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Grupo11_Guerra Fiscal_Caso Ford

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GRUPO 11 – DIREITO TRIBUTÁRIO
	Guerra Fiscal entre Estados na Federação Brasileira
Resumo: 
A proposta desse trabalho é mostrar como funciona a guerra fiscal no Brasil como se deu seus efeitos e seu impacto econômico no país e nas empresas, quais os incentivos oferecidos para empresas sendo o carro chefe dessa disputa o imposto ICMS e por último o posicionamento do STF e o CONFAZ.
Introdução
 A guerra fiscal é concentrada com a disputa de investimentos entre os governos municipais, estaduais ou federais de modo atrair investimentos para a região para obter desenvolvimento local com a entrada de grandes empresas mediante a concessão de vantagens para atrai-las com uma série de benefícios e incentivos fiscais sendo isenções, diferimentos, reduções de alíquotas e base de cálculo, etc. (art. 155,§2º, XII, g, da CF/88).
Os Estados com intuito de gerar maior riqueza e um crescimento econômico proporciona benefícios diversos para essas empresas mas por outro lado gera um prejuízo de arrecadação tributária para o ente federativo onde se localizava a empresa, e traz consigo consequências econômicas e sociais para todo o  país, devido ao  caráter nacional do  ICMS, apesar deste ser  um imposto estadual, sua receita se divide entre Estados e Municípios. Pode se dizer que uma das principais consequências da Guerra Fiscal é a diminuição dos investimentos públicos em estruturas sociais, os estados com maior capacidade financeira os mais desenvolvidos ao renunciar à arrecadação tributária se perde na provisão de serviços de educação, saúde, infraestrutura com consequências na instabilidade macroeconômica.
Por diversos motivos as guerras fiscais acontecem a liberdade dos Estados da União em regular a sua própria política fiscal, sobretudo referente à cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Esse imposto, além de outras cobranças e taxas, passou a ser reduzido ou até isento por um período determinado para garantir que grandes empresas ou indústrias deslocassem-se para um dado local para gerar empregos.
Guerra tributária no Brasil 
Pela CF 1988 no seu art. 1º apresenta a forma de governo na nação brasileira como República Federativa como um Estado Federal, que representa a sua autonomia sendo um Estado democrático de direito, formado pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. Sendo a sua forma de governo irrevogável não podendo ser alterada, a CF proíbe emendas no art. 60, inciso 4º “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente abolir: - a forma federativa do Estado”. Agora os Estados e Municípios têm a sua capacidade autonomia políticas e econômicas, de modo a que cada estado membros possa dispor de seus recursos em virtude de suas peculiaridades.
A constituição da Republica de 1988 prevê como entes federados os Municípios e Estados trazendo em benefício políticos e econômicos. Significa mais poder em mãos, decidido que regras da repartição de receitas tributarias e a consolidação da distribuição própria dos entes federados, os municípios os grandes beneficiados. 
No Brasil, as guerras fiscais municipais e estaduais começaram a se intensificar a partir da década de 1990, configurando um grande problema para a economia geral do país com a competição entre os Estados por empresas que se descentralizavam para outros estados por motivos de benefícios sendo um dos principais deles o fiscal. No decorrer do século vinte os Estados Brasileiros procuraram atrair investimentos, crescimento econômico, geradores de emprego, produção e renda e com isso buscavam por meio de incentivos “fisgar” empresas que se encontra instaladas em um estado x para o estado local. Na década de 1970, grande parte dos investimentos foram direcionados pelo governo central para as regiões Norte e Nordeste do País. No início da década de 1980, surge um movimento que busca o fortalecimento dos Estados e municípios, alcançando êxito na Constituição de 1988. Houve, com isto, transferência de maior parte dos impostos e, consequentemente, maior autonomia para os estados legislarem sobre suas fontes de receita. Com passar do tempo, os Estados foram se adequando com novas técnicas para atrair novos investimentos e desenvolveram outras formas de benefícios às empresas sendo fiscal o principal.
