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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA EAD DIRIGENTES EDIÇÃO: JANEIRO/2020 | PRESIDÊNCIA Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève | REITORIA Profa. Dra. Lilian Pereira Ferrari | DIRETORIA ACADÊMICA EAD Profa. Me. Daniela Ferreira Correa | DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL Profa. Me. Márcia Maria Coelho | DIRETORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Dra. Liya Regina Mikami | DIRETORIA EXECUTIVA Prof. Me. Alessandro Kinal | COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD Prof. Me. João Marcos Roncari Mari | COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓS-GRADUAÇÃO EAD Prof. Me. Marcus Vinícius Roncari Mari | AUTOR Prof. Ms. Lourival Domingos Zamuner | COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD Esp. Janaína de Sá Lorusso | PROJETO GRÁFICO Esp. Janaína de Sá Lorusso Esp. Cinthia Durigan | DIAGRAMAÇÃO Esp. Cinthia Durigan | REVISÃO Esp. Ísis C. D’Angelis Esp. Idamara Lobo Dias | PRODUÇÃO AUDIO VISUAL Eudes Wilter Pitta Paião Estúdio NEAD (Núcleo de Educação a Distância) - UniBrasil | ORGANIZAÇÃO NEAD (Núcleo de Educação a Distância) - UniBrasil FICHA TÉCNICA EAD SUMÁRIO UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA UNIDADE 01 - HISTÓRICO, CONTEXTO E EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ................................................................... 05 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 06 1. A HISTÓRIA DA ENGENHARIA E INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ............... 06 1.1 Marcos históricos da engenharia e fatos marcantes da ciência e tecnologia .06 1.2 A origem do ensino da Engenharia no Brasil ........................................... 12 1.3 O futuro da Engenharia no Brasil e no mundo ........................................ 14 1.4 O Engenheiro – aquele que busca soluções ............................................ 15 1.5 Segmentos de mercado da Engenharia e futuro profissional .................. 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 22 UNIDADE 02 - REQUISITOS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA E REGULA- MENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE ENGENHEIRO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ................................................................... 23 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 24 1. O ENGENHEIRO E AS QUALIDADES DO PROFISSIONAL DE ENGENHARIA E A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO .............................................. 24 1.1 Engenharia e a sociedade ....................................................................... 24 1.2 As funções do engenheiro ...................................................................... 26 1.3 Qualidades do Profissional ..................................................................... 27 1.4 Regulamentação da Profissão ................................................................ 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 39 UNIDADE 03 - ÉTICA PROFISSIONAL E INTRODUÇÃO AO PROJETO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ................................................................... 41 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 42 1. A ÉTICA E ÉTICA NA ENGENHARIA ....................................................... 42 1.1 Ética: Definição conceitual e histórica .................................................... 42 1.2 Ética versus moral .................................................................................. 44 1.3 Ética Profissional .................................................................................... 45 1.4 Código de Ética Profissional CREA/CONFEA ............................................ 46 1.5 Teorias éticas - Resolvendo Conflitos (Ética das Virtudes, Ética Religiosa, Ética do Dever e Utilitarismo) ................................................................ 47 2. INTRODUÇÃO AO PROJETO ................................................................. 49 SUMÁRIO UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA 2.1 Identificar a necessidade e definir o problema ....................................... 50 2.2 Montar a equipe de projeto ................................................................... 52 2.3 Identificar limitações e Critérios de Sucesso ........................................... 52 2.4 Buscar soluções ..................................................................................... 54 2.5 Estudo de viabilidade ............................................................................. 55 2.6 Projeto preliminar e Projeto Detalhado .................................................. 55 2.7 Construir a solução ................................................................................ 56 2.8 Resumo.................................................................................................. 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 58 UNIDADE 04 - O ENGENHEIRO E A MATEMÁTICA, FERRAMENTAS DE ENGE- NHARIA E A COMUNICAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ................................................................... 59 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 60 1. A MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DO ENGENHEIRO ................... 60 1.1 Aptidão .................................................................................................. 60 2. O PROJETO E SUA VIABILIZAÇÃO ......................................................... 62 2.1 A escala do projeto ................................................................................ 65 2.2 Cotas num projeto de engenharia .......................................................... 66 2.3 Traços .................................................................................................... 66 2.4 Planta Geral ou situação ........................................................................ 67 2.5 Planta de localização ou de locação ........................................................ 67 2.6 Planta baixa ........................................................................................... 67 2.7 Cortes .................................................................................................... 67 3. FERRAMENTAS DE ENGENHARIA ......................................................... 68 3.1 Drones ................................................................................................... 69 3.2 Impressão 3D ......................................................................................... 69 3.3 Robôs na Engenharia ............................................................................. 69 3.4 Modelagem 3D ...................................................................................... 70 4. SISTEMAS DE CONVERSÃO DE UNIDADES ........................................... 71 5. A COMUNICAÇÃO ................................................................................ 72 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 74 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 76 UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM VÍDEOS DA UNIDADE https://qrgo.page.link/vfFZj https://qrgo.page.link/i6qor https://qrgo.page.link/NYFPe 01 HISTÓRICO, CONTEXTO E EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA Ao final desta Unidade você deverá: » Entender o contexto da engenharia; » Conhecer sobre a evolução histórica e profissional da engenharia. U N ID A D E 0 1 6 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA INTRODUÇÃO É corrente dentro dos cursos de engenharia que os estudantes gostam muito de aprender e saber, mas não tem muita aptidão para a leitura, ou não gostam de ler. Talvez seja porque o enge- nheiro é “trabalhado” desde o primeiro dia de curso a lidar com palavras“calcular”, “determinar”, “executar”, verbos esses sempre de cunho pessoal e na primeira pessoa. Não temos certeza desta afirmativa, e podemos acreditar, sim, que em alguns casos essa assertiva pode-se concretizar, mas podemos também debitar grande parte da culpa ao volume de trabalho, nos estudos das disci- plinas com alto grau de aprendizagem e tecnicidade que se faz presente ao longo dos cursos de engenharia e técnicos afins, pois os mesmos são cheios de mistérios a desvendar, com conceitos, equações etc. O intuito desta disciplina Introdução à Engenharia é apresentar a você, estudante, os conceitos fundamentais da engenharia que são relevantes a todas as especialidades, dentro dos objetivos e das especificidades de cada curso. Mas, o mais importante é mostrar a engenharia como ela é, descrevendo sua história, suas aptidões, suas abordagens, sua ética no trato com os profissionais, mostrando as tendências tecnológicas, enfim, queremos encantá-los para o estudo da engenharia para que sejam futuros engenheiros. Nesta primeira Unidade, iremos tratar da História da Engenharia, a origem e o futuro da Enge- nharia no Brasil e o Jovem e o Curso, a valorização e a demanda por profissionais de Engenharia. 1. A HISTÓRIA DA ENGENHARIA E INTRODUÇÃO À ENGENHARIA Os engenheiros são indivíduos que combinam conhecimento da ciência, matemática e econo- mia para solucionar os problemas técnicos com que se defronta a sociedade. À medida que a civili- zação progrediu e se tornou mais tecnológica, o impacto dos engenheiros na sociedade aumentou (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). É muito fácil perceber a dependência da sociedade moderna aos frutos da engenharia e a his- tória nos mostra que ela esteve praticamente presente em todos os momentos da humanidade. 