutam outras células liberadoras de mediadores do sangue. E, A chegada dos leucócitos recrutados (neutrófilos, eosinófilos e basófilos; linfócitos e monócitos) sinaliza o início da fase tardia da asma e uma nova rodada de liberação de mediadores de leucócitos, endotélio e células epiteliais. Os fatores, particularmente os dos eosinófilos (p. ex., proteína básica maior, proteína catiônica eosinofilica), também causam lesão do epitélio. GM-CSF, fator estimulante de colônias de granulócitos-macrófagos. Genética da Asma. A asma representa um traço genético complexo no qual múltiplos genes de susceptibilidade interagem com fatores ambientais para iniciar a reação patológica. Muitos destes afetam a resposta imunológica ou a remodelagem dos tecidos. Alguns genes podem influenciar o desenvolvimento da asma, enquanto outros modificam a severidade da asma ou a resposta do paciente à terapia. - Um dos lócus de susceptibilidade mais replicados na asma está no cromossomo 5q, próximo ao grupo de genes que codificam as citocinas IL-3, IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13 e o receptor de IL-4. O receptor para LPS (CD 14) e outro gene candidato, o receptor β2-adrenérgico, também são mapeados aqui. Esta região desperta grande interesse pela conexão entre vários genes localizados aqui e os mecanismos de regulação de IgE e de crescimento e diferenciação de mastócitos e eosinófilos. Entre os genes deste grupo, os polimorfismos no gene IL13 exibem as associações mais fortes e mais consistentes com asma ou doença alérgica. - A tendência a produzir anticorpos IgE contra alguns, mas não todos, antígenos, como pólen da erva-de-santiago, pode estar ligada a alelos específicos de HLA classe II. - Especula-se que os polimorfismos de ADAM-33 acelerem a proliferação das células musculares lisas e fibroblastos nos brônquios, contribuindo, assim, para a hiper-reatividade brônquica e a fibrose subepitelial. ADAM-33 também está associada ao declínio das funções pulmonares. Morfologia. Histologicamente, os tampões de muco contêm espirais de epitélio descamado, que originam os conhecidos tampões mucosos de forma espiral chamados de espirais de Curschmann (estes resultam da obstrução dos ductos das glândulas mucosas subepiteliais por tampões de muco posteriormente expelidos ou de tampões nos bronquíolos). Numerosos eosinófilos e cristais de Charcot-Leyden estão presentes; os últimos consistem em coleções de cristaloides compostos por uma proteína de ligação de lisofosfolipase eosinofílica chamada de galectina-10. Os outros achados histológicos característicos da asma, referidos coletivamente como “remodelagem das vias aéreas” incluem: - Espessamento geral da parede das vias aéreas - Fibrose abaixo da membrana basal (decorrente do depósito de colágeno de tipos l e III abaixo da membrana basal clássica composta por colágeno de tipo IV e laminina) - Aumento da vascularidade - Aumento do tamanho das glândulas submucosas e metaplasia mucosa das células epiteliais das vias aéreas - Hipertrofia e/ou hiperplasia dos músculos da parede brônquica (este aspecto levou à nova terapia de termoplastia brônquica, na qual uma corrente de radiofrequência é aplicada às paredes das vias aéreas centrais por meio de uma sonda inserida por broncoscopia, que reduz a hiper-reatividade das vias aéreas por, pelo menos, um ano). Curso Clínico. O diagnóstico clínico é facilitado pela demonstração de aumento na obstrução do fluxo aéreo (a partir dos níveis basais), dificuldade na exalação (expiração prolongada, sibilos), elevação da contagem de eosinófilos no sangue periférico e o achado de eosinófilos, espirais de Curschmann e cristais de Charcot-Leyden no escarro (particularmente em pacientes com asma atópica). Bronquiectasia A bronquiectasia é uma doença caracterizada por dilatação permanente de brônquios e bronquíolos causada pela destruição do tecido muscular e elástico, resultante de ou associada a infecções necrotizantes crônicas. Para que seja considerada uma bronquiectasia, a dilatação deve ser permanente. A bronquiectasia surge em associação com uma variedade de condições, que incluem condições congênitas, pós-infecciosas e obstrução brônquica. Etiologia e Patogenia. Obstrução e infecção são as principais condições associadas à bronquiectasia e é provável que ambas sejam necessárias para o desenvolvimento de lesões completas, embora qualquer uma das duas possa ocorrer primeiro. Após uma obstrução brônquica, os mecanismos de eliminação normais estão prejudicados, ocorre acúmulo de secreções distalmente a obstrução e inflamação das vias aéreas. Inversamente, infecções severas dos brônquios levam à inflamação, frequentemente com necrose, fibrose e eventualmente dilatação das vias aéreas. Estes mecanismos de infecção e obstrução são mais facilmente visíveis na forma severa de bronquiectasia associada à fibrose cística. Na fibrose cística, o defeito primário no transporte iônico produz uma ação mucociliar defeituosa e acúmulo de secreções viscosas e espessas que obstruem as vias aéreas. Isso provoca susceptibilidade acentuada a infecções bacterianas, o que danifica ainda