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Livro Texto - Unidade I (2) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURIDICA

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Autora: Profa. Cibele Mara Dugaich
Colaboradoras: Profa. Elizabeth Nantes Cavalcante
 Profa. Angélica Carlini
 Profa. Tânia Sandroni
Linguagem e 
Comunicação Jurídica
Professora conteudista: Cibele Mara Dugaich
Cibele Mara Dugaich é graduada em Direito (2011) pela Universidade Paulista – UNIP e em Língua e Literatura 
Inglesa (1980) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. É mestre em Linguística Aplicada 
ao Ensino de Línguas (1993) pela mesma instituição e doutora em Linguística (2001) pela Universidade Estadual 
de Campinas – Unicamp.
Iniciou a carreira de docente no Colégio Objetivo Júnior, foi professora e orientadora pedagógica no 
instituto de idiomas Yázigi e ministrou aulas na Universidade Estadual Paulista – Unesp, no Centro de Línguas 
da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP, na Faculdade 
de Comunicação e Filosofia da PUC, na Faculdade de Tecnologia – Fatec, na Universidade Ibero-Americana e na 
Escola Superior Nacional de Seguros.
Na UNIP, é professora titular desde 1986, ministrando as disciplinas Direito Penal, Português Instrumental Jurídico, 
Linguagem e Comunicação Jurídica e História do Direito. É assessora da coordenação do curso de Direito do campus 
Paraíso e coordenadora dos cursos de pós-graduação lato sensu em Língua Inglesa, Língua Inglesa e Tradução e 
Capacitação em Língua Inglesa.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
D866l Dugaich, Cibele Mara.
Linguagem e Comunicação Jurídica / Cibele Mara Dugaich. 2. ed. 
São Paulo: Editora Sol, 2020.
88 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Comunicação jurídica. 2. Tipos de texto. 3. Estratégias 
argumentativas. I.Título.
CDU 340
U424.33 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Elaine Pires
 Lucas Ricardi
Sumário
Linguagem e Comunicação Jurídica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 COMUNICAÇÃO JURÍDICA ..............................................................................................................................9
1.1 Língua e fala ..............................................................................................................................................9
1.2 Texto oral e escrito ............................................................................................................................... 10
1.3 Texto e discurso ..................................................................................................................................... 12
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM................................................................................................................................. 12
2.1 Linguagem formal e informal ......................................................................................................... 13
2.2 Pronomes de tratamento .................................................................................................................. 15
2.3 Elementos da comunicação ............................................................................................................. 16
Unidade II
3 AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................... 23
3.1 Função referencial ou denotativa .................................................................................................. 23
3.2 Função conativa ou apelativa ......................................................................................................... 23
3.3 Função emotiva ou expressiva ........................................................................................................ 24
3.4 Função fática .......................................................................................................................................... 24
3.5 Função metalinguística ...................................................................................................................... 25
3.6 Função poética ...................................................................................................................................... 25
4 NORMAS REGULADORAS DA COMUNICAÇÃO.................................................................................... 26
4.1 Quantidade de informação .............................................................................................................. 26
4.2 Legitimidade e credibilidade ............................................................................................................ 27
4.3 Língua e linguagem ............................................................................................................................. 27
4.4 Harmonia entre sujeito e interlocutores .................................................................................... 28
Unidade III
5 ESTRATÉGIAS EFICIENTES DE LEITURA E ESCRITA .............................................................................. 33
5.1 Leitura ....................................................................................................................................................... 33
5.2 Escrita: princípios gerais da redação ............................................................................................ 38
5.2.1 Verdade ....................................................................................................................................................... 38
5.2.2 Clareza ......................................................................................................................................................... 38
5.2.3 Coesão e coerência ................................................................................................................................ 39
5.2.4 Objetividade .............................................................................................................................................. 42
5.2.5 Validação .................................................................................................................................................... 43
6 TIPOS DE TEXTO ................................................................................................................................................ 43
6.1 Texto descritivo ..................................................................................................................................... 44
6.1.1 Características do texto descritivo .................................................................................................. 44
6.1.2Tipos de descrição ................................................................................................................................... 45
6.2 Texto dissertativo-argumentativo ................................................................................................. 46
6.3 Texto narrativo ...................................................................................................................................... 47
6.4 Tipos de discurso ................................................................................................................................... 48
