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Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 180 horas Enfermagem e a Saúde da Mulher Samara Calixto Gomes Este material é parte integrante do curso online “Enfermagem e a Saúde da Mulher” do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Enfermagem e a Saúde da Mulher Samara Calixto Gomes 180 horas Com certificado online SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 6 SAÚDE DA MULHER ........................................................................................................ 7 QUADRO DE CONCEITOS .............................................................................................. 9 PUBERDADE .................................................................................................................... 10 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ........................................................................ 12 5.1 HORMÔNIOS FEMININOS .................................................................................... 12 5.2 HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS .................................................................. 12 5.2.1 Funções do Estrogênio ....................................................................................... 13 5.2.2 Funções da Progesterona .................................................................................... 13 CICLO MENSTRUAL ..................................................................................................... 14 6.1 CICLO MENSTRUAL NORMAL: .......................................................................... 15 6.2 COMPONENTES FUNCIONAIS DO CICLO MENSTRUAL ............................... 15 6.3 FASES DO CICLO OVARIANO ............................................................................. 15 6.3.1 Fase Folicular ..................................................................................................... 15 6.3.2 Ovulação ............................................................................................................. 16 6.3.3 Fase Lútea ........................................................................................................... 16 6.4 FASES DO CICLO UTERINO ................................................................................. 16 AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL ......................................................................... 18 PLANEJAMENTO FAMILIAR ...................................................................................... 20 MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS ............................................................................ 21 9.1 VOCÊ SABE DIFERENCIAR O PLANEJAMENTO FAMILIAR DO CONTROLE DE NATALIDADE? ....................................................................................................... 22 9.1.1 Planejamento Familiar ........................................................................................ 22 9.1.2 Controle de Natalidade ....................................................................................... 22 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS .................................................................................. 23 10.1 MÉTODOS NATURAIS OU COMPORTAMENTAIS ......................................... 24 10.1 1 Temperatura Basal ............................................................................................ 24 10.1.2 Tabela de Ogino-Knauss (Tabelinha) ............................................................... 24 10.1.3 Método de Billings ou do Muco Cervical ........................................................ 25 10.1.4 Lactação-Amenorreia ....................................................................................... 25 10.2 MÉTODOS DE BARREIRA .................................................................................. 26 10.2.1 Preservativo ...................................................................................................... 26 10.2.1 Diafragma ......................................................................................................... 26 10.2.2 Espermicidas ..................................................................................................... 26 10.3 Métodos Hormonais ................................................................................................ 27 10.3.1 Pílula ................................................................................................................. 27 10.3.2 Pílula do Dia Seguinte ...................................................................................... 27 10.4 MÉTODOS MECÂNICOS ..................................................................................... 28 10.4.1 DIU - Dispositivo Intra Uterino........................................................................ 28 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ ................................................................................... 30 PRE-NATAL ...................................................................................................................... 32 PREVENÇÃO DO CÂNCER GENITAL E DE MAMA ............................................... 33 ASSISTÊNCIA A MULHER NO CLIMATÉRIO ......................................................... 35 14.1 SAÚDE BUCAL NO CLIMATÉRIO ..................................................................... 37 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ............................................................................. 39 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 42 A MAMA ............................................................................................................................ 44 O CÂNCER ........................................................................................................................ 46 3.1 ESTADIAMENTO .................................................................................................... 47 3.1.1 Tamanho do Tumor (T) ...................................................................................... 48 3.1.2 Linfonodos Regionais (N) .................................................................................. 49 3.1.3 Metástases (M) ................................................................................................... 49 SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA .......................................................................... 50 PREVENÇÃO .................................................................................................................... 51 DIAGNÓSTICO ................................................................................................................ 52 TRATAMENTO ................................................................................................................ 53 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO A MULHER COM CÂNCER DE MAMA ................................................................................................................................ 54 8.1 TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO AUTOEXAME DAS MAMAS ................. 55 8.1 1 Inspeção Estática em frente ao Espelho ............................................................. 55 8.1.2 Durante o Banho ................................................................................................. 56 8.1.3 Deitada ................................................................................................................ 56 INTRODUÇÃO .................................................................................................................59 O ÚTERO ........................................................................................................................... 61 2.1 COLO DO ÚTERO ................................................................................................... 63 PAPILOMA VIRUS HUMANO ...................................................................................... 