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Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
2 
www.eduhot.com.br 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 
O ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA NO CONTEXTO DO SUS ................................................ 4 
A EMERGÊNCIA EM PEDIATRIA E AS ESPECIFICIDADES DESSE 
ATENDIMENTO ......................................................................................................... 6 
GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA DA 
INTEGRALIDADE NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ................................................ 8 
DEFININDO AS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS ........................ 12 
................................................................................................................................. 12 
EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM .................................................. 12 
MELHORES PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NO TRABALHO .......................................................... 13 
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA PEDIATRICA NA PERSPECTIVA DOS 
ACOMPANHANTES ....................................................................................................... 14 
A GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: RECURSOS MATERIAIS E 
ESTRUTURA FÍSICA .............................................................................................. 17 
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA ................... 20 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SEGUNDO PRIORIDADES ....................................... 22 
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS ........................... 28 
CLASSIFICAÇÃO DA OBSTRUÇÃO................................................................................... 29 
OVACE EM PEDIATRIA: CONDUTA DO ENFERMEIRO ................................................... 29 
ATENDIMENTO ....................................................................................................... 30 
MANOBRA DE DESOBSTRUÇÃO DAS VAS....................................................................... 30 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO ........................................................ 31 
CONDUTA NA EMERGÊNCIA ................................................................................. 31 
INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO ........................................................................ 31 
PARADA CARDIORESPIRATÓRIA ........................................................................ 31 
SUPORTE DE VIDA EM PEDIATRIA - RCP ........................................................... 32 
RCP EM CRIANÇAS (1-8 ANOS) .................................................................................... 33 
COMPRESSÃO TORÁCICA EM MAIORES DE 8 ANOS E EM ADULTOS TRAUMA 34 
ABERTURA DE VIAS AÉREAS NO TRAUMA ....................................................... 34 
TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO ............................................................... 34 
TRAUMATISMO TORÁCICO .................................................................................. 36 
CONVULSÃO .......................................................................................................... 36 
AS CRISES EPILÉPTICAS PODEM SE MANIFESTAR DE DIFERENTES FORMAS: ....................... 37 
ABORDAGEM DAS CONVULSÕES NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA .................... 38 
ORIENTAÇÕES PARA A FAMÍLIA NA ALTA............................................................ 39 
CHOQUE ................................................................................................................. 39 
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE .............................................................................. 40 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 47 
 
 
 
 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
3 
www.eduhot.com.br 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
As unidades de emergências pediátricas recebem crianças com condições 
graves de saúde, em risco iminente de morte, sofrimento intenso, com problemas 
agudos e que necessitam de atendimento e tratamento imediato. Nestes locais, são 
ofertados serviços de alta complexidade e com diversidade para atender à demanda 
e garantir todas as manobras de sustentação à vida, propiciando condições de 
continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento, dentro da rede 
em saúde. 
A especificidade dos pacientes atendidos em pediatria, expressa pela maior 
dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua internação, 
requer do profissional de Enfermagem que ali atua que compreenda e acolha não 
apenas a criança doente bem como sua subjetividade em se expressar. 
Em 2014, no Brasil, problemas no sistema respiratório foram a principal causa 
de busca aos serviços hospitalares de emergência pediátrica, seguidos de doenças 
infecciosas e parasitárias e problemas no sistema digestivo, em crianças na faixa 
etária de 1 a 4 anos. Já na faixa etária de 5 a 9 anos, também prevaleceram às 
doenças respiratórias, seguidas das infecciosas e das lesões por envenenamento e 
causas externas. 
Os serviços de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados às 
crianças gravemente enfermas são também frequentados por crianças com doenças 
mais simples e não emergenciais. As famílias os utilizam como porta de entrada no 
sistema, provocando, assim, elevada demanda pelos serviços e interferindo no 
atendimento aos pacientes agudos, que são obrigados a enfrentar as filas que se 
formam nas emergências superlotadas. Tal situação parece justificar a inadequação 
da demanda por assistência hospitalar, culminando com a superlotação dos serviços 
de urgências/emergências pediátricas e, consequentemente, com a baixa qualidade 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
4 
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da atenção prestada àqueles que realmente necessitam de atendimento de 
urgência, comprometendo assim a integralidade da atenção. 
Em situações de emergência, exige-se que a equipe trabalhe com rapidez e 
eficácia para minimizar as situações de risco de vida. Isso implica diretamente na 
qualidade da assistência, pois se o profissional não tiver habilidade técnica e 
conhecimentos necessários diante a conduta a ser tomada, poderá implicar em 
agravo ao quadro do paciente. 
Está previsto no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem nas 
responsabilidades e deveres nas relações com a pessoa, família e coletividade, 
“Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de 
enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e 
legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho 
seguro para si e para outrem. 
Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, 
em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão”. 
O atendimento de emergência no contexto do SUS 
 
O objetivo das políticas públicas, enquanto ação é minimizar as 
desigualdades sociais sejam elas raciais, culturais, econômicas, sociais e outras, 
oferecendo a todos um tratamento específico conforme as suas necessidades. Em 
se tratando de políticas públicas, para atender as necessidades das crianças, a 
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, trouxe condições 
favoráveis para criação de programas públicos visando à saúde da criança. Em seu 
artigo 11 é assegurado o atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, 
por intermédio do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Nas últimas décadas, um dos marcos mais importante e marcante nas 
transformações pelas quais vem passando o sistema de saúde brasileiroocorreu em 
1988, com a promulgação da Constituição Federal, na qual foi determinado que a 
saúde é direito de todos e dever do Estado e cria o SUS. Este só foi regulamentado, 
no entanto, pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8080, de 19 de setembro de 1990 e nº 
8142, de 28 de dezembro de 1997. A partir daí a saúde no Brasil passa por um 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
5 
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processo contínuo de mudanças na tentativa de consolidar este sistema e criar 
propostas que atendam a população de maneira humanizada e ética. 
A Norma Operacional da Assistência à Saúde/SUS 01/2002 dispõe sobre a 
formação de níveis de complexidade, as responsabilidades financeiras dos setores 
com cada nível e como deve se dar a articulação entre os níveis devidamente 
hierarquizados. Estrutura-se, então, uma rede descentralizada e hierárquica em três 
níveis de atenção: nível primário (postos e centros de saúde), considerada a porta 
de entrada dos usuários da rede de saúde; nível secundário (unidades mistas, 
ambulatórios geral, hospitais locais e regionais); e nível terciário (ambulatórios 
especialistas, hospitais especializados e hospitais de especialidades). 
Visando garantir aos pacientes a integralidade e acesso aos serviços, é 
importante que haja um sistema de comunicação e inter-relação entre os diferentes 
níveis. O sistema de referência e contrarreferência é um mecanismo administrativo, 
em que os serviços estão organizados de forma a possibilitar o acesso a todos os 
serviços existentes no SUS pelas pessoas que procuram as unidades básicas de 
saúde. 
Essas unidades são, portanto, a porta de entrada para o serviço de maior 
complexidade, caso haja necessidade do usuário. Asssim, as unidades de maior 
complexidade são chamadas de unidades de referência. O usuário atendido na 
unidade básica, quando necessário, é referenciado (encaminhado) para unidade de 
maior complexidade a fim de receber o atendimento de que necessita; quando 
finalizado o atendimento dessa necessidade especializada, ele deve ser 
contrarreferenciado, ou seja, o profissional deve encaminhar o usuário para a 
unidade de origem para que a continuidade do atendimento seja feita. 
A Política Nacional de Atenção às Urgências preconiza a integração entre a 
rede básica de saúde local, permitindo que o usuário tenha acesso aos serviços de 
saúde nos diversos níveis de complexidade. Deixa claro que as equipes de atenção 
às urgências vinculadas ao SUS devem estar em constante aperfeiçoamento para 
atender os usuários de acordo com os princípios da integralidade e humanização. 
Assim sendo, serviços de emergência devem estar organizados para atender às 
crianças e suas famílias, independentemente da situação de saúde, e encaminhá-los 
após o atendimento para os serviços de saúde de acordo com as suas 
necessidades. A Portaria nº 3.390, de 27 de dezembro de 2013, que institui a 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
6 
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Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do SUS, estabeleceu 
as diretrizes para organização do componente hospitalar da Rede da Atenção à 
Saúde (RAS), cuja finalidade é promover o aprimoramento dos processos 
assistenciais e gerenciais na atenção hospitalar, mediante planejamento cooperativo 
e solidário entre as esferas governamentais, com vistas à qualificação e 
resolutividade da atenção. 
Em seu Capitulo I, Artigo 4º, a PNHOSP define que os hospitais que prestam 
ações e serviços no âmbito do SUS constituem-se como um ponto ou conjunto de 
pontos de atenção, cuja missão e perfil assistencial devem ser definidos conforme o 
perfil demográfico e epidemiológico da população e de acordo com o desenho da 
RAS locorregional, vinculados a uma população de referência com base territorial 
definida, com acesso regulado e atendimento por demanda referenciada e ou 
espontânea. No parágrafo 2º, por sua vez, fica definido que os hospitais se 
constituem, além da assistência, em espaços de educação, formação de recursos 
humanos, pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde para a RAS. 
 . 
A emergência em pediatria e as especificidades desse atendimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://hospitalsaomatheus.com.br/category/pediatria/ 
 
