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Livro Eletrônico Aula 00 Políticas do SUS p/ Ministério da Saúde - Todas as áreas dos grupos 1, 2, 3 e 4 Professor: Alyson Barros 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .! Considerações Iniciais .............................................................................................................. 2 Quem sou eu ........................................................................................................................... 2 Nossa metodologia de Trabalho ............................................................................................. 3 Webinar de Resolução de Questões ........................................................................................ 5 A Banca e o Edital .................................................................................................................... 6 Constituição Brasileira: Artigos 196 a 200 ............................................................................. 14 Fundamento Constitucional ............................................................................................... 14 Competências .................................................................................................................... 15 Intervenção ......................................................................................................................... 16 A definição do SUS ............................................................................................................. 17 A Ordem Social .................................................................................................................. 18 A Seguridade Social ........................................................................................................... 20 Saúde .................................................................................................................................. 36 Mapas Mentais da aula demonstrativa .................................................................................. 54 Questões ................................................................................................................................ 58 Questões Comentadas e Gabaritadas ................................................................................... 65 Considerações Finais ............................................................................................................. 79 !! ! !∀#∃%&∋()∗+,−.∗%/∋0/∃1+∃#/∃+23%#∗+4+.%∗/∃5,6∗+.∗%+6,%∃,/∗#+∋3/∗%∋,#+72∗.8%,59/:;+0∗#+/∃%−∗#+6∋+<∃,+=>?≅ΑΒ=Χ;+∆3∃+∋Ε/∃%∋;+ ∋/3∋Ε,Φ∋+∃+2∗0#∗Ε,6∋+∋+Ε∃5,#Ε∋()∗+#∗∀%∃+6,%∃,/∗#+∋3/∗%∋,#+∃+6Γ+∗3/%∋#+.%∗&,6Η02,∋#>+Ι%3.∗#+6∃+%∋/∃,∗+∃+.,%∋/∋%,∋+#)∗+2Ε∋06∃#/,0∗#;+ &,∗Ε∋−+∋+Ε∃,+∃+.%∃ϑ36,2∋−+∗#+.%∗Κ∃##∗%∃#+∆3∃+∃Ε∋∀∗%∋−+∗+23%#∗>+Λ∋Ε∗%,Φ∃+∗+/%∋∀∋Ε9∗+6∃+0∗##∋+∃∆3,.∃+∋6∆3,%,06∗+∗#+23%#∗#+ 9∗0∃#/∋−∃0/∃+∋/%∋&4#+6∗+#,/∃+Μ#/%∋/45,∋+Ν∗023%#∗#>! Aula 00 ! 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 1! Considerações Iniciais E ai galera, beleza? Estou muito feliz em estar aqui com vocês lecionando a disciplina de Políticas do SUS para o recém aberto concurso do Ministério da Saúde! Esse é o concurso todos estavam ansiosamente esperando desde os primeiros rumores no ano passado! Você está lendo a nossa aula demonstrativa e o nosso objetivo é fazer você gabaritar a nossa disciplina na sua prova. A meta de contemplar bem todo o conteúdo e direcionar os nossos estudos com objetividade e foco para a banca não é nova e concurso após concurso conseguimos fazer isso! Você está lendo a nossa aula demonstrativa. NÃO PULE DIREITO PARA O CONTEÚDO, pois tenho avisos importantes para você ao longo dessa introdução. Será um concurso que atrairá muitos candidatos de muitas áreas da saúde. O Edital está muito caprichado e muitos já devem ter visto a grande quantidade de vagas para o Rio de Janeiro e para Brasília. Essa é uma excelente oportunidade de entrar no serviço público e trabalhar com um bom cargo. A quantidade de vagas é uma das maiores do Brasil. Ao total são 743 vagas para cargos da Carreira de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (80 vagas para Secretária de Atenção à Saúde - SAS, 64 para Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos - SCTIE; 41 para Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS e 558 (vagas para o Instituto Nacional de Câncer – INCA). Podem chamar mais aprovados? Sim! Pelo menos é isso o que se especula pelos corredores daqui de Brasília! Tá esperando o quê para passar nesse concurso? Começarei apresentando-me e depois falaremos do nosso curso e do edital antes de pegarmos pesado na Constituição Federal. Preparado para o embalo? Quem sou eu Eu sou o Professor Alyson Barros, e estou orgulhosamente no Estratégia Concursos praticamente desde a sua fundação. Leciono, entre outras disciplinas, Saúde, Psicologia, e Direitos Humanos. Já fui aprovado em alguns concursos e atualmente sou Analista de Planejamento e Orçamento, lotado no Departamento de Planejamento, da Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. É tanto planejamento que chega até a faltar isso no Ministério… Enfim… Sou psicólogo formado pela brilhante Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialista em neuropsicologia, especialista em Gestão Pública, mestre em avaliação psicológica, blá, blá... O 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 2! currículo acadêmico é o que menos interessa aqui, eu quero saber mesmo é de aprovação em concurso!!! Quem me conhece sabe que todo curso que organizo aqui em nossa casa tem uma meta bastante ambiciosa e, claro, viável eu quero meus alunos entre os primeiros lugares desse concurso. A preparação que teremos aqui não será só para você responder algumas questões, mas para responder a todas as questões da área de saúde! O esforço é sério para que você gabarite as questões de saúde. Muito dificilmente as questões do dia da prova não estarão contempladas aqui. Farei o meu melhor daqui desse lado da tela do computador e você fará o seu melhor para, juntos, trilharmos essa meta. Combinado? Tanto as aulas escritas quanto os vídeos terão uma linguagem tranquila e objetiva. Minha preocupação sempre é com a didática desses conteúdos que trabalharemos, pois, caso você já tenha estudado essa parte das Políticas do SUS antes, teremos pedreiras pela frente. Nossa metodologia de Trabalho Nosso fundamento é a aula escrita. É através dela que a nossa aprendizagem assíncrona, mas essencial, toma corpo. As aulas são caprichadas tanto em termos de conteúdos quanto de direcionamento para a banca. Teremos mais de 300 questões comentadas ao longo de nossas aulas (da FUNCAB e de outras bancas), um fórum exclusivo para você postar as suas questões1 e vídeo-aulas de revisão! Investiremos pesado nesse curso para alcançarmos a nossa meta. Além disso, teremos mapas mentais em todas as aulas para revisarmos os conteúdos. É uma excelente metodologia para ver se a informação ensinada foi consolidada. Imprima esses mapas mentais e complemente com os seus erros e acertos com a banca, aproveite para utilizar esse excelente mnemônico na véspera da prova para fazer a revisão de nosso conteúdo em minutos! Em resumo, você está comprando um curso e saindo com 4 serviços, e ainda 1 de brinde: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 Você que é nosso aluno matriculado honestamente nesse curso de Políticas de Saúde do Estratégia 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 3! O trabalho aqui é sério e dedicado para a sua aprovação!!! Mas paaaaaaara tudo!!!! O Ricardo Elétrico endoidou de vez! Ele está fazendo esse curso, aliás, todo o site do ESTRATÉGIA CONCURSOS,em até 10x sem juros! Eu disse: EM ATÉ 10X SEM JUROS. Nosso curso sairá por menos de R$ 10,00 por mês, não tem desculpa para rateio2 (a não ser a velha cultura do “jeitinho brasileiro3”). Eu sei que esse é um assunto chato de se tratar, mas, coincidência ou não, em todos os concursos que trabalhei até agora tive alunos meus nos aprovados. Os que passaram entre os primeiros lugares tinham duas coisas em comum: eram alunos regulares (e honestos) e bastante participativos em nosso fórum. Mas achou que ia ser só isso? Boa aula escrita, aulas em vídeo, fórum exclusivo, mapas mentais de graça e questões atualizadas da banca e que você não vai encontrar em outros cursos? Leia o tópico seguinte... !