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PSICOTERAPIAS NA ATUALIDADE

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MÉTODOS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE MENTAL 
PROFESSORA: PATRICIA SCHEEREN 
TURMA: 2020/I 
 
 
 
 
PSICOTERAPIAS NA ATUALIDADE 
 
 
 
 
Este arquivo consiste em um compilado dos trabalhos apresentados pela turma do curso 
de Psicologia 2020/I referente ao trabalho de psicoterapias na atualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terapia de Aceitação e Compromisso 
 
Autores: Daiane Andrade, Eduardo Rocha, Maristela Machado, Mônica Pereira, Sabrina 
Freuz e Volnei Júnior 
 
 
 A terapia de aceitação e compromisso (ACT) é uma terapia comportamental. É 
proveniente dos princípios básicos das teorias de aprendizagem conforme (Hayes, 
Villatte, levin, & Hildebrandt, 2011). A ACT é o desenvolvimento de uma abordagem 
que ressalta a relação do indivíduo com eventos psicológicos, e não dos eventos em si 
(Hayes, 2008). 
 Sobre a história da ACT, Zettle (2005) nos traz a informação de que pode ser 
dividida em três períodos. O primeiro ocorrido entre as décadas de 70 e 80 do século 
passado, a ACT foi chamada de Distanciamento Compreensivo, apontando um 
crescimento na elaboração da Terapia Cognitiva. Seu aditamento foi motivado pela 
“sensação de que o comportamento verbal e a linguagem desempenhavam a iniciação, 
constância e tratamento do comportamento anormal” (Zettle, 2005, p 78). Era essencial 
para uma clínica comportamental mais efetiva, levando a aplicação dos princípios do 
comportamento verbal e outras abordagens clínicas. 
 O segundo período da ACT ocorreu entre 1985 e 1999, quando foi desenvolvida 
a Teoria dos Quadros Relacionais (TQR, Hayes, Barnes – Holmes, & Roche, 2001). A 
TQR aumentou as concepções de Skinner sobre comportamento verbal, seguimento de 
regras e fundamentando o modelo das intervenções da ACT. Foi nesse período a alteração 
do nome Distanciamento Compreensivo para Teoria de Aceitação e Compromisso. Essa 
modificação no nome visou diferenciar a ACT do Cognitivismo. O termo distanciamento 
foi emprestado da Teoria de “Aaron Beck” e da conotação dissociativa do seu nome 
original. 
O terceiro e último período atinge o ano de 2000 até a atualidade, nesse momento 
há a disseminação pela publicação do livro Terapia de Aceitação e Compromisso: Uma 
abordagem Experiencial a Mudança Comportamento (Hayes, Strosahl, & Wilson, 1999). 
A partir desse marco a ACT tem sido investigada e reconhecida como uma abordagem 
contextualista baseada na TQR. 
 Conforme Hayes, Pistorello, & Levin (2012) até o ano de 2012 pode se contar 
com mais 60 livros científicos sobre ACT, publicados em mais de 10 línguas e pelo menos 
63 estudos clínicos eventuais abrangendo temas diversos, como ansiedade, administração 
da diabetes, preconceito, enfretamento do câncer, transtorno borderline e desempenho 
esportivo. 
Pragmátismo: “A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a 
preparação para a vida, é a própria vida” (John Dewey). 
Contextualismo Funcional: Prediz e influencia eventos, utilizando conceitos 
empíricos e regras. 
 Comportamentalismo Radical: O comportamento verbal é um comportamento 
operante, agindo sobre o ambiente e sofrendo as consequências da alteração que provoca 
nele (Skinner, 1957/1992) 
Teoria dos Marcos relacionais: É uma teoria da linguagem e da comunicação, 
introduzindo o conceito de Resposta Relacional. (Hayes) 
Estabelecimento de um estado de Desesperança criativa: É fazer o cliente ver que 
o que ele está fazendo para solucionar o se problema não funcionou ou não está 
funcionando, para sair daquela situação. 
O controle é o problema, não a solução: Consiste em mostrar ao cliente que seus 
intentos para solucionar ou eliminar algo não são a solução e sim são parte do problema. 
Reduzir a fusão com a linguagem: Implicar em romper a relação entre 
comportamento e pensamento, se distanciando da linguagem tomada como literal. 
Diferenciar o eu do conteúdo (comportamento) do eu como contexto (a pessoa): 
Consiste em criar um sentido transcendente da pessoa em que ela se vê, no contexto ou 
local no qual se dão diferentes comportamentos por ela aplicado. 
 Esclarecimento dos valores do cliente: Consiste em mostrar o que é importante na vida 
de uma pessoa. Enquanto se alinha seus valores e atos. 
Desenvolver a vontade de compromisso: Fazer com que a pessoa tenha 
responsabilidade sobre seus atos e sua vida, enquanto está em processo de aceite daquilo 
que não se pode mudar. 
Técnicas relacionadas a reformulação de falas e pensamentos tem sido 
constantemente usadas nessa terapia. 
A terapia de aceitação e compromisso recebe esse nome porque é focada em 3 
áreas: 
1. Aceitação da realidade e das reações emocionais e comportamentais 
2. Escolha de uma direção de acordo com os valores do indivíduo 
3. Comprometimento com a mudança desejada 
 
Fatores que levam ao sofrimento de acordo com a ACT 
Fusão cognitiva: 
A fusão cognitiva pode ser definida como um estado no qual a pessoa está fundida 
com seus pensamentos e sentimentos. A pessoa passa a interpretar o que sente e pensa 
como o que está acontecendo de fato, ao invés de se atentar à realidade. É como se a 
pessoa vivesse no que está se passando em sua cabeça e não no mundo real. 
Embora seja um fenômeno natural da nossa psique, a fusão cognitiva pode ser 
bastante prejudicial quando há distorções cognitivas. Essas distorções fazem com que os 
pensamentos e sentimentos do indivíduo não sejam muito precisos em relação à realidade, 
resultando em interpretações errôneas acerca dos acontecimentos. Portanto, “viver” 
nossos pensamentos e sentimentos às vezes pode atrapalhar mais do que ajudar. 
Esquiva experiencial: 
Também chamada de evitação experiencial, a esquiva experiencial é a tendência 
que as pessoas têm de evitar situações que acreditam que podem lhe causar desconforto 
psicológico. 
Esse desconforto psicológico aparece na forma de pensamentos negativos e 
autodepreciativos. Por exemplo, uma pessoa pode deixar de ir na academia, uma atividade 
importante e frequentemente positiva, por achar que será julgada pelo seu jeito de fazer 
exercícios ou pelo seu condicionamento físico no momento. A fim de evitar esses 
pensamentos, a pessoa não vai na academia e deixa de fazer exercícios. 
Conceito rígido de si mesmo: 
As pessoas tendem a ver umas às outras como estáveis, constantes ou até mesmo 
rígidas. Usam adjetivos para descrever a si mesmas como se fossem apenas aquilo em 
todos os momentos da vida. São usados rótulos como “agradável” ou “fracassado” para 
definir uma pessoa, e isso pode ter um peso bem grande na saúde mental. 
Falta ou confusão em relação aos valores: 
Valores são como uma bússola interna que dão sentido e direção à nossa vida. 
Eles ajudam na hora de tomar decisões e agir perante as situações. Esses valores estão 
diretamente relacionados com aquilo que valorizamos na vida. Por exemplo, se uma 
pessoa valoriza a natureza, ela tentará levar uma vida com o mínimo impacto ambiental 
possível. 
 Podemos ter valores em diversos aspectos da nossa vida. Valores acerca de 
relacionamentos, da nossa vida social, do trabalho, saúde, entre outros. Contudo, quando 
uma pessoa entra em um estado de fusão cognitiva frequente, é fácil acabar se esquecendo 
de seus valores e tomar decisões incompatíveis com aquilo que acredita. 
 A seguir são apresentados alguns conceitos que guiam os trabalhos na ACT. 
Nem todos tem um fim em si, mas interagem entre si para conseguir alcançar o objetivo 
geral da terapia, que é a flexibilidade psicológica. 
 Aceitação: 
 Muitas coisas que acontecem conosco são desagradáveis e, por isso, não queremos 
aceitá-las. Contudo, isso pode acabar piorando ainda mais a situação. É o caso da pessoa 
em uma crise de ansiedade que, sem aceitar a ansiedade, acaba ficando ainda mais 
ansiosa. 
 A aceitação consisteem um envolvimento consciente nesses eventos 
desagradáveis. No caso da pessoa em crise de ansiedade, é melhor sentir a ansiedade de 
uma vez do que tentar se defender e falhar, gerando mais ansiedade ainda. 
 O mesmo vale para qualquer sentimento negativo: lutar contra eles muitas vezes 
não melhora a situação. Pelo contrário, pode até piorar. Aceitar o que está sentindo e se 
deixar sentir é a chave para que o sentimento seja resolvido. 
Defusão cognitiva: 
 A defusão cognitiva nada mais é do que o processo contrário à fusão cognitiva. 
Busca-se mudar a maneira que se interage com os pensamentos, sentimentos e 
percepções, não mais vivenciando eles como realidade, mas como simples percepções 
que podem estar erradas. 
 Ao ter um pensamento negativo, por exemplo, a pessoa pode aceitá-lo como uma 
realidade ou perceber que se trata apenas de um pensamento e não um fato consumado. 
Para isso, há uma variedade de técnicas que o terapeuta pode ensinar ao paciente durante 
o curso da terapia. 
 Uma das técnicas envolve narrar o processo do pensamento. Ao invés de aceitar 
o pensamento “eu sou um fracassado” como uma verdade, narrar o processo como “estou 
pensando que sou um fracassado” ajuda a perceber que se trata apenas de um pensamento, 
que pode estar errado, e não uma representação fiel da realidade. 
Contato com o presente: 
 O contato com o momento presente é de extrema importância para lidar com certos 
problemas. Por isso, ele também é um dos pilares da ACT. 
 Ao estar em contato com o presente, a pessoa é capaz de pensar com clareza a 
respeito das coisas que acontecem, identificando seus pensamentos e interpretações como 
eventos psicológicos subjetivos e não como parte da realidade. 
 Além disso, é no contato com o presente que é possível a mudança de 
comportamento para que suas ações sejam mais consistentes com seus valores. 
Eu como contexto: 
 Como dito anteriormente, frequentemente existe um apego a um conceito rígido 
de si mesmo quando, na realidade, seres humanos são sempre diferentes em diversos 
contextos. 
 Ninguém age da mesma forma o tempo inteiro. Nossas emoções afetam nosso 
comportamento, os eventos externos afetam nosso comportamento… Por mais que 
tenhamos valores que tentamos seguir, não vamos agir sempre do mesmo jeito. 
 Tudo depende de um contexto — até mesmo o “eu”, a maneira que usamos para 
nos definir, depende do contexto. Quem eu sou depende do que aconteceu e do que está 
acontecendo comigo. É importante ter essa noção porque a concepção de um eu 
cristalizado pode causar muito sofrimento, especialmente no que tange nossos erros e 
defeitos. 
 Admitir que por vezes agimos com agressividade não quer dizer que somos 
pessoas agressivas 100% do tempo. Contudo, as pessoas que estiveram presente no 
momento podem achar que sim, e isso pesa na consciência. Ainda assim, a realidade é 
outra: agimos com agressividade, mas não somos pessoas agressivas. Somos apenas 
pessoas agindo de acordo com o contexto e não tem nada de errado nisso. 
 Entender que nossas ações e até mesmo identidade depende de um contexto torna 
a aceitação da realidade muito mais fácil. 
Compromisso: 
 Por fim, um dos conceitos mais importantes é a disposição ao compromisso. 
Apenas quando o indivíduo se compromete com a terapia e com a mudança de 
comportamento para comportamentos mais adequados é que a terapia poderá ter algum 
efeito. 
 O paciente se compromete com as mudanças desejadas a partir da aceitação e dos 
valores já trabalhados em terapia. 
 
