Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II SEMIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO PARTE 1: TIREOIDE E PARATIREOIDE GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Hormônios: substância fisiologicamente ativas secretadas no sangue pelas glândulas endócrinas • Hipófise: controla praticamente todas as outras glândulas, é a glândula mestra • Tireoide • Paratireoides • Suprarrenais ou adrenais • Ilhotas pancreáticas: células beta • Ovários e testículos • Hipotálamo (produção), rins (sistema renina angiotensina aldosterona), aparelho digestivo (estomago e intestino, principalmente hormônios relacionados a fome, saciedade e obesidade), tecido adiposo HIPÓFISE É dividida em 2 regiões: • Adenohipofise: anterior, produz e secreta o Gonadotrófico: LH e FSH o Tireotrófico: TSH, age na tireoide para que ela secrete T3 e T4 o Adrecorticotrofico: ACTH, age na adrenal estimulando a liberação de cortisol o Somatotrofico: GH, age no osso estimulando o crescimento linear na criança. No adulto as epifeses osseas estão fechadas, então não cresce osso e sim partes moles • Neurohipofise: posterior, não produz hormônios, apenas secreta oxitocina e ADH MECANISMO DE REGULAÇÃO Feedback: um valor abaixo ou acima do normal, o corpo tentará aumentar ou diminuir esse valor, respectivamente, visando manter a homeostase Sistemas de feedback: positivo/negativo A baixa de um determinado hormônio, estimula as glândulas acima dela a produzir hormônio que altera a cadeia para aumentar o hormônio final. Se tiver hormônio demais na circulação, estimula a glândula acima negativamente, para parar a produção do hormônio que gera ele. Alça longa: o órgão alvo exerce controle sobre a hipófise e o hipotálamo. Alça curta: hipófise inibe o hipotálamo Alça ultra curta: os hormônios do hipotálamo inibem o próprio hipotálamo DISTÚRBIOS DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Hipofunção glandular Hiperfunção glandular LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II Primário: acomete a glândula-alvo, é de baixo para cima. Ex: acomete a tireoide Central: • Secundário: acomete a hipófise • Terciário: acomete o hipotálamo OBS: A maioria das vezes não distingue se é secundário ou terciário e usa a nomenclatura de central TIREOIDE ANATOMIA ➢ Localiza-se na região anterior do pescoço sobre a cartilagem cricoide da tranqueia ➢ Formada por 2 lobos unidos pelo istmo, algumas pessoas tem um lobo acessório, o piramidal (3 lobos) ➢ O pomo de adão não é a cartilagem cricoide! A cricoide está baixo da cartilagem tireoide. FUNÇÕES DA TIREOIDE ➢ Controla todo o metabolismo basal ➢ Metabolismo proteico, lipídico e glicídico ➢ SNC ➢ Sistema motor ➢ Sistema autônomo ➢ Sistema circulatório ➢ Sistema digestivo ➢ Pele ➢ Esqueleto ➢ Função renal FISIOLOGIA ➢ Hipotálamo vai produzir o TRH (hormônio tirotropina estimulante) e age sobre a adenohipofise para que ela produza e secrete o TSH (hormônio tireosestimulante). O TSH age na glândula tireoide para que produza T4 e T3, dependendo do iodo. LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ T3 é o metabolicamente ativo, tem meia vida muito curta. O T4 apesar de ser produzido em maior quantidade, é transformado em T3 por ação deiodinases (enzimas degradadoras). ➢ Em excesso, o feedback negativo pela alça longa avisa a hipófise para parar de produzir TSH e avisa ao hipotálamo para parar a produção de TRH. A hipófise por alça curta também avisa ao hipotálamo (inibe) para parar de produzir TRH, por feedback negativo. Em falta, é feedback positivo e manda sinal para produzir mais ANAMNESE ➢ Sexo ➢ Idade ➢ Historia pessoal e familiar de doença autoimune ➢ Naturalidade e procedência: regiões de dieta com baixa ingesta de iodo (bócio endêmico) ➢ Profissão: trabalhadores que manipulam materiais iodados (hipertireoidismo factício) ➢ Gestação recente EXAME FÍSICO ➢ 1: cartilagem tireoide ➢ 2: cartilagem cricoide ➢ 3: tireoide ➢ INSPEÇÃO: o paciente deve estender a cabeça para trás, descrever cicatrizes, abaulamentos, hiperemia, estase jugular, massas pulsáteis, bócio NOTA: Aumento da tireoide, bócio visualizado com a extensão da cabeça ➢ LOCALIZAÇÃO PARA PALPAÇÃO: o pescoço do paciente deverá ficar com a cabeça discretamente fletida para frente, uma vez que a palpação é mais difícil quando os músculos estrenocleiomastoideos ficam estendidos. O passo inicial na palpação é a localizar a glândula. Para localiza-la deveremos verificar a posição das cartilagens tireóidea LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II e cricoide, uma vez que o istmo da glândula tireoide se situa imediatamente abaixo da cartilagem cricoide. ➢ PALPAÇÃO ANTERIOR: colocando-se à direita um pouco a frente do paciente, o dedo polegar e do examinador é deslizado para palpar o lobo esquerdo da tireoide. Pode usar o polegar direito para afastar o esternocleiodomastoideo. Pode usar os dois indicador também ➢ As vezes pode não conseguir palpar a tireoide ➢ PALPAÇÃO POSTERIOR: o paciente deverá estar sentado e o examinador em pé atrás do paciente. O paciente deverá fletir a cabeça para o lado a ser