64 TIPOS DE HPV ................................................................................................................. 65 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ........................................................................... 66 MODOS DE TRANSMISSÃO ......................................................................................... 68 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA INFECÇÃO ...................................................... 69 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ...................................................................................... 71 PERÍODO DE INCUBAÇÃO .......................................................................................... 73 PREVENÇÃO .................................................................................................................... 75 10.1 EXAME CITOPATOLÓGICO ............................................................................... 75 10.2 VACINA .................................................................................................................. 76 DIAGNÓSTICO ................................................................................................................ 78 TRATAMENTO ................................................................................................................ 80 O HPV E O CÂNCER DE COLO UTERINO ................................................................ 81 HPV E SITUÇÕES ESPECIAIS ...................................................................................... 83 14.1 GESTANTES .......................................................................................................... 83 14.2PÓS-MENOPAUSA ................................................................................................. 83 14.3HISTERECTOMIZADAS........................................................................................ 84 14.4 MULHERES SEM HISTÓRIA DE ATIVIDADE SEXUAL ................................. 84 14.5IMUNOSSUPRIMIDAS .......................................................................................... 85 PROMOÇÃO DA SAÚDE ................................................................................................ 86 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 87 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 92 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Saúde da Mulher Unidade 1 – Apresentação 6 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 APRESENTAÇÃO A manutenção da boa saúde da mulher exige uma série de cuidados e atitudes preventivas. Cada mulher tem uma história e um corpo diferente das outras mulheres e que devem ser analisadas cuidadosamente com a supervisão de um médico, para garantir uma vida saudável e sem surpresas. Neste curso, faremos uma revisão sobre os principais pontos que prejudicam a saúde da mulher. Ao realizar o curso, o enfermeiro será capaz de prestar assistência sistematizada e integral à mulher nas diversas fases do ciclo vital. Unidade 2 – Saúde da Mulher 7 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 SAÚDE DA MULHER De acordo com o Ministério da Saúde, as mulheres compõem a maioria da população brasileira e são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de buscarem os serviços de saúde para o seu próprio atendimento, acompanham crianças e outros familiares, como pessoas idosas, com deficiência, vizinhos e amigos. Também são também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. A situação de saúde de um indivíduo envolve diversos aspectos da vida, como a re- lação com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho, moradia e renda. No caso das mulheres, os problemas são agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico. Mulheres vivem mais do que os homens. Entretanto, adoecem com mais frequência. E essa vulnerabilidade está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que com fatores biológicos. Existem vários conceitos sobre saúde da mulher. Conceitos mais restritos abordam apenas aspectos da biologia e anatomia do corpo feminino e outros mais amplos que interagem com dimensões dos direitos humanos e questões relacionadas à cidadania. No primeiro, o corpo da mulher é visto apenas na sua função reprodutiva e a maternidade torna-se seu principal atributo, limitando a saúde da mulher à saúde materna ou à ausência de enfermidade associada ao processo de reprodução biológica. Nesse caso estão excluídos os direitos sexuais e as questões de gênero. Com o novo conceito de saúde, essa realidade começa a mudar. Além do aspecto reprodutivo, as desigualdades sociais se revelam no processo de adoecer e morrer das populações. O relatório sobre a situação da População Mundial (2014) demonstra que o número de mulheres que vivem em situação de pobreza é superior ao de homens, que as mulheres trabalham durante mais horas do que os homens e que, pelo menos, metade do seu tempo é Unidade 2 – Saúde da Mulher 8 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). gasto em atividades não remuneradas, o que diminui o seu acesso aos bens sociais, inclusive aos serviços de saúde, o que implica num forte impacto em suas condições. Unidade 2 – Saúde da Mulher 9 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 QUADRO DE CONCEITOS Antes de nos aprofundarmos nos estudos de saúde da mulher, vamos conhecer alguns termos sobre o tema: Amenorreia: Ausência de menstruação. Climatério:é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. Menacme: Período reprodutivo da mulher. Inicia-se após a puberdade. Menarca: Primeira menstruação. Menopausa: é a última menstruação da mulher. É o evento marcante do climatério. Geralmente ocorre dos 45 aos 55 anos e só pode ser diagnosticada após 12 meses de amenorreia. Menstruação: Sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário na mulher eque manifesta-se aproximadamente em cada mês. Inicia-se com a menarca e termina com a menopausa. Perimenopausa: É o período no qual surgem as irregularidades menstruais, os distúrbios neurovegetativos e alterações psicoemocionais. Ela inicia-se em torno de 5 anos antes da menopausa e acaba 12 meses após. Telarca: Desenvolvimento do tecido e botão mamário. Unidade 4 – Puberdade 10 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 04 PUBERDADE Na infância nosso corpo ainda não está totalmente formado. Na adolescência, acontece a transição da infância para a fase adulta, que chamamos de Puberdade. A Puberdade é um momento de transformações físicas e biológicas e de oscilações emocionais ocasionadas pelas alterações hormonais que o corpo sofre. O corpo está voltado nessa fase para a produção dos hormônios sexuais que são diferentes para meninos e meninas. Os meninos produzem a testosterona e as meninas o estrógeno. Nessa fase o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham forma e a fertilidade se inicia. É um processo difícil tanto para o adolescente, que vai viver essas transformações, como para os que o rodeiam que terão de se adaptar às alterações de humor e às crises existenciais vividas por ele. Apesar de tudo isso essas transformações são necessárias para a manutenção da espécie humana, pois todo esse processo tem como objetivo de adaptar tanto a mulher quanto o homem para a capacidade de reprodução. No corpo masculino a puberdade ocorre geralmente entre a faixa etária dos 12 aos 14 anos de idade, e para o biótipo feminino esse marco caracteriza-se a partir da primeira menstruação, também denominada de menarca, conferindo maturidade por volta dos 10 aos 13 anos de idade. Além da menarca, outros acontecimentos caracterizam essa fase. São eles: O desenvolvimento da genitália; Crescimento dos seios (telarca); Aparecimento de pelos pubianos na genitália e nas axilas; Unidade 4 – Puberdade 11 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Definição das formas do corpo acarretada pelo acúmulo de tecido adiposo em determinadas partes (quadris, coxas); Surgimento de erupções na pele (acne). Diminuição no crescimento ósseo; Expansão óssea da cintura pélvica (bacia); Aumento do desejo sexual. Unidade 5 – Sistema Reprodutor Feminino 12 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 05 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO A Pituitária, também conhecia como Hipófise anterior, não secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até a idade de 10 a 14 anos. A partir da Puberdade, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. Inicialmente, secreta principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento. Em seguida, secreta o hormônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. 