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a pervesao, desejo

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Estudos de Psicologia�I Campinas I 30(3) I 405-413 I julho - setembro 2013
11111 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Av. Pasteur, 250, Pavilhão Nilton Campos, Praia
Vermelha, 22290-240, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: A.B.R. SANTOS. E-mail: <adelsonbrunopsi@gmail.com>.
Artigo elaborado a partir da dissertação de A.B.R. SANTOS, intitulada “O desejo e o gozo na perversão: articulações possíveis”. Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2011. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
▼ ▼ ▼ ▼ ▼
A perversão, o desejo e o gozo:
articulações possíveis
Perversion, desire and jouissance:
Possible articulations
Adelson Bruno dos Reis SANTOS1
Vera Lopes BESSET1
Resumo
Os autores procuram subsidiar aportes para uma discussão acerca da especificidade estrutural da perversão e sua relação com o
desejo e com o gozo. Circunscrever o campo da perversão a partir de sua etiologia, delimitar os processos metapsicológicos
capazes de objetivá-la e definir suas características específicas contrapostas às da neurose e da psicose, desde Freud, não constitui
tarefa fácil. Ao estudar esse controverso construto teórico-clínico, os autores acentuam o quanto a perversão, na maioria das
vezes, aparece como um conceito fronteiriço, tênue e de referências confusas no que diz respeito à sua especificidade estrutural.
A proposta é avançar para além dos paradigmas freudianos, tendo como pano de fundo a dialética do desejo no ensino de Lacan.
Existiria um caminho propiciador de uma articulação possível entre o desejo e o gozo?
Unitermos: Castração; Desejo sexual; Desvios sexuais.
Abstract
The authors seek to subsidize contributions to a discussion regarding the structural specificity of perversion and its relation to desire and
jouissance. Circumscribing the field of perversion from its etiology, delimiting the metapsychological processes able to objectify it, and
defining their specific features as opposed to neurosis and psychosis since Freud is not an easy task. By studying this controversial theoretical
and clinical construct, the authors emphasize how perversion most often appears as a tenuous border concept, with confusing references
in regard to its structural specificity. The proposal is to move beyond the Freudian paradigms, with the backdrop of the dialectic of desire
in Lacan. Is there a way that would provide a possible link between desire and jouissance?
Uniterms: Castration; Sexual desire; Sexual deviations.
O tema da perversão agrega uma pluralidade
conceitual que o articula em vários níveis e determi-
nações múltiplas. Quanto ao desejo, também não se
pode dizer que haja uma maneira unívoca de con-
ceituá-lo e abordá-lo na literatura psicanalítica. Propõe-
-se, neste artigo, avançar para além dos paradigmas
freudianos, delimitando uma etiologia da perversão
fundamentada nos processos metapsicológicos capa-
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zes de objetivá-la, tendo como pano de fundo a dialé-
tica do desejo no ensino de Lacan.
Em Freud, pode-se falar de desejos, no plural, e
de suas realizações nos sonhos, nas formações de sinto-
mas e no amor. A proposta lacaniana encontra-se na
concepção do desejo a partir da falta acentuada numa
dialética com o Outro. O desejo em Lacan se define em
sua relação intrínseca com a necessidade e com a
demanda: o homem deseja porque a satisfação de suas
necessidades passa pelo apelo dirigido a um Outro, o
que altera a satisfação, transformada em demanda de
amor (Lacan, 1957-1958/1999).
Em razão de sua ligação com a ordem biológica,
que não basta a si mesma, o amor, como relação com
o Outro na qual o sujeito se aliena, permanece marcado
por uma exigência de satisfação que não se dará no
modo como é demandada. É nessa hiância entre a ne-
cessidade e a demanda que o desejo se situa: ele “se
esboça na margem em que a demanda se rasga da
necessidade” (Lacan, 1960/1998, p.828). Ele é um hiato,
uma não coincidência entre sua causa e o objeto dese-
jado. Ele opõe-se à noção de satisfação. O desejo é sua
insatisfação; está sempre em referência à impossibi-
lidade (Miller, 1997).
