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Ministério da Igreja IBAPEP IBA D EP In s titu to B íb lico da A ssem bléia de D eus - E nsino e pesquisa IBA D EP - In s titu to B íb lico da A ssem bléia de D eus - E n sin o e Pesquisa Av. B rasil, S /N ° - E le tro s iü - Cx. P ostal 248 85980-000 - G uaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E -m ail: íbadep a ibadep .com S ite: w w w .ibadep .com A luno(a):..................................................................................... DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL http://www.ibadep.com Ética Cristã / Teologia do Obreiro Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores. 5a Edição - Junho/2006 Todos os direitos reservados ao IBADEP 2 Diretorias C IE A D E P Pr. J o s é P i m e n t e l d e C a r v a l h o - P r e s i d e n t e de H o n r a Pr. I s r ae l S o d r é - P r e s i d e n t e Pr. J o s é A n u n c i a ç ã o d o s S a n t o s - I o V i c e - P r e s i d e n t e Pr. M o i s é s L a c o u r - 2 o V i c e - P r e s i d e n t e Pr. I v a l T h e o d o r o da S i l v a - I o S e c r e t á r i o Pr. S a m u e l A z e v e d o d o s S a n t o s - 2 o S e c r e t á r i o Pr. S i m ã o B i l e k - I o T e s o u r e i r o Pr. M i r i s l a n D o u g l a s S c h e f f e l - 2 ° T e s o u r e i r o A E A D E P A R - C o n s e lh o D e l i b e r a t i v o Pr. I s ra e l S o d r é - P r e s i d e n t e Pr. Iva l T e o d o r o da S i l v a - R e l a t o r Pr. J o s é A n u n c i a ç ã o d o s S a n t o s - M e m b r o Pr. M o i s é s L a c o u r - M e m b r o Pr. S a m u e l A z e v e d o d o s S a n t o s - M e m b r o Pr. S i m ã o B i l e k - M e m b r o Pr. M i r i s l a n D o u g l a s S c h e f f e l - M e m b r o Pr. J o s é C a r l o s C o r r e i a - M e m b r o Pr. J a m e r s o n X a v i e r de S o u z a - M e m b r o A E A D E P A R — C o n s e lh o de A d m i n i s t r a ç ã o Pr. J o s é P o l i n i - P r e s i d e n t e Pr. R o b s o n J o s é B r i t o - V i c e - P r e s i d e n t e Pr. M o y s é s R a m o s - I o S e c r e t á r i o Pr. H e r c í l i o T e n ó r i o d e B a r r o s - 2 o S e c r e t á r i o Pr. E d i l s o n d o s S a n t o s S i q u e i r a - I o T e s o u r e i r o Pr. L u i z C a r l o s F i r m i n o - 2 o T e s o u r e i r o I B A D E P Pr. H é r c u l e s C a r v a l h o D e n o b i - C o o r d . A d m i n i s t r a t i v o Pr. J o s é C a r l o s T e o d o r o D e l f i n o - C o o r d . F i n a n c e i r o 3 Cremos 1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espíri to Santo. (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicár ia e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitor iosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9). 4) Na pecaminosidade do homem que o desti tuiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode res taurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). 5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espíri to Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8). 6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfe ita e na eterna just if icação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). 7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espíri to Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2 . 12). 4 8) Na necessidade e na possib il idade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvár io , através do poder regenerador, inspirador e sant if icador do Espíri to Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe 1.15). 9) No bat ismo bíblico no Espíri to Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras l ínguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 10) Na atualidade dos dons espiri tuais distr ibuídos pelo Espíri to Santo à Igre ja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( IC o 12.1-12). 11) Na Segunda Vinda premilenia l de Cristo, em duas fases dist intas. Pr imeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - vis ível e corporal , com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16. 17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). 13) No ju ízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.1 1-15). 14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tr isteza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). 5 M etodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessár io atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à Igreja em que está inserido. Consciente desta real idade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados: 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar- lhe a opor tunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar e direc ionar suas faculdades mentais através do Espíri to Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, medita r com atenção os conteúdos. 2. Local de estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa. Ele deve ser: 6 a) Bem arejado e com boa i luminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da ci rculação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas. 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos i tens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que t iver maior dif iculdade); b) Reservar, diariamente , algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras at ividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento , faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das aulas: Cada disciplina apresenta caracterís t icas próprias, envolvendo di ferentes comportamentos: raciocínio, analogia, inte rpretação, aplicação ou simplesmente habil idades motoras. Todas, no 7 entanto, exigem sua part ic ipação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar at ivamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do moni tor em caderno apropriado. d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos. 5. Estudo extraclasse: Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas se acumulem. d) Mater ia is que poderão ajudá-lo: ■ Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; ■ Atlas Bíblico; ■ Dicionário Bíblico; ■ Encic lopédia Bíblica; ■ Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; ■ Um bom dic ionário de Português; ■ Livros e aposti las que tratem do mesmo assunto. 1 8 e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: ■ A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; ■ O direito de todos os integrantes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! 9 Currículo de Matérias > Educação Geral ÊQ História da Igreja -S CO Educação Cristã BS Geografia Bíb lica 1/ > Ministér io da Igreja CO Ética Cristã / Teologia do Obreiro </ CO Homilé tica / Hermenêutica ^ GQ Família Cristã ^ 03 Adminis tração Eclesiás tica / > Teologia CO Bibliologia / CO A Trindade • / CO Anjos, Homem, Pecado e Salvação ^ CO Heresiologia v/ CO Eclesiologia / Miss io logia S > Bíblia & C3 Pentateuco CO Livros Históricos / 0 CO Livros Poéticos • CQ Profetas Maiores EDI Profetas Menores J CO Os Evangelhos / Atos \i C3 Epístolas Paulinas / Gerais v e. £3 Apocal ipse / Escatologia 10 Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - Almeida Revista e Atual izada ARC - Almeida Revista e Corrida AT - Antigo Testamento BV - Bíblia Viva BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje c. - Cerca de, aproximadamente , cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d.C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo. Fig. - Figurado. fig. - f igurado; f iguradamente , gr. - grego hb. - hebraico i.e. - isto é. IBB - Imprensa Bíblica Brasileira Km - Símbolo de quilometro lit. - literal, l i teralmente. LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) m - Símbolo de metro. MSS - manuscr itos NT - Novo Testamento NVI - Nova Versão Internacional p. - página. rcf. - referência; refs. - referências ss. - e os seguintes (isto é, os vers ículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v versículo; vv. - versículos. ver - veja 11 índice Lição 1: A Ética C r i s t ã ......................................................... 15 Lição 2: Uso e Abuso da L ín g u a ......................................... 39 Lição 3: Teologia do Obreiro - Parte 1 ........... 63 Lição 4: Teologia do Obreiro - Parte 2 .......... 87 Lição 5: Teologia do Obreiro - Parte 3 ........113 Referências B ib l io g rá f ic a s .................................................137 13 Lição 1 A Ética Cristã A É t i c a é p a rt e da F i l o s o f i a a q u a l e s t u d a o s v a l o r e s m o r a i s e o s p r i n c í p i o s i d e a i s d a c o n d u t a h u m a n a ; É c i ê n c i a n o r m a t i v a q u e s e r v e d e b a s e à f i l o s o f i a p rá t i c a ; T a m b é m é o c o n j u n t o de p r i n c í p i o s m o r a i s q u e s e d e v e m o b s e r v a r n o e x e r c í c i o d e u m a p r o f i s s ã o . Para que tenhamos uma melhor compreensão se faz necessár io definir a pa lavra “mora l” : (da raiz latina “mores”) costumes, conduta, comportamento, modo de agir. Na vida prá tica, porém, nem sempre é fácil ao homem d isce rn i r1 se determinado ato livre é, ou foi, contrário ou não à sua natureza humana. Por isso, todo liomem adulto é dotado de consciência, que é a expressão imediata, a norma próxima do senso moral. ( 'oncretamente, agir mora lmente bem significa, pois, agir segundo a própria consc iência (Consciência Moral). lún síntese. Ética Cristã é : U m s o m a t ó r i o d e p r i n c í p i o s q u e f o r m a m e d ã o s e n t i d o à v ida c r i s t ã n o r m a l . É o q u e c a d a c r e n t e p e n s a e fa z . I Conhecer d is t intamente ; perceb er laro por qua lquer dos I I nlidos: apreciar; d ist inguir; discr iminar. 