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ETICA CRISTA TEOLOGIA OBRREIRO

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Ministério da Igreja
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IBA D EP In s titu to B íb lico da A ssem bléia de D eus - 
E nsino e pesquisa
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E n sin o e Pesquisa 
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85980-000 - G uaíra - PR 
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DIGITALIZAÇÃO
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ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL
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Ética Cristã / Teologia do Obreiro
Pesquisado e adaptado pela Equipe 
Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto 
Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus 
do Estado do Paraná.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários 
ensinadores.
5a Edição - Junho/2006
Todos os direitos reservados ao IBADEP
2
Diretorias
C IE A D E P
Pr. J o s é P i m e n t e l d e C a r v a l h o - P r e s i d e n t e de H o n r a 
Pr. I s r ae l S o d r é - P r e s i d e n t e
Pr. J o s é A n u n c i a ç ã o d o s S a n t o s - I o V i c e - P r e s i d e n t e
Pr. M o i s é s L a c o u r - 2 o V i c e - P r e s i d e n t e
Pr. I v a l T h e o d o r o da S i l v a - I o S e c r e t á r i o
Pr. S a m u e l A z e v e d o d o s S a n t o s - 2 o S e c r e t á r i o
Pr. S i m ã o B i l e k - I o T e s o u r e i r o
Pr. M i r i s l a n D o u g l a s S c h e f f e l - 2 ° T e s o u r e i r o
A E A D E P A R - C o n s e lh o D e l i b e r a t i v o
Pr. I s ra e l S o d r é - P r e s i d e n t e
Pr. Iva l T e o d o r o da S i l v a - R e l a t o r
Pr. J o s é A n u n c i a ç ã o d o s S a n t o s - M e m b r o
Pr. M o i s é s L a c o u r - M e m b r o
Pr. S a m u e l A z e v e d o d o s S a n t o s - M e m b r o
Pr. S i m ã o B i l e k - M e m b r o
Pr. M i r i s l a n D o u g l a s S c h e f f e l - M e m b r o
Pr. J o s é C a r l o s C o r r e i a - M e m b r o
Pr. J a m e r s o n X a v i e r de S o u z a - M e m b r o
A E A D E P A R — C o n s e lh o de A d m i n i s t r a ç ã o
Pr. J o s é P o l i n i - P r e s i d e n t e
Pr. R o b s o n J o s é B r i t o - V i c e - P r e s i d e n t e
Pr. M o y s é s R a m o s - I o S e c r e t á r i o
Pr. H e r c í l i o T e n ó r i o d e B a r r o s - 2 o S e c r e t á r i o
Pr. E d i l s o n d o s S a n t o s S i q u e i r a - I o T e s o u r e i r o
Pr. L u i z C a r l o s F i r m i n o - 2 o T e s o u r e i r o
I B A D E P
Pr. H é r c u l e s C a r v a l h o D e n o b i - C o o r d . A d m i n i s t r a t i v o 
Pr. J o s é C a r l o s T e o d o r o D e l f i n o - C o o r d . F i n a n c e i r o
3
Cremos
1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três 
pessoas: O Pai, Filho e o Espíri to Santo. (Dt 6.4; 
Mt 28.19; Mc 12.29).
2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única 
regra infalível de fé normativa para a vida e o 
caráter cristão (2Tm 3.14-17).
3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte 
vicár ia e expiatória, em sua ressurreição corporal 
dentre os mortos e sua ascensão vitor iosa aos céus 
(Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).
4) Na pecaminosidade do homem que o desti tuiu da 
glória de Deus, e que somente o arrependimento e 
a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo 
é que pode res taurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).
5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela 
fé em Cristo e pelo poder atuante do Espíri to 
Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem 
digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8).
6) No perdão dos pecados, na salvação presente e 
perfe ita e na eterna just if icação da alma recebidos 
gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício 
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 
10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).
7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo 
inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do 
Filho e do Espíri to Santo, conforme determinou o 
Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 
2 . 12).
4
8) Na necessidade e na possib il idade que temos de 
viver vida santa mediante a obra expiatória e 
redentora de Jesus no Calvár io , através do poder 
regenerador, inspirador e sant if icador do Espíri to 
Santo, que nos capacita a viver como fiéis 
testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe
1.15).
9) No bat ismo bíblico no Espíri to Santo que nos é 
dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, 
com a evidência inicial de falar em outras l ínguas, 
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 
19.1-7).
10) Na atualidade dos dons espiri tuais distr ibuídos 
pelo Espíri to Santo à Igre ja para sua edificação, 
conforme a sua soberana vontade ( IC o 12.1-12).
11) Na Segunda Vinda premilenia l de Cristo, em duas 
fases dist intas. Pr imeira - invisível ao mundo, para 
arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande 
Tribulação; segunda - vis ível e corporal , com sua 
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo 
durante mil anos ( lT s 4.16. 17; ICo 15.51-54; Ap 
20.4; Zc 14.5; Jd 14).
12) Que todos os cristãos comparecerão ante o 
Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos 
seus feitos em favor da causa de Cristo na terra 
(2Co 5.10).
13) No ju ízo vindouro que recompensará os fiéis e 
condenará os infiéis (Ap 20.1 1-15).
14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis 
e de tr isteza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).
5
M etodologia de Estudo
Para obter um bom aproveitamento, o aluno 
deve estar consciente do porquê da sua dedicação de 
tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em 
sua formação.
Lembre-se que você é o autor de sua história 
e que é necessár io atualizar-se. Desenvolva sua 
capacidade de raciocínio e de solução de problemas, 
bem como se integre na problemática atual, para que 
possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à Igreja 
em que está inserido.
Consciente desta real idade, não apenas 
acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou 
trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido 
abaixo e comprove os resultados:
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela 
sua salvação e por proporcionar- lhe a 
opor tunidade de estudar a sua Palavra, para assim 
ganhar almas para o Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar 
e direc ionar suas faculdades mentais através do 
Espíri to Santo, desvendando mistérios contidos 
em sua Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que 
ser organizados, ler com precisão as lições, 
medita r com atenção os conteúdos.
2. Local de estudo:
Você precisa dispor de um lugar próprio para
estudar em casa. Ele deve ser:
6
a) Bem arejado e com boa i luminação (de 
preferência, que a luz venha da esquerda);
b) Isolado da ci rculação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição:
Tudo o que fazemos por opção alcança bons 
resultados. Por isso adquira o hábito de estudar 
voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se 
da importância dos i tens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse, 
dividindo-se entre as disciplinas do currículo 
(dispense mais tempo às matérias em que t iver 
maior dif iculdade);
b) Reservar, diariamente , algum tempo para 
descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará 
desligado de outras at ividades;
c) Concentrar-se no que está fazendo;
d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, 
tronco ereto), para evitar o cansaço físico;
e) Não passar para outra lição antes de dominar bem 
o que estiver estudando;
f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. 
Quando perceber que está cansado e o estudo não 
alcança mais um bom rendimento , faça uma pausa 
para descansar.
4. Aproveitamento das aulas:
Cada disciplina apresenta caracterís t icas 
próprias, envolvendo di ferentes comportamentos: 
raciocínio, analogia, inte rpretação, aplicação ou 
simplesmente habil idades motoras. Todas, no
7
entanto, exigem sua part ic ipação ativa. Para
alcançar melhor aproveitamento, procure:
a) Colaborar para a manutenção da disciplina na 
sala-de-aula;
b) Participar at ivamente das aulas, dando 
colaborações espontâneas e perguntando quando 
algo não lhe ficar bem claro;
c) Anotar as observações complementares do 
moni tor em caderno apropriado.
d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo extraclasse:
Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve:
a) Fazer diariamente as tarefas propostas;
b) Rever os conteúdos do dia;
c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se 
constatar alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao 
monitor na aula seguinte. Procure não deixar suas 
dúvidas se acumulem.
d) Mater ia is que poderão ajudá-lo:
■ Mais que uma versão ou tradução da Bíblia 
Sagrada;
■ Atlas Bíblico;
■ Dicionário Bíblico;
■ Encic lopédia Bíblica;
■ Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;
■ Um bom dic ionário de Português;
■ Livros e aposti las que tratem do mesmo 
assunto.
1
8
e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em 
mente:
■ A necessidade de dar a sua colaboração 
pessoal;
■ O direito de todos os integrantes opinarem.
6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:
a) Revise toda a matéria antes da avaliação;
b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!);
c) Concentre-se no que está fazendo;
d) Não tenha pressa;
e) Leia atentamente todas as questões;
f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis;
g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a 
prova.
Bom Desempenho!
9
Currículo de Matérias
> Educação Geral
ÊQ História da Igreja -S 
CO Educação Cristã 
BS Geografia Bíb lica 1/
> Ministér io da Igreja
CO Ética Cristã / Teologia do Obreiro </ 
CO Homilé tica / Hermenêutica ^
GQ Família Cristã ^
03 Adminis tração Eclesiás tica /
> Teologia
CO Bibliologia /
CO A Trindade • /
CO Anjos, Homem, Pecado e Salvação ^ 
CO Heresiologia v/
CO Eclesiologia / Miss io logia S
> Bíblia
& C3 Pentateuco 
CO Livros Históricos /
0 CO Livros Poéticos 
• CQ Profetas Maiores 
EDI Profetas Menores J 
CO Os Evangelhos / Atos \i 
C3 Epístolas Paulinas / Gerais v 
e. £3 Apocal ipse / Escatologia
10
Abreviaturas
a.C. - antes de Cristo.
ARA - Almeida Revista e Atual izada 
ARC - Almeida Revista e Corrida 
AT - Antigo Testamento 
BV - Bíblia Viva
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
c. - Cerca de, aproximadamente , 
cap. - capítulo; caps. - capítulos, 
cf. - confere, compare.
d.C. - depois de Cristo.
e.g. - por exemplo.
Fig. - Figurado.
fig. - f igurado; f iguradamente , 
gr. - grego 
hb. - hebraico
i.e. - isto é.
IBB - Imprensa Bíblica Brasileira 
Km - Símbolo de quilometro 
lit. - literal, l i teralmente.
LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo
Testamento)
m - Símbolo de metro.
MSS - manuscr itos
NT - Novo Testamento
NVI - Nova Versão Internacional
p. - página.
rcf. - referência; refs. - referências
ss. - e os seguintes (isto é, os vers ículos consecutivos
de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss,
significa IPe 2.1-25).
séc. - século (s).
v versículo; vv. - versículos.
ver - veja
11
índice
Lição 1: A Ética C r i s t ã ......................................................... 15
Lição 2: Uso e Abuso da L ín g u a ......................................... 39
Lição 3: Teologia do Obreiro - Parte 1 ........... 63
Lição 4: Teologia do Obreiro - Parte 2 .......... 87
Lição 5: Teologia do Obreiro - Parte 3 ........113
Referências B ib l io g rá f ic a s .................................................137
13
Lição 1
A Ética Cristã
A É t i c a é p a rt e da F i l o s o f i a a q u a l e s t u d a o s v a l o r e s 
m o r a i s e o s p r i n c í p i o s i d e a i s d a c o n d u t a h u m a n a ;
É c i ê n c i a n o r m a t i v a q u e s e r v e d e b a s e à f i l o s o f i a p rá t i c a ;
T a m b é m é o c o n j u n t o de p r i n c í p i o s m o r a i s q u e s e d e v e m 
o b s e r v a r n o e x e r c í c i o d e u m a p r o f i s s ã o .
