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Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Tutoria 01 Objetivo 01: Conhecer as formas de avaliação da maturidade e da vitalidade do recém nascido Período neonatal: intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos. Período neonatal precoce: intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 6 dias, 23 horas e 59 minutos. Período neonatal tardio: intervalo de tempo que vai do 7º dia até o momento em que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos. Idade gestacional: duração da gestação medida do primeiro dia do último período normal de menstruação até o nascimento; expressa em dias ou semanas completos. Pré-termo: menos do que 37 semanas completas (menos do que 259 dias completos). Prematuro tardio: de 34 semanas a 36 e 6/7sem Termo: de 37 semanas completas até menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias). Pós-termo: 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais). Baixo peso: peso ao nascer inferior a 2500 gramas. Muito baixo peso: peso ao nascer inferior a 1500 gramas. Extremo baixo peso: peso ao nascer inferior a 1000 gramas. AVALIAÇÃO DE MATURIDADE → CAPURRO SOMÁTICO: A avaliação da idade gestacional ao nascimento pode ser estimada pela Data da Última Menstruação (DUM), pela ultrassonografia (USG) gestacional precoce (até 14 semanas) ou pelo exame físico do RN. Os sinais físicos recebem pontuação para o cálculo da IG. É importante lembrar que o melhor método para estimá-la continua a ser a DUM seguida da USG precoce e, por último, o escore do exame físico do RN. Dois escores podem ser utilizados, contudo o mas usado é o de ‘Capurro’. No exame do RN prematuro, é preferível o escore de ‘New Ballard’, desde que seja avaliado entre 12 a 20 horas de idade, pois avalia mais critérios neurológicos do que somáticos, sendo, assim, mais preciso. **Assim, faz-se a avaliação da maturidade do RN através do capurro somático nas primeiras 48 horas de vida do bebê. À pontuação obtida é acrescentada um valor constante e o número resultante corresponde à idade gestacional em semana. Apesar de não ser um Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT método tão preciso, é de aplicação simples, satisfazendo as necessidades gerais da avaliação. Soma de pontos + 2047= IG em semanas *Desvio padrão +- 8,4 dias. AVALIAÇÃO DE VITALIDADE → APGAR O ‘boletim Apgar’ é um escore de avaliação da vitalidade neonatal precoce e que atribui uma pontuação de 0 a 2 a cada um dos seguintes parâmetros: respiração, frequência cardíaca, tono, resposta reflexa e cor. Sua simplicidade e confiabilidade asseguram sua ampla difusão na prática clínica neonatal. Um dos objetivos do Apgar é identificar o RN deprimido, que possivelmente necessitou de manobras de reanimação. Entretanto, ele NÃO pode ser o fator que determinará o início das manobras de reanimação, até porque sua primeira aferição acontece apenas no primeiro minuto de vida. Deve-se perceber que a decisão de começar a reanimação é tomada ante a avaliação da respiração, frequência cardíaca e cor antes deste primeiro minuto de vida, iniciando as manobras o mais rápido possível, tão logo sejam identificadas anormalidades em qualquer deste parâmetros clínicos. O APGAR é uma medida de vitalidade, que deve e pode ser calculada depois que as medidas de cuidado inicial foram tomadas. O tempo é precioso e uma assistência adequada e rápida na sala de parto faz toda a diferença para manutenção da vida e preservação neurológica do RN. Teoricamente, um escore baixo indica a presença de asfixia neonatal e um escore alto (normal), sua ausência. Contudo, estudos recentes demonstraram que o valor do escore não traz a “verdade absoluta”. Forma de cálculo: A confecção do boletim de Apgar é derivada da avaliação de cinco parâmetros clínicos – respiração, frequência cardíaca, cor, resposta a estímulos e tono – sendo que cada um recebe uma pontuação variando entre 0, 1 e 2. Sendo assim, a pontuação mínima é 0 e a máxima é 10. Rotineiramente, calculamos o APGAR no 1 e 5 minuto. Sempre que a pontuação for menor ou igual a 6, o escore continua a ser calculado com intervalos de 5 minutos até que se obtenha uma nota maior ou igual a 7. **O boletim de Apgar não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no Índice de Apgar e o recém-nascido será classificado como: Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Sem asfixia (Apgar 8 a 10); Com asfixia leve (Apgar 5 a 7); Com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) ou Com asfixia grave: Apgar 0 a 2. PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS: As principais medidas antropométricas são o peso, a altura e o perímetro cefálico, fazendo parte da rotina nas consultas de puericultura. 