 
 
Indicações 
ACT é a terapia baseada na aceitação foi originalmente indicada por Hayes (1987) 
para transtornos de ansiedade e de humor, que Normalmente envolvem emoções e 
pensamentos desagradáveis. São indicados também para Transtorno Borderline, Dor 
crônica, Esquizofrenia. 
O objetivo do ACT é estar presente com o que a vida nos traz e nos levar em 
direção ao comportamento valorizado. Evitando que deixamos de fazer coisas que são 
importantes para nós, na tentativa de evitar sentimento, experiências que não queremos 
sentir. Mostrando ao paciente que podemos não nos livrar dos medos, mas podemos 
aprender a conviver bem com eles. 
Empregada em diversos contextos psicopatológicos, a ACT tem passado uma 
perspectiva positiva no tratamento contra ansiedade, distúrbio alimentares, dependências 
e depressão. ACT é subjetiva, portanto, não possui etapas pré-estabelecidas. No primeiro 
momento é feito uma avaliação e coleta de dados a fim de entender o caso, depois, a 
familiarização do indivíduo em relação á abordagem escolhida, consolidando os ganhos 
e fim da terapia. 
A duração vai depender do contexto em que ela vai estar inserida (escolas, 
atendimentos públicos ou privados, Hospitais públicos entre outros). Ela demora o tempo 
necessário para desenvolver a flexibilidade psicológica do indivíduo. 
Ao término da terapia a pessoa será capaz de praticar o que foi aprendido e continuar 
como seu próprio terapeuta. 
 
Estudos Sobre a Eficácia da ACT 
“Dois recentes artigos (Hayes, Masuda et al., 2004; Hayes et al., 2006) 
confirmam a diminuição dos sintomas em pacientes como depressão, suicidalidade, auto-
ferimento, abuso de substâncias, dor crônica, ansiedade, psicose, fumo, preconceito, 
estresse laboral, síndrome de Burnout, diabetes, adaptação ao câncer, transtorno 
obsessivo-compulsivo, tricotilomania, adaptação à epilepsia e auto-estigma, dentre 
outros.’’ 
Segundo, Hayes, Bergan e Romano (1998) impacto da terapia em um grupo de 
clínicos em uma grande organização de saúde onde trabalhavam. Este estudo se baseou 
em novos pacientes que chegavam até o local onde os clínicos locais atendem os mesmos 
independente de seu diagnóstico, eles chegavam e eram avaliados no inicio e após cinco 
meses de atendimento para a veracidade do estudo. 
Após duas oficinas sobre a terapia ACT ministradas e quatro horas mensais de 
supervisão, os pacientes foram novamente avaliados e resultou em uma melhora 
significativa, contando com menos prescrição de medicamentos. Sendo assim este 
treinamento obteve clínicos mais efetivos, conforme resultados em pacientes. 
Neste teste alguns estudantes aplicaram terapias cognitivas convencionais também, e 
observaram que no pós-tratamento, a ACT se sobressaiu, pois teve um aumento 
significativo de confiança e auto aceitação em comparação as TCC. 
 Psicose: Usando as intervenções da ACT, temos uma melhora visível nos sintomas de 
pacientes psicóticos. Bach e Hayes (2002) concluem que esta teoria comparada a outras, 
usando intervenções de três horas da terapia psicóticas, reduzirem a até em 50% das 
chances deles serem hospitalizados até quatro meses após o término do tratamento. 
Dor: Também é destacadas em resultados com pacientes com dores, segundo Dahl, 
Wilson, e Nilsson (2004), a terapia por um período de quarto horas diminuiu 91% as dores 
por um período de 6 meses. Essas dores que por vezes causam afastamento do trabalho. 
Esse teste foi feito com pacientes de dor crônica e propensos a deficiência permanente. 
 
Referências: 
https://www.psychologytoday.com/intl/blog/two-takes-depression/201102/introduction-
acceptance-and-commitment-therapy 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
55452008000100008 
https://contextualscience.org/act 
http://institutodepsiquiatriapr.com.br/terapia-de-aceitacao-e-compromisso-act-o-que-e-
e-como-funciona/ 
https://www.google.com/search?q=terapia+de+aceita%C3%A7%C3%A3o+e+comprom
isso&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjzq8iE4LPoAhWbHrkGHVezAG
sQ_AUoAnoECA4QBA&biw=1600&bih=757#imgrc=xCIUWck02hTCWM 
https://amenteemaravilhosa.com.br/terapia-de-aceitacao-e-compromisso/ 
HAYES, Steven C.; PISTORELLO, Jacqueline e BIGLAN, Anthony.Terapia de 
Aceitação e Compromisso: modelo, dados e extensão para a prevenção do suicídio. Rev. 
bras. ter. comport. cogn. [online]. 2008, vol.10, n.1,pp. 81-104. ISSN 1517-5545. 
 
 
 
Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR) 
 
Autores: Bibianna Dutra, Fernanda Rauber, Ketlyn Kunze, Luiza Juszkevicz, Queila e 
Yasmin Cardoso 
 
Introdução 
Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR) foi criado por 
Francine Shapiro em 1989 nos Estados Unidos, é uma psicoterapia que por ser descrita 
como um procedimento e um protocolo estandardizado que inclui uma estimulação 
sensorial bilateral como o movimento dos olhos com o objetivo de trabalhar e reprocessar 
memórias traumáticas ou outros eventos de vida adversos (EMDR Europe Association, 
2017). 
Essa terapia é um tratamento com oito fase agrupadas em três dimensões. Inicia-
se uma avaliação clínica e compreensiva da imagem trazida pelo paciente, preparação do 
paciente para a intervenção e em seguida o processamento de: a) eventos passados que 
fundaram a patologia; b) situações perturbadoras atuais; c) desafios para o futuro. 
 
Fundamentos teóricos 
O EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) é uma abordagem 
desenvolvida na década de 80 pela pesquisadora norte-americana Francine Shapiro 
acidentalmente (Shapiro, 1989). 
Como Shapiro conta (2001), ela estava numa caminhada na Califórnia, quando 
percebeu que os pensamentos perturbadores que tinha no momento começaram a 
desaparecer. Quando novamente, voltou a pensar neles, notou que esses pensamentos já 
não a incomodavam como antes de iniciar a atividade. Também percebeu que, quando 
um pensamento perturbador vinha à sua mente, seus olhos começavam a se mexer 
rapidamente de um lado para o outro. 
Entre os anos 1987 e 1988, Shapiro operou um estudo comparando dois grupos: 
um que era aplicado o EMDR e outro grupo placebo, totalizando 22 pacientes 
apresentando sintomas de Perturbação Pós-Stress Traumático (PPST) e sofrendo de 
memórias traumáticas. Os resultados da aplicação foram significativos, com todos os 
pacientes do grupo EMDR apresentando melhoras consideráveis que se mantiveram após 
90 dias da aplicação (Shapiro, 2014). 
 
Principais conceitos 
A participação em formação em EMDR é limitada a profissional licenciados na 
área de saúde mental psicológica clínicos e psiquiatras, cujas qualificações são 
conhecidas no país que residem. Quem passou por problemas psicológicos como: 
tristezas, flashbacks ou problemas do sono a EMDR é uma terapia muito eficaz. 
Geralmente sua indicação se dá a pacientes que presenciaram traumas como: um 
crime violento, ou ataque por um cachorro feroz ou teve que lidar com abuso sexual e 
violência doméstica, essas experiências traumáticas estão armazenadas no cérebro junto 
com muitas emoções. Portanto, uma vez que essa memória esteja guardada a longo prazo 
ela pode incomodar por muito tempo, a memória perturbadora fica voltando 
involuntariamente trazendo sentimento de impotência ou te faz acreditar que você não 
tem valor. 
 A terapia EMDR pode-lhe ajudar a se livrar dessas queixas e sentimento 
dolorosos, como a orientação do terapeuta você irá ativar as lembranças dessas 
experiências perturbadoras. Feito isso o terapeuta vai lhe pedir para pensar nesses eventos 
horríveis, então o profissional move seus dedos na frente dos seus olhos rapidamente de 
um lado para o outro e pede que você acompanhe seus dedos ou mais rápido que puder, 
mantendo a lembrança traumática na sua mente e acompanhando os dedos do terapeuta 
ao mesmo tempo. 
A memória operacional começa a processar muitas informações tanto de 
informações que a imagem fica borrada e perde a sua carga emocional. Quando a carga 
emocional diminui também fica mais fácil pensar de forma diferente a respeito da 
experiência, gerando uma ressignificação da mesma em sua memória. 
 