Para que tenhamos uma melhor compreensão 
se faz necessár io definir a pa lavra “mora l” : (da raiz 
latina “mores”) costumes, conduta, comportamento, 
modo de agir.
Na vida prá tica, porém, nem sempre é fácil 
ao homem d isce rn i r1 se determinado ato livre é, ou foi, 
contrário ou não à sua natureza humana. Por isso, todo 
liomem adulto é dotado de consciência, que é a 
expressão imediata, a norma próxima do senso moral. 
( 'oncretamente, agir mora lmente bem significa, pois, 
agir segundo a própria consc iência (Consciência 
Moral).
lún síntese. Ética Cristã é :
U m s o m a t ó r i o d e p r i n c í p i o s q u e f o r m a m e d ã o s e n t i d o à 
v ida c r i s t ã n o r m a l . É o q u e c a d a c r e n t e p e n s a e fa z .
I Conhecer d is t intamente ; perceb er laro por qua lquer dos
I I nlidos: apreciar; d ist inguir; discr iminar.
15
Vós Sois o Sal da Terra”
Nos tempos bíblicos o sal era de maior 
importância, mais valioso, menos abundante e de difíci l 
aquisição. Jesus não disse que apenas alguns crentes 
especiais são “ Sal da Terra” . Ele afirmou: “Vós sois” , 
re ferindo-se a todos os filhos de Deus.
O Sal é considerado como uma propriedade 
dist inta e importante, ou seja, a de conservar ou de 
condimentar. A idéia aqui não indica especialmente 
uma função definida, como a de conservar ou de 
condimentar , ou ainda, como dos muitos usos do sal, 
mas a idéia geral é que o crente santif icado deve 
possuir a realidade daquilo que professa, da mesma 
forma que o sal apresenta a propr iedade que esperamos 
dele. Essa real idade é expressa de muitas e variadas 
formas.
Aqueles que conhecem a questão dizem-nos 
que o sal puro não perde seu caráter distinto, mas uma 
vez misturado com elementos impuros e estranhos pode 
perder sua propr iedade. O sal pode conservar sua 
aparência como sal, mas não o seu caráter. Realmente, 
transforma noutra substância.
O sal insípido para nada mais presta a não 
ser lançado fora e ser p isado pelos homens. “O 
propósi to destas palavras , como precisamos considerar, 
não é para esmagar os que caem, é para avivar o senso 
de dever e impelir os discípulos a andarem de acordo 
com a sua chamada” .
Se o Cris t ianismo não funcionar como deve, 
como é que o mundo poderia receber qualquer coisa da 
boa graça de Deus?
A religião sem autenticidade dif ici lmente 
tem uso digno para os discípulos de Jesus ou para o 
mundo em geral.
16
O sal que perde a sua virtude ou sabor, suas 
qualidades distintas, não tem mais razão para exist ir.
O cloreto de sódio puro (sal) não se 
deteriora, mas pode ser adulterado, e então perde suas 
propr iedades e se torna inútil, pois então deixa 
realmente de ser sal (Mc 9.49-50; Cl 4.6; E f 4.29).
O sal perde seu sabor e torna-se in s íp id o 1 ou 
insulso2 com:
Pouco ven to . O sal para atingir o sabor ideal 
necessita de bastante ventania na época de sua 
formação. Espir i tua lmente o crente sem o vento do 
Espíri to da Vida e do poder, não subsiste (Gn 2.7; 
Ez 37.9,10,14; Jo 3.8; 20.22; At 2.2; Et 4.16);
Pouca lu z . Muita luz é fundamental para a 
formação de um bom sal. O efeito químico da luz 
sobre a água em tra tamento é fundamental na 
transformação desta em sal. Abundante luz celestial 
é a grande necessidade para o crente ser um bom 
sal. Sem isso ele pode ter uma pregação como é o 
caso do sal insípido. Sem fé é impossível o pecador 
chegar ao Senhor, pois o mundo está em trevas.
Pouco ca lor . Sem calor o sal em sua formação 
perderá em qual idade e se arruinará. Uma igreja 
espiri tua lmente fria torna-se inerte, inativa, 
decadente e incapaz de ser o “ sal da te r ra” . Em 
lugar de uma tal igreja influir nos padrões de vida e 
práticas do mundo sem Deus, o mundo é que 
influirá nela pela corrupção,tal qual faz o fermento 
na massa.
O sal que se tornar insípido perde três coisas
principais:
1 Que não tem sabor; que não é sáp ido . F ig . Desa gr adá ve l ; 
t edioso; m onó to no .
Que não tem sal; in so ss o ; que não tem sabor; ins íp ido .
17
^ ■ P e rd e o seu s a b o r . “Se o sal for insípido, com que 
se há de sa lg a r? ” (Mt 5.13).
^ ■ P e rd e o seu v a l o r . “Para nada mais p r e s ta ” (Mt
5.13).
v ■ P e rd e o seu l u g a r . “Para se lançar fo r a ” (Mt
5.13).
Na Química, o sal é chamado de cloreto de 
sódio. Esta subs tânc ia tem propr iedades importantes. 
Por isso, Jesus a usou para t ipif icar o papel daqueles 
que são seus discípulos.
1. O sal preserva.
Desde tempos imemoria is , o sal tem sido 
uti l izado pelos povos como substância conservante, que 
preserva as caracterís t icas dos alimentos.
O cristão, como o sal espiri tual, tem a 
capacidade de preservar o ambiente sob sua influência. 
Este mundo ainda existe porque, apesar de sua 
degeneração, a Igreja, formada pelos crentes, está 
preservando o que resta de saúde moral e espiri tual no 
mundo. Quando a Igreja for t irada da terra, a podridão 
tomará conta dos povos sem Deus, levando-os à 
decomposição final, que os levará ao Inferno.
O crente tem o dever de “ salgar” para 
preservar sua família, seus amigos, crentes ou não e 
todos os que estejam de uma forma ou de outra sob sua 
influência. Através das missões, da evangelização local 
e regional, a Igreja espalha o sal sobre o mundo, para 
que ele não apodreça de vez.
2. O sal dá sabor.
Uma comida sem sal nunca é vista como 
saborosa. Normalmente , é indicada para pessoas que 
estão com problemas de saúde, para quem é contra- 
indicado o uso do sal.
18
A Bíblia registra a importância do sal, como 
elemento que dá sabor: “ Ou comer-se-á sem sa l o que é 
insípido? Ou haverá gos to na clara do ovo?” (Jó 6.6). 
Da mesma forma, o crente em Jesus tem a propr iedade 
de dar sabor espiri tual ao ambiente em que vive, à vida 
dos que lhe cercam.
Há pessoas que se sentem felizes em 
conviver com crentes fiéis, sentindo o efeito benéfico 
do contato com eles. E isso glorifica o nome do 
Senhor. E necessár io ter sal na vida, ou seja, um viver 
cheio de alegria, de poder, entusiasmo, cheio do 
Kspírito Santo.
Jesus reconhecia o valor do sal, quando 
afirmou: “Bom é o sal, mas, se o sa l se tornar insulso, 
com que o adubareis? Tende sal em vós mesmos e paz, 
uns com os outros” (Mc 9.50). Em seu ensino, Ele disse 
que, “se o sal f o r insípido, com que se há de salgar? 
l 'ara nada mais pres ta, senão p a r a se lançar f o r a e ser 
pisado pelos homens’1'’ (Mt 5.13). Isso quer dizer que, se
0 crente deixar de dar seu testemunho, sua vida perde o 
sentido, torna-se inútil, e passa a ser “p isado” pelos 
pecadores.
i. Sal na medida.
Uma das carac te rí s t icas do sal é sua 
humildade” . Ele preserva e dá sabor, sem aparecer. 
Assim é o crente fiel. Ele é humilde. Não faz questão 
ilc iiparecer. Quando o sal “ aparece” , pelo excesso, 
ninguém suporta.
O crente como sal prega mais com a vida do 
i|iii com palavras. João Bat ista foi um exemplo.
1 .iliindo sobre Jesus, disse: “E necessário que ele
i icsça e que eu d im inua” (Jo 3.30).
O crente, quando tem sal demais, torna-se 
insuportável. Isso acontece, quando se torna fanático.
19
Em lugar de passar para os outros o sabor da vida 
cristã, acaba afugentando as pessoas, com excesso de 
santidade. São legalistas, que vêem pecados em tudo.
Por outro lado, há os que não têm mais sal 
em suas vidas. São os l iberalis tas , que se acomodam 
com o mundanismo, e dizem que nada é pecado. São 
extremos. E preciso ter equil íbr io no testemunho.
Paulo disse: “A vossa pa lavra seja sempre 
agradável, temperada com sal, para que saibais como 
vos convém responder a cada um ” (Cl 4.6). O fruto do 
Espíri to inclui a temperança (G1 5.22).
O Crente - Luz do Mundo
Em Mateus 5.14, Jesus diz aos seus 
seguidores de todos os tempos: “ Vós sois a luz do 
mundo.. ." . A luz bri lha e se opõe às trevas.
O cristão deve saber que o mundo jamais 
verá a Deus de maneira melhor do que o próprio crente 
é capaz de apresentar através de suas atitudes. Por isto 
Jesus acrescentou: “Assim brilhe também a vossa luz 
diante dos homens, para que vejam as vossas boas 
obras e glorif iquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt
5.16).
■ Davi foi chamado de luz de Israel (2Sm 21.17). Os 
seus descendentes chamados de luzes (lRs- 11.36; 
SI 132.17; Lc 2.32).
■ Jesus Cristo é a V erdade ira Luz do mundo que 
i lumina a todo homem (Jo 1.9).
Segundo Paulo, os crentes são luzes 
secundárias. Aos crentes são reputadas luzes porque 
part ic ipam da luz que vem da fonte luminosa que é 
Cristo: “Para que vos torneis ir repreensíveis e
sinceros, f i lhos de Deus inculpáveis no meio de uma
20
geração perver t ida e corrupta, na qual resplandeceis 
como luzeiros no m undo ” (Fp 2.15).
A esfera do mundo é trevas; trevas da 
ignorância, a sua esfera é escuridão, Jesus foi à luz 
entre os homens (Jo 1.5). Mas os homens amaram mais 
as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.
