Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/23 TRIBUTOS EM ESPÉCIE Ao contratar o Estado como administrador, a sociedade conferiu-lhe a autoridade necessária para desempenhar as atividades pelas quais foi contratado e, consequentemente, para exigir receitas. Existe, nesse sentido, um consentimento tácito, por parte da sociedade, para que o Estado lhe exija os tributos e que se exterioriza no texto da Constituição Federal, sob o título da Tributação e do Orçamento. A essa autorização ou consentimento, conferidos em caráter coletivo pela sociedade ao Estado, denomina-se poder de tributar. O Poder, representando um conceito abstrato, não pode ser passível de divisão, sendo uno por natureza. Seu exercício, porém, admite a referida divisibilidade sem que, contudo, faça com que perca sua essência una. Às delimitações do poder no que se refere ao exercício denomina-se competência. No que toca, portanto, à delimitação das competências tributárias atribuídas pelo Poder Constituinte à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, tem-se que ela se encontra tangida pelos princípios federativos e da autonomia Federal, Estadual, Municipal e Distrital, consagrada por nosso ordenamento jurídico, e em razão da manutenção dessa mesma ordem jurídica que por meio da Constituição Federal se impõe. Os limites de toda competência, portanto, estão perfeitamente calcados e articulados na Carta Magna, de tal sorte que, não pode haver em seu exercício, quaisquer atropelos, conflitos ou desarmonias. A matéria relativa à competência tributária determinada, no que toca aos impostos, pelos artigos 153, 154, 155 e 156 da Constituição Federal. TRIBUTOS FEDERAIS O art. 153, da Constituição Federal, estabelece a competência tributária exclusiva da União in verbis: Art. 153 da Constituição Federal Compete à União instituir impostos sobre: I – importação de produtos estrangeiros; II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/23 III – renda e proventos de qualquer natureza; IV – produtos industrializados; V – operações de créditos, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI – propriedade territorial rural; VIII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar; (...) I) IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO Regência Normativa O art. 153, I, inclui o Imposto de Importação (II) na competência da União. Por seu turno, os arts. 19 a 22 do Código Tributário Nacional (CTN), disciplinam o fato gerador, as bases de cálculo e os contribuintes do imposto. O Decreto-Lei 37/66, com suas alterações, dispõe sobre o imposto e reorganiza os serviços aduaneiros. O Fato Gerador do Imposto de Importação (IE) e seus critérios Segundo estabelece o art. 19, do CTN, “O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional”. O Fato Gerador do imposto é, portanto, a entrada de produtos estrangeiros no território nacional. A) Critério Material No que se refere ao critério material do Fato Gerador do II, importar produtos estrangeiros, importante destacar que o conceito de “importação” não se resume à simples entrada do produto no território nacional. É necessário, ainda, que o produto importado seja incorporado à economia interna brasileira, isto é, não basta que o bem estrangeiro ingresse no território nacional, é imprescindível que ele aqui permaneça e esteja destinado ao uso, comércio ou consumo. Dessa forma, quando o bem entra no território brasileiro, mas está destinado a voltar ao seu país de origem, não ocorre a importação. Em tal situação, o Fato 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/23 Gerador não ocorre. Nesse sentido, Leandro Paulsen salienta que “a simples entrada do automóvel de um turista no território nacional, de um quadro para exposição temporária num museu ou de uma máquina para exposição em feira, destinados a retornar ao país de origem, não configuram importação, assim como não a configura o ingresso de produto estrangeiro por porto ou aeroporto brasileiro para simples trânsito no território nacional, com destinado a outro país”. Frise-se, ainda, que, de acordo com entendimento doutrinário majoritário, os produtos a que se refere a CF/88 podem ser descritos como bens corpóreos e móveis, não abarcando o conceito amplo da palavra “produto”. Segundo ensinamentos do professor Miguel Hilú Neto, “entende-se, portanto, que o sistema constitucional tributário brasileiro, ao se referir a produtos, utiliza o vocábulo em sentido estrito, ou seja, bens corpóreos resultantes da transformação progressiva de elementos da natureza. Excluem-se, dessa forma, os bens que não têm existência física, como aqueles transferidos por download”. Cabe também destacar, que o II, ao contrário do ICMS, abrange tanto bens quanto mercadorias. O termo “produto” não se confunde com “mercadoria”, vez que esta carrega consigo o atributo da destinação ao comércio. Logo, para que um bem se caracterize como mercadoria, é necessário que ele