Dos benéficos fiscais
Quando se há uma disputa exagerada ocorre uma concessão desmedida de incentivos fiscais ou até práticas ilegais por parte do poder público, gerando dificuldade para arrecadação de impostos. Concessões prévias para o início da atividade produtiva: doação de terrenos, obras, facilidades de infraestrutura. 
Benefícios por instituições bancárias de investimento com créditos para investimento no setor empresarial, com recursos de fundos estaduais ou de programas de desenvolvimento regional.
Benefícios tributários relacionados à operação produtiva: a renúncia fiscal pode se dar por meio da redução ou postergação de recolhimento ou, ainda, pela isenção de impostos.
Na disputa os governos administrativos (municipais, estaduais ou federais) de modo excessivo utilizam de ferramentas apelativas para tentar atrair empresas para as regiões, chamados incentivos fiscais.
Os incentivos promovidos pelos governos são fácil acesso às matérias-primas, disponibilização de terrenos, isenção de alguns impostos, construção de infraestruturas da empresa com dinheiro público, tendo outros meios atrativos que atraem a instalação das empresas no local.
A geração de empregos é uma das consequências positivas que as guerras fiscais provocam para a região que consegue atrair os investimentos, no entanto, devido aos incentivos fiscais feitos, uma grande carga tributária é perdida, fazendo com que seja a população a ter que pagar mais para cobrir esta perda.
Sendo assim vários o ente federado deixa de arrecadar receita, já que os estados e municípios concedem isenções das taxas tributárias para as empresas.
Ideologicamente, as unidades federativas do país deveriam se complementar e não demonstrar competição ou agindo com rivalidades entre si.
Causas da Guerra Fiscal no Brasil
Como dito no início deste trabalho a guerra fiscal e como se chama a disputa entre os Estados para atrair empresas e setores empresariais e tem o intuito de gerar mais emprego e renda para a região , as principais armas usadas são os incentivos fiscais isenção de impostos, descontos de juros e multas, doação de terrenos e principalmente não menos que importante o ICMS.
O conselho que reúne os secretários de todos os Estados tem a missão de evitar que todos esses incentivos sejam exagerados causando concorrência desleal. As leis estaduais de incentivos fiscais têm que ser aprovadas com unanimidade pelos conselheiros do CONFAZ, mas na pratica não e isso que acontece. Como exemplo hoje estão em vigor várias leis estaduais de obrigações de impostos que não passaram pelo CONFAZ e aguardam julgamento, ou seja, a guerra fiscal virou uma guerra judicial.
As causas dessa disputa concentram-se em três principais fatores que contribuem para a intensificação da Guerra Fiscal no Brasil ao longo dos últimos anos.
· A liberdade dos estados da União em regular a sua própria política fiscal, sobretudo referente à cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Esse imposto, além de outras cobranças e taxas, passou a ser reduzido ou até isento por um período determinado para garantir que grandes empresas ou indústrias deslocassem-se para um dado local para gerar empregos.
· O processo histórico de concentração dos investimentos e das indústrias em algumas poucas áreas regionais do país. Com isso, as regiões mais carentes de investimentos e até de infraestrutura para gerar empregos e arrecadação passaram a “apelar” por medidas – algumas até inconstitucionais – para atrair empresas e capitais.
· A abertura econômica e a busca pelo máximo investimento de grupos estrangeiros no país, o que gerou uma maior competição entre os lugares para o recebimento desses investimentos.
As grandes empresas buscam aumentar os lucrose diminuir os custos, optam por aqueles lugares que, além de infraestrutura para produção e rápido transporte, oferecem maior benefícios com uma menor carga de impostos.
