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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR SEBASTIÃO REIS JUNIOR, DA 6ª TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Processo nº Agravante: Agravado: ..., devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio dos advogados in fine assinados, com fulcro no artigo 1.021, do CPC c/c 258 do Regimento Interno do STJ, vem à presença de Vossa Excelência interpor AGRAVO REGIMENTAL Em face de decisão que conheceu do Agravo em Recurso Especial para não conhecer do Recurso Especial, requerendo o recebimento e a retratação da decisão proferida, nos moldes do artigo 258, § 3º, do RISTJ ou, subsidiariamente, que seja o presente recurso levado a julgamento para apreciação do colegiado. (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Processo nº Agravante: Agravado: I – REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE a) TEMPESTIVIDADE É manifesta a tempestividade do presente recurso, eis que o Núcleo de Prática Jurídica foi intimado eletronicamente da decisão que conheceu o Agravo em Recurso Especial para não conhecer do REsp na data de 10/11/2020 (terça-feira). Infere-se que o prazo para a interposição do presente recurso é de 5 dias, conforme o art. 258 do RISTJ, e o termo final se dá no dia 15/11/2020 (domingo). Haja vista que o prazo tem fim no final de semana, considerar-se-á como prazo final o próximo dia útil subsequente, qual seja 16/11/2020. Dessa forma, o presente recurso é claramente tempestivo, visto que interposto com estrita observância do prazo legal. b) CABIMENTO De acordo com o artigo 258 do RISTJ, a parte que se considerar prejudicada por decisão de relator poderá interpor Agravo Regimental a fim de que o julgador sobre ela se pronuncie, confirmando-a ou reformando-a. No caso concreto, restou demonstrado o cabimento do presente recurso, uma vez que o Eminente Ministro Relator Sebastião Reis Junior conheceu do Agravo em REsp para não conhecer do Recurso Especial, frustrando a pretensão do ora agravante e ensejando a apresentação deste Agravo Regimental. c) INTERESSE E LEGITIMIDADE O agravante tem interesse e legitimidade porque é réu no processo de origem e sente-se lesado pela aplicação incorreta do devido diploma legal. II – SÍNTESE PROCESSUAL (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br Trata-se de denúncia ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, em desfavor de ..., pela suposta prática da conduta prevista no artigo 129, §9º, do Código Penal c/c arts. 5º e 7º, da Lei 11.340/06. Segundo a denúncia, o autor causou lesões corporais à ex-companheira após uma discussão. Após regular instrução, o magistrado formou seu convencimento nos relatos da vítima e no laudo pericial dos ferimentos que a mesma sofreu, condenando o acusado à pena de 8 meses e 8 dias de detenção, em regime inicial semiaberto, permitindo ao réu o direito de recorrer em liberdade. Ademais, fixou a título de indenização mínima por danos morais o pagamento no valor de 1 salário mínimo vigente à época dos fatos (e-STJ fls. 132-147). Irresignada, a defesa interpôs apelação com o intuito de desconstituir a Sentença baseado na inexistência de provas e na inadequação da dosimetria da pena aplicada ao caso. Entretanto, este não foi o entendimento da 1ª Turma Criminal do TJDFT eis que negou provimento ao apelo e manteve a sentença inalterada (e-STJ fls. 199-210). Em razão da negativa do Tribunal de origem, foi interposto Recurso Especial sob a alegação de violação aos artigos 156 e 386, VII do Código de Processo Penal, e art. 59 do Código Penal. Ocorre que, em decisão de admissibilidade, o recurso foi inadmitido sob o fundamento que o acolhimento das teses recursais demandaria o reexame de provas, incidindo o enunciado da Súmula 7/STJ (e-STJ fls. 257-258). Após, foi interposto Agravo em Recurso Especial, sendo conhecido para não conhecer do Recurso Especial pelo Em. Ministro em decisão monocrática, sob a insistência do óbice instaurado pela Súmula 7/STJ (e-STJ fls. 291-293). Data vênia o saber jurídico do Eminente Ministro Relator, tal decisão merece reforma, como se demonstrará a seguir. III – RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL a) DA INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 7 DO STJ Em sede de recursos especiais que tramitam perante o Superior Tribunal de Justiça é pacífico o entendimento referente à impossibilidade de reexaminar provas sendo permitido apenas a revaloração das provas pertinentes para avaliar o caso, o que consta no verbete de enunciado nº 7 da Súmula do STJ. O que difere o reexame de provas para a revaloração é que no primeiro ocorre a revisão de fatos e provas em si mesmo pela Corte (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br Superior, de forma que seria