A demanda de amor é a experiência pela qual
se recorta a relação do sujeito com a linguagem e o
desejo. É no desejo do Outro, constituído a partir da
linguagem, o único meio de o sujeito se sustentar
(Lacan, 1960-1961/1992). Nesse sentido, esta investiga-
ção propõe uma retomada da teoria da constituição
do sujeito como submetida à dimensão do desejo
como desejo do Outro. A experiência esboçada me-
diante o estádio do espelho (Lacan, 1949/1998) enuncia
uma relação com a exterioridade, com a falta. É a falta
que revelará a dimensão da linguagem como o registro
por meio do qual o Outro comparece para mediatizar
e dar valor de existência ao sujeito. Tal condição marca
toda a dialética do desejo; afinal, o drama do sujeito na
linguagem é que ele faz aí a experiência de sua falta-a-
-ser (Lacan, 1954-1955/1979).
No Seminário IV, ao trazer à tona a relação de
objeto, introduzindo o falo como objeto privilegiado,
Lacan (1956-1957/1995) abre um vasto campo para a
problematização do desejo. A dinâmica da tríade ima-
ginária mãe-criança-falo fará da castração o pilar do
acesso ao desejo por evidenciar a falta e a incomple-
tude. É o reconhecimento da castração como falta que
confere ao falo sua função essencial na estruturação
do desejo (Lacan, 1958/1998).
No Seminário V, Lacan (1957-1958/1999) acen-
tua a questão fálica como fundamento da psicanálise
ao instituir o falo como significante primordial do desejo
na problemática edipiana: o Édipo se dará em torno do
lugar conferido ao falo no desejo dos atores edipianos,
numa dialética desenvolvida em torno do ser e do ter.
Na medida em que o Édipo convoca esta relação dialé-
tica a encontrar um ponto de ancoragem no registro
simbólico, ele se torna um processo estruturante para
o sujeito.”). O falo, portanto, é o significante privilegiado
que se conjuga com o advento do desejo (Lacan,
1958/1998, p.699). Elemento central em torno do qual
o desejo circula, ele é a referência que permite ao sujeito
regular seu desejo em referência ao desejo do Outro.
É pela dialética do ser e do ter o falo que o sujeito
se transpõe de uma posição de identificação com o falo
da mãe a outra posição, de renúncia a tal identificação
e de aceitação da castração. Esta operação que se dá
no decorrer do processo de simbolização foi denomi-
nada por Lacan (1957-1958/1999) de metáfora paterna:
O nome-do-pai é o significante que se condensa ao fa-
lo como significante do desejo que se apresenta para o
sujeito sob a forma da castração.
O nome-do-pai opera como uma função simbó-
lica estruturante, significada na fala da mãe como ins-
tância mediadora do desejo. A descoberta da dimensão
que estrutura o desejo como submetido à lei do desejo
do Outro é crucial para a significação dada pelo sujeito
ao desejo da mãe. A percepção da mediação do desejo
da mãe pela lei do pai provoca o desenlaçamento do
sujeito de sua identificação fálica e, ao mesmo tempo,
seu enlaçamento à lei do Outro. A metáfora paterna
afasta a criança de sua alienação imaginária à mãe para
conferir-lhe a posição de sujeito desejante (Lacan, 1957-
1958/1999). O nome-do-pai se apresenta como o
significante que faz advir o sujeito dividido ($), e a divi-
são é condição para o surgimento do desejo.
A perversão e a dialética do desejo
Observando o percurso teórico tal como apre-
sentado, o interesse neste artigo se concentra em
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investigar como se configura a dialética do desejo tendo
em vista a especificidade da estrutura perversa. Na
perspectiva lacaniana, o ponto de ancoramento da
estrutura perversadeve ser buscado no nível da iden-
tificação fálica quando o desejo da criança a conduz a
se instituir como o único objeto possível do desejo da
mãe. Todo o problema das perversões consiste em
conceber como a criança, em sua relação com a mãe,
“não por sua dependência vital, mas pela dependência
de seu amor, isto é, pelo desejo de seu desejo, identifica-
-se com o objeto imaginário desse desejo, na medida
em que a própria mãe o simboliza no falo” (Lacan,
1958/1998, p.561).
O desejo da criança se faz desejo encarnado pela
mãe onipotente: por um lado em razão de uma sujeição
àquela que lhe satisfaz todas as necessidades, por outro,
em razão do capital de gozo que ela assegura à criança,
que vai além da satisfação das necessidades. É essa
dupla experiência que destina a mãe ao lugar do Outro,
fazendo com que a criança apreenda o desejo materno
como suporte essencial de sua dimensão identificatória.
