Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
© 2016 ISCOM Todos os direitos reservados: Instituto Superior de Comunicação – ISCOM Rua Luiz Elias Daux, 1140 conj. 4 – Ingleses 88058-512 Florianópolis, SC (48) 3369-6632 – contato@iscom.com.br Texto Vaniucha de Moraes Edição e redação final Aldo Schmitz Capa Caroline Schmitz Nenhuma parte desta apostila pode ser reproduzida. Aos infratores aplicam-se as sanções da Lei nº 9.610/1998. Conforme a Lei nº 10.753/2003, para apostilas de concursos não é obrigatória a adoção do número internacional padronizado (ISBN) nem a ficha de catalogação para publicação. Sumário INTRODUÇÃO....................................................................................................5 RADIODIFUSÃO..................................................................................................6 A regulamentação da radiodifusão......................................................................6 O jornalismo atrelado ao interesse público..........................................................7 As emissoras exclusivas de notícias......................................................................8 O jornalismo da TV e do rádio na internet............................................................9 TELEJORNALISMO............................................................................................10 As pesquisas sobre telejornalismo no Brasil.......................................................10 TELEVISÃO.............................................................................................................10 A TV comercial aberta é uma concessão do Estado...........................................11 A TV digital de alta definição, aberta e gratuita.................................................11 A TV fechada amplia os seus serviços.................................................................12 As transformações da TV educativa...................................................................13 A TV pública é da sociedade e a estatal, do governo.........................................14 TELEJORNAL..........................................................................................................15 A imagem mostra e a palavra esclarece.............................................................15 A estrutura e as etapas de produção e edição....................................................16 A pauta prepara a produção...............................................................................17 A câmera que capta a notícia em movimento....................................................18 A lente se converte no olho do telespectador.....................................................19 Microfones direcionais, de lapela e boom..........................................................19 Luz, câmera, cor..................................................................................................20 A sequência de planos demarca a visão do público...........................................21 No telejornalismo o texto é coloquial.................................................................22 A reportagem é a essência do telejornalismo.....................................................22 O repórter que faz tudo sozinho ........................................................................23 O diálogo do entrevistado com o público...........................................................24 A edição apronta a matéria para ir ao ar..........................................................25 Script: roteiro de áudio e vídeo ..........................................................................26 O telejornal está no ar........................................................................................27 As formas de apresentar as notícias...................................................................28 Quem faz o telejornal..........................................................................................29 O dialeto do telejornalismo.................................................................................30 RADIOJORNALISMO.........................................................................................32 Os estudos do radiojornalismo no Brasil............................................................32 RÁDIO....................................................................................................................33 A publicidade e o jornalismo na rádio comercial................................................33 O papel de uma rádio educativa.........................................................................34 O rádio a serviço da comunidade.......................................................................35 As diferenças entre as emissoras AM e FM........................................................36 As características do rádio..................................................................................37 A linguagem em sintonia com o ouvinte.............................................................38 Os recursos vocais radiofônicos..........................................................................39 A função social do rádio......................................................................................40 RADIOJORNAL........................................................................................................41 O jornalismo no rádio.........................................................................................41 O primeiro a dar as últimas notícias...................................................................42 A entrevista dinamiza a notícia...........................................................................43 A reportagem amplia o jornalismo narrado.......................................................44 A opinião em cada comentário...........................................................................44 A manchete que vira notícia...............................................................................45 O texto corrido....................................................................................................45 A testemunha ocular da história.........................................................................46 A hora da voz do Brasil.......................................................................................47 Os profissionais do radiojornalismo...................................................................47 REFERÊNCIAS...................................................................................................49 GLOSSÁRIO......................................................................................................52 QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................64 SIMULADO....................................................................................................... 69 GABARITO..............................................................................................................80 INTRODUÇÃO Este volume integra a série de apostilas de Concurso para jornalista, relativas ao conteúdo de conhecimento específico de concurso público em comunicação para jornalistas. A autora do texto é a jornalista Vaniucha de Moraes, com mestrado em Jornalismo e doutorado em Sociologia Política (ambos na UFSC) e graduação em Jornalismo (UFG). Atuou na Agência Goiana de Comunicação. A edição e a redação final é do jornalista e professor Aldo Schmitz, também autor do glossário e das questões comentadas. Esta apostila aborda temas recorrentes de jornalismo no rádio e na televisão em concursos para jornalistas, a exemplos dos modelos de TVs, produção de telejornais, as características do rádio e do radiojornalismo. Os assuntos abordados foram levantados em mais de 300 concursos para jornalistas (2001-2016) e outros introduzidos pela sua relevância nos estudos da mídia e do jornalismo, passíveis de inclusão nos concursos. Constam ainda 40 questões simuladas transcritas de concursos recentes (2009-2016), sendo10 comentadas, além de um amplo glossário e referências bibliográficas. Não basta ler, é preciso estudar para aprender. Queremos ajudar você a passar no próximo concurso. RADIODIFUSÃO A mídia eletrônica engloba a televisão e o rádio, plataformas também denominadas de radiodifusão. Sua origem está no telégrafo, que surgiu por volta de 1912, e envolve toda a propagação de áudio e vídeo por ondas radioelétricas, diferenciadas pela codificação da informação. Este suporte dá ao jornalismo certa mobilidade e agilidade, agregando o som e a imagem em movimento, inexistentes na mídia impressa. Há uma distinção entre radiodifusão (somente a recepção de sinais) e as telecomunicações (transmissão e recepção das ondas). A regulamentação da radiodifusão A radiodifusão compreende o rádio e a televisão, suportes para a transmissão de programas noticiosos, educativos, culturais e de entretenimento por meio dessas mídias. O Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) consolidou a regulamentação da área de telecomunicações e radiodifusão no Brasil, pela Lei nº 4.117, em 1962. Entretanto, em 1995, com a edição da Emenda Constitucional nº 8, se promoveu uma distinção entre os serviços de telecomunicações e de radiodifusão. A radiodifusão permaneceu sob o controle do Poder Executivo, enquanto os serviços de telecomunicações passaram a ser regidos pela Lei nº 9.472, de 1997. As telecomunicações abrangem os serviços de telefonia fixa e CONCURSO PARA JORNALISTA | 7 móvel, comunicação de dados, transmissões de TVs a cabo e digital, além de outros serviços telemáticos. O jornalismo atrelado ao interesse público O propósito do jornalismo em emissoras de rádio e TV públicas é o compromisso com o interesse público. As emissoras privadas, mesmo de excelente qualidade, buscam a audiência para um resultado econômico. Enquanto as emissoras públicas