1.1 MARCOS HISTÓRICOS DA ENGENHARIA E FATOS MARCANTES DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA O conceito atual de engenheiro, isto é, de uma pessoa com seu diploma e legalmente habilitada a exercer as múltiplas atividades inerentes as descritas na profissão de Engenheiro, como iremos ver adiante, é relativamente recente, podendo dizer que data da segunda metade do Século XVIII. De acordo com Cocian (2017), “a maior parte das pessoas não tem uma ideia clara sobre a enge- nharia, sobre o que os engenheiros fazem ou por que eles são tão importantes para a sociedade”. U N ID A D E 0 1 7 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Podemos afirmar que a engenharia é muitas vezes desconhecida da população, tornando-a uma profissão discreta, mas tudo que se relaciona com as inovações tecnológicas podemos relacionar com a engenharia. Desta maneira, pelo que vemos uma grande parte da população diz que não conhece as atividades do engenheiro. Então, qual o conceito de engenharia para você? Seguindo o pensamento de Cocian (2017) a “engenharia é a arte da aplicação dos princípios científicos, da experiência, do julgamento e do senso comum, para implementar ideias e ações em benefício da humanidade e da natureza”. Desta forma, os engenheiros projetam pontes, portos e aeroportos, estradas, máquinas e equi- pamentos médicos científicos, bombas, eletroeletrônicos, equipamentos para transporte de mas- sa, transformação de materiais para o desenvolvimento de produtos técnicos, sistemas de compu- tação, dentre outros. Avaliando todas essas produções/inovações praticadas pelos engenheiros, podemos mostrar outra definição como sendo: “a engenharia é a aplicação dos saberes científicos para criar algum elemento de valor a partir de recursos naturais” (COCIAN, 2017). A engenharia é a ciência e profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como, ma- teriais, estruturas, máquinas ou aparelhos que realizem uma determinada função ou objetivo sem- pre pensando no bem-estar do ser humano. Nos primórdios se desenvolveram invenções, hoje ainda consideradas fundamentais, tais como a roda e a polia. Cada uma destas invenções, basea- das em observações e pela necessidade, é consistente com a moderna definição de engenharia, explorando princípios básicos da mecânica para desenvolver ferramentas e objetos utilitários. O termo “engenharia” em si tem uma etimologia muito mais recente, derivando da palavra “engenheiro”, que apareceu na língua portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou operava um engenho. Naquela época, o termo “engenho” referia-se apenas a uma máquina de guerra como uma catapulta ou uma torre de assalto. A palavra “engenho”, em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim “ingenium” que significa “gênio”, ou seja, uma qualidade natural, especialmente mental, portanto uma invenção inteligente (CREA-RN, 2013). Mais tarde, à medida que o projeto de estruturas civis - como pontes, aquedutos e edifícios - amadureceu como uma especialidade técnica autônoma, entrou no léxico o termo “engenharia civil” como forma de distinção entre a atividade de construção daqueles projetos não militares e a mais antiga especialidade da engenharia militar. Hoje em dia, os significados originais dos termos “engenharia” e “engenharia civil” estão já largamente obsoletos, mas ainda são usados como tal em alguns países ou dentro do contexto de algumas forças armadas. O Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito, os Jardins Suspensos da Babilônia, a Acrópole de Atenas, o Parthenon, os antigos aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán e as cidades e pirâmides dos antigos Maias, Incas e Astecas, a Grande Muralha da China, entre muitas outras obras, mantêm-se como um testamento do engenho e habilidade dos antigos en- genheiros militares e civis, ou seja, das primeiras civilizações que se tem notícias (CREA-RN-2013). O primeiro engenheiro civil conhecido pelo nome foi Imhotep. Como um dos funcionários do faraó Djoser, Imhotep provavelmente projetou e supervisionou a construção da Pirâmide de Djo- U N ID A D E 0 1 8 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA ser, uma pirâmide de degraus em Saqqara, por volta de 2630 a.C. a 2611 a.C. (JOHNSON, 2010). Ele poderá também ter sido o responsável pelo primeiro uso da coluna na arquitetura. Os antigos gregos desenvolveram máquinas tanto no domínio civil como no militar (CREA-RN, 2013). Os egípcios inventaram e usaram muitas máquinas simples, como a rampa e a alavanca para au- xiliar os seus processos de construção. O suporte de escrita egípcio, feito do papiro, e a cerâmica, foram produzidos e exportados para toda a bacia do Mediterrâneo. Já a civilização romana dominava o conhecimento para a Arquitetura e engenharia; Construção de estradas; Agricultura intensiva; Metalurgia; Leis relativas à propriedade individual; Engenharia militar; Fiação e tecelagem e muitos feitos até hoje impressionam, como por exemplo: os guindastes, engrenagens, sistemas de esgotos e de água, navios mercantes e o início da utilização do concreto, que até hoje utilizamos de forma mais técnica, e muitas destas técnicas acabaram abandonadas de- vido a derrocada do Império Romano e que precisaram ser redescobertas anos mais tarde. FIGURA 1 - AS PIRÂMIDES DO EGITO PERMANECEM ATÉ OS DIAS DE HOJE Fonte: Shutterstock (2019) Na Grécia, a Máquina de Anticítera (em grego = Antikythera - o primeiro computador mecânico conhecido) e as invenções mecânicas de Arquimedes são exemplos da primitiva engenharia me- cânica. Estas invenções requereram um conhecimento sofisticado de engrenagens diferenciais e planetárias, dois princípios-chave na teoria das máquinas, que ajudou a projetar as embreagens empregadas na Revolução Industrial e que ainda são amplamente utilizadas na atualidade, em diversos campos como a robótica e a engenharia automóvel. A máquina de Anticítera é um computador analógico da Grécia antiga e planetário usado para prever posições astronômicas e eclipses como função de calendário e astrologia. Este mecanismoassusta até hoje os cientistas pela sua complexidade e o mesmo está exposto na coleção de bronze do Museu Arqueológico Nacional de Atenas, acompanhado de uma réplica. “Imagine: alguém, em algum lugar da Grécia antiga, fez um computador mecânico”, afirma o físico grego Yanis Bitzakis. Fonte: Adaptado de BBC (https://www.bbc.com/portuguese/geral-36639213) Acesso 01.11.2019 REFLITA U N ID A D E 0 1 9 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Os exércitos chineses, gregos e romanos empregaram máquinas e invenções complexas como a artilharia que foi desenvolvida pelos gregos por volta do século IV a.C. Estes desenvolveram a trirreme, a balista e a catapulta. Na Idade Média, foi desenvolvido o trabuco (CREA-RN, 2013). O período do Renascimento foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. A partir da Renascença, o engenheiro passou a ganhar importância e reconhecimento. Filippo Brunelleschi, pioneiro, projetou o domo da catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença na Itá- lia, em contraponto com a Basílica de São Pedro e que teve contribuições dos maiores artistas da época, como Bramante, Michelangelo, Rafael e Bernini (BUILDIN ENG., 2017). Grandiosas e misteriosas obras pelo mundo também são fruto de processos de engenharia, como o Farol de Alexandria, os Jardins suspensos da Babilônia, O Parthenon, o Coliseu de Roma, dentre outras de maior ou menor exigências na engenharia, mas sempre com altíssimo grau de exigência devido as oportunidades técnicas que se apresentavam na época, e essas obras foram marcantes e fundamentais para o desenvolvimento da engenharia e civilizações modernas (CER- BRAS, 2019). Em Portugal já havia começado um surto de progresso da engenharia e por este motivo, o Rei Dom João V, instigou a sua armada a produzir navios e tecnologia a fim de recuperar o atraso que seu país se encontrava em relação aos outros. A Revolução Científica caracteriza-se pelo período que começou no século XV e prolongou-se até o fim do século XVI. A partir desse período, a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia, separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. As causas principais da revolução podem ser resumidas em: renascimento cultural, a reforma protestante e o hermetismo. Eventos marcantes causados pela revolução científica, no início do século XVI, foram a publica- ção das obras de Nicolau Copérnico e por Andreas Vesalius. Galileu Galilei com seus diálogos e o enunciado das Leis de Kepler impulsionaram decisivamente a revolução científica. Desta forma, nos séculos XV e XVI, a engenharia naval emerge na Europa, principalmente em Portugal e Espanha. Os novos tipos de navios então desenvolvidos - como a caravela, a nau redon- da e o galeão - são fundamentais nos grandes descobrimentos marítimos. A partir destas mudanças, e na forma de como descobrir a ciência, é que surgiram pessoas como William Gilbert, o qual é considerado o primeiro engenheiro eletrotécnico, devido à publica- ção da obra De Magnete em 1600, o qual foi o criador do termo “eletricidade” (CREA-RN, 2013). Já a primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por Thomas Savery que é considerado o primeiro engenheiro mecânico moderno. O desenvolvimento desta máquina deu origem à Revolução Industrial nas décadas seguintes, permitindo o início da produção em massa. Com a ascensão da engenharia como profissão, duran- te o século XVIII, o termo tornou-se mais estritamente empregado para designar as atividades para cujos fins eram aplicadas a matemática e a ciência. Além disso, além das engenharias militar e civil, também foram incorporadas na engenharia o que antes eram conhecidas como “artes mecânicas”. A engenharia elétrica pode traçar as suas origens às experiências de Alexandre Volta em 1800, às experiências de Michael Faraday, Georg Ohm e outros, bem como à invenção do motor elétrico U N ID A D E 0 1 10 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA em 1872. O trabalho de James Maxwell e de Heinrich Hertz no final do século XIX deram origem