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Pesquisa de campo
Teoria e prática do trabalho de campo: alguns problemas
Alba zaluar
A autora começa o texto falando sobre um projeto da antropologia que é o de tornar os antropólogos nativos dele mesmo, e eu acho que a primeira empecilho colocado ao antropólogo nessa tentativa de melhor conhecer o outro se conhecendo a si mesmo é o menosprezo e que mesmo que ele venha disfarçado numa discursão de da importância do nativo nele e também o quanto que é difícil o trabalho de recolher e entender o significado que tem para o nativo para suas ações, ideias, rituais, conversas informais. E a armadilha reside na própria teoria que pensa a antropologia como um encontro de subjetividades mais do que garantido ou resolvido pela estrutura inconsciente do simbolismo. A pesquisa etnográfica, por isso mesmo, resumiu-se quase a completar o repertório das manifestações dessa lógica simbólica cujos princípios já estariam decifrados previamente.
Ela aponta para um ponto cego que Bourdieu procurou desfazer que seria que o observador tomar a cultura como um meio de decifração do nativo e não como um modo de ação ou expressão, e alba zaluar acaba por constatar que se a antropologia é esse encontro de subjetividades, a pesquisa antropológica não coloca um de frente pro outro, na mesma posição, o nativo de frente ao pesquisador. Ou seja, duas posições um a do nativo, o observado, uma subjetividade estranha, e sem sujeito. E que se deixa pensar pela lógica simbólica dos seus mitos e linguagem onde não a um crítica ou questionamento de porquês que eles agem no caso por instinto mesmo onde a autora fala que o espírito humano pensa por ele. Ela o coloca como um home nu, porque ele está despido de toda a variedade da história e que ele repete apenas um mito o logos, que ela não sabe o que é, mas que isso o comanda de dentro do seu inconsciente. E o outro que seria o observador absoluto que decifrou o enigma dos códigos, um ser histórico, critico que acumula conhecimentos e os discute e analisa, para ela esse observador domina o logos e pode utilizar ele como uma estratégia para obter novos conhecimentos , ao meu ver nesse caso é como se ela colocasse um acima do outro, o observador é quase um ser mitológico . E partir dessa definição não há o que se temer nem no campo ou no gabinete o símbolo garante que não há riscos, de se entender mal ou ser mal interpretado, não existe a possibilidade de desencontros o símbolo serve de chave para todos os códigos ou seja o trabalho de campo torna se perfeito pois não a erros e a autora coloca que não se admira que dessa escola de pensamento não ter saído nenhuma teoria sobre o trabalho de campo porque se partindo dessa premissa eles estão completamente equivocado. Aqui o material etnográfico é colocado como um conjunto sistematizado, fixo onde são priorizados todos os atos, enunciados e gestos em geral os oficiais e os mais formalizados. Não entra em pauta as decisões e estratégias tomadas em meio a conflitos e impulsos por exemplo. Há também nesse caso o fato de que a posição do observador enquanto participante no processo da pesquisa não entrar nas cogitações teóricas nessa perspectiva o modo como o observador foi recebido e é visto pelo grupo não importa. O importante é coletar as informações.
Ainda no tema de “virar nativo”, mas no outro extremo da postura diante do encontro de subjetividade, armam-se os ardis da pesquisa participante. Esta tem o mérito, sem dúvida, de questionar a finalidade dos nossos trabalhos e os benefícios que eles trariam para os que aturam a nossa infindável e nem sempre agradável curiosidade Mas a observação, tal como pensada por Malinowski na sua ainda insubstituível teoria do trabalho de campo, é posta entre parênteses para que toda a atenção seja dada ao seu adjetivo feito substantivo: a participação.
 Outro ponto que a autora coloca é que mesmo que o pesquisar não perceba ele é um mero registro de discurso para fora dirigido a um publico mais amplo, é uma espécie de intermediário entre o grupo que estudo e o resto do mundo. E que a pesquisa pode e deve ser o momento em que se reflete sobre as variadas possibilidades de relacionamento entre o pesquisador e o pesquisado, sobre os diferentes impactos que qualquer pesquisa provoca no grupo pesquisado.
Dois obstáculos a serem vencidos no processo de comunicação do nativo e pesquisador são a alteridade e a desigualdade, mesmo que falem a mesma língua, compreender e aprender o dialeto e o linguajar especifico do povo estudado é um processo continuo que acompanha toda a pesquisa, os nativos sempre encantam um termo desconhecido quando querem excluir o pesquisador da conversa, por isso ele tem de conquistar a confiança deles e entrar nesse circulo conquistar seu lugar. 
Mesmo próximo ou íntimo, ele é um interlocutor que não faz parte do grupo e, no limite, continua a ser identificado com o mundo dos poderosos, dos cultos, dos ricos, dos brancos etc., mesmo que de forma sutil e matizada pela amizade construída no relacionamento diário. Esta necessária mediação tem que ser constantemente avaliada e analisada para se entender o significado (ou significados) do que é dito ao antropólogo.

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