são amparadas financeiramente pela sociedade, ou seja, pelo Estado e não por um Governo, como ocorre com as emissoras estatais. Heródoto Barbeiro e Paulo Lima (2003, 2016) traçam as características do jornalismo público: Por não depender de verbas publicitárias e da audiência a todo custo, consegue um ritmo próprio de produção de reportagens que incitam à reflexão; Empenha-se em oferecer jornalismo para conquistar audiência, como objetividade, leveza, profundidade e agilidade; Busca atrair o ouvinte e telespectador com notícias que contenham relevância e novidade; Oferece um conteúdo que contribui para a formação complementar e para o exercício pleno da cidadania; Busca fontes alternativas e autônomas de saber, para fundamentar as reportagens; Orienta-se por uma pauta pluralista; Apresenta-se como uma alternativa no conjunto da mídia eletrônica; Persegue o interesse público regido pela ética do cidadão; Não objetiva a conquista do mercado, uma vez que não é um produto que está à venda; CONCURSO PARA JORNALISTA | 8 Não se confunde com o assistencialismo e a filantropia; Comprometido com as grandes causas da sociedade, como a participação ativa em coberturas que visem à proteção de crianças, o incentivo da participação comunitária, a preservação do meio ambiente, do patrimônio histórico e cultural, entre outras iniciativas. As emissoras exclusivas de notícias Algumas emissoras de rádio (CBN, Band News, Jovem Pan e regionais) e de TV (Globo News, Band News, Record News) se dedicam somente ao jornalismo, com programação exclusiva de notícias, reportagens, entrevistas e debates. Essas emissoras são chamadas de all news. As tecnologias de cabo e de satélite possibilitaram este novo modelo de jornalismo na mídia eletrônica, em geral transmitindo jornalismo 24 horas. Segundo Eduardo Meditsch (2007), o rádio informativo vai além de ser um canal para a mensagem jornalística fragmentada, mas configura-se como um jornalismo novo, voltado a um público específico e de conteúdo qualitativamente diferente. Também o público do telejornalismo, cada vez mais segmentado, está interessado em conteúdo especializado e com melhor tratamento que as notícias superficiais dos canais abertos. Pesquisa realizada em 2015 pelo Pew Research (2016), nos Estados Unidos, revela que as emissoras all news aumentam, mas o público envelhece: 50% dos ouvintes deste formato é composto por adultos acima de 55 anos. Conclusão deste estudo: os jovens escutam rádio e assistem TV, mas se informam pela internet. CONCURSO PARA JORNALISTA | 9 O jornalismo da TV e do rádio na internet Igualmente o rádio e a televisão migram para a internet, como uma forma de convergência na oferta de conteúdo jornalístico, na mídia eletrônica e nas mídias digitais, simultaneamente. Nesse processo acelera-se uma espécie de “combo jornalístico”, com o mesmo conteúdo ou pequenas variáveis, em diferentes plataformas. Muda rapidamente, e de forma notável, como o telespectador consome notícias em vídeo e áudio. Pela internet o público decide quando quer ver, independentemente do horário e do local (inclusive por smartphone). A rádio web, on-line ou digital, é o serviço de transmissão via internet com a tecnologia streaming, que gera áudio em tempo real. Neste sistema há possibilidade de emitir programação ao vivo ou gravada, para isso basta codificar o áudio (enconder) e transmitir (broadcast). O resultado disso é o áudio digital, denominado de podcast. A maioria das emissoras de rádio transmite a sua programação tanto pelo meio tradicional (limitado ao alcance do sinal) como também pela internet, o que possibilita romper as barreiras geográficas. Algumas emissoras de rádio vão além e transmitem pela internet imagens em vídeo de seus conteúdos jornalísticos. CONCURSO PARA JORNALISTA | 10 TELEJORNALISMO O telejornalismo é uma prática do jornalismo aplicada à TV, na qual o telejornal, um programa noticioso, utiliza imagens, sons e narração de repórteres, comentaristas e de apresentadores. As pesquisas sobre telejornalismo no Brasil A concepção de telejornalismo está vinculada à tecnologia e à construção social por meio do jornalismo. Dessa forma, entende-se que o telejornalismo tem uma função cultural, social e econômica, por tornar a informação disponível na esfera pública. Por ser popular e gratuito, exceto na TV por assinatura, não significa um jornalismo de baixa qualidade, embora se admita a sua superficialidade. Um grupo de pesquisadores brasileiros dedica-se à análise do telejornalismo contemporâneo, liderados por Alfredo Vizeu, Flávio Porcello, Iluska Coutinho e Célia Mota (2006, 2008, 2009, 2010, 2012), bem como Antônio Brasil (2012) e Cárlida Emerim (2012), entre outros. Há também importantes contribuições de profissionais com larga experiência no telejornalismo, como Vera Íris Paternostro (2006), Luciana Bistane e Luciane Bacellar (2010), Alexandre Carvalho e coautores (2010), Heródoto Barbeiro e Paulo Lima (2016). TELEVISÃO A televisão no Brasil está inserida no sistema de radiodifusão e distingue-se em canais privados, públicos e estatais, abertos ou por assinatura. CONCURSO PARA JORNALISTA | 11 A TV comercial aberta é uma concessão do Estado Os canais de sinal aberto da televisão brasileira são concessões do Estado, por meio de licitação. Em contrapartida, o acesso da população à programação dos canais de frequências VHF e UHF (alta e ultra-alta, respectivamente) é gratuito, incluído o sinal digital. Para obter a concessão, a empresa de mídia deve ter no mínimo 70% de capital acionário brasileiro. Também não pode exceder o controle de dez estações UHF em todo o País, sendo no máximo duas por estado e cinco em VHF, exceto as retransmissoras. Entre os quesitos para a concessão são analisados a programação e as condições técnicas e financeiras, podendo ser renovada ou cassada. Durante o regime militar no Brasil, houve casos de concessões cassadas. Embora o motivo alegado fosse o endividamento, a maioria deu- se por perseguições políticas. As emissoras de TV comerciais funcionam comoempresas e sobrevivem da propaganda e serviços agregados. Em sua programação, transmitem vários tipos de programas de entretenimento, serviços noticiosos e publicidade. A maioria é comandada por grandes conglomerados de comunicação, ligados a famílias, como a Globo (Marinho), SBT (Sílvio Santos), Band (Saad), à religião, a exemplo da Record (Igreja Universal) e a políticos. A TV digital de alta definição, aberta e gratuita O serviço de TV aberta analógica está em processo de evolução para a tecnologia da televisão de alta definição (HDTV – High Definition Television), pesquisada desde o final do século 20 por empresas europeias CONCURSO PARA JORNALISTA | 12 e japonesas. Sua principal característica está na interatividade e a possibilidade de assistir em aparelhos móveis e de televisão, com alta qualidade de imagem e som. Possui imagens amplas, maiores detalhes, contraste e definição semelhantes aos do cinema, sem os famigerados “chuviscos”. A imagem de HDTV contém cinco vezes mais informação que a imagem da TV comum, analógica. Um fator importante dessa tecnologia: pode-se utilizar recursos da informática, o que facilita a programação de canais e a interligação com computadores, internet e aparelhos móveis (smartphone, tablet, notebook). Tais suportes multimídia tornam possível a TV Web. Em 2006, foi criado o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) como o propósito de coordenar a oferta da televisão digital aberta e gratuita. A TV fechada amplia os seus serviços A TV por assinatura ou a cabo é um serviço de acesso ao conteúdo de canais de televisão abertos e fechados, pago por meio de mensalidade. A TV fechada corresponde à segmentação do público (narrowcast), concorrente direta da TV aberta (broadcast), embora transmita a sua programação. Ela aumentou a capacidade da TV em criar canais de difusão e o número de serviços de telecomunicações. Esse serviço utiliza basicamente a transmissão do sinal por intermédio de antena parabólica especial ou cabo conectado a um decodificador. Estas são as modalidades de serviços de distribuição, definidas pela CONCURSO PARA JORNALISTA | 13 Lei nº 12.485, de 2011: TV a cabo; Televisão por assinatura; Acesso condicionado (SeAC); Sinais multiponto multicanais (MMDS) ou cabo wireless; Sinais de televisão e de áudio por assinatura via satélite (DTH). As transformações da TV educativa Ao contrário da TV comercial, as emissoras de TV educativa não têm fins econômicos e pertencem à União, governos estaduais ou municipais, instituições de ensino superior e fundações. Nelas, a programação é voltada para a promoção da cultura e da educação. A televisão educativa surgiu na Europa e no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1950 e 1960. A proposta original era dar suporte à escolarização no período pós- guerra. A sua concepção esteve relacionada à didática escolar, ou seja, educar pela televisão. O decreto-lei nº 236, de 1967, determina que “a televisão educativa se destinará à divulgação de programas educacionais, mediante a transmissão de aulas, conferências, palestras e debates”. A primeira emissora educativa a entrar no ar no Brasil, em 1967, foi a TV Universitária de Pernambuco, vinculada ao Ministério da Educação. Nos anos seguintes surgiram outros canais também vinculados ao MEC e às secretarias estaduais de educação. Até os anos 1980, priorizavam a veiculação de programas de caráter essencialmente educativo. Mas o modelo deu lugar à TV movida pela curiosidade cognitiva e a sua finalidade fundiu-se aos propósitos da televisão pública. CONCURSO PARA JORNALISTA | 14 Na atualidade, transmitem programas jornalísticos, culturais e de entretenimento, e eventualmente, tendo a educação como fio condutor. A TV pública é da sociedade e a estatal, do governo No Brasil as emissoras de televisão públicas e estatais visam oferecer programas