5.1 HORMÔNIOS FEMININOS Hormônio Folículo-Estimulante: Causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e crescerem. Hormônio Luteinizante: Aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação. 5.2 HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são compostos esteroides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Unidade 5 – Sistema Reprodutor Feminino 13 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Os estrogênios são vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio. 5.2.1 Funções do Estrogênio O estrogênio induz as células de vários locais do organismo, a proliferarem-se, ou seja, aumentar em número. A musculatura lisa do útero, por exemplo, aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. Todas as características que distinguem a mulher do homem, que foram citadas anteriormente, são devido ao estrogênio e a razão básica do desenvolvimento dessas características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do corpo. O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o crescimento estaciona. Nessa fase, a mulher cresce mais rapidamente que o homem até os primeiros anos da puberdade. O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o endométrio, no ciclo menstrual. 5.2.2 Funções da Progesterona A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos. Está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Esse hormônio também aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos. Determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. E durante a gestação, uma de suas mais importantes funções é a de inibir as contrações do útero e impedir a expulsão do embrião implantado ou do feto em desenvolvimento. Unidade 6 – Ciclo Menstrual 14 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 06 CICLO MENSTRUAL O Ciclo Menstrual representa mudanças fisiológicas recorrentes relacionadas ao sistema reprodutivo, que ocorrem em mulheres em idade reprodutiva. Esse ciclo fica sob o controle do sistema hormonal e é necessário para a reprodução. Em outras palavras, é o conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo hipotálamo - hipófise - ovário e as modificações fisiológicas no organismo que são consequentes a estes eventos, e visam à preparação para a ovulação e para uma futura gravidez. Esse ciclo pode ser dividido em várias fases, e a duração de cada fase difere de mulher para mulher e de ciclo para ciclo. A menstruação inicia-se na metade da puberdade, geralmente entre os 11 e 12 anos, ainda que possa acontecer dentro do intervalo dos 10 até os 18 anos. Apartir da menarca, a mulher continua menstruando até os 49 ou 50 anos, podendo estender-se até os 55 anos, até menopausa, que será discutida mais adiante. Umciclo menstrual normal varia de 20 a 36 dias, sendo que a maioria das mulheres tem um ciclo de 28 dias. Normalmente dura de 4 a 6 dias, podendo em algumas mulheres variar de 2 a 8 dias. Cada mulher reage de forma distinta quando está menstruada, podendo ocorrer alguns destes sintomas: Aumento do desejo sexual; Dores no abdome (cólicas); Dores nas pernas; Dores de cabeça (enxaqueca); Unidade 6 – Ciclo Menstrual 15 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Mau humor/ irritação/depressão; Dores nos seios. Esses sintomas são chamados de “síndrome pré-menstrual”. 6.1 CICLO MENSTRUAL NORMAL: Duração do Ciclo Menstrual Normal: 21 a 35 dias; Duração do Fluxo Menstrual: 2 a 6 dias; Perda Sanguínea: 20 a 60 ml; Fases do Ciclo Ovariano: Folicular e Lútea; Fases do Ciclo Uterino: Proliferativa, Secretora e Menstrual. 6.2 COMPONENTES FUNCIONAIS DO CICLO MENSTRUAL Como já foi dito, o ciclo menstrual é uma interação entre o hipotálamo, a hipófise e os ovários, onde os principais hormônios, responsáveis pela ação desse ciclo, é o Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), um dos hormônios-hipotalâmicos. 6.3 FASES DO CICLO OVARIANO 6.3.1 Fase Folicular Período em que o folículo dominante é selecionado e desenvolvido até se tornar um folículo maduro. Durante essa fase, o revestimento do útero fica mais espesso, estimulado ao aumentar gradualmente as quantidades de estrogênio. Ao longo desse processo, o FSH e o estrogênio aumentam a quantidade de receptores para FSH. Unidade 6 – Ciclo Menstrual 16 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Os folículos no ovário começam a desenvolver-se sob a influência de hormônios e depois de vários dias um folículo (ou ocasionalmente dois) fica dominante. Os folículos não dominantes atrofiam e morrem. Então, o folículo dominante libera um ovo em um evento chamado ovulação. 6.3.2 Ovulação A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de estradiol. Se o ovo não for fertilizado por espermatozoide em até 1 dia após a ovulação ele morrerá e será absorvido pelo corpo da mulher. 6.3.3 Fase Lútea Compreende o período da ovulação até o aparecimento da menstruação. Depois da ovulação, durante a fase luteal, os restos do folículo dominante no ovário transformam-se em corpo lúteo, o qual tem como função principal produzir grandes quantidades de Progesterona. Sob a influência da progesterona, o endométrio (revestimento do útero) muda para se preparar a uma possível implantação do embrião. Se a implantação do embrião não ocorrer dentro de aproximadamente duas semanas, o corpo lúteo morrerá causando queda brusca nos níveis de progesterona e estrogênio. Essa queda nos níveis hormonais faz com que o útero elimine seu revestimento em um processo chamado menstruação. 6.4 FASES DO CICLO UTERINO O útero é um órgão musculado revestido internamente por uma mucosa muito vascularizada, o Endométrio. Esta mucosa uterina sofre transformações ao longo do ciclo, com a função de criar condições adequadas para que o óvulo fecundado se aloje no endométrio, e aí se desenvolva o embrião e, posteriormente, o feto ao longo dos 9 meses. As transformações que ocorrem no endométrio podem ser agrupadas em três fases: Fase Menstrual: Ocorre do 1º ao 5º dia. Caracteriza-se por uma ruptura irregular do endométrio. Isso acontece quando não há fecundação, sendo essa parede uterina, destruída cerca de 4/5 mm da sua espessura. Esses fragmentos de tecido e sangue proveniente dos vasos que irrigam a parede do útero são libertados constituindo a menstruação. A menstruação é uma hemorragia e marca o início de todo o ciclo sexual feminino. Lembrando que, o 1º dia de sangramento é o 1º dia do Ciclo Menstrual. Unidade 6 – Ciclo Menstrual 17 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Fase Proliferativa: Ocorre do 6º ao 14º dia. Logo após a menstruação a mucosa uterina é reconstituída, em que os vasos sanguíneos e tecidos são reconstituídos, passando de 1 a 5 mm de espessura. Fase Secretora: Ocorre do 15º ao 28º dia. Caracteriza-se pela atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. O endométrio enriquece-se de glândulas e vasos sanguíneos. As glândulas produzem um muco que é particularmente abundante na ovulação. Deste modo, o útero está pronto para receber e alojar nesta camada um embrião. Caso não tenha ocorrido uma fecundação esta camada degenera, iniciando-se assim um novo ciclo com a fase menstrual. Unidade 7 – Avaliação Pré-Concepcional 18 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 07 AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL Consideramos Avaliação pre-concepcional, a consulta que o casal realiza antes de uma gravidez, com o objetivo de identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução normal de uma futura gestação. É um instrumento importante para a redução dos índices de morbidade e mortalidade materna e infantil. Sabemos que a maioria das gestações não é inicialmente planejada, embora possam ser desejadas. Esse não planejamento deve-se à falta de orientação ou de oportunidade para a aquisição de um método Anticoncepcional, e isso ocorre comumente com adolescentes. As atividades a serem desenvolvidas na avaliação pre-concepcional devem incluir anamnese e exame físico, com exame ginecológico completo, além de alguns exames laboratoriais. É recomendada a realização do Exame Clínico das Mamas (ECM) em qualquer idade e do exame preventivo do câncer do colo do útero uma vez ao ano e, após dois exames normais, a cada três anos, principalmente na faixa etária de risco (25 a 59 anos). Podem ser instituídas ações específicas quanto aos hábitos e estilo de vida, tais como: Alimentação adequada; Riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e outras drogas; Orientações quanto ao uso de medicamentos e, quando necessário, realizar substituição para drogas com menores efeitos sobre o feto; Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de exposição a tóxicos ambientais; Unidade 7 – Avaliação Pré-Concepcional 19 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Administração preventiva de ácido fólico para a prevenção de defeitos congênitos do tubo neural; Orientação para registro sistemático do ciclo menstrual; Estímulo para que o intervalo entre as gestações seja de, no mínimo, 2 anos. Unidade 8 – Planejamento Familiar 20 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98.É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 08 PLANEJAMENTO FAMILIAR A regulamentação do planejamento familiar no Brasil, por meio da Lei n.º 9.263/96, foi conquista importante para mulheres e homens no que diz respeito à afirmação dos direitos reprodutivos. Conforme consta na referida Lei, o planejamento familiar é entendido “como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação, ou aumento da prole pela mulher, pelo homem, ou pelo casal” (art. 2º). A atenção em planejamento familiar contribui para a redução da morbimortalidade materna e infantil, pois: Diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos provocados; Diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura tubária; Diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros métodos anticoncepcionais; Aumenta o intervalo entre as gestações, contribuindo para diminuir a frequência de bebês de baixo peso e para que os bebês sejam adequadamente amamentados; Possibilita a prevenção e/ou postergação de gravidez em mulheres adolescentes ou com patologias crônicas, tais como diabetes, cardiopatias, hipertensão, portadoras do HIV, entre outras. Unidade 9 – Métodos Anticoncepcionais 21 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 09 MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS O planejamento de uma gestação é fundamental, principalmente para adolescentes e adultos jovens sexualmente ativos, que devem ser orientados precocemente, uma vez que a idade para início das relações sexuais está diminuindo cada vez mais, enquanto estão aumentando o número de adolescentes grávidas. No Brasil, evitar filhos é uma tarefa assumida, quase exclusivamente, pelas mulheres. Os homens geralmente associam a diminuição de sua potência sexual ao uso de algum método para evitar filhos. Como o governo não tinha um programa que garantisse meios para a mulher e/ou o homem evitar filhos, algumas organizações não governamentais iniciaram esta atividade em nosso país, inicialmente distribuindo pílulas e em seguida oferecendo a laqueadura das trompas, que é irreversível. Em 1984 o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que recomenda aos serviços de saúde a implantação da atividade de Planejamento Familiar oferecendo todos os meios de evitar ou de ter filhos garantindo que o casal possa fazer uma opção livre e consciente, escolhendo o método que melhor responde às suas necessidades. Portanto, Planejamento Familiar (PF) é a atividade que visa ofertar informações e meios, para que as pessoas possam decidir livre, consciente e responsavelmente a respeito do número e da época de terem seus filhos. Sua maior importância é o controle de Natalidade de um país. Fator importante na origem de problemas sociais. É um direito humano básico, inserido na Constituição Federal. Atividade de saúde regulamentada pela Lei do Planejamento Familiar, a Lei 9.263de 12 de janeiro de 1996, que diz: Artigo 1º - O planejamento familiar é direito de todo cidadão. Unidade 9 – Métodos Anticoncepcionais 22 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Artigo 2º - Entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole. Artigo 4º: O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informação, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. Artigo 9º: Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. Artigo 12º: É vedada a indução ou instigação, individual ou coletiva à prática de esterilização cirúrgica. Artigo 13º: É vedada a exigência de atestado de esterilização ou teste de gravidez para quaisquer fins. Em alguns países, onde não é o caso do Brasil, existe o Controle de Natalidade. 9.1 VOCÊ SABE DIFERENCIAR O PLANEJAMENTO FAMILIAR DO CONTROLE DE NATALIDADE? 9.1.1 Planejamento Familiar É o direito à informação, à assistência especializada e acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não filhos, o número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado, sem coação. 9.1.2 Controle de Natalidade É uma ação governamental com a preocupação de estipular metas para crescimento “ideal” da população, quer dizer, onde o governo determina quantos filhos o casal deve ter. Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 23 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 10 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Entende-se por Métodos Contraceptivos são as formas utilizadas por mulheres, homens e casais para evitar ou promover uma gravidez. Alguns métodos servem somente para evitar filhos, outros sevem para ajudar a mulher a engravidar. Os métodos contraceptivos podem ser divididos didaticamente em: Naturais ou Comportamentais; Lactação-amenorreia De Barreira; Mecânicos; Métodos Hormonais Cirúrgicos. A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada levando-se em conta fatores como idade, números de filhos, compreensão e tolerância ao método, desejo de procriação futura e a presença de doenças crônicas que possam agravar-se com o uso de determinado método. Como todos os métodos têm suas limitações, é importante que saibamos quais são elas, para que eventualmente possamos optar por um dos métodos. Todavia, na orientação sobre os métodos anticoncepcionais deve ser destacada a necessidade da dupla proteção que seria a contracepção e prevenção as DST e HIV/AIDS, mostrando a importância dos métodos de barreira, como os preservativos masculinos ou femininos. Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 24 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 10.1 MÉTODOS NATURAIS OU COMPORTAMENTAIS São aqueles em que o casal ou a pessoa pode utilizar para evitar ou obter uma gravidez, identificando o período fértil da mulher. Os métodos naturais mais utilizados: 10.1 1 Temperatura Basal Esse método é baseado na alteração térmica que o corpo apresenta quando ocorre a ovulação. A temperatura se eleva devido ao aumento hormonal (progesterona). Por ocasião da ovulação acontece uma ligeira queda na temperatura corpórea e após há uma elevação de aproximadamente 0,5 °C em relação às medidas basais (as da primeira fase do ciclo). Esta permanecerá elevada até a próxima menstruação. O 4º dia após a elevação da temperatura é considerado o provável fim do período fértil. Observe que nos 14 dias após a ovulação a temperatura é superior. 