à eletrônica (CREA-RN, 2013). As invenções de Thomas Savery e de James Watt deram origem à moderna engenharia me- cânica. O desenvolvimento de máquinas especializadas e de ferramentas para a sua manuten- ção durante a Revolução Industrial levaram ao crescimento acentuado da engenharia mecânica. A engenharia química - tal como a engenharia mecânica - desenvolveu-se no século XIX, durante a Revolução Industrial. A produção em escala industrial precisava de novos materiais e de novos processos. Por volta de 1880, a necessidade da produção em larga escala de químicos era tanta que foi criada uma nova indústria, dedicada ao desenvolvimento e fabricação em massa de pro- dutos químicos em novas fábricas. A função do engenheiro químico era a de projetar essas novas fábricas e processos. A engenharia aeronáutica lida com o projeto de aeronaves (CREA-RN, 2013). Nos tempos modernos, começou-se também a designá-la como “engenharia aeroespacial”, dando ênfase à expansão daquele campo da engenharia que passou também lidar com o projeto de veículos espaciais. As suas origens podem ser traçadas até aos pioneiros da aviação da viragem do século XIX para o século XX. Os conhecimentos primitivos de engenharia aeronáutica eram largamente empíricos, com alguns conceitos e perícias a serem importados de outros ramos da engenharia. Apenas alguns anos depois dos bem-sucedidos voos dos irmãos Wright, a década de 1920 viu um desenvolvimento extensivo da engenharia aeronáutica, através do desenvolvimento de aviões militares da época da Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as pesquisas, para fornecer bases científicas fundamentais, continuaram através da combinação da física teórica com experi- ências (CREA-RN, 2013). Durante a Segunda Guerra Mundial, inicia-se o desenvolvimento da engenharia de computa- ção. A expansão radical da informática depois do final da guerra, irá tornar tanto os engenheiros de computação como os engenheiros informáticos em alguns dos maiores grupos de profissionais da engenharia. Grandes contribuições para a ciência e obras foram construídas e que são conhecidas por to- dos, destacando-se: William John Macquorn Rankine, enorme contribuição a área de mecânica dos solos com a teoria sobre empuxos em maciços terrosos; Henry Philibert Gaspard Darcy, que lançou as bases da hidráulica, publicando a Lei de Darcy; Charles Augustin de Coulomb, deu enor- me contribuição à engenharia e à física, principalmente na área de resistência dos materiais; Ste- phen Prokofyevich Timoshenko, dedicou-se ao estudo da resistência dos materiais e sistemas es- truturais; Torre Eiffel em Paris e a estrutura da Estátua da Liberdade em Nova York: Foi projetada e construída pelo engenheiro civil Gustave Alexandre Eiffel; a Ponte Golden Gate em San Francisco, dentre tantas outras (BAZZO; PEREIRA, 2006). O Brasil possui muitos tipos de engenharias, tais como: produção, elétrica, civil, ambiental, computação, de minas e petróleo, florestal, mecânica, naval e química, dentre outras, e agora, a mecatrônica, bastantes desenvolvidas, juntamente com os sistemas elétricos, equiparando-se aos países mais desenvolvidos. Isto se deve a grandes obras como usinas hidroelétricas, rodovias, pontes etc., e a centros de pesquisas avançadas nas diversas áreas das engenharias, pois não é só no passado que vive a engenharia, e atualmente a engenharia tornou-se uma ciência que permite U N ID A D E 0 1 11 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA várias especializações. Tantas divisões tornaram essa ciência cada vez mais complexa e completa e capaz de agir sobre os mais variados ambientes e necessidades (CERBRAS, 2019). Na esteira destes exemplos, grandes obras podem ser vistas no Brasil, tais como a Complexo Hidroelétrico de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná,e sua construção foi uma parceria entre o Brasil e o Paraguai, sendo uma das maiores barragens do mundo; e também a usina hidroelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará. Outra obra significativa é a chamada Ponte Rio-Niterói, constru- ída na Baía Guanabara, chamada de Ponte Presidente Costa e Silva, mede 13,29 km, sendo que a sua construção tem quase 8,83 km sobre a água e tem 72 m de altura em seu ponto mais alto. Na área de edificações, a engenharia ganha destaque cada vez maior devido o empenho e a qualida- de dos engenheiros graduados no país, podendo ser vistos pelos arranha-céus cada vez maiores e complexos, sempre para servir o cidadão. Abaixo podemos ver pelas Figuras 2 e 3 a barragem da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, cons- truída no Estado do Pará e a Ponte Rio-Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. FIGURA 2 - USINA HIDROELÉTRICA DE BELO MONTE, ESTADO DO PARÁ Fonte: (SENADO FEDERAL, 2019). Fotógrafo: Beto Silva/Norte Energia. FIGURA 3 - PONTE RIO-NITERÓI. BRASIL Fonte: Shutterstock (2019) U N ID A D E 0 1 12 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA 1.2 A ORIGEM DO ENSINO DA ENGENHARIA NO BRASIL O ensino da engenharia no Brasil tem origem em 1699, ano em que o Rei Dom Pedro II de Portugal ordena a criação de aulas de Fortificação para a formação de engenheiros militares em vários pontos do Ultramar Português, para não estarem tão dependentes de engenheiros vindos do Reino. Em território brasileiro, foram criadas turmas destas aulas no Rio de Janeiro, em Salvador da Baía e no Recife. No entanto, a mais antiga escola a ministrar cursos de engenharia segundo os moldes modernos foi a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha Dona Maria I de Portugal, seguindo o modelo da academia com o mes- mo nome existente em Lisboa. Nesta escola os futuros oficiais da infantaria e artilharia concluíam seus cursos, respectivamente, em três e cinco anos, e os oficiais da engenharia cursavam mais um ano em cadeiras da Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas (PARDAL, 1985). Atualmente a “Escola Politécnica do Rio de Janeiro” e o “Instituto Militar de Engenharia” con- sideram-se sucessores daquela academia, este último reivindicando ser a mais antiga escola de engenharia das Américas (CREA-RN, 2013). A vinda da família Real portuguesa para o Brasil, em 1808, foi o marco fundamental para o en- sino superior, fato este que permitiu a criação de diversas instituições, algumas delas oferecendo cursos de ensino superior. Em 1810 foi criada a Academia Real Militar, a partir das instalações da Real Academia de Artilha- ria, Fortificação e Desenho que é a raiz do atual Instituto Militar de Engenharia (IME) o qual tem a missão a formação de engenheiros em diversas habilitações. Outro fato curioso é que o termo engenharia ficou muito tempo atrelado à um viés militariza- do, devido ao foco nas construções e invenções de ferramentas de guerra. Mas com o tempo, a construção de edifícios e pontes fortaleceu-se, e acabou-se criando uma divisão da engenharia em engenharia civil e engenharia militar (CERBRAS, 2019). Ao longo do século XIX várias outras instituições foram criadas por iniciativas isoladas e deter- minadas a contextos específicos, destacando-se algumas tais como: Escola de Engenharia Macke- nzie (1891); Escola Politécnica de São Paulo (1893); Escola de Engenharia de Pernambuco (1896) dentre outras, mas sem, no entanto, dispor de sistema universitário. Somente em 1920 foi criada a Universidade do Governo Federal, chamada de Universidade do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reunindo as escolas de Medici- na, Politécnica e de Direito, e a partir desta data foram criadas outras universidades em diferentes estados brasileiros. Tradicionalmente, a engenharia lidava apenas com objetos concretos e palpáveis. Moderna- mente, porém, esse cenário mudou. A engenharia lida agora também com entidades não-pal- páveis, tais como custos, obrigações fiscais, aplicações informáticas e sistemas. Na engenharia, os conhecimentos científicos, técnicos e empíricos são aplicados para exploração dos recursos naturais e para a concepção, construção e operação de utilidades. O projeto e a instalação de aero U N ID A D E 0 1 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA geradores representam problemas de aplicação de várias ciências e de técnicas da engenharia. Os engenheiros aplicam as ciências físicas e matemáticas na busca por soluções adequadas para pro- blemas ou no aperfeiçoamento de soluções já existentes (KOLTZAPPLE; REECE, 2006). Mais do que nunca, aos engenheiros é agora exigido o conhecimento das ciências relevantes para os seus projetos, o que resulta com que tenham de realizar uma constante aprendizagem de novas matérias ao longo de todas as suas carreiras. A ferramenta da informática disponibiliza os computadores e os programas informáticos para o aprendizado desempenhando um papel cada vez mais importante na engenharia. Existem inú- meras aplicações assistidas por computador, específicas para a engenharia. Os computadores po- dem ser usados para gerar modelos de processos físicos fundamentais, que podem ser resolvidos através de métodos numéricos. Umas das ferramentas mais utilizadas as aplicações de desenho assistido por computador (CAD), que lhes permitem criar desenhos e esquemas em 2D e modelos em 3D. Outra importante ferramenta atualmente na engenharia para compatibilização de projeto é o software BIM (Building Information Modeling ou Building Information Model) que significa Mo- delagem da Informação da Construção ou Modelo da Informação da Construção, é um conjunto de informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício (NUNES; LEÃO, 2018). Há uma série de ferramentas utilizadas como apoio para executar tarefas específicas de enge- nharia, como: a) as aplicações de fabricação assistida por computador, ou seja, manufatura auxilia- da por computador (CAM), que está associada ao processo de produção e geram instruções para as máquinas de controle numérico computadorizado (CNC), com esse sistema é possível transferir todas as coordenadas para que as máquinas; b) as de gestão de processos de fabricação (MPM) para a engenharia de produção; c) as de desenho de eletrônica assistido por computador (ECAD ou EDA) para desenho de esquemas de circuitos elétricos e de circuitos impressos para a engenharia eletrônica; d) as de manutenção, reparação e operações para a gestão da manutenção e as de arquitetura, engenharia e construção (AEC) para a engenharia civil. Recentemente, o uso do com- putador no auxílio ao desenvolvimento de utilidades passou a ser coletivamente conhecido como gestão do ciclo de vida do produto (CREA-RN, 2013). Subdividida em diferentes áreas ou especialidades, a engenharia é uma ciência muito ampla que engloba diversas áreas de conhecimento. Cada um destes ramos, ou especialidades, da enge- nharia, trabalha com uma determinada de tecnologia ou com um determinado campo de atuação. Embora que, de modo inicial, normalmente, um engenheiro se forme numa área específica, ao longo da sua carreira, na maioria dos casos, irá tornar-se polivalente e adentrar com o seu trabalho em diferentes especialidades da engenharia. 