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FUNDAMENTOS LEGAIS PARA A 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
FUNDAMENTOS LEGAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
 
Sumário 
 
Introdução ........................................................................................................ 4 
A Educação infantil: apontamentos históricos ................................................. 6 
A Educação infantil e a legislação ................................................................... 7 
Fundamentos legais, princípios e orientações gerais para a educação infantil
 .................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
Fundamentos Legais para a Educação Infantil 
 
Introdução 
 
A Educação Infantil brasileira teve uma longa trajetória até chegar ao formato 
em que se encontra atualmente. Foi somente com a Constituição de 1988, em seu 
Artigo 208, incisos I e IV, que esta foi reconhecida como dever do Estado e direito 
da criança, através de uma história marcada por mobilizações sociais, lutas e 
estudos, no intuito de valorizar esta modalidade de Educação em nosso país. 
Tramitando por muito tempo entre a Assistência Social e a Educação, esta 
passa a deixar de ser assistencialista para privilegiar o cuidar aliado ao educar. Com 
a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/96, o 
Ministério da Educação apresenta o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil, que estabelece parâmetros para uma prática educativa voltada à 
construção de uma educação que supere a educação assistencialista e valorize as 
especificidades da criança como um todo, perpassando pelos aspectos afetivo, 
social, emocional e cognitivo. 
 
 
 
 
Buscando romper com os modos de atendimento que há muito marcaram a 
Educação Infantil no país, onde ora cuidava-se em caráter assistencial, ora 
educava-se com cunho escolarizante, desvalorizando as características deste 
público-alvo, o campo desta área de atuação passa por um processo de estudos e 
revisitações sobre as concepções de infância e de Educação. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
Assim, surgem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 
instituídas pela Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009 do CNE/CEB e que 
caracterizam a criança enquanto sujeito de direitos, que é histórica e produz cultura, 
através do brincar, onde ela fantasia, observa, aprende, posiciona-se, experimenta e 
constrói sentidos sobre tudo que a cerca. Cabe ressaltar que este documento 
contempla a mudança feita pela Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013 à LDB 
9394/96, a qual estabelece a pré-escola para crianças de 4 a 5 anos e não mais 6, 
como relatavam os documentos anteriores. 
 
 
 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010, p. 12) 
citam a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica e 
caracterizam a criança enquanto sujeito de direitos, que é histórica e produz cultura, 
através do brincar, onde ela fantasia, observa, aprende, posiciona-se, experimenta e 
constrói sentidos sobre tudo que a cerca. Esta perspectiva busca valorizar a criança 
enquanto ator social que possui voz e deve ser ouvida pelos adultos. 
Segundo Sánchez (2003, p. 11), um dos aspectos mais significativos, na 
concepção da Educação Infantil nesses últimos anos, é o de reconhecer a criança 
como sujeito desde o momento de seu nascimento. Como ser único, lhe é atribuída 
uma identidade própria no que diz respeito à sua maneira de ser, à sua realidade e 
ao direito de receber uma atenção adequada a suas necessidades básicas 
(biológicas, cognitivas, emocionais e sociais). 
Assim, os primeiros anos de vida compreendem uma importante etapa da 
vida, justamente por ser um período onde a criança está construindo sua identidade 
e também estruturas cognitivas, afetivas, sociais e físicas. De acordo com Maluf 
(2014, p. 13) 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
 