Com a grande demanda de pacientes na qual o serviço de emergência tem se 
deparado, o papel do profissional de enfermagem, junto com a sua equipe, é o de 
prestar uma assistência rápida e resolutiva para minimizar as situações de risco de 
vida. A especificidade dos pacientes pediátricos encontra-se, principalmente, na 
maior dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua 
internação, requerendo que o profissional de enfermagem compreenda e acolha não 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
7 
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apenas a criança doente como também sua subjetividade em se expressar. 
A criança e sua família, quando procuram pelo serviço de emergência, 
necessitam de uma atenção especial em razão das suas características 
psicobiológicas próprias desse grupo populacional que, em muitos casos, estão 
sujeitos aos agravos decorrentes das doenças que se manifestam na infância. Esse 
tipo de atendimento exige recursos materiais e humanos especializados e 
preparados para que a situação de saúde da criança não se agrave. 
Muitos são os fatores que colocam a criança em risco. Entre as causas que 
necessitam da assistência nas unidades de atendimento de EP estão as doenças 
respiratórias, as intoxicações, os estados convulsivos e os acidentes e traumas, que 
provocam, muitas vezes, a parada cardiorrespiratória, que é a emergência de maior 
importância na pediatria. 
O atendimento por livre demanda ainda é muito frequente, principalmente nos 
serviços vinculados ao SUS, onde são também frequentados por crianças com 
doenças mais simples, e as famílias os utilizam como porta de entrada do sistema, 
provocando elevada procura pelo serviço e interferindo no atendimento aos 
pacientes agudos. 
Na assistência pediátrica, que envolve média e alta complexidade, como 
também a cronicidade e gravidade dos casos, os profissionais devem considerar a 
incorporação constante de novos conhecimentos sobre doenças raras, sobre 
limitações do desenvolvimento e maturação dos pacientes, e o uso de tecnologias 
de ponta. Além disso, é importante a valorização do saber do paciente pediátrico 
sobre o seu processo de adoecimento, sobre as relações vivenciadas durante a sua 
internação e sobre o seu direito de expressão, fornecendo subsídios para que o 
profissional de saúde possa refletir e repensar acerca de suas práticas com vistas a 
uma assistência integral e acolhedora. 
Neste movimento de reflexão, cabe destacar que nas emergências 
pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não exclusivamente, a 
criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também deve ser alvo da 
assistência. Assim, o processo de trabalho da equipe de enfermagem deve estar 
centrado na prática assistencial, educativa e na administração do serviço de saúde, 
bem como na necessidade de cuidar das crianças em situação de emergência e 
seus acompanhantes. 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
8 
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Neste contexto, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do 
encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata-
se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na EP com os 
profissionais de saúde. Além disso, o processo de trabalho em saúde envolve a 
configuração de uma complexa rede com os elementos relativos aos sujeitos 
(necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de produção, 
mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de saúde 
(políticas públicas, financiamentos, estratégias de gestão). 
Portanto, destaca-se que as ações de enfermagem não estão restritasa 
procedimentos técnicos, há grande valorização do cuidado humanizado prestado à 
criança hospitalizada e ao seu familiar cuidador. Neste momento, podemos inferir 
que o enfermeiro como líder da equipe defronta-se com vários desafios para o 
gerenciamento do cuidado no serviço de emergência; portanto, além de 
conhecimento técnico e cientifico, deve ter habilidade para organizar o trabalho, 
adequando-o às condições de atendimento disponíveis à quantidade e gravidade do 
quadro clinico dos pacientes que procuram este serviço. 
 
Gerência do cuidado de enfermagem na perspectiva da integralidade na emergência 
pediátrica 
 
O hospital moderno é uma organização complexa que incorpora o avanço 
constante de conhecimentos e tecnologia, no qual diferentes profissionais ligados à 
área de saúde exercem suas atividades. Entre eles, o enfermeiro é um dos 
responsáveis pela assistência prestada ao cliente e desempenha funções 
administrativas e assistenciais com vistas à realização do cuidado. Para a realização 
destas funções, o enfermeiro adapta constantemente o seu processo de trabalho, ao 
mesmo tempo em que tem o usuário como eixo central de suas ações. A tomada de 
decisão permeia o processo de trabalho do enfermeiro cotidianamente e é 
considerada a função que caracteriza o desempenho da gerência. 
Gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir. É a arte de fazer acontecer, 
de obter resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas 
que tem que ser alcançados pelas pessoas em uma interação humana constante. A 
gerência constitui um importante instrumento para a efetivação de políticas, 
incorporando um caráter articulador e integrativo, ou seja, a ação gerencial é 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
9 
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determinada e determinante do processo de organização de saúde e fundamental na 
efetivação de políticas sociais e, em específico, as da saúde. 
Consideramos, então, que a gerência é a maneira de utilizar diversos 
recursos organizacionais, quais sejam: humano, materiais, financeiros, de 
informação e tecnologia, para alcançar objetivos e atingir elevado desempenho. É o 
processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos 
organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz. 
O planejamento é a primeira função administrativa, porque sem planejamento não se 
pratica gerência. O planejamento se inicia à medida que se determinam objetivos a 
serem alcançados, se definem estratégias e políticas de ação e se detalham planos 
para conseguir alcançar os objetivos. Desta forma, é estabelecida uma sequência de 
decisões que incluem a revisão dos objetivos propostos, alimentando um novo ciclo 
de planificação. Logo, o princípio básico para uma boa gestão é o planejamento, já 
que é a partir dele que se norteia todo o processo gerencial e dá suporte para a 
tomada de decisão para implementar atividades. Quando o planejamento é bem 
feito, o trabalho é realizado com qualidade, com o melhor uso dos recursos humanos 
e materiais e há, também, um melhor controle de custos. 
Outra função gerencial é a organização, que significa “estabelecer a estrutura 
para executar os planos, determinando o tratamento mais adequado a ser dado ao 
paciente e agrupar as atividades para atingir as metas da unidade. Incluem, também, 
o trabalho dentro da estrutura da organização, a compreensão e utilização do poder 
e da autoridade. A direção, enquanto uma das funções gerenciais, implica em várias 
atividades relacionadas com o recurso humano e por isso é através dela que são 
tomadas decisões, emitidas as ordens, orientações e supervisão do esforço dos 
subordinados, no sentido de alcançar os objetivos definidos no planejamento . 
O controle é a função administrativa, que tem a ver com o planejado e o 
realizado, ou seja, com o desejado e o obtido, com o orçado e o efetivado. Dessa 
forma, o controle fecha o ciclo aberto pelo planejamento. A essência do controle 
reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os resultados 
desejados. Parte-se do princípio de que estes resultados foram previstos e precisam 
ser controlados. Assim, o controle pressupõe a existência de objetivos e de planos, 
pois não se pode controlar sem planos que definam o que deve ser feito. 
O enfermeiro no seu dia a dia realiza junto a sua equipe funções de 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
10 
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planejamento, organização, direção e controle. A execução de cada uma dessas 
funções ocorre em maior ou menor frequência, mas todas estão presentes. 
A gerência em enfermagem é uma atividade que facilita a integração entre a 
equipe de saúde a fim de tornar possível o processo de cuidar, seja ele individual ou 
coletivo. Para o exercício da gerência requerido por este estudo, buscou-se base 
teórica dentro da ciência da administração e usou-se as funções administrativas para 
o processo de trabalho da gerência em enfermagem. 
Nessa perspectiva, o planejamento como um instrumento do processo de 
trabalho gerencial pode ser definido como a arte de fazer escolhas e de elaborar 
planos para favorecer um processo de mudança. Compreende, assim, um conjunto 
de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar a interação 
com a realidade, programar as estratégias e as ações necessárias para alcançar os 
objetivos e metas desejadas e pré-estabelecidas. 
As transformações ocorridas nos setores político, econômico, social e cultural 
da sociedade, bem como o surgimento de novas tecnologias, têm levado as 
organizações hospitalares a buscarem novas concepções gerenciais, a fim de se 
tornarem mais eficientes e eficazes no atendimento das doenças e seus clientes. O 
gerenciamento em enfermagem pode ser historicamente contextualizado a partir da 
segunda metade do século XX. Desde este período, o trabalho da enfermagem é 
organizado de modo que o saber administrativo e a prática propriamente dita são 
dissociados, ou seja, separe-se a organização e a execução do cuidado. 
A partir deste ponto é possível distinguir o processo de cuidar do processo de 
gerenciar: o primeiro expressa a execução dos cuidados de enfermagem para a 
obtenção do atendimento integral com vistas às necessidades de saúde da 
população, o segundo tem como objetivo a organização do trabalho e os recursos 
humanos necessários à efetivação de tal cuidado. 
 Analisando o cuidado como cerne do processo do trabalho de enfermagem, 
compreende-se que o gerenciamento pressupõe a qualidade do mesmo, e que, 
portanto, a cisão entre as dimensões assistencial e gerencial compromete o alcance 
do cuidado, acarretando conflitos no trabalho deste profissional com sua prática, na 
relação com a equipe de enfermagem e com a equipe multiprofissional. 
Conceitualmente, a gerência do cuidado envolve uma relação dialética entre o saber 
fazer gerenciar e o saber fazer cuidar, o que possibilita, assim, uma interface entre 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
11 
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eles na prática profissional. Caracteriza-se por ações expressivas e instrumentais de 
cuidado direto e indireto, além de articulação e interface dos aspectos técnicos, 
políticos, social, comunitário, de desenvolvimento da cidadania e organizacionais, 
que envolvem a práxis do enfermeiro em cenário hospitalar, nos diferentes níveis 
hierárquicos e em quaisquer instituições de saúde. As ações da gerência do cuidado 
de enfermagem estão relacionadas às ações do cuidado direto e àquelas do cuidado 
indireto, de caráter instrumental, caracterizadas por ações que requerem habilidades 
técnicas e gerenciais. 
Elas têm o intuito de planejar o ambiente terapêutico, inclusive equipamentos 
e materiais necessários, possuindo caráter expressivo, que englobam aspectos 
subjetivos, além de influenciar e serem influenciadas pelos aspectosobjetivos que 
envolvem a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a organização 
do trabalho da equipe de enfermagem. Ambas são ações realizadas pelo enfermeiro, 
de forma integrada e articulada, com o objetivo de oferecer um cuidado 
sistematizado de qualidade aos usuários do serviço em saúde. 
As várias funções desempenhadas pelo enfermeiro – cuidar, educar, 
coordenar, colaborar e supervisionar – devem ser desenvolvidas de maneira 
integrada e, portanto, indissolúvel uma das outras. Tendo em vista um atendimento 
integral a coordenação do cuidado, é um dos papeis mais importantes em um 
ambiente hospitalar, visto que, entre suas atribuições, o enfermeiro possibilita a 
integração entre os serviços e outros profissionais da equipe multiprofissional. 
As atividades gerenciais do enfermeiro devem ter como finalidade o alcance 
de um cuidado de qualidade, visto ser este o traço principal do processo de trabalho 
da enfermagem. Dessa forma, na medida em que o gerenciamento de enfermagem 
está articulado com a prática do cuidado, ambos voltados para o atendimento das 
necessidades de saúde, ele pode contribuir com o cuidado integral e com o alcance 
da integralidade da atenção. Neste movimento de reflexão, o trabalho gerencial do 
enfermeiro tem potencial para redefinir o modelo de atenção, pois permite a 
produção do cuidado, por meio de ações que visam à intervenção em saúde, 
incidindo exatamente no momento operacional. 
Para tanto, o enfermeiro deve amparar o seu processo de trabalho utilizando 
tecnologias gerenciais, a fim de tornar-se um agente de mudança da realidade dos 
serviços de enfermagem das instituições de saúde, de forma que o cuidado 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
12 
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gerenciado nas instituições seja capaz de extrapolar o tecnicismo, incorporando 
conhecimentos e atitudes de maneira racional e sensível. 
 
