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T�oplasm�� Toxoplasma gondii Estima-se que 1 a cada 3 pessoas no mundo tenha toxoplasmose. O fato de ele ser assintomático faz com que ele seja um dos parasitos mais comuns no mundo, aliado ao fato de ele também poder parasitar qualquer animal de sangue quente. Contudo, os hospedeiros definitivos são os felídeos, e nós humanos somos os hospedeiros intermediários. Isso faz com que a toxoplasmose seja considerada uma zoonose. O Toxoplasma gondii pertence ao Reino Protista, Superfilo Alveolata, Filo Apicomplexa, Classe Conoidasida, Ordem Eucoccidiida, Família Sarcocystidae, Gênero Toxoplasma, e por fim, Espécie T. gondii. Quanto à morfologia, semelhante ao Plasmodium, ele possui o complexo apical, importante estrutura responsável pela motilidade e invasão de células. Portanto, as formas infectantes desse parasito que possuem esse complexo são: taquizoíto, bradizoíto e esporozoíto. Além delas, outra forma também importante, mas que não possui o complexo apical, é o oocisto, cuja função é de resistência e proteção dos parasitos em seu interior. Quanto ao taquizoíto, ele é considerado uma forma evolutiva do parasito encontrada na fase aguda da doença, por conta de sua rápida reprodução. Essa forma é normalmente achada em líquidos e tecidos e possui a sua morfologia semelhante à de uma banana. Já os bradizoítos são encontrados na fase crônica da doença, possuem uma reprodução lenta e só são achados em tecidos. E para os oocistos e cistos, o primeiro é classificado como uma forma de resistência ao meio ambiente externo, só é produzido no corpo do hospedeiro definitivo e é encontrado no meio ambiente. Os cistos, são a forma de resistência ao sistema imune do hospedeiro intermediário e são encontrados nos tecidos do mesmo. obs.: o oocisto só é produzido em gatos não imunes ao Toxoplasma. Ou seja, o hospedeiro definitivo só eliminará os oocistos em duas ocasiões: 1. quando ele se contamina pela primeira vez, durante um período de 15 dias, nos quais ainda não adquiriu a imunidade. 2. quando o hospedeiro está imunodeprimido. A transmissão da Toxoplasmose se dá através da ingestão de oocistos por meio de água contaminada, legumes e verduras mal higienizados, solo infectado. Também se dá por meio de cistos (+comum) presentes em carnes cruas, bem como pela ingestão de taquizoítos presentes no leite, ou pela transfusão sanguínea/transplante de órgãos (+raro). E por fim, a mais preocupante, a transmissão transplacentária. Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista Quanto ao ciclo biológico, é classificado como ciclo heteroxeno (felinos como hospedeiro definitivo e humanos como hospedeiro intermediário, por exemplo). O ciclo no hospedeiro definitivo começa quando o felino, nunca antes infectado, entra em contato com o Toxoplasma, por meio de oocistos esporulados por outro gato contaminado, ou por meio de cistos (com bradizoítos) através da ingestão de um hospedeiro intermediário infectado. Ao adentrar no organismos, as formas infectivas penetram as células do intestino do felino, fazendo sua primeira reprodução assexuada, por esquizogonia. Por sua vez, a esquizogonia forma um esquizonte, célula com merozoítos se reproduzindo em seu interior, os quais se libertam e infectam outras células. Depois de vários ciclos, alguns merozoítos se diferenciam na forma sexuada do parasito, formando ora microgametas, ora microgametas. Sendo assim, eles formam o zigoto, que se desenvolve em oocisto imaturo, o qual é eliminado pelas fezes do hospedeiro. Já no ambiente externo, o oocisto imaturo se diferencia em oocisto maduro, fazendo a esporogonia. Logo, no interior de cada oocisto há a formação de dois esporocistos, e dentro de cada esporocisto há quatro esporozoítos. Esse processo de maturação ocorre entre 1 a 5 dias, e quando finalizado, tem-se, por fim, o oocisto maduro (oocisto esporulado). Quanto ao ciclo no hospedeiro intermediário, é iniciado quando há o contato com os oocistos, por meio de comidas mal lavadas, ou por meio da ingestão de carne mal passada contendo os bradizoítos. Em ambos os casos, há a penetração nas células epiteliais do intestino, onde haverá apenas a reprodução assexuada, por meio de endodogenia, que dará origem aos taquizoítos. Essa fase também é chamada de fase proliferativa, devido a rapidez com que é feita a reprodução. Os taquizoítos, por sua vez, serão transportados pelo sangue/linfa, por onde alcançam os demais órgãos, ativando as respostas imunes, que vai fazer com que o número de parasitos reduza drasticamente. No entanto, a resposta imune também faz com que alguns desses taquizoítos se diferenciem em cistos com bradizoítos, resistentes às respostas imunes, dando início a fase cística (crônica). Essa fase crônica é assintomática para 80% dos infectados. Entretanto, há o grupo de risco, constituído pelos imunodeprimidos, pelos recém-nascidos e crianças. Na fase aguda, 10%-20% apresentam sintomas bastante inespecíficos (mal-estar, cefaleia, mialgia, etc), que cessam com o passar das respostas imunes. Por outro lado, a forma mais preocupante da doença, é a Toxoplasmose congênita. Ela é considerada um problema quando a primeira infecção do hospedeiro intermediário se dá nesse período. As complicações são relativas a diversos fatores, dentre eles o período da gravidez em que ocorreu. O diagnóstico é unicamente laboratorial por meio de testes sorológicos que buscam os anticorpos antitoxoplasma (que reagem ao toxoplasma). Os exames mais comuns são o RIFI, ELISA, hemaglutinação indireta e o *padrão ouro* é a Reação de Sabin Feldman. Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista
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