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Ciclâmio Leite Barreto Gilvan Luiz Borba Rui Tertuliano de Medeiros Física e Meio AmbienteD I S C I P L I N A Ondas, luz e visão Autores aula 12 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN Coordenadora da Produção dos Materiais Célia Maria de Araújo Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Eugenio Tavares Borges Marcos Aurélio Felipe Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisores de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Adaptação para Módulo Matemático Thaisa Maria Simplício Lemos Pedro Gustavo Dias Diógenes Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografi as - Adauto Harley MasterClips IMSI MasterClips Collection, 1895 Francisco Blvd, East, San Rafael, CA 94901,USA. 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CDD 53 RN/UF/BCZM 2006/87 CDU 579 Aula 12 Física e Meio Ambiente 1 Apresentação Caminhar ao sol, bater uma radiografi a, ouvir rádio, fazer pipocas no forno de microondas, apreciar TV, ler uma mensagem que chegou pelo celular! Todas essas ações e muitas outras estão relacionadas à propagação de ondas eletromagnéticas. É provável que você já tenha ouvido falar dessas ondas, pois elas existem numa ampla diversidade, são onipresentes e seu conjunto é chamado espectro eletromagnético. Se você acender um fósforo, ondas luminosas se expandirão imediatamente em todas as direções com uma rapidez de propagação elevadíssima: cerca de 300 mil quilômetros por segundo. Como quaisquer ondas, estarão sujeitas a diversos fenômenos ondulatórios: difração, interferência, polarização etc. As ondas de rádio e televisão, as microondas, as ondas infravermelhas e as ultravioletas, os raios x e os raios gama, e até a luz visível, todas têm a mesma natureza, são manifestações de ondas eletromagnéticas. Elas podem propagar-se no vácuo, um meio relativamente desprovido de matéria, com uma mesma rapidez, a da luz no vácuo. Mas também podem se propagar mais ou menos rapidamente, com maior ou menor taxa de absorção, no interior de meios materiais, dependendo da sua frequência e das propriedades físicas do meio (você deve conhecer meios materiais transparentes e opacos). Cada uma dessas manifestações de ondas eletromagnéticas caracteriza-se por uma abrangência mais ou menos ampla de freqüência, que é medida em hertz, ou número de ciclos por segundo. As emissoras de rádio FM operam emitindo ondas de rádio de freqüência da ordem de 88 a 108 megahertz, ou seja, de 88 a 108 milhões de ciclos (oscilações completas) por segundo. Cada tipo de onda também se caracteriza por uma distância específi ca, chamada comprimento de onda, que é a distância entre sucessivas cristas ou entre sucessivos vales da onda. Obtém-se o comprimento de onda dividindo a rapidez pela freqüência. Aprenda a reconhecer que você e todos nós vivemos imersos num oceano de ondas eletromagnéticas provenientes das mais diversas fontes. O funcionamento do meio ambiente prescinde das ondas eletromagnéticas, tanto nos aspectos naturais (e.g., elas são cruciais para a fotossíntese) quanto artifi ciais (e.g., sem o conhecimento sobre elas os telefones móveis, celulares, de nada serviriam, aliás, sequer teriam sido inventados). Aula 12 Física e Meio Ambiente2 Objetivos O que são ondas eletromagnéticas? Já discutimos (na aula 9 – Ondas, som e audição) sobre ondas numa corda, ondas aquáticas de superfície, ondas sonoras, ondas estacionárias, todas essencialmente de natureza mecânica, correspondendo a uma perturbação introduzida em um meio material. Tais ondas, vistas como perturbações mecânicas, necessitam de um meio material que as suportem. Nesta aula, discutiremos as ondas eletromagnéticas, as quais, distintas das ondas mecânicas, podem se propagar até mesmo através do espaço vazio. O referencial teórico extremamente bem sucedido sobre o qual atualmente compreendemos as ondas eletromagnéticas é o mesmo sobre o qual compreendemos há muito tempo todos os fenômenos de natureza elétrica e/ou magnética. Constitui-se das chamadas equações de Maxwell, em homenagem ao seu formulador, James Clerk Maxwell (1831- 1879), físico Escocês. Elas estão para o eletromagnetismo, com grau de Compreender a natureza das ondas eletromagnéticas, ou seja, do que elas são constituídas. Entender como são produzidas e como se propagam as ondas eletromagnéticas. Reconhecer os diversos matizes de ondas eletromagnéticas, isto é, todo o espectro eletromagnético, seja pela ordem de magnitude da freqüência seja pelo comprimento de onda. Associar a diversidade de bandas desse espectro com fenômenos naturais no meio ambiente, bem como com aplicações tecnológicas. Perceber que todas elas estão sujeitas aos fenômenos intrínsecos de ondas de qualquer natureza, tais como difração, interferência, polarização, além de reflexão e refração. 