Os crentes também são luzes que i luminam 
as trevas segundo os ensinos de Jesus, sem essa 
i luminação o mundo seria um lugar tenebroso , seus 
discípulos, pois, devem ser “ como uma cidade 
edificada sobre um monte” .
Mesmo que as luzes fossem fracas, as 
cidades edificadas sobre o monte, seriam vistas de 
grande distância. Ass im também deve ser o crente, 
bri lhando e dissipando as trevas.
A presença real de Deus na vida do crente 
fará dele uma luz verdadeira, e Deus será glorificado 
era sua vida. O crente como luz exerce o seu verdadeiro 
sacerdócio.
/. “ Vós sois a luz do m u n d o ”.
Fazendo uso de m e tá fo ra s1, Jesus afirmou 
que os seus discípulos são “a luz do m undo” . Figura 
extraordinária essa! Diferentemente do sal, que não é 
visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida, 
quando aparece.
1.1. O testemunho elevado.
Comparando seus seguidores como luz do 
inundo, Jesus disse que “não se pode esconder uma
1 Tropo que co n s i s te na trans ferência de uma palavra para um 
ninbito se mâ nt i co que não é o do obje to que e la des ign a , e que se 
l imdamenta numa re lação de se m e lh a n ç a subent endi da entre o 
sent ido próprio e o f igurado; t ranslação. [Por metáfora, cham a-s e 
r a p o s a a uma p e s s o a astuta, ou se d es ig n a a ju v en tu d e p r i m a v e r a 
<l;i vida.]
21
cidade edif icada sobre um monte". De fato, as cidades 
sobre os montes, quando chega a noite, refle tem as 
luzes de suas casas e ruas.
Como luz, o crente está edificado sobre 
Cristo, em posição muita elevada. Ele “nos ressuscitou 
jun ta m en te com ele, e nos f e z assentar nos lugares 
celestiais, em Cristo J e su s ” (E f 2.6). O salmista 
reconhecia essa posição elevada, quando disse: “Leva- 
me p a ra a rocha que é mais alta do que eu” (SI 61.2).
1.2. Crentes no velador.
Jesus disse que não se “acende uma cande ia1 
e se coloca debaixo do a lque ire2, mas no velador, e dá 
luz a todos os que estão na casa ’’’ (Mt 5.15). Velador é 
um suporte de madeira, sobre o qual se coloca um 
candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na casa, de 
forma que a luz que ali est iver, i lumine a todos que 
estiverem a seu redor.
“Mas quem pra t ica a verdade vem para a 
luz, a f i m de que as suas obras sejam manifestas, 
porque são f e i ta s em D eu s ” (Jo 3.21). Infelizmente, há 
pessoas nas igrejas, que se colocam debaixo do 
alqueire do comodismo, da indiferença, da falta de fé e 
de ação, e apagam-se , por lhes faltar o oxigênio da 
presença de Deus.
1.3. O testemunho que resplandece.
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos 
homens. . . " (Mt 5.16). O crente em Jesus não tem luz 
própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode1 P eq ue no aparelho de i l u m ina çã o , que se su spe nde por um 
pr ego , co m rec ip ie nte de f o l ha -d e- f la n d re s , barro ou outro 
material , ab as t ec id o c o m ó le o , no qual se em b eb e uma torcida, e 
de uso em cas as pobres .
2 U m a va s i l ha de med ida de a lque ire , que servia para medir 
cerea i s , f ei ta de barro, co m a cap a c i da d e de 8 l itros e meio .
22
ser comparado a um planeta, que é um astro i luminado 
por uma estrela, em torno do qual ele gravita. Na 
verdade, nós somos i luminados por Jesus. Ele, sim, é a 
“estrela da a lva” (2Pe 1.19), a “resplandecente Estrela 
da manhã” (Ap 22.16). NEle , e em torno dEle, nós 
vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso 
testemunho, precisamos e sp a rz i r1 a “ luz do evangelho 
da glór ia de Cris to” (2Co 4.4).
1.4. “Para que vejam as vossas boas o b r a s ”.
O crente, como luz, dá seu testemunho, 
através das boas obras de salvo, “Porque somos fe i tura 
sua, criados em Cristo Jesus p ara as boas obras, as 
quais Deus p reparou para que andássemos ne la s” (Ef 
2 . 10).
Muitos têm ganhado almas para Jesus, na 
evangelização, porque praticam um testemunho 
eloqüente2, em todos os lugares. Sabemos de servos e 
servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a 
família, por causa de suas ati tudes cristãs; outros, que 
no trabalho, ganharam seus colegas, por causa do 
comportamento cristão. Com isso, eles g lori ficam a 
Deus, que está nos céus.
Paulo, exortando os crentes acerca do 
lestemunho, disse que fizessem tudo “para que sejais 
irrepreensíveis e sinceros, f i l h o s de Deus inculpáveis 
no meio duma geração corrompida e perversa, entre a 
qual resplandeceis como astros no mundo'1'1 (Fp 2.15).
Em Provérbios, lemos: “Mas a vereda dos 
justos é como a luz da aurora, que vai bri lhando mais 
i' mais até ser dia per fe i to ” (Pv 4.18).
1 líspalhar ou derramar (um l íqu ido) ; irradiar, difundir.
I <fí. Exp re ss i vo , s ig n i f i c a t iv o , pe rs ua s i v o , con v i n ce nt e .
23
2. No mundo, os crentes são fo ras te i ros e peregr inos .
Não devemos pertencer ao mundo (Jo 15.19), 
nem se conformar com ele, muito menos amá-lo ( l J o
2.15). Deve-se odiar a iniqüidade do mundo, morrer 
para o mundo (G1 6.14) e ser l iberto do mundo (Cl 
1.13; G1 1.4). Aquele que crê em Jesus vence o mundo 
( U o 5.4).
S Amar o mundo corrompe nossa comunhão com 
Deus e leva à destruição espiri tual . E impossível 
amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; 
Lc 16.13; Tg 4.4); '
S Significa estar em estreita comunhão com ele e 
dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e 
prazeres.
■S Significa ter prazer e satisfação naquilo que 
ofende a Deus e que se opõe a Ele.
Obs.: Os termos ‘m u n d o ’ e ‘t e r ra ’ não são sinônimos; 
Deus não proíbe o amor à terra criada, isto é, à 
natureza, às montanhas, às f lorestas, etc. (...).
■ O crente não deve ter comunhão espiri tual com 
a q u e le s que vivem o sistema iníquo do mundo (Mt 
9.11; 2Co 6.14);
■ Deve reprovar aber tamente o pecado deles (Jo 7.7; 
E f 5.11);
■ Deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 
5.13,14);
■ Deve amá-los (Jo 3.16);
■ Deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 
1.22,23).
24
Questionário
■ Assinale com “X ” as a lternat ivas corretas
1. Ética não é:
a ) |_] A parte da Filosofia que estuda os valores morais
e_os princípios ideais da conduta humana
b ) U A ciência normativa que serve de base à filosofia 
prática
c ) l_J O conjunto de princípios morais que se devem
observar no exercício de uma profissão
d ) 0 O sentimento que predispõe alguém a desejar o 
bem de outrem, ou de a lguma coisa
2. Os fatores que levam o sal a perder seu sabor e
tornar-se insípido, são:
a) |_ | Pouco vento, pouca luz e pouco fogo
b)|_ | Pouca água, pouca luz e pouco fogo
c) |_! Pouco vento, pouca luz e pouco calor
d ) 0 Pouca água, pouca luz e pouco calor
3. É correto dizer que:
a ) |_| O crente, quando tem sal demais, torna-se mais
crente, é um exemplo a ser seguido
b ) @ O crente como luz exerce o seu verdadeiro 
sa_cerdócio
c) l_1 O crente em Jesus tem luz própria. Ele é
estrela, com luz própria
d ) l_| Os legalistas não têm mais sal em suas vidas,
se acomodam com o mundanismo
■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
•I [t] O crente como sal prega mais com palavras do
que com a vida
' ■ 0 0 crente, como luz, dá seu testemunho, através
das boas obras de salvo
25
Jesus e o Antigo Testamento
Jesus ratif icou o AT.
Cabe assentar, de início, que todas as vezes 
que Jesus menciona as Escri turas refere-se ao AT (cf. 
Mt 7.12; 22.40; Lc 4.16-21; 24.25-27).
É co n sen so 1 entre alguns eruditos, baseados 
na tradição judaica, que, apôs o retorno dos judeus do 
exílio babilónico, Esdras tenha sido o grande 
responsável pela formação do cânon do Antigo 
Testamento tal qual o texto empregado por Jesus e 
conhecido em nossas Bíblias hoje.
Isto significa que ao afirmar o seu 
compromisso de não “destruir a lei e os p ro fe ta s” (Mt
5.17), Cristo ratif icou todo o AT, considerando-o como 
a revelação conhecida de Deus. O Mestre chegou, 
inclusive, a citar a divisão comumente empregada pelos 
estudiosos da época, como aparece em Lucas 24.44: 
Lei, Salmos e Profetas.
Sob este aspecto, o AT introduziu no mundo 
o projeto de Deus em Cristo que se realizou no NT, 
mediante a proc lamação da chegada do Reino de Deus 
(ver Mc 1.14,15).
Jesus cumpriu o AT.
Cristo não só ratif icou, mas cumpriu em si 
mesmo o Antigo Testamento (Mc 1.17), englobando aí 
os minuciosos t ipos descritos no Penta teuco e os 
va t ic ín ios2 dos profetas que apontavam em sua direção. 
Ele reconheceu-se o ponto convergente da história da 
salvação primeiramente anunciada por Deus ao
1 Co nformidade; acordo de idé ias .
2 P red i ção , profec ia.
26
primeiro casal e pos te r io rmente re ite rada aos patriarcas 
e ao povo de Israel mediante a Lei e a revelação 
profética (ver Gn 3.15; 12.1-3; Is 9.6; Mq 5.2).
O ato da encarnação do Filho de Deus, cujo 
á p ice 1 foi a sua entrega como o Cordeiro que redime o 
homem (ver Jo 1.14,29), cumpriu a perspectiva da fé 
dos heróis do AT e inaugurou um novo tempo em que 
os padrões éticos revelados por Deus na Lei e nos 
profetas são reafirmados por Cristo (Jo 1.18) como o 
modelo desta nova era.
Jesus realça os ensinos morais do AT.
Enquanto sob a Lei as regras que 
expressavam esses ensinos tornaram-se vazias porque 
os judeus res t r ing iram 2 a sua prát ica à superf ic ialidade 
do exterior, agora se revestem de um novo e real 
sentido, porque dependem do coração t ransformado 
através da obra redentora de Cristo para serem 
exper imentadas (cf. Rm 7.1-25).