feita a análise detalhada de documentos, testemunhas, dentre outras provas já exaradas pelas instâncias inferiores. Em contrapartida, a revaloração de provas consiste na análise do acórdão proferido, no conjunto fático-probatório que ali incida, a fim de se reformar a decisão com um novo saber jurídico sobre o caso. Por meio de decisão monocrática, o Em. Ministro Relator se convenceu em contrariedade às teses alegadas pelo ora agravante. Primeiramente, aduz que a pretensão da defesa em absolver o réu em razão da fragilidade de provas demandaria novo exame dos fatos ocorridos no caso. Ainda, o Ministro Relator manifesta que a redução do valor fixado em Sentença à título de reparação dos danos sofridos pela vítima necessita, também, de reexame do contexto fático-probatório acostado aos autos. Em ambas negativas, a fundamentação foi acostada no óbice da Súmula 7/STJ. Importante ressaltar que razão não assiste ao Em. Ministro Relator, eis que as teses alegadas pela defesa não enseja reexame de fatos e provas ou qualquer necessidade de se revir ao acervo documental e testemunhal, apenas se busca um novo entendimento jurídico acerca da decisão para sanar as violações da legislação infraconstitucional. Quanto à alegação da fragilidade de provas para a condenação do réu, tem-se em vista que o convencimento do Juízo de 1º grau se deu exclusivamente pela oitiva da vítima e pelo laudo de exame de corpo de delito. Nos casos de violência doméstica, a palavra da vítima tem importância relevante tendo em vista que o delito costuma ser praticado na intimidade do ambiente familiar. Ocorre que no caso concreto, o fato se deu na rua, onde mais pessoas além da vítima e do autor pudessem testemunhar. De fato, a única testemunha arrolada pela vítima foi a vizinha “Lu”, que presenciou os fatos no momento em que ocorreram. Mas, diante da ausência da testemunha em audiência de instrução, nada foi oficiado pelo Juízo de forma a propiciar a oitiva de “Lu”. No acórdão recorrido, o voto firmou a suficiência dos depoimentos da vítima para a condenação do ora agravante, como se vê (e-STJ fls. 204-205): [...] O que se requer é a revaloraçãojurídica dos termos dispostos no acórdão recorrido, de forma que se reconheça que apenas o testemunho da vítima não é suficiente para recair a condenação sobre o réu tendo em vista que o ocorrido foi presenciado pela vizinha da vítima, sendo imprescindível a oitiva da mesma. A condenação lastreada apenas no testemunho da vítima viola os preceitos dispostos nos artigos 156, caput, e 386, VII, do CPP. (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br Por outro lado, esta defesa argumenta que não houve fixação proporcional do quantum indenizatório, eis que as condições do ofensor, da ofendida e do bem jurídico lesado não foram devidamente ponderados. A extensão do dano não foi demasiadamente grave se comparado ao impacto que o valor indenizatório causará ao patrimônio do autor. O acusado trabalha como despachante e tem como renda o valor mensal de R$ 1.200,00. O juízo de 1º grau condenou o réu ao pagamento de 1 salário mínimo, vigente à época dos fatos, com correção monetária, que perfaz a quantia de R$ 937,00. Diante dos valores explicitados, sabe-se que a indenização no valor indicado pela Sentença e assegurado pelo Tribunal de origem não é razoável, pois é capaz de surtir efeito negativo na renda mensal do ora agravante. Além disso, ao manter a grandeza da indenização diante do salário que o agravante recebe, o Judiciário está a violar o art. 59 do Código Penal, que preza pela aplicação proporcional da reprimenda penal ao ato ilícito. O acórdão recorrido, por si só, fornece o conjunto fático-probatório apto para desconstituir o entendimento firmado pelas instâncias inferiores, sem necessidade de revolvimento aos fatos e provas, como se vê (e-STJ fl.209): [...] Portanto, não há que se falar em óbice instaurado pela Súmula 7 do STJ, a revaloração jurídica do conjunto fático-probatório é o meio necessário para sanar as ilegalidades discorridas neste Agravo Regimental. IV – PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) Que seja o presente Agravo processado e julgado, a fim de que seja reconsiderada a decisão que conheceu o Agravo em Recurso Especial para não conhecer do Recurso Especial, para que posteriormente seja julgado procedente em sua totalidade, desconstituindo a Sentença condenatória; b) Subsidiariamente, que seja apresentado o recurso em mesa para apreciação do colegiado e posterior provimento, para sanar as ilegalidades decorrentes da Sentença. (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br LOCAL-DATA ADVOGADO/OAB (61) 99864-6917 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br | naj.stj@uniceub.br
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