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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

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AULA 1  
SBC II - 7º período - 2020/2  
Manuella Soussa Braga  
Sistema Único de Saúde (SUS)  
Antes da criação do SUS, a saúde pública e a assistência                      
médica (dada pela previdência social: INPS e INAMPS)                
eram totalmente separadas. A saúde pública era feita por                  
ações de promoção e prevenção à saúde, por meio de                    
atividades educativas e preventivas, educação em saúde,              
imunização, saneamento e campanhas contra DST,            
tuberculose, hanseníase, endemias etc. Um problema claro              
é que não existia integralidade das ações. Por outro lado,                    
somente recebiam ações de assistência médica            
ambulatorial e hospitalar trabalhadores empregados no            
setor formal (carteira assinada). Além disso, a saúde estava                  
extremamente entrelaçada à economia.   
  
A precariedade do sistema e a política excludente levaram                  
ao aumento da insatisfação de profissionais da saúde, de                  
intelectuais da área da saúde popular e da população em                    
geral. Somado à previdência falida e crises políticas, sociais                  
e econômicas do final da década de 80, houve o                    
crescimento do movimento Reforma Sanitária. A Reforma              
Sanitária teve o seu auge na VIII Conferência Nacional da                    
Saúde (1986).   
  
Essa Conferência possui uma certa importância, pois nela                
criou-se a base para a proposta de um Sistema Único de                      
Saúde (SUS), além de que foi a primeira vez que houve a                        
participação popular.   
  
  
Conceitos de Saúde  
A saúde é o completo estado de bem-estar físico, mental e                      
social e não meramente a ausência de doença ou agravo à                      
saúde (WHO, 1946).  
  
A saúde é o resultado das condições de alimentação,                  
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,            
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de                
terra e acesso aos serviços de saúde (Constituição                
Brasileira, 1988).   
A saúde é um direito de todos e dever do Estado garantido                        
mediante políticas sociais e econômicas que visem à                
redução do risco de doença e de outros agravos e ao                      
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para                    
sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 -                
Constituição Brasileira, 1988).  
  
Leis Orgânicas da Saúde (LOS)  
8080/90  
Dispõe sobre a organização e funcionamento das ações e                  
serviços em todo o território nacional.   
  
8142/90  
Trata do envolvimento da comunidade na condução das                
questões de saúde (controle social).  
Define as transferências dos recursos.   
  
Princípios Doutrinários  
Universalidade  
Saúde é um direito e não um serviço ao qual se tem acesso                          
por meio de uma contribuição ou pagamento de qualquer                  
espécie. Todos os cidadãos brasileiros têm direito à                
atenção à saúde.  
  
Equidade  
Prioridade na oferta de ações e serviços aos segmentos                  
populacionais que enfrentam maiores riscos de adoecer e                
morrer em decorrência da desigualdade na distribuição de                
renda, bens e serviços.  
  
Integralidade:  
“O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser                    
atendido com esta visão integral, o que supõe a prestação                    
continuada do conjunto de ações e serviços, visando                
garantir a promoção, a proteção, a cura e a reabilitação dos                      
indivíduos e coletividade”.  
  
Diretrizes Organizativas  
Descentralização  
É entendida como uma redistribuição das            
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde                
entre vários níveis do governo, com ênfase na                
municipalização, a partir da ideia de que quanto mais perto                    
do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de                    
acerto. Os municípios devem ter autonomia para fazer a                  
gestão e execução das suas ações em saúde.   
  
  
  
Constituição Federal de 1988  
Os preceitos e bases legais para criação do SUS foram                    
incorporados na Constituição Federal de 1988. Nela,              
também trouxe o conceito de que saúde é um direito                    
universal, efetivada pelo SUS. Além de um direito                
universal, o SUS conta com participação popular,              
descentralização da saúde e acesso igualitário.   
AULA 1  
SBC II - 7º período - 2020/2  
Manuella Soussa Braga  
Regionalização e Hierarquização  
Os serviços devem ser organizados em níveis de                
complexidade tecnológica crescente , dispostos numa área            
geográfica delimitada e com a definição da população a ser                    
atendida, visando a organização racionalizada dos serviços.              
A complexidade tecnológica crescente se refere à divisão                
em níveis: primário (básico), secundário (ambulatorial) e              
terciário (hospitalar).   
  
Resolubilidade  
É a exigência de que, quando um indivíduo busca o                    
atendimento ou quando surge um problema de impacto                
coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja                
capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua                    
competência.   
  
Participação dos Cidadãos  
É a garantia da constituição de que a população, através de                      
suas entidades representativas, participa do processo de              
formulação das políticas de saúde e do controle de sua                    
execução, em todos os níveis.   
  
Complementariedade do Setor Privado  
É acionada quando há insuficiência do setor público.   
  