examinado para descontrair o musculo e os dedos indicador e médio do observador penetram na face interna daquele musculo e exploram o lobo da glândula DICA: Na palpação posterior procura o istmo que é a região central da tireoide e depois desliza os dedos procurando os lobos EXAME FÍSICO DO PESCOÇO ➢ INSPEÇÃO: descrever cicatrizes, abaulamentos, hiperemia, estase jugular, massas pulsáteis, bócio ➢ PALPAÇÃO: palpar os linfonodos de todas as cadeias cervicais e descrever suas características ➢ PALPAÇÃO DA TIREOIDE: o Avaliar localização: tópica ou ectópica o Tamanho o Consistência: elástica ou endurecida o Sensibilidade, se dolorosa o Superfície: lisa ou presença de nódulos, mobilidade o Frêmito: aumento da vascularização da glândula, sente uma vibração ➢ AUSCULTA: o Tireoide: em casos de hipertireoidismo LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II o Artérias: sempre ausculta em todos os paciente, carótidas e subclávias o Sopro tireoidiano em caso de hipertireoidismo, é uma hiperfunção da glândula, se ficar em duvida se é murmúrio, pede ao paciente que fique sem respirar por alguns segundos, se persistir é sopro ➢ PERCUSSÃO: em casos de bócio mergulhante (aumento do volume da tireoide, invadindo a região torácica e comprimindo estruturas adjacentes) NOTA: Luz traqueal reduzida e reduzida ➢ SINAL DE PEMBERTON: em bócio mergulhante, quando o paciente eleva os braços, o bócio comprime a traqueia obstruindo a veia cava superior, turgência de jugular, apresentando pletoria facial e muitas vezes estridor. Massas na região cervical também pode gerar esse sinal. Bócios volumosos podem causar obstrução da traqueia e quando retroesternal também a obstrução da veia cava superior. O sinal de Pemberton aparece quando se eleva o braço do paciente acima da cabeça. Essa manobra faz com que o paciente fique dispneico, com distensão das veias do pescoço, pletora facial ou com estridor HIPERTIREOIDISMO Excesso de produção e secreção do hormônio tireoidiano Hipertireoidismo X Tireotoxicose TIREOTOXICOSE ➢ É a manifestação clínica do excesso do hormônio tireoidiano na circulação. ➢ Causas: o Doenças de Graves o Adenoma o Administração em excesso de hormônios tireoidianos exógenos: pode causar hipotireoidismo pro feedback negativo por retirada abrupta do hormônio) o Tireoidites: inflamação da tireoide gerando destruição dos folículos tireoidianos onde armazena os hormônios tireoidianos, ocorrendo secreção abrupta desses hormônios na corrente sanguínea ➢ Nem toda tireotoxicose é hipertireoidismo! SINTOMAS DE HIPERTIREOIDISMO ➢ Nervosismo ➢ Sudorese excessiva ➢Intolerância ao calor ➢ Palpitação ➢ Fadiga ➢ Perda de peso ➢ Dispneia ➢ Fraqueza ➢ Aumento de apetite ➢ Queixas oculares ➢ Edema de membros inferiores ➢ Hiperdefecação (sem diarreia) LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Diarreia ➢ Distúrbios menstruais ➢ Anorexia ➢ Constipação intestinal ➢ Ganho ponderal ➢ Idosos com hipertireoidismo ou tireotoxicose, geralmente só apresenta arritmia SINAIS ➢ Taquicardia ➢ Bócio ➢ Tremor nas mãos ➢ Pele quente e úmida ➢ Sopro sobre a tireoide ➢ Alterações oculares: exoftalmia, retração palpebral ➢ Fibrilação atrial ➢ Esplenomegalia ➢ Ginecomastia ➢ Eritema palmar ➢ Unhas de plummer: separação da unha do leito ungueal NOTA: Qualquer paciente com bócio difuso e hipertiroidismo tem doença de Graves até que se prove o contrario! EXAME FÍSICO: ➢ Determinação do peso, frequência cardíaca, pressão arterial DOENÇA DE GRAVES ➢ Bócio difuso, oftalmopatia e dermopatia (mixedema pré-tibial) → Suficientes para diagnostico de DG na presença de hipertireoidismos ➢ Oftalmopatia é especifica para DG. Exoftalmia pode está em qualquer caso de tireotoxicose ou hipertireoidismo ➢ Oftalmopatia é a exoftalmia + sinais inflamatórios ➢ Oftalmopatia de Graves: paciente não consegue movimentar o olho, porque os músculos foram acometidos pelos anticorpos ➢ Doença autoimune ➢ ANTICORPO TRAB vão causar auto agressão intraorbitária ➢ Espessamento dos músculos extraoculares, aumento da gordura retrobulbar ➢ Protusão ocular, redução da drenagem venosa (edema periorbitario e da conjuntiva) ➢ Inflamação ➢ LID LAG NA TIROTOXICOSE OU SINAL DE VON GRAEF: impossibilidade da pálpebra superior acompanhar o movimento do globo ocular quando se olha para cima ou para baixo. É uma retração da pálpebra superior que tem um atraso na queda em relação ao globo ocular ➢ Facie basedowiana ➢ Mixedema pré tibial na DG LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II DIAGNÓSTICO ➢ Exames complementares ➢ TSH ➢ T4 livre ➢ T3 livre ou total: não pede rotineiramente porque sua meia vida é curta ➢ Trab – anticorpo anti-receptor do TSH: se suspeita de Doença de Graves ➢ Normais: eutireoidismo ➢ Cintilografia: vê a atividade da glândula tireoide INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES ➢ Hipertireoidismo o T4 livre elevado o TSH elevado o problema é na hipófise! Porque a glândula está produzindo muito o TSH baixo o problema é na tireoide, a glândula por algum motivo ganhou autonomia e está produzindo muito hormônio tireoidiano, enviado sinal por feedback