6.5 Estrutura do parágrafo ...................................................................................................................... 49
6.6 Referentes textuais .............................................................................................................................. 50
Unidade IV
7 ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA ....................................................................................................................... 56
8 ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS ............................................................................................................. 65
8.1 Argumento de autoridade ................................................................................................................ 66
8.2 Argumento de causa e consequência .......................................................................................... 68
8.3 Argumento de exemplificação ou ilustração ............................................................................ 68
8.4 Argumento de provas concretas ou princípio .......................................................................... 69
8.5 Argumento por analogia ................................................................................................................... 69
8.6 Argumento de mudança de foco ................................................................................................... 69
8.7 Argumento por absurdo .................................................................................................................... 70
8.8 Argumento por exclusão ................................................................................................................... 70
8.9 Argumento de causa e efeito .......................................................................................................... 70
8.10 Argumento de prova ......................................................................................................................... 71
8.11 Argumento de mudança de foco ................................................................................................. 71
8.12 Argumento de comprometimento de legitimidade da prova pericial ......................... 71
8.13 Argumento por imagem: retórica imagética.......................................................................... 72
8.13.1 In loco ....................................................................................................................................................... 72
8.13.2 Fotos .......................................................................................................................................................... 72
8.13.3 Filmes ........................................................................................................................................................ 74
8.13.4 Desenhos.................................................................................................................................................. 74
8.13.5 Narrativa descritiva ............................................................................................................................. 74
8.14 Argumento pelo discurso do outro: intertextualidade ...................................................... 75
8.14.1 Heterogeneidade marcada ............................................................................................................... 76
8.14.2 Princípio da autoria ............................................................................................................................. 77
8.14.3 Heterogeneidade não mostrada ..................................................................................................... 78
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina Linguagem e Comunicação Jurídica tem como objetivo expor o aluno à linguagem 
adequada ao universo jurídico, no qual a comunicação realiza-se de modo formal e em um contexto 
marcado pela argumentação. Trabalhamos aspectos relevantes da língua e da linguagem na comunicação 
jurídica para que o aluno seja capaz de lidar com situações dessa natureza. Apresentamos o contexto 
jurídico de modo a esclarecer os conceitos e, para elucidar os temas abordados, ilustramos nossa 
discussão com exemplos.
Na Plataforma AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, o aluno terá a oportunidade de consultar 
um glossário com a terminologia própria do Direito para se orientar na elaboração e na interpretação 
dos textos jurídicos. Ainda na Plataforma, o estudante pode colocar em prática os conceitos teóricos 
apresentados, resolvendo exercícios que consolidam o aprendizado.
INTRODUÇÃO
Nossa reflexão atém-se ao gênero discursivo jurídico e sua realização em condições próprias de 
enunciação e produção – seja em um texto escrito ou oral, verbal ou não verbal – independentemente 
do sujeito enunciador ou do interlocutor, do lugar social que ocupam ou do lugar de enunciação 
do qual falam.
A história do sujeito e do interlocutor – constituída pela memória, pelo imaginário e pelo 
inconsciente – atravessa o seu dizer e a sua leitura. Acentuamos que a condição de significar e 
interpretar, na realidade, é universal. Interpretamos do lugar de onde enunciamos e em função do 
lugar social que ocupamos. Contudo, tanto significar como interpretar são práticas igualmente 
individuais porque se particularizam pela nossa história.
Em suma, significar e interpretar se relacionam diretamente com o que somos capazes de reconhecer, 
ou seja, somente faz sentido o que já tem significado em nossas vidas. O pressuposto do sentido é 
essencial à interpretação.
9
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Unidade I
1 COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Quando pensamos em comunicação jurídica, não podemos considerar a possibilidade de haver modelos 
elaborados em uma determinada linguagem. Esses modelos podem ser, simplesmente, reproduzidos em 
diferentes contextos jurídicos e capazes de atender às necessidades de cada caso. Existe, de fato, uma 
terminologia própria que constitui o jargão jurídico, mas isso não é uma particularidade das ciências 
jurídicas, pois jargões guardam especificidades técnicas que são próprias de todas as áreas das ciências.
Nossa reflexão se atém ao gênero discursivo jurídico e sua realização em condições de enunciação 
e produção próprias, seja ele constituído por um texto escrito ou oral – verbal ou não verbal –, 
independentemente do sujeito enunciador ou do interlocutor, do lugar social que ocupam e do lugar de 
enunciação do qual falam.
No universo do gênero discursivo jurídico, estamos apoiados em dois pilares: significar e interpretar. 
Tais habilidades se entrelaçam concomitantemente em contextos complexos, que colocam enunciador e 
interlocutor sob intensa pressão, na medida em que o Direito trata de questões marcadas por divergências 
entre as partes envolvidas.
Podemos dizer que significar se atém ao que é produzido pelo sujeito. Por outro lado, interpretar 
envolve o que chega ao interlocutor e se mistura ao seu repertório, que é, ao mesmo tempo, geral e 
particular, propiciando-lhe condições para realizar uma leitura marcada por sua identidade.