15 Vós Sois o Sal da Terra” Nos tempos bíblicos o sal era de maior importância, mais valioso, menos abundante e de difíci l aquisição. Jesus não disse que apenas alguns crentes especiais são “ Sal da Terra” . Ele afirmou: “Vós sois” , re ferindo-se a todos os filhos de Deus. O Sal é considerado como uma propriedade dist inta e importante, ou seja, a de conservar ou de condimentar. A idéia aqui não indica especialmente uma função definida, como a de conservar ou de condimentar , ou ainda, como dos muitos usos do sal, mas a idéia geral é que o crente santif icado deve possuir a realidade daquilo que professa, da mesma forma que o sal apresenta a propr iedade que esperamos dele. Essa real idade é expressa de muitas e variadas formas. Aqueles que conhecem a questão dizem-nos que o sal puro não perde seu caráter distinto, mas uma vez misturado com elementos impuros e estranhos pode perder sua propr iedade. O sal pode conservar sua aparência como sal, mas não o seu caráter. Realmente, transforma noutra substância. O sal insípido para nada mais presta a não ser lançado fora e ser p isado pelos homens. “O propósi to destas palavras , como precisamos considerar, não é para esmagar os que caem, é para avivar o senso de dever e impelir os discípulos a andarem de acordo com a sua chamada” . Se o Cris t ianismo não funcionar como deve, como é que o mundo poderia receber qualquer coisa da boa graça de Deus? A religião sem autenticidade dif ici lmente tem uso digno para os discípulos de Jesus ou para o mundo em geral. 16 O sal que perde a sua virtude ou sabor, suas qualidades distintas, não tem mais razão para exist ir. O cloreto de sódio puro (sal) não se deteriora, mas pode ser adulterado, e então perde suas propr iedades e se torna inútil, pois então deixa realmente de ser sal (Mc 9.49-50; Cl 4.6; E f 4.29). O sal perde seu sabor e torna-se in s íp id o 1 ou insulso2 com: Pouco ven to . O sal para atingir o sabor ideal necessita de bastante ventania na época de sua formação. Espir i tua lmente o crente sem o vento do Espíri to da Vida e do poder, não subsiste (Gn 2.7; Ez 37.9,10,14; Jo 3.8; 20.22; At 2.2; Et 4.16); Pouca lu z . Muita luz é fundamental para a formação de um bom sal. O efeito químico da luz sobre a água em tra tamento é fundamental na transformação desta em sal. Abundante luz celestial é a grande necessidade para o crente ser um bom sal. Sem isso ele pode ter uma pregação como é o caso do sal insípido. Sem fé é impossível o pecador chegar ao Senhor, pois o mundo está em trevas. Pouco ca lor . Sem calor o sal em sua formação perderá em qual idade e se arruinará. Uma igreja espiri tua lmente fria torna-se inerte, inativa, decadente e incapaz de ser o “ sal da te r ra” . Em lugar de uma tal igreja influir nos padrões de vida e práticas do mundo sem Deus, o mundo é que influirá nela pela corrupção,tal qual faz o fermento na massa. O sal que se tornar insípido perde três coisas principais: 1 Que não tem sabor; que não é sáp ido . F ig . Desa gr adá ve l ; t edioso; m onó to no . Que não tem sal; in so ss o ; que não tem sabor; ins íp ido . 17 ^ ■ P e rd e o seu s a b o r . “Se o sal for insípido, com que se há de sa lg a r? ” (Mt 5.13). ^ ■ P e rd e o seu v a l o r . “Para nada mais p r e s ta ” (Mt 5.13). v ■ P e rd e o seu l u g a r . “Para se lançar fo r a ” (Mt 5.13). Na Química, o sal é chamado de cloreto de sódio. Esta subs tânc ia tem propr iedades importantes. Por isso, Jesus a usou para t ipif icar o papel daqueles que são seus discípulos. 1. O sal preserva. Desde tempos imemoria is , o sal tem sido uti l izado pelos povos como substância conservante, que preserva as caracterís t icas dos alimentos. O cristão, como o sal espiri tual, tem a capacidade de preservar o ambiente sob sua influência. Este mundo ainda existe porque, apesar de sua degeneração, a Igreja, formada pelos crentes, está preservando o que resta de saúde moral e espiri tual no mundo. Quando a Igreja for t irada da terra, a podridão tomará conta dos povos sem Deus, levando-os à decomposição final, que os levará ao Inferno. O crente tem o dever de “ salgar” para preservar sua família, seus amigos, crentes ou não e todos os que estejam de uma forma ou de outra sob sua influência. Através das missões, da evangelização local e regional, a Igreja espalha o sal sobre o mundo, para que ele não apodreça de vez. 2. O sal dá sabor. Uma comida sem sal nunca é vista como saborosa. Normalmente , é indicada para pessoas que estão com problemas de saúde, para quem é contra- indicado o uso do sal. 18 A Bíblia registra a importância do sal, como elemento que dá sabor: “ Ou comer-se-á sem sa l o que é insípido? Ou haverá gos to na clara do ovo?” (Jó 6.6). Da mesma forma, o crente em Jesus tem a propr iedade de dar sabor espiri tual ao ambiente em que vive, à vida dos que lhe cercam. Há pessoas que se sentem felizes em conviver com crentes fiéis, sentindo o efeito benéfico do contato com eles. E isso glorifica o nome do Senhor. E necessár io ter sal na vida, ou seja, um viver cheio de alegria, de poder, entusiasmo, cheio do Kspírito Santo. Jesus reconhecia o valor do sal, quando afirmou: “Bom é o sal, mas, se o sa l se tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal em vós mesmos e paz, uns com os outros” (Mc 9.50). Em seu ensino, Ele disse que, “se o sal f o r insípido, com que se há de salgar? l 'ara nada mais pres ta, senão p a r a se lançar f o r a e ser pisado pelos homens’1'’ (Mt 5.13). Isso quer dizer que, se 0 crente deixar de dar seu testemunho, sua vida perde o sentido, torna-se inútil, e passa a ser “p isado” pelos pecadores. i. Sal na medida. Uma das carac te rí s t icas do sal é sua humildade” . Ele preserva e dá sabor, sem aparecer. Assim é o crente fiel. Ele é humilde. Não faz questão ilc iiparecer. Quando o sal “ aparece” , pelo excesso, ninguém suporta. O crente como sal prega mais com a vida do i|iii com palavras. João Bat ista foi um exemplo. 1 .iliindo sobre Jesus, disse: “E necessário que ele i icsça e que eu d im inua” (Jo 3.30). O crente, quando tem sal demais, torna-se insuportável. Isso acontece, quando se torna fanático. 19 Em lugar de passar para os outros o sabor da vida cristã, acaba afugentando as pessoas, com excesso de santidade. São legalistas, que vêem pecados em tudo. Por outro lado, há os que não têm mais sal em suas vidas. São os l iberalis tas , que se acomodam com o mundanismo, e dizem que nada é pecado. São extremos. E preciso ter equil íbr io no testemunho. Paulo disse: “A vossa pa lavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um ” (Cl 4.6). O fruto do Espíri to inclui a temperança (G1 5.22). O Crente - Luz do Mundo Em Mateus 5.14, Jesus diz aos seus seguidores de todos os tempos: “ Vós sois a luz do mundo.. ." . A luz bri lha e se opõe às trevas. O cristão deve saber que o mundo jamais verá a Deus de maneira melhor do que o próprio crente é capaz de apresentar através de suas atitudes. Por isto Jesus acrescentou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorif iquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). ■ Davi foi chamado de luz de Israel (2Sm 21.17). Os seus descendentes chamados de luzes (lRs- 11.36; SI 132.17; Lc 2.32). ■ Jesus Cristo é a V erdade ira Luz do mundo que i lumina a todo homem (Jo 1.9). Segundo Paulo, os crentes são luzes secundárias. Aos crentes são reputadas luzes porque part ic ipam da luz que vem da fonte luminosa que é Cristo: “Para que vos torneis ir repreensíveis e sinceros, f i lhos de Deus inculpáveis no meio de uma 20 geração perver t ida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no m undo ” (Fp 2.15). A esfera do mundo é trevas; trevas da ignorância, a sua esfera é escuridão, Jesus foi à luz entre os homens (Jo 1.5). Mas os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Os crentes também são luzes que i luminam as trevas segundo os ensinos de Jesus, sem essa i luminação o mundo seria um lugar tenebroso , seus discípulos, pois, devem ser “ como uma cidade edificada sobre um monte” . Mesmo que as luzes fossem fracas, as cidades edificadas sobre o monte, seriam vistas de grande distância. Ass im também deve ser o crente, bri lhando e dissipando as trevas. A presença real de Deus na vida do crente fará dele uma luz verdadeira, e Deus será glorificado era sua vida. O crente como luz exerce o seu verdadeiro sacerdócio. /. “ Vós sois a luz do m u n d o ”. Fazendo uso de m e tá fo ra s1, Jesus afirmou que os seus discípulos são “a luz do m undo” . Figura extraordinária essa! Diferentemente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida, quando aparece. 