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 A venda ilegal de material on-line de concurso é prática ilícita e é passível de indenização (quero ver ratear a indenização!). 3 Só não pode ir depois falar da moralidade dos deputados. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 4! Webinar de Resolução de Questões Tenho mais uma novidade, irei realizar, e isso é de inteira responsabilidade minha, Webinars4 para orientar sobre a matéria, a banca e, principalmente, resolver questões inéditas. Não resolverei questões da FUNCAB, pois todas serão trabalhadas devidamente aqui, mas questões inéditas que eu mesmo desenvolvi para preparar nossos alunos para o pior cenário possível em qualquer concurso sobre o assunto. É um espaço inédito na área de concursos no Brasil onde o aluno pode conversar diretamente com o professor e receber orientações que vão além do curso escrito contratado. É um diferencial que tem dado excelentes resultados em todo concurso que tenho trabalhado e uma excelente oportunidade para você, candidato, aprender nossas estratégias para abordar a banca e calibrar bem a mira. Precisa pagar alguma coisa a mais para participar? De modo algum! Esse é um serviço adicional que ofereço inteiramente grátis aos nossos alunos. Porém, lembro a você que esse é um projeto paralelo ao curso de Políticas do SUS e o que for tratado lá, ficará lá. Não temos material extra, não disponibilizo gravação do encontro (pois é ao vivo) e não tem colher de chá. São encontros virtuais de uma hora, em alguns domingos, onde dezenas de questões inéditas são trabalhadas em um ritmo acelerado. Os Webinars ocorrerão em dias específicos, com horários e pautas determinadas. Quem quiser participar do primeiro precisará apenas entrar no link que irei indicar daqui a pouco. Nos outros 3 encontros será preciso fazer um cadastro prévio e, obviamente, estar matriculado regularmente em nosso curso. É um UP no treinamento para você nunca mais tenha dúvidas na área de Políticas do SUS. Teremos o seguinte cronograma para os seminários virtuais: Webinar Questões sobre Data e Horário 1 Constituição Brasileira: Artigos 196 a 200 25 de outubro 14:00 às 15:00 2 Política Nacional de Atenção Oncológica. Rede de Atenção Oncológica. 1 de novembro 14:00 às 15:30 3 Políticas do SUS: Lei nº 8.080/90 8 de novembro 14:00 às 15:30 4 Lei nº 8.142/90. Pacto pela Vida em Defesa do SUS e de Gestão. 15 de novembro 14:00 às 15:30 Atenção: o link dos Webinares sempre será disponibilizado no nosso mural de recados um dia antes do encontro marcado. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 Estamos chics demais! Na minha época esse negócio de Webinar se chamava encontro virtual mesmo. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 5! Observe que nos seminários virtuais não teremos a adição de conteúdo, pois isso estará na aula, mas teremos um “diferencial” para aqueles que aguentarem o ritmo. E assim como seria uma aula extra e presencial, não teremos a aula gravada para repor para quem não puder participar. Afinal, como disse, não teremos adição de conteúdo. Vamos falar da banca e do edital? A Banca e o Edital Qual a banca desse gigantesco concurso? A banca é uma velha conhecida nossa, a Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt – FUNCAB. Uma banca muito boa e com perfil semelhante a outras tantas conhecidas e que serão também abordadas aqui. Seu perfil é mais conservador e orientado para a compreensão seca dos conteúdos, raramente exige do candidato um nível maior de interpretação. Mas, como prepararei você para o pior cenário possível, não vamos dar mole. As provas objetivas, discursiva/redação serão aplicadas no dia 14 de dezembro de 2014, em Brasília e no Rio de Janeiro. O concurso têm o prazo de validade do presente de 2 anos, a contar da data da publicação da homologação de seu resultado final, e pode ser prorrogado por igual período. Quais as etapas do concurso? Teremos o seguinte: Primeira Etapa: Prova Objetiva de caráter classificatório e eliminatório Segunda Etapa: Prova Discursiva e/ou redação de caráter classificatório e eliminatório. Terceira Etapa: Prova de Títulos de caráter unicamente classificatório. E esse concurso será para quais cargos? Agora a lista é grande e recomendo que dê uma olhada depois diretamente no edital do concurso (são mais de 90 páginas de edital). Eis o endereço da página do concurso: http://ww5.funcab.org/inicial.asp?id=272. Para simplificar a sua vida, fiz uma tabela com as áreas de atuação, a 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 6! remuneração básica e os adicionais possíveis. Perceba que são duas carreiras: Gestão, Planejamento e Infraestrutura e Desenvolvimento Tecnológico. Mas, ainda assim, é indispensável a leitura do edital! Vejamos: NÍVEL SUPERIOR - ANALISTA EM C&T SÊNIOR H – I (nível superior) DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL R$ 6.648,15 R$ 1.391,00 + R$ 2.705,00 + R$ 5.414,00 + R$ 1.693,60 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – GESTÃO EM DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS ANALISTA EM C&T PLENO K – I (nível superior) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 1.825,00 + R$ 3.649,00 + R$ 1.308,00 GERENCIAMENTO DE DADOS DE PESQUISA EM CÂNCER COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ENGENHARIA CLÍNICA ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA - ARQUITETURA ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA - ENGENHARIA MECÂNICA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – RECURSOS TECNOLÓGICOS ANALISTA EM C&T JUNIOR L – I (nível superior) ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR R$ 4.004,56 R$ 822,00 + R$ 1.601,00 + R$ 3.199,00 + R$ 1.201,60 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESENHO INDUSTRIAL OU COMUNICAÇÃO VISUAL ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA - ENGENHARIA CIVIL GESTÃO DE PROJETOS EM PESQUISA E PREVENÇÃO DE CÂNCER JORNALISMO PUBLICIDADE E PROPAGANDA RELAÇÕES PÚBLICAS ASSISTENTE EM C&T - T – I (nível médio) APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO R$ 2.205,20 R$ 452,00 + R$ 881,00 + R$ 1.762,00 + R$ 660,80 TECNOLOGISTA SÊNIOR - H - I (APOIO TÉCNICO) (nível superior) BIÓLOGO OU BIOMÉDICO R$ 6.648,15 R$ 1.391,00 + R$ 2.705,00 + R$ 5.414,00 + R$ 1.693,60 BIÓLOGO OU BIOMÉDICO - IMUNOGENÉTICA APLICADA AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA TECNOLOGISTA PLENO - K - I (APOIO TÉCNICO) BIÓLOGO OU BIOMÉDICO - BIOLOGIA MOLECULAR APLICADA AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 1.825,00 + R$ 3.649,00 + R$ 1.308,00 FARMÁCIA EM ONCOLOGIA FISIOTERAPIA NUTRIÇÃO CLÍNICA NUTRIÇÃO EM PRODUÇÃO PSICOLOGIA EM ONCOLOGIA SERVIÇO SOCIAL TECNOLOGISTA JUNIOR - L- I (APOIO TÉCNICO) BIOLOGIA OU BIOMEDICINA OU FÁRMACIA OU FARMACOLOGIA BIOQUIMICA – R$ 4.004, 56 R$ 822,00 + R$ 1.601,00 + R$ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 0! ESPECIALIDADE: ANÁLISES CLÍNICA 3.199,00 + R$ 1.201,60 BIOLOGIA OU BIOMEDICINA OU FARMÁCIA OU FARMACOLOGIA BIOQUÍMICA – ESPECIALIDADE: ANATOMIA PATOLÓGICA E BIOBANCOS BIOLOGIA OU BIOMEDICINA OU FARMACOLOGIA BIOQUÍMICA – ESPECIALIDADE:CITOTECNOLOGIA FÍSICA OU FÍSICA MÉDICA - RADIOTERAPIA TERAPIA OCUPACIONAL TÉCNICO N-I (APOIO TÉCNICO) (nível médio) TÉCNICO DE HEMOTERAPIA R$ 2.725,81 R$ 565,00 + R$ 1.100,00 + R$ 2.199,00 + R$ 753,60 TÉCNICO O-I (APOIO TÉCNICO) (nível médio) TÉCNICO DE RADIOTERAPIA R$ 2.205,20 R$ 452,00 + R$ 881,00 + R$ 1.762,00 + R$ 660,80 TÉCNICO - ANÁLISE CLÍNICA TÉCNICO - PRÓTESE DENTÁRIA TÉCNICO - PROVA FUNCIONAL RESPIRATÓRIA TÉCNICO ANATOMIA PATOLÓGICA TÉCNICO CITOTÉCNICO TÉCNICO DE LABORATÓRIO IMUNOGENÉTICA TÉCNICO DE RADIOLOGIA TÉCNICO FARMÁCIA HOSPITALAR TECNOLOGISTA PLENO - K - I (ENFERMAGEM) (nível superior) ENFERMAGEM - CENTRO CIRÚRGICO E CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 1.825,00 + R$ 3.649,00 + R$ 1.308,00 ENFERMAGEM - CTI ADULTO ENFERMAGEM - CTI PEDIÁTRICO