5 4 3 2 1 Aula 12 Física e Meio Ambiente 3 Atividade 1 importância equivalente ao que as leis de Newton estão para os fenômenos mecânicos. Ou talvez ainda maior, de um modo sequer suspeitado por Maxwell, haja vista a demonstração de Einstein em 1905 sobre a correção destas equações no contexto da sua teoria da relatividade especial (tema da aula 13 – Relatividade). Essencialmente, as equações de Maxwell representam as leis da eletricidade e do magnetismo que você conheceu nas aulas 10 (Eletricidade e Magnetismo I) e 11 (Eletricidade e Magnetismo II). Entretanto, elas trazem inerentes conseqüências adicionais importantes. Por exemplo, elas predizem a existência das ondas eletromagnéticas (padrões viajantes de campos elétricos e magnéticos variáveis), as quais progridem a uma rapidez c = 1/ √ μ0�0 ≈ 3 × 108 m/s,ou seja, à rapidez da luz no vácuo. Aqui, μ 0 é a permeabilidade magnética do vácuo e ε 0 é a permissividade elétrica do vácuo, constantes físicas bem conhecidas: μ0 = 4π × 10−7 Wb / A.m = 1.2566370614 × 10−6N A−2 e �0 = 8.854187817 × 10−12Fm−1. Wb é o símbolo da unidade weber, de fl uxo magnético (aula 11). Ademais, a teoria mostra que essas ondas são produzidas (irradiadas) sempre que há cargas elétricas em movimento acelerado. Use os valores numéricos fornecidos anteriormente para μ0 e ε0, substitua-os na expressão prevista pelas equações de Maxwell para c, rapidez da luz no vácuo, e obtenha seu valor. Verifique também a coerência dimensional da expressão de c, ou seja, constate que (NA−2 × Fm−1)−1/2= m.s−1 a unidade de rapidez no SI. As equações de Maxwell Vamos discutir como essa teoria (equações de Maxwell)se aplica à situação especial do espaço livre, ou seja, na ausência de materiais dielétricos (isolantes) ou magnéticos. Não escreveremos explicitamente as equações na sua forma fi nal, pois isso requer um nível matemático muito além do que se supõe nesta disciplina, por isso, apenas as discutiremos qualitativamente. A formulação conjunta dessas equações foi proposta por Maxwell, geralmente reconhecido como o maior físico teórico do século XIX. A primeira das equações de Maxwell resgata a lei de Gauss para o campo elétrico, a qual estabelece que o número total de linhas de campo elétrico, ou melhor, o fl uxo elétrico total, que atravessa qualquer superfície fechada, Aula 12 Física e Meio Ambiente4 equivale à carga efetiva (uma quantidade escalar) contida no interior dessa superfície, dividida por ε0. A carga efetiva resulta da soma algébrica das cargas positivas e negativas. Essa lei relaciona o campo elétrico à distribuição de cargas, em que as linhas do campo elétrico originam-se nas cargas positivas e terminam nas negativas. A segunda equação é a lei de Gauss para o magnetismo, a qual estabelece que o fl uxo magnético efetivo através de uma superfície fechada é zero. Isso signifi ca que são iguais os números de linhas do campo magnético que penetram e que saem dessa superfície fechada e implica que as linhas de campo magnético não podem originar-se ou terminar em qualquer ponto. Se isso fosse verdade, signifi caria que monopólos magnéticos isolados existiriam naqueles pontos. O fato de que tais monopólos não tenham sido jamais observados na natureza pode ser tomado como uma confi rmação dessa lei/equação. Afi nal, todos os ímãs possuem dois pólos, que foram chamados de norte e sul, porém, pedaços quaisquer de um mesmo ímã são outros ímãs. A terceira das equações de Maxwell consiste essencialmente da lei de Faraday da indução, a qual descreve a relação entre um campo elétrico e um fl uxo magnético variável (uma medida da mudança de confi guração das linhas do campo magnético). Essa lei afi rma que a f.e.m. (força eletromotriz), que, de fato, é uma voltagem, calculada num percurso elétrico (circuito) equivale à taxa de variação, em relação ao tempo, do fl uxo magnético através de qualquer área de superfície limitada por esse percurso. Uma conseqüência dessa lei é a corrente induzida numa espira condutora colocada num campo magnético variável no tempo. A direção da f.e.m. e da corrente induzida deve ser estabelecida, a fi m de garantir a lei de conservação da energia, que é determinada pela chamada lei de Lenz, a qual pode ser enunciada como segue: a polaridade da f.e.m. induzida é tal que tende a produzir uma corrente a qual criará um fl uxo magnético que se opõe à variação em fl uxo magnético através da espira. A quarta equação de Maxwell é a forma generalizada da lei de Ampère (por isso, conhecida como lei de Ampère- Maxwell), a qual descreve uma relação entre campos elétricos e magnéticos e correntes elétricas. A f.m.m. (força magnetomotriz, em analogia à f.e.m., porém defi nida com o campo magnético), segundo qualquer percurso fechado, é determinada pela soma da corrente elétrica de condução efetiva, através desse percurso, com a taxa de variação, em relação ao tempo, do fl uxo elétrico, através de qualquer superfície limitada pelo percurso. Essa segunda parcela incorpora o conceito de corrente de deslocamento, introduzido por Maxwell generalizando a lei de Ampère. A partir das equações de Maxwell, pode-se determinar as confi gurações de campos elétrico ( −→ E ) e magnético ( −→ B ) e suas variações no espaço e no tempo para conhecidas distribuições de cargas e correntes de condução. Uma vez que os campos elétrico e magnético são conhecidos em algum ponto no espaço, a força ( −→ F )sobre uma partícula de carga elétrica q e velocidade −→v pode