1.1. O testemunho elevado. Comparando seus seguidores como luz do inundo, Jesus disse que “não se pode esconder uma 1 Tropo que co n s i s te na trans ferência de uma palavra para um ninbito se mâ nt i co que não é o do obje to que e la des ign a , e que se l imdamenta numa re lação de se m e lh a n ç a subent endi da entre o sent ido próprio e o f igurado; t ranslação. [Por metáfora, cham a-s e r a p o s a a uma p e s s o a astuta, ou se d es ig n a a ju v en tu d e p r i m a v e r a <l;i vida.] 21 cidade edif icada sobre um monte". De fato, as cidades sobre os montes, quando chega a noite, refle tem as luzes de suas casas e ruas. Como luz, o crente está edificado sobre Cristo, em posição muita elevada. Ele “nos ressuscitou jun ta m en te com ele, e nos f e z assentar nos lugares celestiais, em Cristo J e su s ” (E f 2.6). O salmista reconhecia essa posição elevada, quando disse: “Leva- me p a ra a rocha que é mais alta do que eu” (SI 61.2). 1.2. Crentes no velador. Jesus disse que não se “acende uma cande ia1 e se coloca debaixo do a lque ire2, mas no velador, e dá luz a todos os que estão na casa ’’’ (Mt 5.15). Velador é um suporte de madeira, sobre o qual se coloca um candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na casa, de forma que a luz que ali est iver, i lumine a todos que estiverem a seu redor. “Mas quem pra t ica a verdade vem para a luz, a f i m de que as suas obras sejam manifestas, porque são f e i ta s em D eu s ” (Jo 3.21). Infelizmente, há pessoas nas igrejas, que se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da indiferença, da falta de fé e de ação, e apagam-se , por lhes faltar o oxigênio da presença de Deus. 1.3. O testemunho que resplandece. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens. . . " (Mt 5.16). O crente em Jesus não tem luz própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode1 P eq ue no aparelho de i l u m ina çã o , que se su spe nde por um pr ego , co m rec ip ie nte de f o l ha -d e- f la n d re s , barro ou outro material , ab as t ec id o c o m ó le o , no qual se em b eb e uma torcida, e de uso em cas as pobres . 2 U m a va s i l ha de med ida de a lque ire , que servia para medir cerea i s , f ei ta de barro, co m a cap a c i da d e de 8 l itros e meio . 22 ser comparado a um planeta, que é um astro i luminado por uma estrela, em torno do qual ele gravita. Na verdade, nós somos i luminados por Jesus. Ele, sim, é a “estrela da a lva” (2Pe 1.19), a “resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). NEle , e em torno dEle, nós vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso testemunho, precisamos e sp a rz i r1 a “ luz do evangelho da glór ia de Cris to” (2Co 4.4). 1.4. “Para que vejam as vossas boas o b r a s ”. O crente, como luz, dá seu testemunho, através das boas obras de salvo, “Porque somos fe i tura sua, criados em Cristo Jesus p ara as boas obras, as quais Deus p reparou para que andássemos ne la s” (Ef 2 . 10). Muitos têm ganhado almas para Jesus, na evangelização, porque praticam um testemunho eloqüente2, em todos os lugares. Sabemos de servos e servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a família, por causa de suas ati tudes cristãs; outros, que no trabalho, ganharam seus colegas, por causa do comportamento cristão. Com isso, eles g lori ficam a Deus, que está nos céus. Paulo, exortando os crentes acerca do lestemunho, disse que fizessem tudo “para que sejais irrepreensíveis e sinceros, f i l h o s de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo'1'1 (Fp 2.15). Em Provérbios, lemos: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai bri lhando mais i' mais até ser dia per fe i to ” (Pv 4.18). 1 líspalhar ou derramar (um l íqu ido) ; irradiar, difundir. I <fí. Exp re ss i vo , s ig n i f i c a t iv o , pe rs ua s i v o , con v i n ce nt e . 23 2. No mundo, os crentes são fo ras te i ros e peregr inos . Não devemos pertencer ao mundo (Jo 15.19), nem se conformar com ele, muito menos amá-lo ( l J o 2.15). Deve-se odiar a iniqüidade do mundo, morrer para o mundo (G1 6.14) e ser l iberto do mundo (Cl 1.13; G1 1.4). Aquele que crê em Jesus vence o mundo ( U o 5.4). S Amar o mundo corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiri tual . E impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; Tg 4.4); ' S Significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. ■S Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele. Obs.: Os termos ‘m u n d o ’ e ‘t e r ra ’ não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, isto é, à natureza, às montanhas, às f lorestas, etc. (...). ■ O crente não deve ter comunhão espiri tual com a q u e le s que vivem o sistema iníquo do mundo (Mt 9.11; 2Co 6.14); ■ Deve reprovar aber tamente o pecado deles (Jo 7.7; E f 5.11); ■ Deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14); ■ Deve amá-los (Jo 3.16); ■ Deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 1.22,23). 24 Questionário ■ Assinale com “X ” as a lternat ivas corretas 1. Ética não é: a ) |_] A parte da Filosofia que estuda os valores morais e_os princípios ideais da conduta humana b ) U A ciência normativa que serve de base à filosofia prática c ) l_J O conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão d ) 0 O sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de a lguma coisa 2. Os fatores que levam o sal a perder seu sabor e tornar-se insípido, são: a) |_ | Pouco vento, pouca luz e pouco fogo b)|_ | Pouca água, pouca luz e pouco fogo c) |_! Pouco vento, pouca luz e pouco calor d ) 0 Pouca água, pouca luz e pouco calor 3. É correto dizer que: a ) |_| O crente, quando tem sal demais, torna-se mais crente, é um exemplo a ser seguido b ) @ O crente como luz exerce o seu verdadeiro sa_cerdócio c) l_1 O crente em Jesus tem luz própria. Ele é estrela, com luz própria d ) l_| Os legalistas não têm mais sal em suas vidas, se acomodam com o mundanismo ■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado •I [t] O crente como sal prega mais com palavras do que com a vida ' ■ 0 0 crente, como luz, dá seu testemunho, através das boas obras de salvo 25 Jesus e o Antigo Testamento Jesus ratif icou o AT. Cabe assentar, de início, que todas as vezes que Jesus menciona as Escri turas refere-se ao AT (cf. Mt 7.12; 22.40; Lc 4.16-21; 24.25-27). É co n sen so 1 entre alguns eruditos, baseados na tradição judaica, que, apôs o retorno dos judeus do exílio babilónico, Esdras tenha sido o grande responsável pela formação do cânon do Antigo Testamento tal qual o texto empregado por Jesus e conhecido em nossas Bíblias hoje. Isto significa que ao afirmar o seu compromisso de não “destruir a lei e os p ro fe ta s” (Mt 5.17), Cristo ratif icou todo o AT, considerando-o como a revelação conhecida de Deus. O Mestre chegou, inclusive, a citar a divisão comumente empregada pelos estudiosos da época, como aparece em Lucas 24.44: Lei, Salmos e Profetas. Sob este aspecto, o AT introduziu no mundo o projeto de Deus em Cristo que se realizou no NT, mediante a proc lamação da chegada do Reino de Deus (ver Mc 1.14,15). Jesus cumpriu o AT. Cristo não só ratif icou, mas cumpriu em si mesmo o Antigo Testamento (Mc 1.17), englobando aí os minuciosos t ipos descritos no Penta teuco e os va t ic ín ios2 dos profetas que apontavam em sua direção. Ele reconheceu-se o ponto convergente da história da salvação primeiramente anunciada por Deus ao 1 Co nformidade; acordo de idé ias . 2 P red i ção , profec ia. 26 primeiro casal e pos te r io rmente re ite rada aos patriarcas e ao povo de Israel mediante a Lei e a revelação profética (ver Gn 3.15; 12.1-3; Is 9.6; Mq 5.2). O ato da encarnação do Filho de Deus, cujo á p ice 1 foi a sua entrega como o Cordeiro que redime o homem (ver Jo 1.14,29), cumpriu a perspectiva da fé dos heróis do AT e inaugurou um novo tempo em que os padrões éticos revelados por Deus na Lei e nos profetas são reafirmados por Cristo (Jo 1.18) como o modelo desta nova era. Jesus realça os ensinos morais do AT. Enquanto sob a Lei as regras que expressavam esses ensinos tornaram-se vazias porque os judeus res t r ing iram 2 a sua prát ica à superf ic ialidade do exterior, agora se revestem de um novo e real sentido, porque dependem do coração t ransformado através da obra redentora de Cristo para serem exper imentadas (cf. Rm 7.1-25). A Ética Absoluta do Reino de Deus O significado das leis cer imonia is de Israel. Todavia , há que se dist inguir , no Penta teuco, í i s leis cer imoniais, sociais e cívicas dadas por Deus a Moisés. Elas foram exclusivas para o povo de Israel, sem obr igatoriedade para os cristãos (cf. Cl 2.16-23). Apesar disso, o conteúdo ético, moral, que as norteia e os princípios implícitos são pertinentes ao povo de Deus de qualquer época. Não se discute, por exemplo, o caráter de pureza implícito em certas normas cer imoniais (cf. Lv 1 1’nnto mais e l eva do ; o mais alto grau. I ornar mais es tre ito , apertado. 