A Ética Absoluta do Reino de Deus
O significado das leis cer imonia is de Israel.
Todavia , há que se dist inguir , no Penta teuco, 
í i s leis cer imoniais, sociais e cívicas dadas por Deus a 
Moisés. Elas foram exclusivas para o povo de Israel, 
sem obr igatoriedade para os cristãos (cf. Cl 2.16-23). 
Apesar disso, o conteúdo ético, moral, que as norteia e 
os princípios implícitos são pertinentes ao povo de 
Deus de qualquer época.
Não se discute, por exemplo, o caráter de 
pureza implícito em certas normas cer imoniais (cf. Lv
1 1’nnto mais e l eva do ; o mais alto grau.
I ornar mais es tre ito , apertado.
27
5.3; 7.20,21). Ainda que elas não tenham ju r i sd iç ã o 1 
sobre a Igreja, o propósito para o qual apontavam 
permanece inalterado, pois a pureza de coração é uma 
das principais qualidades da vida cristã (ver lT m 1.5; 
5.22; IPe 1.22,23).
A universa lidade dos pr inc íp ios morais da Lei 
mosaica.
Todavia , além das normas já citadas, havia 
outras de caráter explic itamente moral, cuja 
universal idade está clara nas Escrituras . São válidas 
para “ todas as pessoas, em todas as épocas e em todos 
os lugares” .
O Senhor as reiterano Sermão do Monte e 
declara de maneira con tunden te2 a sua importância 
como marco dis t intivo do Reino de Deus (Mt 5.18,19). 
São referenciais permanentes e imutáveis que se 
aplicam em qualquer cultura e expressam não só o 
padrão de santidade exigido por Deus, mas também o 
tipo de reação que se espera do crente diante das 
diferentes c ircunstâncias da vida (cf. Mt 5.38-42).
Porque a ética do Reino de Deus é absoluta.
A ética do Sermão do Monte, portanto, tem 
caráter absoluto. Ela não se altera ao sabor das 
diferentes si tuações, não se ajusta ao que pensa o 
homem e nem se modif ica para adaptar-se ao esti lo de 
vida de cada um, mas é a exata expressão do propósito 
de Deus para o seu povo (ver Mt 5.48; IPe 1.13-16).
1 Poder atribuído a uma autor idade para fazer cumprir 
determinada cat egor ia de leis .
2 In c i s iv o , d e c i s i v o .
28
A Busca do Padrão Ético do Reino de Deus
É par te da responsabi lidade cristã. A busca 
deste padrão ético deve, portanto , consti tui r-se no alvo 
de cada crente, sendo parte de sua responsabil idade 
cristã. Como Paulo ensinou aos gálatas, não se trata de 
obrigação imposta por um sistema legal, mas de algo 
que resulta de já estarmos crucificados com Cristo e de 
Ele ter assumido a nossa própria vida para tornar-nos 
capazes de ardentemente prosseguir em busca desse 
objetivo (ver G1 2.20; Fp 3.12).
Isto implica afirmar, com absoluta 
segurança, que se o crente não manifesta esse desejo de 
aperfeiçoar a sua vida cristã a cada dia, nos moldes 
ensinados por Cristo no Sermão do Monte, é certo que 
não tenha exper imentado a verdadeira transformação 
interior ou a tenha perdido no meio do caminho. Ainda 
que a força da Lei não produza nenhuma piedade, só 
aparência, o coração transformado será compel ido a 
expressar em sua vida esse padrão ético desejado por 
Deus (cf. SI 42.2; 63.1).
E resultado exclusivo da graça. Por outro 
lado, cabe ressaltar , com a mesma segurança, que, se 
nenhum esforço humano pode produzir não só o 
ardente desejo, mas também a possib il idade de se 
experimentar, aqui e agora, essa dimensão ética do 
Reino de Deus, só há uma resposta a ser dada: ela é 
resultado exclusivo da graça (ver Rm 6.1-15).
O propósito de Cristo é que as exigências 
espirituais da Lei de Deus se cumpram na vida de seus 
seguidores (Rm 3.31; 8.4). O re lacionamento entre o 
rente e a Lei de Deus envolve os seguintes aspectos:
■ A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste 
nos princípios éticos e morais do AT (Mt 7.12; 
22.36-40) bem como nos ensinamentos de Cristo e
29
dos apóstolos (Mt 28.20; ICo 7.19; G1 6.2). Essas 
leis revelam a natureza e a vontade de Deus para 
todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT 
destinadas diretamente à nação de Israel , tais 
como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou 
cívicas, j á não são obrigatórias (Hb 10.1-4; Lv 
1.2,3; 24.10).
■ O crente não deve considerar a Lei como sistema
de mandamentos legais através do qual se pode 
obter mérito para o perdão e a salvação (G1 
2.16,19). Pelo contrário, a Lei deve ser vista como 
um código moral para aqueles que já estão num 
re lacionamento salvífico com Deus e que, por 
meio da sua obediência à Lei, expressam a vida de 
Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).
■ A fé em Cristo é o ponto de partida para o
cumprimento da Lei. Mediante a fé nEle, Deus 
torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a
obediência que prestamos como crentes não
provém somente do nosso re lacionamento com 
Deus como legis lador soberano, mas também do 
re lacionamento de filhos para com o Pai (G1 4.6).
Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça 
de Deus (Rm 5.21) e pelo Espíri to Santo que nele 
habita (G1 3.5,14), recebe o impulso interior e o poder 
para cumprir a Lei de Deus (Rm 16.25,26). Os crentes 
têm sido libertos do poder do pecado, e sendo agora 
servos de Deus (Rm 18.22), seguem o princípio da fé, 
pois estão “debaixo da lei de Cris to” ( IC o 9.21).
Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a 
vontade do seu pai celeste é uma condição permanente 
para a entrada no Reino dos Céus.
30
A Conduta Cristã e a Santidade Pessoal
“Antes santi f icai a Cristo, como Senhor, em 
vosso coração; estando sempre preparados para 
responder a todo aquele que vos ped ir razão da 
esperança que há em voz” ( I P e 3.15).
Santif icação é o supremo ideal de Deus para 
i> crente. Fomos salvos quando aceitamos Jesus Cristo 
como salvador. Nesse dia o Espíri to Santo veio habitar 
cm nós para começar a obra da santi f icação em nossas 
vidas.
S A salvação é instantânea. Recebemo- la de uma 
vez e para sempre, no momento em que cremos em 
Jesus.
S A santi f icação é um processo contínuo. E ação 
divina do Espíri to Santo no coração do crente, mas 
exige que o crente a deseje e a busque, o que 
implica com a cooperação que o Espíri to Santo 
quer realizar nele.
O crente em Jesus Cristo é uma pessoa 
diferente, dotada de novo poder, de novos propósitos, 
dc novos motivos, de novos interesses e de novos 
desejos implantados em sua alma pelo Espíri to Santo.
1 sIo, porém, não significa que ele esteja fora do alcance 
(Iíis forças que se opõe aos impulsos espiri tuais.
O crente não é só espírito. Enquanto estiver 
nc^te mundo, lutará contra as tendências da carne, que 
•a* esforçam para sufocar sua santidade.
O mundo não proporciona um ambiente 
pmpício ao desenvolv imento espir i tual porque está em 
»■posição a Deus (Tg 4.4). Mas é no mundo cada vez 
i i u i s corrompido, que o crente tem que viver e 
irslemunhar, como sal da terra e luz do mundo, como 
mu verdadeiro astro.
31
J- O crente não p er tence ao mundo.
A degradação moral do homem sem Cristo 
não leva Deus a re laxar os seus padrões. A santif icação 
é o apelo em que Deus consinta o homem a subir um 
pouco mais, qualquer que seja a sua condição 
espiri tual.
Diante de nós está um alvo posto por Deus: 
“Até que todos cheguemos a unidade da fé , ao 
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, a 
medida da estatura completa de Cristo'’’’ (Ef 4.13).
<1- Deus exige que o crente seja santo.
“Portanto sant i f icai-vos, e sede santos, po is 
eu Sou o Senhor vosso Deus. E guardai os meus 
estatutos, e cumpri-os: eu Sou o Senhor que vos 
san t i f ica’’’ (Lv 20.7,8).
O desejo de Deus é que a santif icação seja 
uma realidade na exper iênc ia do crente, ao dizer 
“Santif icai-vos e sede San tos” . Deus mostrou que essa 
exigência é motivada por ser Ele um Deus santo. 
Temos que agir de modo que sejamos dignos do Deus 
com quem afirmamos ter comunhão.
Há uma fábula persa que diz ter um 
caminhante achado um pedaço de argila da qual se 
desprendia estranha fragrância. Crendo que se tratava 
de n a r d o 1 disfarçado de argila, o caminhante indagou: 
“Porque tanta f ragrânc ia?” . A resposta foi: “Porque 
tenho vivido perto de uma ro sa” .
Nós também, como vasos de barro, quando 
nos aproximamos daquele que é Santo, sentimos em
1 Planta herbácea, da fam í l ia das va ler ianá ceas (N a r d o s t a c h y s 
j a t a m a n s i ), originár ia da Á s i a , cujo r i zoma, aromático , foi muito 
em pre gad o p e l o s an t igos em perfumaria
32
nosso ser penet rar a fragrânc ia dos nardos celestiais, e
0 nosso rosto bri lha em meio à escuridão em que vive o 
mundo.
■ A santi f icação é o f r u to do trabalho do homem de 
Deus. Só a a lcançaremos se a dese jarmos e a 
buscarmos. Só por seu esforço, porém, o homem 
nunca poderá alcançá-la. Por isso, Deus diz: “Eu 
sou o Senhor que vos sant i f ico” .
■ Santidade é um atributo pe ssoa l de Deus. 
Procurando elevar-se as alturas em que Deus está, 
o crente vai escalando, pouco a pouco, os degraus 
desta ascensão sublime. Não se consegue a 
santi f icação num instante.
■ E obra para toda a vida. Diante de cada crente 
está a figura máxima, o motivo inspirador, oVarão Perfeito, que é Cristo, o Senhor. Ele é a 
razão pela qual nossa vida deve transformar-se , 
dia a dia, na maior semelhança de Sua pessoa.
1 O crente tem sua vida foca l i za d a em Cristo.
“Portan to , se j á ressuscitado com Cristo, 
buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está 
assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são 
de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. 
1’ensai nas coisas que são de cima, e não nas que são 
da terra: Porque j á estais mortos e a vossa vida está 
escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo que é a 
vossa vida, se manifestar, então também vós vos 
manifestareis com ele em g ló r ia ” (Cl 3.1-4).