1.1 Língua e fala
Língua e fala são fenômenos distintos. A língua é um sistema complexo, impossível de ser conhecido 
na sua totalidade, mesmo que o sujeito seja um falante nativo, letrado e versado nos mais diferentes 
assuntos. A fala é plenamente variável e mantémsignificativa dependência com o contexto de sua 
realização. A fala é variável em função do contexto em que se realiza e das condições econômicas e 
sociais do sujeito que fala, bem como do seu interlocutor, aquele com quem se fala.
A linguagem não é única, não é alheia à realidade mais próxima ou mais distante do sujeito, e 
tampouco do interlocutor. Ela é influenciada pelos meios social e cultural, e estes, por sua vez, também 
são influenciados por ela.
A concepção de linguagem, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
é considerada aqui como a capacidade humana de articular significados 
coletivos e compartilhá-los em sistemas arbitrários de representação que 
10
Unidade I
variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade. 
A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido, e 
não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a interação, a comunicação 
com o outro dentro de um espaço social (BRASIL, 2000, p. 5).
 Saiba mais
Para mais informações sobre o tema, leia:
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Secretaria 
da Educação Básica, 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/14_24.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.
1.2 Texto oral e escrito
Embora ainda existam línguas ágrafas, a escrita, de fato, apareceu nos estágios mais avançados da 
civilização. Desde os tempos primórdios, o homem procura, por meio de desenhos, registrar a sua marca, 
seja em rochas, seja em objetos.
O texto oral reúne particularidades muito eficientes no aspecto da comunicação, sobretudo quando 
se considera a comunicação jurídica devido aos recursos que o texto oral propicia para a conquista de 
adesão às teses propostas pelas partes. Estas, por sua vez, buscam com veemência vencer a causa que 
defendem no contexto da comunicação jurídica.
O texto escrito tenta recuperar os recursos do texto oral por intermédio de signos (pontuação), no 
entanto, sem alcançar a mesma eficácia do texto oral devido à pontual eficácia deste, que se realiza em 
condições de enunciação favoráveis à adesão.
Há importantes enunciações na comunicação jurídica que requerem o texto oral. O melhor exemplo 
que temos desse recorte é o discurso do Tribunal do Júri, mas ainda há a enunciação da sustentação oral 
nos tribunais. Essas enunciações particulares se realizam em lugares que requerem o texto oral.
A comunicação jurídica oral tem a peculiaridade de ser marcada pela formalidade e ser regrada por 
enunciações ritualistas, nas quais locais e papéis são determinados para aqueles que têm direito à fala, 
como nas audiências, nos interrogatórios, na sustentação oral ou no Tribunal do Júri.
O texto oral, em geral, pressupõe contato direto com o sujeito, o que o torna mais real. Seu vocabulário 
é restrito, estando em constante renovação. Parece ser mais verdadeiro por ser mais espontâneo e, 
portanto, mais persuasivo. Por ser marcado pela informalidade, não apresenta grande preocupação 
gramatical do ponto de vista normativo, rompendo, por vezes, com regras de concordância, regência e 
colocação, e podendo, ocasionalmente, comprometer as construções sintáticas.
11
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
A comunicação jurídica, no entanto, é sempre regrada pela norma culta, pela língua padrão, em 
função da formalidade própria da enunciação do discurso jurídico. Orienta-se por normas e regras 
gramaticais, bem como por diversidade de vocabulário. A comunicação jurídica não se realiza pela 
informalidade da oralidade.
 Observação
Quando apresentado de modo eficaz, o texto oral é uma verdadeira 
exposição teatral, porque equilibra seus recursos com os recursos do não 
verbal, valendo-se de gestos que reforçam, com muita propriedade, o que 
se diz.
O texto oral é marcado por características essenciais que lhe conferem uma eficácia particular, 
tais como entonação, timbre, altura, ênfase, pausa, ritmo, aceleração, desaceleração e muitos outros 
recursos eficientes, impossíveis de serem representados graficamente.
A relação olho no olho, as expressões faciais, os gestos e a postura de quem fala se materializam 
pela imagem e sempre terão o poder de significar muito além do que as palavras podem alcançar. 
O não verbal conta com recursos extralinguísticos e contextuais, que complementam, esclarecem e 
enriquecem a comunicação. A presença do interlocutor permite que o texto oral seja mais alusivo e vivo, 
enquanto o texto escrito limita-se a formas econômicas e precisas.
 Observação
Nos debates, a réplica e a tréplica do Tribunal do Júri são a enunciação 
perfeita para o texto oral ter expressão. Sujeitos enunciadores enfrentam-se 
na defesa de suas teses cientes de que podem ganhar ou perder a adesão 
dos interlocutores.
O texto escrito tenta recuperar a capacidade de significar do texto oral (ou do não verbal), por:
• Sinais de pontuação: exclamação, interrogação, reticências, hífen, parênteses, travessão etc.
• Destaques: letra maiúscula, negrito, itálico, aspas, parênteses, sublinhado, cor etc.
