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1 SISTEMAS ELÉTRICOS AULA 2 1. REGULAMENTAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO O novo Modelo Institucional do Setor Elétrico Brasileiro, implantado com a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, provocou profundas mudanças no funcionamento dos diversos agentes setoriais. A regulamentação veio a partir de 1995, ano em que o Congresso Nacional aprovou a Lei Geral de Concessões (Lei 8.987), estabelecendo as regras para a licitação das concessões em vários segmentos de infraestrutura, inclusive no setor elétrico. Iniciou-se então um processo de privatização de empresas de energia, com o objetivo de transferir ao setor privado a tarefa de promover os investimentos necessários à expansão da capacidade instalada no país. Era o fim do predomínio do Estado na indústria de energia elétrica, que se iniciara nos anos 1950. Todavia as reformas introduzidas não foram suficientes para evitar o racionamento de energia em 2001, sendo a falta de investimento público decisiva para isso. Em dezembro de 2003, o Governo editou a Medida Provisória nº 144, transformada na Lei 10.848, de março de 2004, que implementou o novo modelo institucional do setor elétrico. Uma das principais mudanças introduzidas concernia à forma de comercialização da energia: os leilões passaram a ser realizados após a concessão da licença ambiental e com garantia de contrato de venda para as distribuidoras (Power Purchase Agreement), além de serem orientados pelo princípio da menor tarifa, isto é, vence quem cobrar menos pela energia. O setor de geração continuava sendo tratado como competitivo, porém passava a ter uma “competição orientada”. Paralelamente, para a execução do modelo, foram alteradas algumas atribuições dos órgãos existentes, e criados novos agentes institucionais. 2 2. NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO: PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES a. CNPE LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997. Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Art. 2° Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas específicas DECRETO No 3.520, DE 21 DE JUNHO DE 2000. Dispõe sobre a estrutura e o funcionamento do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE e dá outras providências. Art. 1o O Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, criado pela Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, é órgão de assessoramento do Presidente da República para a formulação de políticas e diretrizes de energia, destinadas a: I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, em conformidade com o disposto na legislação aplicável e com os seguintes princípios: a) preservação do interesse nacional; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.478-1997?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%203.520-2000?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9478.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9478.htm 3 b) promoção do desenvolvimento sustentado, ampliação do mercado de trabalho e valorização dos recursos energéticos; c) proteção dos interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos; d) proteção do meio ambiente e promoção da conservação de energia; e) garantia do fornecimento de derivados de petróleo em todo o território nacional, nos termos do § 2o do art. 177 da Constituição Federal; f) incremento da utilização do gás natural; g) identificação das soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas diversas regiões do País; h) utilização de fontes renováveis de energia, mediante o aproveitamento dos insumos disponíveis e das tecnologias aplicáveis; i) promoção da livre concorrência; j) atração de investimentos na produção de energia; l) ampliação da competitividade do País no mercado internacional; m) incremento da participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional; (incluído pelo Decreto nº 5.793, de 29.5.2006) n) garantia de suprimento de biocombustíveis em todo o território nacional; (Incluído pelo Decreto nº 5.793, de 29.5.2006) II - assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso do País, submetendo as medidas específicas ao Congresso Nacional, quando implicarem criação de subsídios, observado o disposto no parágrafo único do art. 73 da Lei no 9.478, de 1997; III - rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais e alternativas e as tecnologias disponíveis; IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes alternativas;” (Redação dada pelo Decreto nº 5.793, de 29.5.2006) V - estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seus derivados, gás natural e condensado, e assegurar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5793.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5793.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5793.htm#art1 4 Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4o da Lei no 8.176, de 8 de fevereiro de 1991. b. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA O Ministério de Minas e Energia (MME) foi criado em 1960, pela Lei n° 3.782, de 22 de julho de 1960. Anteriormente, os assuntos de minas e energia eram de competência do Ministério da Agricultura. Em 1990, a Lei n° 8.028 extingüiu o MME e transferiu suas atribuições ao Ministério da Infraestrutura, criado pela mesma lei, que também passou a ser responsável pelos setores de transportes e comunicações. O Ministério de Minas e Energia voltou a ser criado em 1992, por meio da Lei n° 8.422. Em 6 de agosto de 1997, a Lei n° 9.478 criou o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), vinculado à Presidência da República e presidido pelo ministro de Minas e Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas para o setor. Em 2003, a Lei n° 10.683/2003 definiu como competências do MME as áreas de geologia, recursos minerais e energéticos; aproveitamento da energia hidráulica; mineração e metalurgia; e petróleo, combustível e energia elétrica, incluindo a nuclear. A atual estrutura do Ministério foi regulamentada pelo decreto n° 7.798, de 12 de setembro de 2012. As secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Energético; de Energia Elétrica; de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis; e Geologia, Mineração e Transformação Mineral foram criadas pelo decreto nº 5.267, de 9 de dezembro de 2004. Em 2004, foi criado pela Lei 10.848 o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), cuja função é acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético em todo o território nacional. Em 15 de março de 2004, por meio da Lei n° 10.847, foi autorizada a criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a EPE tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético. Outras empresas públicas ligadas ao Ministério são o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), responsávelpela geração de levantamentos geológicos e hidrológicos básicos do território nacional e a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural – Pré-Sal Petróleo S.A autorizada pela Lei nº 12.304, de 2 de agosto de 2010. Entretanto, sua criação só ocorreu em 1º de agosto de 2013, com a publicação do Decreto nº 8.603. O Ministério de Minas e Energia tem como empresas vinculadas a Eletrobrás e a Petrobras, que são de economia mista. A Eletrobrás, por sua vez, controla, as empresas Furnas Centrais Elétricas S.A., Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte), Eletrosul Centrais Elétricas S.A. (Eletrosul) e Eletrobrás Termonuclear S.A. (Eletronuclear). 5 Entre as autarquias vinculadas ao Ministério estão as agências nacionais de Energia Elétrica (ANEEL) e do Petróleo (ANP) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). c. CMSE O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) foi criado pela lei 10.848, de 2004, com a função de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético em todo o território nacional. De acordo com o decreto 5.175, de 9 de agosto de 2004, o CMSE será presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia e terá a seguinte composição: I - quatro representantes do Ministério de Minas e Energia; e II - os titulares dos órgãos a seguir indicados: a) Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL; b) Agência Nacional do Petróleo - ANP; c) Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE; d) Empresa de Pesquisa Energética - EPE; e e) Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS Compete ao CMSE as seguintes atribuições: I - acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados; II - avaliar as condições de abastecimento e de atendimento, relativamente às atividades referidas no inciso I deste artigo, em horizontes pré-determinados; III - realizar periodicamente análise integrada de segurança de abastecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural e petróleo e seus derivados, abrangendo os seguintes parâmetros, dentre outros: a) demanda, oferta e qualidade de insumos energéticos, considerando as condições hidrológicas e as perspectivas de suprimento de gás e de outros combustíveis; b) configuração dos sistemas de produção e de oferta relativos aos setores de energia elétrica, gás e petróleo; e c) configuração dos sistemas de transporte e interconexões locais, regionais e internacionais, relativamente ao sistema elétrico e à rede de gasodutos; IV - identificar dificuldades e obstáculos de caráter técnico, ambiental, comercial, institucional e outros que afetem, ou possam afetar, a regularidade e a segurança de abastecimento e atendimento à expansão dos setores de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados; e 6 V - elaborar propostas de ajustes, soluções e recomendações de ações preventivas ou saneadoras de situações observadas em decorrência da atividade indicada no inciso IV, visando à manutenção ou restauração da segurança no abastecimento e no atendimento eletroenergético, encaminhando-as, quando for o caso, ao Conselho Nacional de Política Energética - CNPE. d. EPE Criada em março de 2004, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético. Entre as pesquisas feitas estão energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética. e. ANEEL A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada pela Lei nº 9.427 de1996. A agência tem como atribuições regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica, atendendo reclamações de agentes e consumidores com equilíbrio entre as partes e em beneficio da sociedade; mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia; garantir