Mas com tanto benéficos surge um desiquilíbrio quando um alto valor em tributos deixa de ser repassado para o poder público tendo os cofres públicos menos receitas no cofre público o que eleva os problemas, sobretudo, das unidades federativas do país em conseguir um maior equilíbrio de suas contas. Para equilibrar a equação, em muitos casos, o poder público passa, então, a reduzir os investimentos em setores da sociedade, incluindo muitas vezes a saúde e a educação. Então as principais consequências da Guerra Fiscal é a diminuição dos investimentos públicos em estruturas sociais.
Caso Ford – Rio Grande do Sul x Bahia
	Como podemos verificar anteriormente a Guerra Fiscal travada entre os Estados brasileiros traz grandes prejuízos para o nosso país, dentre todas as disputas já travadas, a que mais se destaca em todo o país foi a disputa entre Rio Grande do Sul e Bahia pela multinacional Ford.
	Este conflito se iniciou no final da década de 90, onde a Ford havia negociado um excelente acordo fiscal com o governo de Antônio Britto (PMDB) para implementar a nova fábrica da Ford no Brasil, em Guaíba. Porém vale ressaltar que a disputa pela Ford foi muito além de uma simples guerra fiscal, porque em 1998 Olívio Dutra, candidato a governador do Rio Grande do Sul, utilizou como principal proposta de campanha questionar os “incentivos” fiscais dados a Ford para implementação da nova Fábrica.
	O acordo já havia sido firmado entre Antônio Britto e a multinacional Ford, inclusive a montadora já havia começado a receber alguns dos benefícios dados, como por exemplo a preparação de todo o terreno onde a fábrica seria construída e a primeira parcela do financiamento feito pelo Banrisul no valor de R$ 42 milhões.
	As eleições de 1998 foi vencida pelo novo governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT) que fez questão de cumprir com a sua principal promessa de campanha, que seria questionar todo o acordo feito entre o governador anterior e a Ford.
	Neste momento se acendeu o sinal de alerta para a montadora, onde a mesma teria o seu “acordo fiscal” revisionado pelo atual governo e provavelmente este então seria revogado. Percebendo a montadora que a situação estava se complicando, decidiu anunciar que não iriam mais construir a nova sede da Ford em Guaíba, por atraso no pagamento da 2º parcela do financiamento e por outros motivos de ordem política.
	Iniciou-se então uma “operação” para se levar a fábrica do Ford de Guaíba para Camaçari, na Bahia.
	Em 29 de Junho de 1999 a câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei de conversão da MP 1740, prorrogando até 31 de dezembro o prazo para implementação de empresas automobilísticas no Brasil com incentivos fiscais. Porém essa medida provisória estava na sua 32º edição, e esta aprovação previa apenas a prorrogação dos incentivos para a região Nordeste e a Amazônia.
	A prorrogação dos incentivos foi “tudo” que a Ford precisava para se estabelecer em Camaçari, Bahia.
	Os incentivos dados pelo governo baiano foram muito superiores aos dados pelo governo gaúcho, como por exemplo:
· Isenção do imposto de importação para máquinas e equipamentos;
· Redução de 90% do imposto de importação referente a matérias-primas, peças e componentes;
· Redução de até 50% na importação de veículos;
· Isenção de IPI na compra de máquinas e equipamentos;
· Isenção do adicional de frete da Marinha Mercante;
· Isenção de IOF nas operações de câmbio para importação;
· Isenção do imposto de renda sobre o lucro do empreendimento.
Dentre todos esses benefícios dados pelo governo baiano, estimasse que o valor total se aproxime dos 3 bilhões de reais.
Com todo esse incentivo dado pelo governo baiano não havia proposta melhor para a Ford em todo o Brasil, onde a fábrica decidiu se instalar em Camaçari.
O que nos cabe refletir agora é, qual foi a vantagem da implantação da Ford na Bahia?
A maior intenção dos governos em oferecer “benefícios fiscais” é a obtenção de renda através do ICMS e a geração de empregos e desenvolvimento da região, mas será que realmente estes objetivos foram alcançados na Bahia?