Principais técnicas 
O método permite a dessensibilização e o reprocessamento de experiências através 
da estimulação dos dois hemisférios do cérebro. Normalmente é utilizado para reduzir 
sintomas de ansiedade, manifestações depressivas e para melhorar, de forma global, a 
saúde mental do paciente. Trata-se de um método especialmente eficiente em questões 
relacionadas a eventos traumáticos. Este tipo de terapia utiliza a estimulação sensorial 
(auditiva, ocular e/ou tátil) para ativar mecanismos de cura. (Associação EMDR 
Portugal, 2016a). 
 
Indicações 
A Técnica de EMDR pode ser indicada no tratamento de transtorno de estresse 
pós-traumático (TEPT). Apesar de poucos estudos sobre as evidências da EMDR em 
outras patologias, o mesmo se mostrou eficaz e traz resultados esperados como em outros 
tipos de terapias (Brunnet, Silva, Soares, Guimarães & Pizzinato, 2014, pág.120). 
Pode ser aplicada em pessoas com diferentes tipos de eventos traumáticos, mas 
para isso será avaliada a resistência e disposição da pessoa para passar pela técnica, essa 
avaliação está dentro de uma das fases do protocolo (Brunnet, Silva, Soares, Guimarães 
& Pizzinato, 2014, pág.123). A aplicação deve ser feita através de um protocolo de 8 fases 
e a duração das sessões varia de acordo com a necessidade de cada caso. 
No Brasil a técnica ainda é pouco difundida (Brunnet, Silva, Soares, Guimarães 
& Pizzinato, 2014, pág.128). É de extrema importância o levantamento de mais pesquisas 
e estudos, para identificar se a mesma poderá ajudar no tratamento de mais tipos de 
transtornos, pois hoje ainda não temos evidências suficientes. 
 
Evidências de eficácia 
O método iniciou-se com o tratamento para TEPT, no qual mostrou-se 
extremamente eficaz. Em artigos que foram feitos comparativos do método de EMDR 
com outras técnicas, a grande maioria apresentou significantes diferenças, entre os 
pacientes que estavam sendo aplicado o protocolo de EMDR com as demais técnica. 
Houve uma grande expansão do método, que foi citada por Clara Soares, 2015, 
psicóloga clínica, certificada em EMDR, no artigo “EMDR como ferramenta de ação no 
tratamento do Burnout”, no qual ela diz que hoje é um método cientificamente 
reconhecido no tratamento o TEPT, mas também para ansiedade e fobias, e é 
recomendado como tratamento eficaz por entidades como a Associação Americana de 
Psiquiatria (2004), o Departamento da Defesa Americano (2010), a Sociedade 
Internacional para o Estudo do Stresse Traumático (2009) e a OMS (2013). 
A eficácia do tratamento pode ser descrita como um resultado que traz a 
diminuição do impacto das emoções e memórias perturbadoras do paciente, através da 
indução do estado de relaxamento e diminuição da resposta de excitação fisiológica, 
gerada pelo trauma em questão. Capacitando assim uma ressignificação destas emoções, 
vistas como ruins, através de uma nova aprendizagem sobre essas. 
De todas as pesquisas que realizamos é possível afirmar que há uma melhora nos 
pacientes expostos a esta técnica e mais de 60% dos pacientes que concluem o tratamento 
não preenchem mais os critérios do transtorno do qual estava tratando. 
 
Informações sobre a formação em EMDR 
Apenas profissionais formados em psicoterapia tem acesso a essa a essa formação. 
O treinamento em EMDR é subdividido em três módulos, sendo eles: 
 
• Nível 1: Introdutório, composto por 20 horas, que são divididas entre 
apresentação da teoria, protocolos clássicos e específicos, assim como a prática 
dos papéis de terapeuta e paciente. 
• Nível Intermediário, composto por 16 horas, que incluem um 
aprofundamento de técnicas de manejo da terapia EMDR, técnicas específicas 
para administrar bloqueios de reprocessamento, protocolos adicionais, 5 horas de 
supervisão de casos e prática como terapeuta e cliente. 
• Nível 2: Avançado, apresentação de teoria dissociativo, manejo da 
dissociação, protocolos adicionais, subdividido também em 16 horas de teoria e 
prática e 5 horas de supervisão de casos. 
 
Os participantes devem chegar ao último módulo com um total mínimo de 50 
horas de prática de EMDR já realizados, imprescindivelmente. 
Sugere-se também que os candidatosse submetam a 5 horas de terapia como 
pacientes com um terapeuta certificado antes de começar o curso ou no seu decorrer. Esse 
custo não está incluído no investimento da formação. 
Após finalizar satisfatoriamente os três módulos, reconhece-se a conclusão e é 
concedido o certificado por treinadores credenciados pelo EMDR Institute (52 horas), 
título que vem dos EUA com o selo de reconhecimento da Dra. Shapiro. Também 
receberá a certificação do EMDR Ibero-América (EMDRIBA) no término do treinamento 
básico (52 horas), o certificado da AIBAPT – Associación Ibero-americana de 
PsicoTrauma, sediada em Barcelona, assim como o certificado do EMDR Treinamento e 
Consultoria que reconhece o trabalho clínico de 50 atendimentos exigidos para habilitar 
o profissional. 
O custo, médio, para a formação em EMDR é varia de 5.100,00 a 5.400,00, mas 
em nossas pesquisas não ficou claro se este valor é para todos os módulos ou individual. 
A maior parte destas informações foram retiradas do site TraumaClinic 
(https://traumaclinic.com.br/emdr), que tem como proprietária a diretora da associação 
de EMDR do Brasil, situada em Brasília, sendo mantido a descrição como estavam no 
mesmo, para que não houvesse informações equivocadas. 
 
Referências 
Breve História do Movimento EMDR (Disponível em 
https://emdrbrasil.com.br/histoacuteria-do-emdr.html) 
Brunnet, A. E., Silva, T. L., Soares, T., Guimarães, E. R. & & Pizzinato, A. (2014) 
Dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares (EMDR) para transtorno 
de estresse pós-traumático: uma revisão sistemática; 
Dias, J. C. N. C. C. (2017) O modelo terapêutico EMDR: Eye Movement Desensitization 
and Reprocessing- Viabilidade de aplicação no Hospital das Forças Armadas. 
EMDR Treinamento & Consultoria. (2017, 11,24). Como funciona o EMDR? [Arquivo 
de vídeo]. Recuperado de link https://youtu.be/8-DsFiYr2ac 
Formação em Terapia EMDR (Disponivel em https://traumaclinic.com.br/emdr) 
Revista Interinstitucional de Psicologia, (2014) Jan - Jun, Pág.119-131 
Revista Fatores de Risco (2015) N. º37 Jul-Set, Pág. 82-87 
Shapiro, F. (1989). Efficacy of the eye movement desensitization procedure in the 
treatment of traumatic memories. Journal of Traumatic Stress Studies; 
Shapiro, F. (2001). EMDR: Dessensibilização e Reprocessamento Através de 
Movimentos Oculares. Brasília: Nova Temática; 
Shapiro, F. (2002). EMDR 12 years after its introduction: past and future research. Journal 
of clinical psychology; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terapia Cognitivo Comportamenal 
 
Autores: Pietra Frohlich, Bruno Marcelo Almeida Muller, Francine Arruda da Luz, 
Franciele Corrêa Martins e Erick Douglas Cardozo Carvalho 
 
 
Fundamentos 
Dentro da psicologia, existem ainda diversas abordagens que podem solucionar 
transtornos psicológicos de todos os tipos. Entre suas abordagens, está a Terapia 
Cognitivo Comportamental ou TCC. A Terapia Cognitivo Comportamental ou TCC é 
uma abordagem da psicoterapia baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo 
radical com teorias cognitivas. A TCC entende a forma como o ser humano interpreta os 
acontecimentos como aquilo que nos afeta, e não os acontecimentos em si é a forma como 
cada pessoa vê, sente e pensa com relação à uma situação que causa desconforto, dor, 
incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. 
A Terapia Cognitiva começou a surgir no início dos anos 60 por Aaron Beck, 
Neurologista e Psiquiatra norte-americano, vindo de uma insatisfação com os modelos 
estritamente comportamentais, baseados em S-R. Albert Bandura e George Kelly foram 
os autores que participaram do movimento. Bandura por sua vez, contribuiu com a 
Aprendizagem por Modelo e para Kelly teve como princípio o Constructo pessoal. 
Beck propôs, inicialmente, um “modelo cognitivo da depressão” e que 
posteriormente evoluiu para a compreensão e tratamento de outros transtornos. Em um 
dos seus trabalhos publicados, Beck relaciona 03 domínios: 
• Si mesmo (autocritica) 
• Mundo (negatividade generalizada) 
• Futuro (desesperança) 
A TCC é usada para descrever as intervenções psicoterapêuticas, visando reduzir 
o sofrimento psicológico e o comportamento desajustado, alterando assim os processos 
cognitivos 
 (Kaplan et al, 1995) 
 
 
 
 
Indicações 
A Terapia cognitivo comportamental é aplicada em casos de Depressão, 
Transtorno de Ansiedade, Transtorno de pânico e agorafobia, Fobia Social, Transtorno 
obsessivo-compulsivo (TOC). 
 