negativo para hipófise diminuir a produção de TSH CRISE TIREOTOXINA OU TEMPESTADE TIREOIDIANA ➢ Exacerbação do hipertireoidismo ➢ Mortalidade de 10% ➢ 1 a 2% dos casos se tireotoxicose ➢ Fatores precipitantes: infecçao é o mais comum ➢ Quadro clinico: sinais e sintomas da exacerbação da tireotoxicose ➢ Pode desenvolver insuficiência cardíaca, hepática ➢ É o ápice de um quadro de tireotoxicose ➢ Pode ser fatal HIPOTIREOIDISMO Primário: causado por disfunção intrínseca da glandula tireoide, resultando em deficiencia na sintese e na secreçao dos hormonios tireoidianos Secundário: causa hipofisária por deficiencia de tireotrofina (TSH) Terciário: causa hipotalâmica por deficiencia de hormônio liberador da tireotrofina (TRH) FATORES DE RISCO ➢ Idade>60 anos ➢ Sexo feminino ➢ Bócio ➢ Doença nodular tireoidiana LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Historia familiar de doença tireoidiana ➢ Historia de radioterapia para cabeça e pescoço (radiação externa e iodo radioativo) ➢ Doença autoimune tireoidiana e extratireoidiana ➢ Fármacos ➢ Baixa ingestão de iodo ➢ Síndrome de Down, Síndrome de Turner CAUSAS ➢ Principal causa: tireoidite de Hashimoto ➢ Anticorpo anti-tpo (anti-tireoperoxidase) SINTOMAS ➢ Pele seca ➢ Pele áspera ➢ Letargia ➢ Fala lenta ➢ Edema palpebral ➢ Sensação de frio ➢ Sudorese diminuída ➢ Pele fria ➢ Língua grossa ➢ Fraqueza ➢ Edema facial ➢ Cabelos ásperos ➢ Palidez cutânea ➢ Déficit de memoria ➢ Constipação intestinal ➢ Ganho de peso ➢ Queda de cabelos ➢ Dispneia ➢ Edema periférico ➢ Rouquidão ou afonia ➢ Anorexia ➢ Nervosismo ➢ Menorragia ➢ Palpitações ➢ Surdez ➢ Dor precordial ➢ Facie mixedematosa ➢ Macroglossia DIAGNÓSTICO: ➢ Hipotireoidismo o T4 livre baixo o TSH baixo ou normal o problema é de cima, na hipófise. O T4 livre está baixo porque não chega estimulo, não chega TSH porque tem problema na hipófise ou no hipotálamo o TSH elevado o problema é primário, na tireoide, chega o estimulo, mas a tireoide não produz o hormônio. TIREOIDITES TIREOIDITE SUBAGUDA OU GRANULOMATOSA OU QUERVAIN ➢ Destruição dos folículos tireoidianos ➢ 3 fases típicas: tireotoxiCose, hipotireoidismo e depois normaliza a função ➢ O principal gatilho é uma infecção viral LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Captação diminuída: pela destruição dos folículos, característico da tireoidite de Quervain ➢ Principais sinais e sintomas: o Sintomas prodrômicos de infecção viral semanas antes o Aumento doloroso da tireoide o Sinais e sintomas de tireotoxicose o Sintomas constitucionais: febre, tremores, sudorese, mal-estar o Tireoide sensível ou dolorosa ao exame, modestamente aumentada, endurecida o Função tireoidiana com evolução em quatro ou três fases TIREOIDITE AGUDA ➢ O paciente não tem destruição dos folículos tireoidianos, o processo é exterior a tireoide ➢ Principais sinais e sintomas: o Sintomas precedidos de uma infecção aguda do trato respiratório superior o Dor cervical unilateral anterior de início súbito o Febre o Manifestações sistêmicas de infecção: febre, sudorese, astenia, calafrios o Tireoide com edema assimétrico, dor, calor, consistência flutuante e pele eritematosa o Linfonodomegalia cervical ➢ Paciente sente muita dor a examinar a tireoide, porque está super inflamada ➢ Sinais flogisticos na região ➢ Geralmente é uma complicação de infecção do trato respiratório superior ➢ Tratamento: antibiótico! DOENÇAS DA PARATIREOIDE Produção de paratormônio (PTH): estimula os osteoclastos a “destruírem” o osso para jogar cálcio no sangue. Também age nos rins e no intestino HIPOPARATIREOIDISMO ➢ Redução dos níveis de PTH ➢ Causas: LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II o Pós-tireoidectomia: retirou a tireoide e de forma inadvertida o cirurgião retira junto a paratireoide o Doenças autoimunes, genéticas, infiltrativas o Irradiação SINTOMAS HIPOPARATIREOIDISMO ➢ Tetania (irritabilidade neuromuscular) ➢ Sintomas leves: o Dormências periorais o Parestesias de mãos e pés o Câimbras musculares ➢ Sintomas graves: o Espasmo corpopodal o Laringoespasmo o Convulsões focais ou generalizadas ➢ SINAL DE CHVOSTEK: contração da musculatura da face e do lábio superior quando realizada percussão do nervo facial na região pré-auricular. Nem todos os pacientes apresentam ➢ SINAL DE TROUSSEAU: primeiro afere a pressão do paciente. Insufla o manguito +20 acima da pressão sistólica e conta 3 minutos. Sinal +: ao longo dos 3 minutos o paciente realiza a contração de mão de parteiro (flete o punho e fecha o polegar). Nem todos os pacientes apresentam DIAGNÓSTICO HIPOPARATIREOIDISMO ➢ Dosa PTH e cálcio sérico e ionizado, ambos vão está baixo HIPERPARATIREOIDISMO ➢ Aumento de PTH SINTOMAS HIPERPARATIREOIDISMO ➢ Hipercalcemia (agindo principalmente no aparelho geniturinário e digestivo) + Elevação plasmática do PTH (levando a alterações musculoesqueléticas) ➢ Fraturas patológicas: osteoporose ➢ Fadiga muscular intensa ➢ Poliuria ➢ Nefrolitiase: paciente forma calculo renal de repetição a todo tempo ➢ Náuseas e vômitos ➢ Distúrbios psiquiátricosNOTA: Calcemia muito alta (>14) é crise