 
A Educação infantil: apontamentos históricos 
 
Estudar sobre o contexto da educação infantil no Brasil, faz-nos considerar 
que a ideia de infância, esse “sentimento” que hoje temos pelas crianças não é algo 
recente, considerando a história. Assim, vemos que Philipe Ariès (1981) mostra 
como o conceito de criança tem evoluído através dos séculos e oscilado entre pólos 
em que ora a consideram um “bibelot” ou “bichinho de estimação”, ora um “adulto 
em miniatura”, pois é somente a partir do século XVII na Europa que há registros 
mais específicos (como o caso de fotos, cartas, diários) de uma separação entre as 
crianças e o mundo dos adultos. 
Esta indefinição trouxe como consequência, através das gerações, grandes 
injustiças e graves prejuízos em relação às responsabilidades conjuntas do Estado, 
da sociedade civil e da família sobre os cuidados de higiene, saúde, nutrição, 
segurança, acolhimento, lazer e constituição de conhecimentos e valores 
indispensáveis ao processo de desenvolvimento e socialização das crianças de 0 
aos 6 anos. 
No Brasil, vemos um movimento a favor da infância a partir do final do século 
XIX. O que isso quer dizer? A resposta é que: intelectuais da época como médicos, 
educadores, literatos começam a perceber a criança/infância como aspectos a 
serem considerados, nesse sentido promovem vários eventos discutindo desde a 
questão higiênica , até questões educativas, legislação, cuidados. 
A ideia principal seria a de “preservar a infância”, o que fez com que 
surgissem vários projetos e propostas, tendo a criança como foco principal. No final 
do século XIX, houve a descoberta do Brasil real (inculto, doente, atrasado), foi 
então que os intelectuais da época partiram em busca de respostas para os 
problemas que se apresentavam na sociedade, conhecendo o contexto no qual se 
encontravam, visualizando o nacionalismo e também o conhecimento científico 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
como armas para se transformar tal realidade, devendo preservar a infância – 
promessa para o futuro. 
Esse processo se estende por todo país. “Cuidemos da infância de nossa 
pátria” (KUHLMANN JR, 2000, p.477). Nesse período, o cotidiano vinha 
transformando-se de forma acelerada, devido ao prelúdio do fim da escravidão, ao 
declínio da monarquia, a república, a industrialização, a urbanização, a presença da 
força feminina e infantilno mercado de trabalho de forma explorada. Aos menos 
favorecidos, incluindo-se os filhos dos imigrantes, era reservado o trabalho nas 
fábricas e oficinas, ou então, aprender a “arte das ruas”. 
Assim, a infância em dado momento histórico se revela como um problema 
social, cuja solução parecia fundamental para o país. O significado social da infância 
circunscrevia-se na perspectiva de moldá-la de acordo com o projeto que conduziria 
o Brasil ao seu ideal de nação. Esse ideal era descrito como o de transformar o 
Brasil numa nação culta, moderna e civilizada. Ou seja, a infância gerava 
preocupação para alguns, mas era desconsiderada, pois não havia uma garantia, 
primeiramente, por lei para que se garantissem saúde, educação, moradia. Os 
espaços educativos eram inexistentes. 
 