Principais técnicas 
Durante a terapia, várias técnicas são ensinadas ao paciente para que ele possa 
identificar pensamentos, emoções e situações, resolver problemas, identificar 
pensamentos automáticos... 
Entre elas estão: 
Ø Técnicas de relaxamento: 
O relaxamento é um processo psicofisiológico que envolve respostas somáticas e 
autônomas, informes verbais de tranquilidade e bem-estar e estado da 
aquiescência motora. 
Ø Dissensibilização sistemática: 
A dissensibilização sistemática foi desenvolvida experimentalmente para tratar 
respostas de ansiedade (Wolpe, 1980) e evoluiu com grande aceitação nas décadas 
de 1970 e 1980. 
Ø Treino de assertividade: 
O treinamento do comportamento assertivo tem o objetivo de ensinar formas 
socialmente adequadas para expressão verbal e motora de emoções. 
Ø Parada de pensamento: 
A presença de pensamentos irreais ou improdutivos muitas vezes demanda 
comportamentos compulsivos ou de esquiva e dificulta a realização de tarefas 
desejáveis. 
Ø Autoinstrução: 
O treino de autoinstrução é uma versão experimental da terapia racional-emotiva 
de Ellis, na qual o paciente é treinado a desenvolver pensamentos adequados à 
situação vivenciada e realísticos quanto às possíveis consequências do 
comportamento emitido (Thorpe e Olson, 1977). 
Ø Inoculação do estresse: 
O estresse é uma relação entre a pessoa e o ambiente, que ela avalia como exigente 
ou excedente a seus recursos pessoais de enfrentamento e ameaçador de seu bem-
estar (Lazarus e Folkman, 1984). 
Ø Treino em habilidades sociais: 
Habilidade social é a capacidade de emitir respostas eficazes e adequadas a 
situações sociais especificas. 
Ø Solução de problemas: 
A técnica de solução de problemas treina o paciente em respostas possíveis para 
o manejo eficaz de uma situação problemática, de forma semelhante à técnica de 
autoinstrução e a inoculação de estresse. 
Ø Exposição: 
A técnica de exposição a estímulos temidos foi desenvolvida por Meyer nos anos 
de 1960 e superou as técnicas de dessensibilização e de relaxamento para o 
tratamento da ansiedade fóbica e de rituais compulsivos (Salkovskis, 1999). 
Ø Exposição e prevenção de resposta: 
Exposição e prevenção de resposta inclui a técnica de exposição mais o bloqueio 
da resposta utilizada para remover a ansiedade (Salkovskis, 1999). 
Ø Exposição interoceptiva: 
Especialmente útil no tratamento do transtorno do pânico, a exposição 
interoceptiva é sustentada pelo mesmo princípio da exposição, com o objetivo de 
romper ou enfraquecer a associação entre indicadores fisiológicos e respostas de 
pânico. 
 
As técnicas utilizadas na terapia cognitivo comportamental têm especial projeção 
na intervenção clínica, tratando transtornos psicológicos e psiquiátricos. 
 
Evidências de eficácia 
 
Na fobia social 
Técnica da exposição: os pacientes que possuem a fobia social e que sentem em 
si fisiologicamente os impactos dos altos níveis de ansiedade e desconforto. 
a técnica consiste em que o paciente pense em situações que de fato teme, e que assim 
consiga mapeá-las junto com o seu terapeuta, lembrando que esses variam dos que menos 
causam e despertam o sentimento de ansiedade até os que mais a causam acompanhado 
de desconforto. 
Geralmente, as principais situações onde os pacientes que sofrem da fobia são: 
• falar em público 
• comer e beber em público 
• sentir desconforto ao falar com outra pessoa (Lincoln & cols., 2003;Mersch, 
1995). 
A fase inicial da exposição consiste no acompanhamento do terapeuta com o paciente 
a enfrentar as situações que normalmente são as que foram citadas acima, porém podendo 
variar de pessoa para pessoa. Após a grande repetição das situações, ao longo do percurso, 
o paciente vai deixando de sentir os altos níveis de ansiedade e de desconforto que um 
dia sentiu, e assim seguindo o tratamento e se expondo a todos os tópicos mapeados 
anteriormente em suas sessões de terapia, assim reduzindo os seus sintomas. 
Estudos demonstraram a clara eficácia da exposição no tratamento da fobia social 
(Fava, Grand, Rafanelli, Conti & Belluard, 2001; Heimberg, Dodge & Hope, 1990; 
Lincoln & cols., 2003; Mattick, Peters & Clarke, 1989; Mattick & Peters, 1988; Mersch, 
1995; Newman, Hofmann, Trabert, Roth & Taylor, 1994; Shaw, 1979) 
 
Nos pacientes com depressão: 
Os pacientes com depressão sejam eles com sintomas leves, médios e profundos, 
sofrem com alto impacto em aspectos sociais, profissionais, acadêmicos e ou outras 
diversas áreas de funcionamento, tendem a ter comportamento e sentimentos 
autodepreciativos. 
Normalmente são pensamentos relacionados a questão de não se verem fora das 
situações imaginadas, ou que nunca vão conseguir ser suficientes para ultrapassá-las 
“não sou bom o bastante, nunca irei conseguir”. 
Sempre com a perspectiva de que são inferiores. muitas vezes tendem a enxergar 
que a situação é muito maior do que de fato é, parte dos pacientes veem a morte como 
forma de escapar dessa situação, ou de não conseguir se enxergar fora. 
Auto imagem distorcida, falta de atenção e de vontade para realizar tarefas que 
antes lhes davam prazer, humor distorcido, fadiga, ganho ou perda excessiva de peso, 
hipersonia ou insônia são alguns dos sintomas mais apresentados. 
Antes de um Quadro de Depressão, os pacientes podem apresentar o que 
chamamos de EDM (Episódio depressivo maior), que normalmente ocorre após situações 
traumáticas e com peso emocional negativo, para podermos realmente diagnosticar com 
certeza o transtorno depressivo, ao menos cinco dos nove sintomas devem perdurar por 
no mínimo o período de duas semanas, sendo obrigatoriamente a presença dos sintomas 
de Humor deprimido e perda de interesse ou prazer. A depressão pode surgir de outras 
duas formas que conhecemos que são elas: distimia é de natureza crônica tem como 
característica os dois últimos sintomas citados mesmo que não tenha a intensidade no 
sintoma e a quantidade de um caso de EDM, e depressão maior Crônica. 
O que difere os dois casos, é como se inicia, se o EDM for intenso e de certa forma 
“completo” é diagnosticado como depressão maior crônica, caso o início tenha acontecido 
de forma mais sutil, e demorado mais do que três anos para se comparar com um EDM o 
paciente é diagnosticado com distimia. 
 
Modelo cognitivo 
A TCC é a mais desenvolvida forma de tratamento para qualquer transtorno 
psicológico, incluindo a depressão, independente dos estágios que ela esteja. 
a efetividade da teoria cognitiva comportamental é tão potente quanto o uso de 
medicamentos para o transtorno, sendo assim até mesmo tendo um efeito mais eficaz a 
longo prazo quando comparada a medicação. 
E como a TCC entra no tratamento de pacientes com depressão? 
O tratamento com a TCC auxilia os pacientes a alterarem pensamentos e 
comportamentos que lhes despertem estados de humor negativos a estratégia consiste em 
trabalhar em três fases, que são: 
1- Trabalhar e entender os pensamentos automáticos e como eles estão atrelados nos 
esquemas depressivos; 
2- Entender de que forma tem de se relacionar com outras pessoas e o mundo externo; 
3- Trabalhar na mudança de comportamento e de conscientização de que episódios 
passados obrigatoriamente não vão se repetir por ser com o paciente, e assim ter um 
melhor enfrentamento da situação problema. 
 
Referências: 
RANGÉ, bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Um diálogo com a 
psiquiatria. Edição 2. Porto Alegre. Artmed, 2011. 
https://prezi.com/7vkob9khit_b/fundamentos-teoricos-da-terapia-cognitivo-
comportamental/ 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000600004 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722006000200005 
 
 
Terapia Comportamental Dialética 
 
Autores: Adriana Maciel, Andriely Garcia, Bruna Dal Bosco, Jessica Zvoboda Roesler e 
Tamara Nunes 
 
 
Desenvolvida na década de 80 pela psicóloga americana Marsha Linehan, a 
Terapia Comportamental Dialética (TCD), em inglês Dialectical Behavior Therapy 
(DBT), é um tipo de terapia cognitivo-comportamental que integra elementos das terapias 
psicodinâmica e Gestalt, noções budistas e estratégias baseadas em técnicas de aceitação. 
Foi nomeada desta forma pois a dialética é parte essencial do tratamento, onde o terapeuta 
aceita o paciente como ele é e busca mudanças significativas em suas formas de agir e 
viver. 
Este modelo de intervenção é principalmente direcionado para o tratamento de 
pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), objetivando sua regulação 
emocional e visando o equilíbrio entre a validação e aceitação dos pacientes como eles 
são, e a mudança do que se tornaram, tratando seus conflitos com exposição direta e foco 
no “aqui e agora”. A TCD também vem mostrando resultados positivos no tratamento de 
diversos outros distúrbios tais como ansiedade, transtorno bipolar, depressão e transtornos 
alimentares. 
A técnica visa reduzir comportamentos de risco à vida, à terapia e à qualidade de 
vida, promover habilidades e aumentar o respeito próprio, onde o terapeuta ajuda o 
paciente a identificar, aceitar e lidar com suas questões emocionais usando estratégias a 
fim de reduzir o efeito negativo do estresse promovendo a necessidade de mudança. 
 
Metas de Tratamento 
Partindo do princípio que o tratamento irá falhar se o paciente morrer ou não 
comparecer às sessões, na TCD há uma estruturação do tratamento por meio de uma 
hierarquia de metas, que determina a ordem de prioridade em que os problemas serão 
abordados em cada sessão de terapia, diferente da TCC, que utiliza protocolos de 
atendimento com roteiros em sequência. 
O paciente ainda deve concordar em permanecer em tratamento pelo período 
mínimo de um ano, onde irá participar de terapia individual, grupo de treinamento de 
habilidades e consultoria telefônica em momentos de crise. 
Primeiro são abordados comportamentos do paciente que oferecem risco à sua 
vida, tais como autolesões suicidas ou parassuicidas, comunicações de natureza suicida e 
outros comportamentos com a finalidade de causar danos físicos a si mesmo. 
Em segundo lugar são abordados comportamentos que interferem na terapia de 
forma efetiva, como chegar atrasado às sessões agendadas, cancelar compromissos ou 
não colaborar com o objetivo do tratamento. 
Em terceiro são abordados os comportamentos que prejudicam ou interferem em 
uma qualidade de vida razoável, como sintomas psiquiátricos, problemas de 
relacionamento e desorganização financeira. 
E por último a aquisição de habilidades para o aprendizado de novos 
comportamentos, substituindo ações que os prejudicam por comportamentos eficazes 
para atingir seus objetivos. 
 