Na perversão, pode-se dizer, sobre a criança, que “é
propriamente com o falo que ela de identifica” (Lacan,
1957-1958/1999, p.190). Trata-se de uma identificação
que faz da mãe um Outro onipotente e a constitui como
uma dimensão legisladora da ordem do desejo: “Toda
a classificação das perversões deve se fundar nesse
ponto. Qualquer que seja o valor das contribuições
sobre a identificação com a mãe e a identificação com
o objeto etc., o essencial é a relação ao falo” (Lacan,
1956-1957/1995, p.198).
A identificação fálica pode se enquistar num
modo particular de economia do desejo que caracte-
rizaria a estrutura perversa propriamente dita. Se a
estase do desejo em torno da identificação fálica é inevi-
tável, ela não deixaria de apresentar uma incidência
decisiva, uma vez que é com base nisso que se confi-
guraria a relação do perverso com a castração (Dor,
1991). O perverso desmentiria a castração em sua fun-
ção de fazer advir a falta como causa do desejo. O pai
simbólico, em sua função de embaixador da lei e da
interdição, é precisamente a instância mediadora de
que ele nada quer saber, na medida em que ela lhe
exige o reconhecimento da ordem da falta no Outro.
Se compete à função paterna introduzir, por sua me-
diação, o desejo como desejo do desejo do Outro,
permaneceria o perverso cativo de uma economia
desejante que o privaria do acesso ao desejo?
Circunscrever o campo da perversão a partir de
sua etiologia, delimitar os processos metapsicológicos
capazes de objetivá-la e definir suas características
específicas contrapostas às da neurose e da psicose,
desde Freud, não constitui tarefa fácil. Ao estudar esse
controverso construto teórico-clínico, percebe-se o
quanto a perversão, na maioria das vezes, aparece como
um conceito fronteiriço, tênue e de referências confusas
no que diz respeito à sua especificidade estrutural.
As primeiras publicações de Freud tendem a
apresentar a perversão como uma vicissitude da pulsão,
com regressão ou fixação a um estágio libidinal arcaico
(Freud, 1905 [1991]/2005; 1905/2005). Entretanto, no
decorrer de sua obra, ele procura aprofundar esta
questão a partir do complexo de Édipo. A análise de
Hans coloca para Freud (1909/2005) caminhos fecun-
dos para o estudo da castração. É por meio desta análise
que ele se depara pela primeira vez com o fenômeno
da recusa. A partir da visão da perversão inserida na
dialética edipiana, Freud a retira do rol das concepções
puramente diferenciais e comparativas para atribuir a
ela características específicas de uma posição subjetiva.
Tal diretiva proporcionou um avanço considerável na
solidificação dos fundamentos teóricos da perversão.
Em Fetichismo, Freud (1927/1996) apresenta o
mecanismo próprio que possibilitará a instalação da
posição perversa: o mecanismo da recusa (Verleugnung).
A definição da perversão em relação a esse mecanismo
provoca seu refinamento metapsicológico. Trata-se de
uma saída para o conflito edípico contraposta à dissolu-
ção do mesmo pela via do recalcamento (Verdrangung),
que configura a formação neurótica, e pela via da fo-
raclusão (Verwerfung), conceito posteriormente intro-
duzido por Lacan, que configura a formação psicótica.
Já em 1896, em uma de suas correspondências
com Fliess - Manuscrito K -, Freud se perguntava o que,
afinal, diferenciava uma perversão de uma neurose,
encontrando dificuldades para estabelecer tal dife-
renciação. Um desdobramento possível para esta ques-
tão evidencia-se a partir da lógica da neurose como o
negativo da perversão (Freud, 1905 [1901]/2005). Se,
para Freud, estabelecer as fronteiras que delimitariam
a perversão e a neurose em campos distintos e espe-
cíficos deu-se de maneira confusa, pode-se dizer que,
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ao percorrer o ensino de Lacan, inicialmente, essa
dificuldade se estabelece no que diz respeito à cir-
cunscrição dos campos diferenciais para a perversão e
a psicose. Uma primeira leitura dos textos que com-
põem o chamado primeiro ensino de Lacan (Miller,
2003), mais especificamente do Seminário V (Lacan,
1957-1958/1999), leva a pensar em uma mesma dinâ-
mica constitutiva, já que, em ambas as estruturas, o que
está em jogo é a identificação ao falo. Contudo, en-
contram-se no decorrer do seminário supracitado dife-
renciações importantes que levam ao estabelecimento
da especificidade da estrutura perversa.