educativos, culturais e informações aos cidadãos sem se utilizarem da veiculação de propaganda paga. Esta proposta começou no Brasil a partir da criação das TVs educativas, em 1967. Em 2007 criou-se a TV pública e no ano seguinte instituiu-se os princípios e objetivos da radiodifusão pública e estatal, com a instituição da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sucessora da Radiobras, gestora da TV Brasil (pública) e da TV NBR, do Governo Federal. A EBC tem a missão de fazer comunicação apartidária em diversas plataformas (rádio, TV, internet), a exemplo do modelo implantado na Europa e nos Estados Unidos. Conforme o artigo 223 da Constituição Federal, os canais de televisão no Brasil, além dos privados, distinguem-se em: Estatal: emissoras sob o controle dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (NBR, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça, TVs das assembleias legislativas etc.); Pública: canais de fundações, empresas públicas, universidades, associações comunitárias (TVE, TV Cultura, TV Brasil etc.). Esse modelo advém da TV Nacional, que operou um misto do que se entende por TV pública e estatal, de 1960 a 2007 (Peng, 2014). O propósito da TV pública e da estatal é atingir a população em geral, pois a sua programação é transmitida para todo o país, embora limitada à modalidade de TV por assinatura, VHS e internet. Conceitualmente, a TV estatal apresenta à população o ponto de CONCURSO PARA JORNALISTA | 15 vista do governo e a TV pública é porta-voz da sociedade, sem a intermediação do governo ou dos interesses da TV privada. TELEJORNAL A televisão é um meio de comunicação de massa caracterizado como intimista, por conquistar a cumplicidade do telespectador. No entanto, esse veículo também é dispersivo, já que o telespectador concilia o ato de assistir TV com outras atividades. Em função dessa dispersão, é quase impossível dar um tratamento mais aprofundado ao conteúdo jornalístico. Com isso, esse meio é muitas vezes acusado de ser superficial. Pedro Maciel (1995) aponta dois fatores capazes de prender a atenção de quem assiste à TV: Notícia forte e bem redigida; Imagem de impacto capaz de transmitir emoções. A imagem mostra e a palavra esclarece No telejornalismo predominam as imagens. Quanto mais fortes e contundentes, maior o interesse do público. Enquanto as imagens mostram, as palavras esclarecem, isto é, “uma boa imagem vale mais associada a uma boa palavra”, ensina o jornalista Armando Nogueira, criador do Jornal Nacional, da Rede Globo (Vizeu, Porcello e Mota, 2009). Afinal, a televisão combina simultaneamente dois sentidos do ser humano: a visão e a audição. Vera Paternostro (2006) indica as principais características do jornalismo na TV aberta comercial: Informação visual: a linguagem independe do conhecimento de um idioma ou da escrita. A TV mostra e o telespectador vê e se informa; CONCURSO PARA JORNALISTA | 16 Imediatismo: a TV transmite informação no momento em que ocorre, praticamente em tempo real, de qualquer parte do mundo; Instantaneidade: a informação na TV requer “hora certa” para ser vista e ouvida; Alcance: veículo abrangente, de grande alcance, que não distingue classe social ou econômica, atinge a todos; Envolvimento: a TV exerce um fascínio porque “transporta” o telespectador para “dentro” de suas histórias; Superficialidade: a TV tem um ritmo, que torna suas informações superficiais; Audiência: a TV mede o interesse do telespectador para orientar a programação e criar condições comerciais. A estrutura e as etapas de produção e edição A estrutura do jornalismo de TV é constituída por duas áreas, descritas por Maciel (1995): Produção: abastece a emissora de notícias e reportagens. Envolve repórteres, pauteiros e produtores e é gerenciada pelo chefe de reportagens; Edição: edita notícias e reportagens e dá a elas a forma que serão levadas ao telespectador. A edição é composta pelos editores de texto e de imagem, e coordenada pelo chefe de redação. O autor também enumera as etapas da produção e edição de umamatéria: A pauta é elaborada em conjunto pelos produtores (pauteiros), editores, chefe de reportagem e diretor de telejornalismo; A equipe de reportagem desenvolve a matéria a partir de uma pauta e orientações do chefe de reportagem; O repórter passa ao editor a matéria e informações adicionais; CONCURSO PARA JORNALISTA | 17 O editor, de posse do material gravado, seleciona e ordena os offs, boletins e sonoras, escolhe as imagens que vão cobrir os offs e redige a cabeça da matéria; A ordem, a duração e a divisão em blocos das reportagens que vão ao ar no telejornal são resultados da reunião entre o editor-chefe, o chefe de reportagem e o diretor de telejornal. A pauta prepara a produção Em telejornalismo a preparação é de suma importância, assim como a prontidão da equipe dos bastidores para organizar tudo com antecedência. Etapas que antecedem a produção de um telejornal: Pré-pauta: palpite ou hipótese do repórter, dicas do público, sugestão das fontes etc.; Pauta: roteiro dos temas que vão ser cobertos pela reportagem; Pré-espelho: esboço de como será o próximo telejornal; Disponibilidade: conferência de câmera, viatura e outros equipamentos disponíveis para as equipes de reportagens; Esqueleto: no espelho definitivo tem-se o projeto do que será apresentado; Espelho: o editor define os assuntos prioritários, a ordem e o tempo de cada matéria, inserção dos anúncios e a qual matéria cada profissional se dedicará. A pauta é uma parte importante da produção. É nela que se encontra a orientação para os repórteres sobre a abordagem a ser utilizada. Na pauta estão inclusos o objetivo, o enfoque a ser dado, as informações sobre o assunto e o encaminhamento a ser seguido pela equipe. CONCURSO PARA JORNALISTA | 18 Cabe ao produtor ou pauteiro verificar os endereços, os horários, o agendamento de entrevistas e pesquisas de arquivo. Para Alexandre Carvalho e coautores (2010), “o desafio começa na pauta, importantíssima em telejornalismo”, pois ela “evita não só a perda de tempo das equipes na rua, mas estabelece um consenso entre os diversos profissionais envolvidos e reduz a incidência de erros na condução das matérias”. A câmera que capta a notícia em movimento Para ser produzido, um telejornal se utiliza de equipamentos e técnicas aplicadas à plataforma – televisão. Um desses equipamentos é a câmera, que pode ser portátil (conversível, ENG/EFP, camcorde) e de estúdio, geralmente fixa em pedestal. A maioria das câmeras ENG/EFP pode ser adaptada de portátil para uma câmera de estúdio completa. As câmeras digitais são equipadas para gravar em discos ópticos ou cartões de memória. No disco óptico, a matéria é gravada em forma de dados (bits) que serão transformados em áudio e vídeo para serem editados. Valter Bonásio (2002) relaciona os comandos ou recursos mais comuns, que enriquecem a passagem na gravação: Panorâmica: movimento horizontal, no qual a câmera gira sobre o seu eixo vertical, para mostrar ou descrever um ambiente; Tilt: ao contrário da panorâmica, a câmera se inclina para cima e para baixo; Dolly: a câmera se aproxima ou se afasta da pessoa ou objeto; Truck: movimento lateral da câmera e do tripé para a direita ou esquerda, em relação ao foco; CONCURSO PARA JORNALISTA | 19 Arco: semelhante ao truck, mas em curva, formando um arco. A lente se converte no olho do telespectador As lentes limitam a visão pelo seu enquadramento, mas ampliam as possibilidades do telespectador em ver o mundo. O principal recurso usado na TV é o zoom, que permite iniciar a gravação com um alcance e, em seguida, aproximar ou afastar o foco. Tipos de lentes mais utilizadas no telejornalismo, conforme Bonásio (2002): Especiais: alcance focal fixo, usadas em câmeras portáteis; Olho de peixe (fisheye): ângulo muito aberto, que dá visão panorâmica de 180 graus; Splitter e diopter: permitem enquadrar e focalizar dois objetos ou pessoas em dois planos de distância diferentes dentro da mesma tomada. O sistema de captação nightwish, de raios infravermelhos, possibilita que as lentes “enxerguem” no escuro, embora em tom esverdeado. Microfones direcionais, de lapela e boom Assim como no rádio, o microfone é um equipamento indispensável no telejornalismo. O microfone capta o som e converte a onda sonora em sinal elétrico, que é muito fraco (micro), por isso precisa do amplificador interno ou externo. Barbeiro e Lima (2016) apontam os principais tipos de microfones: Direcional: repórteres normalmente usam este tipo – aqueles que eles seguram com a mão direcionados à boca. Recebem o som de uma só direção; CONCURSO PARA JORNALISTA | 20 Lapela: usado especialmente pelos apresentadores ou entrevistados em estúdio. É preso à roupa e muito sensível, pois capta todo o som a sua volta; Boom: montado em uma haste móvel, que pode ser ajustada e manuseada por cima da cabeça das pessoas, mas fora da área de visibilidade. É o tipo de microfone que melhor capta o som das entrevistas. Uma variável é microfone sem fio, que funciona com um transmissor no cabo (direcional) ou fixado na roupa (lapela), e o receptor acoplado na câmera. Um inconveniente é a microfonia, provocada por barulho e sons irregulares por vibrações, pois emite um zumbido irritante. Luz, câmera, cor A cor é um dos principais elementos da TV, revelada pela luz. Segundo Bonásio (2002) a temperatura da cor é descrita pela: Matiz: a cor própria da luz; Saturação: a intensidade de uma cor em particular; Saturação em 100%: cor pura, na qual pouca (ou nenhuma) luz branca é adicionada; Brilho: luminosidade geral da cor, que depende da quantidade de luz refletida por ela. É comum nas gravações de telejornal “bater o branco”, para permitir a captura correta da imagem de acordo com a temperatura da luz. A maioria das câmeras digitais oferece o modo automático, que faz a leitura de cores e ajusta o balanço de branco, evitando