Terapias Individuais 
As estratégias de tratamento incluem os princípios, procedimentos e técnicas da 
Terapia Individual, agrupados em quatro categorias principais: dialética, estratégias 
estilísticas, estratégias nucleares e manejo de caso. 
As estratégias dialéticas são a base do tratamento pois buscam o equilíbrio das 
tensões entre aceitação e mudança. Se o tratamento fosse focado somente na mudança, 
isso iria trazer total desconforto ao paciente, gerando constantemente a sensação de 
invalidação do mesmo, como impressão de que seu comportamento está sempre errado, 
nada do que ele faz está certo, não há conserto para ele. Ao mesmo tempo, focarsomente 
na aceitação também iria gerar o mesmo desconforto, pois o paciente não suporta mais a 
vida como ela está. Contemplar aceitação e mudança ao mesmo tempo foi justamente o 
que deu origem à TCD. 
Para buscar esse equilíbrio dentro da sessão, o terapeuta alterna o tipo de 
comunicação (alternância estilística), utilizando dois estilos de comunicação interpessoal: 
comunicação irreverente e comunicação recíproca. A irreverente irá desequilibrar uma 
situação que parece rígida em termos de comportamento e cognição, deve ser empregada 
de forma sensível, não depreciativa, sem invalidar. A recíproca é o estilo empático, 
caloroso e responsivo ao sofrimento do paciente. 
As estratégias nucleares são a validação e a solução de problemas. A validação 
identifica e comunica ao paciente que suas sensações, emoções, pensamentos e respostas 
são compreensíveis e fazem sentido dentro do contexto em que se encontra. Mas, se por 
exemplo a automutilação ocorre, a validação tem que ocorrer sobre as sensações, emoções 
e o desejo intenso de modificar esse estado compreendendo a automutilação como uma 
estratégia de alívio, e não validando esse comportamento em si. E a solução de problemas 
identifica comportamentos que são desadaptativos, desenvolvendo comportamentos mais 
eficazes. 
O manejo de caso equilibra a responsabilização do paciente por desenvolver 
habilidades ou alcançar melhoras, onde o terapeuta é um consultor que irá auxiliar no 
desenvolvimento dessas habilidades de regulação emocional, relacionamento 
interpessoal e tolerância ao mal-estar, com estratégias voltadas sempre a modificar 
situações problemáticas no ambiente que o paciente se encontra. 
 
Técnicas Específicas da Dialética 
Segundo Cordioli (2019): 
1.penetrar no paradoxo 
2.uso de metáforas 
3.advogado do diabo 
4.expandir 
5.ativar a mente sábia 
6.fazer dos limões uma limonada 
O autor diz que um paradoxo da Terapia Comportamental Dialética é de que o 
paciente está fazendo o melhor que pode no seu dia-a-dia e que deve aprender fazer ainda 
mais, ou seja, a indecisão entre aceitação e a mudança. 
Um exemplo de paradoxo trazido por ele é: “Saiba quem você é e seja o que você 
sabe”. Nesta frase pode-se perceber que existe uma chamada para um olhar para dentro 
de si e, ao mesmo tempo, para a ação do que está no mundo a fora. Esse método tem como 
objetivo de mudar a ideia de que quando uma pessoa está certa, a outra está errada, 
formando espaço para que ideias diferentes possam concomitar e ser verdadeiras, mesmo 
que sejam diferentes. 
O uso de metáforas ou de histórias tem um papel relevante; elas são mais suaves 
do que um apontamento mais direto e geram, assim, menos tenacidade no paciente. 
Na técnica do advogado do diabo, o terapeuta assume por um tempo a argumentação de 
amparo das condutas de menor habilidade com a intenção de que o paciente tenha 
comportamentos comprometedores com a terapia e com a mudança. Essa técnica é 
indicada a pacientes que são opositores, criando a estabilidade retórica no sentido para a 
mudança. 
Expandir é o semelhante emocional da estratégia do advogado do diabo; é 
aplicada nos momentos em que o paciente está usando a ação de suas emoções como 
tentativa de controlar o ambiente ou quando ele não espera ser levado a sério. 
A mente sábia é ativada através de habilidades designadas a trazer equilíbrio entre 
a “mente racional” e a “mente emocional”. 
E para fazer dos limões uma limonada, quando uma situação complexa é 
apresentada, o terapeuta ou o treinador de habilidades usam como forma de aprendizado. 
Deste modo, o autor nos mostra que a análise dialética tem a finalidade de olhar 
para o que ocorre na vida do paciente com uma visão complementar, considerando as 
questões individuais, como a fragilidade emocional e os modelos de respostas 
desenvolvidos, para que ele aprenda atuar de forma transacional com o ambiente e o 
contexto no qual está inserido. 
Além de o paciente buscar somente as mudanças pessoais, salienta-se que o tipo 
de mudança também pode gerar no ambiente. 
 
Grupo de Treinamento de Habilidades 
Esse programa é dividido em seis módulos, cada módulo com quatro encontros, 
totalizando seis meses, ou seja, o paciente faz duas vezes o programa. Os módulos, em 
ordem, são: Mindfulness - Regulação emocional – Mindfulness - Efetividade interpessoal 
– Mindfulness - Tolerância ao mal-estar 
Os módulos de Mindfulness têm como objetivo vivenciar as emoções pra poder 
aceita-las e assim conseguir mudar o que é preciso. Durante essa vivência, o paciente 
precisa participar do momento plenamente e observar o que se passa, tanto externa quanto 
internamente, para compreender e poder por em palavras, descrever. Para isso é preciso 
que o paciente tenha uma postura sem julgamentos, plenamente atenta e que busque a 
eficácia, evitando possíveis discordâncias, desvios emocionais e idealizações, qualquer 
emoção que disperse o momento em si. 
As habilidades desenvolvidas em Mindfulness são: 
- Observar: não julgar o ambiente externo ou interno, somente olhar para a experiência 
presente com o objetivo de entender o que está acontendo; 
- Descrever: expressar o que foi observado sem julgamento; 
- Participar: envolver-se de maneira integral e com a mente presente; 
- Sem julgar: simplesmente só descrever os fatos sem julgar se é “bom” ou “ruim” ou 
“justo” e “injusto” evitando gerar discordância; 
- Com atenção: manter a mente no que está acontecendo sem se deixar desviar pelas 
emoções; 
- Efetivamente: fazer o que funciona, sem obstinação com ideais ou senso de justiça. 
A regulação emocional busca auxiliar os pacientes a reconhecer suas emoções, 
quais são, quando elas se manifestam e por que, identifica-las no momento em que 
acontecem, que barreiras e vulnerabilidades surgem no caminho da mudança e aumentar 
a frequência de emoções positivas. 
No módulo efetividade interpessoal as estratégias ensinadas exercitam habilidades 
como a de dizer “não” quando necessário e a pedir o que se precisa, de maneira efetiva. 
E por fim, para a habilidade de tolerar o mal-estar é preciso reconhecer como os 
comportamentos disfuncionais impactam negativamente e a desenvolver a tomada de 
decisões para que sejam sábias, construtivas e para controlar a impulsividade. 
 
Eficácia do Tratamento 
Costa, Lamela & Costa (2009) diz que: 
Apesar de inicialmente ter sido desenvolvida 
para subgrupos específicos de pacientes com 
transtorno de personalidade borderline (por 
exemplo, pacientes com risco acrescido de 
comportamentos suicidas ou dependentes de 
substâncias), estudos recentes demonstram a 
eficácia da TCD para populações diagnosticadas 
com transtorno de personalidade borderline 
comórbidas a perturbações alimentares ou com 
um diagnóstico único de transtorno alimentar em 
adultos ou adolescentes ou para outras 
populações sem diagnóstico no eixo II. 
 
Os autores acima citados nos mostram que no que se refere a estudos sobre a 
eficácia da Terapia Comportamental Dialética em um público diagnosticado com 
transtorno da compulsão alimentar periódica, 89% das pessoas do grupo suscetíveis às 
estratégias dialéticas acabaram os comportamentos de compulsão alimentar periódica até 
quatro semanas após o término da intervenção. A realidade é que os dados experimentais 
apresentados parecem demonstrar a eficácia, pelo menos a curto prazo, da Terapia 
Comportamental Dialética para populações bulímicas e com relatos de compulsão 
alimentar periódica. 
Assim como Cordioli (2019) em seus estudos afirma que: 
A DBT para adolescentes (DBT-A) foi 
comparada ao tratamento habitual, mas a DBT-A 
mostrou-se superior na redução da 
automutilação, da ideação suicida e dos sintomas 
depressivos. Logo, a DBT-A é uma intervenção 
mais eficaz para reduzir condutas autolesivas, 
ideação suicida e depressão em adolescentes com 
comportamento autolesivo repetitivo. 
Pesquisas demonstramque existem resultados teoricamente significativos em 
ambiente clínico quando a Terapia Comportamental Dialética é utilizada para tratar a 
raiva e a agressão em várias amostras. 
 
Referências 
Sayago, C.W. (2015). Terapia Comportamental Dialética. Programa e resumo do X 
Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas. Pág.2. 
Cordioli. A. V. & Grevet, E. H. (2019). Terapia Comportamental Dialética. 
Psicoterapias: Abordagens Atuais. 4ª edição. p. 215 – 220. 
Cavalheiro, C. V. & Melo, W. V. (2016) Relação Terapêutica com Pacientes Borderlines 
na Terapia Comportamental Dialética. Psicologia em Revista. V. 22, n. 3, p. 579 – 595. 
Costa, R. A. N., Lamela, D.J.P.V. & Costa, L.G. (2009). Teoria e eficácia da terapia 
comportamental dialética na bulimia nervosa e no transtorno da compulsão alimentar 
periódica. Universidade do Minho, Campus de Gualtar. Braga, Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
Terapia dos Esquemas 
 
Autores: Adilson, Ana Paula Denck, Andressa, Ione, Julya e Raquel Feix 
 
 
 Terapia do esquema é um modelo de Psicoterapia cognitiva desenvolvida por 
Jeffrey E. Young, no tratamento de diversos transtornos de personalidade. Com o intuito 
de recuperar as limitações identificadas por ele, sistematizou a abordagem focada nos 
esquemas. (Cazassa, Oliveira, 2008). 
 Para Young a terapia de esquemas representa uma evolução do modelo cognitivo 
para o tratamento de transtorno de personalidade, e favorecer o desenvolvimento humano, 
é uma teoria de trabalho simples focada nos esquemas. (Cazassa, Oliveira, 2008). 
 Na terapia do esquema existem cinco domínios, com a intenção de identificar os 
esquemas iniciais desadaptativos, foi construído por ele um questionário, chamado de 
Young Schema Questionnaire (75 itens), o qual aproveitou-se cinco itens com maior peso 
de cada fator. Esse questionário tem o objetivo de mudar a forma de encarar, interpretar 
e reagir aos estímulos. (Cazassa, Oliveira, 2008) 
 O questionário avalia 15 esquemas iniciais desadaptativos que são mapeados por 
meio do somatório do resultado de cada grupo de cinco questões, os quais configuram os 
domínios a seguir: (Cazassa, Oliveira, 2008) 
� Desconexão e rejeição 
Domínio ligado ao sentimento de frustração vivenciado pela pessoa com relação às 
expectativas de segurança, estabilidade, carinho, empatia, compartilhamento de 
sentimentos, aceitação e consideração. O questionário de Young avalia cinco esquemas 
que estariam vinculados a este grupo – privação emocional, abandono, 
desconfiança/abuso, isolamento social e defectividade/vergonha. 
� Autonomia e desempenho prejudicados 
 Domínio que avalia sentimentos de incapacidade experimentados pelo indivíduo no 
que tange à possibilidade de se separar dos demais conquistando a autonomia necessária 
para sobreviver de forma independente e com bom desempenho (os esquemas são 
fracasso, dependência/incompetência, vulnerabilidade a dores e doenças, 
emaranhamento). 
 