Em linhas gerais, pode-se concluir que a per-
versão é marcada por uma cumplicidade libidinal ma-
terna em razão do gozo que a mãe assegura à criança,
que vai além da satisfação de suas necessidades, e por
uma complacência de um pai que não se faz intervir
convenientemente pela lei de seu discurso. Sela-se,
assim, um pacto de omissão diante da atuação de uma
mãe sedutora (Lacan, 1957-1958/1999). Ocorreria,
portanto, uma miniminização da mediação paterna, o
que despojaria o pai de suas prerrogativas simbólicas
para delegá-las à fala da mãe. Porém, é o fato desta
delegação guardar referência à lei do pai que evita a
entrada na psicose. Na perversão, a lei materna é referida
à lei do pai, portanto, há lei, pois o perverso não poderia
desmentir sem reconhecer antes o que deve ser des-
mentido. Por outro lado, na psicose, a lei materna não é
referida à lei do pai; portanto, não há a lei do pai.
A cumplicidade libidinal da mãe e a compla-
cência silenciosa do pai alimentarão na criança a certeza
de sua identificação fálica capturada na fronteira da
dialética do ser e do ter. Tal cumplicidade materna se
desenvolveria a partir de uma sedução real junto à
criança, que reconheceria os apelos da mãe como
confirmação de seu desejo. Assim sendo, a mãe se
comportaria de forma paradoxal no que diz respeito à
intrusão paterna e ao desejo que ela supõe: ela não
confirma o engajamento de seu desejo junto ao pai,
contudo, não desmente sua eventualidade (Lacan,
1957-1958/1999).
Podem ser apontados dois elementos imagi-
nários em jogo na construção perversa. Tais elementos
estão em relação com a castração da mãe e com a
problemática do desejo da mãe pelo pai. O primeiro
deles é que o pai é considerado responsável por uma
castração, supostamente real, da mãe: se ela não tem
pênis, é porque foi castrada pelo pai. Por outro lado, a
mãe é culpada por ter-se comprometido com o pai ao
desejar seu desejo, portanto, ela é cúmplice da castra-
ção (Lacan, 1957-1958/1999). Como saída para este
impasse, o perverso imporia uma construção imaginária
de compromisso na qual a mãe onipotente neutralizaria
a incidência paterna, permitindo a ele comportar-se
como substituto do único objeto de desejo que a faz
gozar.
O que ocorreria na perversão é que o sujeito
ficaria preso entre a mãe enquanto delegada da palavra
do pai e a mãe sedutora e permissiva que deprecia a
significação estruturante da lei do pai. Portanto, na me-
dida em que a complacência silenciosa do pai auto-
riza a fala materna a se fazer representante da interdição,
a criança é aprisionada em uma situação insolúvel. Si-
tuação entre uma mãe ameaçadorae proibidora, leva-
-e-traz da fala simbólica do pai, e uma mãe sedutora,
que encoraja o gozo transformando em derrisão a signi-
ficação estruturante da lei do pai.
Na perversão, tratar-se-ia de um enquistamento
de toda a economia do desejo, devido à estagnação
na identificação fálica. Isto tornaria o perverso incapaz
de assumir uma posição faltante como simbolizável por
meio da castração, daí a necessidade de desmenti-la.
Desse modo, a possibilidade de aceitação da castração
em sua função de fazer advir a falta como causa de de-
sejo encontrar-se-ia obstruída. Por essa reiterada nega-
ção da castração, o perverso propor-se-ia à promoção
imaginária de uma mãe fálica numa tentativa de neutra-
lização da diferença dos sexos e da falta que ela acentua.
Tal realidade imporia um perfil particular à
economia do desejo. O paradoxo no qual se instala a
problemática perversa diante da lei do pai, negando-a
e, ao mesmo tempo, reconhecendo-a, tende a se impor
como única função possível de regulamentação do
desejo. Só a renúncia ao objeto primordial do desejo
seria a condição que salvaguardaria a possibilidade do
próprio desejo, dando-lhe um novo estatuto induzido
pela mediação da função paterna. A partir disso, o
perverso seria então cativo de uma economia desejante
insustentável, abstraindo-se do acesso ao desejo,
demonstrando que a única lei que reconhece é a lei
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imperativa de seu próprio desejo e não a do desejo do
Outro.
Esforçando-se para manter o empreendimento
de uma possibilidade de gozo que se libertaria do de-
sejo como causa significante, o perverso parece não
ter outra saída senão o desafio da lei e sua transgressão.
Desautorizando a lei do pai, ele procuraria demonstrar
que o seu desejo não passa pela lei do desejo do Outro.
Sua lei é a lei que o ordenaria a buscar o gozo por todos
os meios, sem se deixar deter por nenhum limite, por
nenhuma lei. Trata-se do gozo como dever, como
imposição.
