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Criminologia -Aula 2 - Positivismo

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Criminologia
Aula 2: Positivismo (Berço da Criminologia) 
Protagonistas do Positivismo
Cesare Lombroso – Lombroso criou a escola positivista criminológica. Ele foi o médico que desenvolveu a teoria do Criminoso Nato, segundo a qual uma parte dos criminosos já nascia com uma espécie de disfunção patológica que o levaria, invariavelmente à pratica do crime. 
Para ele, o criminoso era um subtipo humano, degenerado e atávico. Para Lombroso, esta disfunção se exteriorizava na aparência e no comportamento do sujeito, que podiam ser estudadas para que se pudesse identificar o criminoso pela sua aparência. 
Assim, ele estudou as vísceras dos criminosos, crânio, linguagem, tatuagens, letra, comportamento etc. Para ele, as penas deveriam ser por tempo indeterminado para os corrigíveis e perpetuas se incorrigíveis.
Enrico Ferri – Ferri foi o advogado e político responsável pelas críticas à Escola Clássica, expressão criada por ele para denominar aqueles que não eram adeptos das ideias positivistas.
Ele defendia que outros elementos poderiam determinar a pratica do crime, não só o biológico, mas também fatores individuais (raça, sexo), sociais (família, religião) e físicos (clima, temperatura).
Criou a teoria dos Substitutivos Penais. Ferri entendia que a ordem social burguesa tinha que ser defendida a todo custo, inclusive com o sacrifício dos direitos individuais, o que ele chamava de Teoria do relógio quebrado. 
É a defesa de que crimes leves devem ser severamente punidos para se inibir crimes mais graves. 
Rafael Garófalo – Garófalo era magistrado e criou o conceito de Delito natural, sendo o crime uma ofensa feita à parte mais comum do senso moral formada pelos sentimentos de piedade e probidade (justiça).
Dessa forma. O crime seria condutas nocivas em qualquer sociedade. 
Constata-se que o positivismo foi uma teoria extremamente racista que auxiliou a legitimar politicas imperialistas na África, politicas criminais repressivas, e a codificação, posteriormente, do próprio nazismo.
Os 3 defendiam a prisão perpetua, Rafael Garófalo e Enrico Ferri, a pena de morte para os irrecuperáveis.
Positivismo no Brasil
Como os estudos positivistas tinha como objetivo o criminoso, o melhor e mais seguro local para encontra-lo seria na cadeia.
Mas, chegando lá, que parcela da população era encontrada em maior número? Os negros.
A teoria do positivismo ajudou a concretizar a imagem do negro como marginal, conferindo o aval da ciência de que a raça negra era inferior e voltada para o crime, reforçando o estereótipo do criminoso. 
Brasileiros que se basearam no Positivismo 
Euclides da Cunha – O escritor Euclides da Cunha, apesar de contrario a Lombroso, defendeu a inferioridade da raça nordestina pelo meio.
Nina Rodrigues – O legista Nina Rodrigues defendeu a responsabilidade diferenciada para cada raça.
Viveiros de Castro – Viveiros de Castro repelia a existência do livre arbítrio.
Moniz Sodré – Sodré negava a igualdade entre os homens e entendia que a pena deveria se proporcional não ao delito, mas a inadaptação do sujeito à vida social. 
Direito Penal do Autor
Com o amparo cientifico possibilitando a identificação do criminoso pela sua aparência, o Direito Penal se vê legitimado a punir condutas que exteriorizem esta periculosidade, modelando-se a um Direito Penal do autor. Ou seja, pune-se pelo que o sujeito é, e não pelo o que ele fez, sendo o crime um sintoma de um estado do autor.
Um exemplo disso é a criminalização da capoeira na primeira república. Tal pratica era constituída pela reunião de “negros vadios que, pela aglomeração, aproveitavam-se para praticar pequenos furtos”.
Ainda presente nos dias de hoje, a análise da personalidade do réu é usada para o cálculo e definição de pena, assim como seus antecessores, culpabilidade e sua conduta social (Art. 59 do CP). Isso cai de encontro a um “Direito Penal do fato”, mais compatível com um Estado democrático de direito, que pune o sujeito pelo fato praticado, e não pelo que ele é. 
  Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
        I - As penas aplicáveis dentre as cominadas;
        II - A quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
        III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
        IV - A substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

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