10.1.2Tabela de Ogino-Knauss (Tabelinha) A tabelinha é um método que ajuda a mulher a descobrir a época do mês em que ela pode ficar grávida. Esta época chama-se período fértil. É importante ter um calendário para marcar a cada mês o início do ciclo menstrual. Consiste em suspender as relações sexuais no período fértil da mulher. Esse método é baseado na premissa de que os ciclos menstruais são relativamente constantes e por isso o período fértil do mês subsequente pode ser estimado pelo ciclo anterior. Para Ciclos Regulares: o Período Fértil acontece 14 dias antes da próxima menstruação. Para Ciclos Irregulares: a mulher deve anotar pelo menos os 6 últimos ciclos e a partir daí estimar o início de período fértil subtraindo 18 dias do comprimento do ciclo mais curto, e estimar o fim do período fértil subtraindo 11 dias do ciclo mais longo. Exemplo:Uma mulher que anotou seus ciclos menstruais durante 6 meses, e teve um ciclo que chegou até 33 dias, e outro, mais curto de 26 dias, deverá: Subtrair 18 dias do ciclo mais curto de 26 dias (26 - 18 = 8); Subtrair 11 dias do ciclo mais longo de 33 dias (33 - 11 = 22), então, esta mulher deverá fazer abstinência a partir do 8º dia até o 22º dia do ciclo. Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 25 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O índice de falha deste método é muito grande, aproximadamente 40 por 100 mulheres/ano. 10.1.3 Método de Billings ou do Muco Cervical Assim como no método da tabelinha, este também é um método de abstinência. Para detectar o seu período fértil, neste método, a mulher precisa observar e reconhecer o tipo de secreção presente no colo do útero. A mulher deve ser orientada a respeito das mudanças que o estrogênio provoca no muco cervical na metade do ciclo. O muco cervical aumenta em quantidade, fica filante e transparente no período ovulatório, lembrando o aspecto de clara de ovo. O papel do muco cervical é proteger os espermatozoides do meio ácido vaginal e também capacitar os espermatozoides para poder haver fertilização. O método é limitado, pois sua eficácia como contraceptivo é pequena. Para sua utilização é necessário treinamento e disciplina, além do que várias doenças (tais como os corrimentos) interferem na qualidade do muco. A mulher deve examinar o muco diariamente, colocando o dedo na vagina e, em seguida, observando que tipo de secreção está presente. O aspecto do muco é mais importante do que a quantidade. O que interessa é se ele é pastoso, líquido, elástico, ou se não aparece.No início, é bom se examinar 2 ou 3 vezes ao dia. Depois, com a prática, uma vez só por dia é suficiente. Recomenda-se que o exame seja feito sempre na mesma hora. Anotar as diferenças do muco durante todo o mês. Isto ajudará a memorizar quais são os dias férteis. 10.1.4 Lactação-Amenorreia A secreção irregular de GnRH interfere na liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) Principais requisitos: Aleitamento exclusivo Seis primeiros meses pós-parto Ausência de menstruação Intervalo entre as mamadas não superior a 5 horas Risco de gravidez: 2% Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 26 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Permite o espaçamento das gestações 10.2 MÉTODOS DE BARREIRA São aqueles que evitam a gravidez através do impedimento da ascensão dos espermatozoides ao útero. São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos espermatozoides no canal cervical. Atualmente, com a crescente incidência das DSTs, houve uma revalorização do uso dos métodos de barreira (preservativos). 10.2.1 Preservativo Também chamado de camisinha, camisa de vênus, condom. Existe na versão masculina e Feminina. Masculino: é o método de barreira mais difundido no mundo. Consiste em um envoltório de látex ou membrana que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação. Oferece proteção contra DST. Feminino: é um contraceptivo de barreira vaginal de poliuretano. Adequadamente posicionado recobre a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à grande área genital tanto feminina quanto masculina recoberta, oferece proteção efetiva contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. É mais resistente e durável que o preservativo masculino, com a vantagem de poder ser inserido fora do intercurso sexual, ficando seu uso sob controle feminino. 10.2.1 Diafragma O diafragma é um método vaginal de anticoncepção, que consiste em um capuz macio de borracha côncavo com borda flexível, que cobre o colo uterino. É colocado na vagina antes da relação sexual. Deve ser utilizado com geleia ou creme espermicida. 10.2.2 Espermicidas Eles matam os espermatozoides. Espermaticidas são produtos para serem colocados na vagina antes da relação sexual. Os espermaticidas podem ser usados sozinhos, porém são mais seguros quando usados junto com outros métodos (camisinha, diafragma, tabela). Existem vários tipos: cremes, geleia, tabletes ou óvulos. Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 27 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 10.3 Métodos Hormonais Os anticoncepcionais hormonais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação com progesterona com a finalidade básica de impedir a concepção. A anticoncepção hormonal é um dos métodos mais empregados em todo o mundo desde 1960, tendo sofrido uma extraordinária evolução em termos de quantidade e qualidade dos hormônios utilizados. São classificados de acordo com a via de utilização em: oral, injetável, subcutâneo e vaginal. 10.3.1 Pílula Também chamados de anticoncepcionais orais hormonais combinados (AOCS). As pílulas anticoncepcionais são comprimidos, feitos com substâncias químicas semelhantes aos hormônios encontrados no corpo da mulher. Elas impedem a ovulação, evitando, assim, a gravidez. Existem diferentes tipos de pílulas, as mais usadas vêm em cartelas com 21 comprimidos. A pílula só faz efeito se tomada corretamente. Uso correto: Para começar a usar a pílula a mulher deve tomar o primeiro comprimido no 1º dia da menstruação. Continuar tomando 1 comprimido por dia, de preferência na mesma hora até terminar os 21 comprimidos da cartela.Começar nova cartela 7 dias após a tomada do último comprimido, independente do dia da menstruação. Se a mulher esquecer de tomar 1 comprimido, deve tomá-lo assim que se lembrar, além de tomar o comprimido do dia na hora de sempre. E continuar a cartela. Se a mulher esquecer de tomar 2 ou mais comprimidos seguidos: Parar de tomar esta cartela; Só iniciar outra cartela no primeiro dia da menstruação; Se não menstruar, procurar o serviço médico. Em qualquer caso de esquecimento, o casal deve usar outro método para garantir maior segurança neste mês. Em caso de diarreia ou vômito por mais de 2 dias, interromper o uso da pílula. 10.3.2 Pílula do Dia Seguinte A anticoncepção de emergência é um uso alternativo de contracepção hormonal oral (tomado antes de 72 horas após o coito) evitando-se a gestação após uma relação sexual desprotegida. Este método só deve ser usado nos casosde emergência, ou seja, nos casos em que os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou tenham falhado de Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 28 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). alguma forma, como esquecimento, ruptura da caminsinha, desalojamento do diafragma, falha na tabelinha ou no coito interrompido, esquecimento da tomada da pílula por dois ou mais dias em um ciclo ou em caso de estupro. Este contraceptivo contém o levonorgestrel, que é um tipo de progesterona. O levonorgestrel previne a gravidez inibindo a ovulação, fertilização e implantação do blastocisto. Um tablete original contém dois comprimidos. O primeiro comprimido deve ser tomado no máximo 72 horas após a ocorrência de uma relação sexual desprotegida (nunca após esse prazo). O segundo deve ser tomado 12 horas após o primeiro. Se ocorrer vômito, a dose deve ser repetida. Nem sempre surte resultados e pode ter efeitos colaterais intensos. Os sintomas mais comuns são náusea, dores abdominais, fadiga, dor de cabeça, distúrbio no ciclo menstrual, tontura, fragilidade dos seios, e, em casos menos comuns, diarreia, vômito e acnes. Índice de falha: Se usada até 24 horas da relação - 5 %. Entre 25 e 48 horas - 15 %. Entre 49 e 72 horas - 42 %. Efeitos Colaterais: vômito e diarreia. Alteração no ciclo menstrual, dor de cabeça, náuseas e sensibilidade nos seios. 