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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
SAULO VILELA BARBOSA
FUTEBOL E OS EFEITOS DA ALTITUDE EM
FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS:
AS CONSEQUÊNCIAS E EFEITOS DE ALTITUDES ELEVADAS EM
FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS
 SÃO PAULO
2018
Nome: Saulo Vilela Barbosa RA: C5246b-9
TÍTULO:
Futebol e os efeitos da altitude em futebolistas profissionais: 
As consequências e efeitos de altitudes elevadas em
futebolistas profissionais.
Trabalho de conclusão de curso para
 obtenção do título de graduação em 
 Educação física Graduação Plena 
 (Bacharelado) apresentado á
 Universidade Paulista- UNIP.
Orientador: 
São Paulo
2018
RESUMO: 
A altitude, um dos fatores que podem determinar o resultado de jogos em importantes competições no mundo, um fenômeno geográfico, muito visto e discutido no meio futebolístico, afinal seria a altitude uma realidade relativa?Até onde a altitude interfere no jogo? Há uma vantagem para equipes que são de altitudes elevadas quando comparado a equipes de altitude baixa?
A resposta é sim, há todo um repertório acerca disso nesse trabalho, a altitude vai atuar diretamente e indiretamente no jogo, seja nas condições de tempo, no caso do frio e clima seco, tanto em questões diretas como o mal da montanha, o HACE (edema cerebral a alta altitude) e o HAPE (edema pulmonar a alta altitude) que serão discutidos neste trabalho.
A altitude poderá levar a diversos tipos de de sintomas, é comum que o atleta sinta dor de cabeça (cefaléia), irritabilidade, que sinta náuseas, insônia, vômitos e um dos mais conhecidos a falta de ar tão vista em times brasileiros por exemplo quando vão jogar competições como a libertadores ou copa sul americana com times de alta altitude como por exemplo o The Strongest ou o Club Bolívar ambos clubes da cidade de La Paz que está cerca de 3.700 metros acima do nível do mar, ou jogos de times de baixa altitude com um time de altitude como a Liga deportiva Universitaria (LDU) de Quito, que está localizada à 2.800 metros acima do nível do mar.
Abstract:
The altitude, a geographical phenomenon, much seen and played in important competitions in the world, a geographical phenomenon, much seen and discussed in the midst of a football game, an extreme sensation of a relative altitude? How far does altitude affect the game? Is there an advantage for teams that are large compared to low-altitude teams?
The answer is yes, there is a whole repertoire on the same thing in this work, an altitude goes in the direct and indirect sense in the game, either in the weather conditions, in the case of the cold and in the dry climate, both in areas such as mountain sickness , as it does not. (high altitude cerebral edema) and HAPE (high altitude pulmonary edema) are being discussed in this study.
The altitude can lead to several types of symptoms, it is common for the athlete to feel headache (headache), irritability, feeling nauseous, insomnia, vomiting and one of the most known the lack of air so seen in Brazilian teams for example when will play competitions such as the Libertadores or South American Cup with high-altitude teams such as The Strongest or Club Bolivar both clubs in the city of La Paz which is about 3,700 meters above sea level, or games of low teams altitude with an altitude team like the University Sports League (LDU) of Quito, which is located at 2,800 meters above sea level.
INTRODUÇÃO
O futebol, o esporte mais praticado do mundo e um dos esportes mais populares do mundo, esporte dinâmico que encanta o telespectador, a mídia também se aproveita de seus encantos, é sabido que diversos fatores podem interferir direta ou indiretamente no resultado de um time profissional em um campeonato por exemplo, tais como, o tempo (chuva, granizo, calor excessivo etc), nível de condicionamento físico, aspectos técnicos e táticos, fatores psicológicos, idade do atleta etc;um destes fatores sem dúvidas nenhuma é o fator de altitudes moderadas ou de elevadas altitudes, é importante compreender os fatores que interferem no jogo tais como a altitude, quando nos referimos a altitude, como brasileiros nos lembramos de países como Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e até México.
A altitude além de um fenômeno geográfico também é um fenômeno fisiológico, é um dos fatores determinantes no campo de jogo estudaremos um pouco acerca deste fenômeno.