calcêmica! Emergência medica → Anorexia, náuseas e vômitos, fadiga intensa, confusão mental, estupor e coma CAUSAS HIPERPARATIREOIDISMO ➢ Primário: o Adenoma de paratireoides o Hiperplasia de paratireoides o Carcinoma ➢ Secundário: o IRC LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II SEMIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO PARTE 2: DIABETES PÂNCREAS ENDÓCRINO Pâncreas endócrino: responsável pela produção de insulina e do glucagon Ilhotas de Langerhans: células pancreativas secretoras de hormônios, liberam a insulina e o glucagon Insulina: hormônio necessário para o metabolismo de glicose. Diminui a glicose sg e permite a entrada de glicose nas células do fígado, músculos e outros tecidos onde fica estocada sob a forma de glicogênio ou é queimada para produzir energia Glucagon: efeitos opostos ao da insulina, elevam a glicemia por meio da estimulação da gliconeogênese, convertendo o glicogênio em glicose no fígado. É secretado em resposta a um queda de glicemia Gliconeogênese: obtenção de glicose a partir de outros substratos que não são carboidratos, tais como lactato, glicerol e aminoácidos Glicogênese: processo ativado pela insulina. Quando os níveis de glicose no plasma sanguíneo estão elevados ocorre a síntese de glicogênio no fígado e nos músculos Glicogenólise: processo ativado pelo glucagon. Quando há queda da glicose nosso organismo utiliza-se deste processo degradando o glicogênio no fígado e nos músculos para obter-se ATP (energia) INSULINA A insulina é um hormônio anabólico ou de reserva Estimula a reserva de glicose no fígado e músculos (sob a forma de glicogênio) Aumenta a reserva de gordura dietética no tecido adiposo Acelera o transporte de aminoácidos para as células É anabólica, por isso engorda. Na sua ausência tem emagrecimento pelo catabolismo Degradação de carboidrato, seguida de gordura e por fim o musculo DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO ➢ Representa um grupo de doenças metabólicas com etiologias diversas caracterizado por hiperglicemia resultante de: o Secreção deficiente de insulina pelas células beta o Resistência periférica à ação da insulina OBS: DM tipo 2 pode precisar de insulina com o passar do tempo, por deficiência de insulina, já que produz e não consegue agir, tornando o paciente usuário da insulina CLASSIFICAÇÃO LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ TIPO 2: 90-95% dos casos ➢ Tipo 1A: mais comum, gatilho ainda não conhecido que permite uma destruição autoimune das células beta pancreáticas por anticorpos. Desde o inicio do quadro precisa de insulina ➢ Tipo 1B: a destruição é por natureza idiopática, diagnostico difícil porque não é laboratorial ➢ Diabetes gestacional: a paciente não era diabética antes da gestação. A chance de continuar diabética depois da gestação é imensa ➢ Corticoide aumenta a chance de diabetes a longo prazo, pela produção do cortisol ➢ Pancreatite perde a função do pâncreas exócrino e paralelemente pode perder a função do pâncreas endócrino DIABETES MELLITUS TIPO 1 ➢ Doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células beta pancreática ➢ Deficiência total de insulina ➢ É mais frequentemente diagnosticado em crianças, adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens, afetando igualmente homens e mulheres ➢ Subdivide-se em DM tipo 1A e DM tipo 1B, a depender da presença ou da ausência laboratorial de autoanticorpos circulantes, respectivamente ➢ Destruição imunomediata de células beta pancreática ➢ Autoanticorpos circulantes: o Anticorpo anti-ilhota (islet cell antibody, ICA) o Autoanticorpo anti-insulina (insulin autoantibody, IAA) o Anticorpo antidescarboxilase do acido glutâmico (anti-GAD65) ➢ Desencadeantes da resposta autoimune: o Prediposiçao genetica o Infecções virais o Componentes dietéticos e certas composições da microbiota intestinal ➢ DM1 no adulto: o Forma lentamente progressiva da doença o Latent autoiimmune diabetes in adults (LADA) o 10% dos casos de DM DIABETES MELLITUS TIPO 2 ➢ 90-95% dos casos de DM ➢ Obesidade ➢ 70-90%: Síndrome Metabólica ➢ 40% dos casos apresentam HF de DM2 (pai ou mãe) ➢ Em gêmeos monozigóticos, a concordância para DM2 é de 90% ao longo da vida ➢ Risco de desenvolver DM2 40% se um dos pais for afetado (sendo maior quando a mãe é afetada) e 70% se ambos tem a doença ➢ Fatores de risco: o Obesidade o Historia familiar de diabetes (pais ou irmãos com diabetes) o Raça/etnia (negros, hispânicos, índios Pima, indivíduos oriundos de ilhas do Pacífico, etc) o Idade: a partir de 45 anos o Diagnostico prévio de intolerância à glicose o Hipertensão arterial o Dislipidemia: HDL<35 mg/dl e/ou triglicerídeos>250 mg/dl o Historia de diabetes melito gestacional ou macrossomia fetal o Tabagismo o Segundo estudos: quanto maior o consumo de café, menor o risco para diabetes melito tipo 2 ➢ Quadro clinico: LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II o 35 a 50% dos diabéticos tipo 2 são assintomáticos ou oligossintomaticos o Diagnostico com atraso de 4 a 7 anos o Complicações podem estar presentes já no diagnostico o Elevada morbidade: perda