27 5.3; 7.20,21). Ainda que elas não tenham ju r i sd iç ã o 1 sobre a Igreja, o propósito para o qual apontavam permanece inalterado, pois a pureza de coração é uma das principais qualidades da vida cristã (ver lT m 1.5; 5.22; IPe 1.22,23). A universa lidade dos pr inc íp ios morais da Lei mosaica. Todavia , além das normas já citadas, havia outras de caráter explic itamente moral, cuja universal idade está clara nas Escrituras . São válidas para “ todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares” . O Senhor as reiterano Sermão do Monte e declara de maneira con tunden te2 a sua importância como marco dis t intivo do Reino de Deus (Mt 5.18,19). São referenciais permanentes e imutáveis que se aplicam em qualquer cultura e expressam não só o padrão de santidade exigido por Deus, mas também o tipo de reação que se espera do crente diante das diferentes c ircunstâncias da vida (cf. Mt 5.38-42). Porque a ética do Reino de Deus é absoluta. A ética do Sermão do Monte, portanto, tem caráter absoluto. Ela não se altera ao sabor das diferentes si tuações, não se ajusta ao que pensa o homem e nem se modif ica para adaptar-se ao esti lo de vida de cada um, mas é a exata expressão do propósito de Deus para o seu povo (ver Mt 5.48; IPe 1.13-16). 1 Poder atribuído a uma autor idade para fazer cumprir determinada cat egor ia de leis . 2 In c i s iv o , d e c i s i v o . 28 A Busca do Padrão Ético do Reino de Deus É par te da responsabi lidade cristã. A busca deste padrão ético deve, portanto , consti tui r-se no alvo de cada crente, sendo parte de sua responsabil idade cristã. Como Paulo ensinou aos gálatas, não se trata de obrigação imposta por um sistema legal, mas de algo que resulta de já estarmos crucificados com Cristo e de Ele ter assumido a nossa própria vida para tornar-nos capazes de ardentemente prosseguir em busca desse objetivo (ver G1 2.20; Fp 3.12). Isto implica afirmar, com absoluta segurança, que se o crente não manifesta esse desejo de aperfeiçoar a sua vida cristã a cada dia, nos moldes ensinados por Cristo no Sermão do Monte, é certo que não tenha exper imentado a verdadeira transformação interior ou a tenha perdido no meio do caminho. Ainda que a força da Lei não produza nenhuma piedade, só aparência, o coração transformado será compel ido a expressar em sua vida esse padrão ético desejado por Deus (cf. SI 42.2; 63.1). E resultado exclusivo da graça. Por outro lado, cabe ressaltar , com a mesma segurança, que, se nenhum esforço humano pode produzir não só o ardente desejo, mas também a possib il idade de se experimentar, aqui e agora, essa dimensão ética do Reino de Deus, só há uma resposta a ser dada: ela é resultado exclusivo da graça (ver Rm 6.1-15). O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da Lei de Deus se cumpram na vida de seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O re lacionamento entre o rente e a Lei de Deus envolve os seguintes aspectos: ■ A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (Mt 7.12; 22.36-40) bem como nos ensinamentos de Cristo e 29 dos apóstolos (Mt 28.20; ICo 7.19; G1 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel , tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, j á não são obrigatórias (Hb 10.1-4; Lv 1.2,3; 24.10). ■ O crente não deve considerar a Lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (G1 2.16,19). Pelo contrário, a Lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num re lacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à Lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22). ■ A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da Lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso re lacionamento com Deus como legis lador soberano, mas também do re lacionamento de filhos para com o Pai (G1 4.6). Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espíri to Santo que nele habita (G1 3.5,14), recebe o impulso interior e o poder para cumprir a Lei de Deus (Rm 16.25,26). Os crentes têm sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de Deus (Rm 18.22), seguem o princípio da fé, pois estão “debaixo da lei de Cris to” ( IC o 9.21). Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu pai celeste é uma condição permanente para a entrada no Reino dos Céus. 30 A Conduta Cristã e a Santidade Pessoal “Antes santi f icai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos ped ir razão da esperança que há em voz” ( I P e 3.15). Santif icação é o supremo ideal de Deus para i> crente. Fomos salvos quando aceitamos Jesus Cristo como salvador. Nesse dia o Espíri to Santo veio habitar cm nós para começar a obra da santi f icação em nossas vidas. S A salvação é instantânea. Recebemo- la de uma vez e para sempre, no momento em que cremos em Jesus. S A santi f icação é um processo contínuo. E ação divina do Espíri to Santo no coração do crente, mas exige que o crente a deseje e a busque, o que implica com a cooperação que o Espíri to Santo quer realizar nele. O crente em Jesus Cristo é uma pessoa diferente, dotada de novo poder, de novos propósitos, dc novos motivos, de novos interesses e de novos desejos implantados em sua alma pelo Espíri to Santo. 1 sIo, porém, não significa que ele esteja fora do alcance (Iíis forças que se opõe aos impulsos espiri tuais. O crente não é só espírito. Enquanto estiver nc^te mundo, lutará contra as tendências da carne, que •a* esforçam para sufocar sua santidade. O mundo não proporciona um ambiente pmpício ao desenvolv imento espir i tual porque está em »■posição a Deus (Tg 4.4). Mas é no mundo cada vez i i u i s corrompido, que o crente tem que viver e irslemunhar, como sal da terra e luz do mundo, como mu verdadeiro astro. 31 J- O crente não p er tence ao mundo. A degradação moral do homem sem Cristo não leva Deus a re laxar os seus padrões. A santif icação é o apelo em que Deus consinta o homem a subir um pouco mais, qualquer que seja a sua condição espiri tual. Diante de nós está um alvo posto por Deus: “Até que todos cheguemos a unidade da fé , ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, a medida da estatura completa de Cristo'’’’ (Ef 4.13). <1- Deus exige que o crente seja santo. “Portanto sant i f icai-vos, e sede santos, po is eu Sou o Senhor vosso Deus. E guardai os meus estatutos, e cumpri-os: eu Sou o Senhor que vos san t i f ica’’’ (Lv 20.7,8). O desejo de Deus é que a santif icação seja uma realidade na exper iênc ia do crente, ao dizer “Santif icai-vos e sede San tos” . Deus mostrou que essa exigência é motivada por ser Ele um Deus santo. Temos que agir de modo que sejamos dignos do Deus com quem afirmamos ter comunhão. Há uma fábula persa que diz ter um caminhante achado um pedaço de argila da qual se desprendia estranha fragrância. Crendo que se tratava de n a r d o 1 disfarçado de argila, o caminhante indagou: “Porque tanta f ragrânc ia?” . A resposta foi: “Porque tenho vivido perto de uma ro sa” . Nós também, como vasos de barro, quando nos aproximamos daquele que é Santo, sentimos em 1 Planta herbácea, da fam í l ia das va ler ianá ceas (N a r d o s t a c h y s j a t a m a n s i ), originár ia da Á s i a , cujo r i zoma, aromático , foi muito em pre gad o p e l o s an t igos em perfumaria 32 nosso ser penet rar a fragrânc ia dos nardos celestiais, e 0 nosso rosto bri lha em meio à escuridão em que vive o mundo. ■ A santi f icação é o f r u to do trabalho do homem de Deus. Só a a lcançaremos se a dese jarmos e a buscarmos. Só por seu esforço, porém, o homem nunca poderá alcançá-la. Por isso, Deus diz: “Eu sou o Senhor que vos sant i f ico” . ■ Santidade é um atributo pe ssoa l de Deus. Procurando elevar-se as alturas em que Deus está, o crente vai escalando, pouco a pouco, os degraus desta ascensão sublime. Não se consegue a santi f icação num instante. ■ E obra para toda a vida. Diante de cada crente está a figura máxima, o motivo inspirador, oVarão Perfeito, que é Cristo, o Senhor. Ele é a razão pela qual nossa vida deve transformar-se , dia a dia, na maior semelhança de Sua pessoa. 1 O crente tem sua vida foca l i za d a em Cristo. “Portan to , se j á ressuscitado com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. 1’ensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra: Porque j á estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo que é a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em g ló r ia ” (Cl 3.1-4). Nessa passagem, Paulo dá ênfase que o crente no seu batismo, demonst ra que morreu para o mundo, morreu para uma velha vida, e ressusci tou para uma vida nova em Cristo. Ora, se isto é verdade, o homem não pode continuar sendo a mesma pessoa que ora antes. Ele agora deverá ter outros objetivos, um 33 novo padrão de vida. O seu antigo interesse pelas coisas vãs e passageiras desta vida deve ter sido mudado por uma paixão pelas verdades eternas. O crente deverá encarar os acontecimentos da terra do ponto de vista eterno, e não do passageiro. A nova vida com Cristo traz em si o imperativo da pureza e da santidade. Cer tamente o crente cont inuará traba lhando no mundo e usando as coisas do mundo. Porém, a sua ati tude agora será outra. Ao invés de receber, ele dividirá com outros; ao invés de ordenar, ele servirá, e ao invés de vingar-se ele perdoará. Para o incrédulo, estas atitudes são pra ticamente impossíveis. Porém, o crente salvo está inteiramente envolto pela vontade soberana de Deus, sua vida será to ta lmente diferente. O crente santi f icado está com sua vida escondida em Cristo, em Deus Pai. O que está escondido não se pode ver. O mundo não pode entender a verdadeira excelência do crente, porém, este crente desconhecido será conhecido pela glória de Deus que se manifestará nele. S Deus exige santidade (Lv 20.1-8); •S Somos templos de Deus ( IC o 6.12-20); ■S Pur ificação pessoal ( l J o 3.1-10); S Os santos são di ferenciados (Lv 20.22-27); ^ Livres da lei do pecado (Rm 8.1-8); S Apresentam o Fruto do Espíri to (G1 5.16-26); ■S Devem despojar-se de tudo (Cl 3.1-17). 