Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ASMA BRÔNQUICA • Doença inflamatória crônica, caracterizada por hiper responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento INTRODUÇÃO Epidemiologia • 7-10% da população • Mais frequente em crianças do sexo masculino (idade <14 anos) e mulheres adultas • Brasil: 20 milhões de asmáticos Fatores de risco • Predisposição genética • Atopia: asma é incomum na ausência de atopia, sendo que a coexistência das demais manifestações atópicas como rinite alérgica e dermatite, chega a mais de 80% • Tabagismo • Obesidade? • Agentes infecciosos (Vírus sincicial respiratório, Mycoplasma, Chlamydophila)? PATOGÊNESE Inflamação • Fenômeno fisiopatológico básico da asma • Tanto a via aérea proximal (traqueia, brônquios fonte e lobares) quanto a distal (brônquios menores e bronquíolos) costumam ser afetadas, sendo que os alvéolos não apresentam essas alterações • Causa a hiper reatividade brônquica Crise asmática • Quadro de obstrução aguda das vias aéreas inferiores • Estimulada por infecções, contato com alérgenos, mudanças climáticas, exercícios físicos, agentes químicos, fármacos, estresse emocional • São observados: broncoespasmo, edema de mucosa e formação de tampões de muco Gênese • Há o predomínio dos linfócitos TH2, os quais estimulam (pela secreção de citocinas): ▪ Proliferação de mastócitos ▪ Produção de IgE por linfócitos B ▪ Recrutamento de eosinófilos à mucosa respiratória • Eosinófilos: principais responsáveis pelas lesões estruturais na via aérea • Mastócitos: sinalizam a ocorrência de contato com os alérgenos, promovendo liberação de mediadores Remodelamento brônquico • Mudanças estruturais potencialmente irreversíveis • Desnudamento epitelial, edema na mucosa e acúmulo de muco, espessamento da membrana basal, hipertrofia/hiperplasia das glândulas submucosas e da camada muscular e infiltrado inflamatório com predomínio de eosinófilos Substâncias liberadas durante o processo 1) Mediadores pró-inflamatórios 2) Fatores quimiotáticos 3) Citocinas 2 Substâncias pró-inflamatórias • Histamina, bradicinina, prostaglandinas, cisteinil-leucotrienos e PAF (Fator de ativação Plaquetário) • Promovem vasodilatação e edema de mucosa, além de broncoconstrição • Cisteinil-leucotrienos: aumentam a produção de muco e reduzem a atividade ciliar • Cronicidade do processo leva à alterações estruturais na mucosa brônquica que promovem a exposição de terminações nervosas vagais (parassimpáticas), permitindo a ocorrência de uma resposta neurogênica direta que exacerba ainda mais o edema e broncoespasmo Fatores quimiotáticos • Leucotrieno B4 • Eotaxina • RANTES Interleucinas • IL-3, IL-4, IL-5 • Mediadores que atuam como amplificadores: IL-1, IL-6, TNF-alfa e GM-CSF CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Subtipos 1) Asma extrínseca alérgica 2) Asma extrínseca não alérgica 3) Asma Criptogênica 4) Asma induzida por aspirina ASMA EXTRÍNSECA ALÉRGICA • 70% das asmas em indivíduos < 30 anos • 50% em pacientes > 50 anos • Na faixa etária entre 2-15 anos – 90% dos casos Principais fontes de aerolérgenos 1) Ácaros 2) Baratas 3) Cães e gatos 4) Fungos 5) Grãos de pólen Reação alérgica • Reação de hipersensibilidade tipo I, ou hipersensibilidade IgE mediada • É necessária uma sensibilização prévia ao antígeno específico (alérgeno) • A resposta costuma se manifestar nos primeiros 10 minutos após o contato, durando <2h • Em alguns casos, há a resposta tardia e prolongada, iniciando-se em 3-4h e durando >24h Sensibilização • Antígeno fagocitado pela célula dendrítica presente no epitélio da mucosa brônquica • Célula dendrítica processa e expressa o antígeno em sua membrana plasmática, ligando-o ao complexo MHC classe II • Linfócito T-helper (CD4) do tipo TH2 reconhece o conjunto antígeno-MHC e dá início ao processo de ativação imunológica – produz interleucinas • Interleucinas estimulam a formação de linfócitos B produtores de IgE • A IL-4 estimula a proliferação e diferenciação de mastócitos • IL-5 estimula a proliferação e diferenciação de eosinófilos 3 • As moléculas de IgE secretadas pelo linfócito B se ligam a membrana plasmática do mastócito e basófilo • Mastócitos e basófilos tornam-se sensibilizados (revestidos de IgE