seja móvel, corpóreo e que esteja destinado ao comércio. Conclui-se, portanto, que o critério material do II consubstancia-se no ato de importar bens estrangeiros. B) Critério Temporal No que se refere ao critério temporal do II, nos termos do art. 19 do CTN, consiste no momento em que se considera a entrada de produtos estrangeiros no território nacional, o que pode gerar alguma dúvida. De acordo com art. 23 do Decreto-Lei 37/66, o fato gerador do II ocorre na data em que registrada a declaração de importação para que seja efetuado o desembaraço aduaneiro. Todavia, há quem entenda que a legalidade de tal previsão deve ser discutida, vez que contraria o disposto no CTN que, por seu turno, é a norma geral em matéria tributária, de modo que qualquer norma inferior às suas disposições, permite o questionamento quanto à legalidade. Esse é o entendimento do professor Miguel Hilú Neto ao asseverar que: “ainda que assim o seja, encontram-se disposições diversas em textos normativos infraconstitucionais (e até infralegais), cuja validade é de ser discutida. A jurisprudência, contudo, tem entendimento pacificado no sentido que não há qualquer incompatibilidade entre o art. 23 do Decreto-Lei 37/66 e o art. 19 do CTN, nesse sentido: “Tributário. Imposto de Importação. Veículo Novo. Fato Gerador. Majoração de Alíquota. Decreto nº 1.471 de 27 de abril de 1995. 1. Em se tratando da 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/23 importação de mercadorias para consumo, o fato gerador não ocorre no momento da celebração do contrato, mas quando do registro da declaração de importação na repartição aduaneira (art. 23 do Decreto-lei 37/66). É a alíquota vigente nesta data que deve ser aplicada para o cálculo do imposto. 2. Recurso conhecido e provido. (REsp 139658/PR, Rel. Ministro MILTON LUIZ PEREIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/02/2001, DJ 28/05/2001, p. 173)” PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPATIBILIDADE DO ART. 23 DO DECRETO-LEI N. 37/66 COM O ART. 19 DO CTN. FATO GERADOR. DATA DO REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PRECEDENTES. 1. Não há incompatibilidade entre o art. 19 do Código Tributário Nacional e o art. 23 do Decreto-Lei n. 37/66, porquanto o desembaraço aduaneiro completa a importação e, consequentemente, representa, para efeitos fiscais, a entrada de mercadoria no território nacional. 2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, no caso de importação de mercadoria despachada para consumo,o fato gerador do imposto de importação ocorre na data do registro da declaração de importação. Desse modo, deve ser aplicada para o cálculo do imposto a alíquota vigente nessa data. 3. Precedentes: EDcl no REsp 1.000.829/ES, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 17.6.2010; AgRg no Ag 1.155.843/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe 30.9.2009; REsp 1.046.361/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 5.3.2009; REsp 139.658/PR, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, DJ 28.5.2001. Recurso especial provido” De acordo com o entendimento jurisprudencial, Leandro Paulsen afirma que “é por ocasião do registro da declaração de importação, realizado eletronicamente através do SISCOMEX, que se considera ocorrido o fato gerador do Imposto sobre a Importação, de modo que dá ensejo à incidência da legislação vigente naquele momento. C) Critério Espacial Quanto ao critério espacial do Fato Gerador do II, importante destacar o art. 2° do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09 e suas alterações) que dispõe que “O território aduaneiro compreende todo o território nacional”. Em seu art. 3º, o Regulamento delimita a abrangência da jurisdição aduaneira, em zonas onde o poder público pode exercer as suas competências, para fins do controle das importações e exportações: “Art. 3º A jurisdição dos serviços aduaneiros estende- se por todo o território aduaneiro e abrange (Decreto- Lei n° 37, de 18 de novembro de 1966, art. 33, caput): 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/23 I — a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local: a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e II — a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo”. Com efeito, tendo em vista que as operações de importação somente podem ser realizadas nos locais onde o Poder Público exerce sua jurisdição aduaneira, o critério espacial do imposto de importação ficará restrito a estes locais específicos do território nacional, vez que, fora destes pontos, não é possível se fazer a regular importação do bem. D) Critério Pessoal O critério pessoal do II, se refere ao sujeito passivo do imposto que, de acordo com o art. 22 do CTN, tanto pode ser o importador ou quem a lei a ele equiparar (inciso I), quanto o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados (inciso II). O art. 31 do Decreto-Lei 37/66, com alterações dadas pelo