Do gozo absoluto à castração
O conceito lacaniano de gozo pode ser consi-
derado como uma fecunda reformulação da metapsi-
cologia freudiana. Pode-se recordar, independente-
mente dos vocábulos usados, certos momentos em
que o gozo é destacado por Freud no espaço de sua
clínica, como, por exemplo, a voluptuosa expressão que
ele observa no Homem dos Ratos (Freud, 1909/2007)
quando recorda o relato da tortura, ou o júbilo perce-
bido no rosto de seu netinho quando se encontra envol-
vido em brincar com um objeto, o famoso carretel, da
mesma forma que o próprio menino é jogado pela
alternância entre a presença e a ausência da mãe (Freud,
1920/1989); ou ainda o gozo infinito que experimenta
Schreber ao constatar a transformação paulatina de seu
corpo em um corpo feminino (Freud, 1911/2006).
Pode-se dizer que o gozo encontra-se enun-
ciado na teoria freudiana como um esforço de reen-
contro do objeto perdido. Ora, não é possível partir de
nenhuma tentativa de articulação entre o gozo e a
busca pelo objeto perdido sem acentuar o caráter
sempre insatisfeito de uma tentativa de fundar o signi-
ficante da relação sexual. Assim sendo, a teoria lacaniana
introduz dois conceitos fundamentais: o de “falo” e o de
“relação sexual impossível”. O gozo sexual não é, em
lugar algum, simbolizado nem simbolizável. Ele é real.
Nesse sentido, não há sujeito do gozo sexual. A fórmula
“não há relação sexual” funciona, a partir de 1969, como
uma chamada à ordem permanente dessa ausência de
significante sexual. Quanto ao falo, pode-se dizer que
não há equivalência entre o homem e a mulher no to-
cante à castração, uma vez que, para simbolizar o sexo
da mulher, o simbólico carece de material (Bessa &
Besset, 2009). Para o homem, a função do pai da horda
que goza de todas as mulheres (Freud, 1913/1989) as-
segura uma função de exceção, não submetida à
castração e a partir do qual pode ser fundado o universal
da Lei. Para a mulher, as coisas não se passam assim,
pois há para ela um ponto de indeterminação que
resulta da ausência do significante sexual. Com a fór-
mula “a mulher não existe”, Lacan (1959-1960/2008)
sublinha o impossível do universal da mulher que a
coloca diante de um gozo infinito, decorrente do signi-
ficante da falha do lugar do Outro.
O gozo é, no inconsciente e na teoria, um lugar
vazio de significantes. É nesse sentido que a teoria
lacaniana propõe a inexistência da relação sexual. A
priori pode-se compreendê-la como uma ausência de
união genital entre o homem e a mulher. Contudo, é
um erro interpretá-la assim. A fórmula significa que não
existe relação simbólica entre um suposto significante
do gozo masculino e um suposto significante do gozo
feminino. Isto porque, no inconsciente, não há signifi-
cantes que signifiquem o gozo de um e do outro, cada
qual imaginado como gozo absoluto. O gozo, em sua
forma infinita, é um lugar sem significante e sem marca
que o singularize. Se a palavra relação quer dizer relação
entre dois significantes que signifiquem o gozo, então,
não existe relação alguma, seja ela absoluta ou relativa,
quer se trate de um gozo ilimitado ou limitado (Nasio,
1993).
Do gozo absoluto à castração: esse é o sentido
da rota freudiana que acaba dando o lugar central na
psicopatologia ao complexo de castração e suas vicis-
situdes. A castração reorganiza por retroação todo o
acontecido anterior ao estabelecimento desta primazia
fálica. Se a primeira teoria freudiana do psiquismo
propunha um sujeito governado pelo princípio do
prazer e no qual a sexualidade era uma impureza e uma
tensão trazida pela sedução do adulto perverso, a se-
gunda mostra o incremento das excitações como algo
que se origina no interior, que adere a fantasmas e que
requer desse adulto que se integre dialeticamente no
aparelho de gozo.