 
� Limites prejudicados 
Possível de ser identificado pela deficiência nos limites internos, pela ausência de 
responsabilidade com os demais e ou pela dificuldade de orientação para a 
concretização de objetivos distantes. Caracteriza prejuízos com relação a respeitar 
os direitos dos outros. Os esquemas associados a este domínio são os de 
merecimento e autocontrole/ autodisciplina insuficientes. 
� Orientação para o outro 
Trata-se de um funcionamento que, quando presente na personalidade, ocasiona 
um foco excessivo para os desejos e sentimentos dos outros, em função da 
constante busca de obtenção de amor. Muitas vezes a pessoa suplanta suas 
próprias necessidades com o intuito de obter aprovação, podendo suprimir sua 
consciência, subjugação e auto sacrifício compõem este grupo. 
� Supervigilância e inibição 
Refere-se ao bloqueio da felicidade, auto expressão, relaxamento, relacionadas a 
íntimos e ao comprometimento da própria saúde em razão da ênfase excessiva na 
supressão dos sentimentos, dos impulsos e das escolhas pessoais espontâneas. 
Regras e expectativas rígidas internalizadas sobre desempenho e comportamento 
ético geralmente integram esse padrão de funcionamento inibição emocional e 
padrões inflexível são os dois esquemas que integram esse contexto. (Cazassa, 
Oliveira, 2008). 
 
Conceitos básicos 
Existem quatro conceitos básicos ao qual vamos descrever brevemente: esquemas 
precoces mal-adaptativos (EPM), processos de manutenção do esquema, processos de 
evitamento do esquema e processos de compensação do esquema. 
 
Esquemas precoces mal-adaptativos (EPM): São estáveis e duradouros, desenvolvem 
durante a infância e geradas através da vida do indivíduo (Young, 1990, p. 9). Podem ser 
caracterizadas da seguinte forma: 
— Originam-se muito cedo e permanecem por toda a vida, a não ser que sejam tratados; 
— São estruturas capazes de gerar níveis elevados de afeto destrutivo, consequências auto 
derrotistas, e/ou dano significativo para os outros; 
— São capazes de interferir de forma significativa com necessidades centrais para a auto 
expressão, autonomia, ligação interpessoal, validação social ou integração social; 
— São padrões profundamente embrenhados, centrais para o "sentido do Eu" da pessoa 
(idem). 
São difíceis de mudar de forma definitiva, a partir das técnicas utilizadas pela terapia 
cognitiva. 
 
Processos de manutenção do esquema: Esta manutenção, resulta ao nível cognitivo, das 
distorções cognitivas descritas por Beck (1976) e a nível comportamental, tem relação 
com a seleção mal adaptativa de um parceiro e de outras atividades auto derrotistas 
(Young & Lindemann, 1992). Quanto à manutenção comportamental, a escolha de 
parceiro funciona frequentemente, em muitos doentes com distúrbios de personalidade, 
como um processo de manutenção dos seus EPM. Como exemplo, refira-se o caso dos 
doentes com EPM de desconfiança/abuso. Não raras vezes, estas pessoas escolhem para 
companheiro (a) alguém que continua a abusar deles ou a traí-los, confirmando 
repetidamente o seu EPM. 
 
Processos de evitamento do esquema: O evitamento pode incluir evitamento cognitivo, 
afetivo e comportamental. Falamos de evitamento cognitivo quando o doente se 
recusa (conscientemente ou não) a pensar em temas relacionados com os esquemas, de 
evitamento emocional, quando tenta não experiência as emoções ligadas ao esquema, e 
de evitamento comportamental, quando evita situações nas quais seria ativado o esquema. 
Muitas vezes estes evitamentos ocorrem em simultâneo. 
 
Processos de compensação do esquema: Este mecanismo surgiu da observação de que 
certos doentes adotam estilos cognitivos ou comportamentais que parecem ser o oposto 
do que poderia predizer-se a partir do conhecimento dos seus EPM na terapia. Como 
referem Young e Lindemann, "os processos de compensação do esquema podem ser 
vistos como tentativas parcialmente bem-sucedidas dos doentes para desafiar os seus 
esquemas. Como, habitualmente, isso envolve o "falhanço" no reconhecimento da sua 
vulnerabilidade subjacente, deixa o paciente não preparado para a dor evocada quando a 
compensação falha e o esquema é ativado" (1992, p. 13). 
Numa entrevista dada a Falcone e Ventura, Jeffrey Young diz o seguinte ao ser 
questionado sobre o que o levou a desenvolver a Terapia do Esquema: “Quando decidi 
iniciar minha prática clínica privada, comecei usando a Terapia Cognitiva para um grupo 
de pacientes mais geral e mais uma vez enfrentei problemas. Não tão sérios quanto os que 
eu tive com a Terapia Comportamental, mas problemas sérios na medida em que pelo 
menos metade dos pacientes não respondia tão bem. Metade deles me dizia: ‘isso faz 
sentido racionalmente, mas não me afeta emocionalmente. Eram pacientes muito 
inteligentes, que entendiam todos os conceitos, faziam os registos de pensamentos mês 
após mês, todas as técnicas cognitivas que eu conhecia e, ainda assim, não melhoravam. 
Eles entendiamo problema, entendiam quando estavam distorcendo, mas não conseguiam 
mudar. Eu sabia que devia fazer mais do que a Terapia Cognitiva. Não algo ao invés dela, 
mas além dela. Além disso, tinham também partes da Terapia Comportamental de que eu 
gostava, porque eu sabia o REVISTA BRASILEIRA DE PSICOTERAPIA 2016; 
18(3):17-31 
Análise comparativa entre a Terapia Cognitivo-Comportamental e a Terapia do 
Esquema quanto era importante não somente pensar sobre os pensamentos, mas também 
Conseguir que as pessoas mudem seus comportamentos. Eu estava usando, na verdade, 
ambas as terapias, comportamental e cognitiva. Mas eu sabia que precisava de algo mais 
(p. 02). 
A tem 40 Anos procurou atendimento devido à dificuldade de estabelecer vínculo 
e manter relacionamentos amorosos, estava vivenciando simultaneamente duas relações 
afetivas e sentia-se insatisfeito com isso. Aos 8 anos foi abandonado pelo pai e deixou a 
família e nunca mais a procurou. O motivo foi a descoberta que A, não era seu filho de 
sangue, mas fruto de uma traição de sua mãe. Atualmente, vive com a mãe e transita entre 
dois relacionamentos primeiro com uma mulher de mesma idade que a sua, bastante 
afetiva e que se preocupa com ele e suas necessidades, o segundo com uma pessoa que o 
trai e por quem diz sentir mais atração, e até mesmo amor, o que o deixa bastante em 
dúvida sobre os próprios sentimentos. 
Ao iniciar o tratamento, A passou por uma fase de avaliação. Por meio de escalas 
especificas, entrevistas, automonitoramento e exercícios, seus esquemas foram 
identificados, ele recebeu orientação ao método de esquemas. “A apresentava esquemas 
de abandono e dependência/incompetência. Um dos eventos que mais ilustrava esses 
esquemas era um sonho recorrente que tinha e do qual acordava muito angustiado. 
Sonhava que seu pai estava se afogando e que, quando ia salvá-lo, recusava sua ajuda 
dizendo que ele não era capaz de ajudar. Esse sonho era relembrado na sessão de forma 
bastante emotiva 
 Objetivo: lidar com o abandono de maneira que consiga se relacionar afetivamente. 
Método: neste caso necessárias ações que ajudem o paciente a sair do sofrimento devido 
o abandono sendo que será validado e reforçado suas capacidades como autonomia, 
enfraquecer os esquemas de abandono e dependência e incompetência. Também pode 
ocorrer a partir das vivencias praticas ou role-playing por meio de imaginação ou dialogo 
com aspectos emocionais da infância. Ainda o paciente pode comentar sobres suas 
dificuldades, ou conversas imaginarias sobre o relacionamentos com os pais. As técnicas 
na perspectiva experiencial diálogos imaginários, imagens mentais com os pais ou catarse 
emocional carta aos pais. O terapeuta por sua vez e necessário uma frontação empática 
ou reparação parental dentro dos limites do setting terapêutico. O terapeuta ainda deve 
representar um adulto saudável que busca reparar as necessidades básicas infantis do 
paciente. Na ruptura dos padrões seria necessário que esse paciente sair da casa da mãe, 
pois a mesma reforçava seu esquema de dependência/incompetência. 
 