Decreto-Lei nº 2.472/88), determina também como contribuinte do imposto o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entre postada. O Decreto-Lei 37/66, com as modificações da Medida Provisória nº 2158-35/2001 e da Lei nº 11.281/06, ainda elege, segundo seu artigo 32, como responsáveis tributários solidários do II, o transportador e o depositário e como responsáveis solidários: o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto; o representante, no País, do transportador estrangeiro; o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora e o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora. E) Critério Quantitativo Por fim, no que respeita ao critério quantitativo do Fato Gerador do II, o art. 20, CTN dispõe acerca de sua base de cálculo, estabelecendo três hipóteses relativas à sua base de cálculo, dispondo que: “Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/23 I — quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II — quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III — quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação”. O inciso I trata da hipótese de base de cálculo em que a alíquota aplicada é específica, ou seja, um valor fixo de acordo com a unidade de medida adotada por lei e que, nesse caso, será considerada com a base de cálculo (BC). Exemplo: R$ 2,00 (alíquota específica) por metro de tecido (BC) O inciso II trata de situações mais comuns nas quais se prevê uma a alíquota ad valorem (um percentual a ser aplicado) sobre a base de cálculo (BC) que, nesse caso, será o preço do produto. Nesta sistemática, a base de cálculo é o preço do produto quando da importação. Este preço, porém, não é necessariamente aquele que foi estabelecido no negócio jurídico entre o exportador estrangeiro e o importador brasileiro, mas o valor aduaneiro, “apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio — GATT 1994” (art. 74, II do Decreto n° 6.759/09). O artigo 76 do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09) estabelece que “toda mercadoria submetida a despacho de importação está sujeita ao controle do correspondente valor aduaneiro” que consiste na “verificação da conformidade do valor aduaneiro declarado pelo importador com as regras estabelecidas no Acordo de Valoração Aduaneira” (parágrafo único do artigo 76). O Regulamento Aduaneiro, ainda, estabelece que integram o valor aduaneiro I) o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga, II) os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais referidos no inciso I; e III) o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos incisos I e II (artigo 77). Na terminologia do comércio internacional (INCOTERMS), o valor que será utilizado como base de cálculo do Imposto de Importação é o CIF (Cost, Insurance and Freight) que inclui, além do preço do produto importando, os valores relativos ao seguro e ao frete incidentes na operação. A alíquota a ser aplicada será aquela fixada na Tarifa Externa Comum que estabelece alíquotas comuns a serem aplicadas nos países do MERCOSUL, com base na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) para produtos e serviços (Art. 90 do Decreto n° 6.759/09 e art. 22 do Decreto-Lei nº 37/66). Características Próprias do Imposto 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/23 O Imposto de Importação (II) é um imposto extrafiscal, dada a sua natureza regulatória e protetiva e, em razão dessa mesma natureza, apresenta características que o distinguem de outros impostos. Nesse aspecto, o art. 153 da CF/88, em seu § 1º, excepciona, relativamente, o princípio da estrita legalidade ao permitir que o Poder Executivo altere as alíquotas do II: § 1º — É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V”. Com efeito, o Poder Executivo Federal, pode, por meio de Decreto, alterar as alíquotas do imposto. Não pode, entretanto, criar tais alíquotas na medida em que essas somente podem ser alteradas por lei. Por outro lado, o art. 150, CF/88 traz outra característica peculiar do II, na medida em que, segundo o mencionado dispositivo legal, não é necessário que seja observada a anterioridade e a noventena com relação a este imposto. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: “§1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I“. II) IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO Regência Normativa Art. 153, II, CF; arts. 23 a 28, do CTN e Decreto-Lei 1578/77, com suas alterações. Fato Gerador do Imposto de Exportação (IE) e seus critérios No Código Tributário Nacional, o IE vem disciplinado nos arts. 23 a 28. O art. 23, do CTN, determina que o Fato Gerador do imposto é a saída para o estrangeiro de produtos nacionais ou nacionalizados. O Decreto-Lei 1578/77, por seu turno, disciplina o IE, dispondo sobre os elementos da regra-matriz deste tributo. De acordo com o art. 8º deste diploma normativo, as regras referentes ao Imposto de Importação (II) aplicam-se subsidiariamente ao IE, quando não houver previsão específica: “Art. 8º — No que couber, aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação a legislação relativa ao imposto de importação”. 