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Guia_-_Educação_Ambiental___v1

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Prévia do material em texto

1Educação Ambiental
Universidade Federal de Uberlândia
Curso de Pedagogia a Distância
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Iara Vieira Guimarães
2 Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
GUIMARÃES, Iara Vieira. Educação ambiental. Coleção Pedagogia a Distância UFU/UAB. Uberlândia-MG: 
Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Aberta do Brasil, 2020. 30p
A Autora
Iara Vieira Guimarães é professora de Educação Ambiental e Metodologia do Ensino de História e Geografia 
na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua o Programa de Pós-Graduação 
em Educação (Linha de Pesquisa Saberes e Práticas Educativas - PPGED/UFU), orientando pesquisas de 
mestrado e doutorado. Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (1992), 
mestrado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (1998) e doutorado em Educação pela 
Universidade de São Paulo (2006). Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade Federal Fluminense 
(2015). Integra a coordenação do Grupo de Pesquisa Formação Docente, Saberes e Práticas de Ensino de 
História e Geografia - GEPEGH. Possui experiência na área de educação e desenvolve trabalhos de ensino, 
pesquisa e extensão com ênfase em ensino e aprendizagem, Educação Ambiental, metodologias e práticas 
pedagógicas, formação de professores e artefatos midiáticos. 
3Educação Ambiental
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Jair Messias Bolsonaro
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA/CAPES
Carlos Cezar Modernel Lenuzza
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU
Valder Steffen Junior
VICE-REITOR
Orlando César Mantese
DIRETOR DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Vinicius Silva Pereira
REPRESENTANTE UAB/UFU
Maria Teresa Menezes Freitas
SUPLENTE UAB/UFU
Aléxia Pádua Franco
DIRETORA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED - UFU
Geovana Ferreira Melo
CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
COORDENADORA DO CURSO
Maria Irene Miranda
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
Aldecí Cacique Calixto 
“O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 - 
(Portaria CAPES 206/2018)
4 Educação Ambiental
CONSELHO EDITORIAL
 
 Aléxia Pádua Franco – UFU
 Carlos Rinaldi – UFTM
 Carmem Lúcia Brancaglion Passos – UFScar
 Célia Zorzo Barcelos – UFU
 Diva Souza Silva – UFU
 Eucidio Arruda Pimenta – UFMG
 Ivete Martins Pinto – FURG
 João Frederico Costa Azevedo Meyer – UNICAMP
 Maria Irene Miranda – UFU
 Marisa Pinheiro Mourão – UFU 
REVISORA 
 Carina Diniz Nascimento
5Educação Ambiental
Sumário
FIGURAS 6
INFORMAÇÕES 7
INTRODUÇÃO 8
SUMÁRIO QUINZENAL 10
Módulo 1 – O que é o Meio Ambiente? 10
I - INTRODUÇÃO 10
II – TEXTO BÁSICO 11
1.1.	 Para	compreender	o	meio	ambiente 	 11
III - SÍNTESE DO MÓDULO 12
IV - REFERÊNCIAS 13
SUMÁRIO QUINZENAL 14
Módulo 2 – Educação Ambiental: Delineamentos 14
I - INTRODUÇÃO 14
II – TEXTO BÁSICO 15
2.1.		 Marcos	legais	da	Educação	Ambiental 	 15
2.2.	 	Diferentes	maneiras	de	pensar	a	Educação	Ambiental 	 18
III - SÍNTESE DO MÓDULO 19
IV - REFERÊNCIAS 20
SUMÁRIO QUINZENAL 21
Módulo 3 – Educação Ambiental: Interdisciplinaridade e Transversalidade 21
I - INTRODUÇÃO 21
II – TEXTO BÁSICO 22
3.1.		 A	produção	do	conhecimento	sobre	seres	humanos	e	natureza 	 22
3.2.		 A	Educação	Ambiental	na	organização	curricular	da	Escola 	 22
III - SÍNTESE DO MÓDULO 25
IV - REFERÊNCIAS 26
SUMÁRIO QUINZENAL 27
Módulo 4 – Práticas Educativas em Educação Ambiental 27
I - INTRODUÇÃO 27
II – TEXTO BÁSICO 28
4.1.	 	Analisando	propostas	de	Educação	Ambiental 	 28
III - SÍNTESE DO MÓDULO 29
IV - REFERÊNCIAS 30
SUMÁRIO
6Educação Ambiental
FIGURAS
Figuras
FIGURA 1: Banho de cachoeira 10
FIGURA 2: Planeta Terra 11
FIGURA 3: Livro Prosperidade sem crescimento 12
FIGURA 4: Rio Guaropé - Amazônia 14
FIGURA 5: Educação Ambiental - Linha do Tempo 15
FIGURA 6: Educação Ambiental - Principios 17 
FIGURA 7: Livro Diálogos de Saberes e Fazeres 18
FIGURA 8: Rede 21
FIGURA 9: A Ciência sob a ótica da poesia, Manoel de Barros 22
FIGURA 10: Mão colorida 27
FIGURA 11: Livro Meio Ambiente em Cena 29
7Educação Ambiental
Prezado(a) aluno(a), 
Ao longo deste guia impresso você encontrará alguns “ícones” que lhe ajudará a identificar as atividades.
Fique atento ao significado de cada um deles, isso facilitará a sua leitura e seus estudos.
Destacamos alguns termos no texto do Guia cujos sentidos serão importantes para sua compreensão. Para 
permitir sua iniciativa e pesquisa não criamos um glossário, mas se houver dificuldade interaja no Fórum de 
Dúvidas.