Definindo as situações de emergências pediátricas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.secad.com.br/blog/medicina/novo-programa-de-atualizacao-aborda-a-emergencia-pediatrica/ 
 
Concordando com Santos et al “[...] a situação de emergência é geralmente 
assustadora, ela necessita das mais rápidas e melhores formas de pensar e agir, 
pois a palavra emergência são eventos inesperados e que pedem atendimento 
imediato no qual devemos enfrentá-los e fazer a coisa certa com rapidez e 
eficiência”. 
As situações de emergência na infância são traumáticas, tanto para a criança 
quanto para os pais e familiares, pelo risco iminente de morte e devido à 
necessidade de intervenção imediata pela equipe de saúde, onde por vezes estão 
focados no atendimento deixando os familiares de lado e sem notícias do quadro do 
paciente até a estabilização do mesmo. 
Para conseguir atender com seriedade, comprometimento, ética e habilidade 
é importante que os profissionais possuam conhecimento atualizado acerca das 
condutas a serem tomadas no momento da emergência para assegurar uma 
assistência livre de danos, bem como negligencia, imprudência ou imperícia. 
 
Educação permanente na enfermagem 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
13 
www.eduhot.com.br 
Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2017/05/educacao-permanente-nos-servicos-de-saude.html 
 
De acordo com Ministério da Saúde “A Educação Permanente é 
aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano 
das organizações e ao trabalho. Propõe que os processos de educação dos 
trabalhadores da saúde se façam a partir da problematização do processo de 
trabalho, e considera que as necessidades de formação e desenvolvimento dos 
trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e 
populações. Os processos de educação permanente em saúde têm como objetivos a 
transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho”. 
A enfermagem pela sua essência e formação está vinculada a educação. De 
alguma maneira sempre está orientando um paciente quanto aos cuidados ao utilizar 
suas medicações, bem como aos familiares a cuidarem em casa de dispositivos 
instalados no o que constata que educação e a enfermagem são indissociáveis. 
A educação permanente pode direcionar para a melhoria da assistência de 
enfermagem, promovendo a satisfação profissional e melhorando as condições no 
trabalho. 
Melhores práticas de atuação no trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.secad.com.br/blog/enfermagem/o-papel-do-enfermeiro-na-promocao-da-saude-infantil/ 
 
Cada profissional é responsável pelo trabalho que desenvolve de acordo com 
os recursos materiais e/ou humanos oferecidos pela instituição onde atua. 
Nesta ótica, pressupõe que para que o profissional, preste uma assistência 
dentro dos preceitos éticos da profissão e com qualidade, necessita ser 
treinado/qualificado/aprimorado melhorando assim suas práticas de atuação. 
“Todo investimento em treinamento e qualificação de pessoal, quando bem 
planejado e desenvolvido, é capaz de produzir mudanças positivas no desempenho 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
14 
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das pessoas”. 
Para alcançar as melhores práticas se faz necessário “considerar o 
trabalhador de saúde um ser cognoscente, corresponsável pelo suprimento de suas 
necessidades e pelo estabelecimento relações entre os membros da equipe, 
fortalece a noção de que este sujeito lida com o conhecimento, aprende, troca, 
elabora, reelabora, transforma o conhecimento explícito em tácito e o tácito em 
explícito. Como membro de uma organização, é capaz de articular conhecimento e, 
nesse vai e vem das relações, melhorar as práticas de saúde e de cuidado.” 
O trabalho da enfermagem em emergência pediatrica na perspectiva dos 
acompanhantes 
 
Nas ultimas décadas, as emergências hospitalares públicas pediátricas 
viveram períodos de superlotação, pois a demanda era maior que a oferta de 
serviço. Isso aconteceu, pois nestes locais eram atendidas situações que não 
configuram emergência em saúde e poderiam ter sido resolvidas em locais de menor 
complexidade, como a atenção básica. A elevada proporção de crianças com 
problemas de saúde passíveis de serem solucionados no nível primário de atenção e 
que enchem os hospitais trazem repercussões ao processo de trabalho da equipe de 
enfermagem. 
Nas emergências pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não 
exclusivamente a criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também 
deve ser alvo da assistência. Nestes locais, o processo de trabalho da equipe de 
enfermagem deve estar centrado na prática assistencial, educativa e na 
administração do serviço de saúde, bem como, na necessidade de cuidar das 
crianças em situação de emergência e seus acompanhantes. 
Neste sentido, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do 
encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata-
se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na emergência 
pediátrica hospitalar com os profissionais de saúde. Além disso, o processo de 
trabalho em saúde envolve a configuração de uma complexa rede com os elementos 
relativos aos sujeitos (necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de 
produção, mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de 
saúde (políticas públicas, financiamento, estratégias de gestão). 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
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Cuidar da clientela pediátrica requer do profissional, o cuidado técnico e o 
cuidado subjetivo que envolve a singularidade, a individualidade e a forma como a 
criança expressa seus sentimentos e emoções. Assim, quando a mesma se 
encontra em situação de risco de morte, em uma unidade de emergência, é 
necessário um plano de cuidado de enfermagem, que contemple os cuidados 
necessários e indispensáveispara manutenção da vida, bem como promover 
atenção ao seu acompanhante. 
A ausência de relação humanizada entre profissionais assistencialistas, 
especificamente o enfermeiro, no tocante à criança e o acompanhante pode alterar o 
processo de trabalho da equipe de enfermagem de maneira a trazer repercussões 
negativas na recuperação clínica da criança, prolongando o período de permanência 
no hospital, acentuando as suas fragilidades e comprometendo a assistência 
prestada. 
Na tentativa de melhorar a resolutividade nos serviços de emergências 
hospitalares, o governo federal criou no ano de 2011, a Rede de Atenção as 
Urgências e Emergências (RUE) no âmbito do SUS, que encontrou reforço para sua 
implementação com o Programa SOS Emergência, em 2012. 
A criação e a efetivação de novas politicas públicas na reorganização dos 
serviços de urgência e emergência, na lógica do atendimento em rede, refletem 
diretamente na prática assistencial, no processo de trabalho e no cuidado de 
enfermagem. 
A área de conhecimento do gerenciamento de enfermagem, onde localiza-se 
o processo de trabalho da equipe de enfermagem, vem sendo estudada pela 
perspectiva do enfermeiro, focado na preocupação no processo ensino 
aprendizado, na capacitação dos profissionais de enfermagem através da educação 
em saúde, na qualidade da assistência, com foco no processo e produto8. Outros 
estudos abordaram primordialmente o gerenciamento dos serviços hospitalares de 
assistência a adultos, e não conferiram visibilidade ao processo de trabalho de 
enfermagem no setor de emergência pediátrica através do acompanhante da 
criança, que também é um usuário do serviço. 
No âmbito internacional, os estudos demonstraram que o foco estava na 
família e nos profissionais de saúde, com maior preocupação no atendimento de 
emergência na atenção primária e com cuidados domiciliares as crianças, a fim de 
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evitar atendimentos de emergência desnecessários. 
Mediante a invisibilidade do processo de trabalho de enfermagem no setor de 
emergência pediátrica, frente a perspectiva do acompanhante, ainda, no contexto 
das novas políticas públicas de reorganização das redes de atenção às 
emergências, justifica-se a realização deste estudo. A questão que norteou este 
estudo foi: Quais são as percepções dos acompanhantes sobre o trabalho da equipe 
de enfermagem no atendimento a criança em situação de emergência? Sendo 
assim, objetivou-se: analisar o processo de trabalho da equipe de enfermagem no 
cuidado de crianças em situação de emergência na perspectiva do acompanhante. 
Pediátrica estes devem ser realizados em sala e local próprios e separados do 
atendimento de adultos, sendo respeitada a dimensão de 8,5m por leito. 
O ambiente de trabalho também deve ser um lugar seguro para que os 
profissionais de saúde possam prestar assistência de modo rápido e eficaz. Nas 
emergências pediátricas a iluminação natural e a artificial são de extrema 
importância, pois ambas bem projetadas podem originar estímulos tranquilizadores e 
acolhedores nas crianças e acompanhantes, atendendo parte da necessidade de 
bem estar biológico e psicológico. Um setor de trabalho saudável para a equipe de 
enfermagem deve ser bem iluminado, visto que o cuidado desenvolvido por esses 
profissionais é por vezes cansativo e envolve esforço físico, evitando a fadiga e o 
esforço visual desnecessário. 
É importante ter em mente que quando os usuários escolhem os serviços de 
saúde onde desejam ser atendidos, o fazem com base na área geográfica, na 
resolutividade, na qualidade, na agilidade, no acesso, no acolhimento prestado e 
pelas informações disponíveis em sua rede. Deste modo, a rede assume papel 
importante, na manifestação das necessidades, desejos e interesses, bem como, no 
modo de produção e mecanismos de modelação ideológica dos indivíduos que a 
compõe. 
Os indivíduos inseridos na rede social dos acompanhantes de crianças 
atendidas na emergência pediátrica também podem ser corresponsáveis por romper 
com o modelo ideológico de responsabilização da assistência, apenas por parte dos 
profissionais e gestores. Os usuários do SUS devem ser ativos e atuantes na 
construção de um sistema de saúde melhor, através do controle social e atividades 
de fiscalização. Os acompanhantes das crianças, na qualidade de usuários, devem 
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ter voz ativa e representativa no Conselho Nacional de Saúde, na ouvidoria 
hospitalar, e no encontro como os profissionais de saúde, fortalecendo assim a rede. 
Assim, profissionais gestores e usuários buscam um modelo de produção de saúde 
que seja revertido em resolutividade na assistência. 
 