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/23 A) Critério Material O art. 1º, do Decreto-Lei nº 1.578/77, reitera a definição do Fato Gerador do IE, já prevista no art. 23, do CTN, como sendo a saída de produto nacional ou nacionalizado do território nacional: “Art.1º — O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem como fato gerador a saída deste do território nacional”. O artigo estipula o critério material do imposto. De acordo com a própria denominação, o IE tem como critério material o ato de exportar produto nacional ou nacionalizado para o exterior. Tal como ocorre no imposto de importação, a exportação, para fins de incidência do IE pode ser tanto de bens quanto de mercadorias. Produto nacional é aquele fabricado no Brasil e produto nacionalizado é aquele não foi produzido no país, mas que tenha se incorporado à economia nacional. É preciso, portanto, que haja a integração do produto na economia do país estrangeiro. Assim, quando a saída de um produto do Brasil para outro país está condicionada ao seu retorno, não há exportação, motivo pelo qual não há incidência do imposto sobre exportação. B) Critério Temporal Consoante dispõe o art. 1º, § 1º, do Decreto-Lei 1578/77, o fato gerador do IE ocorre no momento em que é emitida a guia de exportação: § 1º — Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente”. Atualmente, existe o Sistema Integrado de Comércio Exterior — SISCOMEX, que substituiu as guias de exportação. Assim, o critério temporal passa a ser o momento do “registro da exportação” neste sistema, conforme art. 213, p. único, do Decreto 6759/09. Ensina Leandro Paulsen que: “Em face da implantação do SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) e do consequente processamento eletrônico dos diversos atos inerentes ao comércio exterior, não há mais guias de exportação, sendo seu equivalente o ‘registro da exportação’ junto ao SISCOMEX (...). O STF tem ressaltado que o ‘registro da exportação’ não pode ser confundido com o ‘registro da venda’, este irrelevante para a incidência do imposto”. Todavia, tal qual ocorre com o Imposto de Importação, o critério material do imposto de exportação somente ocorre com a saída do produto do território nacional. Assim, pode-se discutir a legalidade do dispositivo que fixaria o momento da ocorrência do fato gerador antes que tal acontecimento ocorra efetivamente. Segundo a lógica aqui aplicada, o critério temporal deveria ser considerado como o momento da saída do produto nacional ou nacionalizado do território nacional. 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/23 C) Critério Espacial Para fins de estipulação do critério espacial do Imposto de Exportação, necessária a consideração do território e da jurisdição aduaneira. Assim, do mesmo modo que o imposto de importação, o critério espacial consistirá nos pontos alfandegados do território brasileiro. D) Critério Pessoal Nos termos do art. 27 do CTN, sujeito passivo do IE é a pessoa que efetua a exportação ou aquela a ela equiparada, em razão de previsão legal. Outros textos legais fazem previsões semelhantes, como o art. 5º, do Decreto-Lei 1578/77, que igualmente define como contribuinte o “exportador, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional”. E) Critério Quantitativo Conforme dispõe o art. 24 do CTN, a alíquota do IE pode ser específica ou ad valorem. A primeira é aquela alíquota que consiste em um valor específico em função de uma medida adotada em lei para cada produto. A segunda, é um percentual a ser aplicado sobre o valor do produto exportado. Tal como se verifica com o imposto de importação, o preço que será considerado para fins de base de cálculo do IE não será, necessariamente, aquele previsto nos termos do negócio jurídico estabelecido entre as partes, mas o “o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência” (art. 24, CTN). Já, ao contrário do que ocorre com imposto de importação, para o IE imposto de exportação a base de cálculo não abrange o frete e seguro internacionais. Na nomenclatura do comércio internacional, o preço que será considerado base de cálculo do IE é o preço FOB (Free on board). No que respeita à alíquota do IE, o art. 3° do Decreto-Lei 1578/77 dispõe que essa será de 30%, “facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior” (Redação dada pela Lei nº 9.716/98). O parágrafo único desse artigo ainda estipula que “em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cinco vezes o percentual fixado neste artigo”. (Redação dada pela Lei nº 9.716/98). Características Próprias do Imposto O imposto de exportação, assim, como o imposto de importação, é de competência da União, conforme art. 153, II, da CF/88. Assim, nos mesmos moldes do imposto de importação, o §1º deste dispositivo constitucional atenua o princípio da legalidade, dada a natureza extrafiscal desse imposto e o art. 150, §1º afasta a aplicação da anterioridade e da noventena. 