da visão, insuficiência renal em estágio terminal, amputação não traumática dos MMII, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral o Redução na expectativa de vida o Decorrentes da insulinopenia ou déficit na ação da insulina (DM TIPO 1): poliúria + polidipsia + polifagia + perda de peso → O DIAGNÓSTICO É MAIS FÁCIL E SABE O DIA EXATO QUE INICIOU, PORQUE ABRE ESSE QUADRO DE IMEDIATO! (o tipo 2 não tem como saber há quantos anos está diabético) o Tonturas, dificuldade visual, astenia e/ou cãibras, vulvovaginite de repetição e disfunção erétil (sintomas iniciais) o Cerca de 80% dos pacientes tem excesso de peso o Decorrentes da síndrome de resistência insulínica (EXCLUSIVO DA DM2): obesidade central, acantose nigricans, disfunção ovariana/hiperandrogenismo *HIRSUTISMO: aumento de pelos em áreas que a mulher não devia ter tanto, sendo que os pelos são mais escuros e mais grossos *ACANTOSE NIGRICANS ➢ Acantose nigricans: o Doença de pele caracterizada por manchas escuras resultantes de uma hiperceratose (aumento da camada mais superficial da pele) e hiperpigmentação (lesões de cor cinza e engrossadas que dão aspecto verrucoso) o Resistência insulínica o Diabetes, obesidade, doenças ovarianas e câncer do aparelho digestivo (acantose maligna) o Insulina em excesso → O receptor IGF (fator de crescimento semelhante à insulina) → Crescimento de diversos tipos de células da pele (queratinócitos e fibroblastos) ➢ Obesidade: classificação de peso pelo IMC o Risco de DM2 é 2x maior na obesidade abdominal (androide – maçã) do que com a obesidade ginecoide (pera) LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Síndrome metabólica: o Ter 3 ou mais dos seguintes fatores, mas se o paciente for hipertenso, dislipidêmico e diabético ele já pontua automaticamente: OBS: A maioria dos diabéticos tipo 2 tem síndrome metabólica ➢ Rastreamento para DM2: em quem pesquisar? o Em maiores de 45 anos sempre o Com glicose de jejum e hemoglobina glicada DIFERENÇAS DM TIPO 1 E 2 ➢ Peptídeo C é baixo na DM1 porque não tem células beta pancreáticas produzindo insulina. Na DM2 é alto porque a insulina está lá DIAGNÓSTICO ➢ Exames: o Glicose de jejum: o ideal é de 8 a 10 horas de jejum; o jejum prolongado dá um falso positivo o Hemoglobina glicada: últimos 3 meses; mostra a glicose ligada a hemoglobina da hemácia, se tem alteração hematológica, medicações e outros LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II podem dá alterado e não ser pela glicose o Teste oral de tolerânciaà glicose com 75g: toma uma sobrecarga de glicose e coleta 2 horas depois, para saber se o pâncreas está dando conta. Solicita se tem fatores de risco com glicose de jejum normal ➢ Normoglicemia: o Glicose de jejum <100 mg/dl o Hemoglobina glicada <5,7% o Teste oral de tolerância à glicose com 75g < 140 mg/dl ➢ Diabetes: glicemia de jejum é maior ou igual a 126 mg/dl e a hemoglobina glicada maior ou igual a 6,5% ➢ Para o diagnóstico de diabetes precisam ter 2 testes alterados (mesma amostra ou amostra diferentes), podendo ser: o 2 glicemias de jejum o 2 hemoglobinas glicadas o 1 glicemia de jejum + 1 hemoglobina glicada ➢ Não precisamos repetir o exame em caso de glicemia ao acaso maior ou igual a 200 mg/dl, associada a sintomas típicos de insulinopenia (poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso) ➢ Pré-diabetes: o Glicose de jejum entre 100-125 mg/dl o Hemoglobina glicada entre 5,7-6,4% ➢ TOTG com 75g? o Devemos solicitar idealmente para os pacientes com exames na faixa de pré- diabetes ou para casos onde o diagnostico de diabetes é duvidoso o Normal: glicemia após 2 horas < 140 mg/dl o Pré-diabetes: entre 140 e 199 mg/dl o Diabetes: glicemia após 2 horas maior ou igual a 200 mg/dl ➢ Situação 1: glicose de jejum 132 mg/dl o Diagnostico: apenas com a glicose não pode dizer se é diabético ou não o Conduta: pede a hemoglobina glicada ou repete a glicose de jejum ➢ Situação 2: glicose de jejum 145 mg/dl e hemoglobina glicada 7,2% o Diagnostico: diabetes NOTA: O diagnóstico também pode ser feito quando 2 testes estão alterados ao mesmo tempo na mesma amostra ➢ Situação 3: glicose de jejum 112 mg/dl o O que fazer? Repetir o teste ou hemoglobina glicada ou TOTG o Teste oral de tolerância a glicose, glicose oral após 2 horas 165 mg/dl o Diagnostico: pré-diabetes COMPLICAÇÕES CRÔNICAS ➢ Distúrbios microvasculares: retinopatia, nefropatia, neuropatia ➢ Distúrbios macrovasculares: doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica ➢ Retinopatia diabética: o Descolamento de retina o Amaurose o O exame do fundo do olho deve ser feito logo após o diagnostico do tipo 1 ➢ Nefropatia diabética: o Principal causa de doença renal crônica no mundo LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II o Os nefrons começam a hiperfiltrar, trabalhar demais, fazendo com que eles morram o O nefron não filtra a albumina de forma adequada desde o início quando está com hiperfiltração, por isso dosa a albumina o Exames: albumina em amostra isolada de urina, relação albumina-creatina em amostra e amostra de urina de 24 horas (fazer todos os anos em