A gestão dos serviços de saúde: recursos materiais e estrutura física 
 
No contexto da emergência pediátrica, os profissionais de enfermagem são 
fundamentais na gestão e no processo de trabalho. Assim, o enfermeiro, como 
responsável pela equipe de enfermagem e detentor de conhecimento clínico, deve 
ser o responsável pelo fluxo de atendimento dos usuários de acordo com 
acolhimento e classificação de risco. A reorganização no atendimento da 
emergência pediátrica, seguindo os protocolos estabelecidos e priorizando o 
atendimento dos casos graves, pode contribuir para a diminuição do risco de morte e 
para o aumento da expectativa de vida. 
Em nosso país, não existe a obrigatoriedade dos enfermeiros que trabalham 
nos setores de emergência serem especialistas ou capacitados na área. Entretanto, 
ele deve prestar uma assistência dentro dos preceitos éticos da profissão, com 
qualidade e comprometido em melhorar cada vez mais o cuidado prestado à criança 
e em atender aos interesses do usuário. No processo de trabalho, o enfermeiro e 
sua equipe devem ser competentes, treinados, qualificados, melhorando assim sua 
prática de atuação. Pois, o trabalho em situação de risco eminente de morte exige 
um cuidado rápido, interativo, complementar e multiprofissional. 
Diferente da realidade brasileira, nos Estados Unidos, é obrigatório que o 
enfermeiro faça o curso de dois anos de capacitação antes de desenvolver sua 
prática assistencial em unidades de emergência pediátricas para só então poder 
trabalhar neste setor. 
Neste país, ainda existem várias equipes de enfermeiros que trabalham na 
emergência pediátrica, dividindo a assistência em áreas, como por exemplo: equipe 
de ressuscitação cardio pulmonar, de acessos venosos e entre outras. 
A equipe de enfermagem é permanente e constante nos serviços de 
emergência pediátrica. Esses profissionais são os responsáveis por manter o padrão 
no atendimento, gerenciar riscos e garantir a qualidade16. Com base nas falas dos 
acompanhantes de criança atendidas em situação de emergência, identificou-se que 
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a ideologia do processo de trabalho está centrada na rapidez do atendimento, na 
atenção e na capacidade dos enfermeiros em prestar o cuidado humanizado, o que 
não requer, necessariamente, dedicar mais tempo à criança, ou ter condições de 
trabalho ideais. Basta, portanto, saber dirigir palavras de conforto e segurança, dar 
real atenção à pessoa, conversar com ela, e deixar que se manifeste. 
A humanização no processo de trabalho de enfermagem também manifesta-
se através de uma comunicação efetiva, que é adequada quando ocorre de modo 
individualizado, sempre que os profissionais relacionam-se com os acompanhantes 
de um modo carinhoso, amoroso, respeitoso e desenvolvendo escuta sensível. 
Assim, se estabelece uma relação de ajuda, confiança e cria-se um vínculo entre os 
profissionais, crianças e acompanhantes, o que facilita o processo do cuidado. Deste 
modo, a comunicação é um meio de tornar o atendimento de emergência menos 
traumático. 
Assim, tem-se que o modelode cuidado e gestão em saúde predominante 
ainda é o curativo, não devendo, neste sentido, excluir a oportunidade de trabalhar 
os aspectos relativos à prevenção. Existe uma maior valorização da doença, com a 
necessidade da busca pelo atendimento de emergência, que por muitas décadas 
superlotou os hospitais. Foi necessário o investimento em políticas públicas 
específicas, como Humaniza SUS, Rede de Urgência e Emergência e o SOS 
Emergência para garantir o acesso aos hospitais nos casos realmente de 
emergência. Apesar de avanços e investimentos também na Atenção Primária em 
Saúde, o modelo preventivo ainda é emergente em nosso país. 
A gestão dos serviços de saúde é inerente ao processo de trabalho da equipe 
de enfermagem. Aspectos como a infraestrutura hospitalar e o mobiliário interferem 
na assistência prestada. A manutenção dos bens duráveis, bem como a adequação 
para o perfil da clientela atendida é de responsabilidade dos gestores em saúde e 
dos enfermeiros. 
Cabe a este profissional gerir as unidades de emergências e identificar 
deficiências no acesso, eficiência e qualidade nos atendimentos, bem como discutir, 
negociar e decidir acerca da alocação dos recursos financeiros do hospital Ainda, no 
que se refere à estrutura e os recursos físicos no setor de emergência pediátrica, 
estes devem proporcionar um ambiente seguro para a criança, seu acompanhante e 
profissional de saúde. Deste modo, almeja-se uma assistência livre de riscos e sem 
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agravos a situação de vulnerabilidade a qual a criança já está exposta. 
 A manutenção da segurança da criança aumenta quando a equipe de 
enfermagem recebe treinamento constante. Assim, é capaz de prever as possíveis 
ameaças advindas dos riscos relacionados à segurança do paciente, como: erros de 
medicação, uso inadequado e/ou falta de equipamentos, recursos humanos, no que 
se refere à falta de habilidade técnica, bem como, na comunicação ineficiente entre 
os diferentes profissionais de saúde e acompanhantes. Na tentativa de minimizar os 
riscos na segurança do paciente, a equipe de enfermagem deve receber treinamento 
por meio de simulações do cuidado ao usuário. Esta modalidade apresenta como 
vantagem identificar ameaças latentes na segurança do paciente, identificar lacunas 
no conhecimento dos profissionais, e reforçar comportamentos de trabalho positivos 
em equipe. 
Para os acompanhantes deste estudo, a segurança da criança é garantida 
com o uso de mobiliário como cama e berços com grades que funcionem e evitem o 
risco de queda. Além disso, a disponibilidade, funcionalidade e número adequado de 
monitores e aparelhos para assistência em saúde, também foram apontados como 
inerentes ao processo de trabalho da equipe de enfermagem no cuidado de crianças 
em situação de emergência. 
As camas e berços, bem como os monitores devem ser estar em número e 
tamanho adequados, em perfeita condição para uso, garantindo conforto, 
privacidade e recuperação em segurança. A disposição deste mobiliário e material 
deve ser uma ferramenta facilitadora do processo de trabalho, das relações 
interpessoais entre usuário e equipe de modo acolhedor, resolutivo e humano20. 
Os recursos tecnológicos, como os monitores auxiliam no atendimento da 
criança e devem estar funcionando em quantitativo adequado ao número de leitos. A 
imprevisibilidade dos recursos materiais e equipamentos para o cuidado de 
enfermagem, além de dificultar o planejamento das ações, por vezes, expõem o 
usuário ao improviso, riscos e o trabalhador às situações constrangedoras. 
A legislação brasileira que regulamenta o funcionamento dos hospitais 
determina nos artigos 50 a 55 que as unidades de emergência devem dispor de 
materiais e equipamentos adequados a complexidade do serviço, necessários ao 
atendimento de sua demanda, devendo estar devidamente regularizados junto a 
esse órgão. 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
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Na unidade devem constar instruções escritas referentes à utilização de 
equipamentos e materiais, manutenções preventivas e corretivas nos equipamentos 
e uma reserva operacional, segundo fabricante ou serviço de engenharia da 
instituição. 
A estrutura hospitalar também deve garantir privacidade e conforto ao usuário, 
além de ser um local limpo, livre de fontes de contaminação. Em hospitais com 
atendimento de emergência. 
 
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA 
 
O acolhimento, a partir desta proposta, se torna uma prática técnico 
assistencial que pressupõe a formação qualificada e responsável dos servidores, 
visando assim, desconstituir a prática vigente de filas, uma vez que acolhimento 
também significa facilitação de acesso da população aos serviços de saúde e 
também o oferecimento de assistência adequada. 
Para tanto, a classificação de risco parte do princípio que os usuários 
(crianças) que procuram a emergência pediátrica e têm suas queixas/sinais e 
sintomas classificados como emergentes deverão ser atendidos nas áreas 
previamente definidas como vermelha, que deverá estar devidamente equipada e 
destinado ao recebimento, avaliação e estabilização das emergências, onde este 
atendimento se dará imediatamente após a sua entrada na unidade, sem nenhum 
tipo de espera. 
Os pacientes classificados em suas queixas como urgentes pela equipe de 
acolhimento deverão ser atendidos nas áreas previamente denominadas amarela. 
As queixas classificadas como urgentes, mas que não levam a riscos 
eminentes de vida terão atendimento nas áreas previamente denominadas verde. 
Os casos agudos, mas que não representam risco eminente de vida, após 
avaliação e classificação pela equipe de acolhimento, deverão ser atendidos no 
ambulatório, nas áreas denominadas azul, onde após a classificação de risco os 
profissionais de acordo com a necessidade do paciente se dão para esperar para um 
atendimento no PSF ou Ambulatório. 
O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco 
dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um 
protocolo direcionador. 
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O Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em pediatria consiste em 
uma avaliação dos pacientes de forma dinâmica, ágil e humanizada embasado em 
um protocolo, possibilitando identificação de sinais de alerta, apresentação de 
doenças ou agravos conferindo uma atenção centrada no nível de complexidade e 
não na ordem de chegada. Ou seja, podendo melhorar o atendimento nas portas de 
entrada das unidades de urgência e emergência pediátricas (MAGALHAES et al., 
2011). 
Considera-se que a assistência de enfermagem a criança na triagem de um 
serviço de emergência deve ser um atendimento amplo, abrangendo os dados 
trazidos pela família, tentando extrair rapidamente suas necessidades principais. 
Porém, é muitas vezes nesse momento que o enfermeiro peca, a avaliação da 
criança focada na ectoscopia e no exame físico dirigido nas queixas sinalizadas 
pelos pais, cuidadores ou responsáveis. Tal processo configura-se como 
imprescindível, uma vez que o paciente e/ou responsável é incapaz de identificar 
casos de emergência ou usa de má fé para se beneficiar da facilidade que esse 
serviço oferece, refletindo no tempo de espera e na superlotação das emergências. 
(GATTI, 2004). 
A avaliação da criança como um todo é fundamental para realizar uma boa 
avaliação primaria. Perguntas sobre comportamento da criança incluindo apetite, 
eliminações e variabilidade das respostas das crianças são valiosas (MAURER, 
2010). 
De acordo com Rodrigues, Pedroso e Oliveira (2008), as orientações para 
classificação de risco de crianças com ate 11 anos, 11 meses e 29 dias, segue o 
mesmo princípio da classificação do adulto ou seja, categoriza em quatroníveis 
identificando com quatro cores. Porém apresenta algumas especificidades 
importantes em pediatria. Segue abaixo os grupos de Sinais e Sintomas 
categorizados por cada cor: 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SEGUNDO PRIORIDADES 
 
