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Poesia de Manuel Bandeira

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Modernismo 1 
 
Prof. Mariana Neto 
1 
1. (Unifesp 2020) Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel 
Bandeira. 
 
O sapo-tanoeiro 
[...] 
Diz: — “Meu cancioneiro 
É bem martelado. 
 
Vede como primo 
Em comer os hiatos! 
Que arte! E nunca rimo 
Os termos cognatos. 
 
O meu verso é bom 
Frumento sem joio. 
Faço rimas com 
Consoantes de apoio. 
 
Vai por cinquenta anos 
Que lhes dei a norma: 
Reduzi sem danos 
A formas a forma. 
 
Clame a saparia 
Em críticas céticas: 
Não há mais poesia 
Mas há artes poéticas...” 
 
(Estrela da vida inteira, 1993.) 
 
 
No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos 
a) modernistas. 
b) românticos. 
c) naturalistas. 
d) parnasianos. 
e) árcades. 
 
2. (Enem PPL 2019) Biografia de Pasárgada 
 
Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. 
Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome dessa 
cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da 
Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de 
adolescente começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante 
alguns anos em Pasárgada. 
Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desânimo, 
saltou-me do subconsciente este grito de evasão: “Vou-me embora 
pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era a célula de um 
poema. Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não 
pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de 
evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez, o poema saiu 
quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra 
Pasárgada!”, elas não passam de acidentes. Não construí o poema, 
ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando 
as reminiscências da infância – as histórias que Rosa, minha ama-
seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta 
etc. 
 
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012. 
 
 
O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criação 
de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo com esse 
depoimento, o fazer poético em “Vou-me embora pra Pasárgada!” 
a) acontece de maneira progressiva, natural e pouco intencional. 
b) decorre de uma inspiração fulminante, num momento de extrema 
emoção. 
c) ratifica as informações do senso comum de que Pasárgada é a 
representação de um lugar utópico. 
d) resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta e de 
seu envolvimento com a literatura grega. 
e) remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira marcado por 
desigualdades sociais e econômicas. 
 
3. (Famema 2019) Leia o poema “Namorados” de Manuel Bandeira 
(1886-1968). 
 
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: 
– Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua 
cara. 
 
A moça olhou de lado e esperou. 
– Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma 
lagarta listada? 
 
A moça se lembrava: 
– A gente fica olhando... 
 
A meninice brincou de novo nos olhos dela. 
 
O rapaz prosseguiu com muita doçura: 
 
– Antônia, você parece uma lagarta listada. 
 
A moça arregalou os olhos, fez exclamações. 
 
O rapaz concluiu: 
– Antônia, você é engraçada! Você parece louca. 
 
(Estrela da vida inteira, 2009.) 
 
 
Verifica-se a ocorrência de personificação no seguinte verso: 
a) “– Antônia, você parece uma lagarta listada.” 
b) “A moça arregalou os olhos, fez exclamações.” 
c) “A meninice brincou de novo nos olhos dela.” 
d) “– Antônia, você é engraçada! Você parece louca.” 
e) “A moça olhou de lado e esperou.” 
 
4. (Upf 2018) CAMELÔS 
Manuel Bandeira 
 
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão: 
O que vende balõezinhos de cor 
O macaquinho que trepa no coqueiro 
O cachorrinho que bate com o rabo 
Os homenzinhos que jogam boxe 
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado 
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma 
 
Alegria das calçadas 
Uns falam pelos cotovelos: 
—“O cavalheiro chega em casa e diz: Meu filho, vai buscar 
 
 
 
 
 
2 
[um pedaço de banana para eu acender o charuto. 
[Naturalmente o menino pensará: Papai está malu ...” 
 
Outros, coitados, têm a língua atada 
Todos porém sabem mexer nos cordéis com o tino 
[ingênuo de demiurgos de inutilidades. 
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da 
[meninice... 
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes 
[uma lição de infância. 
 
 
No poema “Camelôs”, que integra a obra Libertinagem, de Manuel 
Bandeira, destaca-se 
a) a admiração do eu lírico pelos camelôs, devido à alegria que 
provocam e à sua capacidade de relembrarem aos adultos o 
caráter lúdico da infância. 
b) o fato de que os camelôs, além de venderem coisas inúteis, 
atrapalham o movimento dos passantes. 
c) o fato de que os camelôs, além de venderem coisas inúteis, 
colaboram para elevar o nível de ansiedade dos passantes. 
d) o fato de que os camelôs, ao atrapalharem o movimento dos 
passantes, colaboram para elevar o nível de ansiedade dos 
adultos que têm pressa. 
e) a crítica que o eu lírico faz aos camelôs e ao tumulto que 
provocam, mesmo nutrindo por eles um sentimento de 
admiração. 
 