13 Fonte: Shutt erstock (2019) U N ID A D E 0 1 14 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA 1.3 O FUTURO DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO O futuro da Engenharia certamente está relacionado de forma direta ao uso das novas fer- ramentas digitais e das tecnologias, isto é visto desde a utilização cotidiana dos meios atuais de informação e comunicação e vai até o que há de mais moderno e avançado no campo da realidade virtual e de mesmo modo tudo isso fará parte do trabalho do engenheiro. Se torna praticamente impossível imaginar o mundo sem a engenharia,visto a sua importância no desenvolvimento de um país ser tão grande, pois só ela está apta a lidar com projetos e constru- ções de edifícios, instalações elétricas, hidráulicas, motores, estradas, túneis, metrôs, barragens, portos, aeroportos e até usinas de geração de energia, entre outros. O campo de trabalho é vasto, mas está relacionado diretamente com a situação econômica do país, ao passarmos por uma fase desenvolvimentista podemos ver que, certamente, sobram vagas para esse profissional. O engenheiro pode trabalhar em escritórios de construção civil, indústrias, empresas construtoras, serviço público, instituições específicas, bancos de desenvolvimento e in- vestimento e dentre várias outras especialidades. Na figura 4, podemos ver uma obra moderna executada com os mais modernos conceitos de Engenharia e Arquitetura, o Museu do Amanhã, que tem como matéria prima o concreto e aço, com comprimento de 340 metros, no Rio de Janeiro e foi uma das obras de maior impacto para as Olimpíadas 2016, dentre tantas outras executadas por engenheiros brasileiros e, finalmente, na figura 5 a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, na China, e 54 quilômetros de extensão, sendo a maior ponte marítima do mundo. A NECESSÁRIA AFIRMAÇÃO DA ENGENHARIA BRASILEIRA Sabemos que a engenharia é a base para o desenvolvimento econômico de um país, bem como da qualidade de vida da população. A garantia de desenvolvimento de qualquer sociedade passa, impreterivelmente, pelos investi- mentos direcionados à área tecnológica. Vivemos em um mundo em que os avanços tecnológi- cos são muito céleres, tornando imperativo a necessidade de domínio das regras básicas dessa dinâmica para conquistar destaque em um cenário internacional cada vez mais restrito e dispu- tado. Nesse contexto, a engenharia figura como peça central no desenvolvimento de uma nação ao priorizar a inovação, novas tecnologias e a busca por novos conhecimentos. Fonte: http://domtotal.com/noticia/1195084/2017/10/a-necessaria-afirmacao-da-engenharia- -brasileira. Acesso 01.11.2019 SAIBA MAIS U N ID A D E 0 1 15 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA FIGURA 4 - MUSEU DO AMANHÃ, NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Fonte: Shutterstock (2019) FIGURA 5 - PONTE HONG KONG-ZHUHAI-MACAU, NA CHINA Fonte: Shutterstock (2019) A engenharia certamente ocupará espaço entre as profissões do futuro, por exemplo na área Civil tende a continuar em expansão, não apenas com foco em grandes e novas construções, mas também na restauração, substituição e modernização de recursos e infraestruturas já existentes. 1.4 O ENGENHEIRO – AQUELE QUE BUSCA SOLUÇÕES O início de um curso superior é um período de exploração de novos espaços, principalmente para o jovem, que está passando por uma fase de reconhecimento de identidade. A universidade não pode deixar de encarar com realidade este fenômeno. Um processo de formação profissional precisa fornecer elementos para que o jovem pense em si próprio e nas suas perspectivas de futuro. Embora vários cursos de engenharia contemplem em seus currículos disciplinas como história, metodologia cientifica, geografia e filosofia, dentre tantas outras que, a par de sua importância, não são indiscutivelmente imprescindíveis para a formação do engenheiro, e raros são os que tem espaço definido para a recepção do jovem no seu processo de formação profissional (BAZZO; PEREIRA, 2006). U N ID A D E 0 1 16 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Em algum momento, no início do curso, o aluno precisa ter acesso a informações que o permi- tam encontrar-se com a profissão escolhida e imaginar-se nela. Isso só acontecerá quando ele pu- der inseri-la no seu próprio contexto pessoal, o que responsabilidade de um processo educacional (BAZZO; PEREIRA, 2006). Praticamente todos os objetos feitos pelo homem que podemos ver a nossa volta resultaram do esforço conjuntos de engenheiros. Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, da matemática e da eco- nomia para solucionar problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. É o conhecimento prático que distingue os engenheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e da ma- temática (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Os engenheiros desempenham um papel importante ao trazer objetos comuns até o mercado. Além disso, os engenheiros são participantes fundamentais em alguns dos mais excitantes feitos da humanidade. Desta forma, engenheiros são vistos como pessoas que solucionam problemas e reúnem os recursos necessários para alcançar um objetivo técnico claramente definido (HOLT- ZAPPLE; REECE, 2006). Um exemplo que podemos citar é a Roda de Falkirk, na Escócia, que é um elevador de barcos rotativo, que permite com que as pequenas embarcações transitem entre dois canais com mais de 35 metros de desnível, uma solução inovadora que resolve o problema de trafegar com barcos entre canais de níveis diferentes, misturando engenharia e arquitetura moderna é um exemplo de várias técnicas e ciências. O programa americano Apollo 17 da NASA, outro exemplo, foi uma empreitada fabulosa que permitiu a humanidade se libertar de seu confinamento da Terra e pousar na Lua. Foi uma façanha da engenharia que empolgou o mundo todo (SUPERINTERESSANTE, 2019). FIGURA 6 - RODA DE FALKIRK, NA ESCÓCIA Fonte: Shutterstock (2019) U N ID A D E 0 1 17 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Em certo sentido, todos os seres humanos são engenheiros. Uma criança que brinca com blocos de construção (Lego®) e aprende a montar uma estrutura alta faz engenharia. Uma secretária que nivela uma mesa, inserindo algum tipo de calço sobre a perna mais curta, engenha, apresenta uma solução para o problema (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Nos primórdios da história da humanidade, não havia escolas formais para o ensino da enge- nharia, que era praticada por aqueles que tinham o dom de manipular o mundo físico e alcançar um objetivo prático e o conhecimento era adquirido por meio de aprendizado com experientes praticantes da engenharia. Os engenheiros, com frequência, devem solucionar problemas, mesmo sem um entendimento da teoria que os envolve. Certamente, os engenheiros se beneficiam da teoria cientifica, mas algumas vezes, uma solução é exigida antes que a teoria encontre a pratica. Exemplificando, os teóricos ainda buscam explicar completamente o fenômeno de supercondutividade elétrica a altas temperaturas. En- quanto isso, engenheiros estão ocupados desenvolvendo fios flexíveis com esses novos materiais, que podem vir a ser usados em futuras gerações de dispositivos elétricos (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). 1.4.1 O JOVEM E O CURSO Logo que ingressam num curso superior, os alunos passam a questionar e a pôr em dúvida o acerto de sua escolha pela profissão. É comum, quando chegam à universidade, que recebam documentos que lhes indicam horários que devem cumprir, quais as salas que devem frequentar, e passem a recebê-los numa espécie de ritual, sem que lhes seja mostrado como, nem o porquê, devem assim proceder. Ou seja, aportaram na instituição e são literalmente jogados na “roda-viva” do ambiente universitário, e quando conseguem recuperar-se deste impacto já se passaram vários meses, talvez mais de um ano, de suas vidas acadêmicas. A solução que se vem desenhando para este problema tem sido formulada com frequência, embora raras vezes implementada. Não importa o nome da disciplina que se dê na universidade, o que importa é que exista um espaço no programa do curso que possa desempenhar o importante papel da recepção do aluno, e os aconselhamentos, encaminhamentos, orientações e preparações para os estudos que um curso de engenharia requer (BAZZO; PEREIRA, 2006). 