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Economia Política “Economia é a ciência da administração dos recursos escassos na sociedade humana” (LANGE, 1985), “Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos” (MANKIW, 2006) “Economia é a ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens; estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias”. (SANDRONI, Dicionário de Economia). A economia política é a ciência que tem por objetivo o estudo da atividade econômica do homem. As coisas e os serviços de que precisa, o homem não os encontra feitos, ao nível da natureza. Ou seja, devem ser produzidos. Os que produzem, recebem pagamentos pelo que produzem, e, com o que ganham, adquirem o que outros produzem. O produto deve circular pelo país, a fim de poder ser adquirido e empregado pelos que desejam as coisas e os serviços. E como os homens vivem em sociedade, toda essa atividade ocorre dentro da sociedade humana. A definição de economia política engloba toda essa realidade complexa: é a ciência da produção, distribuição, circulação e consumo das coisas e serviços úteis, na sociedade humana, com equilíbrio e progresso. 1) Produção: Como são obtidas as coisas e os serviços úteis (a natureza, o trabalho, o capital, a empresa); 2) Distribuição (ou repartição): Como são remunerados todos aqueles que concorreram para a produção, seja com as suas atividades, seja com as suas propriedades. Uns entraram com o trabalho - salário, outros com o dinheiro – os juros, outros administraram a empresa – o lucro, outros alugaram os seus móveis e imóveis – o aluguel, mas todos receberam rendas. Mostra como se reparte a produção nacional. 3) Circulação: Como os bens econômicos (materiais e imateriais) passam de umas para outros pessoas. A demanda e a oferta, os mercados, os preços, o dinheiro, o crédito, os bancos, etc. 4) Consumo: O destino final que é dado às coisas e serviços, na satisfação das necessidades humanas. A finalidade da atividade econômica é, precisamente, essa de satisfazer de todos e de cada um dos homens. 5) Equilíbrio ou expansão: O Estado esforça-se para resolver os problemas econômicos do país e de todos os cidadãos. Principalmente a partir de Keynes. A) No equilíbrio, estuda o modo de obter que todos os elementos, partes e agregados da economia nacional estejam bem relacionados entre si, funcionem em harmonia. B) Na expansão, estuda o modo de obter que esse funcionamento equilibrado assegure o desenvolvimento econômico do país, tornando-o cada vez mais rico (estuda-se o subdesenvolvimento, a planificação, o desenvolvimento, etc.). C) Em ambos, equilíbrio e expansão, estuda os meios, as técnicas ou ‘políticas econômicas’, que permitam a justiça social, pois devem respeitar e servir a todos e a cada um dos homens. Pela arrecadação através dos mais variados tributos (cerca de 30 a 40%) e despende essa receita sob as mais variadas formas; É produtor de coisas e serviços úteis ao país (administração pública, empresas públicas – água, energia, saúde, educação, etc.); É co-realizador, juntamente com as famílias, as empresas privadas, do equilíbrio, do investimento da economia nacional, da justiça econômica para todos. Método: do ponto de vista científico, representa a aplicação de um conjunto de processos racionais para a investigação e a demonstração da verdade. Método é a forma utilizada para alcançar determinado objetivo. Cientificamente: aplicação de um conjunto de processos racionais para a investigação e a demonstração da verdade. Etimológico: caminho para chegar ao fim. Métodos no estudo da ciência econômica: Dedutivo: Parte do geral para o particular, do todo para a parte. Indutivo: Parte dos fatos particulares para os gerais. A orientação metodológica é mesclar os dois métodos. Não utilizar separadamente um ou outro método. “observar, imaginar e verificar”. Os métodos dedutivo e indutivo não podem ser aplicados separadamente para o estudo dos fatos econômicos. O método indutivo não poderá ser tão eficaz nas ciências sociais, em que os fatos geralmente se desenvolvem em longo prazo. A experimentação não poderá ser tão eficaz como nas denominadas ciências naturais. O dedutivo, ao contrário, poderá pecar por excessiva abstração. Nas ciências econômicas devemos utilizar ambos os métodos: analisar os fatos econômicos e observar todos os fatos sociais e históricos, caracterizando assim a evolução econômica. São as leis gerais criadas pelo método dedutivo que são aplicados nos casos particulares e realizadas sínteses pelo método indutivo. Guitton nos fornece uma boa explicação para a necessidade econômica: “No sentido econômico da palavra, diz-se que se tem necessidade de tudo quanto se deseja, seja de um diamante, de um charuto caro, de uma entrada para o teatro ou de uma garrafa de absinto”. Vale ressaltar que nem todas as necessidades interessam à economia, por exemplo, aquelas de natureza