A Educação infantil e a legislação 
 
Na segunda metade do século XIX, surgem os primeiros jardins de infância 
no Brasil, estes tratavam-se na sua grande maioria de instituições particulares para 
crianças da elite, as famílias que não tinham poder aquisitivo suficiente para pagar 
estas instituições, encontravam outras possibilidades para solucionar este problema, 
e, em muitos casos deixavam seus filhos 
sob os cuidados de suas vizinhas ou um 
familiar (tia, madrinha, avó que é 
bastante comum até os dias atuais). 
Ao longo do século XX observou-
se um crescente movimento pelo estudo 
da criança, definindo-se a infância como 
uma categoria social e historicamente construída. Mais recentemente, estudos 
teóricos de Soares, Cury, Campos, Rosemberg, na área de movimentos políticos 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
em defesa das crianças vêm apontando para a sua construção social enquanto 
sujeitos sociais de plenos direitos. 
Somente em 1908, surge a primeira creche popular, para atender filhos de 
operários, porém a exclusividade do atendimento era para crianças abandonadas, 
assumindo desta maneira um eminente caráter filantrópico e associados a espaços 
de abandono, os profissionais que atuavam nestes espaços, seguiam as 
orientações médicas. O que se pode chamar de surgimento de Educação Infantil, 
atrelava-se a ideia de criança como fardo um grande problema social a ser sanado. 
As novas tendências são marcadas por uma concepção de que as crianças 
eram as fontes humanas essenciais, de cuja dimensão maturacional iria depender o 
futuro da humanidade. Esse movimento internacional teve como consequência a 
elaboração da 1ª Declaração dos Direitos da Criança: a “Declaração de Genebra” 
em 1923. 
Em 1930, a criança é entendida como futuro do país, o cidadão do amanhã, e 
desta forma, novas iniciativas públicas ressurgem para questão da educação 
infantil, foram criados vários órgãos de amparo assistencialista e jurídico, porém o 
governo de Getúlio Vargas tinha o objetivo de manter a ordem social e neste 
contexto foram idealizadas algumas concessões às mães trabalhadoras 
oportunizando a estas, a criação de novas creches, como a instituição da CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, que determinava: “O 
estabelecimento em que trabalhavam pelo menos 30 mulheres com mais de 16 
anos de idade, terá local apropriado onde sejam permitidas as empregadas guardar 
sob vigilância e assistência seus filhos no período de amamentação”. 
São citados ainda os seguintes direitos na lei: 
A exigência poderá ser suprida por meio de convênios com creches distritais 
mantidas diretamente ou mediante convênios com outras entidades públicas ou 
privadas (...) (CLT, art. 389, p.51). 
Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de 
idade, a mulher terá direito durante a jornada de trabalho, a dois descansos 
especiais, de meia hora cada um. Parágrafo único. Quando o exigir a saúde do filho, 
o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade 
competente.(CLT, art. 396, p.52) 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
Pela infração de qualquer dispositivo deste capítulo será imposta ao 
empregador a multa de 1/5 do valor de referência regional (...) (CLT, art. 401, p.53). 
Estes direitos foram instituídos, porém é relevante ressaltar que a lei abre 
precedentes de descumprimento, pois obriga as empresas a cumprir a lei caso esta 
tenha em seu quadro mais de trinta funcionárias, o que pode sugerir ao empregador 
a oferta de vinte e nove vagas de emprego, por exemplo, o que o exime deste 
compromisso legal. Ao analisar a lei, compreende-se que a mesma foi instituída 
para salvaguardar o direito das mães, em detrimento ao direito da criança. 
Gradativamente, desvinculou-se a concepção de creche como depósito de 
desvalidos muito embora as crianças neste contexto, continuavam a serem vistas 
como problema sendo que, o simples fato de existir impossibilitava suas mães de 
trabalhar. 
Em 1967, o texto da CLT, foi alterado favorecendo as empresas e mais uma 
vez, ignorando o direito das crianças, nas alterações realizadas desobriga as 
empresas ao financiamento as creches facultando-lhes o direito de escolha por 
convênios com outras instituições da mesma natureza. 
Outro fator importante a ser destacado, denota a que a falta de conhecimento 
das leis trabalhistas pelas mães trabalhadoras, traziam as mesmas a compreensão 
de que, o empregador que ofereciam estas “vantagens”, que na verdade 
configuravam-se enquanto direito, estaria fazendo-lhes um favor, uma espécie de 
caridade. 
Neste período surgem no Brasil inúmeras creches comunitárias, geridas pela 
comunidade, pois até então não existia apoio do governo. 
“O estado concebia a criança frequentadora de creche como alguém que 
necessita de amparo, considerava-se o atendimento a infância não como um direito 
do trabalhador, mas como uma dádiva dos filantropos” (Kuhlmann, 1993, p.8). 
Na década de 1970, aconteceram vários movimentos em prol das creches, 
mas estes movimentos apresentavam intencionalidades de erradicar a repetência e 
evasão escolar que neste período tornava-se uma crescente, bem como, estas 
passaram a ser entendidas como espaço de conhecimento, para tentar amenizar 
estas questões, foi criado a educação pré-escolar, com o objetivo de suprir os 
déficits culturais das famílias pobres, retrocedendo e reafirmando a concepção de 
creche como espaços de prevenção, sejam estas, de saúde física ou mental. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
10 
Todavia, observou-se um número 
reduzido de crianças atendidas, portanto 
o governo criou outros mecanismos para 
o atendimento das mesmas dentre as 
quais, as mães crecheiras, lares vicinais 
ou creches domiciliares (uma espécie de 
semi-internato residencial) estas práticas retrocederam e tornou antagônicos os 
conceitos cuidar e educar. Após muito se pensar e reivindicar direitos em prol da 
criança, gradativamente percebeu-se algumas conquistas, assim como a 
especialização médica de Pediatria, roupas específicas e adequadas para as faixas 
etárias, brinquedos etc. 
Somente dez anos após a declaração universal, torna-se mais intensa a 
discussão em torno da necessidade de formular uma Convenção das Nações 
Unidas para que os direitos das crianças tivessem eco na lei internacional e 
ultrapassassem as fronteiras de uma declaração. 
Assim, os Estados comprometer-se-iam com obrigações específicas. 
Acontece, então, em 1989, a “Convenção dos Direitos da Criança” composta de 54 
artigos que incorporam “uma diversidade de direitos, desde direitos civis, 
econômicos, sociais e culturais, incluindo os direitos mais básicos como o direito à 
vida, à saúde, à alimentação, e a educação (...)”. 
Diante disto, legislações foram implementadas. No caso do Brasil, a Lei 
8.069/90/, traduzindo o resultado da crescente valorização que a infância tem 
assumido e, consequentemente, a necessidade de efetivação de um conjunto de 
direitos, colocando toda criança brasileira no mesmo patamar de direitos. 
Nesse contexto, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
incorporaas reivindicações dos diferentes segmentos, como destaca Campos: 
A Constituição de 1988 é o novo marco legal no qual desembocam todas 
essas lutas e demandas: as que vêm da educação, formuladas de maneira a 
integrar a creche e a pré-escola no sistema educacional; as que se originam do 
movimento das mulheres, contempladas nessa proposta para a educação e na 
ampliação do direito à creche no local de trabalho também para os filhos dos 
trabalhadores homens e para toda faixa etária de zero a seis anos; as trazidas pelo 
movimento dos direitos humanos (...) a nova Constituição amplia consideravelmente 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
11 
essas definições legais, tornando-se um marco na história da construção social 
desse novo sujeito de direitos, a criança pequena. (CAMPOS,1998, p.124) 
Expressa no seu 2º Princípio que; 
A criança gozará de uma proteção especial e beneficiará de oportunidades e 
serviços dispensados pela lei e outros meios, para que possa desenvolver-se física, 
intelectual, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como 
em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a 
consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança. 
A partir, da Constituição Federal de 1988, a creche começa a ser inserida na 
política educacional, neste contexto não resta dúvida sob a importância da 
Educação Infantil para o processo educativo. Historicamente, a mesma não obteve 
o devido reconhecimento, delineando uma trajetória que ultrapassou cem anos de 
história retrograda, este crescimento é resultado das evidentes transformações 
pelas quais a sociedade vem sendo acometida, bem como o entendimento científico 
sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, a inserção da mulher ao campo de 
trabalho, a conscientização sobre o direito da criança de 0 aos 5 anos e a 
valorização a esta etapa da vida. 