específica contra o alérgeno) Resposta imediata • Antígeno se liga à IgE presente na superfície dos mastócitos, promovendo a degranulação e liberação de mediadores • Mediadores induzem: broncoconstrição, vasodilatação, produção de muco • Há a ativação de terminações nervosas vagais, com liberação reflexa de acetilcolina que contribui para broncoconstrição e edema • Eosinófilos: são recrutados por ação quimiotáxica e se tornam a principal célula inflamatória nesse momento Resposta tardia • Mastócitos e eosinófilos liberam mediadores quimiotáxicos para neutrófilos, monócitos e linfócitos • Após 3-4h esses outros leucócitos se acumulam e secretam mediadores que contribuem para a persistência da atividade inflamatória e broncoconstrição, além de induzir a degeneração das células epiteliais ASMA EXTRÍNSECA NÃO ALÉRGICA • Não envolve reação IgE mediada, mas sim uma irritação direta da mucosa brônquica por substâncias tóxicas Asma ocupacional • Asma causada por contato com agentes presentes apenas no ambiente de trabalho, podendo ser tanto de origem alérgica, quanto irritativa • Os agentes podem ser substâncias inorgânicas ou orgânicas • Agentes orgânicos geralmente apresentam componente alérgico, enquanto as químicas são irritantes • Na forma alérgica há um período de latência entre a exposição e o início dos sintomas Desencadeiam exacerbações, mas não participam da gênese da doença: • Elementos da poluição atmosférica – ozônio, dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre • Infecções virais, ar frio, hiperventilação, fumos, exercício físico e estresse emocional REPERCUSSÃO FUNCIONAL • Doença episódica, marcada por períodos de exacerbação e remissão • A maioria dos asmáticos (60%) possui asma ‘’persistente’’ e permanece com obstrução das vias aéreas no período intercrítico Espirometria • Volume residual (aquele que permanece no pulmão após uma expiração forçada) e Capacidade residual funcional (volume que permanece após uma expiração espontânea) estão AUMENTADOS • Aprisionamento de ar (air trapping) • Na expiração, a pressão intratorácica elevada agrava o estreitamento das vias aéreas mais 4 distais, impedindo a saída de parte do ar que foi inspirado • Durante a crise o volume residual pode aumentar em até 400% QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO HISTÓRIA CLÍNICA Sintomas • Episódios limitados de dispneia, tosse e sibilância • Eventualmente sensação de aperto no peito • Mais intensos a noite ou nas primeiras horas da manhã • São desencadeados por: exposição a alérgenos, infecção viral respiratória, mudança climática (ar frio), fumos, exercício físico, fármacos e estresse emocional Asma sazonal • Quando os episódios de crise ocorrem apenas em determinadas estações do ano Asma perene • Asma alérgica relacionada a antígenos presentes durante todo o ano Tosse asmática • Crise de tose seca ou mucoide • Tosse noturna Asma oculta • Quando não há sibilos ao exame físico Principais diagnósticos diferenciais • Insuficiência cardíaca • Tromboembolismo pulmonar • Obstrução da laringe ou traqueia • Traqueomalácia • Corpo estranho • Esofagite de refluxo Doenças que cursam com asma • Angeíte de Churg- Strauss • Aspergilose broncopulmonar alérgica • Pneumonias eosinofílicas EXAME FÍSICO • Taquipneia(geralmente >25 ipm) com tempo expiratório prolongado em relação ao tempo inspiratório → dispneia por obstrução de vias aéreas • Sinais de esforço ventilatório: tiragem intercostal • Casos mais graves: Tiragem supraclavicular, batimento de asa do nariz, respiração abdominal 5 • Crise asmática grave: cursa com hipoxemia podendo-se observar cianose do tipo central Ausculta • Sibilos podem ser apenas expiratórios • Geralmente são difusos • Obstrução brônquica intensa: também na fase inspiratória • Crise muito grave: pode-se não escutar sibilos – há uma redução generalizada do murmúrio vesicular associada ao importante esforço ventilatório • Roncos podem ser auscultados, especialmente quando as vias aéreas estão cheias de muco Crise grave • Pulso paradoxal: redução exagerada na pressão sistólica durante a inspiração • Posição tripé: posição sentada com os braços estendidos suportando o tórax EXAMES COMPLEMENTARES INESPECÍFICOS Exames laboratoriais • Eosinofilia • Aumento do IgE total Radiografia de tórax • Afastar complicações (pneumonia, pneumotórax) • Asmático leve: radiografia normal • Asmático moderado a grave: sinais de hiperinsuflação pulmonar (padrão semelhante à DPOC) Exame de escarro 1) Cristais de Charcot-Leiden (precipitados cristalinos, contendo eosinófilos degenerados) 2) Espirais de Curschmann (cilindros de muco formado nos bronquíolos, envoltos por fibrilas em forma de espiral) 3) Corpúsculos de Creola (aglomerados de células epiteliais descamadas) PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR (PFP) 1) Espirometria 2) Cálculo dos volumes pulmonares 3) Capacidade de difusão de monóxido de carbono (CO) 4) Gasometria arterial ESPIROMETRIA • Paciente faz uma inspiração profunda máxima depois expira de forma forçada todo o ar possível • Valores são comparados com outros estabelecidos para sexo, peso, altura e idade Principais parâmetros analisados • VEF1,0 – volume expiratório forçado no primeiro segundo • Pico de Fluxo expiratório (PFE) • CVF – Capacidade vital forçada • VEF1,0/ CVF – índice de Tiffenau • FEF 25-75%- fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% do ar expirado VEF1,0 • REDUZIDO na crise asmática e frequentemente no período intercrítico • Aumento após a prova broncodilatadora é um critério diagnóstico de asma • Pode ser utilizado para quantificar a gravidade ▪ Asma leve: VEF1,0 > 80% ▪ Asma moderada: VEF1,0 60-80% do previsto ▪ Asma grave VEF1,0 < 60% do previsto • Adulto de 70kg deve estar em torno de 2L Pico de Fluxo expiratório (PFE) • Fluxo expiratório máximo • Pode quantificar a gravidade ▪ Asma leve: VEF1,0 > 80% 6 ▪ Asma moderada: VEF1,0 60-80% do previsto ▪ Asma grave VEF1,0 < 60% do previsto • Há aparelhos portáteis para medir o PFE (peak flow) CVF – Capacidade vital forçada • Total de ar que sai dos pulmões após uma inspiração profunda seguida de uma expiração forçada • Está REDUZIDA • Na expiração forçada, a pressão intratorácica no asmático fica bastante positiva, colabando algumas vias aéreas terminais, impedindo assim a saída de parte do ar que seria expirado VEF1,0/ CVF – Índice de Tiffenau • REDUZIDO na asma • Parâmetro definidos de uma doença obstrutiva • Pode estar reduzido nas doenças pulmonares restritivas, porém, nestas patologias, a CVF reduz-se proporcionalmente ao VEF1,0 não ocorrendo alteração do índice • Nas doenças obstrutivas (ASMA, DPOC), o VFE1,0 se reduz muito mais que a CVF • Na asma é < 75% em adultos ou <86% (crianças) FEF 25-75% • Neste momento da expiração forçada, o ar está vindo das vias aéreas mais distais, que são as mais acometidas na asma e na DPOC, portanto, o FEF 25-75% está bastante REDUZIDO nessas patologias • É o exame funcional mais sensível (o primeiro que se altera e o último a normalizar) para o diagnóstico de asma e DPOC Capacidade de difusão do CO • Normal na asma Gasometria arterial • Alterada apenas na crise asmática CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 1) Prova broncodilatadora positiva (CRITÉRIO PRINCIPAL) 2) Teste provocativo 3) PEF (Peak flow) Prova broncodilatadora positiva • (CRITÉRIO PRINCIPAL): espirometria mostrando aumento do VEF1,0 ≥ 200 ml (valor absoluto) e ≥ 12% do valor pré- broncodilatação ou ≥ 200 ml (valor absoluto) e ≥ 7% do valor previsto Teste provocativo • Realizado na presença de VEF1,0 normal no período intercrítico • Expõe o paciente a baixas concentrações de agentes broncoconstritores pela via inalatória (metacolina, histamina ou carbacol). • A queda ≥ 20% no VEF1 significa um teste provocativo positivo, denotando hiper responsividade brônquica • Na asma induzida pelo exercício, espera-se uma queda de mais de 10-15% do VEF1,0 após a realização de um protocolo de atividade física PEF • Com variação ≥ 60 L/min (valor absoluto) ou ≥ 20% em relação ao basal após inalação de um broncodilatador • Uma variação ≥ 20% num período de 2-3 semanas, considerando múltiplas medidas matinais realizadas pelo próprio paciente, também sugere asma. • Se o peak flow for medido 2x ao dia (manhã/noite), basta uma variação≥ 10% entre as medidas para se considerar o diagnóstico. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA • Antigamente, classificava-se a asma somente em função dos sintomas e alterações funcionais e a conduta terapêutica inicial se baseava nesta classificação • Atualmente se recomenda classificar a asma de acordo com o nível de controle • Controle: grau de supressão das manifestações da doença de forma espontânea (paciente virgem de tratamento) ou após terapia ▪ Controle das manifestações clínicas ▪ Controle dos riscos futuros 7 • O controle é variável em dias ou semanas por influência da adesão ao tratamento e exposição a fatores desencadeantes • Gravidade: característica intrínseca da doença, relacionando-se com a intensidade do tratamento necessário para se obter o controle 8 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA CRISE BETA-2-AGONISTAS DE CURTA DURAÇÃO • Primeira escolha no tratamento de crise asmática • Atua por estímulo aos receptores Beta 2 da musculatura lisa brônquica, levando a broncodilatação de início imediato • Age em menor grau inibindo o edema e formação de muco • Efeitos colaterais: taquicardia, tremor muscular • Via inalatória ▪ Nebulização ▪ Jato de aerossol com dose fixa ou dosimetrada (MDI- Metered Dose Inhaling) ▪ Inalação de pó seco (DPI) • Duração do efeito é de 3-6h Nebulização • Algumas gotas do fármaco são adicionadas a 3- 5 ml de soro fisiológico • Administração com uma máscara ligada à fonte de oxigênio com fluxo de 6-8L/min MDI- Aerossol Dosimetrado • Expele jatos contendo doses fixas do fármaco • O paciente faz uma inspiração súbita e profunda e, em seguida, prende o as por 5-10 segundos antes de expirar • Exige uma coordenação mínima entre o ato do disparo e a inalação DPI Inalador de pó seco • O beta 2 agonista está na forma de pó • Quando o paciente encosta a boca no dispositivo e inspira, desencadeia a formação do aerossol, que então é inalado • Método mais confiável que os dois anteriores Fármacos • Salbutamol (ou albuterol) • Fenoterol • Terbutalina ANTICOLINÉRGICO Brometo de ipratrópio • Ministrado via inalatória • Propriedades broncodilatadoras • Mecanismo: inibição dos receptores muscarínicos da acetilcolina liberada pelas terminações axonais livres hiperativas da asma • Menos eficazes e demoram mais para agir (30- 60min), quando comparada aos Beta 2 agonistas • Podem ser associadas aos beta 2 agonistas para efeito aditivo nos casos de crise asmática moderada/grave ou pouca responsividade à terapia inicial • Fármaco de escolha para tratar a crise precipitada por beta bloqueadores CORTICOESTEROIDES SISTÊMICOS• Prednisona, por via oral (1- 2mg/ kg/dia, dose máx. 60mg • Excelente ação no tratamento agudo da asma, com eficácia equivalente a dos corticoides venosos, mesmo nas crises graves, sendo a droga de escolha • Efeito demora entre 4-6h para começar • Devem ser mantidos por 7-10dias, não havendo necessidade de suspensão paulatina. O risco de insuficiência adrenal geralmente só ocorre após uso contínuo por > 3 semanas ESTRATÉGIA NA CRISE ASMÁTICA Estadiamento 1) Crise asmática leve/moderada 2) Crise asmática grave 3) Crise asmática muito grave Principais critérios de gravidade • Dificuldade de falar, taquipneia >30irom, taquicardia >110bpm, uso da musculatura acessória (esforço ventilatório), cianose central e presença de pulso paradoxal Queda do nível de consciência • Sonolência, desorientação, torpor • Sinal de maior gravidade 9 • Denota hipercapnia e acidose respiratória aguda por fadiga, ou mesmo hipoxemia grave • Intubação imediata e ventilação mecânica Pacientes sem indicação inicial de suporte respiratório invasivo • Sedativos e analgésicos opioides contraindicados, por serem depressores do sensório e respiratório Oxigenoterapia e oximetria de pulso • Indicado em todos os pacientes com crise moderada a grave Pacientes com insuficiência respiratória iminente • Pode- se fazer o uso de beta 2 agonista intravenoso, especialmente em crianças • Adrenalina subcutânea em crianças ou adultos que apresentam outros indícios de anafilaxia ou angioedema Metilxantinas • Aminofilina e teofilina • NÃO devem ser empregadas como tratamento inicial da crise asmática, porém, representam uma opção nos quadros graves e refratários Sulfato de magnésio • Via intravenosa ou inalatória Pacientes em ventilação mecânica • Podem se beneficiar de anestésicos broncodilatadores como halotano CRISE ASMÁTICA NA