Buscar

Mecanismos gerais da febre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Vict�ria Kar�line Libório Card�so
Mecanism�s gerais da febre
Introdução
Trata-se de um aumento na temperatura
corpórea acima do nível basal, sendo uma
resposta normal do nosso corpo frente a uma
infecção, inflamação, agente estranho ou trauma,
pois a febre refere-se ao aumento da taxa
metabólica - aumento do gasto energético.
Termorregulação: é a capacidade do organismo
de manter sua temperatura.
● Temperatura central: é a temperatura
dos órgãos, geralmente constante.
● Temperatura da pele: varia
constantemente com o meio e isso é
importante porque nosso corpo pode
liberar energia.
● Temperatura normal: geralmente entre
36 e 37,8*C.
Produção de calor: vários são os mecanismos de
produção de calor, entre eles: intensidade da
atividade muscular, intensidade do metabolismo,
metabolismo hormonal, metabolismo
coordenado pelo sistema nervoso simpático e
bombeamento de sangue.
Perda de calor: é um processo natural, dinâmico
e fisiológico de dissipação do calor “excedente”
produzido.
Mecanismos termorregulatórios: trata-se de um
processo de retroalimentação nos centros
regulatórios de temperatura no hipotálamo.
Hipotálamo anterior - área pré-óptica:
● Termostato: alguns neurônios sensíveis
ao calor e ao frio funcionam como
sensores de temperatura.
○ Quando essa área é aquecida,
ocorre uma reação imediata de
perda de calor com, por exemplo,
uma intensa sudorese e
vasodilatação periférica.
○ Já quando essa área é resfriada, os
mecanismos são de retenção de
calor, por exemplo, fazendo
vasoconstrição periférica e ereção
dos pelos cutâneos.
● Receptores na pele: apesar de possuir
receptores para o calor, sua maioria é
para o frio, ou seja, essa termorregulação
previne mais a hipotermia do que a
hipertermia.
● Receptores viscerais: são receptores
mais internos, nos órgãos abdominais e
medula espinhal, esses já possuem um
“nível basal” de temperatura mais elevada.
Hipotálamo posterior: é nessa região que os
sinais de temperatura dos receptores da pele
mais profundos e da parte pré-óptica anterior
são recebidos - a junção desses sinais controlam
os processos de produção e de perda de calor.
Mecanismos de diminuição da temperatura:
● Vasodilatação: inibição de centros
sinápticos no hipotálamo que causam
vasoconstrição.
Vict�ria Kar�line Libório Card�so
● Diminuição da perda de calor:
termogênese química e inibição de
calafrios.
● Sudorese: aumenta em torno de 10x a
perda de calor.
○ O controle da sudorese ocorre na
área pré-óptica do hipotálamo,
com seus neurônios transmitindo
impulso nervosos para a medula
espinhal e para o corpo como um
todo, através do SN simpático.
○ Assim, se há aumento de
temperatura, esses neurônios
enviam impulsos com maior
frequência e se a temperatura
diminui, os impulsos são com
menor frequência.
Mecanismos de aumento da temperatura:
● Vasoconstrição: estimulação de centros
sinápticos do hipotálamo.
● Piloereção: estímulo simpático de
contração de músculos anexos aos
folículos pilosos.
● Aumento da termogênese: secreção de
tiroxina e estímulos simpáticos que
aumentam a produção de calor.
○ Tiroxina: quando a área pré-óptica
hipotalâmica tem sua temperatura
diminuída, há estímulo de
produção de TRH, para que se
estimule a hipófise a secretar TSH,
aumentando assim a secreção de
tiroxina pela tireóide - esse
hormônio aumenta o metabolismo
celular aumentando a
termogênese química.
● Calafrios: ocorre no hipotálamo, no
centro motor primário para calafrios, que
é estimulado por sinais de frio.
● Estimulação simpática: aumento do
metabolismo celular - termogênese
química.
Set point - Ponto de ajuste: refere-se a
temperatura “ótima” do corpo, que no ser
humano é em torno de 37*C. Desse modo,
quando a temperatura corpórea sofre
alterações, os mecanismos de termogênese são
ativados para que se retorne ao ponto de ajuste.
Pirogênios: substâncias que alteram o ponto de
ajuste hipotalâmico.
● Principais células imunológicas que
secretam pirogênios: micrófagos,
neutrófilos e monócitos.