A análise da Constituição Federal permite afirmar que os direitos sociais 
constitucionalmente assegurados são marcos importantes e com a regulamentação 
dos direitos da criança e do adolescente os avanços sociais são significativos, 
tratando dos direitos sociais, entre eles a educação: 
(...) são direitos sociais: a educação, a saúde, (...) a proteção à maternidade e 
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, artigo 6º). 
A Constituição, ao considerar a educação como um direito universal, 
proclama em seu artigo 205 que a educação é um direito de todos, e, 
especificamente, no artigo 208, inciso IV : 
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: (...) 
atendimento em creche e pré escola às crianças de zero a seis anos de idade. que 
a educação é um direito das crianças de zero a seis anos. 
Ainda do ponto de vista da Constituição, Cury (1998, p. 11), destaca que ela 
rompeu com a concepção de que a educação infantil é uma falta que deve ser 
compensada por ações de amparo e de assistência, de que é um vácuo que precisa 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
12 
ser preenchido, trazendo no seu bojo o dever do Estado em oferecer educação 
infantil, e o direito da criança a este atendimento. 
(...) esta Constituição incorporou a si algo que estava presente no movimento 
da sociedade e que advinha do esclarecimento e da importância que já se atribuía à 
educação infantil,. Caso isto não estivesse amadurecido entre lideranças e 
educadores preocupados com a educação infantil, no âmbito dos estados membros 
da federação, provavelmente não seria traduzido na Constituição de 88. Ela não 
incorporou esta necessidade sob o signo do Amparo ou da Assistência, mas sob o 
signo do Direito, e não mais sob o Amparo do cuidado do Estado, mas sob a figura 
do Dever do Estado. Foi o que fez a Constituição de 88: inaugurou um Direito, 
impôs ao Estado um Dever, traduzindo algo que a sociedade havia posto. 
(CAMPOS, 1998, p. 124) 
A Educação Infantil assume um caráter 
especialmente importante, uma vez que 
fundamenta-se num entendimento da criança 
enquanto cidadão, como pessoa imersa num 
processo contínuo e gradativo de conhecimento e 
como sujeito ativo na efetivação e elaboração do 
seu conhecimento. 
Os direitos das crianças reconhecidos no 
“papel” garantem um avanço jurídico, no entanto 
os resultados desse avanço necessitam ser traduzidos em ações concretas no 
campo das políticas sociais para a infância brasileira. 
O PNE (Plano Nacional de Educação) define em seus artigos a ampliação 
das vagas, de forma a atender em 5 anos, a 30% da população de até 3 anos de 
idade e 60 % de 4 a 6 anos (ou 4 e 5) e, até o final da década, alcançar a meta de 
50% das crianças de 0 a 3 anos e 80% de 4 a 5 anos. Um aspecto importante para 
o crescimento acelerado ao ingresso da criança a creche, é a inserção da mãe no 
campo de trabalho e a consciência da necessidade da educação da criança 
fundamentada nas bases científicas. 
Todo este processo acarretou uma série de dificuldades financeiras aos 
municípios, uma vez que os recursos repassados aos mesmos eram deficitários 
atribuindo uma qualidade muito inferior à esperada o que de certa forma favoreceu 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
13 
as privatizações. O país neste período, estava imerso em dificuldades sendo que os 
problemas sociais aumentavam consideravelmente e diminuíram-se os 
investimentos públicos e sociais. 
No Brasil, a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, criou o Estatuto da Criança e 
do Adolescente/ ECA, passando a sociedade a dividir com o Estado, pelo menos do 
ponto de vista da legislação, a responsabilidade pela construção de um mundo 
melhor para a infância. 
Acredita-se que, mais do que 
regulamentar as conquistas em favor das 
crianças e dos adolescentes na 
Constituição Federal, esta Lei - ECA veio 
promover um importante conjunto de 
avanços que extrapola o campo jurídico, 
desdobrando-se e envolvendo outras 
áreas da realidade política e social no Brasil. Entre elas, destaca-se o direito das 
crianças à “Educação Infantil”, assegurado nos artigos 4º , 53º e 54º, inciso IV. O 
ECA explicitou melhor: 
Artigo 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer. 
Artigo 53º: A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao 
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: 
V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
Parágrafo único - É direito dos pais ou do responsável ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição de propostas educacionais. 
Artigo 54º : É dever do estado assegurar à criança e ao adolescente: 
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de 
idade.(ECA, 1991, p. 07-17) 
Em 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, 
ressalta-se a importância da Educação Infantil, com o advento desta Lei passa a ser 
considerada como primeira etapa da educação básica, considera-se a criança como 
sujeito de direitos e sua educação perpassa a ação da família, entende-se que a 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
14 
educação acontece desde o nascimento, sendo esta uma condição para sua 
formação. 
A nova LDB (Lei Nº 9.394), de 20 de dezembro de 1996, reproduz esse inciso 
da Constituição Federal, no Art. 4º do título III (Do Direito à Educação e Do Dever de 
Educar). 
Quando trata da Composição dos Níveis Escolares, no Art. 21, a LDB (1996, 
p.07) explicita: "A educação escolar compõe-se de: I - Educação básica, formada 
pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II. educação superior”. 
No capítulo sobre a Educação Básica, Seção II, trata especificamente da 
Educação Infantil, nos seguintes termos: 
Art. 29. Aeducação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
base o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família 
e da comunidade. 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças até três anos de idade; 
II - pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade. 
Art. 31. Na educação infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento 
e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o 
acesso ao ensino fundamental. (LDB, 1996, p. 16) 
A atual LDB estabelece pela primeira vez na história do nosso país que a 
educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Quanto menor a criança, 
mais é preciso a presença do adulto para auxiliá-la em suas necessidades. À 
medida que a criança cresce, adquire novas capacidades e isso possibilita que ela 
atue de maneira cada vez mais 
independente, ganhando mais autonomia em 
seu desenvolvimento. 
Segundo o Referencial Curricular para 
a Educação Infantil (1999, p.24): 
O desenvolvimento integral depende 
dos cuidados relacionais que envolvem a 
dimensão afetiva e dos cuidados com os 
aspectos biológicos do corpo, como a 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
15 
qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto à forma como esses 
cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados. 
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, também adota-
se a divisão por faixas etárias. A opção de organização dos objetivos, conteúdos e 
orientações didáticas por faixas etárias e não pelas designações institucionais – 
creche e pré-escola – pretendeu considerar a variação de faixas etárias encontradas 
nos vários programas de atendimento nas diversas regiões do país. 
É claro o relevante papel dos Municípios na oferta da educação infantil que, 
como sistemas de ensino autônomo instituídos ou não, deverão observar os artigos 
29, 30, 31 da LDB 9394/96 (p. 04-31), citados anteriormente, e ainda os seguintes 
princípios: 
1 - A Educação infantil orienta-se pelos princípios da educação em geral: 
igualdade de condições para acesso e permanência na escola: liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à 
tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do 
ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional de 
educação escolar; gestão democrática de ensino público, na forma da lei e da 
legislação dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da 
experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar e as práticas sociais 
(artigo 3). 
2 - As instituições de Educação Infantil integram o Sistema Municipal de 
Ensino, podendo o Município, ainda, optar por se integrar ao Sistema Estadual de 
Ensino ou compor com ele um Sistema Único de Educação Básica. Os órgãos do 
sistema municipal de ensino deverão baixar normas complementares, autorizar, 
credenciar e supervisionar os estabelecimentos de Educação Infantil (artigos 10 e 
11). 
3 - Os sistemas de ensino definirão normas de gestão democrática dos 
estabelecimentos públicos de educação infantil, atendendo aos princípios de 
participação dos profissionais da educação, da família e da comunidade, na 
elaboração e execução do projeto pedagógico da instituição e da participação das 
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (artigo 14). 
 