ENFERMAGEM - HEMOTERAPIA ENFERMAGEM - PEDIATRIA ENFERMAGEM - PESQUISA CLÍNICA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ENFERMAGEM - TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS ENFERMAGEM ONCOLOGIA TÉCNICO O-I (ENFERMAGEM) (nível médio) TÉCNICO ENFERMAGEM - CENTRO CIRÚRGICO E CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO R$ 2.205,20 R$ 452,00 + R$ 881,00 + R$ 660,80 + R$ 1.762,00 TÉCNICO ENFERMAGEM - CTI ADULTO TÉCNICO ENFERMAGEM - CTI PEDIÁTRICO TÉCNICO ENFERMAGEM ONCOLOGIA TÉCNICO ENFERMAGEM PEDIATRIA TECNOLOGISTA SÊNIOR - H - I (MEDICINA) (nível superior) MEDICINA - CANCEROLOGIA CIRÚRGICA R$ 6.648,15 R$ 1.391,00 + R$ 2.705,00 + R$ 5.414,00 + R$ 1.693,60 MEDICINA - CANCEROLOGIA CIRÚRGICA PEDIÁTRICA MEDICINA - CIRURGIA PLÁSTICA – MICROCIRURGIA RECONSTRUTORA MEDICINA - CIRURGIA TORÁCICA MEDICINA - EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA MEDICINA - ENDOSCOPIA DIGESTIVA MEDICINA - ENDOSCOPIA PERORAL MEDICINA - OFTALMOLOGIA EM ONCOLOGIA MEDICINA – PNEUMOLOGIA MEDICINA - TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 7! TECNOLOGISTA PLENO - K - I (MEDICINA) (nível superior) MEDICINA – ANATOMIA PATOLÓGICA R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 1.825,00 + R$ 3.649,00 + R$ 1.308,00 MEDICINA - CANCEROLOGIA CIRÚRGICA - GINECOLOGIA ONCOLÓGICA MEDICINA - CARDIOLOGIA / ECOCARDIOGRAFIA MEDICINA - CIRURGIA DE TECIDO ÓSSEO CONECTIVO MEDICINA - CIRURGIA PLÁSTICA MEDICINA - DERMATOLOGIA MEDICINA - DERMATOLOGIA – FOTOTERAPIA MEDICINA - HEMATOLOGIA MEDICINA - HEMOTERAPIA MEDICINA - RADIOLOGIA - DIAGNÓSTICO POR IMAGEM MEDICINA - RADIOLOGIA - MAMOGRAFIA TECNOLOGISTA JUNIOR - L- I (MEDICINA) MEDICINA - UROLOGIA R$ 4.004, 56 R$ 822,00 + R$ 1.601,00 + R$ 3.199,00 + R$ 1.201,60 MEDICINA – ANESTESIOLOGIA MEDICINA - CANCEROLOGIA PEDIÁTRICA MEDICINA - CANCEROLOGIA CLÍNICA MEDICINA - CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO MEDICINA - CIRURGIA VASCULAR MEDICINA - CLÍNICA MÉDICA MEDICINA – EMERGÊNCIA MEDICINA - EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA MEDICINA - ENDÓCRINOLOGIA PEDIÁTRICA MEDICINA – INFECTOLOGIA MEDICINA - INTENSIVA MEDICINA - INTENSIVA PEDIÁTRICA MEDICINA – MASTOLOGIA MEDICINA - NEUROCIRURGIA MEDICINA - NEUROLOGIA PEDIÁTRICA MEDICINA – PSIQUIATRIA MEDICINA - RADIOTERAPIA TECNOLOGISTA PLENO - K - I (EDUCAÇÃO, PREVENÇÃO E PESQUISA) (nível superior) DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 3.649,00 + R$ 1.308,00 GERENCIAMENTO DE ENSAIOS CLÍNICOS PROGRAMAS EDUCACIONAIS EM SAÚDE GESTÃO DO CONHECIMENTO NA ÁREA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER MEDICINA VETERINÁRIA - ESPECIALIDADE: CRIOBIOLOGIA APLICADA À REPRODUÇÃO ANIMAL POLÍTICA NACIONAL DE CONTROLE DO TABACO TECNOLOGISTA JUNIOR - L- I (EDUCAÇÃO, PREVENÇÃO E PESQUISA) CONTROLE DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA R$ 4.004, 56 R$ 822,00 + R$ 1.601,00 + R$ 1.201,60 INFORMAÇÃO EM SAÚDE, VIGILÂNCIA DO CÂNCER, REGISTROS DE CÂNCER E BIOESTATÍSTICA INFORMAÇÃO EM SAÚDE; VIGILÂNCIA DO CÂNCER; ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE INDICADORES DA MAGNITUDE DO CÂNCER; E REGISTROS DE CÂNCER TÉCNICO N-I (EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO EM SAÚDE E REGISTRO DE R$ 2.725,81 R$ 565,00 + R$ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! ./! PREVENÇÃO E PESQUISA) (nível médio) CÂNCER 1.100,00 + R$ 2.199,00 + R$ 753,60 TÉCNICO O-I (EDUCAÇÃO, PREVENÇÃO E PESQUISA) (nível médio) CONTROLE DE QUALIDADE EM RADIAÇÃO IONIZANTE R$ 2.205,20 R$ 452,00 + R$ 1.762,00 + R$ 660,80 CRIAÇÃO DE ANIMAIS DE LABORATÓRIO TECNOLOGISTA SÊNIOR H – I (nível superior) DESENVOLVIMENTO DA EPIDEMIOLOGIA R$ 6.648,15 R$ 1.391,00 + R$ 2.705,00 + R$ 5.414,00 + R$ 1.693,60 TECNOLOGISTA PLENO - K - I (MINISTÉRIO DA SAÚDE - SEDE) (nível superior) : ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE OBRAS EM SAÚDE R$ 4.544,05 R$ 937,00 + R$ 1.825,00 + R$ 1.308,00 + R$ 3.649,00 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE RE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COM FOCO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ORÇAMENTO E FINANÇAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E PLANOS DE AÇÃO EM SAÚDE POLÍTICAS E DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO, INCORPORAÇÃO E GESTÃO EM SAÚDE GESTÃO DE TECNOLOGIAS DE SAÚDE ENGENHARIA E INFRAESTRUTURA GESTÃO DE QUALIDADE NA ÁREA FARMACÊUTICA PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO NA ÁREA FARMACÊUTICA MEDICAMENTOS E INSUMOS CONTROLE OU GESTÃO DA QUALIDADE FARMACÊUTICA VIGILÂNCIA EM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS VIGILÂNCIA EM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E AGRAVOS DA SAÚDE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL E SAÚDE DO TRABALHADOR SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE SAÚDE E ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE TECNOLOGISTA JUNIOR L – I (MINISTÉRIO DA SAÚDE) (nível superior) GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE R$ 4.004,56 R$ 822,00 + R$ 1.601,00 + R$ 3.199,00 + R$ 1.201,60 GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO EM SAÚDE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE Ufa! Mais alguns dados importantes que você deve saber sobre esse concurso. A Prova Objetiva terá caráter eliminatório e classificatório e será constituída de 5 questões de múltipla escolha. Temos 20% de vagas para negros nos cargos com número de vagas igual ou superior a 3. Também temos 5% de reserva de vagas para pessoas com deficiência. É possível prestar esse concurso para dois cargos? Sim! Desde que em horários diferentes. No turno da manhã serão aplicadas as provas para o nível médio, no turno da tarde serão aplicadas as provas para o nível superior. Nosso curso é orientado para os Grupos 1, 2, 3 e 4. Atenção: não contemplaremos os cargos do grupo 5 (mas pode ser que nos próximos dias 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! ..! lancemos um curso específico de Políticas de Saúde para essa área). Como será a distribuição das questões? Vejamos: - Li ́ngua Portuguesa 10 1 10 - Informa ́tica Ba ́sica 5 0,5 2,5 - E ́tica e Legislac ̧a ̃o da Gesta ̃o Pu ́blica 10 0,5 5 - Poli ́ticas do SUS 5 0,5 2,5 - Conhecimento Especi ́fico 20 1 20 Totais 50 - 40 ́ ̃ ̃ ̧a ̃ ́ - Língua Portuguesa 10 0,5 5 - Ética e Legislação da Gestão Pública 10 0,5 5 - Política do SUS 5 1 5 - Conhecimento Específico 25 1 25 Totais 50 - 40 - Língua Portuguesa 10 0,25 2,5 - Ética e Legislação da Gestão Pública 10 0,5 5 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .1! - Política do SUS 10 0,25 2,5 - Conhecimento Específico 30 1 30 Totais 60 - 40 - Língua Portuguesa 10 0,25 2,5 - Ética e Legislação da Gestão Pública 10 0,25 2,5 - Política do SUS 10 0,5 5 - Conhecimento Específico 30 1 30 Totais 60 - 40 O que esses quase 50 cargos têm em comum? O mesmo conteúdo básico da nossa matéria de Políticas do SUS: Lei nº 8.080/90 e Lei nº 8.142/90. Pacto pela Vida em Defesa do SUS e de Gestão. Política Nacional de Atenção Oncológica. Rede de Atenção Oncológica. Constituição Brasileira: Artigos 196 a 200.Para darmos conta desses conteúdos, elaborei o seguinte calendário: 0 00000000000 - DEMO ==0== Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .2! Aula Conteúdos Lançamento da aula 00 Constituição Brasileira: Artigos 196 a 200 16/10 01 Política Nacional de Atenção Oncológica. Rede de Atenção Oncológica. 25/10 02 Políticas do SUS: Lei nº 8.080/90 01/11 03 Lei nº 8.142/90. Pacto pela Vida em Defesa do SUS e de Gestão. 