mais as vias aéreas. Com infecções repetidas, ocorre uma lesão difusa das paredes das vias aéreas, com destruição do tecido muscular liso e elástico de suporte, fibrose e subsequente dilatação dos brônquios. Os bronquíolos menores são progressivamente obliterados como resultado da fibrose (bronquiolite obliterante). Infecções Pulmonares As infecções do trato respiratório são mais frequentes que as infecções de qualquer outro órgão e representam o maior número de dias de trabalho perdidos na população geral. A maioria consiste em infecções do trato respiratório alto causadas por vírus (resfriado comum, faringite), porém infecções bacterianas, virais, por micoplasmas e fúngicas do pulmão (pneumonia) ainda causam uma enorme de morbidade e são responsáveis por um sexto de todas as mortes nos Estados Unidos. A pneumonia pode ser definida de um modo muito amplo como qualquer infecção do parênquima pulmonar. Os mecanismos de defesa locais do pulmão podem ser afetados por muitos fatores, como os seguintes: Natália Parduci- T5 - Perda ou supressão dos reflexos de tosse, como resultado de coma, anestesia, distúrbios neuromusculares, medicamentos ou dor torácica (podem levar à aspiração do conteúdo gástrico). - Lesão do aparelho mucociliar, tanto por prejuízo da função ciliar quanto por destruição do epitélio ciliado, em virtude de tabagismo, inalação de gases quentes ou corrosivos, doenças virais ou defeitos genéticos da função ciliar (p. ex., a síndrome dos cílios imóveis). - Acúmulo de secreções em condições como fibrose cística e obstrução brônquica. - Interferência com a ação fagocítica ou bactericida dos macrófagos alveolares por álcool, tabaco, fumaça, anoxia ou intoxicação por oxigênio. - Congestão e edema pulmonares. Vários outros pontos devem ser enfatizados. Em primeiro lugar, um tipo de pneumonia algumas vezes predispõe a outra, especialmente em pacientes debilitados. Em segundo lugar, emboraa porta de entrada para a maioria das pneumonias seja o trato respiratório, pode ocorrer disseminação hematogênica de um órgão para outro e pode ser difícil distinguir a semeadura secundária dos pulmões da pneumonia primária. Finamente, muitos pacientes com doenças crônicas adquirem pneumonias terminais durante a hospitalização (infecção nosocomial). Bactérias comuns ao ambiente hospitalar podem ter adquirido resistência a antibióticos; as oportunidades para disseminação aumentam; procedimentos invasivos, como intubações e injeções, são comuns; e as bactérias podem contaminar o equipamento usado nas unidades de cuidados respiratórios. PNEUMONIAS AGUDAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE. As pneumonias adquiridas na comunidade podem ser bacterianas ou virais. Frequentemente, a infecção bacteriana segue uma infecção viral do trato respiratório alto. A invasão bacteriana do parênquima pulmonar causa o preenchimento dos alvéolos com um exsudato inflamatório, consequentemente causando consolidação (“solidificação”) do tecido pulmonar. Muitas variáveis, como o agente etiológico específico, a reação do hospedeiro e a extensão do envolvimento, determinam a forma precisa da pneumonia. Condições predisponentes incluem extremos de idade, doenças crônicas, deficiências imunológicas congênitas ou adquiridas e função esplênica diminuída ou ausente. Streptococcus pneumoniae. Streptococcus pneumoniae ou pneumococos é a causa mais comum de pneumonia aguda adquirida na comunidade. O exame do escarro por coloração Gram é uma etapa importante para o diagnóstico da pneumonia aguda. A presença de numerosos neutrófilos contendo os diplococos lancetados gram-positivos típicos suporta o diagnóstico de pneumonia pneumocócica, mas deve-se lembrar que resultados falso-positivos podem ser obtidos. O isolamento de pneumococos em hemoculturas é mais específico, porém menos sensível. Haemophilus influenzae. Haemophilus influenzae é um organismo pleomórfico, gram-negativo, que é uma causa importante de infecções do trato respiratório inferior e meningite aguda com risco à vida em crianças jovens. Pode existir de duas formas: encapsulada (5%) e não encapsulada (95%). Normalmente, a encapsulada domina, por secretar um antibiótico chamado hemocina, que mata o H. influenzae não encapsulado. Os pelos na superfície do H. influenzae medeiam a aderência dos organismos ao epitélio respiratório. Além disso, H. influenzae secreta um fator que desorganiza o batimento ciliar e uma protease que degrada IgA, a principal classe de anticorpos secretados nas vias aéreas. A sobrevida de H. influenzae na corrente sanguínea está correlacionada à presença da cápsula, que, como a dos pneumococos, previne a opsonização pelo complemento e fagocitose por células hospedeiras. Moraxella catarrhalis. Moraxella catarrhalis está sendo cada vez mais reconhecida como causa de pneumonia bacteriana, especialmente em idosos. É a segunda causa bacteriana mais comum de exacerbação aguda de DPOC. Staphylococcus aureus. Staphylococcus aureus é uma importante causa de pneumonia bacteriana secundária em crianças e adultos saudáveis após doenças respiratórias virais. A pneumonia estafilocócica