 
 
 
 
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16 
4 - As crianças com necessidades especiais, sempre que possível, em função 
de suas condições específicas, devem ser atendidas na rede regular de creches e 
pré-escolas, respeitando o direito a atendimento especializado, inclusive por órgão 
próprio do sistema, quando for o caso (artigo 58). 
5 - Os docentes da Educação Infantil devem ser formados em cursos de nível 
superior (em licenciatura, de graduação plena), admitida como formação mínima a 
oferecida em nível médio (modalidade normal), que contemplem conteúdos 
específicos relativos a essa etapa da educação (artigo 62). 
6 - A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação 
infantil, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação. (artigo 64). 
7 - Os sistemas de Ensino promoverão a valorização dos profissionais que 
atuam em creches e pré-escolas, no que diz respeito à formação profissional, 
condições de trabalho, plano de carreira e remuneração condigna (artigos 67, 69 e 
70). 
Deve-se ressaltar que o novo texto legal, inciso IV, artigo 9º, prevê que: "A 
União incumbir-se-á de: (...) estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o 
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos 
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum". 
É preciso estar comprometido com o outro para se poder educar, não 
fazendo distinção ou diferenciação. As diretrizes curriculares definem-se de forma 
integrada, sem privilegiar um aspecto em detrimento de outro levando em 
consideração as necessidades das crianças de acordo com os padrões e valores da 
cultura e da sociedade onde se encontra. 
Recentes medidas legais modificaram o atendimento das crianças PRÉ-
ESCOLA, pois alunos com seis anos de idade devem obrigatoriamente estar 
matriculados no primeiro ano do Ensino Fundamental. 
Os dispositivos legais que estabeleceram as modificações citadas são os 
seguintes: 
O Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado pelo Senado em 25 de janeiro de 
2006, estabelece a duração mínima de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, 
 