Referências 
Cazassa, M. J. & Oliveira, M. S. (2008). Terapia Focada em Esquemas: Conceituação e 
Pesquisas. Revista de psiq. Clínica. 35(5), 187-95 
Cordioli, Aristides Volpato; GREVET, Eugenio Horacio 
Org.). Psicoterapias: abordagens atuais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 765 
PINTO-GOUVEIA, José e RIJO, Daniel. Terapia focada nos esquemas: Questões acerca 
da sua validação empírica. Psicologia [online]. 2001, vol.15, n.2, pp.309-324. ISSN 
0874-2049. 
REVISTA BRASILEIRA DE PSICOTERAPIA 2016; 18(3):17-31-Análise comparativa 
entre a Terapia Cognitivo-Comportamental e a Terapia do Esquema 20 e 21. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicanálise e Terapia de Orientação Psicanalítica 
 
Autores: Gabriela dos Santos, Antonella Nunes, Sabrina Michelin, Laura Linden, Nicoli 
Peixoto 
Fundamentos teóricos 
Por volta de 1882 o neurologista J. Breuer apresentou a Freud o método hipnótico, 
usado por ele no tratamento da histeria da paciente Anna O. (nome fictício adotado para 
Berta Papenheim). Durante o transe hipnótico a paciente relembrava acontecimentos 
traumáticos do passado e experimentava o alívio do sintoma. Esse método foi 
denominado por Breuer de cartase (ab-reação). Mais tarde, Freud abandonou o método 
hipnótico ao perceber que os sintomas retornavam depois que as pacientes despertavam. 
Ele acreditava que a neurose tinha raízes em traumas sexuais sofridos pelas pacientes 
ainda na infância, por homens mais velhos (muitas vezes os próprios pais). Freud então 
passou a utilizar a associação livre para acessar os conteúdos mentais inconscientes. É 
através da associação livre -conhecida como a regra fundamental da psicanálise – que a 
paciente falava livremente tudo que lhe vinha à mente (sonhos, desejos, fantasias, 
experiências). A espontaneidade do discurso permitia que a paciente remontasse 
lembranças patogênicas e, até então, reprimidas, para que fossem "liberadas" as 
resistências que mantinham tais lembranças no inconsciente. Quando a paciente 
conseguia se lembrar (transferir as lembranças do inconsciente para o consciente), através 
da transferência estabelecida com o psicanalista, ocorria a descarga emocional na direção 
da superação do trauma ocorrido na infância. (CORDIOLI, 2019). 
 
Técnica Psicanalítica 
Associação livre. Em seu formato mais ortodoxo, o psicanalista senta-se em uma 
poltrona, fora do campo visual do paciente que se coloca deitado no divã. Sua principal 
ferramenta é a transferência, e as sessões costumam ocorrer em maior frequência do que 
nas terapias de orientação psicanalítica. 
 
- Terapias de Orientação Psicanalítica: nessa técnica as associações não são tão livres 
como na psicanálise (CORDIOLI, 2019). O terapeuta orienta a sessão de acordo com 
questões-chave na busca da intervenção da circunstância apresentada ou do problema 
delimitado. De acordo com o foco da terapia, o paciente é incentivado a explorar seus 
sentimentos, ideias e atitudes com relação às figuras importantes tanto no passado quanto 
atualmente, a fim de obter insights. Interpretações transferenciais são menos frequentes, 
pois são utilizadas as interpretações das defesas. São aplicadas técnicas comportamentais 
(reforços), além do uso de assinalamentos e esclarecimentos. Diferente da psicanálise, o 
paciente senta-se em uma poltrona em frente ao terapeuta e não no divã. As sessões são 
menos frequentes, assim como o uso da associação livre. O tratamento pode durar meses 
ou anos. 
 
Principais conceitos 
a) Independente do referencial em que o analista se baseia, os seguintes conceitos teóricos 
e técnicos mantêm-se constantes: 
- Inconsciente: processos mentais que ocorrem sem que o indivíduo se dê conta. 
- Associação Livre: regra fundamental da técnica psicanalítica. 
- Resistência: força que dificulta o acesso ao inconsciente. 
- Transferência: relação paciente e terapeuta. Ocorre quando o paciente projeta padrões 
infantis inconscientemente no analista. 
- Contratransferência: emoções que são despertadas no psicanalista, relacionados a sua 
própria vida, durante a sessão, em relação ao paciente. 
- Neutralidade:segundo Freud seria uma condição para controlar a contratransferência. 
- Interpretação: principal ferramenta do analista. Pode ser transferencial ou extra 
transferencial. 
b) Principais Teorias: conforme Zimmermann (2005), as principais teorias psicanalíticas 
são: modelo topográfico (3 diferentes níveis de consciência); modelo estrutural (id, ego, 
superego)); teoria da sexualidade (fases do desenvolvimento psicossexual). 
 
Principais técnicas 
Associação livre, interpretação dos sonhos e transferência. 
 
Indicações 
A psicanálise iniciou no formato individual usado por Freud e Klein. Mais tarde, 
Bion expandiu o uso da técnica no tratamento de grupos. 
A psicanálise da família e casal, surgiu por voltados anos 40, a partir do 
atendimento de pacientes esquizofrênicos e suas famílias. O objeto da psicanálise, o 
inconsciente, é tomado na psicanálise de grupo, família ou casal, como um inconsciente 
coletivo, partilhado entre os membros daquele grupo. 
A psicanálise pode ser usada também no tratamento de crianças, e nesses casos, o 
acesso ao inconsciente é feito através de jogos, desenhos, brincadeiras.... enfim, recursos 
que facilitem esse acesso, que não ocorre da mesma forma que para um adulto. Os testes 
projetivos tem base psicanalítica para interpretar as figuras apresentadas. 
 
Evidências de eficácia 
Tanto a psicanálise quanto a psicoterapia de orientação analítica (POA) vem 
obtendo bons resultados, constatados por meio de estudos de segmento que possibilitam 
um olhar positivo sobre a redução de sintomas, objetivos individuais terapêuticos e 
satisfação com o tratamento. Estudos atuais ressaltam a importância do vínculo terapeuta 
e paciente para um desfecho positivo da terapia. 
Estudos entre a psicanálise, neuroimagem, neurociência, psicofarmacologia, 
neurobiologia tem servido como problemática para a contribuição das evidências de 
eficácia na POA. A eficácia pode ser verificada através de critérios psicanalíticos, por 
meio de relatos pessoais (analista e paciente), casos clínicos, metanálise e o próprio 
exercício psicoterapêutico. 
A psicoterapia de orientação analítica é eficaz tanto de longo como de curto prazo. 
Leichsenring e Rabung publicaram, na revista JAMA, uma metanálise que avaliou terapia 
psicodinâmica de longo prazo (pelo menos um ano de duração ou 50 sessões). 
Encontraram, para transtornos mentais complexos (definidos como transtornos da 
personalidade, transtornos mentais crônicos – com duração maior que um ano –, vários 
transtornos mentais ou transtornos ansiosos e depressivos complexos), um tamanho de 
efeito impressionante de 1,8 com baixa heterogeneidade entre os estudos. Esse estudo foi 
atualizado pelos mesmos autores em 20114 e apresentou resultados semelhantes. Uma 
metanálise recente publicada na JAMA Psychiatry também encontrou que terapias 
psicodinâmicas são eficazes para sintomas do transtorno da personalidade borderline e 
problemas relacionados. (THOMÉ, 2005) 
Já a terapia psicodinâmica breve costuma ser indicada para conflitos ou sintomas 
pontuais, nos quais um foco de natureza psicodinâmica foi facilmente identificado. Em 
2014, uma revisão sistemática da Cochrane identificou que essa modalidade de terapia 
psicodinâmica pode ser eficaz para sintomas psiquiátricos gerais, depressivos e ansiosos, 
de ajustamento social ou de natureza interpessoal. 
 
 
Referências 
CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. 3.ed. Porto Alegre: 
Artmed. 2008. 
CORDIOLI, Aristides Volpato; GREVET, Eugenio Horácio. Psicoterapias: abordagens 
atuais. 4.ed. Porto Alegre: Artmed. 2019. 
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica. Porto 
Alegre: Artmed. 1999. 
THOMÉ, José T. Psicoterapia de orientação analítica: fundamentos teóricos e clínicos. 
Porto Alegre: Artmed. 2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestalt Terapia 
 
Autores: Bárbara Muller Quintana, Déborah Haetinger de Figueiredo, Jennifer Vieira da 
Rosa, Karoline da Silva Oliveira, Maria Eduarda Pressi e Nicole Maria Liota da Silva 
 
 
Fundamentação Teórica 
A Gestalt Terapia originou-se na Alemanha, entre 1910 e 1912. A palavra Gestalt 
tem como significado “dar forma”, teve como principal fundador Fritz Perls e sua esposa 
Laura Perls. 
“O primeiro estudo oficial, que fundou esta nova escola, apareceu em 1912, com 
a assinatura conjunta de Marx Wertheimer (1880-1943), Kurt Koffka (1886-1941) e 
Wolfang Köhler (1887-1967).” (Ginger, 1995, p.38). 
“Os psicólogos gestaltistas, continuando os trabalhos de Christian von Ehrenfels 
91859-1932), um dos precursores da Gestalt, que enfatizara desde o início do século que 
“ o todo é uma realidade diferente da soma de suas partes”, estudaram, essencialmente, 
num primeiro momento, os mecanismos fisiológicos e psicológicas da percepção e as 
relações do organismo com seu meio.” (Ginger, 1995, p. 38) 
Essa abordagem não tem como objetivo explicar quais são as origens das dificuldades, 
mas sim busca de alguma forma saber o porquê de cada pessoa ser responsável pelas suas 
escolhas. 
“A Gestalt integra e combina, de forma original, um conjunto de técnicas variadas, 
verbais e não-verbais, tais como: despertar sensorial, trabalho com a energia, a respiração, 
o corpo ou a voz, expressão da emoção, trabalho a partir dos sonhos, criatividade 
(desenho, modelagem, música, dança) etc.” (Ginger, 1995 p. 18). 
 
Princípios 
• Unidade: Refere-se a um único elemento, que encerra em si mesmo ou um 
conjunto de elementos que são percebidos como um todo; 
• Segregação: Refere-se à capacidade de evidenciar uma unidade em uma 
composição de elementos iguais ou semelhantes, que se distribuem de modo 
coerente; 
• Proximidade: Refere-se a elementos próximos uns dos outros, que tendem 
a agruparem-se, sendo então, percebidos de forma única; 
• Semelhança: Refere-se a elementos que tendem a se agruparem, tornando-
se um; 
• Fechamento: Para estabelecer a formação de uma unidade e no fim, acaba 
sendo interpretada como um todo; 
• Continuidade: Refere-se a elementos próximos, que dão a entender estar 
seguindo uma mesma direção. 
 