Nessa passagem, Paulo dá ênfase que o 
crente no seu batismo, demonst ra que morreu para o 
mundo, morreu para uma velha vida, e ressusci tou para 
uma vida nova em Cristo. Ora, se isto é verdade, o 
homem não pode continuar sendo a mesma pessoa que 
ora antes. Ele agora deverá ter outros objetivos, um
33
novo padrão de vida. O seu antigo interesse pelas 
coisas vãs e passageiras desta vida deve ter sido 
mudado por uma paixão pelas verdades eternas. O 
crente deverá encarar os acontecimentos da terra do 
ponto de vista eterno, e não do passageiro.
A nova vida com Cristo traz em si o 
imperativo da pureza e da santidade. Cer tamente o 
crente cont inuará traba lhando no mundo e usando as 
coisas do mundo. Porém, a sua ati tude agora será outra. 
Ao invés de receber, ele dividirá com outros; ao invés 
de ordenar, ele servirá, e ao invés de vingar-se ele 
perdoará. Para o incrédulo, estas atitudes são 
pra ticamente impossíveis. Porém, o crente salvo está 
inteiramente envolto pela vontade soberana de Deus, 
sua vida será to ta lmente diferente.
O crente santi f icado está com sua vida 
escondida em Cristo, em Deus Pai. O que está 
escondido não se pode ver. O mundo não pode entender 
a verdadeira excelência do crente, porém, este crente 
desconhecido será conhecido pela glória de Deus que 
se manifestará nele.
S Deus exige santidade (Lv 20.1-8);
•S Somos templos de Deus ( IC o 6.12-20);
■S Pur ificação pessoal ( l J o 3.1-10);
S Os santos são di ferenciados (Lv 20.22-27);
^ Livres da lei do pecado (Rm 8.1-8);
S Apresentam o Fruto do Espíri to (G1 5.16-26);
■S Devem despojar-se de tudo (Cl 3.1-17).
4- A santidade é uma necessidade hum ana .
E a presença de Deus na alma que produz a 
santi f icação. Escrevendo aos crentes de Corintos, 
Paulo disse: “Não sabeis que vós sois o templo de 
Deus, e que o Espír ito de Deus habita em vós?” ( ICo
3.16). Realmente , santo no sentido absoluto, só existe
34
um em todo o universo. Nunca ser iamos santos sem a 
atuação de Deus em nós.
A santidade de vida é a g lór ia de Deus 
reflet ida pe lo crente. Quando o homem está cheio da 
paz de Deus, na tura lmente procura viver em paz com 
seus semelhantes. Por falta de santidade na vida, ocorre 
miopia, para não dizermos a cegueira espiri tual.
A santidade é a condição exclusiva para se 
ver a Deus em sua Palavra , na vida diária, na natureza 
ou no companheir ismo íntimo e na vida escatológica 
(Hb 12.14; Mt 5.8).
J- O aspecto prá t ico da santificação.
A santi f icação tem f in a l idade ética. Não se 
busca santidade apenas para um vida contemplativa. 
Não foi este, pelo menos, o exemplo de Jesus.
Nada no Evangelho é estático. A santidade 
também é dinâmica. Por isso, o apóstolo Pedro diz que 
o crente, per tencendo a grande família dos remidos do 
Senhor, buscará viver em harmonia com seus irmãos, 
solidarizando-se com eles nas suas tr istezas e alegrias, 
manifestando-lhes misericórd ia e tra tando-os com 
humildade, isso é, o fruto do amor fraternal.
Quem sabe sofrer um mal ou uma injúria 
revela maior força moral do que aquele que “paga com 
a mesma m oeda” , como se costuma dizer. Num plano 
ainda mais elevado se encontra aquele que é capaz de 
bendizer aquele que injuria ou quem lhe deseja mal. 
Não estamos dizendo que seja fácil viver assim. Mas 
Jesus não nos chamou para andarmos nos caminhos 
fáceis da vida. E nisto que provamos nossa relação com 
Ele, que é, para nós, o modelo sublime de santidade.
Os que viveram com o Senhor Jesus Cristo 
são unânimes a dizer que sua vida foi inatacável, e que 
não foi achado engano na sua boca. Por isso a Escritura
35
recomenda: “ Santif icai-vos em vossos corações a
Cristo como o Senhor” .
Só a santidade realiza milagres de glória. Se 
crescermos em santidade, a Igreja também crescerá em 
nível, e daremos a Deus melhores condições de usar- 
nos na sua santa causa (2Co 6.16 - 7.1).
Santi f icar é separar para dedicar. Santo é 
aquilo que se separa do profano para ser dedicado ao 
serviço da Divindade. Assim os vasos de ouro usados 
nos cultos sacrificiais de Israel eram santos. Porque 
eram separados de qualquer outro uso para serem 
dedicados exclusivamente ao serviço de Jeová. O 
crente é santo porque está separado do mundo e
dedicado a Deus.
Viver uma vida de sant idade deve ser o 
objetivo de cada crente. Ele está neste inundo, mas 
separado de Deus, sujeito à sua vontade em tudo, e 
esforçando-se para desenvolver-se à semelhança do 
Mestre. Uma vez que não há como enfatizar em 
demasia o imperat ivo moral do Evangelho. Este requer 
obediência e santidade, por quanto nada tem o podei de 
salvar o homem a não ser o Evangelho.
A sant if icação leva o crente mais perto de 
Deus e leva o pecador a se in teressar por Ele por causa 
da l inha divisória existente, na manifestação do poder 
de Deus na vida do crente. Mediante a transformação 
moral segundo a imagem de Cristo é que auferimos a 
transformação metafísica. Isso significa que mediante a 
vereda moral somos levados à part ic ipação na natureza 
de Cristo, na qualidade de filhos de Deus em que 
duplica a imagem do Filho.
“Mas todos nós, com cara descoberta, 
refletindo como um espelho à glória do Senhor, somos 
transformados de glór ia em glória, na mesma imagem, 
como pelo Espírito do Senhor” (2Co 3.18).
36
Aqueles que estão sendo transformados 
segundo a imagem de Cristo tem a responsabil idade de 
demonst rar aos homens deste mundo a eficácia da 
graça de Deus, que neles opera. Se isso for feito como 
se deve, então os crentes, sant if icados, serão capazes 
de levar outros a par tic iparem da graça de Deus, de 
modo a virem louvar ao Senhor com suas palavras e 
com sua vida diária:
“E perseverando unânimes todos os dias no 
Templo, e p ar t indo o pão em casa, comiam ju n to s com 
alegria e s ingeleza de coração, louvando a Deus, e 
caindo na graça de todo o povo. E todos os dias 
acrescentava o Senhor à Igre ja aqueles que se haviam 
de sa lvar” (At 2.46, 47).
Questionário
■ Assinale com “X ” as al ternat ivas corretas
6. Quanto à re lação de Cristo com o AT, é errado dizer:
a ) |_I Cristo ratif icou todo o AT, considerando-o
_como a revelação conhecida de Deus
b)|_J Ele cumpriu em si mesmo o AT
c ) |_| Ele realçou os ensinos morais do AT
d ) Q Uma vez ra tif icado o AT por Jesus, é 
descartado a “Lei e os Profe tas”
7. A busca do padrão ético do Reino de Deus:
a ) Q É uma obr igação imposta por um sistema legal
b ) Q É excluída da responsabil idade cristã
c)|__] E resultado exclusivo da graça
d ) l_] Deve ser afastada do alvo de cada crente
37
8. É corre to afirmar que:
a)[x| Santificar é separar para dedicar 
tOP] Santidade é um atributo pessoal de toda a 
humanidade
c ) D A santi ficação não possui f inalidade ética
d ) Q A santidade é incapaz de realizar milagres de 
glória
■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
9. j^j O conteúdo ético, moral, que norteia a Lei 
mosaica e os princípios implícitos, são pertinentes 
somente ao povo de Israel
10. 0 Quem sabe sofrer um mal ou uma injúria revela 
maior força moral do que aquele que “paga com a 
mesma moeda”
38
Lição 2
Uso e Abuso da Língua
“Palavras, palavras, somentepa lav ras” . “Ele 
é apenas um fa lador” . Essas afirmativas i lustram uma 
comum depreciação da importância da l inguagem. 
Porém, haverá outras coisas, neste mundo, tão potentes 
para o bem ou para o mal como as palavras?
A fala é a faculdade que dist ingue o homem 
dos animais irracionais. É um sinal de personalidade. O 
subconsciente se manifesta somente através da fala. É 
impossível conhecer os pensamentos sem as palavras 
que expressam as idéias. A ação é precedida pelo 
pensamento. O pensamento antecede a ação. Porém, o 
pensamento é impuls ionado por sugestões verbais.
Toda a cooperação entre os seres humanos 
depende, para seu sucesso, da comunicação verbal. A 
solidariedade cultural de um grupo se alicerça sobre 
um idioma comum. O caráter é reve lado pela 
l inguagem empregada pelo indivíduo (Mt 12.33-37).
^ O perigo da maledicência .
As palavras eram consideradas de uma 
maneira muito literal e concreta no AT. Os hebreus 
criam que uma vez que as pa lavras deixassem os lábios 
do homem, não es tavam mais sob sua inf luência ou 
controle. Não poderia chamá-la de volta, mesmo se 
quisesse fazê-lo.
39
A língua é um pequeno membro, mas grande 
é o seu poder! Toda a palavra deve ser medida e pesada 
antes de ser pronunciada. A palavra deve ser 
“ temoerada com sal” .
Quando Isaque foi enganado ao abençoar 
Jacó ao invés de Esaú, não podia retomar a palavra da 
benção e redigi-la a Esaú (Gn 27.30-38). As palavras 
eram consideradas como tendo uma existência separada 
da pessoa que falava. Uma vez ditas, eram vias para 
efetuar seu próprio cumprimento.
Aquele que difama seu irmão, também o 
mata_moralmente. A língua tem sido um instrumento do 
mundo maligno e perturbador em que vivemos. Ela 
pode ^contaminar o corpo inteiro, isto é, macular o 
corpo inteiro. Leva o indivíduo a se ocupar de muitas 
coisas duvidosas: encoraja-o a abusar do seu corpo, 
leva-o a macular sua personal idade toda.
<$► O q ue a l íngua p ode f a z e r ou ser.
■ Os lábios podem ser enganosos (Pv 8.20);
■ Cheios de conhecimento (Pv 5.2; 10.32);
■ Falsos (Pv 10.18; 12.22; 17.7);
■ Verdadeiros (Pv 12.19);
■ Pecaminosos (Pv 12.13);
■ Justos (Pv 16.13);
■ Agradáveis (Pv 16.21);
■ Danosos (Pv 24.2);
■ A língua pode ser falsa (Pv 6.17; 12.19; 26.28);
■ Sedutora (Pv 6.24);
■ Perversa (Pv 10.31);
■ Sábia (Pv 15.2);
■ Boa (Pv 15.4);
■ Maligna (Pv 17.4).
40
A lista acima contém boas e más qualidades. 
Isto mostra que há um potencial para o bem e para o 
mal na fala humana.