5. (Ita 2017) Sobre o poema de Manuel Bandeira, 
 
 
Irene no céu 
 
Irene preta 
Irene boa 
Irene sempre de bom humor. 
 
Imagino Irene entrando no céu: 
- Licença, meu branco! 
E São Pedro bonachão: 
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. 
 
(Em: Libertinagem. Rio de Janeiro: Pongetti, 1930.) 
 
 
 
é INCORRETO afirmar que a relação afetiva entre o sujeito lírico e 
Irene 
a) faz com que a descrição dela seja permeada pela visão 
carinhosa dele. 
b) torna a linguagem mais coloquial, espelhando a ligação afetuosa 
dos dois. 
c) é responsável pelo tratamento informal dado a uma entidade 
religiosa. 
d) é um mero disfarce da desigualdade entre brancos e negros. 
e) é, na visão dele, compartilhada até mesmo por São Pedro. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões). 
 
PRA MIM BRINCAR 
 
 Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo 
no infinitivo. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática 
falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as 
cariocas que não sabem gramática. 
 – As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, 
alhures e miúde. 
BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de 
Moraes. 4ª ed. 
Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. p. 19. 
 
 
6. (G1 - ifal 2017) No texto, o poeta modernista Manuel Bandeira 
faz uma recomendação em relação ao emprego do pronome 
oblíquo tônico mim, como se verifica no trecho “[...]Todos os 
brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem 
gramática.”. 
 
Diante disso, pode-se inferir que a sua crítica se centra em 
a) combater a imposição gramatical proveniente dos poetas 
parnasianos. 
b) desrespeitar as normas gramaticais do português padrão. 
c) desconsiderar as variantes linguísticas presentes no Brasil. 
d) deslegitimar a norma padrão da língua portuguesa brasileira. 
e) ironizar as cariocas que não sabem gramática. 
 
7. (Enem 2ª aplicação 2016) Poema tirado de uma notícia de 
jornal 
 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da 
Babilônia num barracão sem número. 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. 
 
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1980. 
 
 
No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de 
elementos da função referencial da linguagem pela 
a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada 
em jornal. 
b) utilização de frases curtas, características de textos do gênero 
jornalístico. 
c) indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da 
cena narrada. 
d) enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à 
personagem do texto. 
e) apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, 
onde, quandoe o quê. 
 
8. (Unesp 2019) Indo às consequências finais da posição de José 
de Alencar no Romantismo, esse autor adotou como base da sua 
obra o esforço de escrever numa língua inspirada pela fala corrente 
e os modismos populares, não hesitando em usar formas 
consideradas incorretas, desde que legitimadas pelo uso brasileiro. 
Com isso, foi o maior demolidor da “pureza vernácula” e do “culto 
da forma”. 
 
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.) 
 
 
 
 
 
 
3 
O texto refere-se a 
a) Olavo Bilac. 
b) Machado de Assis. 
c) Mário de Andrade. 
d) Aluísio Azevedo. 
e) Euclides da Cunha. 
 
9. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa 
gente. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: 
passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar, 
exclamava: – Ai que preguiça!... e não dizia mais nada. Quando era 
pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo 
de mijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói 
mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então 
adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e 
dava patadas no ar. 
 
Adaptado de: ANDRADE, M. Macunaíma. Rio de Janeiro: Agir, 
2008. p. 7. 
 
Enquanto produção cultural, o Modernismo procurava reconhecer 
as identidades que formavam o povo brasileiro. 
 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a presença da 
temática indígena no movimento, tendo por modelo o romance de 
Mário de Andrade. 
a) A utilização da temática indígena configurava um projeto 
nacional de busca dos valores nativos para a formação da 
identidade brasileira, na época. 
b) Como herói indígena, Macunaíma difere das representações 
românticas, já que ele figura como um anti-herói, um 
personagem de ações valorosas, mas também vis. 
c) Macunaíma se insere no racismo corrente no início do século XX, 
que via uma animalidade no indígena, considerado coisa, e não 
gente. 
d) O indígena foi considerado pelos modernistas como único 
representante da identidade brasileira, pois sua cultura era vista 
como pura e sem interferência de outros povos. 
e) O trecho reafirma a característica histórico-antropológica do 
patriarcado brasileiro, que compreendia o indígena como um 
incivilizado puro e ingênuo. 
 