distorções. No telejornalismo é utilizada a iluminação triangular ou três pontos para iluminar o foco (pessoa ou objeto) na gravação ou transmissão ao vivo: CONCURSO PARA JORNALISTA | 21 Em frente, em uma das laterais: luz chave, a mais forte (fresnel) e principal fonte de iluminação para uma cena; Em frente, na outra lateral: luz de preenchimento, que é mais fraca e difusa (scoop ou soft). Produz uma iluminação suave que ajuda a tirar olheiras, cansaço do rosto e outras imperfeições; Atrás: luz detrás (fresnel) em direção à cabeça e ombros da pessoa focada, que a separa do fundo e aumenta a definição. A sequência de planos demarca a visão do público Os planos referem-se às angulações da câmera, aos enquadramentos feitos pelo cinegrafista: aberto, médio e fechado, com ajustes para mais ou para menos. Os tipos de planos ou enquadramentos de pessoas ou objetos (focos) são os seguintes (Bonásio, 2002): Extremamente aberto: campo de visão muito aberto; Aberto: campo dominado pela área de fundo, no entanto, um pouco mais fechado; Médio: o foco e a paisagem de fundo possuem a mesma importância, mas o foco fica maior e mais dominante; Close médio: enquadramento da cabeça e do ombro da pessoa. Este é um dos planos de enquadramento da imagem mais usados em telejornal; Americano: a figura humana é enquadrada do joelho para cima; Close-up: foco principal na pessoa ou objeto, mostra apenas uma pequena porção do fundo; Close-up extremo: foco no detalhe, que preenche toda a tela, primeiríssimo plano. CONCURSO PARA JORNALISTA | 22 No telejornalismo o texto é coloquial A linguagem coloquial é aquela usada no cotidiano, nas conversas entre duas ou mais pessoas. A jornalista Alice-Maria, diretora da Globo News, enfatiza que “escrever para a televisão é escrever como se fala. É fazer um texto coloquial, ao mesmo tempo atraente, fácil de entender e rico em vocabulário” (Paternostro, 2006). Portanto, transmitir informação em uma linguagem coloquial correta é uma exigência do texto jornalístico na TV. Mesmopriorizando o coloquial, Paternostro (2006) faz algumas distinções à linguagem no telejornalismo: Texto simples, natural, espontâneo; Obediência às regras gramaticais; Evitam-se as gírias e redundâncias; Frases na ordem direta: sujeito, verbo, predicado e, eventualmente, adjunto; Palavras, expressões e os tempos verbais simplificados; Precisão e concisão: palavras corretas, adequadas e sem duplo sentido; Unidade de pensamento: raciocínio claro e coerente; Toda história (conteúdo jornalístico) tem começo, meio e fim. A reportagem é a essência do telejornalismo Embora a maioria das matérias nos telejornais seja notas e notícias, a sua essência está na reportagem. Este gênero jornalístico não se resume à força das imagens, mas principalmente à investigação, que requer coragem do jornalista na vigilância dos poderes econômico e político, principalmente. CONCURSO PARA JORNALISTA | 23 O critério para que uma reportagem vá ao ar é o interesse público. Por isso, o rigor na apuração dos fatos é determinante para a sua qualidade. Em programas sensacionalistas é comum a manchete ser mais instigante que a própria reportagem. A ética indica que a manchete deve corresponder ao fato, isto é, ao conteúdo, e não apenas uma forma de prender a atenção e aumentar a audiência. Outra questão, pressupõe não alterar a cena dos acontecimentos. Também o repórter não pode “dizer que está onde não está”. As fontes têm dimensões diferentes no jornalismo impresso e eletrônico. A informação em off subsidia mais a reportagem escrita do que a eletrônica. A maioria das matérias é um trabalho de equipe, que exige um entrosamento do repórter com a redação e os técnicos que o acompanham na rua e no estúdio. Toda reportagem deve ser completa em si mesma, com começo, meio e fim, pois o bom jornalista é aquele que conta boas histórias da vida real e não romanceadas. “E a melhor história sempre está por vir” (Carvalho e coautores, 2010). O repórter que faz tudo sozinho A videorreportagem se estabelece por meio da capacidade do repórter produzir sozinho um conteúdo jornalístico para a televisão e/ou internet. “Ele filma, entrevista, conta a história, edita e pode até apresentar a reportagem que fez”, explicam Barbeiro e Lima (2016). Esse gênero se contrapõe à equipe tradicional que reúne repórter, CONCURSO PARA JORNALISTA | 24 produtor, editor, cinegrafista, iluminador, responsável pelo áudio e motorista. No Brasil, o videorrepórter é chamado de “repórter abelha” e surgiu no final de 1987, na TV Gazeta de São Paulo. Este modelo ganha novas versões. Desde setembro de 2015, no canal de TV suíço Léman Bleu, os repórteres utilizam um smartphone (iPhone), microfone e um pau de selfie para gravar e transmitir as reportagens, sozinhos. Na videorreportagem as imagens são dinâmicas e os planos sequenciais mais longos, o que reduz o trabalho de edição. O off da matéria é substituído por uma narração dos fatos que estão sendo filmados. O público acompanha com o repórter o desenrolar da história, como se estive presente ao evento ou acontecimento. O diálogo do entrevistado com o público A entrevista na televisão expõe a intimidade do entrevistado: gestos, olhar, tom da voz, modo de se vestir, mudança do semblante, reações etc. Thaís Oyama (2011), Barbeiro e Lima (2016) assim caracterizam a entrevista: Perguntas e respostas simples em tom coloquial, uma conversa; Repórter é alguém que pergunta de forma objetiva, respeitosa (mas sem formalismo) e corajosa, para que o entrevistado diga mais do que estaria disposto a revelar; Entrevistado é quem responde de forma clara, direta (sujeito, verbo, predicado) e no menor tempo possível: alguém que “fala editado”; Empatia: o entrevistador deve se colocar no lugar do telespectador; Conversa com o público: embora o jornalista faça as perguntas, as respostas são para os telespectadores; CONCURSO PARA JORNALISTA | 25 Sem obviedades e cretinices de ambos os lados; Defeitos mais comuns dos entrevistados: prolixos (rodeios), lacônicos (sim, não, talvez), linguajar técnico e autopromoção; Entrevista não é debate: cabe ao entrevistado expor livremente suas ideias e opiniões; Ética: o entrevistado não deve ser enganado sobre o tema, nem ser “linchado”, tampouco responder apenas para confirmar uma tese, nem ter sua privacidade invadida. O repórter pergunta o que o público quer saber e a fonte responde como quiser, embora sempre se espere dela uma explicação ou justificativa. Durante uma entrevista, quem desconhece o assunto dificilmente fará boas perguntas ou dará boas respostas (Bistane e Bacellar, 2010). A edição apronta a matéria para ir ao ar É na edição que uma reportagem ganha o formato final para ir ao ar. O texto jornalístico na televisão está ligado à edição. Segundo Paternostro (2006), “editar é uma arte, no sentido de lapidar a reportagem usando seus ingredientes básicos – imagem, informação e emoção – para contar uma história no tempo certo”. Isto é, “editar é dar sentido ao material bruto”, segundo a autora. Basicamente, editar é selecionar imagens e sons, colocá-los em uma forma lógica, de “forma clara, objetiva, concisa e de fácil compreensão”. Paternostro (2006) revela os cinco passos da edição: Decupagem: após assistir à matéria gravada é marcada a minutagem no timecode (relógio para medir os frames), isto é, em quais quadros estão as melhores cenas, as entrevistas, as passagens do repórter etc. Com isso o editor localiza com maior facilidade e rapidez as imagens, sons e entrevistas; CONCURSO PARA JORNALISTA | 26 Plano de edição: descrição de cada item, um roteiro que ordena imagens e sons da reportagem; Cabeça da matéria: destaque das informações a serem usadas no lide, no início da matéria; Ilha de edição: os editores de texto e de imagem, juntos, discutem e planejam as edições, nas quais sons e imagens são “colados”: texto em off, sonoras, passagem do repórter, sonorização, artes, até a finalização. A tecnologia permite uma edição não-linear, na qual a imagem e o áudio podem ser acessados de modo aleatório (não sequencial), porque estão armazenados na memória do computador. Não se usa fita (tapeless) e a edição é realizada com um software. Isso facilita o encaixe de imagem, passagem ou sonora. Script: roteiro de áudio e vídeo Após a edição do telejornal é criado o script ou lauda, um conjunto de páginas com o roteiro da apresentação, distribuído aos envolvidos na operação: apresentadores, editor-chefe, operador de áudio, de caracteres, coordenador etc. A lauda é produzida em computador, como fosse um formulário, com espaços próprios para as informações que serão usadas na exibição do telejornal: marcações técnicas e o texto jornalístico. Paternostro (2006) descreve a estrutura da lauda (script): Cabeçalho: espaços para data, nome do produtor (editor, repórter, redator), do telejornal, do assunto (retranca), tempo e o número da página; Coluna da direita: texto a ser lido pelo apresentador ou locutor, e eventualmente, outras marcações de áudio, nunca de vídeo. Em geral, a coluna é demarcada com cerco de linhas mais grossas; Coluna da esquerda: marcações de vídeo e imagens, como uso de CONCURSO PARA JORNALISTA | 27 câmeras, VT, slides, ilustrações, caracteres, bem como a indicação se o apresentador aparece ou não na tela. Cada script corresponde a uma matéria, independente do seu tamanho. Segue-se um certo padrão na redação de um script: a coluna da direita prevê cerca de 30 toques em letras maiúsculas, por linha, para facilitar a leitura. Assim é possível calcular o tempo, visto que cada linha corresponde a cerca de dois segundos, outros consideram um segundo e meio. No momento em que o telejornal é exibido, o script está conectado a uma ou mais impressoras, ao teleprompter usado para leitura do texto pelo apresentador, ao gerador de caracteres que insere os créditos da matéria, e ao equipamento de exibição das matérias. O