Estima-se que até o atual momento foram gerados apenas 2000 empregos na Ford baiana, sendo 700 na Ford de fato e os outros 1300 em vagas sistemistas, empresas que são instaladas junto à fábrica principal e entregam partes prontas do veículo.
Além de falarmos de apenas 2000 empregos gerados pela grande montadora, devemos ressaltar os salários pagos, pois os trabalhadores da Ford recebiam cerca de R$ 495,00 por mês, sendo que trabalhadores exercendo a mesma função em Betim, Minas Gerias, recebiam cerca de R$ 800,00 e trabalhadores do ABC Paulista recebiam cerca de R$ 1.700,00, ou seja, além de se gerar poucas vagas de emprego os salários pagos eram quase ultrajantes.
Devido a montadora ter se instalado em uma região não tão desenvolvida, 90% dos cargos de chefia eram exercidos por pessoas trazidas de grandes polos industriais.
Através de toda essa exposição percebemos a perversidade da guerra fiscal é tão grande, que a preocupação dos governos na melhoria dos empregos, salários, renda e qualidade de vida se invertem, fazendo com que o trabalhador exerça funções que acabe recebendo bem menos do que outro em um polo desenvolvido.
Possíveis soluções para a Guerra Fiscal
Na tentativa de acabar com a guerra fiscal o governo atua inserindo na legislação Leis Complementares de forma que elas possam articular toda a movimentação deste cenário e pacifique a relação entre os entes federados no que tange a incentivos e benefícios fiscais. No entanto, segundo especialistas e pesquisadores do assunto, nem sempre estas leis são, possivelmente, a solução para a causa. Segundo eles, é necessário avaliar variáveis que são mais complexas e que influenciam diretamente o mecanismo deste cenário.
Fonte: João Neto, JusBrasil
“Guerra fiscal é algo que parece ser na verdade uma batalha, mas não é nada disso. Não podemos demonizar isso que chamam de ‘guerra fiscal’. O que está por trás dessa discussão é que os estados mais pobres querem desenvolver, querem empregos. E como eles conseguiriam isso? Atraindo, mediante incentivos fiscais, as grandes empresas. Agora, essas empresas estão saindo certamente de estados que têm grande concentração. Daí a reação”, diz Carlos Mário Velloso durante participação do XX Congresso Internacional de Direito Tributário.
Diante de todo este cenário que estamos abrangendo podemos concluir que, numa tentativa de acabar com esta guerra fiscal, uma das soluções seria haver um controle sobre a oferta de incentivos por parte dos estados. No entanto, segundo Velloso, para que isto fosse possível a legislação teria que se favorável a este movimento, pois de acordo com a Constituição, para conceder benefícios fiscais relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) um estado precisa da aprovação dos demais, através de convênios firmados entre eles. Para isto, o STF atuando como mediador entre os estados seria fundamental na resolução deste problema promovendo a Reforma Tributária, pois a vontade de um só Estado ou do Distrito Federal não tem força jurídica o bastante para fazer nascer isenções de ICMS.
Fonte: Diário do Comércio
O congresso nacional no intuito de promover soluções para a guerra fiscal entre os estados já apresentaram algumas propostas. São elas:
· ART. 14 DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
“Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001)
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi consideradana estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.”
Fonte: JusBrasil
Portanto, pode-se dizer que a eficácia desta norma é parcial, pois não se aplica a todos os tributos e nem os Estados podem se apoderar dela totalmente, sendo assim, que existe outra regra superior a esta que encontra-se na Constituição Federal, Art. 155, §2º, XII, “g”, com o objetivo de manter a harmonia federativa do país. 
Fonte: CARRAZZA (Pág. 613, Ed. 16ª, Ano 2012)
“Estabelece que os Estados e o Distrito Federal deliberarão entre si para conceder “isenções, incentivos e benefícios fiscais” em matéria de ICMS. Os eventuais impactos orçamentários financeiros destas medidas nas Unidades Federativas individualmente consideradas não têm o condão de sobrepujar o interesse nacional que leva à celebração dos convênios ICMS.”