10. (Unisc 2017) Leia atentamente o trecho de Macunaíma, de 
Mário de Andrade. 
 
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa 
gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um 
momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo 
do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa 
criança é que chamaram de Macunaíma. 
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais 
de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: 
– Ai! que preguiça!... 
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau 
de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os 
dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de 
homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia 
deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava 
pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar 
banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando 
mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos 
guaimuns diz-que habitando a água-doce por lá. No mucambo si 
alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha. Macunaíma 
punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava. Nos machos 
guspia na cara. Porém respeitava os velhos e frequentava com 
aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô a cucuicogue, todas 
essas danças religiosas da tribo. 
 
(ANDRADE, Mano de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. 
Belo Horizonte: Itatiaia, 1987. p. 9) 
 
A partir da interpretação do trecho acima, assinale a alternativa 
correta. 
a) Macunaíma é um típico herói idealizado do Romantismo. 
b) Observa-se, no trecho acima, que o comportamento da 
personagem está em sintonia com o ambiente em que vive, 
sendo, por esse motivo, um romance típico do Naturalismo. 
c) O trecho apresenta a inovação em termos de linguagem que 
caracteriza as obras literárias da primeira geração do 
Modernismo. 
d) O texto apresenta as características que marcam o regionalismo 
crítico da prosa da segunda geração do Modernismo. 
e) O aprofundamento psicológico da personagem permite afirmar 
que se trata de um romance da terceira geração do Modernismo 
brasileiro. 
 
11. (Enem 2ª aplicação 2016) Descobrimento 
 
Abancado à escrivaninha em São Paulo 
Na minha casa da rua Lopes Chaves 
De sopetão senti um friúme por dentro. 
Fiquei trêmulo, muito comovido 
Com o livro palerma olhando pra mim. 
Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! Muito 
longe de mim, 
Na escuridão ativa da noite que caiu, 
Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos 
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, 
Faz pouco se deitou, está dormindo. 
Esse homem é brasileiro que nem eu... 
 
ANDRADE, M. Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987. 
 
O poema “Descobrimento”, de Mário de Andrade, marca a postura 
nacionalista manifestada pelos escritores modernistas. 
Recuperando o fato histórico do “descobrimento”, a construção 
poética problematiza a representação nacional a fim de 
a) resgatar o passado indígena brasileiro. 
b) criticar a colonização portuguesa no Brasil. 
c) defender a diversidade social e cultural brasileira. 
d) promover a integração das diferentes regiões do país. 
e) valorizar a Região Norte, pouco conhecida pelos brasileiros. 
 
12. (Enem 2ª aplicação 2016) O bonde abre a viagem, 
No banco ninguém, 
Estou só, stou sem. 
Depois sobe um homem, 
No banco sentou, 
Companheiro vou. 
O bonde está cheio, 
De novo porém 
Não sou mais ninguém. 
 
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993. 
 
 
 
 
 
4 
O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente 
concentração populacional nos centros urbanos geraram mudanças 
importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No 
poema de Mário de Andrade, publicado na década de 1940, a vida 
na metrópole aparece representada pela contraposição entre 
a) a solidão e a multidão. 
b) a carência e a satisfação. 
c) a mobilidade e a lentidão. 
d) a amizade e a indiferença. 
e) a mudança e a estagnação. 
 
13. (Unesp 2016) Duas fortes motivações converteram-se em 
molas de composição desta obra: 
 
a) por um lado, o desejo de contar e cantar episódios em torno de 
uma figura lendária que trazia em si os atributos do herói, 
entendido no senso mais lato possível de um ser entre humano 
e mítico, que desempenha certos papéis, vai em busca de um 
bem essencial, arrosta perigos, sofre mudanças extraordinárias, 
enfim vence ou malogra...; 
b) por outro lado, o desejo não menos imperioso de pensar o povo 
brasileiro, nossa gente, percorrendo as trilhas cruzadas ou 
superpostas da sua existência selvagem, colonial e moderna, à 
procura de uma identidade que, de tão plural que é, beira a 
surpresa e a indeterminação. 
 
(Alfredo Bosi. Céu, inferno, 2003. Adaptado.) 
 
Tal comentário aplica-se à obra 
a) Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de 
Almeida. 
b) Vidas secas, de Graciliano Ramos. 
c) Macunaíma, de Mário de Andrade. 
d) Os sertões, de Euclides da Cunha. 
e) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. 
 