INFORMAÇÕES
8 Educação Ambiental
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossos estudos de Educação Ambiental analisando o que envolve atualmente a discussão sobre 
meio ambiente, a sociedade, a política e a educação escolar. Por que será que os problemas ambientais estão 
presentes de modo tão intenso no nosso cotidiano? Você sabe o que significa meio ambiente? O que vem 
a ser a chamada crise ambiental? Quais são os maiores desafios ambientais da atualidade? Como construir 
práticas pedagógicas significativas em educação ambiental?
Essas importantes questões serão tratadas nesse guia. Espero que você estude com dedicação e aguce sua 
compreensão para as possibilidades de fazer uma educação ambiental vigorosa nos espaços escolares e nas 
diversas possibilidades de atuação do pedagogo. 
Ao longo das atividades do curso será possível compreender que a Educação Ambiental é fundamental para 
a formação do professor da Educação Básica. O domínio e a reflexão sobre as temáticas relacionadas ao 
meio ambiente e a formação da cidadania são basilares para garantir a participação social efetiva, bem como 
para a compreensão dos fatores de ordem social e histórica que fundam a atual crise ambiental vivida em 
escala planetária. Assim, estudar e compreender a história, os documentos e o aparato legal, os conteúdos e 
metodologias próprias da Educação Ambiental são fatores pertinentes para a formação pedagógica e política 
dos docentes que atuarão na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. 
Saliento a necessidade de você realizar todas as atividades propostas, assistir os vídeos indicados, fazer 
as leituras sugeridas, etc. Esses materiais são fundamentais para a compreensão dos conteúdos e o fazer 
prático dos docentes com a educação ambiental. 
Nossos objetivos principais são:
Objetivo Geral
Discutir os aspectos essenciais para tratar, sob o ponto de vista pedagógico e da pesquisa, a Educação 
Ambiental no contexto da educação escolar. 
Objetivos Específicos 
1. Analisar o conceito de meio ambiente. 
2. Compreender os principais fatores que corroboram para o entendimento do meio ambiente na 
sociedade contemporânea. 
3. Refletir sobre a importância da Educação Ambiental na contemporaneidade. 
4. Analisar os pressupostos históricos e teórico-metodológicos que orientam a Educação Ambiental. 
5. Caracterizar as diferentes abordagens teóricas e metodológicas recorrentes no debate acadêmico e 
nas práticas de Educação Ambiental.
6. Analisar a Educação Ambiental como uma proposta interdisciplinar e transversal nas práticas 
educativas escolares. 
7. Compreender a articulação entre a pesquisa e o ensino na reflexão sobre projetos, estudos e práticas 
pedagógicas envolvendo a Educação Ambiental. 
8. Construir propostas metodológicas de Educação Ambiental para a Educação Básica.
9Educação Ambiental
Para atingir esses objetivos organizamos o guia em quatro módulos, correspondentes às quatro semanas de 
estudo:
MODULO 1: O QUE É MEIO AMBIENTE?
MÓDULO 2: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DELINEAMENTOS 
MÓDULO 3: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE
MÓDULO 4: PRÁTICAS EDUCATIVAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Como você pode observar temos um interessante caminho a percorrer nesse curso. 
Boa jornada!
10Educação Ambiental
Módulo 1 – O que é o Meio Ambiente?
SUMÁRIO QUINZENAL
‘‘ Não somos apenas naturezanem tampouco somos apenas cultura, educação, 
cognoscitividade. Por isso, crescer, entre nós, é uma experiência atravessada 
pela biologia, pela psicologia, pela cultura, pela história, pela educação, pela 
política, pela estética, pela ética. “
Paulo Freire
FIGURA 1: Banho de cachoeira
FONTE: https://pixabay.com/pt/photos/o-homem-em-cachoeira-cachoeira-2150164/
Objetivos do Módulo:
1. Analisar o conceito de meio ambiente. 
2. Compreender os principais fatores que corroboram para o entendimento do meio ambiente na 
sociedade contemporânea. 
Neste módulo você vai estudar o que significa meio ambiente. Esse conceito é importante e implicará em 
uma compreensão mais assertiva de todas as outras unidades de estudo. Por isso leia os textos, analise as 
imagens e faça todas as atividades sugeridas. 
Bom estudo!
I - INTRODUÇÃO
https://pixabay.com/pt/photos/o-homem-em-cachoeira-cachoeira-2150164/
11 Educação Ambiental
II – TEXTO BÁSICO
Nosso planeta pode ser comparado a uma astronave, deslocando-se a 100.000 km/h pelo espaço 
sideral, sem possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispondo de um eficiente sistema 
de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria. Atualmente, a astronave possui ar, 
água e comida suficientes para manter seus passageiros. No entanto, tendo em vista o crescimento 
exponencial do número de passageiros e a ausência de portos para reabastecimento, pode-se 
vislumbrar, a médio e longo prazo, sérios problemas para a manutenção da população. (MILLER, 
1985)
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Ambiente (Meio Ambiente). In: Roseli Salete Caldart; Isabel 
Brasil Pereira; Paulo R. R. Alentejano; Gaudêncio Frigotto. (Org.). Dicionário de Educação do Campo. 
Rio de Janeiro/São Paulo: Fiocruz e Expressão Popular, 2012, p. 94-103. 
FIGURA 2: Planeta Terra
FONTE: https://pixabay.com/pt/photos/terra-planeta-azul-globo-planeta-11015/
1.1. Para compreender o meio ambiente
Vamos iniciar nossos estudos de Educação Ambiental analisando o que envolve atualmente a discussão sobre 
meio ambiente. Observe a imagem e o excerto a seguir:
Veja a atividade 2 no Moodle.