pacientes diabéticos para diagnosticar de forma rápida e precoce) ➢ Neuropatia diabética: o Presença de sintomas e/ou sinais de disfunção dos nervos periféricos em indivíduos com DM, após a exclusão de outras causas o Requer avaliação clínica cuidadosa: ausência de sintomas não afasta a presença de neuropatia o Tipo 1 e 2 são afetados, com comprometimento de 50% dos pacientes com DM2 ao longo da vida o Diagnostico de exclusão: deficiências vitamínicas (B12 e B6), infecções (HIV, hanseníase), hipotireoidismo, malignidades (síndromes, paraneoplasicas, mieloma múltiplo), alcoolismo, iatrogênicas (isoniazida, vincristina, pós-quimioterapia, pós- cirurgias), doenças renais, hereditárias (amiloidose familiar), traumatismos → Causam neuropatia e precisam ser excluídas antes de dizer que é neuropatia diabético o A neuropatia diabética (polineuropatia diabética ou neuropatia diabética periferica) é a forma mais comum da neuropatia, é uma polineuropatia sensitivo-motora simétrica distal o Evolução insidiosa, podendo ser a ulcera a primeira manifestação clinica o O comprometimento sensitivo-motor inicia-se na direção distal-proximal o Deformidades e perda da sensibilidade dolorosa, térmica e pressórica (sensibilidade protetora plantar) o É uma polineuropatia simétrica: ocorre nos dois membros (direito e esquerdo) o Bota e luva (simétrica e distal): ➢ Outras formas comuns de neuropatias diabéticas: o PND dolorosa (PNDD) o Neuropatias autonômicas diabéticas (NAD): taquicardia de repouso, hipotensão ortostática, bexiga neurogênica, infecções urinarias de repetição, disfunção erétil LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II NOTA: Devem sempre ser investigadas no momento do diagnóstico do DM2 e 5 anos após o diagnóstico de DM1 PÉ DIABÉTICO Infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos MMII Ulceras de pés diabéticos (UPDs) precedem 85% das amputações Causa mais comum de internações prolongadas FISIOPATOGENESE E VIAS DE ULCERAÇÃO ➢ NEUROPATIA: principal o Deformidades neuropáticas: dedos em garra ou em martelo, proeminências de metatarsos e acentuação do arco o Perda da propriocepção o Perda do movimento articular o Fraqueza muscular e alterações estruturais dos pés o Hiperqueratose e calosidades o Anidrose o Perda da sensibilidade protetora e pressão plantar anormal ➢ DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA: o Predominantemente infra inguinal o 30% tem claudicação intermitente o Pulsos periféricos diminuídos o Isquemia o Diminuição da temperatura da pele NEUROPATIA DIABÉTICA AVALIAÇÃO CLÍNICA ➢ Sempre comparar os dois lados INSPEÇÃO ➢ Deformidades ósseas ➢ Ulceras ➢ Calosidades ➢ Sinais flogisticos ➢ Infecção ➢ Fissuras ➢ Pele seca ➢ Coloração da pele ➢ O dano das fibras autonômicas: o Redução dos estímulos simpáticos o Redução da função das glândulas sudoríparas o Ressecamento da pele, favorecendo a hiperqueratose, calos, rachaduras e fissuras ➢ O componente motor é responsável pelas deformidades o Fraqueza muscular e atrofia da musculatura intrínseca dos pés, hiperextensão dos tendões flexores o Proeminência de cabeças dos metatarsos (“joanete”) e do arco médio e dedos em garra LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Deformidades: áreas de risco para ulceração ➢ Ulcerações: o Fibras sensitivas: perda da sensibilidade protetora (dolorosa, térmica e pressórica) o Tríade clássica: insensibilidade + deformidade + trauma o Mal perfurantes plantar: ➢ Marcha e tipo de calçado: PALPAÇÃO ➢ Temperatura da pele ➢ Pulsos pedioso e tibial posterior, no mínimo LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II INDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB) ➢ Mede a pressão nos dois braços, a maior pressão sistólica entre os braços guarda. Em seguida mede a pressão nos dois tornozelos ao nível da artéria tibial posterior, o ideal é que fosse que com o ecodoopler. Faz o ITB de cada tornozelo PAS de cada tornozelo dividido pela maior PAS braquial. Se o ITB está menor que 0,9 significa que a pressão está maior no MMSS e indica isquemia porque a pressão/circulação no MMII está acometida. AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE ➢ Bilateralmente ➢ Como fazer: ➢ Vibratória (sensibilidade proprioceptiva): diapasão 128 Hz ➢ Tátil: ➢ Dolorosa: ➢ Térmica ➢ Pressão plantar: monofilamento 10g ou de Semmes-Weinstein é recomendados para LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II o rastreamento de PND e risco neuropático de ulceração ➢ Pesquisa de reflexos: o reflexo aquileu é o primeiro a ser comprometido o Reflexo aquileu: o teste é considerado alterado quando a flexão plantar reflexa do pé está ausente ou diminuída o O paciente faz a flexão plantar, como se fosse acelerar um carro o Percute na região do calcâneo o O examinador coloca a mao na planta do pé para que sinta o movimento ➢ Força muscular: avaliada pela incapacidade do paciente se manter de pé apoiando-se sobre os calcanhares ou caminhar na ponta dos pés ➢Sensibilidade proprioceptiva: diapasão o O local de escolha para o teste é a parte óssea no lado dorsal da falange distal do hálux, em