14. (Unifesp 2016) Uma análise mais atenta do livro mostra que ele 
foi construído a partir da combinação de uma infinidade de textos 
preexistentes, elaborados pela tradição oral ou escrita, popular ou 
erudita, europeia ou brasileira. A originalidade estrutural deriva, 
deste modo, do fato de o livro não se basear na mímesis, isto é, na 
dependência constante que a arte estabelece entre o mundo 
objetivo e a ficção; mas em ligar-se quase sempre a outros mundos 
imaginários, a sistemas fechadosde sinais, já regidos por 
significação autônoma. Esse processo, parasitário na aparência, é 
no entanto curiosamente inventivo; pois, em vez de recortar com 
neutralidade nos entrechos originais as partes de que necessita 
para reagrupá-las, intactas, numa ordem nova, atua quase sempre 
sobre cada fragmento, alterando-o em profundidade. 
 
(Gilda de Mello e Souza. O tupi e o alaúde, 1979. Adaptado.) 
 
Tal comentário aplica-se ao livro 
a) A cidade e as serras, de Eça de Queirós. 
b) Macunaíma, de Mário de Andrade. 
c) Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de 
Almeida. 
d) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. 
e) Iracema, de José de Alencar. 
 
15. (Enem 2019) HELOÍSA: Faz versos? 
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... Sonetos... 
Reclames. 
HELOÍSA: Futuristas? 
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar na 
independência... Mas foi uma tragédia! Começaram a me tratar de 
maluco. A me olhar de esguelha. A não me receber mais. As 
crianças choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal também 
não pagavam, devido à crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei 
tudo. Arranjei aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei 
passadista. 
 
ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003. 
 
O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade ironiza a 
reação da sociedade brasileira dos anos 1930 diante de 
determinada vanguarda europeia. Nessa visão, atribui-se ao público 
leitor uma postura 
a) preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas. 
b) conservadora, ao optar por modelos consagrados. 
c) preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. 
d) nacionalista, ao negar modelos estrangeiros. 
e) eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos. 
 
16. (Acafe 2018) MEUS OITO ANOS 
Casimiro de Abreu 
 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
Que amor, que sonhos, que flores, 
Naquelas tardes fagueiras 
À sombra das bananeiras, 
 
Debaixo dos laranjais! 
[...] 
 
 
MEUS OITO ANOS 
Oswald de Andrade 
 
Oh que saudades que eu tenho 
Da aurora de minha vida 
Das horas 
De minha infância 
Que os anos não trazem mais 
Naquele quintal de terra 
Da Rua de Santo Antônio 
Debaixo da bananeira 
Sem nenhum laranjais 
[...] 
 
Sobre o poema de Oswald de Andrade, é correto afirmar que: 
a) o autor usou um recurso denominado bricolagem, uma vez que 
criou um texto a partir de fragmentos de diversos outros textos 
com os quais dialoga, em um processo de citação extrema. 
b) trata-se de uma paródia que, de forma tendenciosa, pauta-se 
pela recriação de um texto com caráter contestador e crítico, em 
tom jocoso. 
c) constitui-se de uma paráfrase do texto Meus Oito Anos, de 
Casimiro de Abreu, atribuindo-lhe uma nova “roupagem” 
discursiva, embora mantendo a mesma ideia contida no texto 
original. 
d) é uma citação, pois Oswald de Andrade incorpora a seu texto 
partes do texto de Casimiro de Abreu, com quem dialoga. 
 
 
 
 
 
5 
Todavia, por não expressar a citação entre aspas, caracteriza-se 
como plágio. 
 
17. (Fuvest 2017) 
 
Canção do exílio 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais 
flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
[...] 
Não permita Deus que eu 
morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as 
palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Gonçalves Dias, Primeiros 
cantos. 
Canto do regresso à pátria 
 
Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá 
Minha terra tem mais rosas 
E quase que mais amores 
Minha terra tem mais ouro 
Minha terra tem mais terra 
[...] 
Não permita Deus que eu 
morra 
Sem que volte pra São Paulo 
Sem que veja a Rua 15 
E o progresso de São Paulo. 
 
Oswald de Andrade, Pau-
Brasil. 
 
 
a) Considerando que os poemas foram escritos, respectivamente, 
em 1843 e 1924, caracterize seus contextos históricos sob os 
pontos de vista político e social. 
b) Comparando os dois poemas, indique uma diferença estética e 
uma diferença ideológica entre ambos. 
 