Pensar na capacidade do planeta para a manutenção da vida é um fator essencial para compreendermos o 
que significa meio ambiente. Vamos seguir nessa investigação.
Texto para estudo e aprofundamento
Acesse o endereço eletrônico: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l191.pdf
Nesse endereço você vai encontrar o livro “Dicionário da Educação do Campo”. O texto que nos interessa no 
referido livro é o intitulado “Ambiente (meio ambiente)”, de Carlos Valter Porto Gonçalves, que está localizado 
nas páginas 94-103. Veja a referência completa a seguir e leia o texto com atenção
https://pixabay.com/pt/photos/terra-planeta-azul-globo-planeta-11015/
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l191.pdf
12 Educação Ambiental
A noção de meio ambiente não recobre somente a natureza, ainda menos a fauna e a flora somente. 
Este termo designa as relações de interdependência que existem entre o homem, as sociedades e 
os componentes físicos, químicos, bióticos do meio e integra também seus aspectos econômicos, 
sociais e culturais. (EYRET, 1999) 
Não existe meio ambiente diferente de meio, o entorno das sociedades como um dado essencial 
da vida humana. O que hoje se chamam agravos ao meio ambiente, na realidade, não são outra 
coisa senão agravos ao meio de vida do homem, isto é, ao meio visto em sua integralidade. (..) O 
meio ambiente, que - como já dissemos e vale insistir- nada mais é que o meio de vida do homem, 
constituído, na sociedade contemporânea, como um meio técnico-científico-informacional. 
(SANTOS, 2006, p. 6)
Nesse livro Tim Jackson fornece uma visão 
verossímil de como a sociedade humana poderia 
florescer – dentro dos limites ecológicos de um 
Planeta finito. Para as economias avançadas do 
Ocidente, a prosperidade sem crescimento não é 
um sonho utópico. É uma necessidade financeira 
e ecológica. Tornar esta visão realidade é, nada 
menos, que o desafio mais urgente de nossos 
tempos.
JAKSON, Tim. Prosperidade sem crescimento: vida 
boa em um planeta finito. São Paulo: Editora Planeta 
Sustentável, 2013.
Veja a atividade 3 no Moodle.
FIGURA 3: Livro Prosperidade sem crescimento
III - SÍNTESE DO MÓDULO
Nessa unidade estudamos o conceito de meio ambiente. Vimos que meio ambiente não diz respeito apenas 
a natureza, mas ao homem e ao espaço construído pelo homem. Portanto, meio ambiente está relacionado a 
interdependência entre os fatores antrópicos e a natureza, é o meio de vida do homem e das outras espécies 
e todas as suas interdependências. A partir dos anos 1960 o debate acerca do meio ambiente passa a estar 
relacionado ao desenvolvimento das sociedades, passa a ser também político e social. Questiona-se a ideia 
de separação homem/natureza e da concepção de natureza como recurso natural para servir aos seres 
humanos. A crise ambiental vivida na contemporaneidade confere desafios importantes para o modo de 
produção do espaço, da vida e do futuro da humanidade. Implica também em repensar o papel da natureza 
na vida humana e as interações recíprocas entre as sociedades e natureza, e o próprio ser humano como 
natureza.
13Educação Ambiental
IV - REFERÊNCIAS
EYRET, Y. Géo-environnement. Paris: Sedes, 1999.
JAKSON, Tim. Prosperidade sem crescimento: vida boa em um planeta finito. São Paulo: Editora Planeta 
Sustentável, 2013.
MILLER, G.T. Living in the Environment. California: Wadsworth Pub. Inc., 1985.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Ambiente (Meio Ambiente). In: Roseli Salete Caldart; Isabel Brasil Pereira; 
Paulo R. R. Alentejano; Gaudêncio Frigotto. (Org.). Dicionário de Educação do Campo. Rio de Janeiro/São 
Paulo: Fiocruz e Expressão Popular, 2012, p. 94-103. 
SANTOS, Milton. A Questão do Meio Ambiente: Desafios para a Construção de uma Perspectiva Transdisciplinar. 
Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, v.1, n.1, 2006. 
14Educação Ambiental
Módulo 2 – Educação Ambiental: Delineamentos
SUMÁRIO QUINZENAL
FIGURA 4: Rio Guaropé - Amazônia
FONTE: https://pixabay.com/pt/photos/rio-guapor%C3%A9-amaz%C3%B4nia-natureza-1841419/
Objetivos do Módulo:
1. Refletir sobre a importância da Educação Ambiental na contemporaneidade.
2. Analisar os pressupostos históricos e teórico-metodológicos que orientam a Educação Ambiental.
3. Caracterizar as diferentes abordagens teóricas e metodológicas recorrentes no debate acadêmico e 
nas práticas de Educação Ambiental.
Nesse módulo vamos estudar o que é a Educação ambiental, a sua importância, o seu papel na sociedade 
contemporânea e, também, as tendências teórico-metodológicas que orientam esse campo do saber. Para 
isso será muito importante o seu envolvimento e mobilização para o estudo dos textos e a resolução das 
atividades propostas. Vamos lá!