Ainda assim, o texto escrito não atinge a plena eficácia do texto oral verbal e do texto oral não 
verbal. Ele mantém contato indireto entre o sujeito e o interlocutor, o que o torna mais abstrato. É mais 
reflexivo, exige grande esforço de elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário é mais 
apurado e, por natureza, mais conservador. Do ponto de vista gramatical, os dois textos – escrito e oral 
– apresentam características específicas cientificamente comprovadas. De maneira geral, as principais 
construções gramaticais são observadas no uso da língua escrita.
12
Unidade I
1.3 Texto e discurso
Acabamos de discutir o que é texto oral e texto escrito, mas ainda precisamos compreender o 
significado de texto e discurso.
O texto é a materialização do pensamento pelo verbal ou pelo não verbal, já o discurso pode ser 
definido como o que de fato chega ao interlocutor. Em outras palavras, podemos dizer que o texto é 
palpável, enquanto o discurso é perceptível.
O sujeito, ao interpretar um texto, o atravessa com sua própria história, seja ele sujeito locutor, 
enunciador, autor ou interlocutor. O discurso é o efeito de sentidos entre o sujeito e o interlocutor que o 
interpretam. Daí se conclui o porquê de termos um mesmo texto com diferentes leituras, simplesmente 
porque os sujeitos que o interpretam não são constituídos pela mesma história.
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM
É natural que as pessoas ajustem o seu discurso aos contextos comunicativos com o objetivo de 
garantir a adequação de diferentes registros a diferentes contextos. Os níveis de linguagem formal e 
informal são determinados pelos lugares de enunciação e pelo lugar social que os sujeitos enunciadores 
e interlocutores ocupam na sociedade.
Quando estamos no convívio com a família, com amigos ou até mesmo com colegas ou vizinhos em 
situações cotidianas, usamos uma linguagem mais descontraída, ou seja, uma linguagem informal. 
Com superiores hierárquicos, professores, clientes, autoridades ou médicos – em contextos formais e 
quando não houver intimidade entre sujeito e interlocutor –, usamos uma linguagem mais elaborada, 
ou seja, a linguagem formal. Assim, podemos concluir que diferentes contextos sociais e comunicativos 
exigem diferentes linguagens.
Há que observar, no entanto, que quando nos encontramos em um lugar de enunciação informal, 
nem sempre podemos usar a linguagem informal com todas as pessoas. Temos de ter muito claro que o 
lugar não supera a formalidade das relações pessoais.
A título de ilustração, vejamos as situações a seguir:
• Festa de aniversário de criança: o ambiente é informal, mas não significa que podemos usar 
uma linguagem informal com todas as pessoas que se encontram no ambiente. A informalidade 
do ambiente não nos autoriza a estabelecer laços de intimidade com pessoas com as quais esses 
laços não existem. Nessa festa, apesar da informalidade do ambiente,os pais de um convidado 
não podem começar uma conversa com a família sentada à mesa ao lado como se fossem velhos 
conhecidos, com um grau de intimidade que não existia anteriormente.
• Casamento de um colega de faculdade: ambiente alegre promovido pelo reencontro 
dos contemporâneos de turma. Colegas partilham a convivência dos cinco anos de curso 
de Direito. Velhas piadas e recordações ditam as normas da informalidade, a mesma 
13
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
informalidade que sempre regrou a relação entre os colegas se mantém. A informalidade 
própria da intimidade da turma se estende às situações informais que seguem. De repente, 
os colegas avistam um professor da turma que era juiz quando lhes dera aulas, mas que 
passou a ser desembargador depois da formatura. A turma decide se aproximar do mestre 
para cumprimentá-lo. Considerando-se que, nos tempos de faculdade, a relação com o 
professor sempre fora formal, regrada por considerável distanciamento, o contexto informal 
do casamento do amigo não afetará a relação de formalidade da turma com o mestre, porque 
a relação que eles mantêm não permite maior intimidade.
A informalidade de um lugar de enunciação não transforma uma relação anterior de formalidade. 
A formalidade que orientava a relação anterior pode ficar menos acentuada, mas não sai da esfera da 
formalidade. Os alunos não serão formais a ponto de tratar o professor por Excelência, mas não serão 
próximos a ponto de tratar o professor por você.
 Lembrete
O lugar de enunciação informal não supera as regras de comunicação 
que devemos observar em relação às pessoas com as quais não guardamos 
intimidade. Em outras palavras, apesar da informalidade do ambiente, não 
devemos adotar intimidade pela informalidade da linguagem com quem 
não temos proximidade.
