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Alface Hidroponica - Controle de Pragas e doenças causadas por virus

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ALFACE 
HIDROPÔNICA - 
CONTROLE DE 
PRAGAS E DOENÇAS 
CAUSADAS POR 
VÍRUS 
 
O melhor meio de controle das doenças causadas por vírus na alface 
hidropônica é a prevenção, mas a utilização de armadilhas e a limpeza 
adequada do interior da estufa também são bastante eficazes para evitar que a 
cultura da alface seja atingida 
 
Controlar doenças na cultura da alface hidropônica é difícil devido às 
características próprias do sistema, além da falta de informações sobre o uso 
de produtos químicos nesse tipo de cultivo. Os produtos que existem no 
mercado foram elaborados e testados para o cultivo da alface no campo e não 
para o cultivo por hidroponia. Por isso, o melhor meio de controle doenças 
causadas por vírus na alface hidropônica é a prevenção, não deixando que 
afetem o sistema de produção. 
 
Doenças ocasionadas por vírus 
 
Vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus) 
 
Sintomas 
Os sintomas são variáveis de acordo com a variedade, com a idade em que a 
planta foi infectada e com as condições ambientais. Em plantas adultas do 
grupo manteiga provoca mosqueado, distorção e amarelecimento das folhas, 
podendo ocorrer necrose nas nervuras, resultando na má formação da cabeça. 
Nas plantas jovens, as folhas interiores ficam subdesenvolvidas e inclinam-se 
para o centro. O clareamento das nervuras e mosaico são comumente 
encontrados em plantas jovens e adultas. Nas cultivares do grupo Romana, 
causa clareamento de nervuras e mosqueado bem visíveis nas plantas jovens, 
as quais tornam-se atrofiadas, originando uma cabeça pequena. 
 
 
A síndrome conhecida por June Yellows, que consiste em amarelecimento das 
folhas externas e subdesenvolvimento da planta, ocorre nas cultivares do grupo 
americano. De uma maneira geral, nas plantas mais velhas, os sintomas de 
mosaico são substituídos por um bronzeamento uniforme sobre todas as 
folhas. Durante o pendoamento, mosqueado e áreas necróticas são 
observadas nas brácteas da inflorescência. A produção de sementes é 
severamente afetada. Os isolados mais agressivos provocam severa redução 
do crescimento, necrose e podem levar as plantas à morte. 
 
Agentes causais 
 
Diversos vírus provocam sintomas de mosaico e mosqueado em alface 
no Brasil: 
 
-Vírus do mosaico do picão (Bidens mosaic virus); 
-Vírus do mosqueado da alface (Lettuce mottle virus); 
-Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic virus); 
-Vírus do mosaico do nabo (Turnip mosaic virus); 
 
O vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus) é o vírus de maior 
importância e mundialmente disseminado, certamente devido ao intercâmbio 
de sementes. É uma espécie do gênero Potyvirus, possui partículas de 
estrutura filamentosa e flexuosa, medindo aproximadamente 730 nm de 
comprimento e 13 nm de diâmetro. Apresenta ampla gama de hospedeiros, 
incluindo 121 espécies vegetais, pertencentes a 17 famílias botânicas, 
como Amaranthaceae, Brassicaceae, Cucurbitaceae, Geraniaceae, 
Leguminosae, Malvaceae, Chenopodiaceae, Solanaceae, entre outros. O LMV 
é transmitido por meio de sementes e por afídeos de maneira não persistente. 
 
Tospovírus ou vira-cabeça 
 
Sintomas 
 
Este tospovírus provoca manchas marrons necróticas e bronzeamento nas 
folhas, geralmente em um lado da planta, além de um acentuado 
subdesenvolvimento. A ocorrência de infecções sistêmicas são identificadas 
por uma murcha marginal, amarelecimento e bronzeamento de folhas internas 
e nervura central das folhas. 
 
Agente causal 
 
A doença é causada por um vírus do gênero Tospovírus, o TSWV do 
tomateiro (Tomato spotted wilt virus). Possui ampla gama de hospedeiros, 
incluindo espécies vegetais em 33 famílias de dicotiledôneas e em 5 famílias 
de monocotiledôneas. É transmitido por tripes de maneira persistente, 
principalmente Thrips tabaci e espécies do gênero Frankliniella, em 
especial Frankliniella occidentalis. 
 
Controle das viroses 
 
Uso de armadilhas 
 
As armadilhas servem tanto para monitoramento quanto para o controle dos 
insetos, especialmente aqueles vetores de doenças, como os tripes e 
os pulgões. Existem vários tipos de armadilhas adesivas. As de cor amarela 
são mais indicadas para atrair pulgões, as azuis ou brancas atraem os tripes. 
Essas armadilhas são construídas com tábuas de compensado retangulares e 
fitas de dupla face colante, que podem variar de 20 a 30 cm de largura. As 
tábuas devem ser untadas com stik, cola própria para inseto, ou com óleo de 
cárter ou óleo de câmbio, SAR 120, que é mais grosso. Assim, mais indicado 
para a captura dos tripes e dos pulgões que chegam à cultura. Deve-se utilizar 
aproximadamente uma armadilha para cada cinco metros quadrados. 
 
Limpeza 
 
A limpeza no interior da estufa, bem como em suas proximidades, é essencial. 
Recomenda-se a eliminação de todas as plantas daninhas que porventura 
surgirem no chão da estufa, em um raio de 5 a 10 metros ao redor 
desta. Várias espécies de plantas daninhas são hospedeiras de diversas 
viroses. Dessa forma, funcionam como um reservatório de vírus na 
propriedade. 
 
Água com sabão 
 
Uma mistura de água com sabão em pó a 0,3 a 0,5 % pode ser utilizada 
para controlar os pulgões. Esta mistura não apresenta eficiência para os tripes. 
 
Mudas 
 
As mudas devem ser produzidas em local bem protegido, livre da incidência de 
insetos, separado da área de produção. As sementes utilizadas devem ser 
de qualidade garantida, se possível, certificadas e semeadas em substrato 
limpo. Uma muda de boa qualidade é o início do sucesso do cultivo da alface 
hidropônica. 
 
Pintura do sombrite 
 
A pintura do sombrite lateral das estufas, do lado externo, com a cor prateada, 
funciona como repelente contra insetos, minimizando a entrada de 
insetos como o trips e o pulgão no interior da estufa.

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