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/23 O Drawback no Comércio Exterior Trata-se de um regime aduaneiro especial que disponibiliza alguns incentivos fiscais para quem se interesse em realizar operações de comércio exterior (COMEX). Referido regime, foi instituído pelo Decreto-Lei 37/66 e consiste em uma desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação. Dispõe o art. 78, do Decreto-Lei 37/66, in verbis que: Art.78 - Poderá ser concedida, nos termos e condições estabelecidas no regulamento: I - restituição, total ou parcial, dos tributos que hajam incidido sobre a importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada; II - suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada; III - isenção dos tributos que incidirem sobre importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado. Dessa forma, o regime de Drawback elimina ou suspende os impostos sobre insumos que foram importados objetivando a produção de mercadorias que serão objeto de futuraexportação. A finalidade desse regime é a de incentivar empresas brasileiras a fim de se tornarem competitivas no mercador internacional, na medida em que importam os insumos a um preço menor para produzir produtos que posteriormente os exportem para o mercado internacional. Exercício 1: As alíquotas do II podem ser: A) alternativas e especiais B) superiores e inferiores 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/23 C) fixas ou flutuantes D) nacionais e internacionais E) "ad valorem" e específicas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: É instituto que abrange o II: A) "draw back" B) industrialização C) falta de lançamento D) base de cálculo indefinida E) desconto permanente Comentários: 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/23 Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Sobre o Imposto de Exportação, é correto afirmar: A) só pode ser aumentado ou instituído no prazo de 120 dias contados da data da lei que os aumentou ou institui B) só pode ser aumentado ou instituído no prazo de 90 dias contados da data da lei que os aumentou ou institui C) pode ser instituído ou aumentado no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que o institui ou aumentou D) por ser tributo de característica "fiscal' pode ser aumentado por decreto, observado o princípio da anterioridade E) por ser tributo de chamado "extrafiscal", pode ser aumentado por decreto, observado o princípio da anterioridade Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: O imposto de exportação é: A) natural 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/23 B) extralegal C) ultralegal D) extrafiscal E) racional Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: O fenômeno pelo qual é admitida mercadoria estrangeira no país para depois proceder-se à sua saída sem a tributação pelo II e IE e sem ter havido a industrialização é: A) "draw back" B) admissão temporária C) "dumping" D) legalização 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/23 E) tratado nacional Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: A base de cálculo do II e IE é: A) valor da mercadoria B) valor do frete C) valor da industrialização D) valor da nota fiscal E) valor mercadoria mais taxa de embarque Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/23 Exercício 7: Segundo o artigo 153, parágrafo primeiro, da Constituição Federal, é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos: A) Imposto de Renda e Imposto de Importação B) Imposto de Importação e Imposto de Exportação C) ITR e o Imposto de Exportação D) IOF e o Imposto de Renda E) Imposto de Importação e o ICMS Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: O imposto de importação é: A) internacional B) cumulativo 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 16/23 C) extralegal D) patrimonial E) extrafiscal Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: O contribuinte do imposto de importação é: A) quem aufere renda B) que industrializa a mercadoria C) que exporta mercadoria D) quem compra mercadoria importada no território nacional E) o arrematante em leilão Comentários: 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 17/23 Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 10: A mercadoria sujeita ao "draw back": A) não paga II e IE B) só paga imposto de renda C) paga somente II D) paga somente IE E) paga II e IE Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 11: O fato gerador do IE é: A) saída do produto da fábrica, devidamente industrializado B) saída do produto do entreposto aduaneiro 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 18/23 C) saída do produto do país D) saída do produto das fazendas e fábricas E) entrada da mercadoria no navio ou avião Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 12: Como forma de proteger a indústria de tecnologia da informação, o presidente da República editou decreto no qual majorou, de 20% para 34%, a alíquota do imposto sobre a importação de produtos estrangeiros destinados à fabricação de computadores. Com base no exposto, a referida majoração deve A) respeitar a reserva de lei complementar. B) ser promovida por lei de emenda à Constituição. C) ser aprovada por lei ordinária. D) respeitar o princípio da anterioridade. E) respeitar o princípio da irretroatividade. 