ser calculada a partir da expressão da chamada força de Lorentz: −→ F = q −→ E + q−→v ×−→B (Eq. 01) Aula 12 Física e Meio Ambiente 5 z y x c c B B E E As equações de Maxwell, junto com essa lei de força, dão uma descrição completa de todas as interações eletromagnéticas clássicas, ou seja, formam a base teórica de todos os fenômenos eletromagnéticos. As conseqüências das equações de Maxwell são de profundo alcance e muito importantes para a História da Física. Uma delas, a lei de Ampère-Maxwell, prediz que um campo elétrico variável no tempo produz um campo magnético, de mesmo modo que um campo magnético variável no tempo produz um campo elétrico (lei de Faraday). A partir dessa generalização, Maxwell introduziu o conceito de corrente de deslocamento, uma nova fonte de um campo magnético. E, assim, a teoria de Maxwell promoveu o importante elo fi nal entre os campos elétrico e magnético. Surpreendentemente, o formalismo de Maxwell também prediz a existência de ondas eletromagnéticas que se propagam através do espaço com a rapidez da luz. Tal predição foi confi rmada experimentalmente por Heinrich Rudolf Hertz (1857- 1894), físico alemão, que primeiro gerou e detectou ondas eletromagnéticas. Essa descoberta conduziu a muitos sistemas de comunicação práticos, incluindo rádio, televisão, telefonia móvel e radar. Em um nível conceitual, Maxwell unifi cou os temas da luz e do eletromagnetismo desenvolvendo a idéia de que a luz é uma forma de radiação eletromagnética. Assim, também a óptica passou a ser compreendida no âmbito do eletromagnetismo. As ondas eletromagnéticas são geradas pela aceleração de cargas elétricas. As próprias ondas irradiadas consistem nos campos elétrico e magnético oscilantes (imagine-os através da representação vetorial), os quais formam ângulos retos entre si e também com a direção de propagação, como ilustrado na Figura 1. O campo elétrico −→ E acha-se oscilando paralelo ao eixo y e contido no plano xy e o campo magnético −→ B , oscilando paralelo ao eixo z e contido no plano zx. Dessa forma, as ondas eletromagnéticas são transversas em natureza. Esses campos assim confi gurados compõem o que chamamos onda plana, pois suas frentes de onda são planos perpendiculares à direção de propagação, progridem em uma única direção e dependem exclusivamente de x e t: −→ E = Ey(x, t)ŷ e −→ B = Bz(x, t)ẑ. Os dois campos oscilam em conjunção de fase, isto é, suas oscilações ocorrem mutuamente similares: um campo alcançando sua amplitude (valores máximos positivo e negativo, ±Em e ±Bm) no mesmo Figura 1 – Onda eletromagnética viajando na direção x positiva Aula 12 Física e Meio Ambiente6 Atividade 2 z y x c B E local e instante em que o outro também alcança sua amplitude. Nessa seqüência, um campo se anula ou alcança seu valor zero no mesmo local e instante que o outro também se anula ou alcança seu valor zero. Quando o campo elétrico oscila em um só plano, dizemos que a onda é polarizada nesse plano. A Figura 2 representa uma onda eletromagnética senoidal polarizada no plano xy e movendo- se na direção x positiva com uma velocidade de magnitude igual a c(rapidez da luz). Finalmente, lembre-se de que, como foi estudado na aula 9 (Ondas, som e audição), ao contrário do que vimos aqui, as ondas sonoras, consistem em pequenas perturbações de pressão que se propagam no ar, do tipo longitudinais. Escreva expressões para os campos elétrico e magnético de uma onda eletromagnética plana senoidal com uma freqüência de 3 GHz viajando na direção dos valores crescentes de x. A amplitude do campo elétrico é 300 V/m. Em que plano essa onda é polarizada? A teoria de Maxwell mostra que as amplitudes dos campos elétrico e magnético, E e B, em uma onda eletromagnética, são relacionadas pela expressão E = cB. Essa equação é genericamente instantânea, mantendo-se válida para as amplitudes Em e Bm, mas também para quaisquer outro local ou instante, em que E ≤ |Em| e B ≤ |Bm|. A grandes (e pequenas) distâncias da fonte das ondas, as amplitudes dos campos oscilantes diminuem em proporção a 1/r. (Lembre da função matemática y =C/x, onde C = const., bem como do seu gráfi co, vista na disciplina Pré-cálculo). As ondas irradiadas podem ser detectadas a grandes distâncias das cargas oscilantes (afi nal, vemos as luzes das longínquas estrelas!). Ademais, as ondas Figura 2 – Um instantâneo (t fi xo) de uma onda eletromagnética. Perceba as variações senoidais de −→ E e −→ B com x. Aula 12 Física e Meio Ambiente 7 q -q Bobina de indução Transmissor Receptor Entrada eletromagnéticas transportam energia e momentum e, daí, são capazes de exercer pressão sobre uma superfície, conhecida como pressão da radiação. As ondas eletromagnéticas cobrem uma ampla abrangência de freqüências. Por exemplo, as ondas de rádio (freqüências de cerca de 107 Hz) são ondas eletromagnéticas produzidas por correntes elétricas oscilantes em uma antena transmissora da torre de rádio. As ondas luminosas são uma forma de radiação eletromagnética de alta freqüência (cerca de 1014 Hz) produzida pelos elétrons oscilantes no interior de sistemas atômicos. Os raios gama (γ) são essencialmente radiação eletromagnética