Por outro lado, é importante esclarecer que um lugar de enunciação formal exige que toda 
comunicação que nele se realiza seja necessariamente formal. Dizendo de outro modo, se 
estivermos em um lugar de enunciação formal, devemos adotar um nível de linguagem formal, 
mesmo com pessoas com as quais guardamos maior intimidade. Por exemplo, em uma audiência, 
um advogado reconhece o advogado da outra parte. Trata-se de um velho vizinho seu, com 
quem ia à escola, jogava bola, brincava na chuva, dividia lanche, que o tratava pelo apelido de 
Careta e a quem chamava de Alemão. Ambos se afastaram por circunstâncias da vida e não se 
falavam há mais de 20 anos. Logo os advogados se reconhecem, mas encontram-se em uma 
circunstância de enunciação formal, portanto, não podem externar a amizade e a intimidade do 
passado tratando-se por apelidos.
O lugar da enunciação de uma relação formal determinará que a formalidade se estenda a relações 
que antes eram informais. A formalidade transforma as relações informais enquanto os protagonistas 
da enunciação se mantiverem no lugar da enunciação.
2.1 Linguagem formal e informal
Não podemos pensar em linguagem formal, ainda mais no campo da comunicação jurídica, sem 
que nos debrucemos na formalidade, que não prescinde apenas dos pronomes de tratamento que 
perpassam toda comunicação jurídica.
14
Unidade I
Características da linguagem formal:
• Observância rigorosa das normas gramaticais (norma culta).
• Pronúncia correta das palavras.
• Vocabulário rico e diversificado.
• Registro de prestígio e erudito.
• Orações mais encadeadas por subordinação.
• Ausência de neologismos, gírias e palavrões.
• Ausência de orações inacabadas.
Situações de uso da linguagem formal:
• Em pronunciamentos públicos ou políticos.
• Em aulas, conferências, palestras e seminários.
• Em defesas, exames e concursos públicos.
• Em reuniões de trabalho e entrevistas de emprego.
• Em documentos oficiais, cartas e requerimentos.
• Em audiências, plenárias do Tribunal do Júri e tribunais.
Público-alvo da linguagem formal:
• Superiores hierárquicos.
• Autoridades religiosas, oficiais e políticas.
• Público em geral, selecionado ou desconhecido.
A linguagem informal pode ser chamada também de registro informal. É usada quando há 
familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.
Características da linguagem informal:
• Despreocupação com o uso de normas gramaticais.
• Utilização de vocabulário simples, expressões populares e coloquialismos.
15
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
• Utilização de gírias, palavrões, neologismos, onomatopeias e gestos.
• Uso de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá, né etc.
• Variações regionais, culturais e sociais.
• Registro espontâneo e pouco prestigiado, por vezes incorreto e desleixado.
Situações de uso da linguagem informal:
• conversas cotidianas;
• mensagens de celular;
• chat na internet;
• WhatsApp;
• bilhetes;
• recados;
• cartões celebrativos.
Público-alvo da linguagem informal:
• familiares;
• amigos;
• parceiros amorosos.
2.2 Pronomes de tratamento
No discurso jurídico, é imprescindível o uso de pronomes de tratamento devido à formalidade 
constitutiva do gênero discursivo.
Quadro 1 
Pronome Abreviaturas – singular
Abreviaturas – 
plural Emprego
Você v. Tratamento informal
Senhor(es)/Senhora(s) Sr./Sra. Srs./Sras. Tratamento formal ou cerimonioso
Vossa Alteza V.A. VV.AA. Príncipes, princesas e duques
Vossa Eminência V. Em.a V.Em.as Cardeais
Vossa Excelência V.Ex.a V.Ex.as Altas autoridades
16
Unidade I
Vossa Magnificência V.Mag.a V.Mag.as Reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. VV.MM. Reis e imperadores
Vossa Reverendíssima V.Rev.ma V.Rev.mas Sacerdotes
Vossa Senhoria V.S.a V.S.as Autoridades, tratamento respeitoso e correspondência comercial
Vossa Santidade V.S. Papa e Dalai Lama
Adaptado de: Petri (2009, p. 132).
Quando falamos diretamente com aqueles com quem usamos o pronome de tratamento Vossa 
Excelência, o pronome de tratamento se mantém; quando falamos sobre a pessoa, usamos Sua Excelência. 
Veja os exemplos: “Gostaria de submeter à apreciação de Vossa Excelência o cartão encontrado nas 
flores entregues à mãe da vítima no dia do enterro”; “Quando submeti à apreciação de Sua Excelência 
o cartão encontrado nas flores entregues à mãe da vítima no dia do enterro, reparei que ele ficou 
pensativo, ainda que não tenha dito uma única palavra a respeito”.
 Lembrete
Os pronomes de tratamento mais formais servem à manutenção da 
urbanidade que é própria do discurso jurídico. A formalidade de que 
se revestem os pronomes de tratamento instauram o distanciamento 
necessário entre os sujeitos para que se preserve o adequado grau 
de civilidade imprescindível a enunciações marcadas por conflitos 
argumentativos e ânimos alterados, como ocorre no plenário do Tribunal 
do Júri, por exemplo.