Com nossas l ínguas ferimos ou curamos, 
construímos ou destruímos, abençoamos ou 
amaldiçoamos. É importante, portanto, que aprendamos 
usar a l íngua como instrumento de bênçãos (Pv 18.21).
O homem que fala a verdade no tr ibunal é 
louvado. A pessoa que é jus ta sempre promoverá a 
just iça por falar a verdade. A pessoa jus ta fala a 
verdade, não porque está sob juramento , mas por que é 
da sua natureza fazê-la. Qualquer outra ati tude seria 
altamente detestável.
O mentiroso, por outro lado, não merece a 
confiança para dizer a verdade, mesmo quando está sob 
juramento. Suas mentiras levam ao fracasso da justiça. 
O falso testemunho é um problema sério.
b Algumas adver tências contra a maledicência.
Paulo, em Efésios 4.31 diz que toda malícia 
deverá ser t irada, e em Tito 2.1-2, diz que não se deve 
ihfamar a j i inguém.
Tiago 3.6 apresenta a l íngua como um mundo 
de iniqüidade, que pode inflamar o curso da vida até 
precipitar a pessoa no inferno, e a compara com uma 
fonte que não pode dar água doce e água amargosa. O 
homem não tem condições de bendizer a Deus e 
maldizer a seu irmão (Tg 4.11). Pedro, na sua primeira 
carta, diz que o homem deve se despojar de toda 
maldade e de toda malícia ( IPe 2.1; 3.10).
Todo crente deve ter uma língua sã, 
agradável. A l íngua só deve ser usada para o bem. O 
salmista diz que o verdadeiro cidadão do céu é aquele 
que não sabe difamar pom a sua l íngua, e que fala a 
verdade segundo 'o seu coração (SI 15.1-3).
41
Enquanto o ímpio estiver perto, a boca 
deverá estar fechada (SI 39.1). Todo homem deve ser 
pronto para ouvir e tardio para falar. E tardio para se 
irar. Porque a ira não opera a jus tiça (Tg 1.19).
Uso e Abuso da Língua
“Não consintas que tua boca fa ç a pecar a 
tua carne, nem digas diante do anjo que f o i erro; p o r 
que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que 
destruísse a obra das tuas m ãos?” (Ec 5.6).
De todos os assuntos tratados por 
Provérbios , nenhum recebe tanta atenção quanto o uso 
e abuso da l íngua, o uso correto ou incorreto das 
palavras (Mt 12.36-37).
Uma palavra falada era como um míssil 
guiado, indo em direção ao seu alvo. Quando Baraque 
não foi capaz de impedir que os israeli tas entrassem em 
seu terri tório, ele contratou Balaão para proferi r uma 
maldição contra eles (Nm 22 e 24). A maldição seria 
uma arma secreta para derrotar os israeli tas.
Bênção e maldição, e palavras em geral, 
t inham o poder de vida ou morte. O poder para moldar 
o curso dos eventos. Por tanto , a maneira como uma 
pessoa usava a sua l íngua era de grande importância.
1. A f a la como caráter (Pv 12.6,13,14).
Não há método de comunicação tão poderoso 
como a pa lavra falada. Os grandes polí t icos, f ilósofos, 
mestres e pregadores sempre souberam o valor da 
palavra falada.
As palavras são os indícios mais seguros 
para o caráter de uma pessoa. Pedro foi traído por suas 
próprias palavras enquanto estava assentado no Pátio 
do Sumo Sacerdote (Mt 26.69-73). Também, revelamos 
o que somos pela nossa palavra.
4 2
O silêncio poderá esconder a verdadeira 
natureza, mas uma vez que abrimos a nossa boca e 
filiamos, os homens sabem quem somos e como somos.
Provérbios 12.13 apresenta um contraste 
nitre o homem mau e o homem jus to , o homem mau é 
limçado e capturado pela transgressão de seus lábios. 
Suas próprias pa lavras se tornam uma armadilha para 
sua alma (Pv 18.7). Um homem justo , por outro lado, 
(-’.uarda seus lábios e escapa desse laço.
A verdade proclamada em Provérbios 12.14, 
i' que nossas palavras produzem uma colheita. Quando 
plantamos palavras más, colhemos o mal. Quando 
plantamos palavras boas, colhemos o bem.
Também podemos dizer que as palavras de 
nossa boca voltam para nós. Palavras boas voltam para 
nos abençoar e as más voltam para nos amaldiçoar.
Tempo de ouvir (Pv 12-15,16).
Tiago 1.19 diz que todo homem esteja pronto 
para ouvir. Existem horas que é melhor ouvir do que 
lalar. O homem sábio é aquele que está pronto para 
mivir antes de emitir os seus conselhos. Cada crente
■ leve exercer o ministér io do si lêncio até que saiba que 
■•nas palavras irão produzir cura e edificação.
Toda palavra deve ser bem pesada, medida e 
icinperada com sal. Quanto menos uma pessoa fala, 
menos ela errará.
Um certo teólogo disse que o amor se 
rxprime de três maneiras:
S Ouvindo aos outros;
S Doando aos outros; e,
S Perdoando aos outros.
O contraste entre o homem tolo e o homem 
'lábio, é demonstrado em Provérbios 12.15. O caminho 
iln tolo é reto aos seus própr ios olhos. Nunca pensa que
43
pode estar errado. Não tolera crí ticas e não aceita 
conselhos. O homem sábio está livre de tal engano. 
Recebe conselhos, pois está desejoso de aprender dos 
outros, não se perturba em dizer: “Eu estava errado” .
Uma pessoa que admite estar errada está 
dizendo que é sábia hoje mais do que era ontem. Há 
esperança para o tal, porque sua atitude torna possível 
para Deus dirigir sua vida.
3. O p o d er das boas pa lavras (Pv 17.17-22).
As palavras têm o poder de ferir ou de curar 
(Pv 17.18). Quando usadas de forma áspera, agem 
como uma espada. Podem ser armas letais. Usadas 
erradamente, podem ferir e matar. Já as palavras boas 
consti tuem sempre um bom remédio.
Algumas menti ras têm um período de vida 
bem grande, a ponto de a verdade ser muitas vezes 
crucificada por homens maus, masDeus criou este 
mundo de tal maneira que só a verdade tem 
permanência suprema. Toda a falsidade será um dia 
exposta e aparecerá como realmente é.
A Sinceridade na Palavra
“Não saia da vossa boca nenhuma pa lavra 
torpe, mas só a que f o r boa p a ra p rom over edif icações, 
para que dê graças aos que a ouvem ” (E f 4.29).
A palavra é o grande meio de comunicação 
que Deus concedeu aos homens. Afirmando ou 
negando, a palavra envolve responsabil idade 
incalculável no convívio humano. Pode ser instrumento 
de jus t iça ou injustiça; de bem ou de mal; de amor ou 
de ódio; de louvor ou de maldição.
Usá- la fa lsamente negando ou disfarçando a 
verdade é que o mandamento condena, a fim de que as
44
relações entre os homens tenham crédito. Aliás, a 
verdade é da própria natureza de Deus, que não pode 
mentir (Tt 1.2), e por isso Ele mesmo proíbe toda sorte 
de mentira entre os homens.
=> Não dirás fa l so tes temunho (Êx 20.16; Lv 19.16).
Testemunhar a respeito de uma pessoa é 
lazer declarações que envolvem o seu nome. O 
testemunho pode ser pres tado diante da jus tiça , e pode 
ser também dado no comum das conversas do dia a dia, 
ou nas transações, nos negócios, em que muitas vezes 
se depende de informações de terceiros sobre a 
idoneidade de alguém.
O mandamento proíbe que alguém usando 
lalsamente da pa lavra faça af irmações não verdadeiras, 
:i respeito de seu próximo, destruindo com isso, seu 
nome, sua reputação, e trazendo-lhe, não rara 
infelicidade.
Falso tes temunho em tribunal pode levar um 
inocente a condenação. Uma informação leviana sobre 
o caráter de uma pessoa pode arruinar-lhe a carreira.
Para que se dê esse falso testemunho, nem 
sempre é necessár io usar expressamente a palavra. Às 
vezes, basta si lenciar diante de uma inverdade. Outras 
vezes, um aceno, um gesto, pode produzir uma 
impressão deprecia tiva em alguém sobre outra pessoa. 
Deus quer que falemos a verdade honrando e 
icspeitando o nome alheio.
Mentira p o r br incadeira (Pv 26.18-19).
A palavra é um dom sagrado. Não é para ser 
usada em p i lh é r ia s1 que envolvam afirmações de 
i(.-sponsabilidades. Há muitos que gostam de fazer
' Dito engraçado e e sp ir i tuoso; chi ste; piada.
45
afirmações falsas sobre outras pessoas para ver os 
resultados. É uma leviandade imperdoável , que não 
pode exist ir entre crentes em Cristo Jesus.
No texto indicado essas pessoas maldosas 
são comparadas a loucas que lançam de si faíscas. 
Essas pessoas são capazes de incendiar vidas, provocar 
grandes sofrimentos com sua leviandade a inocentes. 
Contudo, serão colocados diante do tr ibunal um dia.
=> Procedamos como novas criaturas ( E f 4.15-32).
Os crentes em Cristo são novas criaturas e 
formam um só corpo, logo, o tra tamento com os não 
crentes não pode admitir a mentira, porque somos 
novas criaturas e a mentira é a manifestação do homem 
carnal e satânico.
Quanto ao convívio com os irmãos, não 
podem mentir uns aos outros, porque somos membros 
uns dos outros e o amor que nos une impede de usar a 
falsidade. Além de dever falar somente a verdade, 
como servos de Cristo, o texto apresenta outros 
procedimentos que devem ter os crentes como novas 
criaturas, no tocante ao uso da palavra, a saber: não 
usar palavras torpes, de sentido grosseiro ou imoral, 
evitar a b lasfêmia, a palavra maliciosa, as discussões 
onde manifesta a ira, gri taria exaltada.
Enfim, o uso da pa lavra do crente deve ser 
feita cri teriosamente , falando somente o que for bom 
para promover a edificação dos que a ouvem.
=> O uso responsável da palavra .
E não envolve apenas a verdade. Não deve 
usar esse dom para aquilo que for fútil, grosseiro, 
prejudicial . A palavra deve ser temperada com sal, de 
modo a levar sempre ao outro alguma edificação, toda 
e qualquer forma de mentira deve ser abominada.
46
Qualquer t ipo de mexer icos, intrigas, 
insinuações maldosas , segundas intenções nas 
expressões, desculpa para escapar de alguma 
responsabil idade e dissimulações, não passa de formas 
de mentiras e nem devem ser nomeados pelos santos.
Há pais que inst ruem seus filhos va lendo de 
várias mentiras. Quando as crianças percebem algumas 
delas, os próprios pais caem no descrédito das crianças.