das mais altas freqüências existentes (tipicamente, 1021 Hz), e resultam de transições entre os distintos níveis de energia no âmbito do núcleo atômico. As descobertas de Hertz As ondas eletromagnéticas foram pela primeira vez geradas e detectadas em 1887 por Hertz, o qual, para tanto, usou fontes elétricas. Um esquema do seu aparato experimental está ilustrado na Figura 3 na qual essencialmente há um transmissor e um receptor. O transmissor possui dois eletrodos esféricos, separados por um estreito vão em que ocorrem centelhas, conectados a uma bobina de indução, a qual gera pulsos curtos e repentinos estabelecendo oscilações na descarga elétrica (uma positiva e a outra negativa, depois, invertendo a polaridade). O receptor é uma espira próxima que contém um segundo vão de centelha, que é gerada entre as esferas quando a voltagem entre elas alcança a voltagem Figura 3 – Diagrama esquemático da aparelhagem utilizada por Hertz para gerar e detectar ondas eletromagnéticas Aula 12 Física e Meio Ambiente8 de ruptura elétrica (electric breakdown) para o ar. Esta é uma voltagem limiar do processo de ionização das moléculas do ar. Ao ser ionizado o ar no vão entre as esferas, a condução elétrica se processa mais prontamente e a descarga entre as esferas torna-se oscilatória. Parâmetros elétricos relevantes desse circuito são determinados pela sua geometria que, por sua vez, determinam uma freqüência de oscilação muito alta, tipicamente da ordem de 100 MHz, ondas eletromagnéticas são irradiadas nessa freqüência como um resultado da oscilação (e daí aceleração) de cargas livres no circuito. Hertz foi capaz de detectar essas ondas usando uma simples espira de fi o com seu próprio vão de centelha (o receptor). Tal espira, colocada a vários metros do transmissor, tem características elétricas próprias. Centelhas foram induzidas através do vão entre os eletrodos receptores quando a freqüência do receptor foi ajustada à do transmissor. Foi assim, então, que Hertz demonstrou que a corrente oscilante induzida no receptor era produzida pelas ondas eletromagnéticas irradiadas pelo transmissor. Hertz também demonstrou experimentalmente que a radiação gerada por seu dispositivo exibia propriedades ondulatórias, tais como refl exão, refração, interferência, difração e polarização, do mesmo modo como a luz. Assim, tornou-se evidente que as ondas de radiofreqüência tinham propriedades similares às ondas luminosas, diferenciando-se somente em relação a freqüência e ao comprimento de onda. Talvez a experiência mais convincente realizada por Hertz tenha sido a mensuração da magnitude v da velocidade das ondas de radiofreqüência. Usando técnicas de interferência, Hertz pôde determinar o comprimento de onda λ das ondas de freqüência conhecida f, a fi m de usar na relação λf = v e a partir daí determinar o valor de v. O resultado foi próximo a 3 × 108 m/s, a já conhecida rapidez da luz visível. Ondas eletromagnéticas transportam energia As ondas eletromagnéticas são portadoras de energia e, à medida que se propagam através do espaço, podem transferir energia a objetos colocados no seu caminho. A taxa de escoamento de energia em uma onda eletromagnética é descrita por uma quantidade física de caráter vetorial, chamada vetor de Poynting, denotado por −→ S , cuja magnitude S, no caso particular de uma onda plana, é defi nida pela seguinte expressão: S = (1/μ0)EB =⇒ magnitude de vetor de Poynting A magnitude do vetor de Poynting representa a taxa em que a energia escoa através de uma unidade de área de superfície perpendicular ao escoamento. A direção de −→ S acha-se ao longo da direção de propagação da onda, sendo assim a mesma que a do vetor velocidade da (Eq. 02) Aula 12 Física e Meio Ambiente 9 luz, −→c . Desde que as magnitudes dos campos E e B se relacionam por B = E/c, temos, alternativamente: S = (1/μ0)EB = E2/μ0c = (c/μ0)B2. Assim como a equação E = cB, as equações para S também são instantâneas, aplicáveis em qualquer instante de tempo, não apenas naqueles em que correspondem às amplitudes (valores máximos) Em e Bm dos campos. Geralmente, é mais conveniente manipular a matemática das ondas eletromagnéticas planas senoidais, em que Ey(x, t) = Em cos(kx − ωt)e Bz(x, t) = Bm cos(kx − ωt). A quantidade física que interessa ao mensurar a energia transportada por uma onda eletromagnética chama-se intensidade da onda, representada por I. A intensidade corresponde à média de S no tempo, tomada ao longo de um ou mais ciclos, representada indistintamente S, < S >, ou Smed. Assim, quando essa média é tomada, obtém-se uma expressão envolvendo o termo cos2(kx − ωt), cuja média referida é igual a ½. Você, que já estudou funções trigonométricas, é desafi ado a explicar agora por que < cos2(kx − ωt) >= 12 . Então, o valor médio de S, ou seja, a intensidade da onda é: I =< S >= EmBm2μ0 = E2m 2μ0c = cB 2 m 2μ0 . Não deixe de notar que Em e Bmrepresentam valores máximos (amplitudes) dos campos. A constante μ0c = √ μ0 �0 = 120πΩ ≈ 377Ω é chamada impedância do espaço livre, tendo dimensão de resistência elétrica e unidade SI de ohm (Ω). Você aprenderá na disciplina de Eletromagnetismo que a