VERMELHO – Atendimento imediato 
 
ALTO RISCO DE VIDA: 
Atendimento imediato no serviço de emergência 
• Parada cardiorrespiratória; 
• Dor torácica aguda de início súbito com irradiação, acompanhada de 
sudorese, náuseas, vômitos, dispnéia, cianose e/ou qualquer dor torácica com 
duração superior a 30 minutos, sem melhora com repouso; 
• Cefaléia intensa de início súbito ou rapidamente progressiva, acompanhada 
de sinais ou sintomas neurológicos, (parestesias, alteração do campo visual, dislalia, 
afasia) com ou sem alteração dos sinais vitais; 
• Trauma crânio encefálico com Escala de Coma de Glasgow < 8 
(inconsciência, dificuldade respiratória, vômito, otorragia e/ou crise convulsiva); 
• Trauma raquimedular; 
• Trauma de face com sangramento ativo e/ou Escala de Coma de Glasgow ≤ 
12; 
• Trauma torácico associado a desconforto respiratório; 
• Politraumatizado grave com Escala de Coma de Glasgow ≤ 12 ; 
• Fratura exposta e/ou trauma fechado de ossos longos e pelve; 
• Politraumatizado com sinais de choque (hipotensão, taquicardia, sudorese, 
taquipnéia); 
• Crise hipertensiva PA Sistólica ≥240 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 130 mmHg 
sem sintomatologia; 
• Hipotensão PA sistólica < 80 mmHg; 
• Perda de consciência, escala de coma de Glasgow < 8; 
• Desconforto respiratório grave (dispnéia, taquipnéia, tiragem sub ou 
intercostal, estridor em repouso, batimentos das asas do nariz em crianças < 2 
meses). 
• FR > 31ipm com comorbidades; 
VERMELHO 
• FR > 36 ipm sem comorbidades; 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
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• Crise convulsiva – inclusive pós-crise imediata (menor de 2 horas); 
• Ferimento por arma de fogo em crianças; 
• Ferimento por arma branca em crianças; 
• Sangramentos abundantes não controláveis; 
• Hematêmese/melena/enterorragia associado a sinais de choque; 
• Intoxicações exógenas com alterações dos sinais vitais e Escala de Coma de 
Glasgow ≤ 14; 
• Crianças vítimas de afogamento; 
• Obstrução de vias aéreas por corpo estranho; 
• Paciente apresentando história importante de alergia, associado a edema de 
face, dificuldade respiratória. 
• Queimaduras com área corpórea superior a 15% de extensão e/ou 
queimadura com comprometimento das vias aéreas superiores; 
• Desidratação grave – dificuldade de ingesta hídrica, boca seca, mucosas 
ressecadas, letargia. 
• Cefaléia intensa acompanhada de rigidez de nuca, abaulamento das 
fontanelas (crianças), febre e vômito em jato. 
• Criança portadora de diabetes descompensada (HGT≥ 270mg/dl) associado a 
náuseas, vômitos, hálito cetônico, confusão mental e coma. 
• Vítimas de eletrocussão; 
• Criança com Hipertermia TAX ≥ 37,8ºC com história de convulsão devido 
febre; 
• Criança com TAX ≥ 39,5ºC sem histórico de crise convulsiva associada à 
febre; 
• Acidente com animais peçonhentos; 
• Lesão ocular química aguda; 
• Lesão ocular penetrante; 
• Perda total aguda da visão; 
• Acidente com material biológico; 
• Vítimas de abuso sexual; 
Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 
 
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• Estados de alteração mental associadas às alterações comportamentais, 
agitações psicomotoras, nível de agressividade alterado, discurso delirante, 
alucinações, mania de perseguição com risco à própria vida ou à vida de outros; 
Observação: Na presença de algum dos sinais anteriores. 
 
LARANJA – Atendimento em 10 min 
 
Atendimento rápido. 
O paciente deverá ser encaminhado imediatamente à sala de consulta de 
enfermagem para classificação de risco. 
• Politraumatizado com Escala de Coma de Glasgow entre 13 e 15, sem 
alterações de sinais vitais; 
• Trauma cranioencefálico leve (Escala de Coma de Glasgow entre 13 e 15); 
• Trauma de membros em idoso/criança/portador de necessidades especiais/ 
crianças menores de 2 anos com dor intensa (exceto ossos longos e pelve); 
• Luxações com comprometimento neuro vascular (dor intensa, edema, 
cianose, perfusão tecidual diminuída); 
• Dor/ cólica abdominal intensa; 
 
AMARELO – Em até 60 min 
 
• Dor/cólica lombar intensa; 
• Dor torácica moderada com melhora ao repouso; 
• Hematêmese e melena sem sinais de choque; 
• Epistaxe associada a alteração dos sinais vitais; 
• Crise asmática – tosse, sibilos e dispnéia recorrente; 
• Paciente apresentando processo alérgico com prurido intenso, bolhas ou 
eritema disseminado; 
• Crise hipertensiva (PA Sistólica ≥180 mmHg e ou PA diastólica ≥ 110 mmHg), 
sem sintomatologia; 
• Hipotensão com PA sistólica < 90 mmHg 
• Diabetes descompensada ≥ a 181 mg/dl com sintomas, e ou < 70 mg/dl 
associado a sintomas; 
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• Diabetes descompensada ≥ 251 mg/dl e ≤ 350 mg/dl sem sintomas; 
• Tontura associada à náusea, vômito, sudorese, palidez e distúrbio da marcha; 
• Diarréia e vômito com sinais de desidratação moderada; 
• Lesão apresentando sangramento moderado; 
• Dores articulares, petéquias, mialgias, e alteração dos sinais vitais 
(hipertermia, taquicardia, taquipneia, hipotensão); 
• Convulsão nas últimas 24 horas; 
• Intoxicação medicamentosa, com manifestações físicas, com presença de 
sudorese, taquicardia, elevação dos níveis pressóricos; 
• Intoxicações exógenas sem alteração de sinais vitais e ECG 15; 
• Imunodeprimidos com Tax ≥ 37,8; 
• Dores agudas, hemorragias bucais, abcessos orais, traumatismos. (protocolo 
da odontologia); 
• Criança com Hipertermia TAX ≥ 38,5ºC a ≤ 39,4ºC sem história de convulsão; 
• Hipotermia TAX ≤ 35ºC; 
• Queimaduras com superfície corporal ≥ 10% e ≤ 15 % de extensão sem 
comprometimento de vias aéreas, sem alterações hemodinâmicas; 
• Lesões lacerantes por animais não peçonhentos; 
• Criança com dor intensa com fácies de sofrimento; • Dispnéia com FR ≥ 25 
ipm; 
• Criança de 2 meses a 1 ano com FR ≥ 60 ipm a ≤ 69 ipm; • Criança de 1 a 5 
anos com FR ≥ 50 ipm a ≤ 59 ipm; • Criança > de 5 anos com FR ≥ 40 ipm a ≤ 49 
ipm; 
• Estados de alteração mental associadas a risco moderado de agredir outros, 
e ou risco moderado de se agredir; 
• Dor de ouvido moderada ou intensa com secreção purulenta, com presença 
ou não de tumefação; 
• Tumorações evidentes (abscesso); 
• Queixas respiratórias de pequena intensidade com FR > 20 e ≤ 24ipm 
• Dor/ cólica abdominal moderada sem alteração dos sinais vitais. 
 
VERDE – Em até 120 min 
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• Dor/cólica lombar, acompanhada de disúria, hematúria, febre, com irradiação 
ou não para região abdominal; 
• Cefaléia aguda ou subaguda, sem sinais de alerta, associada a náuseas e/ou 
vômitos, com presença de foto e fonofobia; 
• Insônia associada à recusa de ingesta e débito do autocuidado. 
• Lesões por animais não peçonhentos superficiais; 
• Lesões infectadas de pele; 
• Irritação ocular e prurido; 
• Queimaduras recentes apresentando inflamação, infecção e ou dor 
moderada; 
• Paciente apresentando processo alérgico com inflamação local, prurido ou dor 
leve se evento recente; 
• Edemas de membros em crianças; • Diarréia e vômito com sinais leves de 
desidratação; 
• Criança com TAX ≥ 37 a 37.4ºC (febrícula); 
• Criança com TAX ≥ 37.5 a 38.4ºC (febre); 
• Presença de corpo estranho (em cavidades) sem sintomatologia; 
• Diarréia (acima de 4x) sem sinais de desidratação; 
• Sintomas Gripais (cefaléia e/ou coriza e/ou febre e/ou mialgia - sem dispnéia); 
• Tosse com ou sem expectoração há 3 semanas ou mais; 
• Troca de sonda com ou semobstrução avaliação do Enfermeiro avaliação do 
cirurgião/ plantonista e prescrição enfermeiro da urgência; 
 
AZUL – Em até 240 min 
 
Pacientes a serem atendidos no ambulatório e/ou E.S.F. com queixas e ou 
doenças crônicas, ou pacientes que procuram atendimento com fins de promoção e 
prevenção a saúde. 
Recomendações - os atendimentos do ambulatório e/ou E.S.F. deverão seguir 
os níveis de prioridades, abaixo relacionados, para os agendamentos e 
atendimentos nos serviços de apoio diagnóstico e ambulatorial (Farmácia, 
laboratório, chequinho, aerosol, curativo, injeção, imunização, etc.). 
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• Lesões não infectadas de pele; 
• Escabiose; 
• Unha encravada sem sinais flogísticos; 
• Retirada de ponto; 
• Tosse seca sem outros sintomas associados; 
• Solicitação de risco cirúrgico; 
• Atestados médicos assintomáticos; 
• Solicitação e/ou troca de receita. 
A presença de queixas associadas aos níveis de prioridades definem a ordem de 
atendimento. 
 
SALA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA 
 
Fonte: http://www.saocristovao.com.br/site/ps-infantil 
 
1. Recebimento da criança, com a imediata acomodação na mesa de 
exames e retirada de toda a roupa e outros objetos pessoais. Avaliação 
concomitante das condições neurológicas: alerta, respondendo ou não a estímulos 
verbais e dolorosos, inconsciente. 
2. Ventilação com máscara e ambu: aspirações de secreções orais. 
3. Massagem cardíaca externa se for o caso. 
4. Infantes: 100 compressões/minuto. 
5. Crianças maiores: 80-100 compressões/minutos. 
6. Monitorização cardíaca e estabelecimento de uma via de acesso 
http://www.saocristovao.com.br/site/ps-infantil
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venosa, com coleta de sangue para exames laboratoriais. 
7. Oferta de material para a intubação endotraqueal e fixação do tubo. 
8. Passagem de sonda nasogástrica. 
9. Administração de drogas e soluções. 
10. Controle de pulsos carotídeos, femorais e braquiais. 
11. Apresentação de material para procedimentos médicos invasivos: 
dissecção de veia, drenagem de tórax, cateter em subclávia etc. 
12. Estabilização de fraturas e proteção a ferimentos. 
13. Cateterismo vesical de demora. 
14. Controle da temperatura. 
15. Apresentação de material para a desfibrilação, se necessário (ajuste da 
carga elétrica). 
16. Registro de traçados eletrocardiográficos. 
17. Apresentação e instalação, com o médico, do aparelho para a 
ventilação mecânica. 
18. Anotações de enfermagem. Preparo da criança para a transferência: 
UTI ou Sala de repouso e Observação. 
 