8/11 04 Simuladão para a FUNCAB 15/11 Percebeu que terminaremos um mês antes da prova e que você ainda terá um simuladão para terminas com chave de ouro o nosso curso? A dedicação é total! Vamos começar? Uma chave importante para o sucesso é autoconfiança. Uma chave importante para a autoconfiança é preparação. Arthur Ashe 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .3! Constituição Brasileira: Artigos 196 a 200 Estudar a saúde na Constituição Federal é, antes de tudo, uma tarefa que não deve centrar-se somente nos artigos 196, 197, 198, 199 e 200. É uma tarefa que exige a adequada contextualização com o normativo da carta magna brasileira, seu devido relacionamento com o momento histórico de produção e de alterações e, por fim, sua relação com as leis que tornam suas normas programáticas em ações eficazes na gestão da saúde pública. Ou você está achando que só cai a lei seca? Rs. Cai bastante, é verdade. Mas, pela experiência que tenho da FUNCAB, é bom nos prevenirmos. Começaremos, desse modo, pelo entendimento do fundamento constitucional, competências dos entes da federação e hipóteses de intervenção para depois adentrarmos na Seguridade Social e Saúde. O constituinte originário celebrou um compromisso com a nação ao conferir a saúde como um direito de todos. Logo no início da CF/88, temos: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. A saúde é um direito humano de segunda geração5 assumida pelo Estado e que é descrito ao longo de vários artigos da CF/88. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !∀!∀#∃%&∃∋(∋)#∀∃%&∋%()∗∀+∋∀,&%−∋%&.∀+%−∋/∗0)∀∗0)∀.12∋3∋∗∀12∋∀)4&%5.−∀.)∀6∗(.+)∀.∀.2∗7/8%.∀+∋∀.90)∀,.&.∀ 12∋∀ )∀ 8%+.+0)∀ ,)∗∗.∀ ∋:∋&8∋&∀ ∗∋2∗∀ +%&∋%()∗;∀ 63∋∗∀ ∗∋∀ 8.&.8(∋&%<.−∀ ,∋3.∀ %−,)∗%90)∀ +∋∀ +∋=∋∗.∀ 8)/(&.∀ .∗∀ ,)∗∗>?∋%∗∀ %/5∋&7/8%.∗∀ ∋∀ .42∗)∗∀ +)∀ 6∗(.+);∀ ≅)−)∀ ∋:∋−,3)∗∀ (∋−)∗∀ )∗∀ +%&∋%()∗∀ +∋∀ 3%4∋&+.+∋Α∀ Β∀ ?%+.∀ ∋∀ Β∀ ,&),&%∋+.+∋∀,&%?.+.;∀Χ∗∀+%&∋%()∗∀+∋∀∗∋52/+.∀+%−∋/∗0)Α∀,)&∀∗2.∀?∋<Α∀∗0)∀.12∋3∋∗∀12∋∀∗∋∀8.&.8(∋&%<.−∀,∋3.∀ .(2.90)∀+)∀6∗(.+)∀,.&.∀.∀,&)−)90)∀+.∀%52.3+.+∋∀∋∀+%5/%+.+∋∀∆2−./.∀+)∗∀8%+.+0)∗;∀6∗(0)∀/∋∗∗∋∀Ε∋52/+)∀ 5&2,)∀)∗∀+%&∋%()∗∀Β∀∗.Φ+∋Α∀∋+28.90)Α∀.∗∗%∗(7/8%.∀∗)8%.3Α∀(&.4.3∆)∀∋∀,&∋?%+7/8%.∀∗)8%.3;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .4! As competências para a promoção da saúde no Brasil estão divididas entre todos os entres da federação e a iniciativa privada. Entre os entes da federação, é salutar destacar a competência comum entre todos os entes da federação para cuidar da saúde: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; Perceba que a competência de executar ações de saúde é comum. Ou seja, todos devem ter ações nessa área. Em complemento, o art. 198 fala: Art. 198. [...] [...] §1˚ O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Do art. 198 temos que a responsabilidade financeira de cuidar da saúde é, também, comum. E para legislar? A situação difere um pouco. Existe a competência concorrente para legislar sobre a proteção e defesa da saúde. Vejamos: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: [...] XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .5! [...] § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar- se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. A atividade legislativa concorrente é uma forma de repartição vertical de competências. Por esse estamento constitucional, apesar de contornos bastante imprecisos na prática, os entes federados podem, sob determinados critérios, legislar sobre os mesmos temas nos âmbitos dos interesses prevalecentes. No art. 30, temos a clara competência dos municípios: Art. 30. Compete aos Municípios: [...] VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população. A intervenção ocorre quando um ente maior, em função de responsabilidade que tem de garantir a ordem social, intervém em um ente menor. Assim, temos dois tipos de intervenções: a) Intervenção da União nos Estados e no DF: ocorre caso não seja aplicado o mínimo exigido da receita de impostos/transferências nas ações e serviços públicos de saúde. Essa hipótese está descrita no art. 34 da CF/88. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .6! [...] VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: [...] e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional no 29, de 2000) b) Intervenção dos Estados nos Municípios: ocorre caso não seja aplicado o mínimo exigido da receita de impostos /transferências nas ações e serviços púbicos de saúde. Essa hipótese está descrita no art. 35 da CF/88. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: [...] III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional no 29, de 2000) Finalizada essa parte contextual de como a CF/88 trabalha a saúde em termos de competências de execução e legislativa e as hipóteses de intervenção, vamos adentrar no estudo da Saúde e dos artigos de nosso edital. Segundo o Portal da Saúde, do Governo Federal6, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Γ∀Η)&(.3∀Ε.Φ+∋;∀∃%∗,)/>?∋3∀∋−#∀∆((,#ΙΙ,)&(.3∗.2+∋;∗.2+∋;5)?;4&Ι%/+∋:;,∆,Ι8%+.+.)Ι∋/(∋/+.ϑ)ϑ∗2∗;∀Κ8∋∗∗.+)∀ ∋−∀Λ2/∆)∀+∋∀ΜΝΟΠ;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .0! integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituição FederalBrasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros. A Constituição Federal de 1988 oficializa o Sistema Único de Saúde, mas não traça os seus contornos. Essas definições são dadas pelas leis subsequentes, em especial a Lei n˚ 8.080/90 e a Lei n˚ 8.142/90. Porém, avança ao oficializar o Orçamento da Seguridade Social, a universalização de políticas de saúde e a responsabilidade estatal na proteção social dos cidadãos. Ela reconheceu a obrigação do Estado em prestar, de forma universal, pública e gratuita, o atendimento na área de saúde em todos os níveis de complexidade. A aprovação do Orçamento da Seguridade Social proporcionou a maior integração de recursos e a melhora do controle financeiro sobre as verbas destinadas à previdência, assistência social e saúde. Isso facilitou a gestão dos recursos para a saúde, antes esses recursos eram capturados por outras áreas e até pela iniciativa privada. A universalização de políticas de saúde foi um marco brasileiro reconhecido internacionalmente ao garantir o acesso aos serviços de saúde por todos os brasileiros. O avanço na responsabilização estatal na proteção social dos cidadãos foi outro grande avanço, dessa vez consolidado na carta magna da nação, ao estabelecer o papel dos entes da federação na gestão da seguridade social e, consequentemente, da saúde. A Constituição, na parte que trata da Ordem Social, prevê a saúde como uma das partes da Seguridade Social, em conjunto com a Assistência Social e a Previdência Social. Assim, são duas as iniciais conclusões que podemos apontar como intencionais pelo constituinte originário: a) a Saúde é um direito social b) a saúde, em conjunto com a assistência social e a previdência social compõe a Seguridade Social. No artigo 193 da CF/88 encontramos a base da ordem social. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! .7! Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. É a partir dessa ordem social que todas as políticas sociais são construídas e direcionadas. Ela estabelece princípios, valores e os contornos gerais para a função de promoção social do país em relação aos seus habitantes. Seu pressuposto é que a ordem social é mantida pelo trabalho e que seu objetivo é o bem-estar e a justiça sociais. Tais definições estão associadas com o conceito de cidadania e a dignidade da pessoa humana, descritos no primeiro artigo da CF/88: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; [...] Sem a justiça social e a definição do papel do Estado como promotor do bem estar social, a cidadania e a dignidade da pessoa humana não são consolidadas em seu pleno direito. A ênfase do constituinte foi descrever a estruturação da sociedade a partir da ordem social. Isso significa dizer que o desenvolvimento social e humano apenas será alcançado, na visão dos constituintes, a partir da implementação dos valores, muitas vezes programáticos7, ali descritos. No Art. 193, temos o trabalho como fundamento da ordem social e o bem-estar e a justiça social como objetivo dessa ordem. Observe que, enquanto aqui o trabalho é visto como identidade do cidadão, elemento básico de sobrevivência humana e organizador social, no Art. 170 da CF/88 ele é visto como um fator de produção, a força de trabalho em si. Desse modo, a ordem social visa, entre outras coisas, configurar um sistema de produção da força de trabalho. Ordem Social CF/88, Art. 193 Base O primado do trabalho Objetivo O bem estar e a justiça sociais Na CF/88, a divisão da Ordem Social ocorre da seguinte maneira: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Θ∀∗+,−./01,+2,.