I - INTRODUÇÃO
https://pixabay.com/pt/photos/rio-guapor%C3%A9-amaz%C3%B4nia-natureza-1841419/
15 Educação Ambiental
2.1. Marcos legais da Educação Ambiental
A Educação Ambiental começa a ganhar forma e destaque em âmbito internacional a partir da década 
de 1960. De lá até os dias atuais foram realizados vários eventos e criados uma série de documentos que 
fundamentam a Educação Ambiental. No caso do Brasil, a década de 1980 marca a formulação dos marcos 
legais sobre a Educação Ambiental. Vamos conhecer alguns deles? Observe com a figura seguinte.
II – TEXTO BÁSICO
FIGURA 5: Educação Ambiental - Linha do Tempo
FONTE: BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Educação ambiental em unidades de conservação. 
Brasília: MMA/Instituto Chico Mendes/ WWF, 2016, p. 24. 
A figura nos mostra que toda a discussão ambiental tem início nos anos 1960 em âmbito internacional. Para 
a educação ambiental a Conferência de Tibilisi sobre Educação Ambiental foi um marco importante.
No Brasil, em 1981, ocorreu a criação da lei que define a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA - lei no. 
6.938) que contém o seguinte artigo:
Art. 2º - A Política Nacionaldo Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos 
os seguintes princípios: (...).
16 Educação Ambiental
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. (BRASIL, 1981).
Por sua vez, ainda na década de 1980, a Constituição Federal do Brasil promulgada em 1988 declara:
Artigo 225: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse 
direito, incumbe ao Poder Público: VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Em 1999, vários após a criação da Política Nacional do Meio ambiente, para garantir um direito constitucional, 
o Congresso Nacional aprova a lei no. 9.795 /99 que cria a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). 
Essa lei delibera:
Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação 
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo 
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter 
formal e não formal.
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas 
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, 
culturais e éticos.
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social.
IV- o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio 
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício 
da cidadania;
V- o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com 
vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, 
igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade VI- o fomento e o 
fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII- o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o 
futuro da humanidade. 
Outro documento que merece destaque na trajetória histórica de institucionalização da Educação Ambiental 
no Brasil é a resolução nº 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação Ambiental. Dessa resolução dois artigos merecem evidência:
Art. 3º A Educação Ambiental visa à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, 
atitudes e valores sociais, ao cuidado com a comunidade de vida, a justiça e a equidade socioambiental, e a 
proteção do meio ambiente natural e construído.
 Art. 6º A Educação Ambiental deve adotar uma abordagem que considere a interface entre a natureza, 
a socio cultural, a produção, o trabalho, o consumo, superando a visão despolitizada, acrítica, ingênua e 
naturalista ainda muito presente na prática pedagógica das instituições de ensino.
17Educação Ambiental
Podemos observar que os objetivos da educação ambiental são estruturados na legislação ambiental e 
também nas deliberações que tratam da educação do ensino formal, destacando a participação, a formação 
de valores e a construção da cidadania por meio da proteção ao meio ambiente. 
Vamos refletir sobre um documento que trata dos princípios da educação para uma sociedade preocupada 
com o meio em que vive. Paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (Rio-92) ocorreram vários eventos, dentre eles o Fórum Global das ONGs. Este Fórum 
elaborou o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que 
foi assinado por pessoas de diferentes partes do mundo como um compromisso com o reconhecimento 
da importância da educação, da equidade e ação social para a construção de uma vida com prospera e 
ambientalmente justa e sustentável. Esse tratado estabeleceu 16 princípios a serem observados:
FIGURA 6: Educação Ambiental - Principios
FONTE: Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. 
Disponível em: http://estatico.cnpq.br/portal/premios/2018/pjc/assets/pdf/webaulas/web-04/tratado_
jornada_por.pdf
 
Refletir sobre os princípios e os objetivos que regem a Educação Ambiental é importante para que você como 
profissional da educação construa um processo crítico e propositivo nas escolas e fora delas, na educação 
formal e não formal.
http://estatico.cnpq.br/portal/premios/2018/pjc/assets/pdf/webaulas/web-04/tratado_jornada_por.pdf
http://estatico.cnpq.br/portal/premios/2018/pjc/assets/pdf/webaulas/web-04/tratado_jornada_por.pdf
18 Educação Ambiental
2.2. Diferentes maneiras de pensar a Educação Ambiental
Texto de estudo e aprofundamento 
Para você compreender as tendências teórico-metodológicas da Educação acesse o endereço eletrônico a 
seguir: http://www.scielo.br/pdf/asoc/v17n1/v17n1a03.pdf 
Nesse Link você acessará o artigo:
Veja também a atividade 6 no Moodle.
LAYRARGUES, Philippe Pomier e LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. As macrotendências político-
pedagógicas da educação ambiental brasileira. Ambiente e Sociedade. 2014, vol.17, n.1, pp.23-40. 
A publicação resgata e socializa conhecimentos, 
saberes, fazeres e valores de pessoas que 
construíram e constroem a história da Educação 
Ambiental brasileira, promovendo também um 
diálogo de saberes intrageracional, atingindo assim 
três importantes objetivos: 
Apoiar a formação da juventude, sujeitos 
multiplicadores e professores educadores 
ambientais, bem como vivências comunitárias 
ou experiências em educação popular, extensão 
universitária, além da pesquisa e a produção do 
saber; 
Promover o intercâmbio de pesquisas e de 
pesquisadores, de materiais educativos e recursos 
inovadores para a implementação da Educação 
Ambiental em todos os níveis de ensino e nas 
práticas sociais; 
Debater mecanismos que promovam maior 
pertencimento, participação democrática, 
divulgação, intercâmbio e avaliação das 
experiências e práticas no campo socioambiental 
no país.