Sobre este fenômeno geográfico que será abordado aqui neste trabalho, vamos aprender de sua importância no campo de jogo, 
2.Altitude
O conceito de altitude segundo o dicionário é o seguinte: elevação vertical de um lugar acima do nível do mar.
Ao redor de 140 milhões de pessoas vivem acima de 2.500 msnm, sobretudo no norte, no centro e no sul da América, da Ásia e no norte da África¹,.
Certa parte do relevo geográfico do planeta terra está situada a uma altura acima de três mil metros, o que corresponde a uma classificação denominada de alta altitude. Quando o corpo humano é submetido a estas altitudes ocorre uma mudança do funcionamento normal do organismo em virtude de processos explicados adiante².
Para compreendermos melhor sobre a Altitude devemos levar em conta alguns fatores que estão intimamente ligados à altitude, tais como a composição do ar, temperatura, umidade relativa e gravidade.
2.1Composição do Ar
Para entendermos a altitude numa perspectiva fisiológica começaremos a entender o que é que difere a composição do ar atmosférico de um nível do mar para o nível de montanha.
A atmosfera apresenta uma composição percentual constante de nitrogênio 78%, oxigênio 21% e 1% restante representado por outros compostos como o bióxido de carbono, hidrogênio, ozônio, monóxido de carbono, entre outros³. A nível do mar a pressão atmosférica é igual a 760mmHg (100%); já na montanha(8.884 msnm) é de 223 mmHg³.
2.2Temperatura
A temperatura decresce com a altitude, aproximadamente 1°C a cada 150m de ascensão em relação ao nível do mar, e o esfriamento do ar é bastante irregular como consequência das violentas remoções das massas do ar e do aquecimento da superfície terrestre³.
2.3Umidade relativa
As camadas inferiores da atmosfera contêm uma quantidade determinada de vapor de água, diminuindo essa quantidade com a altitude de forma bem mais rápida em relação à pressão barométrica³. Deduzindo, em grandes altitudes haverá um clima seco.
2.4Gravidade
No nível do mar, a gravidade é de 9,8m/seg², e diminuindo com a altitude. Essa diminuição é 0,003086 m/s por cada 100m, de ascenso³.
Sabendo disso, podemos afirmar que em grandes altitudes a bola vai percorrer
uma velocidade maior.
2.5 Hipóxia Hipobárica
Denomina-se hipóxia a diminuição do aporte de O2 oferecido aos tecidos por meio do sangue. A hipóxia hipobárica ou hipoxêmica é resultante da queda da PaO2 encontrada em altas altitudes(4).
A Hipóxia Hipobárica pode ocorrer tanto em altitudes reais como em ambientes simulados com as chamadas câmaras hipobáricas, é sabido também que a diminuição da saturação de O2 é causada da diminuição do PaO2 que diminui conforme a altitude vai aumentando.
À medida que subimos em altitude a pressão exercida por esta camada de ar, isto é, a pressão barométrica, vai diminuindo. A uma altitude de 5800 metros, a pressão barométrica decresce para cerca de metade (379 mmHg) da registada ao nível do mar e no cume do Everest (8850m) assume valores de cerca de um terço (253 mmHg) desta pressão barométrica(5). 
Isso significa que haverá uma maior dificuldade de respiração.
2.6 Mecanismo Fisiológicos durante a exposição à altitude.
A exposição à altitude vem gerando grandes problemas no que diz respeito ao desempenho físico de atletasdo futebol, principalmente futebolistas brasileiros. 
A seguir veremos os princípios da acomodação, aclimatação e adaptação para o indivíduo na altitude.
Acomodação
Refere-se à resposta inicial do ser humano quando se expõe em forma aguda à hipóxia de altitude, apresentando um aumento marcado da ventilação e frequência cardíaca a partir de 1.000 msnm, 2.500/3.000 msnm(3). 
Após as seis primeiras horas o organismo começa a apresentar alterações e sintomas do mal da montanha que serão abordados ainda neste estudo.