1.6 SEGMENTOS DE MERCADO DA ENGENHARIA E FUTURO PROFISSIONAL Sem sombra de dúvida, a incerteza está presente tendo em vista a crise econômica por qual o país está passando, podendo paralisar muitos jovens no momentode decidir por qual curso superior es- colherá. Entretanto, é necessário entender que, mesmo num cenário de tantas incertezas, é possível, sim, fazermos algumas previsões, mas para tanto, precisamos analisar o contexto social, econômico e tecnológico e associá-los às tendências de mercado. Muito provavelmente, a Engenharia, qualquer que seja a especialidade, continuará a ser uma das profissões mais valorizadas do país. Abaixo, vamos mostrar os segmentos do mercado de Engenharia, suas propostas e pensamen- tos, para que o aluno possa dimensionar os seus estudos e avaliar qual a profissão pode ser ideal. U N ID A D E 0 1 18 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Vejamos algumas possibilidades: » Engenharia Civil Nos últimos anos, o setor de construção civil vivenciou um pico de aquecimento no país. O mercado imobiliário colheu os frutos da intensificação da economia impulsionada pelo aumento do consumo de bens e serviços. Com maior poder de compra, muita gente foi em busca do sonho da casa própria e, consequentemente, a construção de prédios disparou. O carro também é um indicativo de investimento em qualidade de vida que as pessoas tendem a fazer assim que melhoram suas condições financeiras. As consequências são inevitáveis: congestio- namento no trânsito dos grandes centros urbanos, e a solução será a introdução de obras de alarga- mento de pistas, novas rotas, viadutos, passarelas com a construção de mais opções de transportes, ou seja, a introdução de outros modais, tais como, ciclovias, linhas para transporte de massa. Com o crescimento das cidades além de pequenas, médias e grandes edificações, citamos prin- cipalmente, a área de saneamento na produção de água tratada e no tratamento dos esgotos gerados, área essa que está muito defasada tendo em vista o crescimento da população brasileira e os investimentos quase inexistem por parte da iniciativa privada e pública. É uma área de grande prospecção de profissionais. Podemos também citar ainda as obras e serviços no setor industrial, de produção de energia elétrica, mineração, agronegócio, na construção de portos e aeroportos, estradas de ferro e de rodagem, dentre outras. » Engenharia da Computação Jogos e aplicativos, de fato, nos entretêm e facilitam a rotina — no entanto, a tecnologia é muito mais do que isso. Ela é necessária nos processos de produção, transporte e distribuição de bens e serviços, e desta maneira, podemos afirmar que a tecnologia se tornou um aspecto primordial em nossa vida. A tendência é que as empresas invistam em máquinas e programas cada vez mais avançados. Por isso, as projeções para esse profissional são muito positivas. » Engenharia de Controle e Automação Seguindo a linha de raciocínio que considera eficiência e inserção tecnológica nos processos de produção do futuro, pode-se afirmar que esse profissional será um dos mais visados nos próximos anos. Ele tem a função de automatizar a cadeia produtiva, tornando-a mais ágil e menos susceptí- vel a erros. Os resultados são o aumento da produção e a qualidade dos produtos gerados. » Engenharia de Produção O engenheiro de produção administra os recursos humanos, financeiros e materiais com foco na eficiência da produção. Ele é o cabeça da logística do negócio, setor que ainda carece de evo- lução no país. O profissional cria estratégias e desenvolve projetos para otimizar os processos e reduzir os custos de produção de bens e serviços. O engenheiro também pode atuar no controle de qualidade e da produção, principalmente na logística da entrega dos produtos. U N ID A D E 0 1 19 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Considerando que as empresas sempre buscam a máxima eficiência, produzindo com qualida- de e com menos recursos, podemos considerar que o engenheiro de produção qualificado será muito disputado no mercado das próximas décadas. » Engenharia Mecânica Em uma explicação bem simplista um engenheiro mecânico tem a função de planejar, projetar, desen- volver, produzir e fazer a manutenção de máquinas e equipamentos que realizam movimentos. Tendo em vista suas habilidades e funções pode trabalhar desde projetos pequenos até em megaconstruções. O futuro do cotidiano deste profissional tende a exigir muito mais tempo na frente do compu- tador, isso porque a tendência é realizar atividades como: desenvolver novos sistemas e máquinas; modelos em computação gráfica e protótipos digitalizados; simular virtualmente o funcionamento de modernas máquinas ou equipamentos. Trabalhos esses que exigem a colaboração do enge- nheiro mecânico, porque agora ele não é mais aquele personagem que fica imerso num universo de ferro, aço e engrenagens. » Engenharia Química A área apresenta diversas possibilidades: indústria farmacêutica, alimentícia, de celulose, pe- troleira dentre outras. Mas a aposta mesmo deve ficar nos profissionais que desenvolvem soluções para reduzir impactos ambientais. A cobrança por atitudes empresariais responsáveis tem ficado mais intensa nos últimos anos, e a previsão é que o conceito de sustentabilidade seja cada vez mais aplicado nos negócios. Além de cum- prir a legislação ambiental, a organização que investe no meio ambiente agrega valor à sua imagem. » Engenharia Sustentável Essa nova vertente da engenharia surgiu há pouco tempo. Isso porque o próprio conceito de sus- tentabilidade é recente e ainda é constantemente atualizado em reuniões de entidades internacionais. Atualmente, entende-se que para atingir a sustentabilidade, deve-se levar em consideração a existência da tríade sustentável, que envolve a esfera econômica, cultural e ambiental. Ou seja, os três fatores são igualmente importantes para a construção de um projeto sustentável. Várias são as estratégias que a engenharia sustentável utiliza para atingir a esse fim, como a utilização de materiais locais — que privilegia a mão de obra local e reduz os gastos com transpor- te, preservação de florestas nativas e corpos d’agua —conservação do meio ambiente, adoção de energia alternativa, entre outros (IBECENSINO, 2019). Essas são apenas algumas das alternativas que a Engenharia oferece. A profissão do futuro tem trabalho para todos os gostos e perfis profissionais. Com certeza, o cenário será diferente nas próximas décadas, e o profissional de Engenharia será requisitado em funções que sequer conse- guimos imaginar agora. 1.5.1 VALORIZAÇÃO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Segundo o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – para o ano de 2020 já haverá uma escassez de profissionais da engenharia, isso se justifica se fizermos uma análise na relação entre U N ID A D E 0 1 20 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA a oferta e a demanda. De acordo com a projeção do instituto essa carência de engenheiros não se dará pela falta de profissionais formados na área, mas sim pela falta de profissionais qualificados. Em outras palavras, engenheiros suficientes para suprir a demanda haverá, mas no entretanto, esse mercado vai requerer profissionais de alta qualidade (IPEA, 2011). FIGURA 7 - ENGENHEIROS ANALISANDO PROJETO Fonte: Shutterstock (2019) Considerando que os investimentos na formação para a Engenharia foram tímidos nas últimas décadas, podemos perceber que a quantidade de profissionais da engenharia aptos para assumir os cargos de alta qualificação ainda é baixa, como por exemplo, para assumir os cargos de Gerên- cia, de modo que as grandes organizações carecem de líderes para conduzir grandes projetos, e ambiciosos projetos, de Engenharia. Portanto são poucos aqueles profissionais que se destacam para assumir posições no topo da hierarquia empresarial. Essa projeção anuncia que agora é hora para que os jovens engenheiros invistam em formação e experiência profissional e formação continuada para que sejam requisitados nos próximos anos. Segundo o IPEA, outro fator que contribui para esse gargalo éque muitos engenheiros acabam se desviando de sua área de formação original e passam a atuar em outros setores. O mesmo Instituto nos mostra que menos da metade, ou seja, apenas 41% dos engenheiros exercem suas ocupações típicas de formação (IPEA, 2011). Se por um lado isso revela os desafios no mercado da Engenharia atual, por outro lado nos mostra como esse profissional pode ser versátil, ou seja, um diploma de engenheiro é uma janela para inúmeras possibilidades de atuação, podemos afirmar. 1.5.2 DEMANDA POR PROFISSIONAIS COM BOM RELACIONAMENTO Atualmente, cada vez mais, as empresas buscam por profissionais completos, isto é, não in- clui apenas os conhecimentos técnicos, mas principalmente, habilidades de relacionamento com pessoas. O Engenheiro do futuro precisa saber se comunicar e trabalhar em equipe. Antes, as corporações investiam em treinamentos para esse fim. Contudo, a cultura da eficiência eliminou essa prática nas empresas. Portanto elas esperam que os profissionais já integrem as equipes com essas habilidades já adquiridas durante a formação profissional, ou seja, as organizações não estão dispostas a gastar dinheiro para ensinar o profissional a se relacionar com seus colegas e clientes e gerenciar um setor, por exemplo. Nas corporações, o foco da capacitação profissional é mais técnico do que relacional. U N ID A D E 0 1 21 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Em resumo, a cobrança por atitudes empresariais responsáveis tem permanecido mais intensa nos últimos anos, e a previsão é que o conceito de sustentabilidade seja cada vez mais aplicado nos negócios. Além de cumprir a legislação ambiental, a organização que investe no meio ambiente agrega valor à sua imagem. E essa vai ser uma tarefa e tanto para o profissional da engenharia do futuro, não importa qual seja a sua área de atuação. Essas são apenas algumas das alternativas que a engenharia oferece. Na profissão do futuro tem mercado de trabalho para todos os perfis profissionais. Com certe- za, o cenário será diferente nas próximas décadas, e o profissional de engenharia será requisitado em funções que sequer conseguimos