−3456./∀∗0)∀,&)5&.−.∗∀∋∀+%&∋(&%<∋∗∀,.&.∀.(2.90)∀=2(2&.∀+)∗∀Ρ&50)∗∀∋∗(.(.%∗;∀ 0 00000000000 - DEMO 0 Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 1/! Constituição Federal de 1988 ORDEM SOCIAL (artigos 193 ao 232) Seguridade Social (artigos 194 ao 204) Saúde (artigos 196, 197, 198, 199 e 200) Previdência Social (artigos 201 e 202) Assistência Social (artigo 203 e 204) Educação (artigos 205 ao 214) Cultura (artigos 215, 126 e 216-A) Desporto (artigo 217) Ciência e Tecnologia (artigo 218 e 219) Comunicação Social (artigos 220, 221, 222, 223 e 224) Meio Ambiente (artigo 225) Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso (artigos 226, 227, 228, 229 e 230) Índios (artigos 231 e 232) Desse modo, a compreensão da saúde passa necessariamente pelo entendimento de como a saúde está disposta dentro da ordem social e, mais especificamente, da seguridade social. A seguridade social está disposta na CF/88 da seguinte forma: a) Saúde (artigos 196, 197, 198, 199 e 200) 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 1.! b) Previdência Social (artigos 201 e 202) c) Assistência Social (artigo 203 e 204) CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Temos a seguinte equação acerca da seguridade social: !∀!!∀ ! !∀#∃%&!!∀#∃!!∀#∃%& ! !∀∀#∀∃!!∀#∃!!∀#∃%! ! !∀#∃%&∋(∋∀!!∀#∃%& O presente artigo fala dos atores que participam da seguridade social. Observe que a seguridade social é de responsabilidade estatal (poderes públicos), mas que conta com a participação da iniciativa privada e dos cidadãos (sociedade) na sua execução, controle e manutenção. Enquanto o estado, em seus três poderes e em suas competências afetas à seguridade social, atua na formulação e execução de políticas públicas, a sociedade tem papéis fundamentais nessas ações, como o seu financiamento, sua utilização, seu controle e sua avaliação. Todo cidadão, por exemplo, paga impostos revertidos indiretamente às três áreas da seguridade social. Mas, além da contribuição dos impostos temos o caso do financiamento direto da previdência social, que se torna inviável sem a contribuição direta dos trabalhadores. A saúde permite a atuação da iniciativa privada de forma complementar a atuação do estado. Além disso, a sociedade deve atuar ativamente na elaboração, execução e avaliação das políticas sociais, seja através dos Conselhos de Saúde ou Conferências de Saúde, seja através do judiciário. Outro ponto importante é que o caput do Art. 194 fala de um conjunto integrado de ações para assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 11! social. Essas ações são, como disposto no artigo, integradas. Isso significa que se afetam reciprocamente e que não se subordinam uma à outra. A saúde, que era subordinada a educação até o governo Vargas e subordinada a Previdência até a promulgação da Constituição, passou para um lugar de destaque tanto no plano legal quanto no plano orçamentário. Um ponto significativo de distinção desses três sistemas é a população atendida e a população que financia cada sistema. Desse modo, podemos separar as áreas da seguridade social de acordo com o acesso da população e quem contribui para o seu financiamento. Seguridade Social Quem pode usufruir Quem contribui diretamente8 Saúde Toda a população Ninguém Previdência Social Somente os contribuintes da Previdência Social Trabalhadores e segurados facultativos. Assistência Social Toda a população que da AssistênciaSocial necessitar. Ninguém Alinhando as áreas da seguridade social com os princípios fundamentais expressos e suas diferenças, temos: Área da Seguridade Social Princípios Fundamentais descritos pela CF/88 Característica Saúde Direito de todos e dever do Estado; Todos têm direito de usufruir dos serviços prestados pelo SUS. Independente de contribuição. O cidadão não paga diretamente para ter acesso aos serviços do SUS Gestão descentralizada com Todos os entes da federação – !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Σ∀Τ/+%&∋(.−∋/(∋∀()+)∗∀/Ρ∗∀8)/(&%42>−)∗∀.(&.?Υ∗∀+)∀,.5.−∋/()∀+∋∀%−,)∗()∗Α∀%/+∋,∋/+∋/(∋∀+∋∀2∗.&−)∗∀)2∀ /0)∀)∗∀∗∋&?%9)∗∀+.∀∗∋52&%+.+∋∀∗)8%.3;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 12! direção única em cada esfera do governo. União, Estados, Municípios e Distrito Federal – fazem a gestão da saúde no país. Previdência Social Direito do trabalhador e de seus dependentes; Os benefícios da previdência social (aposentadoria, auxílio, pensão, etc.) são conferidos aos segurados. Caráter contributivo e compulsório; A condição de segurado é adquirida mediante a contribuição pecuniária dos trabalhadores. Todo trabalhador deve contribuir com a previdência social, isso significa que a filiação é compulsória. Gestão quadripartite e descentralizada. Participam da gestão do sistema os trabalhadores, os empregadores, os aposentados e o Governo. Assistência Social Direito de todos que necessitarem; Apenas os hipossuficientes podem fazer uso da assistência social Independente de contribuição. O cidadão não paga diretamente para ter acesso aos serviços da Assistência Social. Sigamos com a análise do parágrafo único e seus incisos. Art. 194. ... Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 13! V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Os objetivos descritos no Art. 194 são aplicados em todas as áreas da seguridade social. Desse modo, com algumas exceções, tanto a saúde quanto a previdência social e a assistência social devem se organizar para buscar os objetivos descritos no art. 194 da CF/88. Cada um desses objetivos merece comentários adicionais I - universalidade da cobertura e do atendimento (UCA) A seguridade social objetiva a universalidade da cobertura e do atendimento. A universalidade de cobertura está relacionada à cobertura de todos os riscos sociais pela seguridade social. Enquanto que a universalidade de atendimento está relacionada ao acesso de toda população aos serviços e ações das três áreas que compõe a seguridade social. Observe que a Previdência Social é uma exceção à universalidade irrestrita9 de atendimento, uma vez que apenas os seus contribuintes podem gozar de seus benefícios. A assistência social também constitui exceção à universalidade irrestrita de atendimento na medida em que limita seu acesso apenas aos que dela necessitarem. Riscos sociais: condições humanas e sociais que necessitam de amparo para a manutenção da ordem social, como a maternidade, velhice, doença, invalidez e morte. II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (UEBSUR) Os benefícios são idênticos entre a população rural e a urbana. Destaco que apesar de ser inconstitucional a criação de benefícios diferenciados, apesar de essa diferenciação ser prática comum em constituições pregressas, a própria constituição comporta breves exceções. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ς∀Ω∋&∀.8∋∗∗)∀/0)∀12∋&∀+%<∋&Α∀/)∀8.∗)∀+.∀,&∋?%+7/8%.∀∗)8%.3Α∀+%&∋%()∀.∀5)<)∀+∋∀4∋/∋=>8%)∗;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 14! III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (SDBS) Do ponto de vista orçamentário, e considerando a sua limitação natural, os benefícios devem ser concedidos de acordo com as condições de cada grupo. Essa seleção identifica a quem o benefício deve ser distribuído inicialmente. Esse princípio da distributividade visa, além de dar racionalidade ao sistema da seguridade social, equacionar problemas de distribuição de renda e de serviços. Na área da seguridade social essa realidade é mais destacada e benefícios como o Programa Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada são ofertados apenas a populações específicas IV - irredutibilidade do valor dos benefícios (IVB) Benefícios não podem ter valores reduzidos, seja pela perda inflacionária, mais forte na década de 1980/90, seja por lei posterior. Atualmente a irredutibilidade do valor dos benefícios é garantida através de reajuste anual igual ou superior à inflação do mesmo período. Isso significa a manutenção do poder de compra do cidadão. Segundo posicionamento do STF: "Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no art. 201, § 4º, da Constituição do Brasil, assegura a