18. (Unicamp 2016) 
 
 
Pobre alimária 
O cavalo e a carroça 
Estavam atravancados no trilho 
E como o motorneiro se impacientasse 
Porque levava os advogados para os escritórios 
Desatravancaram o veículo 
E o animal disparou 
Mas o lesto carroceiro 
Trepou na boleia 
E castigou o fugitivo atrelado 
Com um grandioso chicote 
 
(Oswald de Andrade, Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003, p.159.) 
 
A imagem e o poema revelam a dinâmica do espaço na cidade de 
São Paulo na primeira metade do século XX. 
 
Qual alternativa abaixo formula corretamente essa dinâmica? 
a) Trata-se da ascensão de um moderno mundo urbano, onde 
coexistiam harmonicamente diferentes temporalidades, funções 
urbanas, sistemas técnicos e formas de trabalho, viabilizando-
se, desse modo, a coesão entre o espaço da cidade e o tecido 
social. 
b) Trata-se de um espaço agrário e acomodado, num período em 
que a urbanização não tinha se estabelecido, mas que abrigava 
em seu interstício alguns vetores da modernização industrial. 
c) Trata-se de um espaço onde coexistiam distintas temporalidades: 
uma atrelada ao ritmo lento de um passado agrário e, outra, 
atrelada ao ritmo acelerado que caracteriza a modernidade 
urbana. 
d) Trata-se de uma paisagem urbana e uma divisão do trabalho 
típicas do período colonial, pois a metropolização é um processo 
desencadeado a partir da segunda metade do século XX. 
 
19. (Espm 2016) O ensaísta Roberto Schwarz alude ao fato de 
haver no país um descompasso ideológico, isto é, o desconcerto de 
uma sociedade escravista, mais as ideias importadas do liberalismo 
europeu. De onde a sensação de que, no Brasil, as ideias estão 
deslocadas em relação ao seu uso europeu: há um desacordo 
entre a situação local e o molde importado. As ‘nossas’ coisas, 
assim, não seriam nossas. 
 
Dos itens abaixo, o exemplo literário que reflete o espírito do tema 
acima exposto é: 
a) “Alguém há de cuidar que é frase inchada / Daquela que lá se 
usa entre essa gente” (Cláudio Manuel da Costa) 
b) “Invejo o ourives quando escrevo;/ Imito o amor / Com que ele, 
em ouro, o alto-relevo / Faz de uma flor.” (Olavo Bilac) 
c) “Minha terra tem primores, / Que tais não encontro eu cá; / Em 
cismar – sozinho à noite - / Mais prazer encontro eu lá;” (Gon-
çalves Dias) 
d) “A praça! A praça é do povo / Como o céu é do condor,” (Castro 
Alves) 
e) “Tupi or not tupi, that is the question”. (Oswald de Andrade) 
 
20. (Fuvest 2020) Leia o poema e responda ao que se pede. 
 
Mas a taba cresceu... Tigueras* agressivas, 
Para trás! Agora o asfalto anda em Tabatinguera. 
Mal se esgueira um pajé entre locomotivas 
E o forde assusta os manes** lentos do Anhanguera. 
[...] 
Segue pra forca da Tabatinguera. Lento 
O cortejo acompanha a rubra cadeirinha 
Pro Ipiranga. Será que em tão pequeno assento 
A marquesa botou sua imperial bundinha!... 
 
 
 
 
 
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Mário de Andrade, “Tabatinguera”, Losango Cáqui (1924). In: 
Poesias completas v.1. São Paulo: Martins Fontes, 1979. 
 
* área plantada onde já se fez a colheita. 
** alma dos mortos, restos mortais. 
 
a) Identifique um aspecto mencionado no poema que justifique a 
expressão “a taba cresceu”. 
b) Destaque um argumento histórico e outro de caráter estético 
para o emprego de expressões indígenas no poema. 
c) Explique as condições históricas que favoreceram a citação do 
“asfalto”, das “locomotivas” e do “forde”. 
 
21. (Unesp 2019) Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de 
Andrade, publicado originalmente em 1925. 
 
O cavalo e a carroça 
Estavam atravancados no trilho 
E como o motorneiro se impacientasse 
Porque levava os advogados para os escritórios 
Desatravancaram oveículo 
E o animal disparou 
Mas o lesto carroceiro 
Trepou na boleia 
E castigou o fugitivo atrelado 
Com um grandioso chicote 
 
(Pau-Brasil, 1990.) 
 