tarifas justas; zelar pela qualidade do serviço; exigir investimentos; estimular a competição entre os operadores; e assegurar a universalização dos serviços. A missão da Aneel é proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), autarquia em regime especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada para regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto nº 2.335/1997. A ANEEL iniciou suas atividades em dezembro de 1997, tendo como principais atribuições: • Regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica; • Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e os serviços de energia elétrica; • Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos; • Estabelecer tarifas; • Dirimir as divergências, na esfera administrativa, entre os agentes e entre esses agentes e os consumidores, e • Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal. http://www.aneel.gov.br/cedoc/lei19969427.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2335.HTM http://www.aneel.gov.br/regulacao-do-setor-eletrico http://www.aneel.gov.br/fiscalizacao-do-setor-eletrico http://www.aneel.gov.br/tarifas http://www.aneel.gov.br/espaco-do-consumidor http://www.aneel.gov.br/outorgas 7 f. ONS O Operador Nacional do Sistema Elétrico desenvolve as atividades de planejamento e programação da operação, de elaboração de estudos, normas e procedimentos técnico-operacionais, de coordenação, supervisão e controle da Rede de Operação do sistema eletroenergético, bem como realiza atividades voltadas para a administração dos serviços de transmissão e do uso do sistema de transmissão. Para o cumprimento de sua missão institucional e o exercício de suas atribuições legais, o ONS obedece aos seguintes princípios: • a coordenação da elaboração dos estudos, dos instrumentos de planejamento, da programação e do desenvolvimento de normas, instruções e procedimentos técnico-operacionais é exercida de forma centralizada pelo ONS com a participação dos agentes em conformidade com instrumentos homologados pela Aneel; • os produtos e resultados intermediários, bem como os dados e informações utilizados na sua elaboração, são disponibilizados para todos os agentes interessados, garantindo, assim, o princípio da transparência de sua atuação; • as atribuições e a autoridade do ONS na normatização, coordenação, supervisão e controle da operação do sistema são exercidas pelos Centros de Operação do ONS, observadas as responsabilidades legais perante a operação hidráulica e o controle de emergências, os compromissos assumidos pelos agentes e aprovados pela Aneel, bem como as obrigações previstas nos contratos de concessão dos agentes; e • as atribuições e a autoridade dos agentes referentes ao comando e à execução da operação das instalações são exercidas por estruturas de operação definidas pelos próprios agentes e atendem às premissas, diretrizes, critérios e responsabilidades estabelecidos nos Procedimentos de Rede. Os principais estudos e ações empreendidospelo ONS na operação coordenada centralizada do SIN e na administração dos serviços de transmissão na Rede Básica (instalações com tensões iguais ou maiores que 230 kV) podem ser agrupados em diferentes macroprocessos, detalhados nos Procedimentos de Rede e apresentados a seguir. 8 g. CCEE Câmara de Comercialização atua como operadora do mercado brasileiro de energia elétrica, voltada à viabilização de um ambiente de negociação competitivo, sustentável e seguro. A CCEE promove discussões e propõe soluções para o desenvolvimento do setor elétrico nacional, fazendo a interlocução entre os agentes e as instâncias de formulação de políticas e regulação. O foco de atuação da instituição é a ATIVIDADE: Faça um resumo das características de cada macroprocesso do diagrama acima e que descrevem os principais estudos e ações empreendidos pelo ONS. 9 evolução do segmento de comercialização, pautado pela neutralidade, liquidez e simetria de informações. No âmbito operacional, uma das principais atividades da CCEE é contabilizar as operações de compra e venda de energia elétrica, apurando mensalmente as diferenças entre os montantes contratados e os montantes efetivamente gerados ou consumidos pelos agentes de mercado. Para tanto, registra os contratos firmados entre compradores e vendedores, além de medir os montantes físicos de energia movimentados pelos agentes. A CCEE também determina os débitos e créditos desses agentes com base nas diferenças apuradas, realizando a liquidação financeira das operações. Para valorar tais diferenças, a instituição calcula o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). As operações de comercialização de energia elétrica realizadas pela CCEE são regidas por regras e procedimentos. Assim, outra importante atribuição da Câmara de Comercialização é desenvolver, aprimorar e divulgar essas normas aos participantes do mercado de energia elétrica. Na esfera do mercado regulado, a CCEE é responsável por promover os leilões de compra e venda de energia, assim como gerenciar os contratos firmados nesses leilões. Zelar pela segurança do ambiente comercial também é função da CCEE. Para isso, a instituição realiza o monitoramento contínuo do mercado, identificando e analisando ações