GUERRA, Antônio Fernando Silveira e FIGUEIREDO, 
Mara Lúcia (Org.). Diálogos de saberes e fazeres: 
uma releitura dos 25 anos da trajetória da educação 
ambiental brasileira. São José: ICEP, 2017.
FIGURA 7: Livro Diálogos de Saberes e Fazeres
http://www.scielo.br/pdf/asoc/v17n1/v17n1a03.pdf
19Educação Ambiental
III - SÍNTESE DO MÓDULO
Nesta unidade você estudou sobre as diferentes vertentes da Educação Ambiental. A Educação Ambiental 
é importante para imaginarmos a reversão dos fatores que estão na base da crise ambiental que marca a 
história humana no século XXI. Assim, a Educação Ambiental pode se assentar em uma mudança da cultura e 
da implementação de uma ética ecológica, de hábitos mais equilibrados em relação ao meio ambiente. Mas 
ela pode ir além disso, adotando um compromisso com a análise das condições sociais, das desigualdades 
que afligem as populações mais pobres e desfavorecidas, que vivem todas as vicissitudes das disparidades de 
renda, do acesso a saúde, a educação, a moradia eum ambiente seguro e equilibrado. A Educação Ambiental 
está assentada no terreno político na medida em que atua nas relações entre os humanos e, também, entre 
os humanos e a natureza. Para além da implementação de hábitos cotidianos preocupados com o meio 
ambiente é necessário discutir os acordos e dissensos coletivos que envolvem as relações humanas no 
mundo contemporâneo. A geração e divisão da riqueza, os custos e os riscos ambientais, as desigualdades, 
os conflitos ambientais, os desastres ambientais, o consumismo, etc. Todos esses fatores são objeto de 
preocupação da Educação Ambiental a ser desenvolvida nos espaços escolares. 
20 Educação Ambiental
IV - REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 03 jan. 2019. 
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins 
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 04 jan. 2019. 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 06 fev. 2019. 
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional 
de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9795.htm>. Acesso em: 12 jan. 2018. 
BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece 
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
dmdocuments/rcp002_12.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2018. 
BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Define 
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos 
de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_15.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2019. 
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Educação ambiental em unidades de conservação. Brasília: MMA/
Instituto Chico Mendes/ WWF, 2016.
LAYRARGUES, Philippe Pomier e LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. As macrotendências político-pedagógicas 
da educação ambiental brasileira. Ambiente e Sociedade.. 2014, vol.17, n.1, pp.23-40. ISSN 1809-4422.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_15.pdf
21Educação Ambiental
Módulo 3 – Educação Ambiental: Interdisciplinaridade e 
Transversalidade
SUMÁRIO QUINZENAL
FIGURA 8: Rede
FONTE: https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7a-meninos-bola-futebol-1426135/
Objetivo do Módulo:
Analisar a Educação Ambiental como uma proposta interdisciplinar e transversal nas práticas educativas 
escolares. 
Vamos dar sequência aos nossos estudos de Educação Ambiental estudando neste módulo a questão da 
disciplinaridade, da interdisciplinaridade e da transversalidade. Essa questão é importante para que você 
possa compreender qual o papel da Educação Ambiental no currículo, na escola e na própria ciência. 
I - INTRODUÇÃO
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7a-meninos-bola-futebol-1426135/
22 Educação Ambiental
3.1. A produção do conhecimento sobre seres humanos e natureza
Para iniciarmos o nosso diálogo assista com muita atenção o vídeo:
Acesse o vídeo A natureza e seus fragmentos – Ocupação Manoel de Barros (2019) no endereço eletrônico:
https://www.youtube.com/watch?v=_I6bFXLWLIg
II – TEXTO BÁSICO
FIGURA 9: A Ciência sob a ótica da poesia, Manoel de Barros
FONTE: https://serrapilheira.org/a-ciencia-sob-a-otica-da-poesia/
“Na fonte da poesia de Manoel de Barros existe uma relação de promiscuidade com a natureza – tanto a 
das palavras quanto a das plantas e dos bichos (inclusive os humanos, sobretudo os rasteiros). No entanto, o 
mundo que lemos nos versos do poeta parece filtrado por um olhar infantil, desacostumado: brincando com 
os termos e as normas da língua, Manoel ia derrubando as paredes entre espécies, gêneros, famílias, reinos. 
“Desaprender oito horas por dia ensina os princípios”, escreveu ele em O Livro das Ignorãças (1993). Como, 
então, um cientista lê os versos do autor? As diferentes formas de encarar a natureza – e de se encantar 
com ela – se excluem? Neste vídeo, a questão é pensada por quatro biólogos: Bruss Lima, que estuda as 
atividades cerebrais de primatas não humanos; Carlos Hotta, cujas pesquisas se concentram no relógio 
biológico das plantas; Hugo Aguilaniu, especialista em genética do envelhecimento e diretor-presidente do 
Instituto Serrapilheira; e Nurit Bensusan, que atua no campo das políticas públicas para a conservação da 
biodiversidade e escreve livros dedicados à popularização das ciências. Depoimentos gravados entre outubro 
e novembro de 2018, em São Paulo/SP e no Rio de Janeiro/RJ.” (Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=_I6bFXLWLIg) 
Veja também a atividade 8 no Moodle.