Considerando o momento de sua produção, o poema 
a) celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que 
inviabilizaram o avanço do processo de industrialização de São 
Paulo. 
b) valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que 
contribuíam para impulsionar a economia brasileira. 
c) critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos 
aos animais nos principais centros urbanos brasileiros. 
d) registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e 
ambiguidades no processo de modernização da cidade de São 
Paulo. 
e) exemplifica o choque social constante entre as elites 
enriquecidas e a população pobre da cidade de São Paulo. 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: [D] 
O poema metalinguístico “Os sapos” apresenta o que, para os 
modernistas, não deveria ser a poesia. O sapo-boi, o sapo-tanoeiro, 
o sapo-pipa são personagens metafóricos representativos de 
determinados poetas que defendem preceitos da poética 
parnasiana, em especial o sapo-tanoeiro (parnasiano aguado), que 
passa a descrever o seu cancioneiro, a sua poética, baseado na 
forma. Bandeira, através da paródia, critica a preocupação 
excessiva dos parnasianos com a forma, em detrimento do 
conteúdo. Assim, é correta a opção [D]. 
 
Resposta da questão 2: [A] 
O depoimento de Manuel Bandeira revela que o processo de 
construção do poema “Vou-me embora pra Pasárgada!” foi lento e 
gradual. A palavra que mais tarde simbolizará o mundo ideal em 
que se vai refugiar o eu lírico para escapar da realidade, 
Pasárgada, surge aos 15 anos, numa aula de geografia. Reaparece 
na memória vinte anos depois, embora incapacitada para o fazer 
poético, o que só irá acontecer cinco anos depois de forma 
espontânea e natural. Assim, é correta a opção [A]. 
 
Resposta da questão 3: [C] 
[A] Incorreta. Ocorre comparação no verso. 
[B] Incorreta. Percebe-se assíndeto na construção do verso. 
[C] Correta. Personificação ou prosopopeia é a figura de linguagem 
em quer algo inanimado adquire características animadas; o 
verso “A meninice brincou de novo nos olhos dela.” exemplifica 
essa definição. 
[D] Incorreta. Ocorre comparação no verso. 
[E] Incorreta. A linguagem é conotativa no verso destacado. 
 
Resposta da questão 4: [A] 
Embora o poeta trate da inutilidade dos produtos vendidos pelos 
camelôs, ele o faz de maneira bem-humorada, exaltando os 
camelôs e destacando seus aspectos positivos (“Abençoados 
sejam os camelôs”): eles trazem alegria (“Alegria das calçadas”) e 
provocam lembranças nos adultos, fazendo com que estes 
recordem do caráter lúdico da infância, como vemos nos últimos 
versos. 
 
Resposta da questão 5: [D] 
Em “Irene no céu”, o modo como se tratam os personagens branco 
e negro, representados, respectivamente, por São Pedro e pela 
própria Irene, (“Licença, meu branco!”, “ Entra, Irene. Você não 
precisa pedir licença”) revela que a diferença étnica não representa 
nenhum obstáculo à sinceridade da relação e à afetividade entre os 
dois. Assim, é incorreta a opção [D]. 
 
Resposta da questão 6: [A] 
Manuel Bandeira foi um poeta modernista bastante crítico ao 
tradicionalismo parnasiano e às suas regras de composição. Assim, 
no seu texto “Pra mim brincar” ele busca combater a imposição 
gramatical proveniente desses poetas parnasianos, mostrando que 
aquilo que não é gramaticalmente correto também é belo. 
 
Resposta da questão 7: [E] 
No poema de Manuel Bandeira, o uso da função referencial da 
linguagem reflete a necessidade de transmitir ao interlocutor dados 
da realidade de uma maneira direta e objetiva, no caso com 
elementos próprios da notícia, tais como “quem”, “onde”, “quando” e 
“o quê”. Assim, é correta a opção [E]. 
 
Resposta da questão 8: [C] 
Os autores mencionados em [A], [B], [D] e [E] estão vinculados às 
estéticas parnasiana, realista, naturalista e pré-modernista, 
respectivamente. Na segunda década do século XX, alguns autores 
brasileiros, influenciados pelas vanguardas artísticas que se 
espalhavam pela Europa, optam por apresentar uma estética 
inovadora através da reconstrução da cultura brasileira sobre bases 
nacionais. A obra de Mário de Andrade revela a intenção de o 
escritor privilegiar o uso da língua segundo as características 
diferenciais do Brasil, incorporando o vocabulário e a sintaxe 
irregular de um país onde as raças e as culturas se misturam. 
Assim, é correta a opção [C]. 
 