 
 
 
 
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17 
com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Essa medida deverá 
ser implantada até 2010 pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Durante esse 
período os sistemas de ensino terão prazo para adaptar-se ao novo modelo de pré-
escolas, que agora passarão a atender crianças de 4 e 5 anos de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FUNDAMENTOS LEGAIS, PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
I - Fundamentos legais 
 
A Constituição de 1988, inciso IV do artigo 208, afirma: O dever do Estado com a 
educação será efetivado mediante garantia de (...) atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a seis anos de idade. Com a inclusão da creche no 
capítulo da Educação, a Constituição explicita a função eminentemente educativa 
da mesma, à qual se agregam as ações de cuidado. O Estatuto da Criança e do 
Adolescente, no capítulo IV, Art.53, inciso IV, reafirma esse direito constitucional: É 
dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: (...) atendimento em creche 
e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº 9.394), de 20 de 
dezembro de 1996, reproduz, também o inciso da Constituição Federal no Art.4º do 
Titulo III (Do Direito À Educação E Do Dever De Educar). Quando trata da 
Composição dos Níveis Escolares, no Art.21, a LDB explicita: A educação escolar 
compõe-se de: I - Educação básica, formada pela educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio; (...). No capítulo sobre a Educação Básica, Seção II, 
trata especificamente da Educação Infantil, nos seguintes termos: 
 
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos 
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da 
comunidade. 
 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 
 
I - creches,ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de 
idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31. Na 
educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu 
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino 
fundamental. 
 
A promulgação da LDB exige que regulamentações, em âmbito nacional, estadual e 
municipal sejam estabelecidas e cumpridas. A urgência de iniciativas nesse sentido 
é reforçada pelo que a Lei determina no Art. 89 Das Disposições Transitórias: As 
creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas, no prazo de três 
anos, a contar da publicação desta lei, integrar-se-ão ao respectivo sistema de 
ensino. 
 
 
 
 
 
 
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Para atender a este prazo, urge que os Sistemas de Ensino e os Conselhos de 
Educação estabeleçam normas e diretrizes que propiciem educação de qualidade 
nas creches e pré-escolas e sua integração real nos sistemas de ensino. 
 
Assim, a legislação brasileira quanto à educação infantil enfatiza: 
 
• A creche e a pré-escola constituem simultaneamente um direito da criança à 
educação e um direito da família de compartilhar a educação de seus filhos em 
equipamentos sociais. 
 
• O Estado tem deveres também para com a educação da criança de 0 a 6 
anos, devendo criar condições para a expansão do atendimento e a melhoria da 
qualidade, cabendo ao município a responsabilidade de sua institucionalização, com 
o apoio financeiro e técnico das esferas federal e estadual. 
 
• A creche, assim como a pré-escola, é equipamento educacional e não 
apenas de assistência. Neste sentido, uma das características da nova concepção 
de educação infantil reside na integração das funções de cuidar e educar. 
 
II - Princípios gerais 
 
Em consonância com os artigos citados e demais diretrizes estabelecidas na Lei 
9.394/96 e as especificidades da faixa etária de zero a seis anos, as ações de 
Educação Infantil guiam-se pelos princípios gerais e orientações expressos a seguir. 
 
1. A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e destina-se à 
criança de zero a seis anos de idade, não sendo obrigatória, mas um direito a que o 
Estado tem o dever de atender (cf. LDB, artigo 29). 
 
2. As instituições de Educação Infantil são as creches, para as crianças de zero 
a três anos e onze meses de idade e as pré-escolas, para crianças de quatro a seis 
anos e onze meses (cf. LDB, artigo 30). 
 
3. A Educação Infantil visa proporcionar condições adequadas para promover o 
bem-estar da criança, seu desenvolvimento físico, motor, emocional, intelectual, 
moral e social, a ampliação de suas experiências, bem como estimular seu interesse 
pelo processo do conhecimento do ser humano, da natureza e da sociedade (cf. 
LDB, artigo 29). 
 
4. Dadas as particularidades do desenvolvimento da criança de zero a seis 
anos, a Educação Infantil cumpre duas funções indispensáveis e indissociáveis: 
cuidar e educar, complementando a ação da família e da comunidade. 
 
 
 
 
 
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5. A proposta pedagógica da Educação Infantil deve levar em conta o bem-estar 
da criança, seu grau de desenvolvimento, a diversidade cultural das populações 
infantis, os conhecimentos a serem universalizados e o regime de atendimento 
(tempo integral ou parcial). 
 