intensidade de uma onda eletromagnética pode também ser expressa pelo produto da magnitude da velocidade da luz no vácuo, c, pelo valor médio < u > da densidade de energia da onda, ou seja, sua energia por unidade de volume. Isto é, I = < S > = c× < u >. (Eq. 03) (Eq. 04) (Eq. 05) (Eq. 06) Aula 12 Física e Meio Ambiente10 Atividade 3 Raios Gama 10-5 A 10-4 A 10-3 A 10-2 A 10-1 A 1 A 10 A 100 A 1000 A 1 μm 10 μm 100 μm 1 mm 1 cm 10 cm 1m 10 m 100 m 1 km 10 km 100km Raio X Radiação Ultravioleta Radiação Infravermelha Microondas Ondas de Rádio Luz visível O espectro eletromagnético Espectro eletromagnético é o intervalo inteiro dos tipos diferentes de radiação eletromagnética ou ondas eletromagnéticas. Esse espectro abrange um amplo intervalo de comprimentos de onda (ou freqüências, pois lembre que f = c/λ: a cada valor de λ , há um correspondente valor de f ), indo desde as ondas muito longas (e conseqüentemente de baixas freqüências), que são as ondas de rádio, passando pelas microondas, ondas do infravermelho e ondas de luz visível, das quais segue aumentando a freqüência, ou seja, diminuindo o comprimento de onda, atingindo as ondas ultravioletas, até chegar a freqüências muito altas (o que corresponde a comprimentos de ondas muito curtos) dos raios X e raios gama. Os comprimentos de onda no intervalo da luz visível têm uma cor específi ca associada com cada um deles, quando essa luz passa completa (isto é, branca) através de um prisma. Na banda do visível, as freqüências mais baixas, correspondentes aos comprimentos de onda mais longos, produzem a cor vermelha, enquanto as freqüências mais altas, que se associam aos comprimentos de onda mais curtos,produzem a cor violeta. Aqueles comprimentos de onda que caem em algum lugar entre esses dois pontos produzem as cores laranja, amarelo, verde e azul, que também são encontradas na região do visível dos espectros eletromagnéticos. A Figura 4 mostra uma representação esquemática do espectro eletromagnético. A interface entre uma banda e suas vizinhas pode não ser tão nítida quanto mostrada nesta ilustração. Alternativamente, se poderia ter a escala de freqüências em lugar da de comprimentos de onda, ou mesmo se poderia mostrar as duas escalas, simultaneamente na mesma ilustração. A amplitude do campo magnético em uma onda eletromagnética é Bm = 4, 1 × 10−8 T. Qual é a intensidade (média < S >) dessa onda? Figura 4 – O espectro eletromagnético Fo nt e: w w w .o n. br Aula 12 Física e Meio Ambiente 11 Atividade 4 Submúltiplos convenientes do metro são geralmente utilizados para designar comprimentos de onda ou distâncias muito curtas, como: 1 micrometro (μm) = 10−6 m; 1 nanometro (nm) = 10−9 m; 1 angström ( o A) = 10−10 m. Qual é o comprimento de onda de uma onda eletromagnética no espaço livre que tem uma freqüência de: É muito instrutivo pesquisar sobre as aplicações da radiação eletromagnética, considerando cada uma das bandas de freqüências (ou comprimentos de onda) que compõem o espectro eletromagnético. A natureza da luz A té o fi nal do século XVIII, a luz era considerada uma corrente de corpúsculos (partículas) emitidos por uma fonte luminosa e estimulavam o sentido da visão ao penetrar no olho. O principal arquiteto dessa teoria corpuscular da luz foi o eminente físico inglês Isaac Newton, que a publicou na sua obra Optiks, de 1704. Com essa teoria, Newton foi capaz de prover uma explicação simples para alguns fatos experimentais conhecidos concernentes à natureza da luz, especialmente as leis da refl exão e da refração. A maioria dos cientistas aceitava a teoria corpuscular da luz proposta por Newton. Entretanto, o próprio Newton teve oportunidade de conhecer uma teoria alternativa, segundo a) 5 x 1019 Hz? b) 5 x 1014 Hz? c) 4 x 109 Hz? Quais as respectivas bandas do espectro eletromagnético em que se situam? Aula 12 Física e Meio Ambiente12 a qual a luz poderia ser uma espécie de movimento ondulatório. Em 1678, quando Newton tinha 36 anos, um físico e astrônomo holandês, Christian Huygens (1629-1695), mostrou que uma teoria ondulatória da luz podia explicar as leis experimentais da refl exão e da refração da luz. Essa teoria ondulatória não teve aceitação imediata por várias razões. Todas as ondas então conhecidas (sonoras, aquáticas etc.) careciam de alguma espécie de meio onde propagar. Já a luz podia viajar até nós, vinda do Sol ou das estrelas, através do vácuo do espaço. Ademais, argumentava-se que se a luz fosse alguma forma de movimento ondulatório, as ondas seriam capazes de encurvarem-se ao redor de obstáculos; com isso, deveríamos ser capazes de ver, como podemos ouvir em certas circunstâncias, o que se passa, por exemplo, além da esquina da rua transversal. Agora já se conhece esse comportamento da luz, de se encurvar ao redor das bordas de objetos. Tal fenômeno, conhecido como difração, não é fácil de ser observado porque as ondas luminosas têm comprimentos de onda muito curtos. De fato, os comprimentos de onda da luz visível variam aproximadamente de 0,4 a 0,7 �m, ou 400 a 700 nm, ou 4000 a 7000 o A. Assim, embora a evidência experimental para a difração da luz tivesse sido descoberta