Qualquer palavra que sair de vossa boca 
deve ser expressão da verdade cristalina, a mentira 
procede do diabo, ele nunca se firmou na verdade:
“ Vós tendes p o r pa i ao diabo, e quereis 
sat isfazer os desejos de vosso pai, ele f o i homicida 
desde o princípio, e não se f i r m o u na verdade, porque 
não há verdade nele; quando ele pro fere mentira, fa la 
do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e p a i da 
mentira” (Jo 8.44).
Aqueles que amam e cometem a mentira 
ficarão fora do reino de Deus, não poderão entrar nos 
céus: “Ficarão de f o r a os cães e os fe i t iceiros , e os que 
se prost i tuem, e os homicidas, e os idólatras, e 
qualquer que ama e comete a ment ira” (Ap 22.15).
Julgados Pela Palavra
“Porque p o r tuas pa lavras serás just i f icado, 
c p o r tuas pa lavras serás condenado’’'' (Mt 12.37).
A Bíblia diz que o homem fala daquilo que o 
seu coração está cheio. Que o homem bom do seu bom 
lesouro tira coisas boas, e o homem mau de seu tesouro 
lira coisas más. O homem por suas palavras jus ti f ica-se 
ou condena-se.
Alguém chegou mesmo a pensar que a base 
do ju ízo será sem palavras. O homem condenado estará 
vendo e ouvindo a si próprio sem nenhuma condição de 
desculpar-se.
47
♦ Juízo inescapável (Mt 12.33-37).
Logo após a blasfêmia dos fariseus, é que 
Jesus falou do pecado imperdoável . Jesus colocava o 
centro do mal no coração humano, e não nas forças 
dele. Mesmo as palavras de blasfêmia não seriam, 
afinal, sérias, se fossem apenas sons da boca, ou da 
garganta para fora.
Mas as palavras são sérias, pois vêm do 
coração, expressando o que a pessoa é, tanto quanto 
fala, mediante a analogia do fruto e do tesouro.
Jesus torna claro que é na vida que as
palavras e atos expressam o caráter, o que a pessoa é, 
que elas são importantes.
Uma árvore pode produzir frutos apenas
segundo a sua espécie ou qualidade (Mt 7.16-20). Bom 
e mal não se refere a estado de saúde, mas a qualidade 
de frutos, comest íve is ou não. Uma pessoa pode t irar 
do seu tesouro só o que tem, seja bom ou mau. Jesus
faz uma clara dist inção entre um homem bom e um
homem mau, usando termos morais.
A pessoa é ju lgada até por toda palavra fútil, 
isto é, palavras o c io sa s1 e sem propósitos.
As palavras duras acerca de uma raça de 
víboras são dirigidas àqueles que, devido à cegueira 
espontânea, dizem que a obra de Deus é natureza da 
fonte de que procedem.
Sem dúvida, as palavras expressam o que a 
pessoa é, como no caso dos hipócritas (Mt 7.21-23), 
mas as palavras acompanhadas de atos, na verdade, 
podem revelar o que uma pessoa é, especialmente 
palavras costumeiras e não premedi tadas , que refletem 
padrões, pelos quais a pessoa inconscientemente
1 Que não trabalha; de soc upa do; inat ivo.
48
desvenda os seus pensamentos , sentimentos e valores. 
Jesus não está dizendo que o bem e o mal estão no 
coração, de onde vem a palavra.
As palavras revelam profundamente o caráter 
de uma pessoa e também o seu estado de espírito.
♦ O per igo das pa lavras ociosas (Mt 12.36).
Há muitas pessoas com grandes 
responsabil idades espir i tuais que não tem pesado bem 
suas palavras, usam gírias e não tem parado para 
pensar nos perigos das pa lavras ociosas.
Gíria é vocabulá rio demoníaco. Quantas 
gírias são usadas no dia a dia de muitas pessoas e até 
nos púlpitos!
Pornografia parece ser um mal incurável para 
muitos, usam-nos em palavras e até com gestos. 
Conscientemente ou inconscientemente qualquer 
palavra ou gesto ocioso, será levado a juízo: “Mas eu 
vos digo que toda a p a la vra ociosa que os homens 
disserem hão de dar conta no diado ju ízo . Porque p o r 
tuas pa lavras serás condenado ” (Mt 12.36-37).
Quando a tribo de Efraim quis fazer guerra a 
Jefté por não terem par tic ipado da grande vitória deste 
guerreiro, sendo derrotado por ele, tentaram fugir da 
morte, mas quando ten ta ram atravessar os Vales do 
Jordão, t inham que passar por um teste: pronunciar 
uma palavra que eles não conseguiam falar (Jz 12.6). 
Com isto provaram que eram da tribo de Efraim, sendo 
assim, ju lgados pela palavra.
49
Questionário
■ Assinale com “X ” as al ternat ivas corretas
1. É errado:
a l̂_j O pensamento é impuls ionado por sugestões
verbais
b ) 0 Já se tornou normal conhecer os pensamentos 
sem as palavras que expressam as idéias
c ) D Toda a cooperação entre os seres humanos 
depende, para seu sucesso, da comunicação verbal
d)|_J O caráter é reve lado pela l inguagem 
empregada pelo indivíduo
2. Tiago 1.19 diz que todo homem esteja
a)l I Pronto para estudar
b ) |_| Pronto para falar
c ) 0 Pronto para ouvir
d ) |_| Pronto para pregar
3. É incoerente afirmar que:
a)l_| As palavras revelam profundamente o caráter
de uma pessoa e também o seu estado de espíri to
tOl_1 O homem sábio é aquele que está pronto para
ouvir antes de emitir os seus conselhos
c)l J Uma pessoa que admite estar errada está 
dizendo que é sábia hoje mais do que era ontem 
d l Q " Para que se dê falso testemunho, sempre é 
necessár io usar expressamente a palavra
■ Marque “C” para Certo e “E ” para Errado
4. O A Bíblia diz que o homem fala daquilo que o seu 
coração está cheio
5. H A pessoa só não será ju lgada pelas palavras 
fúteis, isto é, palavras ociosas e sem propósitos
50
A Palavra do Cristão
“Seja, porém, o vosso fa la r : Sim, sim; não, 
não, porque o que passa disso é de procedência 
maligna” (Mt 5.37).
A palavra do cristão não se caracteriza pela 
ambigüidade e mesmo inverdade, mas pela expressão 
dos verdadeiros sentimentos do seu coração.
As palavras possuem uma importância tal, 
cpie os gregos as consideravam como objetos 
l i teralmente sólidos, e que, ao serem pronunciadas, 
eram capazes de atingir a alguém. Por isso, os homens 
costumavam conf irmar suas palavras com juramentos .
Os judeus, por exemplo, t inham o hábito de 
jurar por qualquer coisa a fim de que suas palavras 
íossem aceitas como verdadeiras. E sempre ju ravam 
utilizando uma “te rceira pessoa” : “ Juro pelos céus” , ou 
“Juro pela te r ra” .
Os juramentos , naquela época, serviam como 
uin penhor para dete rminados compromissos. Jesus 
deixou claro que se nós formos pessoas firmes em 
nossas palavras, não precisaremos ju ra r por terceiros 
para que a nossa palavra seja tida como verdadeira. 
Nossa palavra deve ser “ sim, s im ” , “não, não” .
Jesus condenou taxat ivamente a 
vu lgar ização1 dos ju ramentos para confi rmar uma 
palavra dada a alguém, pois até o que é sagrado (o 
nome de Deus, por exemplo), naquele tempo, era usado 
para conf irmar si tuações normais e, em alguns casos, 
até comprometedoras.
Além disso, certos ju ramentos podem obrigar 
os homens a agirem, em determinados momentos , de
1 Tornar vu lgar ou notór io , di fundir .
51
forma contrária ao que juraram. Isto porque, nem 
sempre eles estão dispostos a arcarem com os efeitos 
de um juramento inconseqüente. Outrossim, os nossos 
juramentos são relativos diante daquEle que tem todo o 
poder sobre o Universo. Nossas palavras são finitas e 
se esgotam em nossas próprias l imitações.
O que levaria o Mestre a tocar nesse 
assunto? Podemos inferir duas razões:
■ Para que os crentes refl i tam na responsabil idade e 
l imitação de suas palavras; e
■ Saibam quando deverão, com prudência, dizer, 
“ s im” ou “não” .
O compromisso com a palavra empenhada é 
uma área extremamente significat iva para os 
re lacionamentos . Não poderia ter sido diferente porque 
a pa lavra é a força p ro p u lso ra 1 da engrenagem humana, 
tanto para o bem quanto para o mal. Ela é o 
instrumento que aciona grandes negócios, constrói 
sólidas amizades, aproxima as nações, mas, ao mesmo 
tempo, pode ter efeito devas tador2, dependendo . da 
forma como é empregada. Daí a sua importância no 
contexto da ética pregada por Cristo.
1. A relatividade dos juramentos .
1.1. Rela tiv idade ante a grandeza divina.
Na passagem bíb lica em apreço destaca-se 
outra vez a expressão: “ouvistes que f o i dito aos 
antigos” (Mt 5.33), em alusão à forma estri tamente 
legalista como os fariseus in terpre tavam a lei mosaica, 
agora na questão dos ju ramentos . E tanto que o 
princípio farisaico ao qual Jesus se reporta nesse
1 Que im pe le para diante.
2 A qu e l e que destrói , dani f i ca .
52
versículo não aparece daquela forma em nenhuma parte 
do AT (ver Êx 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 5.11; 
23.23), consti tuindo-se, portanto, apenas numa 
interpretação es tr i tamente juríd ica que os doutores da 
lei t inham do Pentateuco.
Quando o Mestre quest iona essa abordagem, 
não está pondo em dúvida o dever de manter-se o 
compromisso com a palavra empenhada, nem está 
admitindo o p e r jú r io 1.
O que está sendo argüido pelo Senhor é a 
vulgarização dos ju ramentos , isto é, a forma 
desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por 
exemplo, em Mt 5.34) para leg i t imar2 si tuações da 
rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a 
palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de 
quem a profere. É o que a Bíblia identif ica como tomar 
o nome de Deus em vão (Êx 20.7).
Era comum, entre os judeus, ju ra r pelo altar, 
pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por 
Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais 
importante o objeto do juramento , maior significado 
linha o compromisso.
Até mesmo o céu era invocado por 
testemunha entre as partes (ver Mt 23.16-22). Mas 
como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas 
palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle 
absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo 
da história?
1.2. Rela tiv idade ante as circunstâncias.
Estas superam o poder das nossas palavras e 
nos colocam muitas vezes em si tuações que nos 
impedem de agir da forma como desejávamos.
1 Juramento fa l so.
Tornar l e g í t im o para todos os e f e i t o s da le i , legal izar.