Competências: o que o SUS abrange?  
● vigilância em saúde (sanitária, epidemiológica,          
ambiental, da saúde do trabalhador etc)  
  
● assistências em atenção básica, especializada          
ambulatorial e atenção hospitalar   
  
● assistência terapêutica integral  
  
● apoio diagnóstico e de terapia  
  
● regulação da prestação de serviços privados  
  
● formulação e execução de política de sangue e                
seus derivados  
  
● regulação da formação de profissionais  
  
● definição e implementação de políticas de ciência              
e tecnologia   
  
● articulação intersetorial com outras áreas (saúde,            
educação e saneamento)  
  
Atribuições do SUS  
Nível Federal:  
● definir política nacional de saúde  
  
● assessorar tecnicamente estados e municípios  
  
● avaliar os sistemas estaduais de saúde  
  
Nível Estadual:  
● definir política estadual de saúde  
  
● assessorar tecnicamente os municípios(suporte)  
  
● avaliar os sistemas municipais de saúde  
  
● coordenar sistemas inter-regionais e municipais  
  
Nível Municipal:  
● definir política municipal de saúde  
  
● assumir gestão do sistema municipal de saúde  
  
● gerenciar e executar os serviços de saúde  
  
Dos três níveis:  
● planejamento das ações com a formulação e              
atualização do plano de saúde  
  
● articulação dos planos e políticas  
  
● financiamento  
  
● administração e controle dos recursos financeiros  
  
● avaliação e fiscalização sobre as ações e serviços                
de saúde  
  
E a participação popular?  
Acontece em todos os níveis e através de duas instâncias:                    
conferência de saúde e conselhos de saúde.   
  
Conferências de Saúde  
Há uma representação de vários segmentos sociais.  
São feitas para avaliar a situação da saúde e propor                    
diretrizes para formulação de políticas de saúde nos níveis                  
correspondentes.  
  
Conselhos de Saúde  
Têm caráter permanente e deliberativo. Devem aprovar o                
plano de saúde, o orçamento setorial, acompanhar a                
AULA 1  
SBC II - 7º período - 2020/2  
Manuella Soussa Braga  
execução da política de saúde, avaliar os serviços de saúde                    
e fiscalizar a aplicação de recursos financeiros. São                
compostos de 50% de usuários de serviços de saúde e os                      
outros 50% são divididos em prestadores de serviços,                
profissionais de saúde e governo. Todo município tem um                  
conselho de saúde.   
  
Normas Operacionais Básicas (NOB)  
Normas que objetivam a efetivação da operacionalidade do SUS.   
  
NOB 01/91  
Criação do A.I.H (Autorização de Internação Hospitalar) -                
pagamento por produção.  
Estabelecer condições para instalação dos Conselhos            
Estaduais e Municipais de Saúde.  
  
NOB 01/93  
SIA-SUS (Sistema de Informação Ambulatorial).   
Comissão Intergestores Tripartite (governo federal, estado            
e municípios) e Comissão Intergestores Bipartite (estado e                
municípios).   
  
NOB 01/96  
Implantação do PAB (Piso de Atenção Básica).   
Município - Gestão Plena de Atenção Básica (serviços                
básicos/ambulatoriais); Gestão Plena de Sistema Municipal            
(unidades ambulatoriais e hospitalar no mínimo para              
atendimento básico em clínica médica, pediatria e              
obstetrícia).  
Anunciou incentivos para o município que possuísse PSF e                  
PACS.   
  
  
  
O PAB é um recurso financeiro do Ministério da Saúde para                      
a atenção básica em todos os municípios.   
Emenda Constitucional 29 (EC29)  
Define que a partir de 2004, os estados e municípios                    
devem aplicar no mínimo 12% e 15% de suas                  
arrecadações de impostos em saúde, respectivamente.   
  
Norma Operacional Assistência à Saúde  
(NOAS 01/01 e NOAS 01/02)  
  
● definir o processo de regionalização da assistência              
(numa região de saúde, os usuários devem ter                
acesso a todos os níveis de atenção  
  
● atualizar os critérios de habilitação dos municípios  
  
● ampliar as responsabilidades dos municípios na            
atenção básica  
  
Definiu uma atenção básica ampliada por prioridades de                
ações, devido aos indicadores epidemiológicos (e a saúde                
bucal estava prevista nela). A atenção básica ampliada                
garante ações como: assistência às crianças, mulheres,              
hipertensão arterial, diabetes, tuberculose, hanseníase e            
saúde bucal da população.   
  
Pacto Pela Saúde (2006)  
É o que rege a gestão do SUS atualmente. O pacto pela                        
saúde se divide nessas três dimensões e foi criado para                    
melhorar a gestão, o acesso e a qualidade das ações do                      
SUS.   
  
Pacto pela Vida  
Empenho dos gestores em assegurar os recursos              
necessários à busca de resultados sanitários em relação a                  
um conjunto de prioridades.   
  
Pacto em Defesa do SUS  
Repolitização da saúde e a mobilização da sociedade em                  
defesa do direito à saúde para todos.   
  
Pacto de Gestão  
Introduzir inovações nas relações intergovernamentais no            
SUS para superar os entraves que se acumularam com o                    
processo de descentralização.   
PAB FIXO  
É estabelecido por um valor per capita/ano, destinado à                  
atenção básica. É calculado multiplicando a população              
por determinado valor. É por pessoa e depende da                  
quantidade de habitantes no município.   
PAB VARIÁVEL  
Representa frações de recursos federais para o              
financiamento de estratégias de atenção básica. Por              
exemplo: se o município tem ESF, recebe a mais por isso,                      
assim como se tem populações ribeirinhas, quilombolas,              
recebe um valor a mais para saúde.

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