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 19/23 Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 13: É facultado ao Poder Executivo Federal, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos elencados em: A) imposto sobre produtos industrializados, imposto extraordinário e imposto sobre importação. B) imposto de importação, imposto de exportação e imposto sobre renda. C) imposto sobre renda, imposto sobre exportação e imposto sobre importação. D) imposto sobre operações financeiras, imposto sobre produtos industrializados e imposto sobre renda. E) imposto sobre exportação, imposto sobre importação e imposto sobre operações financeiras. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 20/23 Exercício 14: Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no que se refere ao imposto de importação, A) o fato gerador é o desembaraço aduaneiro em alfândega nacional ou em EADI (Estação Aduaneira do Interior). B) a base de cálculo é, quando a alíquota for específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária. C) o contribuinte é o nacional que adquire bens ou mercadorias no exterior, de estrangeiro. D) o fato gerador ocorre no momento em que o negócio jurídico, de compra e venda, esteja definitivamente constituído, nos termos do direito aplicável. E) a base de cálculo é o valor do produto no mercado varejista regional, posta no estabelecimento do fornecedor (FOB), em situação de livre concorrência. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 15: Como forma de proteger a indústria de tecnologia da informação, o presidente da República editou decreto no qual majorou, de 20% para 34%, a alíquota do imposto sobre a importação de produtos estrangeiros destinados à fabricação de computadores. Com base no exposto, a referida majoração deve A) respeitar a reserva de lei complementar. B) 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online paraAlunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 21/23 ser promovida por lei de emenda à Constituição. C) ser aprovada por lei ordinária. D) respeitar o princípio da anterioridade. E) respeitar o princípio da irretroatividade. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 16: Em se tratando de Direito Tributário, o Imposto sobre Importação é devido pela entrada de produtos estrangeiros no País. De acordo com o Código Tributário Nacional, o contribuinte deste imposto é o A) importador ou aquele equiparado por lei, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. B) comprador ou adquirente direto do produto apreendido. C) adquirente legalmente apto a realizar arrematação do produto importado. D) comprador ou importador indireto do produto arrecadado. E) o contribuinte de fato 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 22/23 Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 17: Em relação ao que caracteriza os contribuintes do imposto sobre a importação, analisar os itens abaixo: I - Qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. II - O destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente. III - O adquirente de mercadoria entrepostada. IV - O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Estão CORRETOS: A) Todos os itens. B) Somente os itens I, III e IV. C) Somente os itens II e IV. D) Somente os itens II e III. E) Somente I e II Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 18: A respeito do Imposto sobre Exportações, é correto afirmar que: 26/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 23/23 A) incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior e tem como fato gerador sua saída do território nacional. B) incide sobre bens não essenciais exportados para consumo final e tem como fato gerador o registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior. C) incide sobre mercadoria nacional destinada ao exterior e tem como base de cálculo o valor aduaneiro do bem exportado. D) sua alíquota está fixada em 30%, sem possibilidades de redução ou majoração, e tem como base de cálculo o preço normal que a mercadoria alcançaria em uma venda em condições livre de concorrência no mercado internacional. E) incide sobre toda mercadoria destinada ao exterior a partir do território nacional e tem como fato gerador a emissão da Declaração de Exportação (DE). Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Compartilhar