Aclimatação
A aclimatação nada mais é que a estabilização das adaptações fisiológicas ao ambiente de altitude elevada, ou seja, é a adaptação à altitude elevada. Este processo consiste em alterações a vários níveis: estabilização da ventilação e Freq. Cardíaca (em patamares mais elevados); aumento da produção de glóbulos vermelhos; aumento da densidade capilar e da concentração de mitocôndrias; regulação do pH sanguíneo e outras alterações a nível enzimático nos processos relacionados com a fonte aeróbia.(6)
A duração do processo de aclimatação varia com a altitude em causa, mas pode dizer-se que até cerca dos 3000 metros, não é (normalmente) necessário um período de aclimatação, desde que não se realizem esforços violentos. A velocidade com que todo o processo se desenrola depende ainda das características individuais, como a condição física, hereditariedade e experiência. Sabe-se que aqueles que já aclimataram várias vezes a altitudes elevadas, conseguem adaptar-se mais rapidamente, mas as razões que levam a isto ainda não são consensuais(6).
A aclimatação do desportista oscila bastante: de três a cinco dias. como 10-12 horas de carga intensiva, até 10-12 dias e 35-45 horas de cargas de treino, respectivamente(3),uma aclimatação boa será num período de duas semanas para alcançar um desempenho satisfatório.
Adaptação
Em termos qualitativos, a adaptação é mais completa que a aclimatação. Isso quer dizer que o indivíduo adaptado à altitude de realizar grandes esforços físicos em forma prolongada e sem dificuldade, a diferença do indivíduo do mar aclimatado à altitude. Dessa perspectiva, pode-se afirmar que somente as pessoas nascidas e crescidas nas altitudes podem adaptar-se completamente a grandes altitudes. Nesse sentido, as pessoas que vivem décadas nas altitudes não têm esse nível de adaptação à hipóxia em relação aos residentes permanentes das grandes altitudes(3).
2.7 Classificação da altitude
Bulatova e Platanov baseiam-se na análise das reações fisiológicas produzidas durante a residência e o treinamento nas condições de altitude(7). 
A seguir veremos uma tabela baseado na análise de Bulatova e Platanov.
 
Fonte: Adaptado do estudo de Bulatova e Platanov(7).
2.8 Doenças da exposição a grandes altitudes
O decréscimo de oxigênio pode causar doenças quando há uma exposição do ser humano a grandes altitudes.
Há o aumento da frequência respiratória e da ventilação(7).
A seguir abordaremos o chamado mal da montanha, edema cerebral a alta altitude(HACE) e o Edema pulmonar a alta altitude(HAPE), numa perspectiva fisiológica.
Mal da montanha
Um dos efeitos em longo prazo da exposição a grandes altitudes é uma síndrome conhecida como o “mal das montanhas”. Ela costuma surgir entre 8 a 24 horas após o corpo humano ser levado a altitudes extremas e tem duração de 4 a 8 dias. Os sintomas dessa síndrome são cefaléia, irritabilidade, falta de ar, náuseas, insônia e vômitos. Se mecanismos internos de compensação não forem eficazes, a pressão no interior das minúsculas artérias do cérebro aumenta, induzindo um extravasamento de líquido para o tecido cerebral. Esse processo resulta num edema cerebral, responsável pelos sintomas característicos do mal da montanha(2).
A causa desse quadro não está bem esclarecida, mas acredita-se que seja pelo seguinte processo: em grandes altitudes, a baixa PO2 causa dilatação das pequenas artérias do corpo.
Edema cerebral a alta altitude (HACE)
O edema cerebral a alta altitude (HACE) apresenta-se normalmente acima dos 5.000 msnm.
Os sintomas mais comuns são: distúrbios da consciência, cefaléia muito intensa, ataxia, confusão mental, os quais poderiam produzir coma ou ainda a morte³.
Edema pulmonar a alta altitude (HAPE)
Essa doença ocorre em indivíduos não aclimatados quando são expostos rapidamente a altitudes superiores a 2.450 msnm, o HAPE ocorre tipicamente entre o segundo e o quarto dia após a subida acima dos 3.000msnm. Acumula- se líquidos no cérebro e nos pulmões, colocando em risco a saúde da vida humana³.
A HAPE e a HACE são doenças que dificilmente se apresentam, mas é importante salientar que, essas doenças são graves e podem levar à fatalidade.