● Principais citocinas pirogênicas: IL-1 e
IL-6.
Ação das citocinas pirogênicas:
1. As citocinas se ligam aos receptores do
hipotálamo e ativam o fator nuclear
Kappa beta, que induz a síntese das
enzimas ciclooxigenases-2 (COX-2).
2. A COX-2 estimula a síntese de COX-3.
3. Conversão do ácido araquidônico em
prostaglandinas E2, pelas COX.
4. As PGE2 são conduzidas aos núcleos
hipotalâmicos e se ligam aos seus
receptores EP.
5. Mais citocinas pirogênicas se ligam ao
hipotálamo e estimulam a síntese de
Vict�ria Kar�line Libório Card�so
PGE2, o que vai aumentando a
temperatura de ajuste hipotalâmico.
Obs: quando as citocinas pirogênicas param de
ser secretadas, o estímulo hipotalâmico também
é diminuido e isso vai declinando a temperatura.
Patogenia da febre
Fase aguda da inflamação
Quando o nosso organismo “percebe” uma
infecção, agente estranho ou inflamação,
algumas alterações adaptativas são
desencadeadas, no intuito de lidar com a
situação.
Tais adaptações (neuroendócrinas, metabólicas,
fisiológicas, hematológicas, comportamentais e
nutricionais) tem o objetivo de defender o
organismo e, consequentemente, sobreviver às
avarias. Sendo assim, a febre é a mais notória das
manifestações de uma inflamação aguda.
Fisiopatologia da febre
1. Células apresentadoras de antígenos,
como macrógagos, células dendríticas e
NK detectam um corpo estranho no
organismo.
2. As ACP’s liberam então citocinas
(IL1-TNF), que atuarão no hipotálamo,
ativando as CTR e induzindo o aumento
da produção de prostaglandinas E2.
3. Essas PGE2 se ligam aos receptores EP3
de proteínas Gs, que estimulam a
catalização de ATP em AMPc, a partir da
adenilato ciclase.
4. Os AMPc’s se estabelecem então dentro
de vesículas ou ativam PKA’s, que por sua
vez fosforilam canais de cálcio.
5. A fosforilação dos canais de cálcio causa
um influxo de cálcio na célula da glia, que
libera vesículas contendo o AMPc e
outros neurotransmissores produzidos
pelas células ou recaptados na fenda
sináptica.
6. Esses neurotransmissores liberados,
juntos com o APMc, criam um potencial
de ação em neurônios no núcleo
pré-óptico ou em neurônios no endotélio
hipotalâmico.
Vict�ria Kar�line Libório Card�so
7. O potencial de ação gera então impulsos
nervosos que são conduzidos do núcleo
pré-óptico e anterior até o núcleo
posterior.
8. Quando os impulsos chegam a região
hipotalâmica posterior, ocorre uma
elevação do set point hipotalâmico,
causando a percepção de baixa
temperatura, em relação ao ponto de
ajuste.
9. Assim,os mecanismos efetores de
aumento da temperatura corporal são
ativados, sendo alguns deles: calafrios,
vasoconstrição periférica,liberação de
tiroxina, ereção dos pelos cutâneos,
estimulações simpáticas, aumento do
metabolismo e indução da termogenia.
Síntese de prostaglandinas
pelo sistema nervoso na febre
A principal citocina no mecanismo de geração da
febre é a IL-1, levada pela corrente sanguínea
(junta com as demais), até o endotélio
hipotalâmico, onde encontram seus receptores
específicos de ligação.
Todos esses receptores são transcelulares e
ativam a citocina de fator nuclear kappa beta
(NF-kB), que realiza a indução gênica de enzimas
que participam da cascata do ácido
araquidônico, especialmente a ciclooxigenase-2
(COX-2) produzida nos astrócitos.
Obs: os antígenos desencadeantes desse
processo também se ligam ao TLR, presente no
endotélio hipotalâmico, ajudando na ativação de
todo o processo fisiopatológico da febre.
Efeitos da elevação de temperatura:
● Auxílio ao sistema imune para contenção
da agressão.
● Aumento das sinalizaçĩes dos fatores de
crescimento e diferenciação das células
na medula óssea.
● Aumento da produção de quimiocinas,
induzindo a diapedese (estímulo ao
combate de antígenos).
● Liberação de DAMP’s, proteínas do
choque térmico, induzindo ainda mais a
resposta imune.

Outros materiais