Resposta da questão 9: [B] 
O trecho extraído de Macunaíma revela já uma caracterização de 
um herói bastante distinto e até oposto dos heróis comuns. A sua 
infância é descrita como um momento em que ele “fez coisas de 
sarapantar”, isto é, aprontou bastante. É caracterizado, assim, 
 
 
 
 
 
7 
como um herói que dizia palavras feias e aprontava com as 
pessoas, realizando, portanto, ações vis. Por outro lado, ao longo 
do romance vemos que Macunaíma também realiza ações 
valorosas. Assim, ele se difere das representações românticas de 
heróis com ações puramente valorosas e honráveis, e figura como 
um anti-herói, variando de ações vis a valorosas. 
 
Resposta da questão 10: [C] 
[A] Incorreta. Macunaíma é o retrato do anti-herói brasileiro, 
ilustrando o nacionalismo crítico da 1ª geração Modernista. 
[B] Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista. 
[C] Correta. A valorização da linguagem coloquial é uma das 
propostas da 1ª geração Modernista, como se verifica em “Nos 
machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos e 
frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô 
a cucuicogue, todas essas danças religiosas da tribo”. 
[D] Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista. 
Além disso, é conhecida por “rapsódia brasileira”, exatamente 
por buscar retratar a diversidade nacional. 
[E] Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista. 
Além disso, não é preocupação do narrador apresentar abordagem 
psicológica em seus personagens. 
 
Resposta da questão 11: [C] 
No poema “Descobrimento”, o eu lírico direciona os seus 
pensamentos para a realidade social do Norte do Brasil, onde o 
trabalhador é vítima de um trabalho duro e mal remunerado. Ao 
comparar essa imagem com a realidade que ele mesmo vivencia 
em São Paulo, percebe as disparidades sociais nas várias regiões 
do Brasil. Assim, a construção poética problematiza a 
representação nacional a fim de defender a diversidade social e 
cultural brasileira, como se afirma em [C]. 
 
Resposta da questão 12: [A] 
A sucessão de orações coordenadas reproduz a sequência de 
cenas e sensações experimentadas pelo eu lírico ao longo da 
viagem. Os primeiros versos do poema focalizam a solidão [“estou 
só, stou sem”], sensação que é alterada nos seguintes, quando 
alguém se senta a seu lado e parece interagir com ele 
(“Companheiro vou”). Na sequência, o bonde lota, e o eu lírico volta 
a sentir-se solitário e anônimo no conjunto heterogêneo de pessoas 
que se amontoam (“O bonde está cheio,/ De novo porém/ Não sou 
mais ninguém”. Assim, é correta a opção [A], pois, no poema de 
Mário de Andrade, a vida na metrópole aparece representada pela 
contraposição entre a solidão e a multidão. 
 
Resposta da questão 13: [C] 
A referência ao “herói” como um ser entre humano e mítico que vai 
em busca de um bem essencial e ao seu desejo de representar a 
“nossa gente” permitem deduzir que se trata de Macunaíma, o herói 
sem caráter, protagonista da obra homônima de Mario de Andrade. 
Assim, é correta a opção [C]. 
 
Resposta da questão 14: [B] 
As referências a uma obra elaborada com base em textos 
preexistentes, transmitidos por via oral ou escrita, em linguagem 
popular e erudita e que mescla o mundo objetivo com a ficção 
apontam para a obra Macunaíma de Mário de Andrade, 
mencionada na opção [B]. Trata-se de uma narrativa que o autor 
classificou de rapsódia por reunir lendas, folclores,crendices, 
costumes e provérbios, em linguagem popular e erudita a fim de 
representar a miscigenação cultural da sociedade brasileira. 
 
Resposta da questão 15: [B] 
A resposta de Pinote ao questionamento de Heloísa sobre se o 
estilo do poeta seria o Futurismo é reveladora do conservadorismo 
da sociedade brasileira dos anos 30. O fato de ter abandonado 
esse estilo para passar a fazer poesia nos moldes clássicos 
justificava-se pela necessidade de aceitação ao gosto do público da 
época e, desse modo, o poeta poder garantir também a sua própria 
sobrevivência financeira. Assim, é correta a opção [B]. 
 
Resposta da questão 16: [B] 
Oswald de Andrade faz uma releitura cômica do poema de 
Casimiro de Abreu, configurando, assim, uma paródia. Dessa 
forma, Oswald é irônico ao retomar Casimiro, revelando como o 
olhar romântico já não é coerente com o momento em que vive. 
 