pelo físico italiano Francesco Grimaldi (1618-1663) por volta de 1660, a maioria dos cientistas rejeitaram a teoria ondulatória e aderiram à teoria corpuscular de Newton por mais de um século. Isso aconteceu, em grande medida, devido à enorme reputação de Newton como cientista. A primeira demonstração clara da natureza ondulatória da luz foi feita em 1801 por Thomas Young (1773-1829), que mostrou que, sob condições apropriadas, a luz exibe comportamento de interferência. Isto é, em certos pontos na vizinhança de duas fontes, as ondas luminosas podem se combinar (superposição) mutuamente reforçando-se (interferência construtiva) ou cancelando-se (interferência destrutiva). Esse comportamento não podia, à época, ser explicado pela teoria corpuscular porque não havia nenhum modo concebível pelo qual duas ou mais partículas pudessem se reunir a fi m de uma cancelar a outra, mutuamente. A experiência de Young tornou-se uma das mais fundamentais da Física. Vários anos depois, um físico francês, Augustin Fresnel (1788-1829) realizou diversos experimentos detalhados que lidavam com fenômenos de interferência e difração. Em 1850, outro físico francês, Jean Foucault (1791-1868) proveu a evidência adicional da inadequação da teoria corpuscular, mostrando que a rapidez da luz em líquidos é menor do que no ar. Vários desenvolvimentos adicionais durante o século XIX conduziram à aceitação geral da teoria ondulatória da luz. O desenvolvimento mais importante concernente à natureza da luz foi o trabalho de Maxwell, que em 1873 declarou que a luz era uma forma de onda eletromagnética de alta freqüência, conforme já explicado nesta aula. Como vimos, sua teoria predizia que essas ondas deveriam ter uma rapidez de cerca de 3 x 108m/s. Dentro do erro experimental, esse valor é igual à rapidez da luz. Em seguida, Hertz confi rmou experimentalmente a teoria de Maxwell, em 1887, produzindo e detectando ondas eletromagnéticas. Ademais, Hertz e outros pesquisadores mostraram que essas ondas exibiam refl exão, refração e todas as outras propriedades características de ondas. Embora a teoria clássica da eletricidade e do magnetismo fosse capaz de explicar a maioria das propriedades conhecidas da luz, alguns experimentos que surgiram subseqüentes Aula 12 Física e Meio Ambiente 13 Atividade 5 1 2 não podiam ser explicados pela suposição de que a luz era uma onda. O mais impressionante desses é o efeito fotoelétrico, também descoberto por Hertz. O efeito fotoelétrico é a ejeção de elétrons de um metal cuja superfície é exposta à luz. Como exemplo das difi culdades que surgiram, experimentos mostraram que a energia cinética de um elétron ejetado é independente da intensidade da luz. Isso estava em contradição com a teoria ondulatória, a qual previa que um feixe de luz mais intenso devia ceder mais energia ao elétron. Uma explicação desse fenômeno foi proposta pelo físico alemão Albert Einstein em 1905, cuja teoria usava o conceito de quantização desenvolvido pelo físico, também alemão, Max Planck (1858-1947) em 1900. O modelo de quantização supõe que a energia de uma onda luminosa está presente em pacotes de energia chamados fótons, daí dizer-se que a energia é quantizada. A carga elétrica também é quantizada porque sempre ocorre em pacotes contendo uma carga elementar (e = 1,6 x 10–19 C). De acordo com a teoria de Einstein, a energia E de um fóton (corpúsculo de luz) é proporcional à freqüência f da onda eletromagnética: E = hf, sendo a constante de proporcionalidade, h, igual a 6, 63 × 10−34 J.se chamada de constante de Planck. Isso signifi ca que se a freqüência de uma onda eletromagnética é alterada por algum fator multiplicativo, a energia dos seus fótons será igualmente alterada por esse mesmo fator. Note que continua válida a relação λf = c, de modo que E = hc/λ, sendo c = 3, 0 × 108 m/s. Mostre que dado l em nanometro (nm), pode-se obter diretamente a energia em elétron- volt (eV) através da seguinte fórmula: E = hc/λ = 1240 eV.nmλ(nm) . . (Dica: use os fatores de conversão apropriados, 1 nm = 10−9 m e 1 eV = 1, 6 × 10−19 J.) Qual a energia de um fóton de luz amarelo-esverdeada, cujo comprimento de onda é λ = 5, 6 × 10−7 m, e que corresponde ao máximo de sensibilidade do olho humano? (Eq. 07) Aula 12 Física e Meio Ambiente14 Artérias e veias da retina Nervo óptico Retina Retina Íris Pupila Córnea Cristalino Músculo ciliar Humor vítreo É importante perceber queessa teoria da luz retém algumas características tanto da teoria ondulatória quanto da corpuscular. Você aprenderá em Física Quântica que o efeito fotoelétrico é o resultado da transferência de energia de um único fóton para um elétron no metal. Ou seja, o elétron interage com um fóton de luz como se tivesse sido atingido por uma partícula. No entanto, esse fóton tem características próprias de onda, porque sua energia E é determinada pela freqüência f (uma quantidade inerente a uma onda). Considerando essa conceituação, devemos considerar a luz como uma entidade de natureza dual. Isto é, em alguns casos, a luz atua como uma onda, noutros como uma partícula. A teoria ondulatória eletromagnética clássica formule uma explicação