imaginar agora (EXAME, 2017). Em um Congresso de Inovação 2016 – Os grandes desafios do futuro – Megatendências 2050, Inovações e Internet das Coisas, que aconteceu em São Bernardo do Campo, São Paulo, contou com a presença de profissionais da engenharia, professores, pesquisadores e alunos para deba- teram o futuro da profissão e a importância da qualificação profissional, os desafios aos planeja- dores e executores, gestão, sustentabilidade e competividade, novas tecnologias, conectividade mobilidade (FEI, 2016). A partir daí, percebemos então, o quanto os profissionais da engenharia estão preocupados com o futuro da área, por quais caminhos iremos percorrer, mas uma certeza é corrente: a qualificação pessoal é indiscutível neste momento. Finalizando, a crise econômica que o Brasil está enfrentando pode paralisar muitas pessoas no momento de decidir e fazer a sua escolha profissional. Mas é preciso entender que, mesmo em um cenário de incerteza, como o atual, é possível fazer algumas previsões e para isso é necessário analisar o contexto social, econômico e tecnológico e associá-lo a tendências do mercado. INTRODUÇÃO A ENGENHARIA de Luis Fernando Espinosa Cocian. O material oferece uma abordagem simples e adequada à cultura das escolas brasi- leiras. O autor valeu-se dos muitos anos de experiência em sala de aula e de exercício da profissão para escrever um texto capaz de interessar aos estudantes de hoje. Dis- ponível na: MINHA BIBLIOTECA. A ENGENHARIA E OS ENGENHEIROS NA SOCIEDADE BRASILEIRA de Pedro Carlos da Silva Telles. Engenharia e os Engenheiros na Sociedade Brasileira é um livro indispensável a qual- quer estudante, docente ou profissional da área que tenha interesse em conhecer a história, a evolução e os grandes nomes do setor, da época colonial até a atualidade. Nesta obra, são contemplados tópicos que envolvem uma perspectiva histórica da Engenharia, bem como sua influência e sua responsabilidade no contexto social. Expoente no país, o Professor Pedro Carlos da Silva Telles é um dos mais renomados e conhecidos engenheiros em atividade, tanto no meio acadêmico como no mercado em geral, além de profundo conhecedor do cenário da profissão. O autor descreve com habilidade e desenvoltura tais aspectos, brindando o leitor com um texto rico em detalhes, curiosidades e com a história marcante da Engenharia no país. Segundo Telles, qualquer obra de engenharia deve sempre procurar atender quatro objetivos: funcionalidade, segurança, economia e estética. Disponível na: MINHA BIBLIOTECA. LEITURA Fonte: am azon.com .br Fonte: saraiva.com .br U N ID A D E 0 1 22 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta Unidade, vimos a história da engenharia e como ela se deu ao longo dos anos, e alguns co- mentários sobre a profissão de engenheiro e suas áreas de atuação. Esses comentários foram embasa- dos no futuro que reserva aos engenheiros e as vantagens por se decidir pela carreira das engenharias. Usamos muitas vezes a palavra criar, pensar, projetar etc., e elas estão relacionadas diretamente com a palavra engenharia, tendo em vista que esses profissionais são destinados a criar e inovar, pois não podemos conceber a criação e inovação sem criatividade. Ao olharmos para as criações do mun- do podemos ver que quase tudo se relaciona com a engenharia: carros, construções, ruas, eletricida- de, plantações etc., isto é, ou são produtos feitos ou foram produtos manipulados pelos engenheiros. Desta forma, com a quantidade enorme de profissionais colocados no mercado anualmente, uma parcela muito pequena de engenheiros continua seus estudos com o objetivo de especiali- zar-se para num futuro próximo alcançar posições hierárquicas dentro dos ramos dos negócios, construção, das estatais etc. É desta maneira que instigamos os jovens profissionais a investirem em suas carreiras técnicas para adquirirem a experiência profissional necessária para que sejam requisitados num futuro próximo. Esses serão os desafios para a engenharia nos próximos anos, a especialização em áreas de formação e afins, buscando a modernização dos conceitos de constru- ção, da mecânica, da indústria automobilística etc., ou seja, um diploma de engenheiro abre uma gama de inúmeras possibilidades de atuação, podemos afirmar isso devido a sua versatilidade como profissional. Finalizando, como vivemos o mundo está cada vez mais tecnológico e a engenharia, como foi dito, não pode viver do passado, e sim tendo os exemplos e olhando o futuro, como por exem- plo, estudantes de engenharia e arquitetura da China construíram a maior ponte do mundo em concreto impressa em 3D, em Xangai, com 26,3 metros de comprimento e largura de 3,6 metros (ARCHDAILY, 2019). Assim, cada vez mais, as empresas buscam por profissionais completos e que cheguem pron- tos para o mercado. Isso inclui não só conhecimentos técnicos não são suficientes, mas principal- mente, habilidades de relacionamento com pessoas. ANOTAÇÕES UNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM VÍDEOS DA UNIDADE https://qrgo.page.link/npjJ6 https://qrgo.page.link/WQiQp https://qrgo.page.link/U2V5Y 02 REQUISITOS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA E REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE ENGENHEIRO » Reconhecer a importância da comunicação dentro da engenharia; » Aperfeiçoamento contínuo do profissional; » Conhecer as associações profissionais e suas funções. U N ID A D E 0 2 24 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA INTRODUÇÃO Podemos dizer que a engenharia é, com certeza, o estudo, a profissão e talento de obter e ad- ministrar os fundamentos matemáticos, técnicos e científicos para criar, aperfeiçoar e implantar utilidades, tais como materiais, maquinários, aparelhos, construções, estruturas, sistemas oupro- cessos, que atenda uma função determinada ou finalidade. Em muitos países e também no Brasil, o exercício da profissão de engenheiro exige, além da habilitação através de curso superior de engenharia, reconhecido pelo Ministério da Educação – MEC, ainda ter uma licença ou certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação profissional ou também por um órgão de regulamentação profissional. No Brasil, e âmbito nacional temos o CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, responsável pela fiscalização profissional, não sendo entidade de classe. É ele o órgão de regula- mentação e julgamento final das atividades profissionais relacionadas as classes de engenharia e agronomia, entre outras. E na esfera estadual temos o CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, que integram regionalmente o CONFEA, é a entidade que verifica, orienta e fiscaliza o exercício da profissão com o objetivo de defender a sociedade da prática ilegal da engenharia, ten- do em vista que a lei restringe a prática profissional de determinados atos de engenharia apenas aos profissionais certificados e habilitados para tal. Vamos discutir a qualidade do profissional tendo em vista que são responsáveis por processos de construção, produção e desenvolvimento na sociedade e características mais valorizadas nos engenheiros e o que o mercado espera. Por fim, vamos abordar o perfil do engenheiro profissional moderno tendo em vista que ne- nhum profissional está a salvo com apenas qualificações obtidas no curso superior, passando pelo aperfeiçoamento continuo na difícil tarefa do exercício do engenheiro social, que além de ser hábil na parte técnica deverá ser hábil na parte social da profissão, para conquistar seu lugar no merca- do e que desenvolva o feeling para se tornar um profissional de sucesso. 1. O ENGENHEIRO E AS QUALIDADES DO PROFISSIONAL DA ENGENHARIA E A RE- GULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO 1.1 A ENGENHARIA E A SOCIEDADE É incontestável a dependência cada vez maior da sociedade moderna em relação aos frutos da engenharia. Aliás, o importante papel que ela vem tendo ao longo de toda a história da humanida- de é evidente. A engenharia esteve presente em praticamente todos os momentos desta história, U N ID A D E 0 2 25 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA desenvolvendo, dentre tantas outras coisas, sistemas de transporte e de comunicação, sistemas de produção, processamento e estocagem de alimentos, sistemas de distribuição de água, esgoto e de energia. Sempre criando instrumentos, informações, dispositivos ou processos, os engenhei- ros contribuem para que se garanta ao homem um trabalho menos árduo e uma vida mais digna (BAZZO; PEREIRA, 2006). Pode-se dizer que a sociedade moderna depende do profissional da engenharia pela sua capa- cidade de resolução de problemas técnicos e pelo seu raciocínio analítico e sintético no enfrenta- mento das questões sociais (BAZZO; PEREIRA, 2006). Engenheiros são pessoas que buscam soluções de problemas, mas dadas as raízes históricas da palavra engenheiro, podemos ir além e dizer que os engenheiros são pessoas “engenhosas” na solução do problema. Uma característica importante do engenheiro é sua visão sistêmica, que lhe confere um bom domínio da realidade física, social e econômica. Isto proporciona um panorama de conjunto que lhe garante a interpretação dos sistemas e subsistemas num contexto mais amplo. Assim, o pro- fissional da engenharia tem uma ideia integrada de seu trabalho com o ambiente que o cerca. E isto não é difícil de acontecer, pois a engenharia também é uma forma de pensar. Além do mais, o engenheiro, por formação tem um raciocínio analítico. Talvez seja exatamente por isso que ele se sai bem em diversas atividades, mesmo não ligadas diretamente a sua área de formação técnica, como administração, vendas, análise de sistemas etc. (BAZZO; PEREIRA, 2006). Quem está iniciando um curso de engenharia deve ter em mente vários aspectos da profissão. O primeiro deles diz respeito à formação do profissional, ainda quando estudante, ele deve ter bem claro o papel que irá