3.2. A Educação Ambiental na organização curricular da Escola
Para compreendermos melhor a relação entre o processo de disciplinarização na ciência e na educação leia 
o texto a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=_I6bFXLWLIg
https://serrapilheira.org/a-ciencia-sob-a-otica-da-poesia/
https://www.youtube.com/watch?v=_I6bFXLWLIg
https://www.youtube.com/watch?v=_I6bFXLWLIg
23Educação Ambiental
Disciplinarização da Ciência
Conhecemos o processo histórico de constituição das diferentes ciências. Com a criação do 
método científico moderno, naqueles campos de saberes em que indivíduos já vinham há séculos 
“especulando” ou mesmo “experimentando” com o objetivo de produzir um conhecimento dito 
“verdadeiro”, o recorte de um objeto definido possibilitou a emergência de uma disciplina. Assim 
se deu com a física: as especulações produzidas desde a Antiguidade grega, as experimentações 
ainda não totalmente metódicas de um Galileu, por exemplo, ao se encontrarem com o método, 
produziram uma nova forma de olhar o real, buscando a significação última de suas leis fundamentais. 
Processo semelhante aconteceria com a química, com a biologia e com os demais campos do saber.
A disciplinarização está, pois, na origem da constituição da ciência tal como a conhecemos hoje. 
Mas essa ramificação, essa capilarização, não é exclusiva da ciência; em certa medida, podemos 
afirmar que ela é a tendência básica de todo o saber humano. Sendo a realidade múltipla, o intelecto 
humano, em seu afã de conhecimento, sempre procurou abarcá-la. Num primeiro momento, 
a tentativa – bastante pretensiosa, diga-se de passagem, foi a de abarcar a realidade como una, 
compreendendo-a num saber de totalidade. Assim foi e tem sido com a religião, assim foi e tem 
sido com as filosofias de cunho metafísico. Mas mesmo aí aos poucos se foi percebendo que essa 
realidade era mesmo multifacetada, e mesmo que pudesse ser abarcada como totalidade, ela 
mostraria nuanças e distinções. 
Começam aí, nessa Antiguidade da qual nem ao menos podemos precisar o momento, os 
empreendimentos de compartimentalização do real, de forma que ele pudesse ir sendo conhecido 
por partes, rumo a uma compreensão total. Quando examinamos, por exemplo, a vasta obra de 
Aristóteles, percebemos que ele foi talvez o primeiro grande enciclopedista a procurarabarcar 
como distintos os vários gêneros de saberes humanos, buscando sua articulação. Vale destacar aqui 
que a palavra enciclopédia deriva do grego e indica um conhecimento circular (a forma perfeita da 
totalidade) da Paidéia, isto é, da cultura. 
Com o desenvolvimento da ciência moderna, torna-se cada vez mais difícil (e virtualmente impossível) 
que alguém possa dedicar-se a todos os campos de saberes, visando a uma compreensão total do 
real, dada a quantidade e a complexidade de saberes que vão sendo produzidos. Emerge então a 
especialização. A ciência moderna autonomiza-se e especializa-se em torno de seu objeto. Ele é o 
foco central do qual depende sua identidade. E cada vez mais o cientista se volta para seu objeto, 
tornado autônomo, sem preocupar-se com o que está a sua volta.
Mas se a especialização potencializa o conhecimento do objeto, por outro lado ela acaba por isolar 
esse objeto, e isso de certa forma o mutila. De modo alegoricamente provocativo, Nietzsche (1998, 
p. 295) afirmou: “todo o especialista tem a sua corcunda. Um livro erudito também espelha sempre 
uma alma que se tornou tortuosa: todo o ofício força o homem a entortar-se”. Talvez pudéssemos 
aproveitar essa provocação e afirmar que todo cientista moderno possui sua corcunda; cada um 
a sua maneira debruça-se única e exclusivamente sobre um objeto, perdendo a dimensão de sua 
relação com os demais. 
O desenvolvimento da ciência do século XVII ao século XX foi magnífico, seja em termos de 
velocidade, quantidade ou complexidade. A compartimentalização e a especialização possibilitaram 
que cada área do saber, fechada em sua autonomia, crescesse de maneira talvez inimaginável, não 
fôssemos nós testemunhas oculares do fato. Parece haver no conhecimento humano em geral, e no 
científico em particular, algo que o impulsiona para um crescimento cada vez mais acelerado, que 
não prevê limites.
Na obra Os desafios da racionalidade, o filósofo Jean Ladrière afirma que a ciência, embora seja uma 
criação humana para responder às suas necessidades cotidianas, para resolver os problemas com 
os quais nos defrontamos diuturnamente, parece ganhar autonomia, afastando-se da vida humana 
e de seu cotidiano. Afirma Ladrière que a ciência é animada por uma lógica interna que a leva a 
querer sempre saber mais, não importando os limites e as consequências desse conhecimento. Em 
24 Educação Ambiental
lugar de a ciência ser um instrumento humano em sua lida diária, é o humano que passa a ser um 
instrumento da ciência, para que ela evolua sempre mais, para que o conhecimento seja cada vez 
mais aprofundado e abrangente. Em suma, a ciência deixa de dizer respeito à vida humana e passa 
a agir como um organismo autônomo, segundo a lógica de que o que importa é o saber pelo saber. 
Na segunda metade do século XIX, Nietzsche, um dos primeiros filósofos a afirmar a multiplicidade 
da vida e do mundo, já apresentava uma postura essencialmente crítica dessa empresa científica. 
O filósofo alemão foi talvez o primeiro crítico do positivismo (e provavelmente o mais ácido dos 
críticos), num momento em que o positivismo dominava corações e mentes da Europa e do Novo 
Mundo. Para esse filósofo, a ciência deve tratar da vida humana; o conhecimento só faz sentido 
quando trata da vida. Daí sua proposta de uma gaia ciência, de um saber alegre, não perdido na 
sisudez irrefletida do saber pelo saber. 