adequada da propagação da luz e dos efeitos de interferência, enquanto o efeito fotoelétrico e outros experimentos envolvendo a interação da luz com a matéria são melhor explicados a partir da suposição de que a luz é uma partícula (fóton, conforme descrito). Não há dúvida: luz é luz. É impróprio perguntar se a luz é uma onda ou uma partícula. De fato, ela tem um “temperamento’’ previsível: algumas vezes, atua como uma onda, noutras como uma partícula. Assim, para a luz, vale uma dualidade onda-partícula. Visão A visão utiliza um maravilhoso detector de luz que é o olho. No caso dos humanos, a detecção das ondas eletromagnéticas pelo olho se dá estritamente no que é antropomorfi camente chamado de espectro visível, que compreende, grosso modo, a abrangência de comprimentos de onda de 400 nm a 700 nm, o que é uma estreita banda quando comparada ao espectro eletromagnético como um todo. O olho é aproximadamente esférico, com um diâmetro de cerca de 24 mm, distância média da parte frontal da córnea (superfície exposta ao ar) até a retina (revestimento interno do humor vítreo, que é a substância contida no seu interior). O olho usa a córnea e a lente cristalina para formar imagens na retina, as quais são sentidas através de cones e bastonetes, que intermediam a conexão com o cérebro. A lente cristalina é responsável pela acomodação que se opera no olho para se adequar à observação de objetos próximos ou distantes. Você deve pesquisar e se familiarizar com a anatomia do olho, cujo esquema é mostrado na Figura 5. Figura 5 – Partes essenciais do olho humano Aula 12 Física e Meio Ambiente 15 Resumo Quando olhamos na direção de algum objeto, a imagem atravessa a córnea e chega à íris, a qual regula a quantidade de luz recebida por meio de uma abertura chamada pupila. Quanto maior a pupila, mais luz entra no olho. Após passar pela pupila, a imagem chega ao cristalino, e é focada sobre a retina. A lente do olho produz uma imagem invertida, e o cérebro a converte para a posição correta. Na retina, mais de cem milhões de células fotorreceptoras transformam as ondas luminosas em impulsos eletroquímicos, que são decodifi cados pelo cérebro. Inspirado no funcionamento do olho, o homem criou a máquina fotográfi ca. Portanto, em nossos olhos, a córnea funciona como a lente da câmera, permitindo a entrada de luz no olho e a formação da imagem na retina. Localizada na parte interna do olho, a retina seria o fi lme fotográfi co, no qual a imagem se reproduz. A pupila funciona como o diafragma da máquina, controlando a quantidade de luz que entra no olho, ou seja, em ambientes com muita luz, a pupila se fecha e, em locais escuros, a pupila se dilata com o intuito de captar uma quantidade de luz sufi ciente para formar a imagem. É assim que funciona o olho humano, nos propiciando o sentido da visão. Visite a página web: <http://educar.sc.usp.br/otica/curiosad/htm>, para conhecer mais sobre o olho humano e óptica nele envolvida. Nesta aula, você deve ter fi xado sua compreensão sobre a natureza dual da luz ou radiação eletromagnética. Isto signifi ca que a radiação eletromagnética, como entendida na ampla abrangência de freqüência (ou comprimento de onda), que constitui o espectro eletromagnético, ora manifesta comportamento ondulatório, o que pode ser comprovado em experimentos em que exibe propriedades típicas de ondas, tais como interferência, difração e polarização, além de refl exão e refração; ora exibe uma natureza corpuscular inerentemente quântica, quando se comporta irrestritamente como uma “partícula”. Tais partículas são efetivamente bastante peculiares, pois consistem de fato em pacotes de energia, cujo valor é proporcional à freqüência da radiação, o que não deixa de se constituir numa mesclagem das conceituações clássica e quântica. O comportamento ondulatório é completa e satisfatoriamente explicado pelas equações de Maxwell, as quais predizem a existência das ondas eletromagnéticas como padrões viajantes de campos elétrico e magnético alternantes e auto-sustentados no espaço e no tempo. Prescindem de um meio material para se propagar. Já o comportamento corpuscular, ou seja, o conceito de fóton, manifesta-se quando da interação individual desses pacotes de energia com a matéria, e. g., elétrons no meio propagante. É o caso no efeito fotoelétrico, o qual foi teorizado em 1905 pelo Einstein, utilizando a hipótese da quantização da energia, proposta originalmente (em 1900) pelo Planck. Você também foi convidado a investir em pesquisa sobre a anatomia e fi siologia do olho humano a fi m de compreender a estrutura e o funcionamento de um primoroso detector de luz visível existente. Aula 12 Física e Meio Ambiente16 1 2 3 4 5 6 Auto-avaliação O que é luz? Qual é a fonte fundamental de radiação eletromagnética? Um fi o, conectado a uma bateria, emite radiação eletromagnética? Explique. Se uma corrente de alta freqüência é passada através de um solenóide contendo um núcleo metálico, o núcleo se aquecerá por indução. Esse processo é o mesmo de cozimento de cozinha alimentos em fornos de microondas. Explique por que os materiais se aquecem nessas situações. Uma fonte