2.3 Elementos da comunicação
Este processo pode se realizar de várias maneiras.
• O sujeito é aquele que enuncia a mensagem, pode ser um indivíduo ou um grupo (empresa, 
instituição, partido, organismo de difusão etc.) e apresentar-se de três formas: 
— Locutor: aquele que apenas reproduz o texto, sem assumir responsabilidades para com o seu 
dizer. Não identificamos o sujeito a ponto de cobrar-lhe responsabilidade pelo texto, pois esta 
é atribuída àquele que assina.
— Enunciador: aquele que assume o lugar de fala. O lugar social no qual o sujeito se inscreve lhe 
confere direitos e deveres.
— Autor: aquele que assume a responsabilidade pelo dizer e a quem são imputadas 
responsabilidades, como também os louros e as vaias.
17
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
A seguir, outros elementos da comunicação:
• Interlocutor: é aquele que recebe e, simultaneamente, processa a mensagem. Pode ser um 
indivíduo, um grupo ou uma organização. O interlocutor não pode ser visto como mero receptor 
porque intervém na construção do próprio texto do sujeito.
• Referente: é aquele ou aquilo sobre quem ou o que se fala. É o objeto da comunicação, que, por 
sua vez, é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
• Meio de comunicação: é o meio pelo qual o discurso étransmitido.
• Código: conjunto de signos e regras de combinação desses signos dos quais o sujeito se vale para 
elaborar sua mensagem (codificação). O código tem de estar ajustado ao perfil do interlocutor, 
que o identificará (decodificação) em função da cumplicidade que se instaura entre sujeito e 
interlocutor por partilharem de um repertório comum.
Exemplo de aplicação
Observe a enunciação de uma plenária do Tribunal do Júri e identifique o uso dos pronomes de 
tratamento. Verifique se o uso desses pronomes serve aos propósitos que caracterizam a formalidade e 
a própria ironia que reveste a enunciação.
O sujeito, seja ele locutor, enunciador ou autor, tem a missão de significar – independentemente da 
formação discursiva da qual enuncia – em função do lugar social que ocupa e do lugar de enunciação 
no qual vier a enunciar. Ele sempre se submete às normas do lugar social que ocupa em função da 
formação discursiva que determina o seu dizer, da memória coletiva, discursiva e histórica, da ideologia 
e do inconsciente que o compõem. Não se pode, portanto, considerar que o sujeito deva significar 
isolado das condições que o constituem.
Exemplo de aplicação
Escolha aleatoriamente uma entrevista publicada nas páginas amarelas da revista Veja e faça uma 
análise das diferentes posições do sujeito, do interlocutor e do referente. Observe como o sujeito assume 
várias posições ao longo do texto. Identifique o sujeito como enunciador e autor, o referente e o interlocutor, 
lembrando que este, ao ter direito à fala, assume a posição de enunciador enquanto jornalista.
 Saiba mais
Para mais informações sobre o tema, leia:
ELUF, L. N. A paixão no banco dos réus: casos passionais célebres – de 
Pontes Visgueiro a Pimenta Neves. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
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Unidade I
 Resumo
O discurso que se inscreve no gênero discursivo jurídico permite 
elencar elementos constitutivos dessa comunicação, estabelecendo suas 
características e sua complexidade linguística, sendo essas as condições 
essenciais para o exercício do Direito, uma vez que a exposição das razões 
exige das partes proficiência linguística.
Para tanto, foram demonstradas diferenças, características, situações, 
públicos aos quais determinados tipos se dirigem, usos da língua, da fala e 
da linguagem, do texto formal e informal, do texto escrito e oral, do texto 
verbal e não verbal, e das funções da linguagem que, reunidas, estruturam 
o percurso argumentativo do sujeito.
Nossa discussão teve como objetivo expor como esses elementos, bem 
como seus atores (sujeito, enunciador, autor, referente, interlocutor, código 
e meio) podem estabelecer relações de poder entre si, o que poderá exercer 
significativa influência na condição de significar corretamente o discurso, 
cujos efeitos de sentido podem conquistar a adesão dos interlocutores.
Acentuamos a necessidade de considerar cuidadosamente que o discurso 
que se inscreve no gênero discursivo jurídico utiliza o texto formal como 
regra. Os lugares de enunciação nos quais o discurso jurídico realiza-se 
exigem que o sujeito, ao enunciar do seu lugar social – posição que ocupa 
na sociedade – e orientado pela formação discursiva que determina o que 
ele pode ou não dizer, submeta-se às regras que o lugar de enunciação lhe 
impõe, e a formalidade é uma dessas regras.