4- A santidade é uma necessidade hum ana . E a presença de Deus na alma que produz a santi f icação. Escrevendo aos crentes de Corintos, Paulo disse: “Não sabeis que vós sois o templo de Deus, e que o Espír ito de Deus habita em vós?” ( ICo 3.16). Realmente , santo no sentido absoluto, só existe 34 um em todo o universo. Nunca ser iamos santos sem a atuação de Deus em nós. A santidade de vida é a g lór ia de Deus reflet ida pe lo crente. Quando o homem está cheio da paz de Deus, na tura lmente procura viver em paz com seus semelhantes. Por falta de santidade na vida, ocorre miopia, para não dizermos a cegueira espiri tual. A santidade é a condição exclusiva para se ver a Deus em sua Palavra , na vida diária, na natureza ou no companheir ismo íntimo e na vida escatológica (Hb 12.14; Mt 5.8). J- O aspecto prá t ico da santificação. A santi f icação tem f in a l idade ética. Não se busca santidade apenas para um vida contemplativa. Não foi este, pelo menos, o exemplo de Jesus. Nada no Evangelho é estático. A santidade também é dinâmica. Por isso, o apóstolo Pedro diz que o crente, per tencendo a grande família dos remidos do Senhor, buscará viver em harmonia com seus irmãos, solidarizando-se com eles nas suas tr istezas e alegrias, manifestando-lhes misericórd ia e tra tando-os com humildade, isso é, o fruto do amor fraternal. Quem sabe sofrer um mal ou uma injúria revela maior força moral do que aquele que “paga com a mesma m oeda” , como se costuma dizer. Num plano ainda mais elevado se encontra aquele que é capaz de bendizer aquele que injuria ou quem lhe deseja mal. Não estamos dizendo que seja fácil viver assim. Mas Jesus não nos chamou para andarmos nos caminhos fáceis da vida. E nisto que provamos nossa relação com Ele, que é, para nós, o modelo sublime de santidade. Os que viveram com o Senhor Jesus Cristo são unânimes a dizer que sua vida foi inatacável, e que não foi achado engano na sua boca. Por isso a Escritura 35 recomenda: “ Santif icai-vos em vossos corações a Cristo como o Senhor” . Só a santidade realiza milagres de glória. Se crescermos em santidade, a Igreja também crescerá em nível, e daremos a Deus melhores condições de usar- nos na sua santa causa (2Co 6.16 - 7.1). Santi f icar é separar para dedicar. Santo é aquilo que se separa do profano para ser dedicado ao serviço da Divindade. Assim os vasos de ouro usados nos cultos sacrificiais de Israel eram santos. Porque eram separados de qualquer outro uso para serem dedicados exclusivamente ao serviço de Jeová. O crente é santo porque está separado do mundo e dedicado a Deus. Viver uma vida de sant idade deve ser o objetivo de cada crente. Ele está neste inundo, mas separado de Deus, sujeito à sua vontade em tudo, e esforçando-se para desenvolver-se à semelhança do Mestre. Uma vez que não há como enfatizar em demasia o imperat ivo moral do Evangelho. Este requer obediência e santidade, por quanto nada tem o podei de salvar o homem a não ser o Evangelho. A sant if icação leva o crente mais perto de Deus e leva o pecador a se in teressar por Ele por causa da l inha divisória existente, na manifestação do poder de Deus na vida do crente. Mediante a transformação moral segundo a imagem de Cristo é que auferimos a transformação metafísica. Isso significa que mediante a vereda moral somos levados à part ic ipação na natureza de Cristo, na qualidade de filhos de Deus em que duplica a imagem do Filho. “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho à glória do Senhor, somos transformados de glór ia em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2Co 3.18). 36 Aqueles que estão sendo transformados segundo a imagem de Cristo tem a responsabil idade de demonst rar aos homens deste mundo a eficácia da graça de Deus, que neles opera. Se isso for feito como se deve, então os crentes, sant if icados, serão capazes de levar outros a par tic iparem da graça de Deus, de modo a virem louvar ao Senhor com suas palavras e com sua vida diária: “E perseverando unânimes todos os dias no Templo, e p ar t indo o pão em casa, comiam ju n to s com alegria e s ingeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à Igre ja aqueles que se haviam de sa lvar” (At 2.46, 47). Questionário ■ Assinale com “X ” as al ternat ivas corretas 6. Quanto à re lação de Cristo com o AT, é errado dizer: a ) |_I Cristo ratif icou todo o AT, considerando-o _como a revelação conhecida de Deus b)|_J Ele cumpriu em si mesmo o AT c ) |_| Ele realçou os ensinos morais do AT d ) Q Uma vez ra tif icado o AT por Jesus, é descartado a “Lei e os Profe tas” 7. A busca do padrão ético do Reino de Deus: a ) Q É uma obr igação imposta por um sistema legal b ) Q É excluída da responsabil idade cristã c)|__] E resultado exclusivo da graça d ) l_] Deve ser afastada do alvo de cada crente 37 8. É corre to afirmar que: a)[x| Santificar é separar para dedicar tOP] Santidade é um atributo pessoal de toda a humanidade c ) D A santi ficação não possui f inalidade ética d ) Q A santidade é incapaz de realizar milagres de glória ■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 9. j^j O conteúdo ético, moral, que norteia a Lei mosaica e os princípios implícitos, são pertinentes somente ao povo de Israel 10. 0 Quem sabe sofrer um mal ou uma injúria revela maior força moral do que aquele que “paga com a mesma moeda” 38 Lição 2 Uso e Abuso da Língua “Palavras, palavras, somentepa lav ras” . “Ele é apenas um fa lador” . Essas afirmativas i lustram uma comum depreciação da importância da l inguagem. Porém, haverá outras coisas, neste mundo, tão potentes para o bem ou para o mal como as palavras? A fala é a faculdade que dist ingue o homem dos animais irracionais. É um sinal de personalidade. O subconsciente se manifesta somente através da fala. É impossível conhecer os pensamentos sem as palavras que expressam as idéias. A ação é precedida pelo pensamento. O pensamento antecede a ação. Porém, o pensamento é impuls ionado por sugestões verbais. Toda a cooperação entre os seres humanos depende, para seu sucesso, da comunicação verbal. A solidariedade cultural de um grupo se alicerça sobre um idioma comum. O caráter é reve lado pela l inguagem empregada pelo indivíduo (Mt 12.33-37). ^ O perigo da maledicência . As palavras eram consideradas de uma maneira muito literal e concreta no AT. Os hebreus criam que uma vez que as pa lavras deixassem os lábios do homem, não es tavam mais sob sua inf luência ou controle. Não poderia chamá-la de volta, mesmo se quisesse fazê-lo. 39 A língua é um pequeno membro, mas grande é o seu poder! Toda a palavra deve ser medida e pesada antes de ser pronunciada. A palavra deve ser “ temoerada com sal” . Quando Isaque foi enganado ao abençoar Jacó ao invés de Esaú, não podia retomar a palavra da benção e redigi-la a Esaú (Gn 27.30-38). As palavras eram consideradas como tendo uma existência separada da pessoa que falava. Uma vez ditas, eram vias para efetuar seu próprio cumprimento. Aquele que difama seu irmão, também o mata_moralmente. A língua tem sido um instrumento do mundo maligno e perturbador em que vivemos. Ela pode ^contaminar o corpo inteiro, isto é, macular o corpo inteiro. Leva o indivíduo a se ocupar de muitas coisas duvidosas: encoraja-o a abusar do seu corpo, leva-o a macular sua personal idade toda. <$► O q ue a l íngua p ode f a z e r ou ser. ■ Os lábios podem ser enganosos (Pv 8.20); ■ Cheios de conhecimento (Pv 5.2; 10.32); ■ Falsos (Pv 10.18; 12.22; 17.7); ■ Verdadeiros (Pv 12.19); ■ Pecaminosos (Pv 12.13); ■ Justos (Pv 16.13); ■ Agradáveis (Pv 16.21); ■ Danosos (Pv 24.2); ■ A língua pode ser falsa (Pv 6.17; 12.19; 26.28); ■ Sedutora (Pv 6.24); ■ Perversa (Pv 10.31); ■ Sábia (Pv 15.2); ■ Boa (Pv 15.4); ■ Maligna (Pv 17.4). 40 A lista acima contém boas e más qualidades. Isto mostra que há um potencial para o bem e para o mal na fala humana. Com nossas l ínguas ferimos ou curamos, construímos ou destruímos, abençoamos ou amaldiçoamos. É importante, portanto, que aprendamos usar a l íngua como instrumento de bênçãos (Pv 18.21). O homem que fala a verdade no tr ibunal é louvado. A pessoa que é jus ta sempre promoverá a just iça por falar a verdade. A pessoa jus ta fala a verdade, não porque está sob juramento , mas por que é da sua natureza fazê-la. Qualquer outra ati tude seria altamente detestável. O mentiroso, por outro lado, não merece a confiança para dizer a verdade, mesmo quando está sob juramento. Suas mentiras levam ao fracasso da justiça. O falso testemunho é um problema sério. b Algumas adver tências contra a maledicência. Paulo, em Efésios 4.31 diz que toda malícia deverá ser t irada, e em Tito 2.1-2, diz que não se deve ihfamar a j i inguém. Tiago 3.6 apresenta a l íngua como um mundo de iniqüidade, que pode inflamar o curso da vida até precipitar a pessoa no inferno, e a compara com uma fonte que não pode dar água doce e água amargosa. O homem não tem condições de bendizer a Deus e maldizer a seu irmão (Tg 4.11). Pedro, na sua primeira carta, diz que o homem deve se despojar de toda maldade e de toda malícia ( IPe 2.1; 3.10). Todo crente deve ter uma língua sã, agradável. A l íngua só deve ser usada para o bem. O salmista diz que o verdadeiro cidadão do céu é aquele que não sabe difamar pom a sua l íngua, e que fala a verdade segundo 'o seu coração (SI 15.1-3). 