pontual de radiação eletromagnética tem uma potência de saída média de 900W. Calcule as amplitudes dos campos elétrico e magnético em um ponto a 4,00m da fonte. (Dica: reveja “Ondas esféricas’’ na aula 8 – Calor e termodinâmica). Calcule em seguida o valor da densidade de energia em J/m³ nesse ponto. Calcule o comprimento de onda ou a freqüência das seguintes ondas eletromagnéticas: (a) rádio AM (1000 kHz); (b) rádio FM (98 MHz); (c) canal VHF de TV (200 MHz); (d) microondas (λ = 1 cm); (e) radiação de infravermelho (λ = 1 μm); (f) luz amarela (λ = 580 nm); (g) radiação ultravioleta (λ = 100 nm); (h) raios X (λ = 10 nm); (i) radiação gama, γ(λ = 0,1 pm). Referências CENTRO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL. Óptica: curiosidades. Programa Educar. Disponível em: <http://educar.sc.usp.br/otica/curiosid.htm>. Acesso em: 16 out. 2006. NOVARTIS. O olho humano. Disponível em: <http://www.novartis.com.br/diseases_conditions/ pt/saudedosolhos/olhohumano.shtml>. Acesso em: 11 out. 2006. SERWAY, Raymond A. Physics for scientists and engineers with modern physics. 3. ed. Philadelphia: Saunders College Publishing, 1992. Aula 12 Física e Meio Ambiente 17 YOUNG, H.; FREEDMAN, R. A. Física III: eletromagnetismo: Sears e Zemansky. 10. ed. São Paulo: Addison-Wesley, 2003a. Física IV: óptica e física moderna: Sears e Zemansky. 10. ed. São Paulo: Addison-Wesley, 2003b. Anotações Aula 12 Física e Meio Ambiente18 Anotações Aula 12 Física e Meio Ambiente 19 Anotações Aula 12 Física e Meio Ambiente20 Anotações EMENTA > Ciclamio Leite Barreto > Gilvan Luiz Borba > Rui Tertuliano de Medeiros Física e mensuração. Movimentos e conceitos da mecânica. Relatividade. Temperatura, calor e termodinâmica. Ondas, som e audição. Eletricidade e magnetismo. Ondas, luz e visão. Meio ambiente e Física Moderna. Aplicações tecnológicas contemporâneas FÍSICA E MEIO AMBIENTE – INTERDISCIPLINAR AUTORES AULAS 01 O meio ambiente e a Física 02 Física e mensuração 03 Movimentos: conceitos fundamentais e descrição 04 Força e movimento05 Leis da conservação da mecânica I 06 Leis da conservação da mecânica II 07 Teoria cinética dos gases 08 Calor e termodinâmica 09 Ondas, som e audição 10 Eletricidade e magnetismo I 11 Eletricidade e magnetismo II 12 Ondas, luz e visão 13 Relatividade 14 Física moderna e meio ambiente 15 Energia nuclear e seus usos na sociedade << /ASCII85EncodePages false /AllowTransparency false /AutoPositionEPSFiles false /AutoRotatePages /None /Binding /Left /CalGrayProfile (None) /CalRGBProfile (Apple RGB) /CalCMYKProfile (None) /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1) /CannotEmbedFontPolicy /Error /CompatibilityLevel 1.3 /CompressObjects /Off /CompressPages true /ConvertImagesToIndexed true /PassThroughJPEGImages true /CreateJobTicket true /DefaultRenderingIntent /Default /DetectBlends false /DetectCurves 0.0000 /ColorConversionStrategy /LeaveColorUnchanged /DoThumbnails false /EmbedAllFonts true /EmbedOpenType false /ParseICCProfilesInComments true /EmbedJobOptions true /DSCReportingLevel 0 /EmitDSCWarnings false /EndPage -1 /ImageMemory 524288 /LockDistillerParams true /MaxSubsetPct 5 /Optimize false /OPM 1 /ParseDSCComments true /ParseDSCCommentsForDocInfo false /PreserveCopyPage true /PreserveDICMYKValues true /PreserveEPSInfo true /PreserveFlatness true /PreserveHalftoneInfo false /PreserveOPIComments false /PreserveOverprintSettings true /StartPage 1 /SubsetFonts true /TransferFunctionInfo /Remove /UCRandBGInfo /Remove /UsePrologue false /ColorSettingsFile (None) /AlwaysEmbed [ true ] /NeverEmbed [ true ] /AntiAliasColorImages false /CropColorImages true /ColorImageMinResolution 150 /ColorImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleColorImages true /ColorImageDownsampleType /Bicubic /ColorImageResolution 180 /ColorImageDepth -1 /ColorImageMinDownsampleDepth 1 /ColorImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeColorImages true /ColorImageFilter /DCTEncode /AutoFilterColorImages true /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG /ColorACSImageDict << /QFactor 0.76 /HSamples [2 1 1 2] /VSamples [2 1 1 2] >> /ColorImageDict << /QFactor 0.15 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1] >> /JPEG2000ColorACSImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /JPEG2000ColorImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 150 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 180 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict << /QFactor 0.76 /HSamples [2 1 1 2] /VSamples [2 1 1 2] >> /GrayImageDict << /QFactor 0.15 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1] >> /JPEG2000GrayACSImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /JPEG2000GrayImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict << /K -1 >> /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly true /PDFXNoTrimBoxError false /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile (None) /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False >> setdistillerparams << /HWResolution [2400 2400] /PageSize [1700.700 1133.800] >> setpagedevice
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