6. A avaliação, na Educação Infantil, realizada mediante acompanhamento e 
registro do desenvolvimento da criança, tomando como referência os objetivos 
estabelecidos para essa etapa da educação, não tem função de promoção e não 
constitui pré-requisito para o acesso ao ensino fundamental (cf. LDB, artigo 31). 
 
7. As instituições de Educação Infantil integram o Sistema Municipal de Ensino, 
o Sistema Estadual de Ensino ou o Sistema Único de Educação Básica (cf. LDB, 
artigos 10 e 11). 
 
8. Os órgãos responsáveis do respectivo sistema de ensino deverão baixar 
normas complementares, autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos 
de Educação Infantil. (cf. LDB, artigos 10 e 11). 
 
9. Os docentes da Educação Infantil devem ser formados em cursos de nível 
superior (licenciatura de graduação plena), admitida como formação mínima a 
oferecida em nível médio (modalidade normal) (cf. LDB, artigo 62). 
 
10. Os Sistemas de Ensino promoverão a valorização dos profissionais que 
atuam em creches e pré-escolas no que diz respeito à formação profissional, 
condições de trabalho, plano de carreira e remuneração condigna (cf. LDB, artigos 
67, 69, 70). 
 
11. As crianças com necessidades especiais, sempre que possível, em função de 
suas condições específicas, devem ser atendidas na rede regular de creches e pré-
escolas respeitado o direito a atendimento especializado inclusive por órgão próprio 
do sistema quando for o caso (cf. LDB, artigo 58). 
 
12. A Educação infantil orienta-se pelos princípios da educação em geral: 
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à 
tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do 
ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da 
educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma da Lei e da 
legislação dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da 
experiência extra- escolar; vinculação entre educação escolar e as práticas sociais 
(cf. LDB, artigo 3º). 
III - Orientações para: 
 
 
 
 
 
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1. A gestão da educação infantil 
 
1.1. Os municípios com sistema de ensino criado e instalado por leis específicas 
devem: (a) baixar normas complementares para autorização, credenciamento e 
supervisão para as instituições de Educação Infantil de seu sistema de ensino, 
levando em conta as normas e diretrizes estabelecidas pela União (cf. LDB, artigos 
9º, 10º, 11º). (b) organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições de seu 
sistema, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados 
(cf. LDB, artigo 11, inciso I e II). 
 
1.2. Os municípios que se integrarem ao sistema estadual de ensino ou 
compuserem com ele um sistema único de educação básica devem cumprir as 
diretrizes e normas para credenciamento e funcionamento de instituições de 
educação infantil estabelecidas pelo Conselho Estadual de Educação. 
 
1.3. Os Conselhos Estaduais de Educação deverão elaborar critérios para o 
credenciamento de instituições de educação infantil, com base em diretrizes 
emanadas pelo Conselho Nacional de Educação, credenciar os estabelecimentos, 
públicos e privados de seu sistema, e dos municípios que optaram por integrar o 
sistema único de educação básica. 
 
1.4. Os órgãos estaduais de educação devem prestar assistência técnica e 
operacional aos municípios, em relação à educação infantil, no desenvolvimento de 
seus sistemas de ensino. 
 
1.5. As Secretarias Estaduais de Educação devem (a) atualizar o cadastro de 
estabelecimentos educacionais incluindo creches e pré-escolas; (b)enviar o(s) 
questionário(s) dos Censos Educacionais Nacionais a todos os estabelecimentos de 
Educação Infantil. 
 
1.6. Os sistemas de ensino definirão normas de gestão democrática dos 
estabelecimentos públicos de educação infantil, atendendo aos princípios de 
participação dos profissionais da educação, da família e da comunidade, na 
elaboração e execução do projeto pedagógico da instituição e de participação das 
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. 
 
 
 
 
 
2. A formação do profissional 
 
 
 
 
 
 
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A concepção de Educação Infantil explicitada nos princípios gerais exige que formas 
regulares de formação e especialização, bem comomecanismos de atualização dos 
profissionais, sejam assegurados. 
 
As orientações propostas, a seguir, referem-se aos profissionais de Educação 
Infantil que lidam diretamente com as crianças ou atuam na gestão, supervisão ou 
orientação de creches e pré-escolas. 2.1. O docente de Educação Infantil tem a 
função de educar e cuidar de forma integrada da criança na faixa de zero a seis 
anos de idade. 
 
2.2. Os docentes de Educação Infantil devem ser formados em cursos de nível 
superior (licenciatura de graduação plena), admitida como formação mínima a 
oferecida em nível médio (modalidade normal). 
 
2.3. A formação inicial e continuada dos profissionais de Educação Infantil terá 
como fundamentos: (a) associação entre teorias e práticas; (b) conhecimento da 
realidade das creches e pré-escolas, visando à melhoria da qualidade do 
atendimento, e, (c) aproveitamento, de acordo com normas específicas, da 
formação e experiência anterior em instituições de educação. 
 
