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Resumo Fitopatologia: Ciclo das Relações patógeno-hospedeiro: vírus e viróides

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Resumo Aula 3: Ciclo das Relações patógeno-
hospedeiro: vírus e viróides 
 
Características dos Vírus: 
- Macromoléculas; 
- Organismos acelulares, sendo sua estrutura 
formada por proteínas e ácidos nucleicos; 
- São parasitas intracelulares obrigatórios, uma 
vez que conseguem se reproduzir no interior de 
uma célula; 
- Apresentam só um tipo de ácido nucléico; 
- Possuem grande importância, uma vez que: 
 ∟ Não possuem controle químico; 
 ∟ Causam redução na qualidade e quantidade 
das safras; 
 ∟ Causam perdas econômicas e inviabilizam o 
cultivo de espécies de interesse agronômico. 
 
ESTRUTURA DOS VÍRUS: 
 
 
- Capsídeo: protege DNA/RNA 
 
- Envelope (presentes em alguns tipos de vírus): os 
envelope é constituído por uma bicamada de 
fosfolipídios, a qual não é codificada pelo genoma 
do vírus e sim pela membrana da célula infectada. 
 
- Capa Protéica: são constituídas por capsômeros, 
que são unidades de proteínas idênticas que em 
conjunto formam a capa protéica. 
 
Formas e Dimensões dos Vírus que causam 
doenças em Plantas: 
- Aproximadamente mais de 1000 vírus de plantas 
descritos; 
- Tamanho: 
 ∟ Isométricos: 17 - 120 nm 
 ∟ Alongados: 3 - 25 nm / 200 - 2000 nm 
 
Curiosidade: cerca de 76,6% dos vírus de plantas 
são (+) ssRNA, ou seja, possuem RNA de fita 
simples positivo (funciona como RNA mensageiro); 
13% são (-) ssRNA; e 4,3% são dsRNA (fita dulpa). 
 
Principais Vetores de Vírus de Plantas: 
 
 
Curiosidade: quanto as doenças em plantas 
transmitidas por vetores, têm-se a grande parte 
das viroses transmitidas pelos afídeos (pulgões); 
quanto a forma de inoculação dos vírus nas 
plantas, a grande maioria é feita por ferimentos 
provocados no processo de alimentação dos 
diversos vetores. 
 
Transmissão dos Vírus de Plantas: 
 
 
Definições da tabela: 
Tempo de aquisição: período mínimo de 
alimentação do vetor na planta 
para a aquisição do vírus. 
 
Tempo de transmissão: período mínimo de 
alimentação do vetor na planta 
para a transmissão do vírus 
 
Latência: período entre a aquisição e o início da 
transmissão do vírus 
pelo vetor 
 
- Transmissão não persistente: ocorre através da 
contaminação do aparelho bucal do vetor o qual 
adquire partículas virais presentes em células da 
epiderme ou do parênquima da planta, após 
adquirido os vírus ficam retidos no estilete (*peça 
bucal dos insetos picadores) do vetor, portanto, 
neste processo não há multiplicação, nem latência 
do vírus, assim, caso o vetor não transmita esse 
vírus, em pouco tempo perde-se a capacidade de 
transmissão. → é considerada um processo 
mecânico; 
 
 
 
- Transmissão Semi-Persistente: o vírus não 
circula, nem se multiplica no vetor. Porém, este 
pode transmitir o vírus por períodos relativamente 
longos, como 3 ou 4 dias. → pequena 
especificidade entre o vírus e o vetor. 
 
- Transmissão Persistente: 
A maioria destes vírus são adquiridos no floema 
da planta, portanto o vetor necessita alimentar-se 
prolongadamente. A transmissão persistente pode 
ser dividida em dois tipos, conforme o que ocorre 
durante período de latência. 
 
 ∟ Vírus Circulativos: o vírus é adquirido pelo 
vetor, passa através das paredes do trato 
intestinal e vai para a hemolinfa, onde é levado 
para a glândula salivar, promovendo sua 
contaminação através da saliva ao se alimentar de 
uma planta sadia. → transmissão persistente 
circulativa quando se têm a circulação do vírus no 
período de latência; 
 
 ∟ Vírus Propagativos: este, replicado pelo vetor, 
que passa a transmiti-lo durante toda sua vida, em 
alguns casos o inseto transmite o vírus também à 
sua progênie, através dos ovos (transmissão 
transovariana). → transmissão persistente 
propagativa quando se têm a replicação do vírus 
no período de latência; 
 
Curiosidade: devido à alta complexidade exigidas 
nos processos de transmissão persistentes, 
existem grupos de vetores específicos para cada 
tipo de vírus. 
 