Haveria uma incompatibilidade entre gozo e lei,
que é lei da linguagem, que obriga a desejar e abdicar
do gozo, convertendo as aspirações ao gozo em termos
de discurso articulado e de vínculo social. O conflito
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entre o sujeito e o Outro seria fatal se não existisse uma
instância simbólica que regulasse os intercâmbios. É a
lei do Outro, consubstancial à linguagem, que impõe
as limitações e as perdas do gozo. O sujeito deve renun-
ciar ao gozo em troca de uma promessa de outro gozo
próprio do sujeito da lei. O gozo originário, anterior à
lei, é um gozo interdito que deveria ser inclinado e
substituído por uma promessa de gozo fálico, conse-
cutiva à aceitação da castração, fazendo com que lhe
seja lícito procurar aquilo que perdeu. O gozo fálico é
resultante da inclusão do sujeito como súdito da lei no
registro simbólico, como sujeito da palavra submetido
às leis da linguagem. Segundo Miller (2010) a lei que
separa do gozo da mãe e põe o nome-do-pai nesse
lugar, ordena desejar; este desejo encontra sua pos-
sibilidade de realização por meio do viés do amor como
sentimento encarregado de suprir a inexistência da
relação sexual e de trazer de volta o gozo a que se teve
de renunciar.
Pelo reconhecimento do Outro da linguagem o
sujeito advém à existência. Para Braunstein (2007), o
Outro lhe indica de várias maneiras que a existência
recebida não é gratuita; ela deve ser paga com a moeda
da renúncia ao gozo. É preciso resignar-se com a perda
que implica entregar algo real em troca de uma recom-
pensa que é simbólica, um quantum de gozo em troca
das precárias certezas que dão as palavras de amor e
os signos sempre falazes que emanam do Outro, de um
Outro que também se pergunta porque haveria ele de
renunciar a seu gozo:
[...] a clínica mostra os efeitos devastadores que se
produzem naqueles a quem a existência é dada gra-
tuitamente, aqueles que não tropeçam com um
Outro que seja demandante [...] aqueles que recebem
antes de pedir, fora do regime de intercâmbios,
quando a satisfação antecipada das demandasdesfaz
a própria possibilidade do desejo (Braunstein, 2007,
p.56).
Do gozo originário que o infante experimenta
não resta, senão, uma nostalgia que o mitifica, já que é
irrecuperável em sua forma. Mas como ninguém se
resigna de bom grado à renúncia que lhe é exigida, o
gozo rechaçado insiste. O perdido não é esquecido,
mais ainda, é o fundamento mesmo de um desejo
infinito de recuperação que se manifesta no discurso
do inconsciente. Do gozo originário, pela intromissão
necessária do Outro e de sua Lei, que exigem que tal
gozo seja renunciado, fica uma falta-a-ser, que é o
desejo.
Com Lacan (1998/1960), aprende-se que o
desejo é uma defesa que mantém o gozo em seu
horizonte de impossibilidade. Graças à função do pai,
ele se dobra à lei. O desejo e a lei são a barreira no
caminho do gozo. Nos seminários A angústia e Os qua-
tro conceitos fundamentais da psicanálise, Lacan
(1962-1963/2005; 1964/2003) ocupou-se da questão da
relação de oposição e de passagem do gozo ao desejo.
Para que tal conciliação de opostos seja possível o
sujeito deverá mostrar-se desejante, habitado por uma
falta que fecha a via ao gozo do ser e abre a de um
acesso ao gozo do Outro. O encontro do desejo com o
gozo só pode ter lugar sob o signo da castração. Entre
o desejo e o gozo haveria, se não o amor, a angústia. Se
é o amor que produz a condescendência do gozo ao
desejo, parte-se da premissa de que a ética da psica-
nálise concerne à conjugação do desejo com o gozo e,
portanto, com o amor.
Os perversos também amam?
A assertiva lacaniana de que “amar é dar aquilo
que não se tem” instaura o amor no campo da falta
(Lacan, 1960-1961/1992). Mas como pode alguém dar
aquilo que lhe falta? O sujeito da psicanálise, tal qual
Lacan (1960/1998) o define, é tomado como algo cujo
modo de existir é a barra, a abolição, a incompletude,
operações pelas quais ele se constitui e se realiza.
É nesse sentido que o amor implica o domínio do
“não-ter”. Para amar é necessária a aceitação da condi-
ção de “não-todo”, o reconhecimento de que “não se
tem”; é preciso admitir a castração como aquilo que
torna possível o enlaçamento à lei do Outro. O lugar do
amor deve ser situado a partir do encontro sempre
faltoso do sujeito com o Outro, na ilusão apaziguadora
da completude perdida, na busca incansável da satis-
fação primeira e num profundo anseio de seu retorno
sob o signo do desejo. Como aquilo que faz suplência
à relação sexual, ele revela um esforço sempre precário
de fazer frente ao real da falta. Contudo, o amor perten-
ce ao domínio do mito, uma vez que não encontra sua
satisfação na realidade. Logo, ele não é real: é um en-
godo; é a falsidade resultante do “assujeitamento” do
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desejo ao desejo do Outro. Para Ferreira (2004), ele seria,
então, uma tentativa de fazer desaparecer sempre um
efeito de logro, na medida em que o que falta ao aman-
te o amado também não tem.