Resposta da questão 17: [Resposta do ponto de vista da 
disciplina de História] 
a) Em 1843 o Brasil atravessa um período de fim da Regência e 
início do Segundo Reinado. A ascensão de d. Pedro II ao trono 
acabou por acalmar os ânimos políticos e sociais do Império. 
Em 1924 o país atravessava um período de questionamentos 
acerca do governo oligárquico. A maior marca desses 
questionamentos foram os Levantes Tenentistas. 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] 
a) O contexto histórico de consolidação do Estado nacional 
brasileiro explica o nacionalismo ufanista de Gonçalves Dias, 
postura comum aos poetas da época, que tinham como 
propósito a construção de uma literatura verdadeiramente 
nacional, que refletisse a identidade da jovem nação brasileira. 
Nesse contexto se insere o Modernismo, iniciado a partir da 
Semana de Arte Moderna, em 1922. O propósito dos poetas 
dessa época, entre eles Oswald de Andrade, era de revolucionar 
a literatura brasileira. Há, nesse período, também uma tendência 
nacionalista, mas não o nacionalismo ufanista dos românticos, 
mas um nacionalismo crítico, capaz de expressar a 
complexidade da realidade brasileira. 
 
b) Diferenças estéticas: o primeiro poema, de Gonçalves Dias, 
possui rimas e métrica de sete sílabas poéticas – trata-se de 
uma redondilha maior. Além disso, é uma obra original que 
descreve a terra brasileira em seus aspectos naturais. O 
segundo poema, de Oswald de Andrade, estrutura-se 
predominantemente em sete sílabas poéticas também, com 
exceção do segundo verso, que possui seis; no entanto, não 
possui rimas. A temática é urbana e ele parodia “Canção do 
exílio”, de Gonçalves Dias. 
Diferenças ideológicas: o primeiro poema pertence ao Romantismo 
e apresenta um nacionalismo ufanista. Já o segundo é da primeira 
fase do modernismo e caracteriza-se pela iconoclastia – o que 
justifica a paródia ao poema do Romantismo –, pela irreverência e 
pela criticidade. 
 
Resposta da questão 18: [C] 
No poema “Pobre alimária”, integrante da obra “Pau-Brasil”, Oswald 
de Andrade reproduz poeticamente a imagem de uma cidade a 
meio caminho do progresso, mas ainda com características de vila 
pacata e burguesa. Trata-se de uma cidade que em pouco tempo 
irá tornar-se a maior do Brasil e adaptar-se a uma nova mobilidade 
no espaço urbano, mas onde ainda permanecem as estruturas do 
período colonial. Isso fica mais claro, quando se vê na fotografia 
que acompanha o poema, a presença de parelhas de bois e 
 
 
 
 
 
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carroças em meio à agitação de pessoas. Assim, é correta a opção 
[C]. 
 
Resposta da questão 19: [E] 
[A] Incorreta. O trecho em questão aponta para o rebuscamento 
linguístico do texto barroco em oposição à simplicidade 
defendida pelos árcades. 
[B] Incorreta. O trecho aponta para convergência de finalidades 
entre o ourives e o poeta parnasiano, preocupados em alcançar 
a perfeição formal. 
[C] Incorreta. O trecho apresenta o saudosismo romântico, em 
leitura ufanista do próprio país, em detrimento do exílio. 
[D] Incorreta. O trecho salienta a importância social da participação 
popular frente a questões sociais – em referência à questão 
abolicionista defendida por Castro Alves. 
[E] Correta. Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago, pode 
ser aproximado das colocações de Roberto Schwarz ao mencionar 
as questões estrangeiras como modelo a ser seguido pelos 
brasileiros: a célebre frase de William Shakespeare foi aproveitada 
pelo modernista para expor a problemática quanto à origem 
brasileira indígena. 
 
Resposta da questão 20: a) O avanço do surgimento de áreas 
urbanas no país, em detrimento do campo; 
 
b) Argumento histórico: a influência indígena na formação da língua 
brasileira; 
Argumento estético: o uso de mecanismos modernistas de 
produção cultural. 
 
c) O crescimento da cafeicultura em São Paulo, que impulsionou a 
industrialização e a urbanização. 
 
Resposta da questão 21: [D] 
 
Somente a proposição [D] está correta. O Poema de Oswald de 
Andrade “Pobre alimária”, de 1925, pode ser interpretado como um 
contraste entre o arcaico e o moderno no cotidiano da cidade de 
São Paulo vinculado ao processo de modernização.

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