puramente psíquica, como as originadas pelos sentimentos religiosos, ou, ainda, aquelas para as quais existe uma quantidade ilimitada de matérias e forças. Necessidade e desejo diferem, pois enquanto o desejo sempre possui um objeto determinado, a necessidade sempre representa um sentimento de privação por um objeto indeterminado. As necessidades são variadas, indo desde as de subsistência ou fisiológicas até as de civilização ou sociais. Cobos distingue entre necessidades individuais e coletivas; Roscher as classifica em naturais, de situação e de luxo; Wagner distingue as necessidades de existência das necessidades de civilização. Temos ainda a classificação de Jennings, que distingue as necessidades primárias e secundárias, e a de Heller, que as divide em necessidades vitais e necessidades de cultura. Zamora também apresenta uma classificação, dividindo as necessidades em diversas sub- categorias. As necessidades caracterizam-se por serem: Ilimitadas em número: Multiplicidade: aumentam com o progresso material. Impossível determinar o número atual de necessidades econômicas ou prever a quantidade de necessidades futuras. Limitadas em capacidade: a intensidade das necessidades vai baixando à medida que lhes é dada satisfação, até que se extingue com a saciedade (ex.: necessidades fisiológicas, etc.) Concorrentes: O princípio da substituição - possibilidade de substituição um objeto de consumo por outro - decorre de uma das características das necessidades, o fato de serem concorrentes, e, portanto, no geral, uma necessidade surge em detrimento de outra. Complementares: Surgimento em grupos / satisfação comum (rede elétrica, ou bens complementares). Repetição: Naturais (gera o hábito) ou artificiais (gera o vício): uma vez saciado, logo a necessidade ressurge com a mesma intensidade. Bens econômicos são todos aqueles objetos relativamente escassos, suscetíveis de posse e que servem, direta ou indiretamente, para a satisfação das nossas necessidades. Para possuírem valor econômico, devem existir naturalmente limitados, pois os bens não escassos escapam à órbita do econômico. Satisfaz alguma necessidade; Suscetíveis de posse: nas atuais condições técnicas seja possível se apropriar do bem. Limitados: é a sua raridade que os distinguem dos bens livres. Transmissibilidade: possa ser trocado Possuem valor de mercado; Enquanto os bens econômicos são escassos e suscetíveis de posse, os bens livres podem ser abundantes e não estarem sujeitos à posse. Um exemplo é o ar puro, que está livremente a disposição de todos. De consumo: adquiridos para uso imediato. De produção: tempo de maturação (matérias-primas). De capital: auxiliares técnicos. De complemento: colaboram no resultado final da produção (terra, veículos para transporte, etc.). Materiais: que ocupam espaço; reais. Imateriais: que não ocupam espaço (serviços). Valor de mercado refere-se ao poder de troca das mercadorias, por outro bem ou por dinheiro. A teoria subjetiva do valor parte das necessidades humanas, tomadas como base para explicar o valor das coisas. Ela afirma que a utilidade, aliada à escassez, é o que melhor caracteriza o valor econômico, diferentemente do afirmado pelos teóricos do valor intrínseco, que fundamentam o valor sobre o custo-trabalho, ou sobre o custo de produção e oferta. A teoria da utilidade-limite, ou utilidade valor marginal, coloca a magnitude do valor na dependência da raridade relativa das mercadorias. Decorre do postulado de que “as necessidades humanas admitem uma saturação gradual”, e, “à medida que aumenta a quantidade de bens, diminui a respectiva satisfação por eles proporcionada”. O pão ou da água podem exemplificá-la: a pessoa com fome ou sede recebe a primeira quantidade desses bens com a maior satisfação; novas quantidades recebidas vão determinando a gradativa redução do teor da utilidade-limite. Riquezas econômicas são todas as coisas materiais e permutáveis que são ou possam ser úteis ao homem. Utilidade é a qualidade que têm os bens de corresponder a uma necessidade ou a um desejo humano. A utilidade é o elemento essencial do valor, sendo que a sua medida nos será fornecida pela intensidade do desejo. Utilidade de substância: quando não sofreu nenhuma modificação em seu estado natural originário (trigo ao ser colhido); Utilidade de forma: quando sofreu modificação (a farinha); Utilidade de lugar: quando pode ser transportada; Utilidade de posse ocorre quando o bem está na posse de quem dele necessita. A utilidade-tempo ocorre quando o bem é disponível pelo comércio. A utilidade gratuita resulta de um dom gratuito da natureza, como o ar e a luz. A utilidade onerosa é resultado de esforços humanos empregados para remover obstáculos impeditivos à satisfação da necessidade. Em toda utilidade onerosa existe sempre certa porção de utilidade gratuita. A utilidade será específica (ou genérica) quando considerada unicamente com