41 Enquanto o ímpio estiver perto, a boca deverá estar fechada (SI 39.1). Todo homem deve ser pronto para ouvir e tardio para falar. E tardio para se irar. Porque a ira não opera a jus tiça (Tg 1.19). Uso e Abuso da Língua “Não consintas que tua boca fa ç a pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que f o i erro; p o r que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas m ãos?” (Ec 5.6). De todos os assuntos tratados por Provérbios , nenhum recebe tanta atenção quanto o uso e abuso da l íngua, o uso correto ou incorreto das palavras (Mt 12.36-37). Uma palavra falada era como um míssil guiado, indo em direção ao seu alvo. Quando Baraque não foi capaz de impedir que os israeli tas entrassem em seu terri tório, ele contratou Balaão para proferi r uma maldição contra eles (Nm 22 e 24). A maldição seria uma arma secreta para derrotar os israeli tas. Bênção e maldição, e palavras em geral, t inham o poder de vida ou morte. O poder para moldar o curso dos eventos. Por tanto , a maneira como uma pessoa usava a sua l íngua era de grande importância. 1. A f a la como caráter (Pv 12.6,13,14). Não há método de comunicação tão poderoso como a pa lavra falada. Os grandes polí t icos, f ilósofos, mestres e pregadores sempre souberam o valor da palavra falada. As palavras são os indícios mais seguros para o caráter de uma pessoa. Pedro foi traído por suas próprias palavras enquanto estava assentado no Pátio do Sumo Sacerdote (Mt 26.69-73). Também, revelamos o que somos pela nossa palavra. 4 2 O silêncio poderá esconder a verdadeira natureza, mas uma vez que abrimos a nossa boca e filiamos, os homens sabem quem somos e como somos. Provérbios 12.13 apresenta um contraste nitre o homem mau e o homem jus to , o homem mau é limçado e capturado pela transgressão de seus lábios. Suas próprias pa lavras se tornam uma armadilha para sua alma (Pv 18.7). Um homem justo , por outro lado, (-’.uarda seus lábios e escapa desse laço. A verdade proclamada em Provérbios 12.14, i' que nossas palavras produzem uma colheita. Quando plantamos palavras más, colhemos o mal. Quando plantamos palavras boas, colhemos o bem. Também podemos dizer que as palavras de nossa boca voltam para nós. Palavras boas voltam para nos abençoar e as más voltam para nos amaldiçoar. Tempo de ouvir (Pv 12-15,16). Tiago 1.19 diz que todo homem esteja pronto para ouvir. Existem horas que é melhor ouvir do que lalar. O homem sábio é aquele que está pronto para mivir antes de emitir os seus conselhos. Cada crente ■ leve exercer o ministér io do si lêncio até que saiba que ■•nas palavras irão produzir cura e edificação. Toda palavra deve ser bem pesada, medida e icinperada com sal. Quanto menos uma pessoa fala, menos ela errará. Um certo teólogo disse que o amor se rxprime de três maneiras: S Ouvindo aos outros; S Doando aos outros; e, S Perdoando aos outros. O contraste entre o homem tolo e o homem 'lábio, é demonstrado em Provérbios 12.15. O caminho iln tolo é reto aos seus própr ios olhos. Nunca pensa que 43 pode estar errado. Não tolera crí ticas e não aceita conselhos. O homem sábio está livre de tal engano. Recebe conselhos, pois está desejoso de aprender dos outros, não se perturba em dizer: “Eu estava errado” . Uma pessoa que admite estar errada está dizendo que é sábia hoje mais do que era ontem. Há esperança para o tal, porque sua atitude torna possível para Deus dirigir sua vida. 3. O p o d er das boas pa lavras (Pv 17.17-22). As palavras têm o poder de ferir ou de curar (Pv 17.18). Quando usadas de forma áspera, agem como uma espada. Podem ser armas letais. Usadas erradamente, podem ferir e matar. Já as palavras boas consti tuem sempre um bom remédio. Algumas menti ras têm um período de vida bem grande, a ponto de a verdade ser muitas vezes crucificada por homens maus, masDeus criou este mundo de tal maneira que só a verdade tem permanência suprema. Toda a falsidade será um dia exposta e aparecerá como realmente é. A Sinceridade na Palavra “Não saia da vossa boca nenhuma pa lavra torpe, mas só a que f o r boa p a ra p rom over edif icações, para que dê graças aos que a ouvem ” (E f 4.29). A palavra é o grande meio de comunicação que Deus concedeu aos homens. Afirmando ou negando, a palavra envolve responsabil idade incalculável no convívio humano. Pode ser instrumento de jus t iça ou injustiça; de bem ou de mal; de amor ou de ódio; de louvor ou de maldição. Usá- la fa lsamente negando ou disfarçando a verdade é que o mandamento condena, a fim de que as 44 relações entre os homens tenham crédito. Aliás, a verdade é da própria natureza de Deus, que não pode mentir (Tt 1.2), e por isso Ele mesmo proíbe toda sorte de mentira entre os homens. => Não dirás fa l so tes temunho (Êx 20.16; Lv 19.16). Testemunhar a respeito de uma pessoa é lazer declarações que envolvem o seu nome. O testemunho pode ser pres tado diante da jus tiça , e pode ser também dado no comum das conversas do dia a dia, ou nas transações, nos negócios, em que muitas vezes se depende de informações de terceiros sobre a idoneidade de alguém. O mandamento proíbe que alguém usando lalsamente da pa lavra faça af irmações não verdadeiras, :i respeito de seu próximo, destruindo com isso, seu nome, sua reputação, e trazendo-lhe, não rara infelicidade. Falso tes temunho em tribunal pode levar um inocente a condenação. Uma informação leviana sobre o caráter de uma pessoa pode arruinar-lhe a carreira. Para que se dê esse falso testemunho, nem sempre é necessár io usar expressamente a palavra. Às vezes, basta si lenciar diante de uma inverdade. Outras vezes, um aceno, um gesto, pode produzir uma impressão deprecia tiva em alguém sobre outra pessoa. Deus quer que falemos a verdade honrando e icspeitando o nome alheio. Mentira p o r br incadeira (Pv 26.18-19). A palavra é um dom sagrado. Não é para ser usada em p i lh é r ia s1 que envolvam afirmações de i(.-sponsabilidades. Há muitos que gostam de fazer ' Dito engraçado e e sp ir i tuoso; chi ste; piada. 45 afirmações falsas sobre outras pessoas para ver os resultados. É uma leviandade imperdoável , que não pode exist ir entre crentes em Cristo Jesus. No texto indicado essas pessoas maldosas são comparadas a loucas que lançam de si faíscas. Essas pessoas são capazes de incendiar vidas, provocar grandes sofrimentos com sua leviandade a inocentes. Contudo, serão colocados diante do tr ibunal um dia. => Procedamos como novas criaturas ( E f 4.15-32). Os crentes em Cristo são novas criaturas e formam um só corpo, logo, o tra tamento com os não crentes não pode admitir a mentira, porque somos novas criaturas e a mentira é a manifestação do homem carnal e satânico. Quanto ao convívio com os irmãos, não podem mentir uns aos outros, porque somos membros uns dos outros e o amor que nos une impede de usar a falsidade. Além de dever falar somente a verdade, como servos de Cristo, o texto apresenta outros procedimentos que devem ter os crentes como novas criaturas, no tocante ao uso da palavra, a saber: não usar palavras torpes, de sentido grosseiro ou imoral, evitar a b lasfêmia, a palavra maliciosa, as discussões onde manifesta a ira, gri taria exaltada. Enfim, o uso da pa lavra do crente deve ser feita cri teriosamente , falando somente o que for bom para promover a edificação dos que a ouvem. => O uso responsável da palavra . E não envolve apenas a verdade. Não deve usar esse dom para aquilo que for fútil, grosseiro, prejudicial . A palavra deve ser temperada com sal, de modo a levar sempre ao outro alguma edificação, toda e qualquer forma de mentira deve ser abominada. 