PONTOS IMPORTANTES NA ASSISTÊNCIA 
 
1. Vigilância constante; 
2. Ventilação; 
3. Fixação do tubo endotraqueal; 
4. Preparo da pele para a punção intraóssea; 
5. Combate à hipotermia; 
6. Posição no leito; 
7. Restrições no leito; 
8. Acompanhante; 
9. Administração de drogas e soluções; 
10. Transporte. 
 
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS 
 
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OVACE consiste na obstrução de vias aéreas causada por aspiração de corpo 
estranho, geralmente localizado na laringe ou traqueia. A aspiração de corpo 
estranho é a quinta principal causa de morte nos EUA, com risco aumentado em 
pacientes idosos. 
Ao prestar atendimento a uma pessoa com OVACE, o enfermeiro deve 
classificar o grau de obstrução e em seguida realizar manobras de desobstrução 
conforme a faixa etária. 
 
Classificação da obstrução 
 
Obstrução leve: capacidade de emitir sons, chorar e tossir. 
Obstrução severa: dificuldade de respirar de início súbito, incapacidade de chorar 
ou o faz de maneira silenciosa. Inconsciência. 
OVACE EM PEDIATRIA: conduta do enfermeiro 
 
Obstrução leve com bebê consciente: não realizar nenhuma intervenção para a 
desobstrução, apenas pegar o bebê no colo em pé e permitir que ele tussa. 
Observar evolução. 
Obstrução severa com bebê consciente: sentar-se, pôr o bebê sobre um dos 
antebraços, estando esse apoiado sobre a coxa, posicionando a mão próxima ao 
mento, com os dedos próximos às clavículas e fúrcula. Realizar uma inclinação de 
maneira que a cabeça fique em nível inferior aos membros. Realizar 5 golpes com a 
região hipotênar entre as escápulas, virar o bebê e realizar 5 compressões torácicas 
na região intermamilar. Repetir o procedimento até perda de consciência ou expelir o 
corpo estranho. 
Obstrução severa com perda de consciência: interromper os golpes na região 
dorsal, posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; checar 
pulso, caso pulso ausente realizar RCP; caso pulso presente, realizar compressões 
torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; abrir vias aéreas e realizar 
inspeção; remover corpo estranho se possível; caso corpo estranho não ser 
localizado, realizar uma insuflação; caso de insucesso no momento da insuflação, 
posicionar melhor a cabeça e considerar laringoscopia direta e remoção com pinça 
(se disponível, utilizar pinça de Magill); casos de insucesso no meio extra-hospitalar, 
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manter compressões torácicas até expulsão do corpo estranho ou caso evolua para 
PCR, realizar manobras de reanimação cardiopulmonar. Logo que possível, 
transportar para hospital logo que possível. Em ambiente intra-hospitalar, 
considerar cricotireoidostomia por punção. 
Após o restabelecimento da permeabilidade da via aérea, o paciente pode 
retornar para casa ou permanecer por 6h a 24h em observação hospitalar. 
ATENDIMENTO 
 
1. Perguntar à vítima consciente: Você está engasgado? 
2. Se a vítima acenar positivamente com a cabeça 
3. Abrir vias aéreas 
4. Inspecionar a boca e remover objetos se houver 
5. Não elevar a língua e mandíbula 
6. Não realizar varredura digital às cegas 
7. Se vítima consciente: manobra de Heimlich 
8. Se vítima inconsciente: RCP sem compressões abdominais. 
Manobra de desobstrução das VAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: manobra de Heimlich / Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/ 
 
1. O médico deve recorrer, sempre que possa ao auxílio dos Raios X. 
2. Se confirmado, a conduta será sempre manter a criança em repouso, 
se possível em jejum ou com alimentação líquida, até que o broncoscopista possa 
selecionar o material adequado e retirar o corpo estranho por via endoscópica. 
3. Na grande maioria das vezes, os corpos estranhos podem ser retirados 
das vias aéreas por meio da laringoscopia e broncoscopia. 
https://pebmed.com.br/ressuscitacao-cardiopulmonar-melhorando-sobrevivencia/
https://pebmed.com.br/cricotireoidostomia-abordagem-cirurgica-da-via-aerea-na-emergencia/
https://slideplayer.com.br/slide/366698/
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APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO 
 
1. Auriculares 
2. Nasais 
1. Esofágicos 
2. Laríngeos e traqueais 
3. Brônquicos 
CONDUTA NA EMERGÊNCIA 
 
✓ Remoção no canal auditivo externo: é de fácil execução, utilizando-se 
aspiração, alça de arame, cureta ou pinça. Pode-se usar irrigação para objetos que 
não sejam vegetais. Afogue um inseto vivo com óleo mineral ou álcool a 95% antes 
de retirá-lo. 
✓ Antes de tentar remover um corpo estranho nasal, contenha a criança 
com a cabeça imobilizada, anestesie a mucosa nasal com spray de lidocaína a 4%, 
reduza o edema com gotas nasais de fenilefrina a 0,5% e proceda à sucção das 
secreções para aumentar a visualização do objeto. O uso de uma cureta ou pequena 
pinça “jacaré” em geral é bem-sucedido. 
✓ O tratamento de um corpo estranho esofágico é remoção durante 
esofagoscopia. 
✓ O tratamento dos corpos estranhos na laringe ou traqueia é 
controverso. Se o paciente tem algum grau de dificuldade respiratória, convoque um 
anestesista e um otorrinolaringologista e experimente um golpeabdominal. 
INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO 
 
1. Corpo estranho esofágico, traqueal ou brônquico. 
2. Corpo estranho no canal auditivo externo, nariz ou laringe que não foi 
removido durante o atendimento de emergências. 
 
PARADA CARDIORESPIRATÓRIA 
 
Define-se como Parada Cardiorrespiratória (PCR) a interrupção súbita e 
brusca da circulação sistêmica e/ou da respiração. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
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• Inconsciência; 
• Ausência de movimentos respiratórios; 
• Ausência de pulso. 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
• Verificar pulso braquial em lactentes e carotídeo ou femoral em crianças. 
• Cianose e palidez cutânea. 
TRATAMENTO 
• Iniciar a Reanimação Cardiopulmonar (RCP) com C-A-B (compressões 
torácicas, vias aéreas, respiração). 
– Compressões torácicas em uma frequência de 100 a 120/min. 
– Recomenda-se que a profundidade da compressão torácica em uma criança seja 
de 5 cm e em bebês (exceto recém-nascidos) seja de 4 cm. – A proporção é de 
30:2 (compressões: ventilação) se houver apenas um socorrista. 
Caso haja dois ou mais socorristas, a proporção passa a ser de 15:2 (massagem: 
ventilação). – Ventilação com reanimador manual e máscara ou intubação traqueal 
com fonte de oxigênio a 100%. 
• Utilizar o desfibrilador assim que ele estiver disponível, o que significa 
interromper as compressões torácicas para que o desfibrilador verifique o 
ritmo e dê o choque se necessário. 
– A desfibrilação em crianças deve ser feita com dose inicial de 2 J/kg. 
– Se houver refratariedade ao primeiro choque, aumentar a energia para 4 J/kg ou 
subir até um máximo de 10 J/kg. Aplique 1 choque e reinicie a RPC imediatamente 
por cerca de 2 min. 
• Aplicar adrenalina 0,1 ml/kg da concentração 1:10.000 durante a RCP; repetir 
a cada 5 min. 
• Após retorno à circulação espontânea, devem ser usados vasopressores em 
infusão contínua para manter a pressão arterial da criança acima do 5º 
percentil para a idade. O objetivo de saturação de oxigênio é de 94 a 99%, 
evitando-se fortemente que ocorra hipoxemia e limitando a ocorrência de 
hipercapnia. 
 
SUPORTE DE VIDA EM PEDIATRIA - RCP 
 
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1. Manobras de RCP 
2. A – Abertura das vias aéreas (Airway) 
3. B – Respiração (Breathing) 
4. C – Circulação (Circulation) 
 
Sequência do ABC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: Sistema ABC - Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/ 
RCP em crianças (1-8 anos) 
 
1. RCP em crianças desta idade é similar aos adultos, a compressão e 
ventilação são também 30:2. Há, no entanto 3 diferenças. 
2. Se você estiver sozinho deve executar RCP durante dois minutos 
antes de ligar 192. 
3. Use uma só mão para efetuar as compressões torácicas. 
4. Pressione o esterno e faça-o baixar 2 a 3 centímetros (1/3 do seu 
diâmetro). 
Se o lactente (0-12 meses) ou a criança maior de (1-8 anos) não responde e 
você está sozinho, comece a RCP imediatamente. Continue por um minuto e então 
chame por socorro. 
✓ Avaliando a consciência 
✓ Abertura de vias aéreas 
✓ Abertura de vias aéreas 
✓ Ver-ouvir-sentir 
✓ Respiração boca/nariz/boca em lactentes 
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✓ Compressão torácica em lactentes 
COMPRESSÃO TORÁCICA EM MAIORES DE 8 ANOS E EM ADULTOS TRAUMA 
 
1. É uma das principais causas de morte nos pacientes pediátricos. 
2. Mais comuns: 
3. Crânio-encefálico 
4. Tórax 
5. Abdômen 
 
ABERTURA DE VIAS AÉREAS NO TRAUMA 
 
FONTES DO TRAUMA 
 
1. Infante (1-12 meses): queimaduras, uso indevido de equipamentos, 
quedas do berço. 
2. 1ª infância (1-3 anos): queda de altura, acidentes em brinquedos, 
envenenamentos (ingestão de substâncias tóxicas). 
3. Pré-escolar e escolar (4-12 anos): atropelamentos, acidentes com 
bicicletas, acidentes na prática de esportes. 
4. Adolescentes (13-18 anos): acidentes em veículos motorizados, em 
bicicletas, em práticas esportivas, ferimentos por armas. 
 
TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO 
 
 
 
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Fonte:https://v2.afilio.com.br/tracker.php?banid=4409684&campid=30969;2113&siteid=36550&aff_xtra=5bae3
5474cbe3f3f9e45294f 
 
O TCE define-se como uma alteração resultante de uma energia mecânica 
causada por uma força externa que possui como resultado alterações a nível 
anatômico e/ou funcional do encéfalo e suas envolturas, de forma precoce ou tardia, 
permanente ou transitória. 
O TCE é classificado em diferentes pontos: segundo o tipo de lesão 
encefálica (focal ou difusa), segundo a integridade meníngea (aberto ou fechado), 
local da fratura (base ou extremidade), grau de compromisso neurológico aplicando 
a escala de coma de Glasgow, sendo esta última a classificação de maior relevância 
clínica permitindo dirigir o manejo adequado. A escala de Coma de Glasgow (ECG) 
classifica TCE como: leve (13-15), moderado (9-12) ou grave (3-8). 
As lesões causadas pelo TCE podem ser divididas entre primárias e 
secundárias: 
- As primárias podem ser decorrentes do traumatismo direto (lesões 
extracranianas, fraturas, hematoma extradural) e do cisalhamento/aceleração-
desaceleração (hematoma subdural, hemorragia subaracnóidea, lesão axonal 
difusa); 
- As secundárias são decorrentes de eventos sistêmicos (hipotensão, hipóxia, 
distúrbios eletrolíticos) ou intracranianos (edema cerebral, hipertensão intracraniana 
- HIC, alterações perfusionais).Revisando: 
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1. TCE é resultante quase sempre de quedas, acidentes automobilísticos 
ou agressões físicas. 
2. São frequentes as hemorragias intracranianas, provocadas por ruptura 
de vasos. 
3. Alguns ferimentos, como fraturas com “afundamento”, fraturas abertas, 
hemorragias epidurais e subnutrais, indicam sempre intervenção cirúrgica. 
4. A avaliação neurológica da criança pode ser feita através da escala de 
Coma de Glasgow modificada. 
 
TRAUMATISMO TORÁCICO 
 
Mais frequente na pré-infância e idade escolar, com o aparecimento de 
contusões pulmonares, rupturas de brônquios, fraturas de costelas e lesões de 
esôfago (mais ocasionalmente). 
A caixa torácica da criança é mais complacente, permitindo no trauma maior 
transferência de energia para as estruturas intratorácicas. Com isso, devemos 
suspeitar de contusões pulmonares ou hemorragias, mesmo sem qualquer lesão 
aparente ou fratura de costelas, dependendo do tipo de acidente. 
Na suspeita de lesão torácica, os pacientes devem ser divididos em dois 
grupos: os com lesões que envolvem risco iminente de vida (deterioração rápida dos 
sinais clínicos) e, portanto, necessitam tratamento emergencial (se necessário até 
interrompendo as manobras de reanimação), e os com lesões potencialmente letais, 
que devem ser observados com avaliações clínicas repetidas e monitorização. 
No exame clínico devemos observar sinais de desconforto respiratório 
(frequência respiratória, frequência cardíaca, padrão respiratório), simetria da parede 
torácica, retrações de fúrcula, intercostal ou subcostal, ausculta pulmonar e 
percussão torácica, níveis de oxigenação através da oximetria de pulso (hipoxemia 
com saturação parcial de O2 menor de 90 %). É imprescindível nestes pacientes a 
suplementação de oxigênio com frações inspiradas de 100%. 
 
CONVULSÃO 
 
Convulsões geralmente são eventos assustadores para quem os assiste e é 
uma importante causa de visita à emergência pediátrica. 
Uma crise epiléptica é um sinal de anormalidade na função do cérebro, 
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representada por descargas elétricas anormais e excessivas de um grupo de 
neurônios que geram manifestações clínicas súbitas,1 tais como alteração ou perda 
da consciência, umaatividade motora anormal, distúrbios de comportamento, 
disfunção autonômica e sintomas sensoriais/sensitivos.2 
Convulsões são as crises epilépticas com manifestações motoras. As crises 
de ausência, assim como aquelas com sintomas exclusivamente sensitivos, visuais 
ou auditivos, são denominadas crises não convulsivas. 
As crises epilépticas podem se manifestar de diferentes formas: 
 
a) CRISES FOCAIS - as crises parciais simples podem provocar alterações visuais, 
percepções auditivas alteradas, movimentos clônicos ou tônicos de um lado do 
corpo e alterações na sensibilidade, como parestesias e dor. Algumas crianças 
apresentam crises versivas, caracterizadas pela rotação da cabeça e olhos para um 
lado. A criança mantém a consciência preservada durante todo o episódio. Já na 
crise parcial complexa há alteração da consciência, podendo até dar a impressão 
que a criança está alerta, mas sem conseguir se controlar, fazendo movimentos de 
forma automática, que podem se manifestar como movimentos de mastigação, 
andar sem rumo ou ainda falar de modo incompreensível ou até atos mais 
complexos destituídos de contexto. Não há lembrança do que aconteceu ao término 
da crise; 
 
b) CRISES GENERALIZADAS - são caracterizadas por perda da consciência, sem 
recordação do episódio pelo paciente. A crise tônico-clônica generalizada consiste 
em contrações musculares mantidas (tônicas) em todo o corpo, seguida de 
contrações alternadas por um breve relaxamento, rítmicas e repetitivas (clônicas). A 
criança vira os olhos e pode apresentar salivação excessiva, respiração ofegante e 
urinar. Algumas crianças apresentam apenas crise tônica, sem o componente 
clônico e vice-versa. As crises atônicas são manifestadas por quedas, em que o 
corpo se encontra amolecido. Nas crises mioclônicas há contrações musculares 
semelhantes a choques nos membros. A crise de 'ausência' é tipicamente 
representada pela perda de contato com o meio. A criança fica com o olhar fixo 
associado a piscamentos e automatismos orais ou manuais, com duração de 
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segundos, podendo ser difícil de ser percebida. Alguns pacientes inicialmente 
apresentam uma crise focal com generalização secundária; 
 
c) CRISES DESCONHECIDAS - nestas é impossível identificar o tipo, por falta de 
informações adequadas dos familiares. 
ABORDAGEM DAS CONVULSÕES NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA 
 
A maioria das convulsões são breves, autolimitadas e cessam antes da 
chegada da criança ao serviço de emergência, não requerendo qualquer tratamento 
com anticonvulsivantes. Naqueles cuja convulsão se autorresolveu, a conduta inicial 
é verificar a segurança do paciente durante o período pós-crise. 
A abordagem inicial para uma criança que chega em convulsão na 
emergência deve ser rápida e inclui estender cuidadosamente a mandíbula para 
manter as vias aéreas pérvias, monitorar sinais vitais e saturação de O2, exame 
cardiorrespiratório, oxigenoterapia (e se necessário intubação), medir a glicemia, 
cálcio, magnésio, hemograma completo, testes de função hepática e gasometria 
arterial, estabelecer acesso venoso e avaliar a história do episódio e exame físico. 
A história clínica é o primeiro passo para a diferenciação entre eventos 
epiléticos e não epilépticos, assim como no reconhecimento do tipo de crise para um 
manejo apropriado. É fundamental o tratamento das causas reversíveis de 
convulsões como hiponatremia, hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia e 
hipertensão, assim como o controle da hipertermia quando presentes. 
A conduta terapêutica medicamentosa inicial tem o objetivo de interromper a 
convulsão o mais rápido possível, reduzindo a chance do estado de mal epiléptico. A 
primeira classe de drogas a ser utilizada é a dos benzodiazepínicos (diazepam ou 
midazolam), que pode ser repetida se necessário a cada cinco minutos, até o 
máximo de três doses. Deve-se checar se o material para reanimação está 
disponível. No caso de ausência de acesso venoso, o diazepam pode ser 
administrado por via retal. 
Deve-se ter o cuidado de avaliar se foram administrados benzodiazepínios 
antes da chegada à emergência, lembrando que o excesso deste medicamento pode 
produzir insuficiência respiratória. A tabela 1 apresenta doses, vias de administração 
e principais efeitos adversos das drogas anticonvulsivantes. 
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ORIENTAÇÕES PARA A FAMÍLIA NA ALTA 
 
Nesse momento, é fundamental a orientação familiar. Ela deve ser informada 
sobre a possibilidade de recorrência e os cuidados imediatos que devem ser 
tomados neste caso. Recomendar que os pais procurem manter a calma, deitem a 
criança em decúbito lateral, virando a cabeça para o lado para que a saliva ou 
vômito possa escorrer de sua boca e prevenir o risco de aspiração. Oferecer alguma 
proteção para a cabeça, afrouxar as roupas, especialmente em volta do pescoço, 
não introduzir nenhum objeto na boca ou mesmo a mão para tentar puxar a língua 
da criança e não oferecer líquidos e nem medicamentos pela boca. 
Em caso de crise febril, não dar banho gelado e nem fazer compressas 
geladas ou com álcool. A água deve ser morna, com temperatura inferior à do corpo 
da criança e o banho deve ser supervisionado em tempo integral. 
É desejável que os pais observem atentamente os detalhes do que acontece 
durante o episódio e, caso a crise não cesse em até cinco minutos, a criança deve 
ser levada para atendimento em um serviço de emergência.15 Um recurso atual que 
poderá ajudar imensamente na classificação do tipo de crise ou mesmo distinguir 
entre eventos convulsivos e manifestações não epilépticas é orientar os pais a filmar 
o episódio, uma vez que muitas crises já cessaram na chegada da criança à 
emergência. 
A indicação para a prescrição de medicamento antiepiléptico deve ser 
criteriosa, pois frequentemente essas drogas estão associadas à presença de efeitos 
adversos. Portanto, deve-se ter o cuidado de não expor as crianças a riscos 
desnecessários. 
 
CHOQUE 
 
Choque é uma síndrome clínica, com etiologia e níveis de comprometimento 
variados, caracterizado por alterações circulatórias e metabólicas de natureza 
evolutiva, cujas características dependem do estágio em que se encontra, do tipo de 
insulto que o ocasionou e da resposta individual de cada paciente. Embora sua 
definição exata necessite meios diagnósticos sofisticados, acredita-se que ele reflete 
uma inadequação do organismo em suprir os tecidos com uma quantidade 
adequada de sangue saturado de oxigênio. 
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O choque se caracteriza por déficit agudo de oxigênio nas células, que resulta 
em metabolismo anaeróbico e acidose láctica. Para compreensão adequada da 
fisiopatologia do choque e dos fundamentos de seu tratamento é essencial que se 
conheça o conceito de transporte de oxigênio. 
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE 
 
O choque é classificado segundo a etiologia em hipovolêmico, cardiogênico, 
distributivo, obstrutivo e séptico. Entretanto, esta classificação representa uma 
simplificação, porque as etiologias frequentemente se sobrepõem. 
 