Na perspectiva crítica do filósofo alemão, a ciência nem nos torna mais íntimos de Deus, nem 
possibilita um conhecimento útil e inocente acima de qualquer suspeita. Ao contrário, a ciência 
responde a interesses, não poucas vezes escusos, e sua ânsia do saber pelo saber leva-a para longe 
da vida humana, muitas vezes estando a serviço da extinção de vidas humanas. O saber pelo saber, 
que compartimenta o mundo para saber “cada vez mais sobre cada vez menos”, não atende aos 
interesses humanos. De forma que, já em Nietzsche, encontramos uma forte crítica à disciplinaridade 
da ciência.
Disciplinarização da Educação 
Não tenho dúvidas de que a disciplinarização pedagógica nada mais é que um reflexo, uma 
continuidade, uma decorrência da disciplinarização epistemológica. No campo da pedagogia 
moderna, a compartimentalização e a autonomização da ciência vão encontrar espaço e ganhar 
ainda mais terreno.
A pedagogia moderna desenvolveu-se animada por aquela “vontade de verdade”, para usar o 
conceito de Nietzsche, que levou ao método científico e à autonomização das ciências; e segue, 
ainda hoje, balizada por uma “vontade de ser ciência”, fiel ao mais puro espírito positivo do século 
XIX. 
No contexto da cientificidade da pedagogia, a organização curricular encontrou terreno fértil na 
disciplinarização. O modelo arbóreo ou radicular de capilarização do conhecimento científico serviu 
muito bem de planta para a fixação dos currículos escolares. A especialização dos saberes permitiu 
a especialização dos professores, do material didático e do espaço pedagógico. A fragmentação dos 
saberes permitiu o fracionamento do tempo escolar em aulas estanques. E tudo isso possibilitou 
que o processo pedagógico pudesse passar pelo crivo de um rígido controle, que pôde, por sua vez, 
dar à pedagogia a ilusão de que logrou êxito em seu afã de se constituir como ciência. 
No currículo disciplinar, tudo pode ser controlado: o que o aluno aprende, como aprende, com 
que velocidade o processo acontece e assim por diante. Tudo pode ser avaliado: o desempenho do 
aluno, a “produtividade” do professor, a eficácia dos materiais didáticos, etc. Da mesma forma, todo 
o processo pode ser metrificado, e o desempenho do aluno traduzido numa nota, às vezes com 
requintes de fragmentação incorporados no número de casas decimais. 
O currículo disciplinar atende, assim, aos requisitos básicos de uma pedagogia moderna forjada sob 
o signo da disciplinaridade científica.
Fonte: BRASIL, Ministério da Educação. Ciclo de palestras sobre meio ambiente / Secretaria de Educação 
Fundamental – Brasília: MEC ; SEF, 2001. 56 p. (Palestra de: GALLO, Silvio. Transversalidade e meio ambiente. 
p. 15 e 16)
Veja também a atividade 9 no Moodle.
25Educação Ambiental
De acordo com a lei a Educação ambiental não deve ser tratada como uma disciplina no currículo. Sua 
presença deve ser garantida em todas as instituições escolares de maneira interdisciplinar. Pesquise o que a 
legislação vigente sobre o caráter interdisciplinar da Educação Ambiental. 
Acesse as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, publicadas em 2012, no seguinte 
endereço eletrônico: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
Leia com a atenção o documento.
Veja também a atividade 10 no Moodle. 
III - SÍNTESE DO MÓDULO
Nessa unidade de estudo analisamos que a Educação Ambiental não se constitui em uma disciplina na 
educação básica, mas como uma proposta integrada, interdisciplinar e transversal, ou seja, trabalhada 
pelos diferentes campos disciplinares da escolarização. A Educação Ambiental deve fazer parte do projeto 
pedagógico da escola e permear a pratica educativa dos diferentes docentes, por meio de um trabalho 
sistemático e contínuo visando a formação dos estudantes e a atuação cidadã e preocupada com o meio 
ambiente.
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
26 Educação Ambiental
IV - REFERÊNCIAS
GALLO, Silvio. Transversalidade e meio ambiente. Ciclo de Palestras sobre Meio Ambiente - Programa Conheça 
a Educação, Cibec/Inep- MEC/SEF/COEA, 2001. 
BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece 
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
dmdocuments/rcp002_12.pdf>. 
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf
27Educação Ambiental
Módulo 4 – Práticas Educativas em Educação Ambiental
SUMÁRIO QUINZENAL
FIGURA 10: Mão colorida
FONTE: https://pixabay.com/pt/photos/colorido-cinco-dedos-crian%C3%A7a-dedos-4043742/Objetivos do Módulo:
1. Compreender a articulação entre a pesquisa e o ensino na reflexão sobre projetos, estudos e práticas 
pedagógicas envolvendo a Educação Ambiental. 
2. Construir propostas metodológicas de Educação Ambiental para a Educação Básica.
Anteriormente, no módulo 3, estudamos que seria muito redutor vincular a Educação Ambiental a um único 
componente curricular. A prática em Educação ambiental integra a formação interdisciplinar dos estudantes 
para que seja possível ampliar a análise sobre a vida humana no meio ambiente. Mas como pensar uma 
Educação Ambiental interdisciplinar e transversal? Esse é um desafio!
Nessa unidade vamos estudar possíveis práticas em Educação Ambiental. Você vai conhecer e produzir 
diferentes materiais que podem ser usados na elaboração de propostas mobilizadoras em Educação 
ambiental.