46 Qualquer t ipo de mexer icos, intrigas, insinuações maldosas , segundas intenções nas expressões, desculpa para escapar de alguma responsabil idade e dissimulações, não passa de formas de mentiras e nem devem ser nomeados pelos santos. Há pais que inst ruem seus filhos va lendo de várias mentiras. Quando as crianças percebem algumas delas, os próprios pais caem no descrédito das crianças. Qualquer palavra que sair de vossa boca deve ser expressão da verdade cristalina, a mentira procede do diabo, ele nunca se firmou na verdade: “ Vós tendes p o r pa i ao diabo, e quereis sat isfazer os desejos de vosso pai, ele f o i homicida desde o princípio, e não se f i r m o u na verdade, porque não há verdade nele; quando ele pro fere mentira, fa la do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e p a i da mentira” (Jo 8.44). Aqueles que amam e cometem a mentira ficarão fora do reino de Deus, não poderão entrar nos céus: “Ficarão de f o r a os cães e os fe i t iceiros , e os que se prost i tuem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a ment ira” (Ap 22.15). Julgados Pela Palavra “Porque p o r tuas pa lavras serás just i f icado, c p o r tuas pa lavras serás condenado’’'' (Mt 12.37). A Bíblia diz que o homem fala daquilo que o seu coração está cheio. Que o homem bom do seu bom lesouro tira coisas boas, e o homem mau de seu tesouro lira coisas más. O homem por suas palavras jus ti f ica-se ou condena-se. Alguém chegou mesmo a pensar que a base do ju ízo será sem palavras. O homem condenado estará vendo e ouvindo a si próprio sem nenhuma condição de desculpar-se. 47 ♦ Juízo inescapável (Mt 12.33-37). Logo após a blasfêmia dos fariseus, é que Jesus falou do pecado imperdoável . Jesus colocava o centro do mal no coração humano, e não nas forças dele. Mesmo as palavras de blasfêmia não seriam, afinal, sérias, se fossem apenas sons da boca, ou da garganta para fora. Mas as palavras são sérias, pois vêm do coração, expressando o que a pessoa é, tanto quanto fala, mediante a analogia do fruto e do tesouro. Jesus torna claro que é na vida que as palavras e atos expressam o caráter, o que a pessoa é, que elas são importantes. Uma árvore pode produzir frutos apenas segundo a sua espécie ou qualidade (Mt 7.16-20). Bom e mal não se refere a estado de saúde, mas a qualidade de frutos, comest íve is ou não. Uma pessoa pode t irar do seu tesouro só o que tem, seja bom ou mau. Jesus faz uma clara dist inção entre um homem bom e um homem mau, usando termos morais. A pessoa é ju lgada até por toda palavra fútil, isto é, palavras o c io sa s1 e sem propósitos. As palavras duras acerca de uma raça de víboras são dirigidas àqueles que, devido à cegueira espontânea, dizem que a obra de Deus é natureza da fonte de que procedem. Sem dúvida, as palavras expressam o que a pessoa é, como no caso dos hipócritas (Mt 7.21-23), mas as palavras acompanhadas de atos, na verdade, podem revelar o que uma pessoa é, especialmente palavras costumeiras e não premedi tadas , que refletem padrões, pelos quais a pessoa inconscientemente 1 Que não trabalha; de soc upa do; inat ivo. 48 desvenda os seus pensamentos , sentimentos e valores. Jesus não está dizendo que o bem e o mal estão no coração, de onde vem a palavra. As palavras revelam profundamente o caráter de uma pessoa e também o seu estado de espírito. ♦ O per igo das pa lavras ociosas (Mt 12.36). Há muitas pessoas com grandes responsabil idades espir i tuais que não tem pesado bem suas palavras, usam gírias e não tem parado para pensar nos perigos das pa lavras ociosas. Gíria é vocabulá rio demoníaco. Quantas gírias são usadas no dia a dia de muitas pessoas e até nos púlpitos! Pornografia parece ser um mal incurável para muitos, usam-nos em palavras e até com gestos. Conscientemente ou inconscientemente qualquer palavra ou gesto ocioso, será levado a juízo: “Mas eu vos digo que toda a p a la vra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no diado ju ízo . Porque p o r tuas pa lavras serás condenado ” (Mt 12.36-37). Quando a tribo de Efraim quis fazer guerra a Jefté por não terem par tic ipado da grande vitória deste guerreiro, sendo derrotado por ele, tentaram fugir da morte, mas quando ten ta ram atravessar os Vales do Jordão, t inham que passar por um teste: pronunciar uma palavra que eles não conseguiam falar (Jz 12.6). Com isto provaram que eram da tribo de Efraim, sendo assim, ju lgados pela palavra. 49 Questionário ■ Assinale com “X ” as al ternat ivas corretas 1. É errado: a l̂_j O pensamento é impuls ionado por sugestões verbais b ) 0 Já se tornou normal conhecer os pensamentos sem as palavras que expressam as idéias c ) D Toda a cooperação entre os seres humanos depende, para seu sucesso, da comunicação verbal d)|_J O caráter é reve lado pela l inguagem empregada pelo indivíduo 2. Tiago 1.19 diz que todo homem esteja a)l I Pronto para estudar b ) |_| Pronto para falar c ) 0 Pronto para ouvir d ) |_| Pronto para pregar 3. É incoerente afirmar que: a)l_| As palavras revelam profundamente o caráter de uma pessoa e também o seu estado de espíri to tOl_1 O homem sábio é aquele que está pronto para ouvir antes de emitir os seus conselhos c)l J Uma pessoa que admite estar errada está dizendo que é sábia hoje mais do que era ontem d l Q " Para que se dê falso testemunho, sempre é necessár io usar expressamente a palavra ■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 4. O A Bíblia diz que o homem fala daquilo que o seu coração está cheio 5. H A pessoa só não será ju lgada pelas palavras fúteis, isto é, palavras ociosas e sem propósitos 50 A Palavra do Cristão “Seja, porém, o vosso fa la r : Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37). A palavra do cristão não se caracteriza pela ambigüidade e mesmo inverdade, mas pela expressão dos verdadeiros sentimentos do seu coração. As palavras possuem uma importância tal, cpie os gregos as consideravam como objetos l i teralmente sólidos, e que, ao serem pronunciadas, eram capazes de atingir a alguém. Por isso, os homens costumavam conf irmar suas palavras com juramentos . Os judeus, por exemplo, t inham o hábito de jurar por qualquer coisa a fim de que suas palavras íossem aceitas como verdadeiras. E sempre ju ravam utilizando uma “te rceira pessoa” : “ Juro pelos céus” , ou “Juro pela te r ra” . Os juramentos , naquela época, serviam como uin penhor para dete rminados compromissos. Jesus deixou claro que se nós formos pessoas firmes em nossas palavras, não precisaremos ju ra r por terceiros para que a nossa palavra seja tida como verdadeira. Nossa palavra deve ser “ sim, s im ” , “não, não” . Jesus condenou taxat ivamente a vu lgar ização1 dos ju ramentos para confi rmar uma palavra dada a alguém, pois até o que é sagrado (o nome de Deus, por exemplo), naquele tempo, era usado para conf irmar si tuações normais e, em alguns casos, até comprometedoras. Além disso, certos ju ramentos podem obrigar os homens a agirem, em determinados momentos , de 1 Tornar vu lgar ou notór io , di fundir . 51 forma contrária ao que juraram. Isto porque, nem sempre eles estão dispostos a arcarem com os efeitos de um juramento inconseqüente. Outrossim, os nossos juramentos são relativos diante daquEle que tem todo o poder sobre o Universo. Nossas palavras são finitas e se esgotam em nossas próprias l imitações. O que levaria o Mestre a tocar nesse assunto? Podemos inferir duas razões: ■ Para que os crentes refl i tam na responsabil idade e l imitação de suas palavras; e ■ Saibam quando deverão, com prudência, dizer, “ s im” ou “não” . O compromisso com a palavra empenhada é uma área extremamente significat iva para os re lacionamentos . Não poderia ter sido diferente porque a pa lavra é a força p ro p u lso ra 1 da engrenagem humana, tanto para o bem quanto para o mal. Ela é o instrumento que aciona grandes negócios, constrói sólidas amizades, aproxima as nações, mas, ao mesmo tempo, pode ter efeito devas tador2, dependendo . da forma como é empregada. Daí a sua importância no contexto da ética pregada por Cristo. 1. A relatividade dos juramentos . 1.1. Rela tiv idade ante a grandeza divina. Na passagem bíb lica em apreço destaca-se outra vez a expressão: “ouvistes que f o i dito aos antigos” (Mt 5.33), em alusão à forma estri tamente legalista como os fariseus in terpre tavam a lei mosaica, agora na questão dos ju ramentos . E tanto que o princípio farisaico ao qual Jesus se reporta nesse 1 Que im pe le para diante. 2 A qu e l e que destrói , dani f i ca . 52 versículo não aparece daquela forma em nenhuma parte do AT (ver Êx 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 5.11; 23.23), consti tuindo-se, portanto, apenas numa interpretação es tr i tamente juríd ica que os doutores da lei t inham do Pentateuco. Quando o Mestre quest iona essa abordagem, não está pondo em dúvida o dever de manter-se o compromisso com a palavra empenhada, nem está admitindo o p e r jú r io 1. O que está sendo argüido pelo Senhor é a vulgarização dos ju ramentos , isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por exemplo, em Mt 5.34) para leg i t imar2 si tuações da rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identif ica como tomar o nome de Deus em vão (Êx 20.7). Era comum, entre os judeus, ju ra r pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais importante o objeto do juramento , maior significado linha o compromisso. Até mesmo o céu era invocado por testemunha entre as partes (ver Mt 23.16-22). Mas como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo da história? 1.2. Rela tiv idade ante as circunstâncias. Estas superam o poder das nossas palavras e nos colocam muitas vezes em si tuações que nos impedem de agir da forma como desejávamos. 