O sujeito deverá escolher sua tese a partir de uma análise para 
contextualizar o fato em função das condições de produção e das 
circunstâncias de enunciação que o constituem, sem ignorar que, ao 
interpretar, ele atravessa o texto com sua história, o que prova que não há 
leitura isenta de subjetividade. É a partir dessa leitura contextualizada que 
lhe será possível elencar os melhores argumentos para conquistar a adesão 
dos interlocutores.
Pensar o processo de construção do discurso jurídico nos obriga a considerar 
as normas reguladoras de um bom texto, um texto que se fundamenta em uma 
estrutura argumentativa bem organizada, fechada e diversificada.
O primeiro passo que o sujeito deve considerar é que não podemos falar 
o que bem entendemos e onde queremos, porque os lugares de enunciação 
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
são determinantes do discurso que pode e deve ser enunciado naquele 
ambiente. Os lugares de enunciação determinam ainda quais são as pessoas 
que podem enunciar. Dizendo de outro modo, o lugar social que o sujeito 
ocupa – em função da sua posição na sociedade – é relevante para que ele 
possa ter direito a enunciar em um lugar específico.
O lugar social do sujeito determina a formação discursiva, que vem a 
ser um conjunto de regras que determina o que o sujeito pode e não pode 
dizer. Logo, conclui-se que a formação discursiva procede os ajustes que 
regulam as condições impostas pelo lugar de enunciação.
O cuidado extremo com o texto deve orientar a organização textual, 
que estrutura o percurso argumentativo do discurso que será enunciado em 
um determinado lugar de enunciação. Logo, a língua padrão, norma culta, 
deve ser criteriosamente observada. Vícios de linguagem devem ser sempre 
evitados. Gírias, palavrões, neologismos etc. acabam comprometendo o 
discurso e, consequentemente, o próprio sujeito enunciador. Esses recursos 
somente podem ser usados se forem de absoluta relevância para uma 
comunicação efetiva.
Todos os argumentos devem estar amparados por legitimidade e 
credibilidade para que o interlocutor não venha a questionar a veracidade 
do que for apresentado. O rigor com a credibilidade é fundamental, porque 
seus efeitos se estendem à pessoa do próprio sujeito enunciador.
 Exercícios
Questão 1. Jorge Paulo é engenheiro técnico responsável pela área de produção de uma importante 
empresa de tecnologia de informação. Seu diretor, Ciniro Texo, é somente dois anos mais velho e gosta 
muito de terminar longas reuniões com todos os participantes se dirigindo ao bar, próximo da empresa, 
para uma rodada de chopp. Ele afirma que é a melhor parte da reunião e que é o momento correto 
para que todos possam descontrair, falar à vontade e se conhecer melhor. Em um desses encontros, 
Jorge Paulo contou a todos os presentes uma estória muito engraçada da sua infância, que, no entanto, 
para ser contada com veracidade, exigiu que ele falasse várias palavras de baixo calão (palavrões). 
No dia seguinte, Jorge Paulo soube pelos colegas de trabalho que Ciniro Taxo havia ficado muito mal 
impressionado com o comportamento do engenheiro e que, na primeira oportunidade, o desligaria 
da empresa, porque ele não se mostra capaz de representar a marca com responsabilidade, porque 
seu linguajar é muito inadequado. Jorge Paulo procurou o setor de recursos humanos da empresa, 
contou o ocorrido e pediu uma opinião. O diretor de recursos humanos disse a Jorge Paulo que não se 
preocupasse, porque:
A) O que acontece fora da empresa não pode ser utilizado de forma positiva ou negativa na vida 
do empregado.
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Unidade I
B) A linguagem é influenciada pelo meio social e cultural em que o sujeito vive e este, por sua vez, 
também influencia a linguagem, isso significa que a estória contada tinha um contexto que não 
precisava ser modificado.
C) Todos conheciam o temperamento de seu diretor e sabiam que ele era uma pessoa instável e na 
qual ninguém deveria confiar.
D) A linguagem que cada um de nós recebe na infância é aquela que deve ser culturalmente 
preservada, porque temos vínculos de afeto que não podem ser negados.
E) Expressão da nossa capacidade de comunicação e expressão, cada ser humano é livre para se 
manifestar como considerar melhor e não deve ter nenhum receio dos julgamentos sociais.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta
Justificativa: muitos fatos que acontecem na vida do empregado fora da empresa podem influenciar 
no desenvolvimento de sua carreira profissional, por exemplo, como a prática de um homicídio, 
feminicídio ou uma agressão contra os filhos. Também influenciam na vida da empresa práticas antiéticasque comprovadamente tenham sido de autoria do empregado. 