dos agentes em desacordo com a legislação ou condutas incompatíveis com as boas práticas comerciais. REPORTAGEM JORNAL “O GLOBO”, 24/04/2014 O que é a CCEE? A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) é uma entidade sem fins lucrativos que é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país e é um órgão técnico, assim com o ONS. Ela faz a compensação entre o que estava programado e o que foi feito. Por exemplo, quando uma distribuidora “usa” energia do sistema integrado, ela não sabe quem está fornecendo. Sua planilha de custos, muitas vezes, é baseada no preço médio do ano anterior, mais focado em hidrelétrica. Nestes momentos de seca, aumenta a participação das termelétricas no sistema, que geram energia mais cara. Assim, a CCEE faz a contabilidade destas operações de compra e venda de energia, apurando mensalmente as diferenças entre os montantes contratados e os montantes efetivamente gerados ou consumidos pelos agentes de mercado. A CCEE também determina os débitos e créditos desses agentes com base nas diferenças apuradas, realizando a liquidação financeira das operações. Para valorar tais diferenças, a instituição calcula o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Na esfera do mercado regulado, a CCEE é responsável por promover os leilões de compra e venda de energia, assim como gerenciar os contratos firmados nesses leilões. 10 Quem compõe a CCEE? A CCEE fechou 2013 com 2.579 associados, de todos os tipos de empresas que compram ou vendem energia. No fim do ano passado, havia 1.142 consumidores especiais de energia (categoria criada para consumidores que consomem até 500 kw de energia por ano, e que entrar no mercado livre desde que comprem energia de fontes “limpas”, como eólica, solar e biomassa e PCHs. Há neste grupo pequenas indústrias, condomínios e shoppings), 613 consumidores livres (grandes consumidores, os chamados eletrointensivos. Em geral são indústrias de setores como cimento e alumínio), 545 produtores independentes (quem gera a própria energia), 150 comercializadores (que fazem a venda da energia entre os produtores e consumidores), 45 autoprodutores (grandes consumidores que são produtores de energia para consumo próprio, mas que eventualmente vendam a energia excedente no mercado livre), 45 distribuidoras (que levam a energia à população, como Light e Ampla) e 39 geradores (os grandes produtores de energia, como a Eletrobrás e Itaipu). Quem financia a CCEE? A CCEE é mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. Como são as decisões na CCEE? A CCEE é formada por um conselho com cinco membros, indicados por cada um dos principais segmentos do setor elétrico: consumidores, distribuidores, geração e governo. Cada setor indica seus nomes e há uma eleição entre todos os participantes da CCEE. Há um presidente, Luiz Eduardo Barata Ferreira, indicado pelo governo. Mas as principais decisões são tomadas pela assembleia, que reúne todos os 2.500 associados da CCEE. Os votos são divididos levando em conta o quanto cada empresa comercializa de energia. Assim, o setor de geração (muito influenciado pela presença da estatal Eletrobrás) domina 42% dos votos. O setor de distribuição conta com 29,2% dos votos e os comercializadores, os 38,8% restantes. (Para informações atualizadas sobre a CCEE acesse ¸https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio?_afrLoop=220948692274216&_a df.ctrl-state=97tvrqwp0_241#!%40%40%3F_afrLoop%3D220948692274216%26_adf.ctrl- state%3D97tvrqwp0_245 ) https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio?_afrLoop=220948692274216&_adf.ctrl-state=97tvrqwp0_241#!%40%40%3F_afrLoop%3D220948692274216%26_adf.ctrl-state%3D97tvrqwp0_245 https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio?_afrLoop=220948692274216&_adf.ctrl-state=97tvrqwp0_241#!%40%40%3F_afrLoop%3D220948692274216%26_adf.ctrl-state%3D97tvrqwp0_245 https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio?_afrLoop=220948692274216&_adf.ctrl-state=97tvrqwp0_241#!%40%40%3F_afrLoop%3D220948692274216%26_adf.ctrl-state%3D97tvrqwp0_245 11 Conselho de Administração Atual 12 Lista de Agentes que compõe a CCEE 13 3. ASPECTOS TÉCNICO E REGULATÓRIO DO SISTEMA ELÉTRICO Aspecto Técnico: No setor elétrico brasileiro, existem agentes de governo responsáveis pela política energética do setor, sua regulação, operação centralizada e comércio de energia. Efetivamente, os agentes diretamente ligados à produção e transporte de energia elétrica são os de geração, transmissão e distribuição, que representam o aspecto técnico. Aspecto Regulatório: As atividades de Governo são exercidas pelo CNPE, MME e CMSE. As atividades regulatórias e de fiscalização são exercidas pela ANEEL. As atividades de planejamento, operação e contabilização são exercidas por empresas públicas ou de direito privado sem fins lucrativos, como a EPE, ONS e CCEE. O aspecto regulatório se refere a essas atividades que tem o objetivo de planejar, coordenar, regular e fiscalizar o Setor Elétrico, através de normas, regulamentos e procedimentos operacionais dos diversos órgãos. Em linhas gerais, o esquema a seguir ilustra o mapeamento organizacional das instituições que dão corpo ao setor elétrico nacional.
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