2.9 Futebol e a altitude
A seguir falaremos da consequência do futebol e a altitude, quais efeitos podem gerar no futebolista/atleta, tendo em vista que há toda uma preparação física
envolvida, podemos levar em conta que o nível de condicionamento físico, idade, aspectos tecnicos e taticos, aspectos fisiológicos, vão influenciar no jogo e no desempenho de um atleta.
Em seu estudo Sharry percebeu que as equipes que são de altitudes elevadas têm menor possibilidade de fazer gols quando jogam em baixas altitudes(8).
Temos o exemplo da seleção de Bolívia quando joga com um adversário do nível do mar, como no caso da seleção brasileira: a probabilidade de ganhar em casa se amplia de 54% para 83% em razão dos efeitos da altitude. 
A seguir vamos ver uma tabela de relação entre jogos em casa e jogos fora de seleções filiadas à CONMEBOL, com a percentagem de jogos ganhos fora e em casa.
Fonte:adaptado do estudo de Sharry (8).
O gráfico em barra em verde corresponde aos jogos em casa
O gráfico em barra em branco corresponderá aos jogos como visitante
Na figura a seguir veremos a altitude dos estádios de cada país sul americano.
Conclusão
Nota-se que a altitude exerce grande inflûencia sobre uma partida de futebol, principalmente se levarmos em conta, times que não estão aclimatados contra times aclimatados, mas com a devida aclimatação é possível ter um jogo de igual para igual.
Outros fatores vão inflûenciar o jogo em si, como o fator psicológico, condicionamento físico(nível de preparação física), vemos também que há vários distúrbios podem ser gerados quando um indivíduo vai jogar em uma altitude acima, se notará uma fadiga excessiva, cefaleia, hiperventilação, insônia, náuseas e até vômitos, o que pode sim influenciar e muito numa partida de futebol.
Por outro lado também se nota que, o indivíduo que é adaptado à altas altitudes também terá dificuldade de jogar futebol com equipes de altitude baixa em altitudes baixas, nessa perspectiva entende-se que a adaptação é superior, se comparado a uma aclimatação, pois o indivíduo poderá fazer maior esforço e terá menos dificuldade se comparado ao indivíduo aclimatado.
Referências Bibliográficas
1.Moore, L.G. et al. Human adaptation to high altitude: regional and life-cycle perspectives. Am.J. Phys. Anthropol.,Suppl. 27,p.25.1998.[acessado em 09 de julho de 2018]
Disponível em:
htts://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/%28SICI%291096-8644%281998%29107%3A27%2B%3C25%3A%3AAID-AJPA3%3E3.0.CO%3B2-L
2.Heuse TM. Fisiologia das altas altitudes. Infomedica Wiki [revista eletrônica]. [última atualização 2009 nov. 30].[acessado em 09 junho de 2018 ].
Disponível em:
http://ptbr.infomedica.wikia.com/wiki/Fisiologia_das_Altas_Altitudes.
3.livro:futebol: ciencias aplicadas ao jogo e ao treinamento. editora phorte 214-219
4.Resposta Fisiológica sobre o efeito da altitude no exercício: uma revisão.Cadernos de graduação.Ciências Biológicas e da Saúde. Maceió. 71-80 Novembro 2016. (20/08/2018) [periódico de internet].
Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/download/3259/2013
5.Magalhães J, Duarte J, Ascenção A, Oliveira J, Soares J. O desafio da altitude. Uma perspectiva fisiológica [revista eletrônica]. Cidade do Porto, Revista portuguesa de ciências do desporto, 2002.pg. 82. [acessado em11 maio 2018].
Disponível em:
http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos_soltos/vol.2_nr.1/08.pdf.
6.Altitude e Aclimatização. Associação de desportos de aventura Desnível.2013
de abril 18 [acessado em 11 de junho 2018].
Disponível em:
http://www.extremos.com.br/noticias/130418_altitude_e_aclimatacao_mal_da_montanha_edema_cerebral_e_pulmonar/
7. El pulmón en las alturas.Arch. Bronconeumol.,v.41, n.10,p.537-9,2005
8. Sharry, P. Altitude and athletic performance:statical analysis using football
results.

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