teleprompter (PT) éo aparelho que reproduz o texto do script sobre a câmera, facilitando a leitura do apresentador, que não precisa decorar o texto ou baixar os olhos para ler no papel, olhando direto para o telespectador. Há outros tipos de scripts utilizados em documentários, roteiros de programas de entrevistas, cinema etc. O telejornal está no ar Quando o telejornal está sendo exibido, o público certamente não faz ideia da ansiedade e da correria contra o tempo para o programa ir ao ar. Além da equipe nos bastidores e dos repórteres, alguns profissionais se destacam na apresentação do telejornal, especialmente o âncora. Em geral, o âncora é o apresentador que acompanha e participa de todas as etapas de produção e edição. Isso distingue-o do locutor, que apenas grava o off e lê o script. Dessa forma, a maioria dos âncoras é também o editor-chefe. CONCURSO PARA JORNALISTA | 28 Praticamente todos os telejornais são transmitidos ao vivo e com entradas simultâneas de repórteres, isso faz com que parte do programa seja editado no ar. A fim de evitar imprevistos, o apresentador usa ponto eletrônico, para ser avisado de informações essenciais e erros. Além dos repórteres, outro personagem que aparece na exibição do telejornal é o comentarista. Geralmente o comentarista combina antecipadamente com o âncora as perguntas que servem de escada para o seu comentário. Raramente há o comentário de improviso. As formas de apresentar as notícias Assim como as demais mídias, a televisão adota diferentes modos de matérias jornalísticas, alguns peculiares. Maciel (1995) relacionam as formas dos conteúdos jornalísticos apresentados na TV. Tipos de notas: Nota ao vivo: lida pelo apresentador para suprir a falta de imagens. Também chamada de “nota pelada”; Nota coberta: o apresentador lê um texto, geralmente formado pela cabeça (espécie de lide) e off (narração encoberta pelas imagens); Nota pé: ao vivo, lida pelo apresentador no final de uma matéria, com informações complementares; Flash: nota enquanto o telejornal não está no ar ou uma entrada rápida ao vivo, sobre um acontecimento extraordinário. Diferente da nota, a reportagem é a forma mais complexa e completa de apresentação da notícia na televisão. Trata-se de uma matéria que possui texto, imagens, presença do apresentador, do repórter e de entrevistados. CONCURSO PARA JORNALISTA | 29 A reportagem apresenta cinco elementos, em geral nesta sequência: Cabeça: lide, o texto lido pelo apresentador no início da matéria, introduz o tema, como forma de conquistar, seduzir e convidar o telespectador a assistir a reportagem; Off e on: o repórter aparece na tela enquanto narra (on) ou desaparece (off), quando, eventualmente, pode ser substituído por um locutor; Boletim de abertura ou passagem. O repórter fica em pé durante a narrativa (stand-up), ao vivo ou gravada; Sonora: fala do repórter e/ou do entrevistado; Pé: fechamento pelo repórter ou complemento da matéria pelo apresentador. Quem faz o telejornal Ao final do telejornal “rolam” os créditos com os nomes dos profissionais, suas respectivas funções e cargos. Chefe de jornalismo: responsável pela linha editorial, geralmente no cargo de diretor ou gerente de jornalismo; Editor-chefe: responsável direto pelo telejornal. Além de escolher as reportagens que vão ao ar, também responde pelos seus erros e acertos; Coordenador de rede: organiza o fluxo das matérias geradas pelas sucursais ou afiliadas. Realiza a distribuição das pautas e acompanha a execução das reportagens; Chefe de reportagem: jornalista encarregado de coordenar o trabalho dos repórteres; Editor-executivo: subeditor, abaixo do editor-chefe. Faz escalada, verifica os textos dos editores, ordena o telejornal. Trabalha em conjunto com o coordenador; CONCURSO PARA JORNALISTA | 30 Coordenador: acompanha a edição e coordena as operações técnicas para o editor-chefe; Diretor de TV ou diretor de imagem: comanda a operação técnica no momento em que o telejornal está no ar; Editor de imagens: operador técnico que monta as imagens, seguindo roteiro prévio estabelecido com o editor de texto; Editor de texto: elabora a edição final de uma matéria, responsável pelo texto e imagem; Produtor: responsável pelas pautas e produção; Correspondente: jornalista que faz a cobertura de uma determinada cidade do Brasil, fora da sede, ou no exterior; Enviado especial: repórter que viaja a algum lugar para cobrir determinado assunto, dentro ou fora do País; Repórter: apura e relata as notícias; Repórter cinematográfico: registra os fatos por meio de imagem; Videorrepórter: repórter que produz, grava imagens, faz entrevista, conta a história e edita a sua própria reportagem; Operador: técnico que trabalha com os equipamentos, como VT, áudio, sistemas, câmera, iluminação. O dialeto do telejornalismo O jornalismo tem um linguajar peculiar com os seus jargões, que podem parecer estranhos para quem não é do meio. A maioria dos termos está relacionada no Glossário, mas a Paternostro (2006), Barbeiro e Lima (2016) apresentam os mais esquisitos para os leigos: Amarrar: juntar os dados levantados em uma reportagem com unidade de raciocínio; Barriga: notícia falsa que vai ao ar antes de ser apurada; CONCURSO PARA JORNALISTA | 31 Bater o branco: balanço de câmera a cada mudança de iluminação, com uma tomada em parede branca ou papel branco para corrigir distorções; Caco: palavra ou frase de improviso, introduzida no texto; Cair, derrubar: matéria que deixa de ir ao ar; Chicote: movimento rápido realizado com a câmera aberta; Cozinhar: reescrever o texto, alterando ou resumindo; Dead line (hora da morte): prazo final para o repórter retornar à emissora ou do fechamento do telejornal; Deixa: palavras finais da reportagem; Enxugar: eliminar o excesso em um texto ou edição; Esqueleto: matéria ainda sem as imagens; Foca: jornalista inexperiente; Furo: notícia transmitida em primeira mão, antes das outras emissoras; Gancho: a atualidade de um assunto que justifica a reportagem; Nota pelada: nota ao vivo sem qualquer imagem; Rabo: emenda de áudio errada, em que permanece uma sílaba, suspiro ou ruído indesejado; Santinho: imagem congelada do repórter ou da fonte, em geral em narração por telefone; Imagem suja: quantidade exagerada de legendas ou créditos; Zerar: rebobinar, voltar ao início da fita. RADIOJORNALISMO O radiojornalismo é a prática profissional do jornalismo aplicada ao rádio e os radiojornais são programas que duram entre segundos e horas, divulgando notícias dos mais variados tipos, por meio de sons e locução por repórter e apresentadores. As emissoras de rádio podem apresentar radiojornais como parte da programação normal transmitida diariamente, ou mais frequentemente, em horários fixos. Às vezes, outros programas podem ser interrompidos por plantões de notícias – news flashes – em caso de acontecimento extraordinário. Os estudos do radiojornalismo no Brasil Os pioneiros da pesquisa do jornalismo no Brasil, Luiz Beltrão (2008) e Zita Lima (1970), conceituam o radiojornalismo como informações dos fatos correntes, transmitidos por meio de relatos radiofônicos. Segundo estes autores, no rádio os fatos são interpretados e transmitidos periodicamente à sociedade, com o objetivo de difundir conhecimentos e orientar a opinião pública, no sentido de promover o bem comum. Essa concepção teve uma ampliação teórica sobre as características do radiojornalismo pela pesquisadora Gisela Swetlana Ortriwano (1985). Outros estudos avançados são desenvolvidos principalmente por Eduardo Meditsch (2005, 2007), Valci Zuculoto (2008, 2012), Nair Prada (2011, 2013), Nélia del Bianco (1999) e Luiz Artur Ferraretto (2014), entre outros. Experientes profissionais também contribuem com publicações CONCURSO PARA JORNALISTA | 33 sobre as práticas do radiojornalismo: Cyro César (2000, 2009), Milton Jung (2005), Maria Elisa Porchart (1993), Emílio Prado (1989),Roseann Kannedy e Amadeu Paula (2013), Heródoto Barbeiro e Paulo Lima (2003). RÁDIO O rádio integra o sistema de radiodifusão e distingue-se em emissoras comerciais, educativas e comunitárias, em diferentes frequências. A radiodifusão, que engloba o rádio e a televisão, está sob o controle do Poder Executivo, que licita as concessões e controla o seu funcionamento. A publicidade e o jornalismo na rádio comercial As emissoras de rádio comerciais são empresas voltadas à geração de lucro, proveniente da receita de anúncios publicitários, e funcionam mediante concessão do Estado. Neste caso, compete ao Poder Público conceder ou permitir a pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, a faculdade de operar em seu nome ou por conta própria os serviços de radiodifusão, por tempo determinado. Conforme a legislação, as emissoras comerciais podem dedicar 25% da sua programação à veiculação de publicidade e são obrigadas a transmitir, no mínimo, 16 horas por dia, destinando 5% da transmissão a serviços noticiosos. Em geral os próprios jornalistas leem textos publicitários ou fazem citações de anunciantes nas suas participações. O jornalismo e a publicidade se misturam devido à prática na qual os locutores, apresentadores e repórteres atuam como vendedores de espaços publicitários em seus programas. Em algumas emissoras, esses profissionais nem têm salário fixo, CONCURSO PARA JORNALISTA | 34 recebem apenas por comissão do agenciamento de anúncios. Segundo Roseann Kennedy e Amadeu de Paula (2013), os agenciadores e anunciantes veiculam “sua propaganda nesse formato porque tem maior credibilidade e o anúncio fica parecendo uma extensão do conteúdo de notícias”. O papel de uma rádio educativa As rádios educativas são mantidas pela União, governos estaduais ou municipais, universidades e fundações constituídas com essa finalidade. Elas produzem e veiculam programas de educação básica e superior, de educação permanente e formação para o trabalho, além de atividades