Numa época em que o amor se torna líquido,
evidenciando a fragilidade dos laços humanos (Bauman,
2006), cada sujeito é levado a reinventar sua relação
com ele, num labirinto de mal entendidos no qual a
saída não existe. O amor parece encontrar seu entrave
no imperativo do gozo. Assim sendo, o que é possível
dizer acerca do amor na perversão, considerando que
o perverso é aquele que, desmentindo a castração,
renega a falta para viver para o gozo? Contrariando o
domínio do “não-ter”, ele se apresenta como aquele que
tem o saber sobre o desejo e sobre o gozo, conciliando-
-os e resolvendo sua contradição originária. Daqui deri-
vam as dificuldades para se definir a relação do perverso
com o amor.
Contudo, uma relação difícil não significa ausên-
cia nem impossibilidade. Segundo Braunstein (2007),
pensar a relação entre o amor e a perversão a partir de
seus limites e impasses permite ampliar a compreensão
acerca do específico de um amor que denuncia as con-
venções unificadoras e que desmente a falta ao invés
de basear-se nela. Ao falar do amor na perversão pro-
põe-se, neste artigo, uma inversão da lógica lacaniana
para perguntar: e quando amar é dar aquilo que se tem?
Seria isso possível?
Condição para o amor, o desejo no perverso é
convertido em vontade de gozo; uma vontade que não
é livre-arbítrio, uma submissão acrítica a uma norma
absoluta. Uma vontade que faz do gozo o princípio
racional da ação, que não nasce da decisão elaborada
de um querer, mas de uma coação que exige esca-
par da lei do Édipo e da castração. Entretanto, Lacan
(1962-1963/2005) adverte que a vontade de gozo na
perversão fracassa em relação ao exercício do desejo.
O desejo poderia ser chamado vontade de gozo se,
frente a esta, ele não se colocasse de maneira tão
imponente:
Mesmo na perversão, na qual o desejo se dá como
aquilo que serve de lei, ou seja, como uma subversão
da lei, ele é, efetivamente, suporte de uma lei. Se há
uma coisa que hoje sabemos do perverso, é que
aquilo que aparece externamente como uma satisfa-
ção irrefreada é uma defesa, bem como o exercício
de uma lei, na medida em que esta refreia, suspende,
detém o sujeito no caminho do gozo. A vontade de
gozo no perverso, como em qualquer outro, é uma
vontade que fracassa, que depara com seu próprio
limite, seu próprio freio, no exercício mesmo do dese-
jo (Lacan, 1962-1963/2005, p.166).
A perversão parece interpor um ponto de inter-
seção entre amor e gozo que não necessariamente se
excluem. É possível que, ao se deparar com o desejo, o
gozo encontre seu próprio limite. O desejo não está
ausente no perverso. Mesmo que precariamente, é o
desejo que o move, pois a renúncia ao gozo se produziu:
por isso não é um psicótico. Ele sabe que deve renunciar
ao gozo, “mas mesmo assim...” busca implacavelmente
alcançá-lo. O perverso é um sujeito dividido pelo desejo,
contudo, o desejo, que é fator da fenda no sujeito, “sem
dúvida se conformaria em se dizer vontade de gozo”,
pois “ele já começa derrotado, fadado à impotência”
(Lacan, 1962-1963/2005, p.784).
Por mais que o desejo se converta em vontade
de gozo, nem por isso deixa de ser o meio de defesa do
perverso contra o gozo: “Também ele se defende, à sua
maneira, em seu desejo. Pois o desejo é uma defesa,
proibição de ultrapassar um limite no gozo” (Lacan,
1960/1998, p.839). Miller (2000) diz que o desejo vem
efetuar uma significantização do gozo; um gozo mor-
tificado pela identificação fálica que entrava o livre curso
de desejo e que deve ser transposto para o significante.
Trata-se, essencialmente, do apagamento do gozo pelo
significante que o anula e o restitui sob a forma de
desejo significado: “O gozo, por um lado, não é outra
coisa que o desejo, que é, ao mesmo tempo, desejo
morto” (Miller, 2000, p.91).