está associada à alta incidência de complicações. Indivíduos que abusam de drogas intravenosas apresentam alto risco de desenvolvimento de pneumonia estafilocócica em associação com endocardite. Esta também é uma causa importante de pneumonia hospitalar. Natália Parduci- T5 Klebsiella pneumoniae. Klebsiella pneumoniae é a causa mais frequente de pneumonia bacteriana por gram- negativos. Ela afeta comumente indivíduos debilitados e desnutridos, particularmente alcoolistas crônicos. Um escarro espesso e gelatinoso é característico, porque o organismo produz um polissacarídeo capsular viscoso abundante, que o paciente pode ter dificuldade para expectorar. Morfologia. A pneumonia bacteriana apresenta dois padrões de distribuição anatômica: broncopneumonia lobular e pneumonia lobar. A consolidação irregular do pulmão é uma característica dominante da broncopneumonia, enquanto a consolidação fibrinossupurativa de uma grande porção de um lobo ou de um lobo inteiro define a pneumonia lobar. Muitas vezes, é difícil aplicar estas classificações anatômicas, mas ainda clássicas, a casos individuais, porque os padrões se sobrepõem. Além disso, os mesmos organismos podem produzir qualquer um dos padrões, dependendo da susceptibilidade do paciente. Mais importante do ponto de vista clínico é a identificação do agente causador e a determinação da extensão da doença. Na pneumonia lobar, quatro estágios de resposta inflamatória foram descritos classicamente: congestão, hepatização vermelha, hepatização cinza e resolução. No primeiro estágio de congestão, o pulmão é pesado, encharcado e vermelho. É caracterizado por um ingurgitamento vascular, líquido intra-alveolar com alguns neutrófilos e muitas vezes a presença de numerosas bactérias. O estágio de hepatização vermelha que se segue é caracterizado por exsudação confluente maciça com neutrófilos, eritrócitos e fibrina preenchendo os espaços alveolares. Ao exame macroscópico, o lobo agora aparece distintamente vermelho, firme e desprovido de ar, com consistência semelhante ao fígado, daí o termo hepatização. O estágio de hepatização cinza vem a seguir, com desintegração progressiva dos eritrócitos e persistência de um exsudato fibrinossupurativo, fornecendo o aspecto macroscópico de uma superfície seca, castanho- acinzentada. No estágio final de resolução, o exsudato consolidado no interior dos espaços alveolares sofre digestão enzimática progressiva para produzir resíduos granulares, semifluidos, que são reabsorvidos, ingeridos por macrófagos, expectorados ou organizados por fibroblastos que crescem em direção aos mesmos. A reação fibrinosa pleural à inflamação subjacente, frequentemente presente nos estágios iniciais se a consolidação se estender para a superfície (pleurite), pode ceder de modo semelhante. Na maioria das vezes, ela sofre organização, deixando espessamento fibroso ou aderências permanentes. Focos de broncopneumonia são áreas consolidadas de inflamação supurativa aguda. A consolidação pode ser irregular em um lobo, mas, na maioria das vezes, é multilobar e frequentemente bilateral e basal em razão da tendência de as secreções se acumularem nos lobos inferiores em decorrência do efeito da gravidade. Lesões bem desenvolvidas são discretamente elevadas, secas, granulares, cinza-avermelhadas a amarelas e pouco delimitadas em suas margens. Histologicamente, a reação geralmente estimula um exsudato supurativo, rico em neutrófilos, que preenche brônquios, bronquíolos e os espaços alveolares adjacentes. Curso Clínico. Os principais sintomas da pneumonia aguda adquirida na comunidade consistem em febre alta de início abrupto, calafrios com tremores e tosse produtiva de escarro purulento; pacientes ocasionais podem apresentar hemoptise. Quando a pleurite fibrinossupurativa está presente, esta é acompanhada por dor pleurítica e atrito pleural. Todo o lobo é radiopaco na pneumonia lobar, enquanto existem opacidades focais na broncopneumonia. O quadro clínico é modificado acentuadamente com a administração de antibióticos. Os pacientes tratados podem estar relativamente afebris com poucos sinais clínicos de 48 a 72 horas após a introdução de antibióticos. A identificação do organismo e a determinação de sua sensibilidade ao antibiótico são as pedras fundamentais da terapia apropriada. Infecções por Influenza. Tem na tutoria. Pneumonia Hospitalar As pneumonias hospitalares são definidas como infecções pulmonares adquiridas no curso de uma internação hospitalar. São comuns em pacientes com doença subjacente severa, imunossupressão, antibioticoterapia prolongada ou dispositivos de acesso invasivos, como cateteres intravasculares. Os pacientes em ventilação mecânica estão particularmenteem risco. Superpostas a uma doença subjacente (que causou a hospitalização), as infecções hospitalares são complicações sérias e frequentemente ameaçam a vida. Bastonetes gram-negativos (Enterobacteriaceae e espécies de Pseudomonas) e S. aureus são os isolados mais comuns; ao contrário das pneumonias adquiridas na comunidade, S. pneumoniae não é um patógeno importante. Próximas páginas: 718- 728 729-739
Compartilhar