de divulgação educacional, cultural, pedagógica e de orientação profissional. O rádio educativo no Brasil surgiu quando Edgar Roquette-Pinto fundou a primeira emissora de rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, atualmente Rádio MEC. Desde a sua regulamentação, em 1924, o Governo Federal considerava o rádio como “serviço de interesse nacional e de finalidade educativa”, mas a partir da década de 1930 passou a ser mantida por publicidade e adotou uma programação variada. Em 1950 surgiu a emissora pioneira, genuinamente educativa, a Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que impulsionou a criação de outras emissoras universitárias. Em 1967 é criada a Radiobras, com o propósito de “realizar a difusão de programação educativa, produzida pelo órgão federal próprio”. Nos anos 1970, o governo militar utilizou as emissoras de rádio para transmitir programas de ensino a distância, principalmente pelo Projeto Minerva. As emissoras qualificadas como organização social, de acordo com a CONCURSO PARA JORNALISTA | 35 Lei 9.637, de 1998, podem veicular publicidade, desde que essa se enquadre no conceito de apoio cultural. O rádio a serviço da comunidade Criadas em 1998, pela Lei nº 9.612, as rádios comunitárias operam em frequência modulada (FM), com transmissões em baixa potência (25 watts) e antenas não superiores a 30 metros de altura. Trata-se de um modelo semelhante às rádios free europeias, estações de cobertura restrita. Sua regulamentação teve o propósito de restringir as rádios “piratas”, que operam sem a devida concessão. As emissoras comunitárias podem ser exploradas por associações e fundações com sede na região de atuação, sem ligações a instituições religiosas ou partidos políticos. O objetivo é atender a comunidade em que estão instaladas, difundindo ideias, atividades culturais, o convívio social e eventos locais. As notícias são eminentemente comunitárias e de utilidade pública, voltadas para a população local. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos, por isso não pode veicular publicidade comercial, apenas na forma de apoio cultural de organizações localizadas na área de cobertura do serviço. Por apoio cultural entende-se o patrocínio, limitado à divulgação de mensagens institucionais, para pagamento dos custos relativos à transmissão da programação ou de um programa específico. Márcia Detoni e Angelo Piovesan (2013) organizaram uma publicação que sugere um modelo de emissora autossustentável: comunitária, popular e preocupada com a prestação de serviço. CONCURSO PARA JORNALISTA | 36 As diferenças entre as emissoras AM e FM A característica principal da transmissão em frequência modulada (FM) é a maior fidelidade sonora, superior à amplitude modulada (AM), que tem maior alcance. Isso ocorre porque a transmissão em FM tem menor incidência de ruído, opera em faixa mais ampla de reprodução do áudio e podem ser sintonizadas por dispositivos móveis. A partir de 2016, algumas emissoras AM começaram a migrar para a frequência FM, conforme a liberação pelo Decreto nº 8.139, de 2013. Cyro César (2000, 2009) identifica as principais diferenças entre AM e FM. Emissoras de rádio AM: Frequências de 525 a 1.720 kHz; Receptores recebem interferência de fenômenos naturais; Linguagem própria, mais extensiva e explicativa; Ênfase nos diálogos, conversas e na palavra dos comunicadores; Maior proximidade, intimidade e intensa participação dos ouvintes, que mantêm fidelidade à estação; Segmentação do público e programação diferenciada: trânsito, previsão do tempo, utilidade pública, hora certa, programas religiosos; Produções jornalísticas regulares e com comentaristas; Programação inferior a 30% com músicas, conforme pesquisa do autor. Emissoras de rádio FM: Frequências de 87,5 a 108 MHz; Alcance limitado a um raio máximo de 150 quilômetros; Linguagem direta, objetiva e instantânea; CONCURSO PARA JORNALISTA | 37 Ouvinte busca mais a música do que o diálogo; Público rotativo, que ouve várias emissoras e geralmente muda de estação nos intervalos comerciais e locuções demoradas; Segmentação do público pela programação musical: sertanejo, rock, MPB; Notícias rápidas e sem um programa fixo, exceto nas emissoras all news. As características do rádio O veículo de comunicação radiofônico possui as suas especificidades. O rádio é o mais popular e de maior alcance, pelo fato do “ser humano ter a capacidade de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra atividade” (Beltrão, 2008). Ortriwano (1985) destaca as características do rádio: Linguagem oral: para receber a mensagem, é apenas necessário ouvir, independente se alfabetizado ou não; Penetração: chega às regiões mais remotas e privilegia o regionalismo; Mobilidade do emissor (mídia tecnicamente simples e de fácil transmissão) e do receptor (aparelho leve, portátil e individual, incluso na maioria dos smartphones e automóveis); Baixo custo: aparelho barato ou já incluso (smartphones, automóveis) e não se paga para ouvir; Imediatismo: os fatos podem ser transmitidos no instante em que ocorrem; Instantaneidade: mensagem recebida no momento em que é emitida, exceto nas gravações on-line; Sensorialidade: envolve o ouvinte em “diálogo mental” e desperta a CONCURSO PARA JORNALISTA | 38 imaginação; Autonomia: livre de fios e por ser uma mídia individualizada, o ouvinte escuta em qualquer lugar. O teórico canadense do “meio e a mensagem na aldeia global”, Marshall McLuhan (2007) refere-se ao rádio como “o tambor tribal”, que se “voltou para as necessidades individuais, em diferentes horas do dia, em sintonia com a multiplicidade de aparelhos receptores nos quartos, banheiros, cozinhas, carros e – agora – nos bolsos”. A linguagem em sintonia com o ouvinte O rádio é um companheiro íntimo dos ouvintes, em sintonia com os seus anseios e modos de vida. Os ouvintes preferemouvir falar de gente com quem convivem, negociam, se correspondem facilmente; gente em que votam, de quem recebem favores, com quem simpatizam ou antipatizam, por quem têm admiração, respeito, despeito ou inveja (Lima, 1970). A linguagem coloquial, natural e espontânea, própria da fala do dia a dia, conciliada à gramática, adequa-se ao rádio. Para Resental Alves (2005) essa simplicidade da linguagem está presente nos seguintes fatores: Entendimento imediato: ao ouvir não se precisa interpretar; Interpessoal: nível de fala informal; Objetividade: notícia na forma direta, sem rodeios; Pontos extremos: dizer o máximo com o mínimo de palavras, mas sem forçar. A interação pela linguagem tira o ouvinte do isolamento social, pois ele tem a sensação de que o locutor fala só para ele. O rádio, além do entretenimento pela música, encontra no jornalismo a forma de dialogar com o público e prestar serviço pela CONCURSO PARA JORNALISTA | 39 informação. Por isso o locutor lê a notícia “como e não estivesse lendo, mas apenas conversando com alguém, contando a um amigo as novidades do dia” (Alves, 2005). Os recursos vocais radiofônicos O rádio tem um estilo próprio, oral e auditivo, que se destaca pela voz humana, utilizado na construção do texto jornalístico. Del Bianco (1999), José Javier Muñoz e César Gil (1994) destacam os recursos vocais radiofônicos: Tempo: velocidade da fala, os textos são apresentados brevemente; Dinâmica: ênfase da frase, com pausas e alterações rítmicas, para tornar o texto claro e expressivo; Melodia: seleção de palavras eufônicas, ou seja, que agradam aos ouvidos, um conjunto sonoro harmônico e sem cacofonias; Sons complementares: declarações e testemunhos que servem para ampliar os dados; Voz humana: capacidade de conduzir a mensagem de forma persuasiva e rica em inflexões; Articulação: a voz transmite clareza, volume e intensidade; Linguagem: é essencial observar a formação adequada ao texto radiofônico independente do estilo empregado. A pesquisadora Del Bianco (1999) também relaciona aquilo que não é recomendado no radiojornalismo: Pronome possessivo: indica a ideia do fato ocorrer com o próprio ouvinte, por exemplo, “invadiram a sua casa”; Frase negativa: confunde o ouvinte; Orações intercaladas: quebram o ritmo da mensagem; Verbo no gerúndio: atenua o impacto da notícia; CONCURSO PARA JORNALISTA | 40 Verbo no futuro: prefere-se o futuro composto, por exemplo, “vai acontecer”; Citação: o ouvinte pode pensar que a frase é do locutor. Para a autora, no rádio a linguagem é direta, na voz ativa e não na passiva: Ativa: o sujeito também é o agente da ação, por exemplo, “Maria comprou a bolsa”; Passiva: não é o sujeito que pratica a ação e sim o agente da passiva, “a bolsa foi comprada pela Maria”. A função social do rádio Centrada no pluralismo de ideias e na ação jornalística, acreditava- se que a mídia, inclusive o rádio, seria capaz de legitimar o sistema de mercado e sustentar a “liberdade de imprensa”, e por extensão, a liberdade de expressão individual. A partir desse princípio, denominado de “teoria da responsabilidade social”, cabe ao rádio dar prioridade à informação e ao entretenimento. Com um dos primeiros meios de comunicação de massa e, pelo seu potencial de penetração, o rádio tem uma função eminentemente social. O cientista político francês Roland Cayrol (1991), enumera as funções sociais da mídia, em especial do rádio: Coleta e difusão de informações; Expressão de opiniões; Função econômica e de organização social; Entretenimento e distração; Psicoterapêutico: a mídia vigia os indivíduos para que não violem as regras sociais estabelecidas; Instrumento de identificação e de envolvimento social; Ideológica: instrumento de coesão social e de legitimação política a CONCURSO PARA JORNALISTA | 41 serviço da ideologia dominante da sociedade. RADIOJORNAL Radiojornalismo é a prática profissional do jornalismo aplicada ao rádio. Os radiojornais são programas que duram entre segundos e horas e divulgam notícias variadas, usando sons e locução