Para Miller (2010) o gozo condescende ao desejo
na tentativa de suprir a ausência da relação sexual colo-
cando em evidência a oposição entre o enquistamento
do gozo autoerótico e o amor que mostra sua abertura
ao Outro. Mas como esse gozo pode entrar na dimensão
do Outro? Como se passa do gozo ao desejo do Outro?
Para que possa aflorar essa condescendência é neces-
sário que o gozo tenha sido recusado, perdido, renun-
ciado, separado do corpo pelo Outro do significante e
da Lei. A condição do amor é a supressão do gozo
originário. Seu pano de fundo é o inconsciente. É um
derivado da Lei de proibição do incesto que faz da mãe
um objeto proibido para o gozo e que, pela via da marca
fálica, induz ao desejo, esse desejo que encontra apenas
objetos evocadores do perdido.
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Estudos de Psicologia I Campinas I 30(3) I 405-413 I julho - setembro 2013
Se, com base em Lacan, entende-se que o amor
consiste em “dar o que não se tem”, dar a castração, a
carência no gozo; se, novamente em Lacan, aceita-se
que o amor é o único que pode fazer com que o gozo
condescenda ao desejo, então não se pode negligen-
ciar a difícil relação entre o amor e a perversão. Contudo,
conforme adverteBraunstein (2007), a intenção não
deve ser a de decidir se os perversos também amam,
mas de compreender o específico de um amor que des-
mente a falta em vez de basear-se nela.
Considerações Finais
O perverso renegaria tanto a impotência quanto
a impossibilidade afirmando a possibilidade do gozo.
A essência de sua vida amorosa consistiria em oferecer
o gozo sem passar pelo desejo, pois o consentimento
e a convergência com o desejo do Outro restringiriam
sua satisfação. Deslocando-se do amor para o erotismo,
o perverso torna-se um predestinado ao exercício de
uma vontade que atua como imperativo universal. Uma
vontade que o leva a viver para o gozo para apoderar-
-se dele, organizá-lo, administrá-lo.
Um sujeito é algo instável, vacilante. O lugar do
sujeito é o da incerteza, já que ele é o efeito do que se
articula na cadeia significante. O perverso se recusaria
a identificar-se com algo tão precário, tão dependente
da resposta do Outro. Ele é a causa pela qual o Outro se
divide. Ele necessita de um Outro que experimente a
divisão subjetiva como efeito de sua manipulação, um
Outro que não é bom quando é complacente, mas
quando é violentado, resistente, suplicante; pois, quan-
do o Outro consente, a perversão se dissipa.
Considerada assim, a perversão é totalmente o
contrário do que o próprio perverso pensa que é e faz.
É o perverso que é o objeto e sua vítima o sujeito. O
paradoxo é que o perverso, ele mesmo, querendo ser o
dono da situação, imaginando sê-lo, é o objeto de sua
paixão. Ao tentar equivaler-se ao objeto-instrumento
que assegura o gozo do Outro, ele tenta anular-se como
sujeito, efeito do significante, uma possível tentativa de
rejeitar sua dor de existir resultante de sua falta-a-ser.
Mas, como essa falta é concebida como um efeito estru-
tural da castração, apesar de todas as suas tentativas, o
perverso estaria constantemente se confrontando com
ela. Porque esta falta retorna do Outro, ele não nega de
modo algum a existência do Outro, mas procura provo-
car o outro naquilo que ele possui de mais íntimo até
obter sua angústia.
Por fim, pode-se dizer que a perversão surge
como uma sutura antinômica com o discurso psicana-
lítico, em seu desígnio de não ocultar a fenda. É sua
característica a pretensão de obturar tudo o que pro-
vém do não-sabido do sujeito. Encontrar-se com o
inconsciente revelaria ao perverso a insondável racha-
dura que o leva a ceder seu desejo. Sua única possibi-
lidade, na perspectiva da psicanálise, é que na persegui-
ção de seu gozo encontre-se com seu limite. É difícil
substituir a vontade de gozo pelo desejo, uma vez que
a única coisa que se pode propor para essa transição é
o reconhecimento de uma impossibilidade real no final
do caminho; “mas mesmo assim...”, cabe à psicanálise
prosseguir no desenvolvimento de dispositivos teórico-
-clínicos que lhe permitam aproximar-se de respostas
para as questões relativas à problemática da perversão.
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Recebido em: 27/7/2011
Versão final em: 22/12/2011
Aprovado em: 24/1/2012
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