ambos os pés, mas alternativamente o maléolo lateral pode ser utilizado ➢ Monofilamento: o Avalia risco neuropático de ulceração o Estesiometro ou monofilamento de 10g detectam alterações nas fibras grossas, relacionadas com a sensibilidade protetora plantar o Se não sentir em um dos pontos já tem risco de desenvolver malperfurante plantar o A força necessária é para que o monofilamento curve COMPLICAÇÕES AGUDAS CETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD) ➢ Hiperglicemia grave PROTOCOLO SIMPLIFICADO DOS 4 PONTOS: hálux + 1º, 3º e 5º metatarso de cada pé LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Acidose metabólica ➢ Distúrbios hidroeletrolíticos ➢ DM1 ➢ Atentar para fatores precipitantes ➢ Início agudo ➢ Respiração de Kussmaul ➢ Hálito cetonico ➢ Dor abdominal ➢ Eutermicos ou leve hipotermia ➢ Ausência total de insulina ESTADO NÃO-CETÓTICO HIPEROSMOLAR (ESTADO HIPERGLICÊMICO HIPEROSMOLAR – EHH) ➢ Hiperglicemia e hiperosmolaridade, sem cetoacidose ➢ DM2 ➢ Ausência de acidose ➢ Insidioso ➢ Tipicamente sem acidose metabólica ➢ Sem taquipneia ➢ Maior grau de desidratação ➢ Déficit sensorial OBS: Lipólise libera ácidos graxos que no fígado se transforma em corpos cetonicos, gerando cetoacidose na corrente sanguínea CASO CLÍNICO ➢ Medição de glicose (glicemia), gasometria (pH) ➢ Primeira medida: hidratação ➢ Após checa eletrólitos, dosa sódio e potássio para avaliar insulina venosa HIPOGLICEMIA Complicação mais frequente do tratamento do diabetes Pode ser fatal Principal barreira para manter o controle glicêmico nos níveis ideais Fatores predisponentes: ➢ Omissão de refeições ➢ Doses excessivas de insulina ou hipoglicemiantes orais ➢ Ingestão alcóolica excessiva ➢ Atividade física Diagnostico: sintomas inespecíficos, dosar glicemia sempre que possível LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II SEMIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO PARTE 3: PROLACTINA E ADRENAL FISIOLOGIA DA PROLACTINA • Prolactina é produzida e secretada pela hipófise anterior, esse mecanismo é estimulado pela: o Oxitocina o TRH elevado (hipotireoidismo primário) o VIP • A inibição da prolactina ocorre pela dopamina. o Se o paciente toma um medicamento que inibe a dopamina, aumenta os níveis de prolactina O aumento da prolactina por feedback negativo inibe a produção do GnRH pelo hipotálamo, inibindo a adenohipofise de secretar o FSH e o LH, deixando o paciente com sintomas sexuais. A mulher não produz folículos ovarianos, entrando em amenorreia e com dificuldade para engravidar. Prolactina elevada é uma causa de infertilidade, no homem também que evolui para hipogonadismo e dificuldade na espermatogênese. HIPERPROLACTINEMIA • Anormalidade laboratorial • Causas: o Fisiológicas: gestação o Farmacológicas o Patológicas: tumor na hipófise OBS: Causas • Alteração mais comum do eixo hipotalâmico-hipofisário • Prevalência de 0,4% na população geral • Presente em 9% das mulheres como amenorreia, 25% com galactorreia, 16 a 30% com infertilidade e 70% com amenorreia e galactorreia QUADRO CLÍNICO ➢ Mulheres: o Galactorreia o Amenorreia* o Oligomenorreia* o Infertilidade* o Diminuição da libido* o Dispareunia* o Osteoporose o Acne/Hirsutismo o Ganho de peso *Inibem a secreção do homronio liberador das gonadotrofinas (GnRH): redução de LH e FSH e menor produção de esteroides sexuais ➢ Homens: o Galacotorreia o Ginecomastia o Disfunção erétil o Infertilidade o Diminuição da libido o Osteoporose o Ganho de peso LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Alterações neuro-oftalmológicas (macropolactinomas) o Tumor grande comprimindo a sela túrcica, quiasma ótico e nervo ótico. Pode acometer a musculatura ótica também! o Rinorreia liquorica o Cefaleia o Diminuição ou perda da visão (principalmente ou primeiramente pelas laterais) o Hipertensão intracraniana o Hidrocefalia o Oftalmoplegia (dificuldade da motilidade ocular) o Dor facial AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA ➢ Definir hiperprolactinemia: dosagem da prolactina sérica ➢ Excluir causas fisiológicas, farmacológicas e doenças sistêmicas: sempre descartar gravidez em mulheres, hipotireoidismo, insuficiência renal e cirrose hepática ➢ Pesquisar uso de maconha e cocaína ➢ Lesões irritativas ou traumáticas na parede torácica (queimaduras, herpes-zoster, cicatrizes recentes, piercing mamário) ➢ Ressonância magnética da sela túrcica: somente após exclusão das causas citadas anteriormente ➢ Nos casos de macroporlactinoma: pesquisar acromegalia com dosagem de IGF-1 (precursor do hormônio de crescimento – dosa para saber se aquele tumor tem fator de crescimento) ➢ Pacientes assintomáticos: pesquisar macroprolactinemia o Macropolactina: complexo de molécula de prolactina e IgG, de alto peso molecular e baixa atividade biológica. Mulheres com prolactina elevada sem sintomas é um falso positivo, pelo alto peso da macropolactina acaba confundindo o laboratório. GLÂNDULAS ADRENAIS OU SUPRARRENAIS MEDULA DA ADRENAL ➢ Produz adrenalina e noradrenalina ➢ Fel cromocitoma: o paciente produz níveis elevados de adrenalina e