Outras formas de Disseminação de Vírus de 
Plantas: 
Além dos vetores, outras formas também 
importantes de disseminação dos vírus em plantas 
são através de: 
 
Transmissão por Sementes: 
A taxa de disseminação de vírus por sementes é 
relativamente baixa, porém cerca de 20% dos 
vírus conhecidos são transmitidos por sementes. 
Porém para evitar tal acontecimento, deve-se 
utilizar sementes livres de vírus, de alta qualidade. 
Ex. de transmissões por sementes: Mosaico 
Comum do feijoeiro, Mosaico da Alface. 
 
 
Transmissão por órgãos de propagação 
vegetativa: 
Ocorre através da infecção sistêmica da planta, 
onde um dos componentes está contaminado 
pelo vírus. 
Ex.: Enxertia, bulbos, tubérculos, rizomas, estacas 
etc. 
 
Transmissão Mecânica: 
Ocorre através de operações culturais. 
Ex. O manuseio de plantas infectadas e em 
seguida o manuseio de plantas sadias, sem os 
devidos cuidados de higienização dos materiais. 
 
Sintomatologia: 
Os vírus de plantas podem causar dois tipos de 
sintomas ou infecção: localizada ou sistêmica. 
 - Localizada: causam lesões cloróticas e 
necróticas nos pontos de penetração; 
 - Sistêmica: afetam as plantas em vários 
aspectos de sua morfologia e fisiologia, os 
sintomas sistêmicos mais comumente exibidos 
pelas plantas são mosaicos, mosqueado, distorção 
foliar, mancha anelas, amarelamento, 
superbrotamento e nanismo. 
 
Movimento e Distribuição do Vírus na Planta: 
Infecção Local → célula a célula 
- A passagem ocorre através dos plasmodesmas, 
sendo auxiliada pela ação de proteína de 
movimento codificada pelo vírus, que ligam as 
células do parênquima. 
- Infecção lenta: 1 mm/dia 
- Passagem via plasmodesmas 
- Causam na planta: Lesões locais cloróticas e 
necróticas nos pontos de penetração. 
 
 
 
 
Infecção Sistêmica → via floema 
- Partículas distribuídas em locais distantes do 
ponto de penetração 
- Infecção mais rapidamente: 1 cm/dia 
- Movimenta-se em direção as regiões de 
crescimento e órgãos de reserva, de onde partem 
para o parênquima. 
- Causam na planta: Mosaico, mosqueado, 
distorção foliar, mancha anelar, amarelamento, 
superbrotamento, nanismo. 
 
 
 
Etapas da Infecção Viral (infecta através de 
ferimentos e alimentação de insetos): 
1. Penetração na célula hospedeira; 
2. Desnudamento do ácido nucléico; 
3. Tradução Inicial; 
4. Replicação; 
5. Tradução tardia; 
6. Montagem e maturação 
7. Liberação. 
 
EXEMPLO DE DOENÇAS EM PLANTAS CAUSADAS 
POR VÍRUS: 
 
MOSAICO DO MAMOEIRO: 
 ∟ Estrutura dos vírus: 
vírus alongado, possui (+) 
ssRNA, ou seja, o vírus atua 
como RNA mensageiro; 
 
 ∟ Hospedeiro do vírus 
(sobrevivência): próprio mamoeiro (99,9% dos 
casos) + cucurbitáceas; o vírus NÃO pode ser 
transmitido por sementes, nem como 
contaminante, nem no embrião; 
 
 ∟ Sintomas: 
- Folhas com sintomas de mosaico: Inicialmente 
ocorre um amarelamento das folhas mais novas 
que, posteriormente, apresentam um aspecto de 
mosaico, ou seja, áreas verdes misturadas com 
áreas amarelas de tonalidades, formas e 
tamanhos variados; 
- Deformação foliar e ocorrência de bolhas: 
podem ocorrer intensas deformações e 'bolhas 
verdes' nas folhas doentes, 
- Sintomas da doença em frutos com 
aparecimento de anéis concêntricos: os frutos 
podem apresentar manchas sob a forma de 
pequenos anéis concêntricos, verdes bem nítidos 
e com aspecto oleoso. 
- Pecíolo com manchas oleosas: na região do caule 
e nos pecíolos das folhas podem aparecer 
manchas irregulares e aparência oleosa. 
 
 ∟ Vetores: Transmissão através de inúmeras 
espécies de pulgões; Não colonizam mamoeiros; 
Relação vírus-vetor: NÃO PERSISTENTE; Eficiência 
de transmissão variável entre espécies; 
 
 ∟ Disseminação em Campo: 
 
 
 
 ∟ Formas de Manejo: 
- Destruição de plantios velhos e abandonados; 
- Utilização de mudas sadias; 
- Realização do inspeções periódicas (semanais) 
nos pomares; 
- Evitar a presença de cucurbitáceas nas 
entrelinhas e nas proximidades do pomar; 
- Evitar colônias de pulgões na vegetação 
espontâneas; 
- Plantio parcialmenteisolado, quando possível. 
- Quando infectado, deve-se haver a erradicação 
sistemática de mamoeiros com mosaico; 
 
 ∟ Curiosidades: 
- Doença de grande importância agrícola, tanto no 
Brasil quanto no mundo; 
- O mosaico do mamoeiro pode infectar outras 
culturas, tais como: abobrinha, abóbora, melancia, 
porém segundo dados experimentais, estas 
plantas não são importantes como fonte de 
inóculo. 
- No Havaí foram desenvolvidas cultivares de 
mamão transgênico resistentes à doença. 
 