desempenhar e, principalmente, que deve haver uma preparação para um novo contexto político, social e econômico, posto que a sociedade está em desenvolvimento constantemente. Desde o início de seu curso de graduação, o estudante deve considerar que certamente só será um engenheiro ativo, contribuindo de forma substancial para a resolução dos problemas, dentro de sete ou dez anos – contando cinco anos de graduação e mais a cinco anos de experiência pro- fissional. Assim, ele deve se preparar para o futuro e, principalmente, não esquecer que muitas técnicas são perecíveis, mas o embasamento cientifico é duradouro, valendo em qualquer situa- ção (BAZZO; PEREIRA, 2006). Outro aspecto que merece atenção preliminar é quanto à atuação do engenheiro na sociedade. Para que seu trabalho contribua de forma significativa para o avanço da tecnologia, deve haver uma certa de ousadia neste trabalho. Se todos os engenheiros fossem excessivamente cautelosos, usando apenas materiais, processos e sistemas já consagrados, a engenharia permaneceria estag- nada (BAZZO; PEREIRA, 2006). Os desafios técnicos raramente são vencidos por um engenheiro solitário. O desenvolvimento tecnológico é um processo complexo que requer os esforços coordenados de uma equipe, con- sistindo em Cientistas, Engenheiros, Tecnólogos, Técnicos e Artesãos (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Um alerta importante deve ser feito ao estudante: não se deixar levar por modismos na hora U N ID A D E 0 2 26 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA de tomar decisões quanto a sua formação. Desde o ingresso na universidade até a atuação pro- fissional, o mercado de trabalho poderá estar radicalmente modificado. Uma área que esteja em destaque num ano poderá estar em declínio em outros anos (BAZZO; PEREIRA, 2006) Por isso, o estudante precisa estar atento as tendências de mercado, de tecnologia, participar de fóruns, congressos, workshops, encontros, ou seja, tudo que referir ao seu aprimoramento da engenharia. 1.2 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO O Engenheiro pode desempenhar inúmeras funções. De uma maneira geral, quanto à forma de seu trabalho, pode-se dizer ele atua como autônomo, empregado ou empresário. O autônomo é aquele que tem maior independência de decisão sobre sua profissão, estabelecendo seus hono- rários e condições de trabalho, atuando geralmente em escritório próprio. O empregado trabalha diretamente para uma empresa, com a qual mantém um contrato de trabalho estabelecendo um vínculo mais duradouro, prestando serviços técnicos permanentes (BAZZO; PEREIRA, 2006). Este último tipo de prestação de serviço pelo Engenheiro representa uma grande parcela dos profissio- nais atuantes na área no Brasil. São Engenheiros que prestam serviços técnicos em órgãos públi- cos, em bancos estatais e particulares, prefeituras municipais e agencias estaduais, como também em instituições de ensino superior. Nas suas atividades, os profissionais Engenheiros desempenham tarefas que vão desde a pes- quisa básica - aplicando os princípios científicos e muito pouco conceitos de administração e finan- ças – até a administração – onde a priori, aplicam pouco os fundamentos científicos, e bastante os conceitos de administração, gerência e finanças. No Quadro 1, a seguir, mostra o amplo espectro das funções que o Engenheiro pode exercer no mercado de trabalho. Normalmente, os recém-formados trabalham mais nas áreas de operação, manutenção ou construção e com a experiência advinda ao longo do tempo, e considerando suas aptidões ou preferências pessoais, passam a atuar nas áreas de administração ou de desenvolvi- mento de produtos (BAZZO; PEREIRA, 2006). QUADRO 1 - FUNÇÕES QUE O ENGENHEIRO PODE EXERCER Engenheiros Pesquisadores Manutenções Pesquisa aplicada Engenheiros consultores Engenheiros professores Vistorias Engenheirosde Projetos Vendas Construções Administração Produção Gerência técnica Operação Serviços técnicos Saneamento Ambiental Perícias técnicas Fonte: BAZZO; PEREIRA, 2006. U N ID A D E 0 2 27 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Deve-se deixar claro aos alunos que há campo de trabalho suficientemente importante e pro- missor em qualquer área, tanto para os recém-formados quanto para os mais experientes, ou ainda, os mais ambiciosos, porque são indivíduos que combinam conhecimento com ciência, ma- temática e economia para solucionar os problemas técnicos com que se defronta a sociedade. À medida que a civilização progrediu e se tornou mais tecnológica, o impacto dos engenheiros na sociedade aumentou (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). 1.3 QUALIDADES DO PROFISSIONAL As principais armas que o Engenheiro tem, sem sombra de dúvidas, é a sua formação básica e o seu raciocínio analítico. Essas características são muito procuradas no mercado de trabalho. Por isso, os Engenheiros devem sempre estar mergulhados no aperfeiçoamento por meio, princi- palmente, do estudo continuado (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Conhecimento é um precioso bem que só possui valor de fato quando transmitido. Conhecimento precisa se manter em movimento, sem um dono único, para de fato poder ser o ouro absoluto que de fato é. Para tal, a internet caiu como uma luva, e ideias de compartilhamento livre de conteúdo pela rede vêm sendo assimilados e utilizados não só por jovens ou artistas independentes, mas também por grandes instituições (BAZZO; PEREIRA, 2006). Porém, a competência profissional não se encerra no conhecimento especifico do campo técni- co. Ao contrário, estende pelos campos da economia da psicologia, da sociologia, da ecologia, do relacionamento pessoal. Exige-se do Engenheiro que o mesmo tenha um mínimo de conhecimen- to em todos os campos de conhecimento, para a formulação completa de vários problemas e para a procura das soluções (BAZZO; PEREIRA, 2006). Pesquisa realizada pela Escola Politécnica da USP, junto as empresas do Estado de São Paulo procuraram saber quais são as características mais valorizadas que o mercado de trabalho e as empresas valorizam nos engenheiros: 1. Comprometimento com a qualidade no que faz e habilidade para trabalhar em equipe; 2. Habilidade para conviver com mudanças; 3. Visão clara do papel cliente consumidor, iniciativa para tomar decisões e conhecimento em informática; 4. Domínio da língua inglesa; 5. Fidelidade com a organização em que trabalha; 6. Valorização da ética profissional e ambição profissional/vontade de crescer; 7. Capacitado para planejamento; 8. Valorização da dignidade/honra pessoal; 9. Visão do conjunto da profissão e habilidade para economizar recursos; 10. Preocupação com a segurança do trabalho e liderança. U N ID A D E 0 2 28 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Pense um pouco mais sobre a profissão de engenheiro e as características mais marcantes que o mercado atual está buscando. Assista ao vídeo que traz uma lista com 8 requisitos simples e que SÓ dependem de você para melhorar seu posicionamento profissional. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?- v=7R6OLScKnb4&feature=youtu.be Acesso em 22 nov. 2019. REFLITA 1.3.1 CONHECIMENTOS OBJETIVOS Num mundo globalizado, com as grandes mudanças industriais e econômicas os atributos para vencer a competitividade das empresas aumentaram, no qual a disputa de mercado está cada vez mais acirrada. De forma que, os profissionais dessas instituições também precisam se ajustar ao novo cenário, onde as habilidades exigidas têm se tornado cada vez mais elevadas. As pesquisas sobre o mercado mostram que o Engenheiro, além do seu lado técnico, precisa ter noção e conhecimentos em diversas áreas, sendo elas as de finanças, economia, tecnologias, “marketing”, psicologia do trabalho e muitas outras, que antes das transformações do mercado de trabalho não eram tão consideradas. Mas, só isso também já não é o bastante para garantir que esse profissional esteja apto para enfrentar o mercado de trabalho. Ele precisa aprimorar ca- racterísticas e habilidades para o trabalho em equipe, liderança, trabalhar com diversos tipos de conflitos e pressões. Assim, as organizações vão moldando o perfil desse profissional de engenharia ao mesmo tem- po em que as mudanças de mercado vão alterando o seu comportamento e desenvolvimento (NOSE; REBELATTO, 2001). A familiarização com as tecnologias requer que o profissional saiba muito de ciências físicas aplicadas, além de dominar conhecimentos empíricos sistematizados, considerando que estes são importantes para o bom desempenho da atividade profissional, pois auxilia na realização de traba- lhos cotidianos da engenharia. 1.3.2 A DIFÍCIL TAREFA DO ENGENHEIRO SOCIAL Um Engenheiro é aquele que se utiliza das leis da física para intervir sobre o mundo. Conhe- cendo as leis da matéria, da química e as forças, pode-se recompor os elementos das formas mais convenientes: fazendo pontes, estradas, edifícios, barragens ou então carros e aviões. Os engenheiros reorganizam a matéria na direção do nosso conforto. Apesar da complexidade que alguns projetos acarretam, e de todas as análises matemáticas que são necessárias, a tarefa do enge- nheiro logra, ainda assim, de uma segurança: a imutabilidade das leis da física. Sabendo de sua exis- tência nos resta descobri-las, e uma vez descobertas, podemos atuar sobre a realidade e transformá-la segundo a nossa vontade. É assim que se tem conseguido o progresso material da humanidade. Mas isso diz só respeito à recomposição dos elementos naturais. Acontece que há todo um outro lado da vida, que não diz respeito aos elementos inanimados, mas à interação entre os seres U N ID A D E 0 2 29 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA humanos. A isso chama-se o domínio social. Aí, olhamos para as relações humanas (que originam ordens e acasos), que são o objeto de estudo das ciências sociais. Neste domínio, também pode- mos dar o salto que é dado da física para a engenharia e pensar em política social. Isto é, o que podemos nós fazer para atuar sobre a sociedade, conduzindo-a a uma situação melhor? Porém, essa tarefa é muito complicada, que podemos denominar por engenharia social (MOTA, 2014). Uma coisa é certa: o Engenheiro raramente escapa da responsabilidade de administrar pessoal, ou seja, ele passa muito tempo lidando com pessoas, e desta maneira, a capacidade de manter boas relações é uma qualidade altamente desejável, e suas soluções nos trabalhos precisam ser sensatas e ter boa aceitação, devendo saber quais são as necessidades e aspirações da sociedade (BAZZO & PEREIRA, 2006). 