Choque hipovolêmico 
Caracteriza-se por volume intravascular inadequado relativo ao espaço 
vascular. A hipovolemia é a principal causa de choque em crianças, resultante de 
desidratação, hemorragia e perdas para o terceiro espaço, decorrentes do aumento 
da permeabilidade capilar (p.ex., sepse, queimaduras). A hipovolemia relativa ocorre 
em situações de vasodilatação sistêmica com aumento da capacidade vascular, 
como sepse e anafilaxia. 
Os sinais clínicos do choque hipovolêmico são: 
• Taquicardia, pressão arterial normal (choque compensado) ou 
diminuída (choque descompensado); 
• Diminuição da pressão de pulso; 
• Pulsos finos. 
• Tempo de enchimento capilar prolongado (> 2segundos); 
• Pele fria, pálida ou marmórea; 
• Diaforese; 
• Alteração do estado mental; 
• Oligúria. 
 
Choque cardiogênico 
Resulta de disfunção miocárdica. As causas incluem as cardiomiopatias, os 
distúrbios do ritmo, as cardiopatias congênitas e as lesões traumáticas do coração 
O choque cardiogênico se caracteriza por baixo débito cardíaco e alta 
resistência vascular sistêmica. A diminuição do débito cardíaco leva à liberação de 
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mediadores neurohumorais, que resulta em aumento da resistência vascular 
sistêmica e da pós-carga do ventrículo esquerdo. 
Desta forma, os mecanismos compensatórios do choque cardiogênico podem 
ter efeitos deletérios, porque o aumento da pós-carga do ventrículo esquerdo pode 
deteriorar ainda mais a função miocárdica. 
 
Causas de choque cardiogênico em crianças 
 
 
 
 
Cardiomiopatias 
• Eventos hipóxico-isquêmicos - 
Parada cardiocirculatória, pós-
circulação extracorpórea, anomalia 
de artérias coronárias 
• Infecciosas - Miocardite viral, sepse 
• Metabólicas - Acidose, 
hipocalcemia, doenças de depósito 
• Doenças do tecido conjuntivo - 
Lúpus eritematoso sistêmico, doença 
de Kawasaki, febre reumática 
 
Distúrbios do ritmo 
• Taquicardia supraventricular 
• Taquicardia ventricular 
• Bloqueio atrioventricular 
 
 
Cardiopatias congênitas 
• Obstruções da via de saída do 
ventrículo esquerdo - Interrupção do 
arco aórtico, coarctação da aorta, 
estenose aórtica crítica, síndrome do 
coração esquerdo hipoplásico 
Trauma • Contusão miocárdica 
• Aneurismas 
• Ruptura valvar 
 
O reconhecimento do choque cardiogênico se inicia pela história cuidadosa. 
Relatos típicos incluem: 
✓ aumento do esforço respiratório; 
✓ dificuldades de alimentação; 
✓ dispneia às mamadas; 
✓ sudorese excessiva 
✓ baixo ganho pôndero-estatural; 
✓ infecções respiratórias frequentes (em crianças com cardiopatias 
congênitas com hiperfluxo pulmonar). 
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Ao exame físico, pode-se observar: 
✓ taquicardia; 
✓ ritmo de galope; 
✓ taquipneia; 
✓ extremidades frias; 
✓ pulsos finos; 
✓ cianose; 
✓ diaforese; 
✓ estertores crepitantes; 
✓ sibilos (pelo edema pulmonar - "asma cardíaca"); 
✓ hepatomegalia 
✓ estase jugular (em crianças maiores); 
✓ edema periférico (manifestação tardia de insuficiência cardíaca em 
crianças). 
Em recém-nascidos, as obstruções congênitas da via de saída do ventrículo 
esquerdo se manifestam por choque cardiogênico nas duas primeiras semanas de 
vida, por ocasião do fechamento do canal arterial. 
Em crianças com coarctação de aorta grave ou interrupção do arco aórtico, 
além dos sinais de choque, observa-se diferencial importante de pressão arterial e 
de intensidade dos pulsos entre os membros superiores e os inferiores (pressão 
arterial mais baixa nos membros inferiores que nos membros superiores e 
diminuição da amplitude ou ausência dos pulsos femorais). 
Como os mecanismos compensatórios do choque cardiogênico podem 
deteriorar ainda mais a função miocárdica, a fase compensada do choque 
cardiogênico pode não ser observada; geralmente, o paciente apresenta-se 
hipotenso. 
 
Choque distributivo 
Caracteriza-se pela distribuição inadequada de sangue aos tecidos que 
resulta em má perfusão tecidual, geralmente secundária a alterações do tônus 
vasomotor. 
As causas de choque distributivo incluem: 
✓ anafilaxia; 
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✓ anestesia espinhal ou epidural; 
✓ secção de medula; 
✓ disfunção grave do cérebro e do tronco cerebral; 
✓ uso inapropriado de vasodilatador. 
No choque anafilático, há vasodilatação sistêmica, aumento da 
permeabilidade capilar com hipovolemia relativa e vasoconstricção pulmonar. 
Os sinais e sintomas incluem: 
✓ agitação; 
✓ náuseas e vômitos; 
✓ urticária; 
✓ angioedema; 
✓ desconforto respiratório com estridor ou sibilos; 
✓ hipotensão; 
✓ taquicardia. 
No choque neurogênico, a perda da inervação simpática da musculatura lisa 
da parede vascular resulta em vasodilatação. 
O paciente apresenta: 
✓ hipotensão com alargamento da pressão de pulso; 
✓ sem taquicardia compensatória, porque a inervação simpática do 
coração também está comprometida. 
 
Choque obstrutivo 
Caracteriza-se por débito cardíaco adequado na vigência de volume 
intravascular e função miocárdica normais em decorrência de obstrução mecânica à 
entrada e/ou saída de sangue do coração. As causas de choque obstrutivo são 
pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco e embolia pulmonar maciça. 
 
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), sepse e choque séptico 
A SRIS caracteriza a resposta inflamatória independente da causa. 
É definida pela presença de duas ou mais das seguintes condições, uma das 
quais deve ser alteração da temperatura ou da contagem de leucócitos: 
• Febre ou hipotermia 
• Taquicardia 
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• Taquipneia 
• Hemograma com leucocitose, leucopenia ou desvio à esquerda. 
Sepse é a SRIS na presença de infecção (suspeita ou confirmada). 
Choque séptico é definido pela sepse associada a alterações da perfusão 
sistêmica: 
✓ Alteração do nível de consciência (irritabilidade, sonolência), 
✓ oligúria (diurese < 1mL/kg/h ou < 12 mL/ m2/h) 
✓ acidose láctica. 
O choque séptico pode ser hipodinâmico ou frio (com baixo débito cardíaco), 
caracterizado por extremidades frias, tempo de enchimento capilar > 2 segundos e 
diminuição da pressão de pulso, ou hiperdinâmico ou quente (com alto débito 
cardíaco e baixa resistência vascular sistêmica), caracterizado por extremidades 
quentes, avermelhadas e alargamento da pressão de pulso. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Podendo ser aplicado com todos os profissionais de saúde dos 
estabelecimentos de saúde devido à temática ser relevante não somente aos 
técnicos de enfermagem. A adesão as melhores práticas de atuação profissional 
pode ser a alternativa para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde, em 
especial da Enfermagem. A importância de manter atualizar os conhecimentos 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema em constante estruturação e 
consolidação que não se reduz apenas ao tratamento da doença como foco do 
modelo, a prevenção de doenças e a promoção de saúde, bem como a reabilitação. 
Isto implica em muitos desafios pela defesa da vida e garantia da saúde a todos os 
usuários. Neste contexto de construção do SUS observam-se grandes e várias 
questões, mas também necessitam de mudanças e aperfeiçoamentos 
(NASCIMENTO et al, 2011). 
A pediatria é a área da saúde dedicada à assistência a criança, adolescentes 
e pré-adolescentes, até 11 anos, 11 meses e 29 dias. Triagem é o primeiro contato 
dos profissionais com o paciente, é onde se inicia o acolhimento mostrando 
disponibilidade e passando confiança. 
A triagem pediátrica para Fernandes (2010) é o contato inicial com a criança e 
com os pais, é importante explicar para eles que a prioridade do atendimento é por 
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gravidade e não por ordem de chegada, e que a cor atribuída não significa 
necessariamente ter de ficar o tempo de espera máximo referente a essa cor, que 
são: vermelha, amarela, verde e azul, determinadas pelo Protocolo de Manchester. 
Em 2004 com início do Programa Nacional de Humanização (PNH) o 
HUMANIZA-SUS, trouxe em suas diretrizes uma estratégia de modificação do 
processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do acolhimento e da 
avaliação com classificação de risco (BRASIL, 2004). 
O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que prevê a mudança na 
relação entre os profissionais e os usuários, através de parâmetros técnicos, éticos, 
humanitários e desolidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a 
todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no 
serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos 
usuários (MERHY, 2008). 
A classificação de risco é um instrumento que, além de organizar a fila de 
espera e proporcionar uma ordem de atendimento que não a ordem de chegada, 
tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do 
usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, 
assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o 
trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores 
condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e 
implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, 
principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e 
externas de atendimento. (NASCIMENTO et al, 2011). 
O processo de trabalho de enfermagem no setor de emergência pediátrica 
tem como base ideológica a premissa de salvar vidas; a humanização através da 
conversa, e do explicar o procedimento a criança e ao acompanhante. 
O enfermeiro tem papel primordial na assistência a saúde da criança, 
devendo reconhecer os sinais e sintomas, apresentados, ou seja, aferir sinais vitais 
e anotar o que o usuário refere. Todo o processo de acolhimento com classificação 
de risco deve ser registrado, possibilitando a avaliação da resolutividade, da 
qualidade do serviço e da caracterização da demanda. 
A equipe de enfermagem deve exercer algumas habilidades importantes, para 
realizar um bom acolhimento com classificação de risco, como: comunicação, boa 
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interação com os profissionais da unidade, com os usuários e família, paciência, 
compreensão, habilidade organizacional, agilidade, julgamento crítico, ética e 
solidariedade. 
O processo de cuidar em pediatria, pela sua especificidade, determina que o 
enfermeiro desenvolva as suas capacidades para responder com competência à 
singularidade do ato de cuidar a criança em parceria com os pais. 
 Podemos dizer que na parceria é enfatizada a importância dos pais para o 
desenvolvimento integral da criança, mas para o desenvolvimento do próprio 
cuidado também. É valorizada a parentalidade no processo de cuidar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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