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Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 Fisiologia- Organização Funcional do Tecido Nervoso O encéfalo humano é uma rede de mais de 100 bilhões de células nervosa individuais interconectadas em sistemas. Um comportamento simples é mediado por muitas regiões do encéfalo, o que faz necessário entender estrutura do sistema nervoso para compreender as funções cefálicas. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: Encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) Medula espinhal SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: Nervos cranianos e espinhais Dividido em 7 regiões: 1) Medula Espinhal: Função de receber e processar informações sensoriais da pele, membros e tronco e controlar os movimentos dos membros e do tronco. É divindade em região espinhal, torácica, lombar e sacral). Lesões (insensibilidade e perda do controle motor). Possui 31 pares de nervos e possui substância branca (tratos ascendentes e descendentes) e cinzenta (corpos celulares); Tronco encefálico (divido em bulbo, ponte e mesencéfalo): Possui 12 pares de nervos cranianos e é responsável pela formação reticular (níveis de alerta). Além disso, possui os núcleos dos nervos cranianos (sentidos especiais audição, equilíbrio e paladar); 2) Mesencéfalo (movimento dos olhos e coordenação de reflexos visuais e auditivos); 3) Ponte (retransmissão de informações motoras para o cerebelo dos hemisférios cerebrais); 4) Bulbo (respiração e controle cardíaco). 5) Cerebelo: Modula a força e a amplitude dos movimentos, aprendizado de habilidades motoras, postura e equilíbrio. 6) Diencéfalo: Centro de retransmissão. Formado por: - TÁLAMO (centro de processamento de informações); - HIPOTÁLAMO (funções autonômicas, endócrinas e viscerais) 7) Cérebro: Divido em dois hemisférios e 4 lobos do córtex cerebral (frontal, temporal, occipital ou parietal), além de outras regiões importantes, como: - NÚCLEOS DA BASE (desempenho motor); - HIPOCAMPO (memória); - AMIGDALA (coordena respostas autonômicas e endócrinas dos estados emocionais). 1) SNP somático: De controle voluntário. Parte motora. - Neurônios motores: Comandam o músculo esquelético através da liberação de acetilcolina; DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO CENTRAL- SNC SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO- SNP Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 - Corpo celular no SNC e axônio no SNP; Parte sensorial: - Neurônios sensoriais (receptores sensoriais); - Pseudo unipolar (2 terminações axonais); - Gânglios da raiz dorsal (corpo celular); 2) SNP visceral, vegetativo ou autônomo: De controle involuntário. - Inerva órgãos internos, glândulas e vasos sanguíneos, assim como o músculo liso; - Simpático e Parassimpático; Dividido em 2 regiões - Axônios aferentes (sensoriais); - Axônios eferentes (motores); São membranas de proteção do SNC: dura-máter, espaço subdural e pia-máter. Cavidades intra-encefálicas preenchidas por líquidos. Esse líquido trata-se de um fluido produzido nos plexos corióideos nos ventrículos que preenche as cavernas e canais dentro do encéfalo. O sistema ventricular contém quatro ventrículos: 1) Ventrículos laterais direito e esquerdo 2) Terceiro ventrículo 3) Quarto ventrículo O acúmulo de líqudo nesses ventrículos são patológicos e necessitam de intervenção médica: O córtex cerebral é constituído por uma camada de substância cinzenta que envolve os hemisférios cerebrais. É a camada mais externa do cérebro. É organizado em folhetos (camadas), ao total são 6 camadas (SOMENTE O NEOCORTEX); Citoarquitetura característica, ou seja, cada camada tem uma espessura e colocarção própria; As 6 camadas são: I. Camada molecular II. Camada granular externa III. Camada de células piramidais pequenas IV. Camada granular interna **(onde chega informação sensorial) V. Camada de células piramidais grandes VI. Camada de células fusiformes ou polimórficas Áreas do Neocórtex Áreas sensoriais primárias; Áreas sensoriais acessórias; Áreas motoras; Áreas de associação. MENINGES SISTEMA VENTRICULAR TIPOS DE CÓRTEX CERBRAL: Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 •Área 17 –córtex visual. •Área 4 –córtex motor. Envolve a percepção de diferentes sensações, sendo elas: 1) Sensações mecânicas (tato e posição do corpo). 2) Sensações térmicas. 