10.4 MÉTODOS MECÂNICOS 10.4.1 DIU - Dispositivo Intra Uterino Os DIUs são artefatos de polietileno, aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozoide pelo trato reprodutivo feminino. Os problemas mais frequentes durante o uso do DIU são a expulsão do dispositivo, dor pélvica, dismenorreia (sangramentos irregulares nos meses iniciais) e aumento do risco de infecção (infecções agudas sem melhora ou infecções persistentes implicam na remoção do DIU). Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre que aparecerem leucorréias. Unidade 10 – Métodos Contraceptivos 29 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Unidade 11 – Diagnóstico da Gravidez 30 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 11 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ O diagnóstico de gravidez é realizado através da anamnese, exame físico e testes laboratoriais. Na presença da amenorreia ou atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação. Mulheres com atraso menstrual que não ultrapassa 16 semanas, a confirmação do diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo profissional de saúde da unidade básica, por meio de um teste imunológico para gravidez (TIG), de acordo com os procedimentos especificados no fluxograma a seguir. Para as mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas ou que já saibam da gravidez, o teste laboratorial é dispensável. Atraso irregular menstrual, náuseas e aumento do volume abdominal Avaliar: -Ciclo menstrual; - DUM; -Atividade sexual. Atraso menstrual em mulheres maiores de 10 anos com atividade sexual Solicitar teste imunológico de gravidez Unidade 11 – Diagnóstico da Gravidez 31 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Após a confirmação da gravidez em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SISPRENATAL. Unidade 12 – Pre-Natal 32 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 12 PRE-NATAL Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na ficha perinatal e no cartão da gestante. Nesse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao acompanhamento pré-natal – sequência de consultas, visitas domiciliares e reuniões educativas. Deverão ser fornecidos: O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do SISPRENATAL, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este; O calendário de vacinas e suas orientações; A solicitação dos exames de rotina; As orientações sobre a participação nas atividades educativas – reuniões e visitas domiciliares. Maiores informações sobre esse tópico serão abordadas no curso Enfermagem Obstétrica. Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 33 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13 PREVENÇÃO DO CÂNCER GENITAL E DE MAMA De acordo com o Ministério da Saúde, no ano de 2009 foram estimados mais de 466 mil casos novos de câncer na população brasileira, sendo que 235 mil ocorreram entre as mulheres. Embora as ações de prevenção de câncer cérvicouterino e de mama tenham aumentado nos últimos anos, elas têm sido insuficientes para reduzir a tendência à mortalidade das mulheres por esses cânceres. Em algumas regiões do país, o diagnóstico tardio está relacionado a fatores como a dificuldade de acesso da população feminina aos serviços e ações de saúde e a baixa capacitação dos profissionais envolvidos na atenção oncológica, principalmente em municípios de pequeno e médio portes. Existe, ainda, a dificuldade dos gestores municipais e estaduais em definir um fluxo assistencial que permita o manejo e o encaminhamento adequado dos casos suspeitos para investigação em outros níveis do sistema. Embora as ações de prevenção de câncer cérvicouterino e de mama tenham aumentado nos últimos anos, elas têm sido insuficientes para reduzir a tendência à mortalidade das mulheres por esses cânceres. A prevenção do câncer não é condição que se planeje ou que se organize de maneira isolada, desvinculada do contexto social. Ela envolve políticas públicas, ações profissionais e a participação da população. Articuladas, essas ações resultarão em benefícios para as usuárias do sistema de saúde. A prevenção do câncer cérvicouterino está baseada no rastreamento da população feminina que apresenta probabilidade de ter lesões pre-cancerosas detectáveis pelos exames de detecção precoce, no diagnóstico exato do grau da lesão e no tratamento. Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 34 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibidaa reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Desse modo, a cobertura da população feminina em relação à prevenção é um elemento primordial no controle dos cânceres de mama e cérvico uterino. Maiores informações sobre esse tópico serão abordados no curso HPV e Câncer de Colo de Útero. Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 35 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 14 ASSISTÊNCIA A MULHER NO CLIMATÉRIO O Climatério é o período de transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva da mulher. Iniciam-se por volta dos 40 anos, podendo estender-se até os 55 anos ou mais. Durante esses anos, acontece a última menstruação, definida como menopausa. O climatério pode causar sintomas em torno de 20 a 25% das mulheres. Quando presentes são consequentes à insuficiência ovariana progressiva. É importante considerar que hoje, diferentemente de épocas passadas, o fim da fase “reprodutiva” não coincide com o da fase “produtiva” da mulher que, com expectativa de vida de quase 80 anos, pode viver metade de sua vida após a menopausa. A mulher vivencia mudanças de diversas naturezas ao longo da vida: menarca, iniciação da vida sexual, gravidez e menopausa que exigem adaptações físicas, psicológicas e emocionais. Portanto, é comum ela reviver antigos conflitos nessa fase. Para a mulher cujos filhos estão começando a abandonar o “ninho”, o climatério pode representar uma chance de refazer seus planos de vida. Por outro lado, o metabolismo sofre algumas alterações, especialmente relacionadas às funções do sistema endócrino e diminuição da atividade ovariana. Assim, o evento menopausa pode ser vivenciado, por algumas mulheres, como a paralisação do próprio fluxo vital, pois os seus órgãos genitais, assim como o restante do organismo, mostra, gradualmente, sinais de envelhecimento. É frequente encontrá-las insatisfeitas, ansiosas e desmotivadas, com queixas de que tudo está errado, sem saberem definir bem a causa. Muitas têm a sensação de que a vida está um caos, de que tudo foge ao seu controle como se fosse ocorrer uma “tragédia iminente”. É nesse contexto socioemocional que devemos desenvolver estratégias no sentido de motivar essas usuárias para as mudanças no estilo de vida, em especial o desenvolvimento de hábitos saudáveis e a busca de novos objetivos e afetos que motivem o seu viver. Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 36 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). As ansiedades e inseguranças femininas podem ser acolhidas pelos profissionais de saúde, além da detecção precoce das principais doenças que acometem as mulheres e que são características dessa fase. Outro aspecto a ser considerado é a discriminação geracional que ocorre na nossa sociedade, como se fosse algo natural. Seus efeitos na mídia promovem discriminação mais intensa e evidente para as mulheres. Embora seja um evento fisiológico, o climatério pode cursar com intensas manifestações sintomáticas que acometem de maneira variada, em torno de 75% das mulheres. Os sintomas resultam da falência ovariana e são expressos por instabilidade vasomotora, modificações atróficas e distúrbios emocionais. Inicialmente, torna-se necessário fazer algumas distinções conceituais entre climatério, menopausa e perimenopausa, que são tratados como se fossem sinônimos. A promoção da saúde às mulheres nessa faixa etária ainda é um aspecto muito negligenciado na formação e atuação dos profissionais de saúde. Atividades de educação em saúde deve ajudá-las a compreender as mudanças físicas que estão ocorrendo e a desenvolver atitudes mais positivas em relação à saúde, tais como: O autocuidado em geral pode influenciar na melhora da autoestima e da insegurança frente às mudanças que acompanham essa fase. Aquisição de hábitos saudáveis; Cuidados com a limpeza e a hidratação da pele e cabelos, automassagem, técnicas de meditação e relaxamento e outras tantas formas que proporcionam o bem-estar físico e psicoemocional; Atenção em relação ao uso excessivo de medicamentos como: diuréticos que podem provocar espoliação de minerais – magnésio, sódio e potássio; antiácidos, que diminuem a acidez gástrica, alterando a digestão e absorção de nutrientes; antibióticos, que alteram a flora bacteriana normal, propiciando má-absorção; laxantes, que aumentam a perda de nutrientes e podem levar à dependência; e sedativos e neurolépticos, que diminuem a atividade cerebral; Apoio às iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das relações, valorizando a experiência e o autoconhecimento adquiridos durante a vida; Estímulo à prática do sexo seguro em todas as relações sexuais. O número de mulheres portadoras do HIV nessa faixa etária tem sido crescente; Estímulo ao “reaquecimento” da relação ou a reativação da libido por diversas formas, segundo o desejo e os valores das mulheres. A avaliação clínica da mulher no climatério envolve uma equipe multidisciplinar e deve ser voltada para o seu estado de saúde atual e pregresso. Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 37 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Além da promoção da saúde, a atenção precisa abranger prevenção de doenças e a assistência aos sintomas climatéricos que ocorrem concomitantes às doenças sistêmicas (BRASIL, 2008g). Estas se manifestam em queixas como: dores articulares ou musculares, ganho de peso gradativo, depressão ou sintomas de hipotireoidismo muitas vezes ainda não diagnosticado. Da mesma forma que nem todas as mulheres apresentam os sintomas climatéricos, é preciso estar atento às doenças que se tornam mais comuns com o avançar da idade, como diabetes mellitus e hipertensão arterial. Na avaliação do estado de saúde, a escuta qualificada é um componente fundamental do acolhimento para facilitar o diagnóstico e acompanhamento adequados. Para isso, deve-se realizar sempre a anamnese e o exame físico completos, incluindo o ginecológico, ressaltando-se a importância do exame das mamas e da vulva. Deverão ser solicitados, também, alguns exames complementares rotineiramente. São eles: Mamografia de rastreamento, para pacientes assintomáticas entre 50 e 69 anos; Dosagem de colesterol total e fracionado; Dosagem de triglicérides; Dosagem da glicemia de jejum; Dosagem de TSH, uma vez que as disfunções tireoidianas assintomáticas são frequentes nessa faixa etária. 14.1 SAÚDE BUCAL NO CLIMATÉRIO Um aspecto importante da educação em saúde é que as mulheres precisam estar cientes dos potenciais problemas de saúde sistêmicos e localizados que ocorrem com o avançar da idade e sobre a importância da higiene bucal diária, principalmente à medida que as condições debilitantes sistêmicas se agravam. Dificuldade relacionada à alimentação, fala e queixas de dor podem ser sinais e sintomas importantes de que alguma alteração bucal está ocorrendo. Por isso, as mulheres nessa faixa etária devem ter acesso à reabilitação bucal por meio de restaurações diretas e a todos os tipos de próteses que são importantes no restabelecimentoda função (mastigação, fonação e deglutição) e da estética dos dentes, as quais influenciam o bem-estar e a autoestima. Atenção especial deve ser dada ao uso inadequado de prótese total ou parcial, seja por má-adaptação, por estar quebrada ou frouxa. Deve ser verificado, ainda, se há dentes Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério 38 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). fraturados e restos radiculares, que devem ser diagnosticados precocemente e removidos para que esses fatores traumáticos não se tornem uma lesão que possa evoluir para malignização. Unidade 15 – Violência Contra a Mulher 39 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 15 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Embora a Lei 11.340/2006 de 07/08/2006 venha sendo utilizada na defesa de mulheres em situação de violência, ela ainda é pouco conhecida pelos profissionais de saúde, principalmente por enfermeiros. Existe, ainda, uma dificuldade de compreender as raízes desse tipo de violência, pois elas se situam nas próprias relações entre homens e mulheres. A violência surge como uma característica perversa ao anular a relação entre dois sujeitos: um deles se vê transformado em objeto. É importante realçar que as mulheres também podem ser violentas com seus parceiros, outras mulheres e crianças, porém isto ocorre com menos frequência. Outro aspecto a ser considerado é a violência causada pela própria privação dos bens materiais e sociais que a população assistida pela equipe de Saúde da Família sofre cotidianamente. Na sua maioria, além de possuírem baixa renda e baixa escolaridade, se veem frustradas em seus direitos básicos. Como você já deve ter observado a violência contra a mulher é um problema bastante complexo e difícil de ser abordado. Seu enfrentamento requer a implementação de políticas públicas intersetoriais que tenham a perspectiva de gênero em seus fundamentos. Em 1998, a área técnica de saúde da mulher e a coordenação nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde estabeleceram um protocolo para abordagem e conduta frente aos agravos resultantes da violência sexual contra a mulher. Esse protocolo foi publicado nas normas técnicas de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes. A rede básica de saúde constitui-se em uma instância de enfrentamento da violência contra as mulheres, por seu papel fundamental na detecção de casos e na problematização desse problema com as mulheres. Este tem sido um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na equipe de Saúde da Família porque implica mudanças profundas nos paradigmas que sustentam as suas práticas. Unidade 15 – Violência Contra a Mulher 40 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Assim, é necessária a capacitação dos serviços de saúde para o acolhimento, identificação, tratamento e encaminhamento adequado das vítimas, para que todas as unidades com serviços de ginecologia-obstetrícia prestem atendimento imediato a esses casos. O ideal é que o atendimento a essas mulheres possa ser realizado por uma equipe multidisciplinar sensibilizada e treinada para lidar com essa questão. Segundo recomendação do Ministério da Saúde, é importante dispor de recursos laboratoriais para realização dos seguintes exames: A anticoncepção de emergência deve ser proposta, em casos de estupro, até 72 horas após a sua ocorrência. Ela será desnecessária se a mulher estiver usando método anticoncepcional de alta eficácia, como anticoncepcional oral, injetável ou dispositivo intrauterino (DIU). Sabe-se que 16% das mulheres que sofrem violência sexual contraem algum tipo de doença sexualmente transmissível (DST) e que uma em cada 1.000 é infectada pelo HIV. Por isto, a prevenção de DST/AIDS também deve ser realizada: Para sífilis: penicilina benzatina 2.400.000 U IM; Outras doenças sexualmente transmissíveis: azitromicina 1g VO dose única associada à cefixima 400 mg VO, dose única; Vacinação anti-hepatite B também é preconizada; Quimioprofilaxia para o HIV. É importante acentuar que a mulher que vive sob ameaça física e de morte deve ser preparada para sair dessa situação com muito cuidado, pois qualquer motivo pode justificar, para a mente perversa do agressor, justificativa para seu extermínio. O apoio emocional para que a mulher recupere a sua autoestima e construa seu plano de fuga, caso seja esse o seu desejo, deve ser um objetivo da equipe de saúde. Ela deve ser orientada a evitar o confronto com o seu agressor, pois se a agressão física e psicológica existe é porque ela se encontra em condição realmente vulnerável. Muitas vezes, as mulheres que recebem o estereótipo de “poliqueixosas” vivenciaram situações de violência. Suas queixas geralmente são vagas e de sintomas crônicos que não são esclarecidos em exame clínico e laboratorial. Um quadro de psicossomatização pode estar refletindo dores e traumas vivenciados, traduzidos por meio de queixas físicas, mentais ou sociais. 