relação às qualidades intrínsecas dos objetos materiais que a contêm. Será concreta (ou quantitativa) quando diz respeito à quantidade necessária para o uso da pessoa. A economia de diferencia das demais ciências pela possibilidade de quantificação que as demais não possuem. Quantifica a produção, o produto social. O que permite essa quantificação é a Teoria do Valor. O valor econômico como unidade de medida. Existem, pelo menos, duas maneiras de se definir valor: O Valor- utilidade e O Valor-trabalho. As teorias do valor possibilitam que o “produto social” possa ser quantificado. É o tempo de trabalho produtivo gasto na atividade econômica (relação homem com homem). É objetivo. Todos os objetos podem ser comparados de acordo com o tempo de trabalho gasto. O valor reflete o valor do produto social. Por ser coletiva, decorre da divisão social do trabalho. O preço surge na produção, no trabalho. As teorias do valor possibilitam que o “produto social” possa ser quantificado. O valor é derivado do grau de satisfação (relação homem com a natureza). É subjetivo. O valor de um mesmo objeto pode variar se a opinião das pessoas mudarem sobre a capacidade de satisfação do mesmo. O preço é calculado no mercado, pela média dos diferentes preços que diferentes indivíduos desejariam pagar por ele. O valor utilidade surge no mercado, pelas transações, pois é influenciado pela quantidade demandada e também pelo preço do produto (demandantes/ofertantes). Apesar de o valor utilidade ser uma percepção subjetiva, da avaliação que cada um faz dos bens, o valor do produto social final será aquele resultante das interações, da avaliação que os agentes fazem durante as transações, será o preço/quantidade de equilíbrio de mercado. Por outro lado, no valor trabalho os bens/serviços não chegam ao mercado sem preço. O valor surge na produção, no trabalho, sendo que estes devem cobrir os custos de produção e a margem de lucro. O preço vai ser determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário gasto na produção de certa quantidade de mercadoria. De forma geral o excedente econômico é aquela parte da produção que não é absorvida pelos gastos necessários à mesma produção. Existem duas perspectivas distintas que diferenciam a forma como este excedente é gerado, a marginalista e a marxista. O excedente econômico é resultado da subtração da renda nacional do consumo dos indivíduos, famílias e governo. É a soma de toda a poupança. Para os primeiros marginalistas o determinante primeiro e maior do nível de poupança é taxa de juros, a remuneração pela abstenção do consumo. Para Keynes existe uma relação entre os rendimentos dos fatores de produção e suas necessidades normais de consumo. Logo, o que explica excedente econômico é a propensão a consumir da população, quanto menor for a propensão a consumir, maior será a poupança. Assim, o que deve ser explicado é o consumo, e não a poupança, pois a poupança é a sobra do consumo. A propensão a consumir tende a cair quando aumenta a renda, pois é socialmente condicionado. É a soma de toda a mais-valia existente. É uma diferença objetiva, da diferença entre mv = P-c-v, ou seja, o excedente é sempre resultado desta diferença objetiva, sem precisar haver uma propensão ou alguma variável subjetiva. De acordo com essa lei, o que precisa ser explicado é o consumo, e não a poupança. O padrão de consumo é condicionado por certas convenções sociais. Mesmo que haja aumento da renda existem motivos psicológicos e culturais que torna difícil uma pessoa passar de uma classe consumo para outra. Propensão a consumir: parte da renda que a família (empresa ou governo) consome, e diminui quando sua renda aumenta. A Propensão a consumir é inversamente proporcional às variações de renda. Propensão a poupar: parte da renda que não é consumida, que é poupada. Quando há aumento da renda essa propensão aumenta. P = c + v + mv “v” é determinado pela luta de classes, pela capacidade dos trabalhadores em defender seu padrão de vida e dos empregadores em reduzir a remuneração paga aos trabalhadores “c” é determinado pela técnica de produção utilizada no momento histórico analisado. “mv” é a remuneração do capitalista. Mais-valia absoluta: forma pela qual a mais-valia aumenta através da maior exploração do trabalhador, sem ser alterado o valor de “v”, ou seja, aumenta-se o número de horas utilizadas na produção do produto social. Mais-valia relativa: forma pela qual a mais-valia aumenta através da produtividade dos trabalhadores, pelo desenvolvimento tecnológico, mantém- se “v” inalterado. Pode ser medido pela taxa de exploração dos trabalhadores (mv/v). mv / v Mostra quanto a mais um trabalhador produz em uma determinada quantidade de horas de trabalho. Aquilo que ele produz a mais que o necessário para a sobrevivência do trabalhador, é o trabalho explorado. Vamos estudar!!!
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