Técnicas da Gestalt Terapia 
A Gestalt Terapia apresenta diversas técnicas, porém abordaremos algumas sendo 
as mais importantes. Vejamos algumas delas: 
• Monodrama 
Variante da dramatização. Trata-se de uma técnica onde o paciente desempenha 
alternadamente os diferentes papeis da situação evocada por ele mesmo. Como por 
exemplo, ele pode desempenhar o papel dele mesmo e de sua mulher, assim sugerindo 
que troque de lugar sempre que trocar de papel. Facilita a encenação do seu próprio 
sentimento, sem a interferência de uma terceira pessoa. 
• Um exercício de awareness 
A técnica de awareness refere-se a uma tomada de consciência do paciente sobre a sua 
condição em determinado momento. Assim tomando consciência do indivíduo que sou, 
juntamente com suas sensações físicas, sentimentos e sobre sua estrutura corporal sendo 
ela emocional, imaginaria, racional ou comportamental. Consiste em responder as 
perguntas: O que você está fazendo agora? O que você sente neste momento? O que você 
está evitando? O que você quer, ou o que espera de mim? 
• O Hot Seat e a “cadeira vazia” 
A técnica do hot seat que significa cadeira quente, foi muito apreciada por Fritz Perls em 
suas demonstrações. Essa técnica consiste em colocar uma cadeira vazia próximo ao 
terapeuta, porém de frente para o paciente na qual o mesmo de acordo com sua vontade 
pode projetar naquela cadeira o que desejar. Assim por exemplo podendo ser um 
personagem imaginário, um objeto, entidades abstratas, sentimentos etc. 
• A amplificação 
A técnica da amplificação consiste em deixar explícito algo que está implícito, como por 
exemplo ampliar gestos inconscientes que o paciente faz sem estar consciente do ato. 
Assim por exemplo, mudanças no ritmo da respiração ou deglutição, mudanças no tom 
de voz, mudanças nos “microgestos” como mãos, dedos e pés entre outros. 
 
Indicações e Evidências 
A Gestalt (1910), juntamente com a Psicanálise (1900) e o Behaviorismo (1913) 
são juntas as três grandes teorias da psicologia contemporânea. Sua principal contribuição 
é relacionar os aspectos específicos das teorias, levando a compreensão do entendimento 
e experiência do todo através da consciência do indivíduo com a realidade de seus 
sentidos e entendimento do seu ambiente. 
A Psicologia da Gestalt surge em 1910 com o objetivo de construir uma teoria 
consistente e com base metodológica forte. Os estudos buscaram compreender o 
fenômeno psicológico e mensurar asparticularidades naturais. Tais conceitos levaram a 
teoria a ter forte relação com o humanismo que é uma abordagem que busca estar centrada 
na pessoa. Essa abordagem considera os fenômenos psicológicos como totalidades 
organizadas, logo, ações resultantes da experiência, entendimento e significado. 
A existente relação com o Humanismo traz o conceito de o indivíduo viver num constante 
processo de desenvolvimento de suas habilidades. Não busca se aprofundar na origem do 
problema, mas sim o que o paciente está vivenciado no presente (chamado também de 
aqui e agora), buscando com que esta pessoa utilize seus recursos internos, como: 
cognição, emoções e sensações para encarar os conflitos que o emergem. 
Portanto, especialistas trazem que esta abordagem pode ser utilizada tanto em grupos, 
atendimentos individuais, tratamentos familiares, terapia de casal e também em grupos 
corporativos. Segundo Barreto (2017), durante a terapia, os grupos podem expor suas 
vivencias, sendo um momento valioso de trocas, na qual podem explorar seus 
comportamentos, associando as relações e questionamentos para alcançar a resolução dos 
mesmos. 
“Os teóricos de Gestalt-Terapia propuseram uma série de princípios para 
percepção, tais como: Proximidade, semelhança, direção, disposição objetiva e destino 
comum. Também como conceitos básicos destacam-se: O Todo e a Parte; Figura e Fundo; 
Aqui e Agora, Campo, Estrutura e Forma” (Barreto, 2017, p.10). Tais princípios trazidos 
pela Gestalt e em constante influência das teorias paralelas apontam e reverberam a 
eficácia do uso das técnicas nos processos terapêuticos de clientes, como também na 
capacitação de terapeutas nos seus processos de formação. 
 
 
Referencias 
Ginger, S. & Ginger, A. (1995). Um primeiro olhar sobre a Gestalt. Gestalt: Uma terapia 
do contato.(p.p. 18) São Paulo: Editora Summus. 
Ginger, S. & Ginger, A. (1995). Um primeiro olhar sobre a Gestalt. Gestalt: Uma terapia 
do contato.(p.p. 20-26) São Paulo: Editora Summus. 
Barreto, C.E.S. (2017). Um estudo sobre a gestalt-terapia na contemporaneidade. 
Psicologia.pt, 01-17. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terapia sistêmica 
 
 
Autores: Caroline Kern, Délis Espindola, Diego Magalhães, Gian Joaquim, Vera 
Margarete e Yasmin Ribeiro 
 
 
Terapia Sistêmica 
O pensamento sistêmico, multiplicado em diversas áreas do conhecimento, foi 
reconhecido na primeira metade do século XX. Porém suas bases foram formuladas e 
pensadas entre as décadas de 40 e 50, teve seu processo de mudança do paradigma 
mecanicista para o ecológico tem ocorrido de forma não linear há muitos séculos, com 
avanços e retrocessos nos vários campos da ciência. Quando se fala em Teoria ou 
Pensamento Sistêmico, conhecemos somente seus principais conceitos e aplicabilidades, 
de forma que seus fundamentos históricos e epistemológico dificilmente são 
aprofundados nos artigos. 
Fundamentada na Teoria Geral dos Sistemas, proposta por Bertalanffy, na 
Cibernética de Wiener e na Teoria da Comunicação, formulada por Bateson e 
Watzlawick, surge a prática sistêmica. Capra destaca que “com o forte apoio subsequente 
vindo da Cibernética, as concepções de Pensamento Sistêmico e de Teoria Sistêmica 
tornaram-se partes integrais da linguagem científica estabelecida, e levaram a 
numerosas metodologias e aplicações novas” (1996, p. 53). No campo da Psicologia 
Clínica, até a década de 1940, a prática terapêutica era orientada pela Psicanálise e a ideia 
hegemônica, assim o comportamento humano era regido por forças intrapsíquicas, como 
consequência da Segunda Guerra Mundial, havendo um movimento da união de famílias, 
no qual criticavam à Psicanálise por não dar ênfase necessárias aos contextos ambientais. 
Assim a Teoria Sistêmica passa a ganhar forças, buscando a mudança de foco das teorias 
clínicas do indivíduo, para os sistemas humanos, ou seja, o intrapsíquico para o 
interrelacional. Desta forma, nas décadas de 50 e 60, ocorreu um movimento de 
combinação de abordagens já consolidadas, tais como a psicanalítica, e novos conceitos 
baseados na teoria dos Sistemas, na Cibernética e na Teoria da Comunicação. 
O pensamento sistêmico passa a ser substrato de propostas de intervenção para a 
clínica de família, Dessen (2010) ressalta a relevante contribuição da Teoria Sistêmica da 
família, a partir da segunda metade do século XX, visto que trouxe um novo olhar para o 
 
 	
 
 
contexto familiar. A adoção da Perspectiva Sistêmica implica em entender a família como 
um sistema complexo, composto por vários subsistemas que se influenciam mutuamente, 
tais como o conjugal e o parental (Kreppner, 2000). O estudo de Costa (2010) destaca 
brevemente os momentos cruciais da construção teórico metodológica que caracterizaram 
o início da Terapia de Família e marcaram seu desenvolvimento. A autora também 
apresenta as diferentes Escolas de Terapia Familiar, desde aquelas fortemente 
influenciadas pela Cibernética até aquelas que assimilaram as contribuições do 
Construtivismo e do Construcionismo Social. 
A Teoria Familiar Sistêmica foi desenvolvida por diferentes grupos de 
pesquisadores e em contextos diversificados. As abordagens que contribuíram 
significativamente para o seu surgimento foram a Psicanálise, de Sigmund Freud e a 
Terapia Focalizada no Cliente, de Carl Rogers (Nichols & Schwartz, 1998). Ambas as 
perspectivas apresentavam um enfoque intrapsíquico em relação à compreensão dos 
fenômenos psicológicos. Foi a partir da década de 1950 que a Teoria Familiar Sistêmica 
passou a assumir maior representatividade (Cerveny, 1994). Essa abordagem delimitou 
uma mudança gradativa de paradigma em relação às ideias sugeridas pelas teorias 
prevalecentes até então, ao propor um olhar voltado às relações interpessoais. O início da 
Teoria Familiar Sistêmica também sofreu influência da Teoria Geral dos Sistemas, da 
Cibernética e da Teoria da Comunicação Humana (Osório & Valle, 2002). O biólogo 
Bertalanffy (1973) concebia que as leis aplicadas aos organismos biológicos poderiam 
ser ampliadas a outras áreas de conhecimento, elaborando a Teoria Geral dos Sistemas. 
Para o autor, um sistema representa um conjunto complexo de elementos em interação, 
que formam um todo unitário e organizado. A Teoria Geral dos Sistemas contribuiu 
significativamente para a elaboração de conceitos que fundamentam a concepção de 
família como um sistema. Dentre esses conceitos, destacam-se: a equifinidade, a 
globalidade, a homeostase, a morfogênese, a noção de causalidade circular e o princípio 
da não – somatividade. 
O início da prática embasada na Teoria Familiar Sistêmica (Terapia Familiar 
Sistêmica) foi protagonizado por terapeutas da Primeira Cibernética (Cibernética de 
Primeira Ordem). Esse grupo formou, na década de 1950, o Palo Alto, e elaborou as bases 
familiares referentes à etiologia da esquizofrenia e à Teoria da Comunicação Humana. Os 
trabalhos em Palo Alto amplificaram-se para famílias com pacientes neuróticos, quando 
o grupo percebeu que os mesmos princípios interacionais estavam presentes em todas as 
famílias, embora em graus diferentes (Carneiro, 1996). Na década de 1960, formou-se a 
equipe MRI (Mental Reserch Institute), que criou a Teoria da Comunicação Humana 
(Watzlawick, Beavin, & Jackson, 1973). Essa equipe propôs que a comunicação, ao 
mesmo tempo em que transmite uma informação, também delimita a natureza da relação 
entre os comunicantes (Carneiro, 1996). A comunicação familiar determina, portanto, um 
modelo de interação entre os membros. 
Na década de 1980, emergiu a Abordagem Estratégica (Nichols & Schwartz, 
1998), que se centrava na solução de problemas apresentados pelo cliente, ressaltando 
sempre o contexto familiar. Essa teoria não formulou um método específico, porém 
utilizou técnicas inovadoras de intervenção para situações particulares (Haley,

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