3) Sensações dolorosas. Possui características únicas com receptores distribuídos pelo corpo, além de 4 sentidos únicos (tato, dor, temperatura e posição do corpo- propriocepção). Sensações somáticas mecanorreceptivas: Mecanorreceptores: modificações, deslocamentos ou deformações mecânicas no terminal nervoso afetam a permeabilidade iônica da membrana do receptor causando uma corrente despolarizante (potencial gerador). São receptores ativados por estímulos mecânicos. Exteroceptores: respondem a estímulos cutâneos; Proprioceptores: sinalizam posições de partes do corpo; Há dois tipos de sensações somáticas por mecanorreceptores: Sensação tátil: induzida pela ativação de receptores na pele ou nos tecidos imediatamente abaixo da pele; Propriocepção: evocados pela estimulação de receptores mecânicos presentes dos músculos, tendões e articulações. Receptores na pele (glabra- SEM PELOS ou pilosa- COM PELOS). Esses receptores podem ser encontrados na epiderme e derme. Todos os receptores para o tato são mecanorreceptores: 1) Corpúsculo de Pacini (camada profunda da derme): Grandes campos receptivos; Receptores de adaptação rápida; Muito grande, visível a olho nu; Detecta sensação de vibração mecânica (alta frequência). 2) Terminações de Ruffini (derme, pele glabra e pilosa): Grandes campos receptivos; Receptores de adaptação lenta; Terminações encapsuladas multiramificadas; Indicam a deformação contínua das camadas mais profundas da pele e tecidos. 3) Corpúsculo de Meissner (entre as papilas dérmicas da pele glabra). Pequenos campos receptivos; Receptores de adaptação rápida; Terminação alongada e encapsulada. Detecta movimentos sobre a pele e vibrações de baixa frequência; Encontrado nos lábios e posta dos dedos; 4) Discos de Merkel (epiderme, na pele não pilosa): Pequenos campos receptivos; SISTEMA SENSORIAL SOMÁTICO TATO Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 Receptores de adaptação lenta; Receptores táteis de terminação expandida (terminação neural e célula epitelial). Sentem sinais táteis constantes e toques leves e texturas. 5) Mecanorreceptores dos folículos pilosos: Terminações nervosas livres em torno dos folículos pilosos; Encontrado no órgão terminal do pelo; Adaptação lenta ou rápida; Contato inicial com o objeto e movimento; Folículos pilosos com músculo piloeretores. Teste de discriminação de dois pontos: Teste de percepção do tato. É necessário ter para que haja percepção dos dois pontos: Grande número de mecanorreceptores; Campos receptivos pequenos; Maior projeção cerebral; Mecanismos especiais para a discriminação de alta resolução. Fibras sensoriais- Axônios aferentes primários: É por onde ocorre a interpretação do estímulo tátil. Esse tipo de axônio possui: - Raízes dorsais - Corpos celulares nos gânglios da raiz dorsal. Os tipos de aferentes vão de A a C, e podem ser mielinizadas ou não, conforme o esquema: Dermátomos: Formada pelos nervos raquidianos da medula espinhal, os Dermátomos são áreas da pele inervadas pelas raízes dorsais direita e esquerda de um único segmento espinhal. Comunicação na coluna espinhal- viadorsal- lemnisco medial: O Axônio cutâneo para os mecanorreceptores são os Aβ. Esse axônio, que se chamará de primeira ordem, irá se comunicar com o corno dorsal, que irá fazer conexão com um neurônio secundário que envia o sinal para a coluna dorsal. Percurso: 1. O ramo ascendente dos axônios sensoriais calibrosos (Aβ) entra na coluna dorsal ipsolateralmente; 2. Os axônios da coluna dorsal terminam nos núcleos da coluna dorsal; 3. Os axônios da coluna dorsal ascendem pelo trato lemnisco medial (substância branca) subindo pelo bulbo e realizando uma decussação (mudança de lado); 4. Os axônios do lemnisco fazem sinpse com os neurônios no núcleo ventral posterior (VP) do tálamo, os quais projetam-se á regiões específicas do córtex somatossensorial primário. Via táctil trigeminal: Supre a sensação somática da língua, face e dura-máter, principalmente, por meio do Nervo Trigêmeo. 1. O nervo trigêmeo entra no encéfalo por meio da ponte e divide-se, de cada lado, em três nervos periféricos que inervam a face, região bucal, os Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 dois terços distais da língua e a dura-máter que recobre o encéfalo; 2. Os axônios sensoriais do nervo trigêmeo levam informações táteis dos mecanorreceptores da pele através de sinapses ipsolateralmente para os neurônios de segunda ordem do núcleo trigeminal; 3. Neste ocorre a decussação e a projeção desses axônios para a parte medial do núcleo VP do tálamo, onde a informação é retransmitida para o córtex somatossensorial. Córtex somatossensorial: Os níveis mais complexos do processamento somatossensorial ocorrem no córtex cerebral, do qual