1 Juramento fa l so. Tornar l e g í t im o para todos os e f e i t o s da le i , legal izar. 53 O próprio Mestre levanta a questão, quando afirma: “Nem ju ra rá s pe la tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco em p r e to ” (Mt 5.36). Ora, se nos faltam condições de determinar o efeito das circunstânc ias do tempo sobre o nosso organismo, como firmar nossas palavras em nome de alguma coisa sobre a qual não temos controle? Chega-se, portanto , à seguinte conclusão: nenhum juramento garante que as nossas palavras serão cumpridas, por maior valor que tenha o símbolo sagrado para firmá-lo. Eis a razão pela qual o Senhor nos ensina a evitar esse recurso para garanti r o que estamos falando. Ensino este, que Tiago repete em sua epístola (Tg 5.5). A verdade é que já naquela época, como também nos dias de hoje, o uso ind isc r im inado1 dos ju ramentos tornou-se um recurso sem credibil idade porque passou a ser uma forma de tentar legit imar a mentira. Normalmente , quando alguém precisa “ju ra r” por alguma coisa é porque a “ sua verdade” está desacreditada. 2. O domínio pessoa l no uso da Palavra. 2.1. A p rudênc ia da reflexão. Verifica-se, mais uma vez, agora quanto à palavra do cristão, que a essência do ensino de Cristo não está na forma ou nos símbolos exteriores de compromisso com a verdade, mas nas ati tudes do coração. Um símbolo (ou ju ramento ) nada representa se o propósito para o qual aponta não estiver revestido de legit imidade. Portanto, o que Jesus procura realçar é a necessidade do domínio pessoal para que a nossa 1 N ão d i s t ing uid o , não separado. 54 palavra tenha o peso correspondente à ser iedade com que l idamos com as si tuações da vida. Aqui entraa prudência da reflexão. E o “estarmos prontos para ouvir” , conforme Tiago 1.19. Temos a tendência de falar mais do que devíamos e ouvir menos do que precisamos. Isto contribui para a perda da capacidade de refletir , resultando freqüentemente em afirmações precipitadas ou mesmo fraudulentas que não passam na prova da verdade. 2.2. A prudênc ia do auto-exame. Por conseguinte, aquele que reflete antes de fazer qualquer tipo de pronunciamento jamais deixará de submeter-se ao auto-exame da consc iência para medir os efeitos de tudo quanto possa estar engendrando em seu coração (cf. Gn 6.5; Lc 6.45). Isto porque a palavra é apenas um meio de trazer à tona aquilo que foi previamente art iculado nos e scan in h o s1 do pensamento. ' • 2Mesmo que haja hipocris ia ou astúcia no que está sendo dito, tudo é premeditado para que o ouvinte tenha as melhores impressões e acredite piamente tratar-se da verdade. 2.3. A prudência do domínio verbal. Tal atitude leva a outro comportamento: a capacidade de dominar a l íngua, cujo efeito o apóstolo Tiago compara à força do pequeno leme de uma nau, capaz de conduzi- la de um lado para outro ao menor movimento dos braços do piloto (Tg 3.1-12). 1 Re c a nt o , e sconder i jo ; p eq u e n o com part imento , gera lmente secreto , em caixa , gaveta , cofre . 2 Hab i l idad e em enganar, manha, art imanha, malíc ia . 55 Ter domínio verbal não significa calar-se, tornar-se alienado ou deixar de posicionar-se quando as c ircunstâncias o exigem. Significa, isto sim, estar consciente de que há tempo para todas as coisas, entre elas o ato de falar, com as seguintes implicações: ■S Falar na hora certa; •S Falar quando for necessár io; S Falar apenas o indispensável ; S Falar com sinceridade; ■S Falar para construir , e, S Medir as conseqüências do que fala (ver Tg 5.5). 3. A pa lavra do cristão. 3.1. Quando é poss íve l d izer sim. Com isto em mente, chegamos ao âmago do ensino de Cristo sobre a palavra do cristão (Mt 5.37). Aqui está implícita a idéia de firmeza em nossa comunicação pessoal, de maneira que a nossa palavra em si baste, sem qualquer juramento , para firmar os nossos compromissos. Sem nos esquecermos, por outro lado, de ponderar as circunstâncias, as nossas limitações e a soberania de Deus sobre todas as coisas (ver Tg 4.13-15). Tal discernimento nos dará condições não só de saber a hora de dizer sim, mas a forma de (e quando) fazê-lo, para que sejamos capazes de cumprir com as nossas obrigações. 3.2. Quando é indispensável dizer não. Ter essa firmeza de decisão, por conseguinte, levar-nos-á a dizer não, com amor, sempre que for indispensável , mesmo que, para alguns, não seja uma ati tude fácil. 56 Por faltar ao sacerdote Eli a capacidade de dizer não aos pecados dos filhos, Israel sofreu um de seus mais re tum ban te s1 fracassos e perdeu a glória de Deus (cf. 1 Sm 3.10-14; 4.1-22). 3.3. A procedência maligna da duplicidade. Mas, na verdade, a idéia que Mateus 5.37 deixa transparecer é que em nenhuma circunstânc ia jamais devemos mentir , nem usarmos de duplic idade 'em nossas posições, mas assumir a responsabil idade de nossa palavra no tocante a todas as áreas de nossa vida. A chamada posição de neutral idade - nem contra, nem a favor - sempre foi condenada pelas Escrituras (“é de procedência m al igna”), pois revela muitas vezes ausência de caráter, falta de compromisso ic mero oportunismo (cf. Ap 3.16). Temos de assumir nossos erros e acertos e encará-los de frente com a responsabil idade de quem tem, sobretudo, compromisso com a verdade diante de Deus. Em questões de fé, por exemplo, não há meio- termo: ou estamos do lado da verdade ou contra ela. Assim, contrariando os fariseus, o Senhor Jesus expôs a correta in terpre tação da lei mosaica quanto aos ju ramentos para demonst rar que a essência da vida cristã não está nas formalidades de alianças que nem sempre refle tem a verdade do coração. O Dever Correspondido “Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que f a z a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Os verdadeiros seguidores são reconhecidos pela obediência e não pelo devotamento. 1 A qu i lo que é re f l et ido com es trondo , que ecoa , ressoa. 57 Jesus veio a dar o verdadeiro sentido da lei. Assume assim uma autoridade super ior aos profetas do AT. Estes disseram; “Assim diz o Senhor”, Jesus disse: “Eu vos digo” . Paulo mostra que aquilo que vigora da lei é a parte ética e não a cer imonial ( I C o 7.18.19; Cl 2.16). Por isso Jesus pode falar em guardar os seus mandamentos (Jo 14.15). E Paulo em cumprir a lei de Cristo (G1 6.2). ♦ A fa l ta de relacionamento (Mt 7.21-23). Pode parecer que este parágrafo oferece uma escolha simples entre dizer e fazer, mas não é este o caso. Os que aqui foram reje itados foram tanto os que falavam quanto os que faziam. Eles disseram: Senhor! Senhor! e faziam obra religiosa, profetizavam, expulsavam demônios, e rea lizavam milagres e feitos poderosos. Os atos requeridos são o fazer a vontade de Deus, e não meramente realizar atos e ritos religiosos, por impressionantes que sejam. Para muitos que dizem: “ Senhor! Senhor!” , e fazem coisas sensacionais como profecia, exorcismo, milagres ou grandes feitos, e que não serve para glori ficar a Deus, o veredicto, no Juízo Final será: “Nunca vos conhec i” (Mt 21.22). Não é que uma vez eles t ivessem sido conhecidos, depois esquecidos, eles nunca haviam entrado em um re lacionamento salvador em Cristo. Ao “ fazer” que é requerido além de “dizer” , claramente não é igualado com ortodoxia, profecia, exorcismo ou milagre. A entrada no Reino dos Céus é prometida apenas para os que fazem a vontade do Pai celestial (Mt 6.10). 58 O Evangelho de Mateus te rmina com esta nota: “Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho ordenado” (Mt 28.20). ^ Os dois fu n dam en tos (Mt 7.24-27). Só o que obedece é prudente e por isso tem um fundamento sólido ( IC o 3.11). Esse fundamento suporta tormentos, os desapontamentos e a perseguição. Todos os homens estão edificando. Todos estão procurando terreno para edificar. Todos sofrerão a prova da resistência. Esta é a conclusão do sermão da montanha, Jesus sabia que muitos o tra tariam como Ezequiel foi tratado (Ez 33.31). O acontecimento precisa tornar-se ação; a teoria, prática; e a teologia, vida. A autoridade é respei tada pe la obediência (Mt 21.28-32). A entrada tr iunfal de Jesus em Jerusalém e a pur if icação do templo causaram grande indignação aos l íderes religiosos presentes. Eles perguntaram: “ Com que autoridade fa ze s tu estas coisas? E quem te deu tal au tor idade?” (Mt 21.23). Com três parábolas Jesus mostra o que consti tui respei to à autoridade: Obediência. Trata de dois f ilhos a primeira parábola da série. Ambos eram imperfeitos. Nenhum deles era a espécie de filho que trazia alegria perfe ita ao pai. Mas a atitude de um foi melhor que a do outro. O primeiro representava os israeli tas que se consideravam jus tos , respondendo sim a ordem do pai para trabalhar. Trata o pai com cortesia, mas não com obediência. Cortesia que não vai além das palavras é ilusória. Ass im também foram os israeli tas. Eles promete ram obediência , mas falharam. 59 I i |)i i.i i ivsposllr do segundo filho: “Não 11111 tu l' ■ 11■ ' iilii iii|iii os piibIicanos e meretrizes, 11111 ii u-lmlo 11( indo .1111111<> que é vil, repugnante e alheio ao seminu nlo puro c palriolico. Mas esses csl;lo mais cônscios do pecado e se ar rependem mais prontamente . O ponto central aqui é que a autoridade é respeitada pela obediência, não com meras palavras. Há pessoas cuja profissão de fé é melhor que sua prática. Prometem muito, aparentam piedade e fidelidade. Mas
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