Fonte: Art. 155, §2º, XII, “g”
· RESOLUÇÃO N.º 13 DO SENADO FEDERAL
O Senado Federal com o objetivo de extinguir a guerra fiscal publicou em 26 de abril de 2012 a resolução n. º13 estabelecendo alíquotas para o ICMS nas relações interestaduais e intermunicipais e de comunicação.
“Cumpre esclarecer que não se incluem na proibição o estabelecimento de alíquotas diferenciadas para o ICMS para as operações internas, interestaduais e de exportação. O Senado Federal tem competência para, através de resoluções, fixar alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação, bem como para fixar alíquotas mínimas ou máximas para operações internas (art. 155, §2º, IV e V, a e b, da CF). Outrossim, em relação às operações e prestações que destinem bens ou serviços a consumidor final localizado em outro Estado, aplicar-se-á a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto, e a alíquota interna quando o destinatário não for contribuinte do ICMS (art. 155, §2º, VII, a e b, da CF)”
Fonte: HARADA (Pág. 415, Ed.23ª, Ano 2014)
Segundo João Neto, apesar de o objetivo ser a extinção do conflito fiscal, de um ponto de vista subjetivo a atitude do Senado Federal foi positiva, mas as resoluções não podem padecer de vícios mesmo que a intenção seja a de melhorar a situação em que o Estado se encontra.
· CONVÊNIOS
João Neto afirma que os convênios são a forma que o legislador escolheu para sanear o conflito Fiscal por meio da Constituição e complementando pela Lei, ter sido recepcionada pela Carta Magna, e com isso temos o entendimento do professor MARTINS.
Por esta razão, com sede na constituição – e exclusivamente na Constituição é que entendo que a unanimidade dos Estados para autorizar incentivos, estímulos e benefícios no ICMS, que possam reduzir o peso do tributo nas operações internas e interestaduais, gerando, pois, descompetitividade tributária, é elemento fundamental.
Fonte: Carta Magna, pág. 17, Ed. 2ª Ano 2014 – João Neto, JusBrasil
Foi aprovada em 2012 a Lei Complementar nº 24, que por ser uma federação, não depende apenas da vontade um Estado Federado e sim da expressão de todos, com o objetivo de sanear a Guerra Fiscal e regulamentar o antigo ICM, e trazia consigo um dispositivo de unanimidade que os Estados tentam burlar essa norma.
Fonte: CARRAZZA (Pág. 611, Ed. 16ª, Ano 2012).
Segundo João Neto, dispositivo este considerado constitucional e não infraconstitucional segundo o IVES GANDRA da Silva Martins (Pág. 09, Ed. 2ª Ano 2014) “(...) entendo que a unanimidade exigida pelo CONFAZ não decorre da legislação infraconstitucional, mas decorre, à luz da constituição de 1988, do próprio texto supremo, tese, aliás, fortalecida com interpretação que agora darei do artigo 146-A da Lei suprema.”
No entanto, o escritor do artigo publicado pelo Jus Brasil, argumenta que, todavia, o motivo de o legislador ter escolhido pela unanimidade da escolha é exagerado e rígido com o intuito de fortalecer a Federação Brasileira, com o objetivo de evitar a competitividade tributária MARTINS (Pág. 10, Ed 2.ª Ano 2014).
Fonte: João Neto, JusBrasil
Os convênios foram as ferramentas utilizadas para minorar o conflito fiscal, mas possuem caráter de autorização para concessão do benefício fiscal, e posteriormente repassada ao legislador Estadual para conceder o incentivo de forma legal e válida pelos Entes, segundo Carvalho.