a maior parte está localizada no LOBO PARIETAL. A ÁREA DE BORDMANN 3b é reconhecida como o córtex somatossensorial primário, pois: a) Recebe um grande número de aferências do núcleo VP do tálamo; b) Seus neurônios são muito responsivos aos estímulos somatossensoriais (mas não a outros estímulos sensoriais); c) Lesão nessa área prejudica a sensação somática; d) Quando essa área recebe estímulos elétricos resulta em experiência somatossensorial; Outras áreas corticais que também processam informações somatossensoriais, são a 1, 2, 3, 5 e 7 no córtex parietal posterior adjacente. As áreas 1 e 2 recebem densa inervação da área 3b. A projeção da área 3b para a área 1 envia, principalmente, informações sobre textura, ao passo que a projeção para a área 2 enfatiza tamanho e forma. O córtex somatossensorial, assim como outras áreas do Neocórtex, é uma estrutura organizada em camadas: Somatotrofia cortical: O mapeamento das sensações da superfície corporal em uma área do encéfalo é chamado de somatotropia, o qual, ocasionalmente, é denominado HOMÚNCULO. Plasticidade do mapa cortical= reorganização. Por exemplo: um ser humano tenha o dedo amputado, toda a região cortical se reorganiza e a área que antes era destinada ao digito retirado, agora responde aos dedos adjacentes. Córtex parietal posterior: A medida que as informações passam pelo córtex, os campos receptivos ficam maiores, porém seus estímulos preferenciais são muito difíceis de serem caracterizados pois são muito elaborados. Além disso, essa área do córtex não está relacionada apenas com a sensação somática, mas também com estímulos visuais com planejamento do movimento e, até mesmo, com o nível de atenção de uma pessoa. Uma lesão ás áreas do parietal posterior pode causar lesões como AGNOISIA (incapacidade de reconhecer objetos, apesar de a capacidade sensorial parecer normal); Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 Pode também causar uma SÍNDROME DE NEGLIGENCIA, na qual uma parte do corpo ou uma parte do mundo (ex: todo campo visual à esquerda do centro de visão) é ignorada ou suprimida e sua própria existência é negada. A sensação somática depende de nociceptores, que são terminações nervosas livres, ramificadas que sinalizam lesão ou risco de lesão ao corpo. Terminação sensorial que detecta estímulos nocivos (alto limiar) e provoca a transdução deste estímulo em potenciais de ação. Podem receber estímulos: Mecânicos Térmicos Químicos Polimodais DOR: experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tecidual real ou potencial; NOCICEPÇÃO: processos neurais de codificação e processamento de estímulos nocivos; NOCICEPTOR: terminação sensorial que detecta estímulos (alto limiar) e provoca a transdução deste estimulo em potenciais de ação. Neurônio nociceptivo: Neurônio periférico ou central que é capaz de codificar estímulos nocivos. Esses neurônios podem ser: Fibras C (não mielinizadas) Fibras Aδ (pouco mielinizadas) Fibras não nociceptivas (Aβ) A sensação de dor primária que resulta da estimulação nociva é mediada pelas fibras Aδ, mais rápidas . A sensação de dor secundária, de longa duração, é mediada pelas fibras C, lentas. Mecanismo espinhais da dor: Os axônios nociceptivos fazem conexões espinhais. Nesse processo, há uma relação com a liberação do neurotransmissor GLUTAMATO. O potencial de ação gerado libera a substância P na substância gelatinosa, importantes para a sensação de dor moderada e intensa. Formas de dor- classificação: Nociceptiva; Inflamatória; Dor patológica (neuropática e disfuncional). Sensibilização: redução do limiar de ativação ou resposta aumentada a estímulos normais dos neurônios nociceptivos. Sensibilização periférica: através da liberação de mediadores químicos pela sensação de dor, como Histamina, Prostaglandinas, Bradicinina e Substância P. HIPERALGESIA: Dor exacerbada a estímulos já descritos como dolorosos. Neste caso o estímulo é nociceptivo (pode ocorrer aumento da resposta a estímulos acima do limiar de ativação ou redução do limiar de ativação). É a descrição clínica para a sensibilização central ou periférica dos nociceptores. ALODÍNEA: Dor a um estímulo inócuo que antes não causava dor. Deve ser usado apenas quando sabemos que o estímulo não é capaz de ativar Nociceptores. Aqui o entendimento do estímulo é modificado. ANALGESIA: Ausência de dor em resposta a estímulos que deveriam causar dor, podendo ser provocada pelo uso de fármacos analgésicos. Devem reduzir a dor inflamatória ou patológica. DOR
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