GESTANTE • Contraindicações relativas do brometo de ipratrópio e dos beta-2- agonistas DURANTE o trabalho de parto (o primeiro pode causar taquicardia fetal, e os últimos podem inibir as contrações uterinas) • Hipoxemia na gestante pode levar ao sofrimento fetal TERAPIA DE MANUTENÇÃO CORTICOESTEROIDES INALATÓRIOS • São as drogas de escolha no tratamento de manutenção da asma • Administração por via inalatória: consegue concentrações eficazes nas vias aéreas sem aumentar demais os níveis plasmáticos • Efeitos adversos em doses baixas e moderadas: candidíase oral e disfonia • Doses elevadas em crianças: aumentam o risco de catarata Principais corticoides inalatórios no mercado 1) Propionato de beclometasona 2) Triancinolona 3) Fluticasona 10 4) Flunisolida 5) Budesonida 6) Mometasona BETA-2-AGONISTAS DE AÇÃO PROLONGADA Salmeterol e formoterol • Eficazes na terapia de manutenção quando associadas aos corticoides inalatórios • Além de promover broncodilatação de forma prolongada, possui propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias leves • Formoterol tem início de ação mais rápido • Bambuterol: via oral, podendo ser uma alternativa para crianças e idosos que tenham dificuldade na utilização de aerossóis dosimetrados. Útil nos pacientes com asma noturna • Terbutalina: cápsulas de liberação lenta. Costuma ser bem tolerada em doses convencionais- 12/12h XANTINAS • Efeito broncodilatador discreto • Efeitos mais significativos: imunomodulador e estimulador do movimento ciliar, bem como efeito analéptico respiratório Teofilina • Xarope, comprimidos ou capsulas de liberação lenta Aminofilina • Contém 80% de teofilina • Ampolas para uso I.V • Adjuvante no tratamento da crise asmática Bamifilina • Menos tóxica que a teofilina, não exerce efeito estimulante sobre o SNC, possui tempo de meia-vida mais longo – adm. em 12/12h Efeitos adversos • A toxicidade por teofilina gera distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos), arritmias cardíacas, cefaleia e crise convulsiva generalizada Dose • Dose oral varia de 200-1200 mg/dia • Dose venosa de aminofilina deve ser cuidadosamente calculada para se evitar a overdose • Dose de ataque é de 5-6 mg/kg, diluído em 100 ml de soro, correr em 20 minutos • Dose de manutenção em adultos é de 0,5 mg/ kg/h. Deve ser aumentada nos fumantes (para 0,8 mg/kg/min) e reduzida nos idosos, cardiopatas e hepatopatas (para 0,3 mg/kg/min), bem como naqueles que usam drogas que reduzem a depuração da teofilina. ESTABILIZADORES DE MEMBRANA DOS MASTÓCITOS Cromoglicato de sódio e Nedocromil sódico • Alternativas na terapia de manutenção, principalmente na asma induzida por exercício • Podem ser associados aos corticoides ou intolerância ao beta-2-agonistas de longa duração • Disponíveis na forma inalatória • Limitação - meia-vida curta, devendo ser administrados de 6/6h • Podem também ser usados como profilaxia imediata da asma induzida por exercício ou após exposição aguda a um alérgeno conhecido, embora os beta-2-agonistas de curta ação sejam a droga de escolha nestas situações • A aplicação deve ser feita 30 minutos antes do exercício ou exposição alergênica ANTAGONISTAS DE LEUCOTRIENOS • Aprovada como medicação substituta - beta-2- agonistas de longa duração e como droga adicional ao uso de corticoides inalatórios e agonistas em asmas mal controladas • Podem também ser usados como monoterapia, especialmente nos casos de asma induzida por aspirina • Montelucaste, zafirulcaste e zileuton • Posologia 1x ou 2x ao dia • Alto custo 11 CORTICOESTEROIDES SISTÊMICOS • Ministrados em pacientes com asma grave e refratária • Sempre tentar reduzir a dose ao máximo, passando para dias alternados e, se possível retirar • Prednisona ou prednisolona ANTICORPOS MONOCLONAIS • Omalizumabe (zolair) • Tem sido utilizado em pacientes > 12 anos com asma alérgica de difícil controle • Custo elevado • Indicado na vigência de altos níveis de IgE e história marcante de alergia IMUNOTERAPIA • Dessensibilização do paciente alérgico a um determinado alérgeno específico • Indicada principalmente na asma que não responde adequadamente à terapia farmacológica e ao controle ambiental, desde que o alérgeno tenha sido identificado por testes cutâneos FIM
Compartilhar