noradrenalina, estímulos em paroxismos. O estimulo de defecar faz com que libere alta quantidade adrenalina e nora na corrente sanguínea, causa grave hipertensão refratária. O tratamento é cirúrgico CÓRTEX DA ADRENAL ➢ Zona glomerulosa → Aldosterona → Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II e ACTH → Reabsorção de sódio e eliminação de potássio ➢ Zona fasciculata → Cortisol → ACTH → Única capaz de fazer feedback negativo para hipófise e hipotálamo, porque é a zona mais dependente do ACTH ➢ Zona reticularis → Androgênios FISIOLOGIA DA SUPRERRENAL EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL SÍNDROME DE CUSHING ➢ Sinais e sintomas decorrentes da exposição prolongada a níveis elevados de glicocorticoides ➢ Causas: o Exógena: uso prolongado de glicocorticoides (mais comum) o Endógena: A. ACTH-dependente: tumor produtor de ACTH; forma mais comum é a Doença de Cushing causada por um tumor de hipófise. Para ser doença (diferente de sindome) precisa de um tumor na hipófise! B. ACTH-independente: tumor de suprarrenal, hiperplasia bilateral. A adrenal ganha autonomia e começa a produzir muito corticoide, que geram feedback negativo na hipófise SÍNDROME DE CUSHING EXÓGENA ➢ Causa mais comum de síndrome de Cushing ➢ Doses diárias excedendo 7,5 mg de prednisona, 0,75 mg de dexametasona ou 30 mg de hidrocortisona o Pode surgir devido ao uso prolongado de preparações nasais de glicocorticoides (para o tratamento de rinite alérgica), o que muitas vezes não é informado pelo paciente, por julgar que não se trata de “remédios” ➢ Atenção: devido a supressão do eixo HHA, encontram-se tipicamente baixos os níveis séricos de cortisol (exceto nos casos decorrentes do uso de hidrocortisona) e ACTH LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II SINAIS E SINTOMAS ➢ Mais comum em adultos, media de 40 anos, sexo feminino (3:1) ➢ Ganho de peso ➢ Letargia ➢ Fraqueza ➢ Irregularidades menstruais ➢ Perda da libido ➢ Hirsutismo ➢ Acne ➢ Estrias cutâneas purpuricas ➢ Miopatia proximal ➢ Disfunção erétil ➢ Distúrbios psiquiátricos:depressão, ansiedade e, mais raramente, psixose ➢ Hiperpigmentação: em ACTH-dependente QUADRO CLÍNICO ABORDAGEM DIAGNÓSTICA ➢ Suspeita clínica de SC: primeiro descartar uso de glicocorticoides – causa exógena ➢ Investigação de SC endógena: confirmação do hipercostisolismo e definição da etiologia (ACTH- dependente ou independente) LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ A confirmação do hipercortisolismo precisa estabelecido antes de qualquer tentativa para o o diagnostico diferencial ➢ Confirmação de hipercortisolismo: o Testes de supressão com dexametasona (DST) em baixas doses o Dosagem do cortisol salivar ao final da noite (LNSC) o Medida do cortisol livre urinário (em amostra de 24 horas) ➢ Definição da etiologia o Dosagem sérica de ACTH (2 amostras) INSUFICIÊNCIA ADRENAL • Sintomas inespecíficos: fraqueza, mal- estar, perda de peso, náuseas, vômitos, dor abdominal • Hipoglicemia pode ser manifestação inicial → Cortisol: hormônio contra insulínico • Quando há redução de aldosterona também: hipotensão, síncope, desidratação, choque, hiponatremia, hipercalemia • Na mulher: perda dos pelos pubianos e axilares → Tanto na primaria quanto secundaria • Hiperpigmentação cutânea: primária (elevação dos níveis de ACTH) → O problema é na glândula, algo que gerou destruição do córtex da adrenal INSUFICIÊNCIA ADRENAL PRIMÁRIA ➢ Primária (Doença de Addison): níveis de cortisol e aldosterona reduzidos, níveis de ACTH elevados ➢ Há redução de cortisol e aldosterona: destruição do córtex suprerrenal ➢ Causas: o Hiperplasia adrenal congênita o Adrenalite autoimune o Tuberculose o Paracoccidioidomicose INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA ➢ Secundaria (eixo HHA): níveis de cortisol e ACTH reduzidos ➢ Níveis de aldosterona mantidos: aldosterona também é estimulada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona ➢ Renina aumenta para compensar a ausência de aldosterona que não foi estimulado pelo ACTH LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA II ➢ Causas: o Administração exógena de glicocorticoides o Tumor na hipófise o Mulheres que sangraram muito durante o parto, ocasionando isquemia na hipófise e perda de tecido celular, com perda de produção hormonal pela hipófise EXAMES LABORATORIAIS ➢ Dosagem do cortisol e ACTH plasmáticos: CRISE ADRENAL ➢ Situação de emergência, com elevada mortalidade ➢ Infecções respiratórias e gastrointestinais são os desencadeantes mais comuns. Estresse e procedimento cirúrgico também. Precisa avisar ao cirurgião da insuficiência da adrenal para que dobre essa dose, em estresse também. ➢ Hipotensão, dor abdominal intensa, depleção de volume, hipoglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos como hiponatremia e hipercalemia ➢ Sintomas: o Fraqueza grave o Sincope o Dor abdominal intenda o Confusão mental o Apatia ➢ Sinais: o Hipotensão o Rebaixamento do nível de consciência o Febre o Palidez cutânea o Coma ➢ Laboratório: o Hiponatremia o Hipercalemia o Hipercalcemia o Hipoglicemia o Uremia o Linfocitose
Compartilhar