41 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Câncer de Mama Unidade 1 – Introdução 42 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 INTRODUÇÃO Culturalmente, a mama tem um papel significativo na imagem corporal da mulher, pois é um símbolo importante de feminilidade compondo a estética feminina e sua sexualidade, além de exercer a função fisiológica da amamentação e de símbolo da maternidade. O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais comum entre as mulheres. Nos homens, a incidência é pequena, não representa nem 1% dos casos. No Brasil, o câncer de mama é o mais frequente em incidência e mortalidade no sexo feminino, apresentando curva ascendente a partir dos 25 anos de idade e concentrando a maioria dos casos entre os 45 e 50 anos. Representa, aproximadamente, 20% do total de casos diagnosticados e 15%, em média, das mortes por câncer. É mais comum em mulheres de classe social elevada e entre aquelas que vivem nas grandes cidades do que naquelas que vivem no campo. A cada ano, cerca de 22% das novas ocorrências de câncer em mulheres são de mama. As estatísticas indicam o aumento da frequência tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou- se um aumento de 10 vezesnas taxas de incidência, ajustadas por idade, nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos países. Ele é seguido pelo câncer de colo de útero, o segundo que mais aparece na população feminina, e que constitui a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Sãoresponsáveis por faz 4,8 mil vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Os dois tipos de câncer, contudo, têm chances altíssimas de cura caso descobertos em estágios iniciais. Para a mama, a cura fica em torno de 90% se o tumor for diagnosticado precocemente. Unidade 1 – Introdução 43 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Embora o prognóstico para o câncer de mama esteja mudando devido a avanços no diagnóstico e tratamento, as respostas das mulheres à possível doença incluem o medo da desfiguração, perda da atividade sexual e medo da morte. Frente às limitações práticas para a implementação de estratégias efetivas para a prevenção do câncer de mama junto à população, as intervenções, do ponto de vista da Saúde Pública, passam a ser direcionados a sua detecção precoce, com a garantia de recursos diagnósticos adequados e tratamento oportuno. O controle do câncer em nosso país representa, atualmente, um dos grandes desafios que asaúde pública enfrenta. Inicialmente, vamos entender como ele acontece. Unidade 2 – A Mama 44 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 A MAMA A mama é formada por glândulas mamárias, que produzem leite após o parto e que são denominados lóbulos. Os lóbulos encontram-se conectados entre si por tubos e ductos mamários que conduzem o leite para alimentar o bebê. As glândulas (lóbulos) e ductos estão imersos em tecidos adiposo e conjuntivo, que junto com o tecido linfático formam o seio. O músculo peitoral que se encontram entre as costelas e a mama atuam como sustentação e finalmente a pele recobre a estrutura mamaria. O sistema linfático é constituído de vasos que conduzem a linfa, que é um liquido incolor contendo glóbulos brancos, e em sua maioria formada por linfócitos. Estas células reconhecem qualquer substância estranha no organismo e liberam substancias que destroem o agente agressor. As mamas femininas são estruturas glandulares pares situadas na parede anterior e superior do tórax, que derivam de glândulas sudoríparas modificadas, ou seja, sem cápsula nem bainha especial. Apresentam como principal função, a produção de leite. Desenvolve-se no embrião na região anterior do tórax, entre a segunda e sexta costela, na chamada “linha do leite”, que se estende da axila à região inguinal, onde podem persistir formando as chamadas mamas acessórias na idade adulta. É constituída por um conjunto de 15 a 20 unidades funcionais conhecidas como lobos mamários, representados por 20 ductos terminais que se exteriorizam pelo mamilo. Apresentam a forma cônica ou pendular, variando de acordo com as características biológicas corporais e com a idade da pessoa. Além do tecido glandular, é composto por tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas. O principal suprimento sanguíneo vem das artérias mamárias internas, equivalente a 60% e 30% da mamária externa ou torácica lateral. O restante do suprimento é derivado de pequenos ramos das artérias intercostais, artéria toracodorsal, subescapular e toracoacromial. Unidade 2 – A Mama 45 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). A drenagem linfática da mama ocorre preferencialmente para a axila, e o restante drena para a cadeia mamária interna (3%). Unidade 3 – O Câncer 46 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 O CÂNCER O câncer caracteriza-se pelo aumento progressivo do número de células anormais,provenientes de um determinado tecido normal.Estas células anormais podem chegar acorrente sanguínea, invadir outros tecidos e disseminar-se em outros órgãos, causando ametástase. Esta malignidade celular altera o ácido desoxirribonucleico (DNA) e geralmenteé causada pela ação de agentes físicos e biológicos considerados cancerígenos. O câncer éuma massa anormal de células ou tecidos com crescimento exagerado iniciado por umestímulo e continua crescendo mesmo depois que cessa o estimulo.O processo de conversão de uma célula normal a um estado maligno chama-secarcinogenesis e o agente que promove e induz esse processo denomina-se carcinogênico. Os fatores que predispõe a malignidade podem ser características genéticas ou fatoresambientais. Algumas pessoas são mais sensíveis a fatores ambientais que outras. Odesenvolvimento do câncer humano prolonga-se durante muitos anos. O tecido do tumor eas características celulares têm um longo e progressivo período de latência. Após umapopulação de células novas surgirem ela passa por estágios até evoluir de uma célulanormal para uma célula pré-neoplásica, pré-maligna para maligna. O processo de carcinogênese é lento, podendo levar vários anos para que uma célulacancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. O câncer de mama é a doença em que as células normais da mama começam a se modificar, multiplicando-se sem controle e deixando de morrer, formando uma massa de células chamada de tumor. No interior da mama, uma rede de lobos, formados por pequenos lóbulos, abriga as glândulas produtoras de leite. Pequenos ductos as ligam aos lóbulos e lobos para levarem o leite ao mamilo, localizado no centro da aréola. Perto de 90% dos tumores de mama ocorrem nos ductos ou lobos. Unidade 3 – O Câncer 47 Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem e a Saúde da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O câncer de mama mais comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer muito frequentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e quente. O tumor de mama pode ser induzido pelo hormônio estrogênio. Esse hormônio liga- sea um receptor que é uma estrutura proteica do citoplasma da célula dos órgãos alvo, como por exemplo, o cérebro, ossos, coração, útero, mama, que são sensíveis ao estrogênio e que permite ao hormôniopenetrar na célula. Quando o hormônio estrogênio chega aos receptores da mama, opotencial para o crescimento de células cancerosas aumenta, sendo que os estrogênios afetamas células epiteliais que formam os sacos alveolares e os ductos lactíferos da mama. Após o diagnóstico
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