revisão dos benefícios previdenciários conforme critérios definidos em lei, ou seja, compete ao legislador ordinário definir as diretrizes para conservação do VALOR REAL do benefício. Precedentes." (AI 668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda Turma, DJ de 7-12-2007). V - equidade na forma de participação no custeio (EFPC) As contribuições sociais, fonte de financiamento da seguridade social, devem ser feitas de forma equânime – e não igual. Isso significa que pessoas com maior capacidade contributiva devem contribuir de forma semelhante entre si e pessoas com menor capacidade contributiva devem contribuir com valores iguais entre si e menores que 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 15! os primeiros. Esse princípio relata a vontade constitucional de asseverar a justiça social através da capacidade contributiva. VI - diversidade da base de financiamento (DBF) Esse objetivo reflete a necessidade que a base de financiamento da seguridade social seja a mais diversificada possível. A variabilidade de fontes de financiamento confere maior estabilidade ao sistema a crises econômicas em qualquer um dos setores. Essa diversidade é um pilar fundamental para a ordem social e a própria CF/88 prevê, em seu Art. 195, § 4.º, que a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (DDQ) O caráter democrático preconiza o acesso da população à gestão da seguridade social. O caráter descentralizado, por sua vez, significa que pessoas de vários setores diferentes podem participar desse acesso. A gestão quadripartite, no entanto, é característica apenas da Previdência Social e significa que trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo participam da gestão Previdência Social. Isso ocorre através Conselho Nacional da PrevidênciaSocial e do Conselho de Recursos da Previdência Social. Esquematicamente, temos os seguintes Objetivos do Poder Público na Organização da Seguridade Social: 1 – UCA - universalidade da cobertura e do atendimento 2 – UEBSUR - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais 3 – SDBS - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços 4 – IVB - irredutibilidade do valor dos benefícios 5 – EFPC - equidade na forma de participação no custeio 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 16! 6 – DBF - diversidade da base de financiamento 7 – DDQ - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: A seguridade social será financiada por toda a sociedade10, de forma direta e indireta. O financiamento da sociedade de forma indireta ocorre através dos investimentos governamentais e deverão sempre possuir previsão na lei orçamentária anual. Essa contribuição indireta é realizada por meio dos orçamentos fiscais da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios. A forma direta de financiamento da seguridade social pela sociedade ocorre através do pagamento de contribuições sociais recolhidas ao cofre público. Observe que as contribuições sociais têm fundamento no art. 149 da Constituição, que as divide em três subespécies: contribuições sociais em sentido estrito, contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE), e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. As primeiras são aquelas destinadas ao custeio da seguridade social, as segundas são as instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir distorções (como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás), e as terceiras são destinadas ao financiamento das categorias econômicas ou profissionais (OAB, SESI, SENAI, etc.). Destaco que a contribuição social é um tipo de tributo criado exclusivamente pela União. Sigamos... !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ΟΝ∀Ε)3%+.&%∋+.+∋∀∗)8%.3;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 10! Art. 195. ... I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Pagam contribuições sociais o trabalhador, o empregador, os concurso de prognósticos e os importadores de serviços ou bens. Mas, observe que, apesar de falarmos de financiamento da seguridade social em senso amplo, vigora aqui o financiamento da Previdência Social. As contribuições descritas no art. 195, I, a, II e III, da Constituição encontram respaldo no inciso XI do art. 167 da CF/88, que proíbe a utilização do produto da arrecadação dessas contribuições no pagamento de despesas outras que não as relativas à cobertura do RGPS11 prevista no art. 201. Segundo o inciso XI do art. 167, da CF: É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a (Contribuição do Empregador – Folha de Salários), e II (Contribuição do Trabalhador), para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social (RGPS) de que trata o art. 201 (Benefícios da Seguridade Social: Aposentadoria, Auxílio- Doença, Salário-Família, etc.). Os incisos do Art. 195 trazem as linhas gerais sobre as contribuições sociais, e seu detalhamento ocorre de maneira mais apropriada pela Lei n.º 8.212/91, que !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ΟΟ∀Ξ∋5%−∋∀Ψ∋&.3∀+∋∀Η&∋?%+7/8%.∀Ε)8%.3;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 17! estabelece o Plano de Custeio da Seguridade Social e, do Decreto n.º 3.048/99, que regulamenta a Previdência Social. Os incisos descrevem as fontes das contribuições sociais usadas na seguridade social. Esquematicamente temos as seguintes contribuições sociais: I – do EMPREGADOR, incidente sobre: a) Folha de salários; b) Receita ou faturamento – PIS e COFINS c) Lucro - CSLL Sobre a alínea “a” do inciso I, destaco que avulsos e autônomos também pagam contribuição social. A alínea “b” descreve o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a “c” descreve a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). II – do TRABALHADOR e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social; No inciso II, além do pagamento dos trabalhadores formais, a dona de casa, o estudante, e o desempregado, mesmo não exercendo nenhuma atividade laboral, são enquadradas na categoria de segurados facultativos e podem contribuir. Estão excluídos dessa obrigatoriedade de pagamento os aposentados e pensionistas do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. Súmula STF n.º 688/2003: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13.º salário (gratificação natalina). III – Sobre a RECEITA de CONCURSOS de PROGNÓSTICOS; Aqui entram a Mega-sena e todos os outros concursos de prognósticos autorizados, como as outras loterias e os torneios hípicos. IV – do IMPORTADOR de BENS ou SERVIÇOS do EXTERIOR, ou de quem a lei o equiparar. A inserção da incidência da contribuição social sobre importação visa dar maior competitividade aos bens e serviços nacionais. Isso ocorre através do PIS- Importação e da COFINS-Importação. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 2/! Art. 195. ... § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Cada um dos entes federados tem seu próprio fundo para financiamento da seguridade social. Art. 195. ... § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. A elaboração da proposta orçamentária visa conferir racionalidade ao gasto público. Essa proposta figura na Lei Orçamentária Anual – LOA de cada um dos entes e é, obviamente, de proposição anual. Além disso, deve obedecer às metas e prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. Os órgãos responsáveis pelas três áreas da seguridade social devem elaborar seus orçamentos de forma integrada, isso não significa que deverão compartilhar recursos necessariamente, mas que considerarão os outros eixos da seguridade em sua elaboração.Art. 195. ... § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. A pessoa jurídica em débito com a Seguridade Social não poderá contratar com o Poder público e nem receber qualquer tipo de benefício, sendo esta regra absoluta. Assim, a pessoa jurídica não pode contratar com administração direta ou indireta se não apresentar prova de regularidade fiscal para com a Seguridade Social (Certidão Negativa de Débito). Art. 195. ... 