2.4. O currículo da formação inicial do profissional de educação infantil deve: (a) 
contemplar conhecimentos científicos básicos para sua formação enquanto cidadão, 
conhecimentos necessários para a atuação docente e conhecimentos específicos 
para o trabalho com a criança pequena; (b) estruturar-se com base no processo de 
desenvolvimento e construção dos conhecimentos do próprio profissional em 
formação; (c) levar em conta os valores e saberes desse profissional, produzidos a 
partir de sua classe social, etnia, religião, sexo, sua história de vida e de trabalho; e 
(d) incluir conteúdos e práticas que o habilitem a cumprir o princípio da inclusão do 
educando portador de necessidades especiais na rede regular de ensino. 
 
2.5. Formação e profissionalização devem ser consideradas como indissociáveis, 
tanto em termos de avanço na escolaridade, quanto no que diz respeito à 
progressão na carreira. 2.6. A formação do profissional de Educação Infantil, bem 
como a de seus formadores, deve pautar-se pelos princípios gerais e orientações 
expressos neste documento. 
 
 
 
 
 
3. A proposta pedagógica 
 
 
 
 
 
 
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Os princípios gerais descritos anteriormente deverão nortear a definição de 
diretrizes para as propostas pedagógicas em educação infantil, em todos os âmbitos 
de competência. 
 
3.1. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os municípios, 
estabelecerão competências e diretrizes que nortearão as propostas pedagógicas 
da educação infantil, assegurando referenciais nacionais comuns. 
 
3.2. Os sistemas de ensino devem estabelecer normas comuns que orientarão a 
elaboração e execução de propostas pedagógicas pelos estabelecimentos de 
educação infantil. 
 
3.3. A formulação de propostas pedagógicas deve nortear-se por uma concepção 
de criança: como um ser humano completo, integrando as dimensões afetiva, 
intelectual, física, moral e social, que, embora em processo de desenvolvimento e, 
portanto, dependente do adulto para sua sobrevivência e crescimento, não é apenas 
um "vir a ser"; como um ser ativo e capaz, impulsionado pela motivação de ampliar 
seus conhecimentos e experiências e de alcançar progressivos graus de autonomia 
frente às condições de seu meio; como um sujeito social e histórico, que é marcado 
pelo meio em que se desenvolve, mas que também o marca. 
 
3.4. As propostas pedagógicas devem estar fundamentadas nos conhecimentos 
acumulados sobre o como a criança se desenvolve e aprende, procurando 
responder às suas necessidades e capacidades e oferecendo diferentes 
experiências que possibilitem seu desenvolvimento pessoal e social harmonioso e a 
ampliação de seu universo cultural. 
 
3.5. As propostas pedagógicas para a Educação Infantil devem traduzir-se em 
ações sistemáticas que garantam que todas as relações construídas nas creches e 
pré-escolas contemplem, simultaneamente, o educar e o cuidar. 
 
3.6. As propostas pedagógicas deverão prever condições adequadas relativas a: 
formação de recursos humanos, número de crianças por adulto, formas de 
agrupamento das crianças, organização e utilização do espaço, equipamentos e 
materiais pedagógicos, participação da família e da comunidade. 
 
 
 
 
 
VI - Orientações para a fase de transição 
 
 
 
 
 
 
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1. O Poder Público municipal deve identificar todos os estabelecimentos de 
creches, pré-escolas ou instituições similares que oferecem atendimento sistemático 
em espaços coletivos a crianças na faixa de zero a seis anos de idade, visando 
orientá-los para credenciamento junto ao sistema de ensino. 
 
2. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão 
integrar-se ao respectivo sistema de ensino até dezembro de 1999 . 
 
3. Os sistemas de ensino deverão criar oportunidades para capacitar os 
profissionais das instituições de educação infantil que estão sendo a eles 
incorporadas para que atuem segundo os princípios e orientações próprios da 
educação infantil. 
 
4. Os sistemas de ensino, tendo em vista o aproveitamento dos educadores em 
exercício em creches e pré- escolas que possuem formação inferior ao ensino 
médio, deverão criar, diretamente ou através de convênio, cursos para a formação 
regular desses educadores. 
 
5. Os Conselhos de Educação deverão regulamentar a qualificação profissional 
do leigo de educação infantil em nível de ensino fundamental, em caráter 
emergencial, viabilizando o prosseguimento de estudos para a habilitação mínima 
em nível médio. 
 
6. A qualificação em nível de ensino fundamental deve ser restrita aos leigos 
que já trabalham em creches ou pré-escolas e que tenham mais de 18 anos de 
idade. 
 
7. Os sistemas de ensino deverão prever medidas para que as creches e pré-
escolas atendam progressivamente às exigências da Lei. 
 
 
 
 
 
 
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25 
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