B) Alternativa correta
Justificativa: aprendemos no livro-texto que “a linguagem não é única, não é alheia à realidade 
mais próxima ou mais distante do sujeito, tampouco do interlocutor. É influenciada pelos meios sociais 
e culturais, e estes, por sua vez, também são influenciados por ela”. No caso narrado por Jorge Paulo, a 
linguagem utilizada foi apropriada ao meio social e cultural em que a situação real ocorreu, razão pela 
qual ele se manteve fiel a ela sem se preocupar com a repercussão do meio social e cultural em que ele 
se encontrava naquele momento, ou seja, com colegas de trabalho. 
C) Alternativa incorreta
Justificativa: não há no enunciado da questão nenhum elemento que possa confirmar que o diretor 
de Jorge Paulo tinha esse comportamento, e, por isso, a alternativa não pode ser verdadeira.
D) Alternativa incorreta
Justificativa: a linguagem que aprendemos na infância é fruto do meio social e cultural em que vivemos 
e, ao longo de nossa trajetória de vida, poderá ser modificada inúmeras vezes, em razão das mudanças que 
viveremos em nosso ambiente social e cultural. Modificar a linguagem, aprimorá-la no âmbito técnico a partir 
de novos conhecimentos ou, ainda, adequá-la aos novos ambientes sociais em que vivemos não é negação do 
passado ou falta de afeto, mas uma necessidade que não pode ser ignorada.
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA
E) Alternativa incorreta
Justificativa: ser social que é, o homem deve se adaptar às diferentes realidades sociais e culturais 
que vivencia em sua trajetória de vida. Algumas formas de manifestação de linguagem cabem muito bem 
em algumas circunstâncias, e em outras não. É próprio da inteligência humana buscar essas adaptações 
de forma a viver em harmonia e equilíbrio com diferentes situações sociais.
Questão 2. O Código de Processo Civil é a lei que rege os procedimentos de um processo judicial. 
Tudo o que acontece em um processo judicial deve, obrigatoriamente, obedecer às regras determinadas 
nessa lei. O artigo 447 do Código de Processo Civil determina que não podem depor como testemunhas 
aqueles que forem inimigos da parte ou seu amigo íntimo. Essa é a linguagem formal que a lei utiliza. 
Em uma audiência realizada no interior de São Paulo, em uma pequena cidade, o juiz que tinha que ouvir 
testemunhas no caso de danos materiais decorrentes da morte do condutor de um veículo em acidente 
de trânsito, se dirigiu à testemunha que fora chamada para prestar depoimento e perguntou, nos termos 
do que determina a lei, se ele era amigo íntimo ou inimigo da parte. A testemunha, trabalhador rural 
e muito simples, sem formação educacional formal, estranhou a pergunta e se sentiu ofendido com a 
insinuação que ele pudesse ser “amigo íntimo de outro homem”. Evidentemente, ocorreu uma confusão 
entre a fala formal e legal do magistrado e a forma como essa fala foi compreendida pelo receptor.
Leia as afirmativas a seguir:
I – O magistrado tem o dever de cumprir a lei processual, porém, é seu dever garantir que as partes 
e as testemunhas, que nem sempre possuem formação jurídica, compreendam a linguagem utilizada 
nas audiências.
II – Esclarecer os termos da linguagem formal não é dever do magistrado porque ele não é professor. 
Seu dever é somente cumprir a lei.
III – O Estado deve garantir que as partes e testemunhas do processo sejam instruídas adequadamente, 
e, para isso, deveriam existir instrutores de linguagem formal jurídica.
Assinale a alternativa correta:
A) I, somente.
B) II, somente.
C) I e III.
D) III, somente.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa A.
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Unidade I
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta
Justificativa: o magistrado tem o dever de cumprir a lei e, com isso, garantir que o processo tenha 
condução eficiente, para que os melhores resultados sejam alcançados na busca da verdade e do melhor 
julgamento, para que a sociedade seja sempre local de segurança e cumprimento correto da lei. Para 
isso, é dever do magistrado orientar as partes e as testemunhas sobre o que acontece na audiência, 
para garantir que tudo transcorra com tranquilidade, em cumprimento às determinações da lei e, 
em relação às testemunhas, com especial respeito ao cidadão que está ali para prestar serviços à 
sociedade como testemunha.
II – Afirmativa incorreta
Justificativa: esclarecer os termos da linguagem jurídica formal é sempre dever moral do magistrado 
porque é ele que tem a obrigação legal de conduzir o processo, com o objetivo de alcançar bons resultados 
para toda a sociedade. Cada processo judicial bem solucionado é positivo para toda a sociedade e não 
apenas para as partes que estão participando da questão judicial.
III – Afirmativa incorreta
Justificativa: não há razão para o Estado ter mais essa despesa se o magistrado pode esclarecer as 
partes e as testemunhas sobre aquilo que, eventualmente, elas não tenham conseguido compreender. Os 
magistrados tem capacidade para resolver esses problemas de linguagem e comunicação, para garantir 
maior eficiência no processo judicial.

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