1.3.3 COMUNICAÇÃO Uma qualidade que muitas vezes é posta em segundo plano por profissionais da engenharia é a capacidade de comunicação, e esta é uma qualidade muito importante para o bom desempenho da sua atividade profissional. Normalmente, o engenheiro vale-se apenas da sua comunicação técnica, que exige atenções especiais, principalmente quanto aos aspectos da escrita e das repre- sentações matemática e gráfica. O perfil do engenheiro profissional exige muita aptidão para cálculos, conhecimentos em física e afeição pela matemática. Não podemos negar essas aptidões, entretanto, temos que pensar que os engenheiros, além do já descrito, precisam comunicar-se, porque lidar somente com números já não é suficiente. Atualmente, espera-se que o engenheiro saiba dialogar com todas as áreas que o rodeiam para adquirir mais eficiência no desenvolvimento do seu trabalho, e com isso auxiliar a sua empresa, pois o mesmo deverá comunicar-se abertamente com todos os outros setores que a compõem. Se o profissional estiver atuando na livre iniciativa, como chamamos, deverá manter as relações profissionais com clientes, fornecedores, órgãos de classe, poder municipal (um dos mais impor- tantes) dentreoutros, e desta forma, aprendendo como melhorar a sua comunicação no ambiente de trabalho ajuda a desenvolver a capacidade de ouvir, argumentar e criar um ambiente de traba- lho aberto e saudável. FIGURA 1 - COMUNICAÇÃO ENTRE PESSOAS Fonte: Shutterstock (2019) U N ID A D E 0 2 30 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA Não são poucas as oportunidades em que a capacidade de comunicação, tanto oral quanto a escrita, é indispensável para o profissional, seja em seminários, congressos, mesas redondas etc., servem de amostras para corroborar esta afirmação. Entretanto, vários são os cursos que oferecem aos profissionais oportunidades de comunicação eficaz, gestão de conflitos e liderança, destinados a Engenheiros que realizem funções técnicas ou de gestão e que pretendem dominar uma ferramenta comportamental e de comunicação que lhes permita sistematizar abordagens de comunicação que assegurem resultados, aumentando o seu desempenho profissional, motivação, produtividade e bem-estar, melhorando várias vertentes da inteligência emocional (RELVAS, 2017). 1.3.4 TRABALHO EM EQUIPE O exercício de todas as profissões, e a engenharia não poderia ficar fora, exige-se habilidade para o trabalho em grupo, e no nosso mundo moderno essa característica é uma das mais relevan- tes do ser humano. Raramente os desafios técnicos atuais são vencidos por profissionais solitários. Um trabalho em equipe, ou em grupo como queira se chamar, bem-sucedido resulta em reali- zações maiores do que as que poderiam ser alcançadas individualmente pelos membros da equi- pe. Algo mágico ocorre quando uma equipe trabalha em conjunto e as ideias tornam-se profícuas (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). Quando uma tarefa é desenvolvida em grupo, seja por vários profissionais de uma mesma área ou de áreas de formação diferentes, é exigido: o respeito mútuo pelas ideias dos companheiros de equipe; habilidade dos membros para transmitir e receber ideias; habilidade para deixar de lado as críticas sobre uma ideia durante o processo inicial de formulação da solução de um problema; habilidade para criar a partir de ideias incompletas ou, fracamente, mal formuladas (HOLTZAPPLE; REECE, 2006). O engenheiro, atuando por conta própria ou em grandes organizações, necessita da colabora- ção das pessoas, porque serão elas as responsáveis pela execução de seus projetos, controle de materiais e atividades como cronograma físico-financeiro, dentre outras. Então, o perfil deste pro- fissional da engenharia deve ser flexível, pois é sua função analisar as ideias apresentadas e optar por aquelas que são mais interessantes para o seu projeto, tornando-o mais funcional e atrativo. Especialistas têm debatido e refletido sobre como está o mercado de trabalho para os engenhei- ros no Brasil. Algumas pesquisas vêm sendo realizadas e, como será visto neste vídeo, os resul- tados podem auxiliá-lo a decidir qual é a melhor forma de conduzir sua carreira. Para saber mais sobre o mercado atual da engenharia; a importância do empreendedorismo dos engenheiros; cursos e inovações; os problemas enfrentados pelos profissionais, assista ao vídeo no link: https:// www.youtube.com/watch?v=VVBl9_4sgf4&feature=youtu.be Acesso em 20 nov. 2019. SAIBA MAIS U N ID A D E 0 2 31 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA FIGURA 2 - GRUPO DE ENGENHEIROS EM REUNIÃO DE PLANEJAMENTO Fonte: Shutterstock (2019) Resumindo, o que o profissional engenheiro necessita para conquistar destaque são: » Habilidades para trabalhar em equipe; » Ouvir as pessoas envolvidas no projeto; » Quando em reuniões de equipe, saber negociar a melhor forma de intervenção nos projetos; » Motivar sempre os colaboradores a fim de alcançar os resultados esperados no início do projeto. Vale ressaltar que, o conhecimento do comportamento da vida econômica é primordial para levar a bom termo um projeto, pois o mesmo geralmente é um investimento de alto risco, por- tanto, o conhecimento dos aspectos econômicos tais como: taxas de juros, taxa de retorno de investimentos, comportamento da inflação são extremamente importantes para a solução final de custos. 1.3.5 APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO A engenharia faz parte do desenvolvimento de qualquer país e está em constante evolução. Constantemente surgem novos processos, novas ferramentas e teorias, tudo com muita rapidez, é por isso que os profissionais da engenharia precisam estar a par das novas tecnologias, inovações e tendências para otimizar processos de seus projetos. A necessidade e a vontade de aprender e se atualizar obtendo informações com profissionais mais requisitados e buscando conhecimento em diversas fontes é a chave para o perfil do engenheiro de diferentes formações. Por isso, para se destacar dos concorrentes, no mercado nacional ou estrangeiro, o profissional desta área do conhecimento deve buscar o aperfeiçoamento contínuo. Esse conhecimento pode vir por meio de cursos de pós-graduação ou especialização, além de idiomas (inglês fluente é es- sencial em várias áreas), congressos e palestras. Além de melhorar o currículo, a especialização contínua mostra que o profissional possui atitude de buscar sempre o aperfeiçoamento e não ficar U N ID A D E 0 2 32 UN IB RA SI L EA D | I NT RO DU ÇÃ O À EN GE NH AR IA estagnado. Traços muito valorizados nos processos de contratação do mercado de trabalho. Para tanto, os profissionais Engenheiros, e isso deve iniciar quando o estudante ingressa em seu curso de engenharia, deve ter uma visão inovadora do seu curso, mas isso depende de uma série de fatores como: investimentos, soma de tecnologias, conhecimento técnico e, claro, muito traba- lho. Mas, mesmo com a presença de todos esses fatores, sem um profissional de visão inovadora para administrá-los nada aconteceria. Portanto, aqueles com mentes voltadas para a inovação saem na frente e são os preferidos do mercado, profissionais que apresentam boas ideias e estão dispostos a se arriscar e apostar em novos processos. Comportamento este fundamental para o desenvolvimento e o crescimento de empresas e dos próprios profissionais. Para se tornar um profissional inovador e voltado ao empreendedorismo, um Engenheiro pre- cisa estar sempre focado nos assuntos em destaque, pesquisar bastante e trocar informação com outros profissionais é essencial neste processo. É assim que se descobrem as novidades, sejam elas novas tecnologias e técnicas para melhorar seu dia a dia e seu trabalho. Sendo a engenharia uma área muito ampla, os conhecimentos também são muito diversos e a gama de tecnologias disponíveis é maior ainda, de modo que esta é uma das diversidades a ser explorada para se tornar um profissional mais versátil e completo. Ao trabalhar numa empresa o engenheiro deve procurar variar as suas funções e responsabilidades provenientes para o seu cargo, com isso, evita a estagnação profissional, ou seja, adquirindo novas experiências e vivência profissional dentro da empresa. Outro ponto que facilita inovar e alcançar novos horizontes é que muitos Engenheiros, com o passar do tempo, acabam assumindo funções administrativas e se afastam dos projetos práticos (BAZZO; PEREIRA, 2006). Finalizando, seguramente a formação do engenheiro não acaba na escola, devendo continuar por toda a vida profissional. Entretanto, é na universidade que deve ser obtida a formação concei- tual e teórica. 1.4 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO E ATOS DE ENGENHARIA PRATICADOS PELOS DIPLOMADOS – SISTEMA CONFEA/CREA Por ter um campo de atuação muito amplo e diversificado, a profissão de engenheiro atrai mui- tos jovens, em sua variada modalidade de cursos. O profissional da engenharia pode trabalhar em universidades, institutos de pesquisas tecnológicas, órgãos públicos, em empresas, no mercado financeiro, em consultorias, como autônomo e entre outros. O Engenheiro, dependendo de sua qualificação, pode atuar em diversas áreas. Em todas elas,
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