53
O próprio Mestre levanta a questão, quando 
afirma: “Nem ju ra rá s pe la tua cabeça, porque não 
podes tornar um cabelo branco em p r e to ” (Mt 5.36).
Ora, se nos faltam condições de determinar o 
efeito das circunstânc ias do tempo sobre o nosso 
organismo, como firmar nossas palavras em nome de 
alguma coisa sobre a qual não temos controle?
Chega-se, portanto , à seguinte conclusão: 
nenhum juramento garante que as nossas palavras serão 
cumpridas, por maior valor que tenha o símbolo 
sagrado para firmá-lo. Eis a razão pela qual o Senhor 
nos ensina a evitar esse recurso para garanti r o que 
estamos falando. Ensino este, que Tiago repete em sua 
epístola (Tg 5.5).
A verdade é que já naquela época, como 
também nos dias de hoje, o uso ind isc r im inado1 dos 
ju ramentos tornou-se um recurso sem credibil idade 
porque passou a ser uma forma de tentar legit imar a 
mentira. Normalmente , quando alguém precisa “ju ra r” 
por alguma coisa é porque a “ sua verdade” está 
desacreditada.
2. O domínio pessoa l no uso da Palavra.
2.1. A p rudênc ia da reflexão.
Verifica-se, mais uma vez, agora quanto à 
palavra do cristão, que a essência do ensino de Cristo 
não está na forma ou nos símbolos exteriores de 
compromisso com a verdade, mas nas ati tudes do 
coração. Um símbolo (ou ju ramento ) nada representa se 
o propósito para o qual aponta não estiver revestido de 
legit imidade.
Portanto, o que Jesus procura realçar é a 
necessidade do domínio pessoal para que a nossa
1 N ão d i s t ing uid o , não separado.
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palavra tenha o peso correspondente à ser iedade com 
que l idamos com as si tuações da vida. Aqui entraa 
prudência da reflexão. E o “estarmos prontos para 
ouvir” , conforme Tiago 1.19.
Temos a tendência de falar mais do que 
devíamos e ouvir menos do que precisamos. Isto 
contribui para a perda da capacidade de refletir , 
resultando freqüentemente em afirmações precipitadas 
ou mesmo fraudulentas que não passam na prova da 
verdade.
2.2. A prudênc ia do auto-exame.
Por conseguinte, aquele que reflete antes de 
fazer qualquer tipo de pronunciamento jamais deixará 
de submeter-se ao auto-exame da consc iência para 
medir os efeitos de tudo quanto possa estar 
engendrando em seu coração (cf. Gn 6.5; Lc 6.45). Isto 
porque a palavra é apenas um meio de trazer à tona 
aquilo que foi previamente art iculado nos e scan in h o s1 
do pensamento.
' • 2Mesmo que haja hipocris ia ou astúcia no 
que está sendo dito, tudo é premeditado para que o 
ouvinte tenha as melhores impressões e acredite 
piamente tratar-se da verdade.
2.3. A prudência do domínio verbal.
Tal atitude leva a outro comportamento: a 
capacidade de dominar a l íngua, cujo efeito o apóstolo 
Tiago compara à força do pequeno leme de uma nau, 
capaz de conduzi- la de um lado para outro ao menor 
movimento dos braços do piloto (Tg 3.1-12).
1 Re c a nt o , e sconder i jo ; p eq u e n o com part imento , gera lmente 
secreto , em caixa , gaveta , cofre .
2 Hab i l idad e em enganar, manha, art imanha, malíc ia .
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Ter domínio verbal não significa calar-se, 
tornar-se alienado ou deixar de posicionar-se quando as 
c ircunstâncias o exigem. Significa, isto sim, estar 
consciente de que há tempo para todas as coisas, entre 
elas o ato de falar, com as seguintes implicações:
■S Falar na hora certa;
•S Falar quando for necessár io;
S Falar apenas o indispensável ;
S Falar com sinceridade;
■S Falar para construir , e,
S Medir as conseqüências do que fala (ver Tg 5.5).
3. A pa lavra do cristão.
3.1. Quando é poss íve l d izer sim.
Com isto em mente, chegamos ao âmago do 
ensino de Cristo sobre a palavra do cristão (Mt 5.37). 
Aqui está implícita a idéia de firmeza em nossa 
comunicação pessoal, de maneira que a nossa palavra 
em si baste, sem qualquer juramento , para firmar os 
nossos compromissos. Sem nos esquecermos, por outro 
lado, de ponderar as circunstâncias, as nossas 
limitações e a soberania de Deus sobre todas as coisas 
(ver Tg 4.13-15).
Tal discernimento nos dará condições não só 
de saber a hora de dizer sim, mas a forma de (e 
quando) fazê-lo, para que sejamos capazes de cumprir 
com as nossas obrigações.
3.2. Quando é indispensável dizer não.
Ter essa firmeza de decisão, por conseguinte, 
levar-nos-á a dizer não, com amor, sempre que for 
indispensável , mesmo que, para alguns, não seja uma 
ati tude fácil.
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Por faltar ao sacerdote Eli a capacidade de 
dizer não aos pecados dos filhos, Israel sofreu um de 
seus mais re tum ban te s1 fracassos e perdeu a glória de 
Deus (cf. 1 Sm 3.10-14; 4.1-22).
3.3. A procedência maligna da duplicidade.
Mas, na verdade, a idéia que Mateus 5.37 
deixa transparecer é que em nenhuma circunstânc ia 
jamais devemos mentir , nem usarmos de duplic idade 
'em nossas posições, mas assumir a responsabil idade de 
nossa palavra no tocante a todas as áreas de nossa vida.
A chamada posição de neutral idade - nem 
contra, nem a favor - sempre foi condenada pelas 
Escrituras (“é de procedência m al igna”), pois revela 
muitas vezes ausência de caráter, falta de compromisso 
ic mero oportunismo (cf. Ap 3.16).
Temos de assumir nossos erros e acertos e 
encará-los de frente com a responsabil idade de quem 
tem, sobretudo, compromisso com a verdade diante de 
Deus. Em questões de fé, por exemplo, não há meio- 
termo: ou estamos do lado da verdade ou contra ela.
Assim, contrariando os fariseus, o Senhor 
Jesus expôs a correta in terpre tação da lei mosaica 
quanto aos ju ramentos para demonst rar que a essência 
da vida cristã não está nas formalidades de alianças que 
nem sempre refle tem a verdade do coração.
O Dever Correspondido
“Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! 
Entrará no reino dos céus, mas aquele que f a z a 
vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).
Os verdadeiros seguidores são reconhecidos 
pela obediência e não pelo devotamento.
1 A qu i lo que é re f l et ido com es trondo , que ecoa , ressoa.
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Jesus veio a dar o verdadeiro sentido da lei. 
Assume assim uma autoridade super ior aos profetas do 
AT. Estes disseram; “Assim diz o Senhor”, Jesus disse: 
“Eu vos digo” .
Paulo mostra que aquilo que vigora da lei é a 
parte ética e não a cer imonial ( I C o 7.18.19; Cl 2.16). 
Por isso Jesus pode falar em guardar os seus 
mandamentos (Jo 14.15). E Paulo em cumprir a lei de 
Cristo (G1 6.2).
♦ A fa l ta de relacionamento (Mt 7.21-23).
Pode parecer que este parágrafo oferece uma 
escolha simples entre dizer e fazer, mas não é este o 
caso. Os que aqui foram reje itados foram tanto os que 
falavam quanto os que faziam. Eles disseram: Senhor! 
Senhor! e faziam obra religiosa, profetizavam, 
expulsavam demônios, e rea lizavam milagres e feitos 
poderosos.
Os atos requeridos são o fazer a vontade de 
Deus, e não meramente realizar atos e ritos religiosos, 
por impressionantes que sejam.
Para muitos que dizem: “ Senhor! Senhor!” , e 
fazem coisas sensacionais como profecia, exorcismo, 
milagres ou grandes feitos, e que não serve para 
glori ficar a Deus, o veredicto, no Juízo Final será: 
“Nunca vos conhec i” (Mt 21.22). Não é que uma vez 
eles t ivessem sido conhecidos, depois esquecidos, eles 
nunca haviam entrado em um re lacionamento salvador 
em Cristo.
Ao “ fazer” que é requerido além de “dizer” , 
claramente não é igualado com ortodoxia, profecia, 
exorcismo ou milagre.
A entrada no Reino dos Céus é prometida 
apenas para os que fazem a vontade do Pai celestial 
(Mt 6.10).
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O Evangelho de Mateus te rmina com esta 
nota: “Ensinando-os a observar todas as coisas que eu 
vos tenho ordenado” (Mt 28.20).
^ Os dois fu n dam en tos (Mt 7.24-27).
Só o que obedece é prudente e por isso tem 
um fundamento sólido ( IC o 3.11). Esse fundamento 
suporta tormentos, os desapontamentos e a 
perseguição. Todos os homens estão edificando. Todos 
estão procurando terreno para edificar. Todos sofrerão 
a prova da resistência.
Esta é a conclusão do sermão da montanha, 
Jesus sabia que muitos o tra tariam como Ezequiel foi 
tratado (Ez 33.31). O acontecimento precisa tornar-se 
ação; a teoria, prática; e a teologia, vida.
A autoridade é respei tada pe la obediência (Mt 
21.28-32).
A entrada tr iunfal de Jesus em Jerusalém e a 
pur if icação do templo causaram grande indignação aos 
l íderes religiosos presentes. Eles perguntaram: “ Com 
que autoridade fa ze s tu estas coisas? E quem te deu tal 
au tor idade?” (Mt 21.23).
Com três parábolas Jesus mostra o que 
consti tui respei to à autoridade: Obediência.
Trata de dois f ilhos a primeira parábola da 
série. Ambos eram imperfeitos. Nenhum deles era a 
espécie de filho que trazia alegria perfe ita ao pai. Mas 
a atitude de um foi melhor que a do outro. O primeiro 
representava os israeli tas que se consideravam jus tos , 
respondendo sim a ordem do pai para trabalhar. Trata o 
pai com cortesia, mas não com obediência.
Cortesia que não vai além das palavras é 
ilusória. Ass im também foram os israeli tas. Eles 
promete ram obediência , mas falharam.
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I i |)i i.i i ivsposllr do segundo filho: “Não 
11111 tu l' ■ 11■ ' iilii iii|iii os piibIicanos e meretrizes,
11111 ii u-lmlo 11( indo .1111111<> que é vil, repugnante e 
alheio ao seminu nlo puro c palriolico.
Mas esses csl;lo mais cônscios do pecado e 
se ar rependem mais prontamente . O ponto central aqui 
é que a autoridade é respeitada pela obediência, não 
com meras palavras.
Há pessoas cuja profissão de fé é melhor que 
sua prática. Prometem muito, aparentam piedade e 
fidelidade. Mas

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