I - INTRODUÇÃO
https://pixabay.com/pt/photos/colorido-cinco-dedos-crian%C3%A7a-dedos-4043742/
28 Educação Ambiental
4.1. Analisando propostas de Educação Ambiental
II – TEXTO BÁSICO
Pense e responda. 
Quais são as questões ambientais mais importantes que devem ser trabalhadas na escola 
atualmente?
Sabemos que cabe à educação escolar a formação das crianças, dos jovens e, também, dos adultos em nossa 
sociedade. Esse trabalho de formação envolve o acolhimento, a reflexão, e o direcionamento para um futuro 
que pode ser melhor ou pior do que hoje experimentamos no mundo. Assim, a escola tem um papel dos mais 
importantes a ser desempenhado quando pensamos em meio ambiente. Quanto mais as práticas educativas 
forem comprometidas com a formação para um mundo melhor e mais justo, melhor será para os estudantes 
e para todos nós que já vivemos ou que ainda vão viver no planeta Terra. 
Pensar nas questões ambientais implica eleger uma série de temas e práticas que podem ser trabalhados nos 
espaços escolares. Vamos pensar em alguns desses temas? 
 Consumo, água, energia, resíduos sólidos, desmatamento, moda e o “fast fashion”, mobilidade urbana, 
pobreza e justiça ambiental, enchentes, os impactos da agricultura, mudanças climáticas, ativismo ambiental, 
catástrofes ambientais...
São muitos os temas que podem ser desenvolvidos. Alguns temas são mais globais e outros estão na ordem 
do cotidiano e do lugar de habitação dos estudantes. O cuidado com o espaço escolar, por exemplo, é um 
interessante tema para ser trabalhado em Educação ambiental, a limpeza das ruas, a justiça ambiental na 
cidade em que moram, etc. Há um grande elenco de temas que podem mobilizar os alunos para refletirem 
sobre meio ambiente. Não podemos esquecer que, em uma perspectiva crítica, a Educação Ambiental 
envolve um trabalho de formação de valores, do repensar de atitudes, mas também é 
um processo educativo eminentemente político, que visa o desenvolvimento nos 
educandos de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores 
sociais geradores de riscos e os respectivos conflitos socioambientais. Busca uma 
estratégia pedagógica de enfrentamento de tais conflitos a partir de meios coletivos 
de exercício da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas 
participativas conforme requer a gestão ambiental democrática. (LAYRARGUES, 
2002, p. 159)
Para compreender o que pode ser feito na escola, você deverá conhecer e analisar duas propostas de 
Educação Ambiental. Vamos lá!
Acesse o seguinte endereço eletrônico:
https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/2-ECOCIDA SaD%C3%83O.pdf 
Nesse endereço eletrônico você acessará a seguinte publicação:
https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/2-ECOCIDA SaD%C3%83O.pdf
29Educação Ambiental
SÃO PAULO (ESTADO), Secretaria do Meio ambiente/Coordenadoria de Educação ambiental. 
Ecocidadão. Denise Scabin Pereira e Regina Brito Ferreira. 3ª edição. São Paulo: SMA/CEA, 2012. 
BARROS, V. A. ; TOZONI-REIS, M. F. C. . Reinventando o ambiente: educação ambiental na educação 
infantil. Cadernos de Educação (UFPel), v. 34, p. 153-182, 2009.
Veja também a atividade 12 no Moodle.
Acesse o seguinte endereço eletrônico: 
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1638/1521
Nesse endereço eletrônico você acessará a seguinte publicação:
Veja também a atividade 13 no Moodle.
O livro Meio ambiente em cena, propõem 
uma reflexão crítica sobre diferentes questões 
ambientais por meio de um diálogo com produções 
cinematográficas. Destinado a educadores, os 
textos apresentam análises que são acompanhadas 
de proposições didáticas, complementando as 
reflexões teóricas de cada texto. É uma proposta 
voltada para a formação continuada dos 
professores inseridos no Ensino Fundamental que, 
a partir deste material, poderão ampliar o leque 
de possibilidades na abordagem da problemática 
ambiental e contribuir para uma formação reflexiva 
dos estudantes com os quais têm contato.
Adriana Angélica Ferreira; Eliano de Souza M. Freitas. 
(Org.). Meio ambiente em cena. 1ed.Belo Horizonte: 
RHJ, 2012.
FIGURA 11: Livro Meio Ambiente em Cena
III - SÍNTESE DO MÓDULO
Nesse módulo você refletiu sobre práticas pedagógicas interdisciplinares de Educação Ambiental na escola. 
Aprendeu sobre o que pode ser feito para realizar propostas que sejam produtivas e instigantes para os 
estudantes e também para os professores. 
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1638/1521
30 Educação Ambiental
IV - REFERÊNCIAS
BARROZO, Luciana Aranda e Sanchez, Celso. Educação Ambiental crítica, interculturalidade e justiça ambiental 
entrelaçando possibilidades. Anais do VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 
19 a 22 de julho de 2015. Disponível em: http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/139.pdf 
LAYRARGUES, P.P. A crise ambiental e suas implicações na educação. In: QUINTAS, J.S. (Org.) Pensando e 
praticando a educação ambiental na gestão do meio ambiente. 2 a edição. Brasília: IBAMA. p. 159-196. 2002.
FERREIRA, A. A. FREITAS, E de S. M. (Org.). Meio ambiente em cena. 1ed. Belo Horizonte: RHJ, 2012
http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/139.pdf

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