VIRA-CABEÇA DO TOMATEIRO: 
 
 
 
∟ Estrutura do Vírus: é 
causado por várias 
espécies do gênero 
topovírus: TSWV, 
TCSV, GRSV, CSNV. 
 
 
 ∟ Sintomas: Roxeamento ou bronzeamento das 
folhas; 
Ponteiro atrofiado e virado para baixo (o nome 
deriva deste sintoma); 
Redução geral no porte da planta; 
Lesões necróticas nas hastes e folhas; 
Os frutos quando verdes apresentam lesões 
irregulares, deprimidas e secas, e quando 
maduros apresentam lesões amarela 
concêntricas; 
 
 
 ∟ Hospedeiro do vírus (sobrevivência): mais de 
150 espécies vegetais; 
- Cultivadas: tomateiro, pimentão, batateira, 
beringela, alface, etc. 
- Não-cultivadas (plantas daninhas): maria-
pretinha, beldroega, datura, caruru, picão, 
serralha, emilia, erva-de-santa-maria, etc. 
- NÃO há evidências de sobrevivência nas 
sementes; 
- HÁ sobrevivência no vetor; 
 
 ∟ Vetores: A grande maioria dos hospedeiros 
são espécies de tripes do gênero Frankliniella. 
Quem adquire o vírus nas plantas é a LARVA. 
 
 
 
 
 ∟ Relação Vírus-Vetor: 
- Eficiência de transmissão varia com as espécies 
de Frankliniella. 
- Aquisição do Vírus: somente ESTÁDIO DE LARVA, 
mínimo 15 minutos de alimentação; 
- Período latente: de 4 -(período entre a aquisição 
e a transmissão do vírus) 10 dias; 
- Transmissão do Vírus: larva e ADULTO, presente 
por toda a vida no inseto, mínimo de 5 minutos de 
alimentação para inoculação na planta. → embora 
as larvas também transmitam o vírus, o tripes 
adulto é quem transmite com maior eficiência. 
- Vírus se multiplica no tripes. Não passa para a 
progênie. 
 
 ∟ Formas de Manejo: 
- Não plantar em áreas próximas a lavouras velhas 
ou abandonadas de tomateiro, 
pimentão, pimenta e alface; 
- Rotação de culturas não suscetíveis ao vírus, tais 
como milho e couve-flor, podem ser utilizadas; 
- Escolha de local apropriado, situado a certa 
distância de outras lavouras suscetíveis ao vírus 
(cebola, alho, ervilha e pimentão); 
- Plantio do tomateiro em épocas menos 
favoráveis à incidência do vetor; 
- Escolher áreas de plantio em maiores altitudes; 
- Uso de cultivares ou híbridos resistentes; 
- Mudas isentas de vírus; 
- Aplicação de inseticidas sistêmicos na véspera do 
transplante para diminuir a população do vetor; 
- Uso de barreiras para evitar a migração dos 
insetos vetores. 
- Destruir os restos da lavoura logo após a 
colheita; 
 
VIRÓIDES: 
Constituídos por uma única molécula de RNA (Fita 
simples < 400 nt, circular, sem capa proteica, sem 
codificar proteínas), são encontrados somente em 
plantas, são parasitas obrigatórios e é o menor 
agente infeccioso capaz de causar doença; 
 
Transmissão de viróides: 
- Material de propagação vegetativa e enxertia 
- Transmissão mecânica 
- Sementes e pólen 
 
No Brasil têm-se registro das doenças: Citrus 
exocortis viroid, Citrus viroid III (xiloporose), 
Viróide do nanismo do crisântemo, Hop stunt 
viroid em videira, Viróide na ornamental Coleus, 
porém atualmente, não se tem nenhum registro 
de ocorrência. Porém, algumas doenças 
Quarentenária A1 (*que não tem ocorrência no 
Brasil e exóticas) devem ser evitadas de entrar no 
país devido ao seu grande número de 
contaminação, e impacto social e econômico, que 
são elas: 
- Potato spindle tuber viroid 
- Avocado sunblotch 
- Coconut cadang-cadang viroid 
 
Bibliografia consultada: 
BEDENDO, I.P. Vírus. In: BERGAMIN FILHO, A.; 
KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de 
fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São 
Paulo: Agronômica Ceres, 1995. 
Michereff, Sami J.; Fundamentos de Fitopatologia, 
Universidade Federal Rural de Pernambuco: 
Departamento de Agronomia.

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