por repórter e apresentadores. Por lei, as estações de rádio devem oferecer “serviços noticiosos” como parte da programação normal, transmitida diariamente ou mais frequentemente, em horários fixos ou extras (plantões de notícias – flashes). O jornalismo no rádio O objetivo do jornalismo como mensagem radiofônica é manter o ouvinte informado de tudo. Para isso, são realizados programas regulares, com determinada frequência, e os ocasionais, quando ocorre algo extraordinário. Desse modo, segundo Ángel Faus Belau (1974), “a informação radiofônica é fluída e flexível, dentro da sucessão de mensagens diárias, não isolado na programação, com horário mais ou menos fixo e duração determinada”. A difusão do conteúdo jornalístico ocorre de diversas formas. A partir dos estudos de Belau (1974), que indica os níveis de informação no rádio ligados à eficácia da mensagem, Ortriwano (1985) classifica o noticiário nas seguintes categorias: Flash: nota rápida sobre um acontecimento importante, sem que esteja atrelada a um radiojornal específico; Edição extraordinária: notícia com detalhes sobre um fato extraordinário, em geral transmitida do local do acontecimento. Interrompe qualquer programa; CONCURSO PARA JORNALISTA | 42 Especial: programa com enfoque em tema especial, um fato relevante, data comemorativa, evento etc. Pode ser esporádico ou com uma regularidade maior (semanal, mensal); Boletim: noticiário com horário (a cada hora, por exemplo) e duração (três a cinco minutos) determinados, segue um texto elaborado (script); Jornal: tradicional “jornal falado”, que cobre um período informativo, estruturado por temas. Contém informações mais detalhadas, gravadas ou ao vivo, com entrevistas, comentários. Tem uma duração maior, que varia de 15 minutos e uma hora; Informativo especial: sobre algum evento, como um jogo esportiva, festa etc. O primeiro a dar as últimas notícias O gênero jornalístico mais comum no rádio é a notícia, a qual tem estrutura semelhante a outras mensagens radiofônicas. A facilidade de mobilizar várias fontes e de informar instantaneamente, no rádio, o fato e a notícia podem ocorrer em tempo real. O rádio concorre com os portais de notícias na internet para ser o primeiro a dar as últimas notícias. Isso se torna possível pelo uso de smartphones em entrevistas e nas transmissões das notícias nos locais dos acontecimentos. Segundo Del Bianco (1999) até a década de 1990, os repórteres de rádio “procuravam” as notícias. Agora elas “encontram” o jornalista, devido à profissionalização da assessoria de imprensa, que oferece a “notícia pronta”. Segundo Emílio Prado (1989), a notícia vai ao ar ao vivo ou editada, em flashes ou em programas jornalísticos, de duas formas: CONCURSO PARA JORNALISTA | 43 Estrita: de hora em hora, em geral de serviços, estruturada com uma sequência de dados após a entrada e uma informação atraente – alternância de um dado novo e outro redundante, por duas ou três vezes –, até o encerramento, com um arremate; Com citações: com estrutura semelhante, mas com a voz do protagonista do fato, a fonte, e encerra com o reforço da mensagem. A entrevista dinamiza a notícia A notícia com entrevista contém um início atrativo (onde, quem e o quê), segue as informações do fato (como, porquê) e no final, uma redundância para resumir. Prado (1989) faz a seguinte tipificação deste gênero: Direta: ao vivo do local do acontecimento; Diferida: montada antes da emissão, editada; Noticiosa: perguntas e respostas sobre um fato, editada; De caráter: perfil do entrevistado; Estrita: breve e ritmo rápido, a informação é dada diretamente pelo protagonista do fato, a fonte; Informação em profundidade: reflexiva, com dados adicionais, e duração maior; De declarações: comunicação unilateral, direta da fonte. Ferraretto (2014) acrescenta que as entrevistas podem ser: Individual:uma fonte Enquete ou grupo: várias pessoas sobre um mesmo assunto; Coletiva: vários jornalistas entrevistam uma fonte sobre um assunto relevante, a mesmo tempo. CONCURSO PARA JORNALISTA | 44 A reportagem amplia o jornalismo narrado Entende-se reportagem quando o repórter realiza um relato ampliado de um acontecimento e entrevistas com diferentes fontes. Mas o caráter minimalista do radiojornalismo torna esse gênero mais raro nesse meio. Pela impossibilidade de reproduzir documentos e imagens, a reportagem no rádio baseia-se no “jornalismo declaratório”, naquilo que as fontes e os repórteres dizem. Para o radialista Milton Jung (2005), “é na reportagem que o jornalismo se diferencia, levanta a notícia, investiga fatos, encontra novidades, gera polêmica e esclarece o ouvinte”. As reportagens em radiojornalismo são distinguidas por Prado (1989) da seguinte maneira: Simultânea: ao vivo durante o desenrolar do acontecimento, narrativa improvisada; Diferida: antes de ir ao ar passa por um processo de edição. A opinião em cada comentário O gênero opinativo no rádio é genericamente chamado de comentário. Nele, o comentarista que inicia situando o assunto, enumera os argumentos e encerra com o seu ponto de vista. Ferraretto (2014) faz a distinção nos seguintes gêneros: Editorial: a emissora expressa sua opinião a respeito de um fato; Comentário: opinião ou análise do comunicador ou colaborador sobre um assunto, a partir do seu ponto de vista; Crônica: narrativa do cotidiano, que mistura jornalismo e literatura; Crítica: apreciação favorável ou não a cerca da cultura e das artes. CONCURSO PARA JORNALISTA | 45 Outro formato é o debate, também denominado de “mesa redonda”, que envolve mais de um entrevistado para expor visões diferentes de um mesmo assunto, ao vivo ou gravado. É intermediado por um apresentador (Kennedy e Paula, 2013). A manchete que vira notícia A expressão texto “manchetado” remonta a um costume utilizado nos primeiros radiojornais. Este recurso consistia na leitura de trechos de uma notícia, por dois ou mais locutores. Atualmente se diz que um texto é “manchetado” quando as informações são distribuídas em períodos cuja redação lembre as manchetes do jornalismo impresso. Conforme Maria Elisa Porchat (1993), na atualidade o texto “manchetado” segue estas características: Manchetes das notícias selecionadas na abertura da notícia (cabeça); Informação completa a cada frase curta; Utilidade pública: repetição da informação final; Citação: reprodução da frase e menção do seu autor; Preferência por expressões simples e curtas; Artigos e pronomes são suprimidos; Localização: onde a notícia é situada; Atualização dos dados. O texto corrido O texto radiofônico, por ser escrito para ser falado e ser ouvido, tem um estilo próprio: oral e auditivo. CONCURSO PARA JORNALISTA | 46 Nele, o linguajar coloquial coexiste com as normais técnicas, linguísticas e gramaticais. Há uma tendência ao imediatismo no rádio. Desse modo, a atualidade influi diretamente na extensão da notícia. O uso da forma verbal no presente é praticamente obrigatório, para dar atualidade à notícia. Por conta disso, conforme Porchat (1993), o rádio adota o “texto corrido” ou “o jornal falado”, oriundo da transcrição das notícias dos jornais nos primórdios do rádio, denominado de “gillettepress”. Segundo a autora, “no texto corrido, cada período segue-se ao outro na composição da notícia”. O texto vai direito ao ponto principal, em geral em uma frase inteira curta, evitando ser vago e apelativo. Outra peculiaridade é o uso de uma barra (/) em cada ponto e duas barras (//) depois do ponto final da notícia. Também não há hifenização. A testemunha ocular da história “Em 1941, por necessidade imperiosa de nos colocarmos a par da Segunda Guerra Mundial, surgiu o Repórter Esso, exatamente às 12h45m do dia 28 de agosto, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro” (Sampaio, 1971). Quando chegou ao Brasil – o programa foi desenvolvido nos Estados Unidos –, já era apresentado em outros 15 países. Entre suas inovações, o Repórter Esso introduziu a síntese noticiosa, com rigidez de tempo e horário. Apresentado em edições regulares, de segunda-feira a sábado e em edições especiais, se necessário, aos domingos. Pela voz grave e modulada de Heron Domingues, seu locutor exclusivo por 18 anos, o programa obteve a fidelidade do ouvinte e credibilidade de conteúdo. CONCURSO PARA JORNALISTA | 47 Conquistou fama por ser “a testemunha ocular da história” – seu slogan –, permanecendo no ar por 27 anos, inclusive com fases na televisão. A hora da voz do Brasil “Em Brasília, 19 horas”1 e ao fundo os acordes de O Guarani de Carlos Gomes, esta foi a principal marca do noticiário radiofônico estatal, A Voz do Brasil. Sucessor do programa Hora do Brasil, levado ao ar de 1935 a 1946, é o noticiário mais antigo do rádio em atividade. Seu primeiro locutor foi Luís Jatobá, de voz grave e marcante. Ele trabalhou no rádio brasileiro por 45 anos, também com passagens pela TV (apresentador da primeira edição do Jornal Hoje, da Rede Globo, em 1971). A partir do governo militar tornou-se obrigatória a transmissão da Voz do Brasil em rede nacional de rádio, de segunda a sexta-feira. O programa tem uma hora de duração. Os primeiros 25 minutos são produzidos pela EBC com noticiário do Governo Federal. O tempo restante é utilizado pelo Judiciário e pelo Congresso Nacional. Segundo Ricardo Peng (2014), “A Voz do Brasil é a marca mais forte no imaginário popular, no que se refere à comunicação estatal federal, já que é transmitida há mais de 80 anos”. Os profissionais do radiojornalismo Os portes de emissoras de rádio variam e geralmente comportam uma equipe reduzida, cujos profissionais atuam em várias frentes. Uma exceção ocorre nas emissoras dedicadas exclusivamente ao jornalismo, denominadas de all news. 1 Expressão substituída por “Sete da noite, em Brasília” e a música tema recebeu novas versões em samba, choro, capoeira etc. CONCURSO PARA JORNALISTA | 48 Há uma variedade de cargos e funções, alguns listados por Ortriwano (1985) e César (2000): Apresentador: faz a locução, a partir de um roteiro e eventuais improvisos; Chefe de reportagem: determina os assuntos cobertos pelo repórter. Em geral, também é o pauteiro e produtor; Comentarista: profissional especializado que interpreta os fatos e emite a sua opinião sobre os temas mais relevantes da atualidade; Editor-chefe: responsável pela linha editorial, orienta os redatores; Editor de reportagem: seleciona, revisa e monta as matérias com a equipe técnica e determina o tempo de cada conteúdo; Locutor: lê o texto, o script, destaca-se pela voz; Pauteiro: seleciona os assuntos do noticiário, ligado ao chefe de reportagem; Radioescuta: ouve as outras emissoras para verificar os fatos do dia, grava e transcreve as notícias mais relevantes; Repórter: relata as notícias, coleta e grava entrevistas. Há ainda outras funções não tão frequentes: setorista (cobre um determinado setor, esporte, por exemplo), diretor de jornalismo (gestor), assistente, correspondente (repórter em outra cidade, estado ou país), enviado especial (repórter que cobre eventual acontecimento fora da sede), pesquisador etc. REFERÊNCIAS ALVES, Rosental C. Radiojornalismo e a linguagem coloquial. In: MEDITSCH, Eduardo. Teorias do rádio: textos e contextos, v. 1. Florianópolis: Insular, 2005. p. 163-168. BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo R. Manual de telejornalismo: os segredos da notícia na TV. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo R. Manual do radiojornalismo: produção, ética e internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. BELAU, Ángel Faus. La radio: introducción a un medio desconocido. Madrid: Guadiana, 1974. BELTRÃO, Luiz. Iniciação à filosofia do jornalismo. 2.ed. São Paulo: Editora USP, 2008. BISTANE, Luciana; BACELLAR, Luciane. Jornalismo de TV. 3. ed. SãoPaulo: Contexto, 2010. BONÁSIO, Valter. Televisão: manual de produção e direção. Belo Horizonte: Leitura, 2002. BRASIL, Antonio. Telejornalismo imaginário: memórias, estudos e reflexões sobre o papel da imagem nos noticiários de TV. Florianópolis: Insular, 2012. CAYROL, Roland. Les médias: presse ecrite, radio, télévision. Paris: PUF, 1991. CÉSAR, Cyro. Como criar, produzir e apresentar no rádio. São Paulo: Ibrasa, 2000. CÉSAR, Cyro. Como falar no rádio: prática de locução AM/FM. 10. ed. São Paulo: Summus, 2009. CARVALHO, Alexandre et al. Reportagem na TV: com fazer, como produzir, como editar. São Paulo: Contexto, 2010. DEL BIANCO, Nélia. Tendências da programação radiofônica nos anos 90 sob impacto das inovações tecnológicas. In: DEL BIANCO, Nélia; MOREIRA, Sônia Virginia (Org.). Rádio do Brasil: tendências e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora UERJ, 1999. p. 185-204. CONCURSO PARA JORNALISTA | 50 DETONI, Márcia; PIOVESAN, Angelo. Rádio cidadã: um guia para a ação. São Paulo: Edicon, 2013. EMERIM, Cárlida. As entrevistas na notícia de televisão. Florianópolis: Insular, 2012. FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: teoria e prática. São Paulo: Summus, 2014. JUNG, Milton. Jornalismo de rádio. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. KENNEDY, Roseann; PAULA, Amadeu N. Jornalismo e publicidade no rádio: como fazer. São Paulo: Contexto, 2013. LIMA, Zita de Andrade. Princípios e técnica de radiojornalismo. Comunicações & Problemas, v. 5, n. 1, 1970. MACIEL, Pedro. Jornalismo de televisão: normas práticas. Porto Alegre: Sagra- Luzzatto, 1995. MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2007. MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação: teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, 2007. MEDITSCH, Eduardo. Teorias do rádio: textos e contextos, v. 1. Florianópolis: Insular, 2005. MEDITSCH, Eduardo; ZUCULOTO, Valci. Teorias do rádio: textos e contextos, v. 2. Florianópolis: Insular, 2008. MUÑOZ, José, GIL, César. La rádio: teoria y practica. 2. ed. Madrid: Instituto Oficial de Radio y Televisión, 1994. ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A informação no rádio: os grupos de poder e determinação dos conteúdos. 5. ed. São Paulo: Summus, 1985. OYAMA, Thaís. A arte de entrevistar bem. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011. PATERNOSTRO, Vera. O texto na TV: manual de telejornalismo. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. PENG, Ricardo. NBR: a TV do Governo Federal. Florianópolis: Combook, 2014. PEW RESEARCH CENTER. State of the news media 2016. Disponível em: <goo.gl/Q1S7LQ>. Acesso em: 17 jun. 2016. PORCELLO, Flávio; VIZEU, Alfredo; COUTINHO, Iluska. O Brasil (é)ditado. Florianópolis: Insular: 2012. CONCURSO PARA JORNALISTA | 51 PORCHAT, Maria Elisa. Manual de radiojornalismo Jovem Pan. São Paulo: Ática, 1993. PRADA, Nair (Org.). Panorama do rádio no Brasil. Florianópolis: Insular, 2011. PRADA, Nair. Webradio: novos gêneros, novas formas de interação. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2013. PRADO, Emílio. Estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1989. SAMPAIO, Walter. Jornalismo audiovisual: teoria e prática do jornalismo no rádio, TV e cinema. Petrópolis, RJ: Vozes, 1971. VIZEU, Alfredo (Org.). A sociedade do telejornalismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio; COUTINHO, Iluska (Org.). 40 anos de telejornalismo em rede nacional. Florianópolis: Insular, 2009. VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio; MOTA, Célia (Org.). Telejornalismo: a nova praça pública. Florianópolis: Insular, 2006. ZUCULOTO, Valci R. No ar: a história da notícia no rádio. Florianópolis: Insular, 2012. GLOSSÁRIO Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Abertura – Início de programa jornalístico em que se apresenta os créditos (identificação) dos profissionais da equipe. Abertura de matéria – O repórter abre a matéria ao vivo com uma informação para complementar a cabeça lida pelo locutor. Abertura de programa – Resumo de um assunto a ser visto no telejornal ou no noticiário do rádio. Acorde – Passagem musical no rádio. Afiliada – Emissora local associada a uma rede de TV. Agenda – Relação de endereços e telefones das fontes mais consultadas. Al Jazira – Emissora de televisão jornalística do Catar. Transmite em árabe e inglês. All news. Do inglês: totalmente notícias. Emissoras de rádio (CBN, Band News, Jovem Pan e regionais) e TV (Globo News, Band News, Record News), com programação exclusiva de notícias, reportagens, entrevistas e debates. Alcance – Cobertura de sinal da emissora de rádio. AM – Amplitude de Modulação. Em emissora de rádio na faixa 550 a 1.600 quilo-hertz. Analógico – Sistema eletrônico usado para mostrar informações e imagens. Âncora – Apresentador de telejornal ou radiojornal que faz a ligação entre as matérias. Ângulo – Posição da câmera de vídeo durante uma tomada. Ao vivo – Transmissão de um fato no momento exato em que ocorre. Também caracteriza a entrada de um repórter no jornal que está sendo apresentado. Apresentador – Responsável pela condução do programa. Apuração – Averiguação das informações que farão parte da matéria. CONCURSO PARA JORNALISTA | 53 Audiência – Número de pessoas que assistem a determinado programa de rádio ou de televisão. Audiovisual – Sistema, meio ou processo de comunicação que reúne som e imagem, eventualmente escrita (filme, vídeo, celular, computador, CD, DVD, blog, YouTube, rádio, televisão). Background (BG) – Do inglês: fundo, segundo plano. Ruído do ambiente ou música que acompanha a fala do repórter ou apresentador. Balanço cromático: A câmera combina as três cores primárias nas proporções corretas; Barra de cores – Em inglês: colorbars. Barras verticais para teste padrão de cores na televisão. Barriga – Informação que não é verdadeira. Bater o branco – Checar o equilíbrio da câmera de TV em uma parede branca ou papel branco. Batimento – Deficiência no sinal de vídeo. Betacam – Equipamento de TV que une a câmera e o videoteipe de gravação na mesma máquina. Boletim – Texto gravado pelo repórter de rádio e TV, sem sonoras. Branco – Espaço de tempo que a fala é interrompida. Brasilsat – Primeiro satélite doméstico de comunicação do Brasil, lançado em 1985. Break – Do inglês: pausa. Intervalo entre os programas ou entre os blocos de programas, anúncios e mensagens publicitárias. Briefing – Do inglês: instruções. Resumo informativo a respeito de um determinado assunto da pauta que serve para atualizar as informações jornalísticas. Brilho – Recurso técnico para dar destaque a um som, a uma voz. Broadcasting – Do inglês: radiodifusão. Sistema de transmissão aberta de TV e rádio. Cabeça da matéria – Lide da notícia lida pelo apresentador. Cabeça magnética – Dispositivo em aparelho de vídeo para gravação e reprodução de imagens e sons. CONCURSO PARA JORNALISTA | 54 Cabine – Pequeno estúdio de rádio para gravação e apresentação de programas. Cabo coaxial – Cabo de cobre que possibilita a transmissão de TV por linha terrestre, sem uso de antena. Caco – Frase de improviso que o apresentador usa durante o programa. Cadeia – Sintonia de estações de rádio e TV a uma central de emissão para a transmissão conjunta de um programa ou pronunciamento oficial. Camcorder – Do inglês: junção de “cam” (camera) e “corder” (recorder: gravador). Câmera que capta e grava imagem e áudio ao mesmo tempo. Câmera lenta – Em inglês: slow motion. Imagens lentas na TV. Camera man – Do inglês: operador de câmera. Cinegrafista de TV. Canal – Emissora de TV. Entrada e saída de um mesa de som, no rádio. Cena – Gravação de encadeamento de imagens para a TV em um mesmo ambiente. Cena de corte – Imagens gravadas durante a reportagem de TV, usadas na edição final para evitar pulos nos cortes em mudança de imagem de uma fonte geradora para outra. Cenário – Local em que as cenas de programas ou telejornais se desenrolam. Também corresponde à paisagem que fica no fundo de programas
Compartilhar