Os convênios relativos a isenções, incentivos ou benefícios de ICMS assumem caráter autorizativo, ficando pela dependência de produção legislativa pelos Estados e pelo Distrito Federal. Desse modo, quando aprovado o benefício, cabe a cada pessoa política implantá-lo em seu território, evitando-se, com isso, que qualquer deles seja “obrigado” a conceder benefício contra sua vontade.
Fonte: Carta Magna, Pág. 59, Ed. 2ª, Ano 2014 / João Neto, JusBrasil
O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou com relação ao assunto e possui jurisprudência pacifica quanto à área de atuação dos poderes, executivos e legislativos, quanto a concessão dos benefícios. ADI 1.247-MC. E, portanto, passa a transparecer que os convênios sozinhos, ou seja, unilateralmente não tem valor, não só pelo fator unanimidade do CONFAZ, mas também a falta de ratificação legal estadual, pois o convenio por si só não tem força normativa de realizar a concessão do benefício, incentivo e isenções ficais, conclui João Neto.
· Projeto de Lei do Senado n° 130, de 2014 (Complementar)
De autoria do Senador Ricardo Ferraço e aprovada em 2017, o resumo do projeto descreve no artigo primeiro que fica “Convalidados os atos normativos de concessão de benefícios fiscais e concede remissão e anistia de créditos tributários referentes ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).”
Convalida os atos de concessão de benefícios e incentivos fiscais ou financeiros vinculados ao ICMS concedidos pelos Estados ou pelo Distrito Federal até 1º de maio de 2014 sem a prévia aprovação por unanimidade do CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária), conforme determinam a Constituição Federal e a Lei Complementar nº 24/75, assim como concede remissão e anistia dos créditos tributários referentes.
Fonte: Senado Federal
De acordo com dispositivos inseridos pela Câmara e confirmados pelo Senado, todos os incentivos fiscais em vigor na data de sanção da nova lei deverão ser validados pelo Confaz num prazo de 180 dias e ficarão disponíveis para consulta pública no Portal Nacional da Transparência Tributária. Os estados que concederem incentivos fiscais em desacordo com as regras estabelecidas na nova lei ficarão sujeitos a sanções como a interrupção de transferências voluntárias de outros entes da federação e a proibição de contratar operações de crédito. Essas punições serão aplicadas caso o governo de outro estado apresente uma denúncia que seja aceita pelo Ministério da Fazenda, segundo a Agência Senado.
Fonte: Sistema FIEMS, Agência Senado
Referências
· https://jus.com.br/artigos/57596/o-que-e-a-guerra-fiscal-de-icms-entre-os-estados-e-quais-as-consequencias-para-o-pais
· https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/o-federalismo-conceito-e-caracteristicas/
· https://brasilescola.uol.com.br/brasil/guerra-fiscal-no-brasil.html
· http://minaspetro.com.br/noticia/reforma-e-solucao-para-guerra-fiscal/
· https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11249370/artigo-14-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000#:~:text=Estabelece%20normas%20de%20finan%C3%A7as%20p%C3%BAblicas,fiscal%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=I%20%2D%20demonstra%C3%A7%C3%A3o%20pelo%20proponente%20de,or%C3%A7ament%C3%A1ria%2C%20na%20forma%20do%20art.
· https://jus.com.br/artigos/39471/solucoes-apresentadas-para-a-guerra-fiscal
· https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/116962· http://www.fiems.com.br/noticias/convalidacao-de-incentivos-fiscais-e-aprovada-pelo-senado-e-segue-para-sancao-presidencial/24028
· https://www.noeses.com.br/2014/09/01/578/
· https://revistaforum.com.br/revista/7/caso-ford-a-verdade-comeca-a-aparecer/
· https://www.sul21.com.br/marco-weissheimer/2013/05/o-caso-ford-um-desagravo-a-olivio-dutra/
· https://www.automotivebusiness.com.br/noticia/25002/ford-pagara-r-216-milhoes-ao-rio-grande-do-sul

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