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 2.! § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. A União tem competência residual para instituir novas contribuições sociais, nesse caso, residuais. Essa competência é exclusiva para o caso das contribuições sociais e deve obedecer a certos quesitos: 1. A criação das Contribuições Sociais Residuais se dará por meio de Lei Complementar; 2. As contribuições deverão ser não cumulativas; 3. O fato gerador ou a base de cálculo dessas novas contribuições deverão ser diferentes do fato gerador e da base de cálculo das contribuições sociais existentes. Apesar dessa vedação à instituição de contribuições sociais residuais com mesmo fato gerador ou base de cálculo de contribuição social existente, o STF entende que elas podem ter o mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo dos impostos existentes. Art. 195. ... § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Aqui existe um princípio básico de prudência e de responsabilidade fiscal: a seguridade social apenas pode criar novo benefício a partir da descrição da fonte de custeio total. Art. 195. ... § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". Aqui temos a anterioridade nonagesimal, ou previdenciária. A anterioridade visa a não-surpresa do contribuinte e a garantia da segurança jurídica em caso de majoração (aumento) ou instituição de tributos. O contribuinte não é 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 21! pego de surpresa em casos de criação ou de majoração de contribuições sociais. Sem esse corolário do direito tributário, o Governo poderia instituir e cobrar tributos do cidadão de forma imediata. Observe que apesar das contribuições sociais serem espécie de tributo, que em caso de instituição ou majoração não podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro, a contribuição social para a seguridade social apenas precisa atender aos noventa dias da publicação, não lhes sendo aplicado o disposto no art. 150, III, alínea b (Anterioridade Anual). Ainda no bojo desse corolário tributário é imprescindível destacar que a anterioridade é aplicável apenas a majoração e instituição de tributos. A redução ou a mudança de data de pagamento não estão contempladas por esse princípio. Segundo a Súmula STF 669/2003: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Art. 195. ... § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Aqui temos um caso de imunidade tributária, e o uso impróprio do termo “isenção” pelo constituinte. Essa imunidade ocorre em função da Constituição desonerar diretamente alguém, as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei, de pagar a contribuição para a seguridade social. A diferença fundamental entre isenção e imunidade é que a imunidade é diretamente decorrente da Constituição e a isenção, ainda que esteja prevista na Constituição, é concedida por meio de lei. Em outras palavras, na isenção ocorre existe o fato gerador para a cobrança do tributo e a lei isenta o responsável pelo recolhimento de pagar o tributo. Na imunidade nem o fato gerador existe em função da imunidade constitucional. Observe que nem todas as Entidades Beneficentes de Assistência Social são imunes da contribuição para a seguridade social, apenas as que atendem, cumulativamente, aos requisitos em lei (Lei n.º 12.101/09, Art. 29): 1. Não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos; (Redação dada pela Lei nº 12.868, de 2013) 2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais; 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 22! 3. Apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 4. Mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade; 5. Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto; 6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial; 7. Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária; 8. Apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n.º 123/2006. Art. 195. ... § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. O constituinte preservou o equilíbrio de tratamento entre os trabalhadores urbanos e o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes. Esse dispositivo introduz a figura do Segurado Especial. Esse tipo de contribuinte, por exercer atividade que não gera pagamentos periódicos, contribui apenas com um percentual sobre a receita bruta de comercialização de sua produção. Temos, respeitando os incisos V e VI do Art. 195 da CF/88, a equidade na forma de participação no custeio e a diversidade da base de financiamento. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 23! Art. 195. ... § 9ºAs contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. As contribuições de empresas podem ser alteradas em razão da atividade econômica realizada, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou, ainda, da condição estrutural do mercado de trabalho. Esse parágrafo reforça o inciso V do Art. 195 da CF/88 que fala da equidade na forma de participação no custeio. Essa abertura dada à União significa, também, uma possibilidade de empreender políticas sociais ao trabalhador e à economia nacional. O governo pode, então, estimular setores de produção que necessitem de melhor aproveitamento de mão de obra ou que estejam em crise. Destaco que a Lei Complementar n.º 123/2006 foi baseada nesse parágrafo e beneficiou Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com a criação do Simples Nacional. Art. 195. ... § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. Aqui temos a previsão dos critérios de transferência de recursos para o SUS e as ações de Assistência Social da União para os outros entes federativos. Como sabemos, passados vinte e cinco anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, esses critérios ainda são alterados e regulamentados para se adaptarem à realidade federativa e social brasileira. Art. 195. ... § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 24! A remissão é a extinção do crédito tributário enquanto que a anistia é a exclusão do crédito tributário. Crédito tributário: é o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado por procedimento administrativo. O presente parágrafo veda a remissão e anistia das contribuições sociais para a seguridade social para débitos em valor superior ao fixado em Lei Complementar. Caso o montante seja inferior a esse valor, a remissão ou anistia pode ocorrer. As seguintes condições previdenciárias estão englobadas por esse parágrafo: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201. Art. 195. ... § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. Nesse parágrafo temos a princípio da não cumulatividade, nem sempre aplicável em questões tributárias e que pode gerar a incidência em cascata. A não cumulatividade desse parágrafo, que deve ser regulamentada por lei e para setores de atividade econômica, refere-se ao PIS e COFINS e ao PIS-Importação e COFINS- Importação. Art. 195. ... § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. Aplicar-se-á, se necessário, a substituição das contribuições do Empregador sobre folha de salários por uma contribuição equivalente sobre a receita ou 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 25! faturamento do Empregador. Essa é uma hipótese que visa desonerar a folha de pagamento e, consequentemente, incentivar o mercado de trabalho e produtivo. Vamos começar, a seguir, a análise dos artigos do título VIII da Constituição Federal de 1988 e que trata especificamente da Saúde. TÍTULO VIII - DA ORDEM SOCIAL Capítulo II Seção II - Da Saúde Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A importância e o significado que a saúde ganhou na CF/88 é sem precedentes e pode ser inferido desse artigo ao definir que as políticas de saúde devem ser concebidas de forma integrada às políticas fundamentais do estado. A saúde é direito e dever, direito de todos e dever do Estado. Para que o estado faça isso ele deve implementar políticas não só de saúde, como também sociais e econômicas para a prevenção e promoção desse direito. Objetivo das políticas sociais e econômicas: - Redução do risco de doença e de outros agravos - Acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Quando o artigo 196 fala em saúde como direito de todos, está descrevendo o princípio da universalidade. Temos outros princípios da saúde na CF/88? Sim, o da integralidade, por exemplo. Vajamos uma breve explicação sobre os princípios: 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 26! Princípios constitucionalmente previstos Princípio Universalidade Integralidade Artigo 196 198, Inciso II Observações Não está explícito como princípio, mas é considerado um princípio constitucional formal da saúde presente na CF/88. Está explícito como DIRETRIZ, mas também é considerado formalmente como um princípio da saúde presente na CF/88. O que está descrito na CF/88 “saúde é direito de todos” “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” Significado O direito à saúde é um direito fundamental de todo e qualquer cidadão e que não depende de contraprestação financeira alguma para o seu exercício. O Estado, por sua vez, tem o dever de garantir os devidos meios necessários para que os cidadãos possam exercer plenamente esse direito. O Estado deve estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à assistência curativa, nos mais diversos níveis de complexidade, como forma de efetivar e garantir a saúde do cidadão. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. O papel do Estado é fundamental nas ações e serviços de saúde. Cabe a ele oferecer essas ações e serviços (diretamente ou indiretamente) e regular a sua prestação por entidades privadas. É válido salientar que essa disposição de 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 20! regulamentação, fiscalização e controle pelo poder público não é feita por Lei Complementar, mas por meio de Leis Ordinárias, Decretos e Portarias. A execução, por sua vez, pode ser feita tanto diretamente pelo pode público quanto por terceiros (pessoa física ou jurídicas de direito privado). Desse modo, temos que as ações e serviços de saúde possuem as seguintes características: a) são de relevância pública; b) cabe ao Pode Público dispor sobre sua regulamentação, fiscalização e controle; c)execução deve ser feita: a. Pelo Estado (diretamente); b. Pelo Estado (através de terceiros) c. Por pessoa física ou jurídica de direto privado. Disposição sobre regulamentação, fiscalização e controle de ações e serviços de saúde ! Poder Público. Execução de serviços e ações de saúde ! Poder Público e/ou terceiros. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes (Emenda Constitucional nº 29, de 2000): I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Aqui temos a apresentação de dois princípios e de três diretrizes da saúde. A rede de ações e serviços públicos de saúde é regionalizada (princípio da regionalização) e hierarquizada (princípio da hierarquização). Além disso, o sistema é único (Sistema Único de Saúde) e é organizado (com estrutura, papéis e financiamento definidos) de acordo com as seguintes diretrizes: a) Descentralização com direção única em cada esfera de governo; b) Atendimento Integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; c) Participação da Comunidade. Vejamos: 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 27! Princípios constitucionais presentes no Art. 198 da CF/88 Princípio da Regionalização Organização de regiões de saúde mais próximas do usuário. Esse princípio orienta para a concentração dos serviços de serviços de saúde num aglomerado de territórios municipais contíguos. A região de saúde deve ser dotada de características culturais, sociais, demográficas, viárias que possibilitem a organização de rede de atenção à saúde. Esta forma de organização do SUS, impõe aos municípios, articulados com o Estado e com a União, a necessidade de permanente interação com vistas a garantir uma gestão compartilhada. Princípio da Hierarquização Distribuição das responsabilidades e papéis entre os entes da federação 12 e da oferta de serviços de saúde de acordo com os níveis de níveis de complexidade dos serviços. Em outras palavras, os serviços de saúde são organizados por níveis de complexidade (atenção à saúde). Os níveis de complexidade são: atenção básica, atenção de média complexidade e atenção de alta complexidade. Sobre a hierarquização, é importante destacar que à atenção básica cumpre o papel de atuar como porta de entrada no sistema de saúde. Esse nível de atenção deve: a) Resolver a maioria dos casos do sistema de saúde; e b) Referenciar usuários para outros níveis de maior complexidade. Atenção: quem fala em níveis em níveis de complexidade crescente é o artigo 8 da Lei 8.080 de 1990. Apesar de termos novamente o princípio da regionalização e o !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ΟΜ∀Ζ∀ =2/+.−∋/(.3∀ 12∋∀ )∀ 8./+%+.()∀ ∗.%4.∀ 12∋∀ +∋?∋−)∗∀ ∗∋−,&∋∀ ,&%)&%<.&∀ .∀ .(2.90)∀ +)∗∀ −2/%8>,%)∗∀ /.∀ =)&−23.90)∀ ∋∀ %−,3∋−∋/(.90)∀ +.∗∀ ,)3>(%8.∗∀ ,Φ43%8.∗;∀ 6∗∗.∀ ,&%)&%<.90)∀ /0)∀ ∋∗([∀ /.∀ ≅∴ΙΣΣΑ∀ −.∗∀ /.∗∀ 3∋%∗∀ )&5]/%8.∗∀+.∀∗.Φ+∋;∀ 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 3/! princípio da hierarquização, o Artigo 198 da CF/88 não fala em hierarquização em níveis de complexidade crescente como fala a Lei Orgânica da Saúde. Veja: CAPÍTULO III Da Organização, da Direção e da Gestão Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Diretrizes constitucionais presentes no Art. 198 da CF/88 Descentralização com direção única em cada esfera de governo A direção da saúde única em cada esfera de governo significa uma única autoridade central em cada nível (federal, estadual e municipal) para gerir a saúde. A Lei 8.080/1990 estabelece que na União ela é exercida pelo Ministério da Saúde e nos estados e municípios ela cabe às secretárias de saúde. Atendimento Integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; A ênfase das ações de saúde deve ser nas ações preventivas, as que evitam ou reduzem as chances de surgimento das patologias. Essa ênfase deve ser entendida em conjunto com as ações de interventivas de saúde (independente do nível de complexidade). Participação da Comunidade A participação social é uma das diretrizes fundamentais na formulação das políticas de saúde. Devemos entender as diretrizes como os fundamentos – pilares – para as ações e serviços públicos de saúde. Desse modo, são consideradas diretrizes explícitas na CF/88: a) Descentralização 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 3.! b) Integralidade c) Participação Social Art. 198. ... § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000). § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) A EC nº 29/2000 buscou equacionar um sério problema de financiamento do Sistema Único de Saúde. Sua edição e tardia implementação levou a elevação dos gastos dos entes da federação, garantindo os recursos mínimos para o financiamento da saúde. Apesar disso, durante muito tempo essa alteração constitucional não vigorou em função da falta de regulamentação. Apenas em 2012, 12 anos depois, a Lei Complementar 141/2012 veio a organizar esse dispositivo. Segundo o § 1º do art. 198 da CF/88, temos como fontes de financiamento da saúde: a) Orçamento da Seguridade Social de cada um dos entes a. União b. Estados c. Distrito Federal d. Municípios b) Outras fontes. Orçamento da Saúde = SS(U + E + M + DF) + Outras O inciso I, deixou para a lei complementar o papel de definir sobre qual base a União deverá calcular os recursos mínimos a serem aplicados na Saúde. Apesar da edição dessa lei, a base de cálculo foi diferente em relação a base de cálculo dos outros entes. 0 00000000000 - DEMO Professor Alyson Barros Aula Demonstrativa ! ∀#∃%&∋∋∃#!()∗∋∃+!,−##∃∋! 31! Seguiremos com o que fala estritamente a CF/88 sobre as bases de contribuição dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Art. 198. ... II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Decorrente do inciso II, temos a seguinte condição de aplicação de recursos mínimos: Estados e Distrito Federal: Impostos Estaduais (ITCMD, ICMS e IPVA) + Recursos do art. 157 (Repartição das Receitas Tributárias) + Recursos do art. 159, inciso I, alínea a (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal) + Recursos do art. 159, inciso II (10% do IPI, de competência da União). - parcelas transferidas aos municípios. = Valor do
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