1. Peso: O peso ao nascer é em media 3300g a 3400g, um pouco maior nos meninos do que nas meninas. Nos quatro primeiros dias de vida acontece uma perda ponderal fisiológica de cerca de 3 a 10% do peso inicial, e geralmente este se encontra recuperado no 8 ou 10 dia. Esta perda ponderal de 10% na primeira semana corresponde à eliminação do excesso de líquido extracelular e ingesta restrita própria do período. O peso dobra com 4 meses e triplica com 12 meses e quadruplica aos 24 meses de idade. De 1 até 8 anos, pode-se usar a fórmula: 2. Altura: A altura média ao nascer é 50cm. No primeiro ano aumenta 25cm, no segundo ano 10cm, e no terceiro ano 10cm. Daí até a puberdade (3-11 anos), as crianças crescem em média 6cm ao ano. Para determinar a altura média de crianças de 3 a 11 anos pode-se usar a fórmula abaixo: Até os 2 anos, o comprimento deve ser medido na posição deitada (decúbito dorsal) em superfície rígida com auxílio de duas pessoas. Uma mantém a cabeça fixa e joelhos estendidos, e a outra movimenta o cursor até encostá-lo no pé. Após os 2 anos, mede-se a altura na posição de pé com as nádegas e região occipital encostadas na régua, pés alinhados e calcanhares unidos. 3. Perímetro Cefálico: Ao nascimento tem em média 34cm – 35cm e ao longo do primeiro ano aumenta 10-12cm. O perímetro cefálico deve ser medido até os três anos de idade, passando-se a fita métrica pela protuberância mais saliente no osso occipital até as cristas supra-orbitárias e glabela no osso frontal. O crescimento do perímetro cefálico segue a velocidade abaixo descrita. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO: Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento em peso intra-uterino: Baixo Peso→ Recém-nascido com peso ao nascimento menor de 2.500g. Pequeno para a Idade Gestacional (PIG)→ Recém-nascido com peso abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional. Adequado para a Idade Gestacional (AIG)→ Recém-nascido com peso entre o percentil 10 a 90 para a sua idade gestacional. Grande para a Idade Gestacional (GIG)→ Recém-nascido com peso acima do percentil 90 para a sua idade gestacional. Curiosidade: AVALIAÇÃO MÉTODO DE NEW BALLARD (NEW BALLARD SCORE - NBS): O NBS é um método de avaliação da idade gestacional de RN que analisa seis parâmetros neurológicos e seis parâmetros físicos. A cada um dos parâmetros atribui-se uma pontuação, cuja somatória determinará a estimativa da idade gestacional. A versão original foi modificada, agregando alguns itens que permitem a avaliação de RN com idade gestacional até 20 semanas. A primeira versão foi desenvolvida a partir dos métodos de Farr, Dubowitz e Amiel Tison. A correlação do NBS com a idade gestacional calculada pela amenorréia é de 0,97. Momentos para sua realização: ∙ Pode ser realizado até 96 horas de vida. ∙ Apenas para os RN com menos de 26 semanas o momento mais adequado para o exame está entre 12 minutos e 12 horas pós-natais, obtendo-se, nesse período, maior concordância entre o NBS e a idade gestacional calculada pela amenorréia . População alvo: ∙ RN internados na unidade neonatal, no momento da realização da primeira avaliação clínica. ∙ Excluem-se RN de alojamento conjunto, nos quais recomenda-se o uso exclusivo do método de Capurro. Objetivo 02: Compreender a fisiopatogênia da Icterícia e seu manejo Trata‐se de uma das manifestações mais frequentes do período neonatal, ocorrendo em recém‐ nascidos (RN) de todas as idades gestacionais. Designa a coloração amarelada da pele e/ ou conjuntivas, sendo definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) > 1,5 mg/ dL ou de bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais do que 10% do valor de bilirrubina total (BT). É visível na avaliação clínica quando o nível de BT sérica excede 5 mg/ dL. BI: Resultante da morte de hemácias no baço que são englobadas por macrófagos que separa a hemoglobina em heme/globina, que em seguida a parte heme é separada em ferro e protoporfirina. A protoporfirina vai sofrer sucessivas transformações até tornar-se bilirrubina livre que é liberada no plasma, todavia, é insolúvel e precisa da albumina para ser transportada. Ao chegar no fígado é necessário 3 processos – Capacitação, conjugação e excreção – para tornar-se a bilirrubina direta que é usada no sistema digestório e é solúvel. Carolina Lucchesi Nota Bilirrubina Total acima de 13mg/dl é considerada patológica Bilirrubina Indireta acima de 12 mg/dl é considerado patológico Carolina Lucchesi Nota Manifestação da Hiperbilirrubinemia, que é o aumento da bilirubina no sangue Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT No RN, a maioria dos casos de icterícia decorre do aumento da bilirrubina Indireta (BI) FISIOPATOLOGIA Várias são as restrições do metabolismo da bilirrubina que explicam a chamada “icterícia fisiológica”: a origem da bilirrubina está na degradação de hemácias, fisiologicamente normal nos RN. A partir desse fenômeno, instala‐se uma cascata de eventos: a sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito e a menor capacidade de captação, conjugação e excreção hepática da bilirrubina. A sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito decorre da produção aumentada de BI: o RN produz 2 a 3 vezes mais bilirrubina do que o adulto, por causa da maior quantidade proporcional de hemoglobina e menor vida média das hemácias, que é de 70 a 90 dias. Uma vez que o catabolismo de 1 g de hemoglobina fornece 34 mg de bilirrubina, a produção diária de bilirrubina no neonato é de 6 a 10 mg/kg, sendo 75% derivada do catabolismo dos eritrócitos e 25% do anel heme, das proteínas hepáticas e da destruição de eritrócitos imaturos. A classificação da icterícia neonatal envolve 2 grandes grupos de patologias, que acolhem vários tipos de causas. Trata‐ ‐se da hiperbilirrubinemia indireta, produzida pelo aumento sérico da fração livre (BI), e a direta, decorrente do acúmulo da fração conjugada, ou direta, da bilirrubina (BD). Para neonatos que tenha BI>12mg/dl (hiperbilirrubinemia indireta) apenas a estimativa clínica não é suficiente para avaliação do quadro clínico. Portanto, é recomendado a dosagem rotineira de bilirrubina sérica ou transcutânea. (O ideal é dosar em todos os bebês ictéricos!) Avaliação de bilirrubina transcutânea → de preferência realizada no esterno, apresentando coeficiente elevado de correlação (0,91 a0,93) com a BT sérica de valores 13 a 15mg/dl – em RN independente da coloração da pele. Apesar disso, valores acima ou iguais a 13mg/dl devem ser confirmados pela BT sérica. TABELA DE KRAMER: Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT A icterícia é quantificada considerando-se a sua progressão craniocaudal, isto é, a progressão da icterícia da cabeça para a região inferior do corpo (pernas e pés). A tabela elaborada por Kramer relaciona os níveis de bilirrubina indireta (BI) com a zona dérmica de icterícia CAUSAS NÃO FISIOLÓGICAS DE HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA (ETIOLOGIA → MANEJO): - Sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito - Doenças hemolíticas > incompatibilidade Rh→ hemólise ocorre quando as hemácias do feto e RN, portadoras do antígeno D, são destruídas por anticorpos da mãe IgG anti D. A intensidade da hemólise pode determinar formas leves da doença, com icterícia tratável no máximo por fototerapia e anemia, que pode perdurar de 1 a 3 meses. Formas moderadas, tratadas com fototerapia por vários dias, às vezes com indicação de exsanguinotransfusão (EST) anemia mais profunda e também encontrada de 1 a 3 meses. E formas graves, com hidropsia fetal e péssimo prognóstico. O Coombs direto é sempre positivo, e a contagem de reticulócitos, alta. > incompatibilidade ABO → Tipagem A ou B em RN de mãe O, geralmente na primeira gestação. A icterícia costuma aparecer nas primeiras 24 a 36h de vida, e a hemólise pode ocorrer por até 2 semanas. BT pode chegar a 20mg/dl. A anemia não é proeminente. Menos grave que incompatibilidade de Rh, mas exige cuidados – geralmente fototerapia, e algumas vezes EST. Prova de Coombs positiva pode ser evidenciada em 20% dos casos. > incompatibilidade por antígenos irregulares > deficiência de G6PD > esferocitose e eliptcocitose > hemoglobinopatias TRATAMENTO DA HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA: Formas mais utilizadas → fototerapia, EST, e até ig standard endovenosa 1. Fototerapia: Compreende a fotoisomerização configuracional e estrutural da molécula de bilirrubina com formação de fotoisômeros que serão excretados pela urina. São fatores importantes: Comprimento da onda de luz, exposição e irradiância espectral (intensidade). O melhor comprimento de onda é o AZUL, que quando usada por 12hrs, 20% da bilirrubina transforma-se em fotoisômero (lumirrubina, que de acordo com a intensidade – 8 a 10 - torna a reação irreversível). Carolina Lucchesi Nota Coombs direto: eritrócito Carolina Lucchesi Nota Fotooxidação: degrada em produtos soluveis e incolores Fotoisomerização: Transformação dos produtos em isômeros solúveis que serão excretados pela urina. Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Quanto a exposição recomenda-se exposição da parte posterior e anterior com ausência de fraldas. A eficácia do tratamento depende da etiologia, dos níveis de BT e do tempo de exposição. Cuidados durante o uso: - Verificar temperatura corporal a cada 3 horas e do peso diariamente - Aumento da oferta hídrica - Proteção dos olhos - Descontinuidade da fototerapia durante a amamentação 2. Exsanguineotransfusão (EST): Indicada em casos de doença hemolítica grave. Pode ser indicado logo após o nascimento quando BI superior a 4mg/dl e/ou hemoglobina inferior a 12g/dl em sangue de cordão. Deve ser realizada em ambiente asséptico, com RN sob calor radiante e em monitoração contínua de temp. e freq. Cardíaca, com duração máxima de 90 minutos com velocidade máxima de 2ml/kg/minuto. Utiliza-se a técnica do puxa-empurra por meio da veia umbilical. Ao final, deve ser mantido em fototerapia e monitoramento de glicemia, eletrólitos, eq. Acidobásico, bilirrubinas, hemoglobina e leucograma com plaquetas. O EST tem elevada morbidade que inclui complicações metabólicas, hemodinâmicas, infecciosas, vasculares, hematológicas. A fototerapia com proteção ocular é o método mais usado nas ultimas décadas, visando reduzir os níveis de bilirrubinas que poderiam indicar EST. → eficácia depende de comprimento de onda de luz, da irradiação espectral e da superfície corpórea exposta à luz. Se bilirrubinemia for superior ao percentil 95, indica-se fototerapia de alta intensidade (com lâmpadas azuis especiais, sem interrupção do aparelho até para mamar). Para doença hemolítica grave por incompatibilidade Rh, a principal indicação é EST. → pode produzir elevada morbidade, por complicações metabólicas, hemodinâmicas, infecciosas, vasculares, hematológicas, reações pós-transfusão e enxerto-hospedeiro. Nas doenças hemolíticas imunes, se houver aumento da BT apesar da fototerapia intensiva ou a BT se aproximar de 2 a 3 mg/dL do nível de indicação de EST, pode‐se administrar imunoglobulina standard endovenosa 0,5 a 1 g/kg em 2 horas, e repetir após 12h se necessário. HIPERBILLIRUNEMIA DIRETA A elevação do nível de BD resulta de distúrbios hepáticos ou doenças sistêmicas potencialmente graves.11 A icterícia colestática caracteriza-se pelo aumento prolongado da bilirrubina conjugada e é reflexo da redução da excreção pelas células parenquimatosas hepáticas ou doença do trato biliar. A icterícia causada pela BD elevada confere à pele um tom esverdeado ou amarelo-acastanhado opaco. As causas a serem consideradas envolvem obstrução, sepse, doença do trato biliar, toxinas, inflamação e doenças metabólicas ou genéticas Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT A icterícia pode ser o primeiro sinal de disfunção hepática. Outras manifestações clínicas podem estar presentes, como urina de cor escura, fezes acólicas (descorada) e hepatomegalia Esses sinais contribuem para a identificação da colestase A atresia biliar é definida como ausência ou obliteração dos ductos biliares extra-hepáticos, sendo a principal indicação de transplante hepático em crianças. Os recém-nascidos desen volvem icterícia progressiva nas primeiras 8 semanas de vida e podem apresentar acolia fecal, entretanto, muitas vezes no início do quadro aparentam bom estado geral e adequado ganho de peso. Objetivo 03: Descrever os fatores de risco, fisiopatologia e quadro clínico das Infecções Congênitas Sob o acrônimo TORCH, foram agrupadas as cinco infecções congênitas mais prevalentes: T = toxoplasmose, O = outras (sífilis), R = rubéola, C = citomegalovírus (CMV) e H = herpes simples vírus (HSV). No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o rastreamento de rotina para sífilis, toxoplasmose e HIV desde a primeira consulta pré-natal, enquanto o rastreamento para rubéola apenas se a gestante apresentar sinais sugestivos da doença. A hepatite B deve ser rastreada próximo à 30ª semana de gestação e o rastreamento de citomegalovirose e hepatite C não é recomendado. TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório A infecção aguda em imunocompetentes é assintomática, mas pode atingir o feto quando a mulher adquire na gravidez. 1. Risco de transmissão: Primeiro trimestre: 15% – apresenta repercussões graves no concepto, óbito fetal ou neonatal, sequelas importantes; Segundo trimestre: 25% – o recém-nascido apresentará mani festações subclínicas; Terceiro trimestre: 65% – com manifestações subclínicas e mais raramente um quadro grave de parasitemia. O risco aproxima-se de 100% se a infecção da genitora ocorrer no último mês da gestação Carolina Lucchesi Nota Contato de ovos crus Manipulação do gato Ingestão de água e alimentos contaminados Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 2. Fisiopatologia Ocorre por ingestão do parasita, com invasão das células do Trato Gastrointestinal ou se ele é fagocitado por leucócitos, seguido de multiplicação intracelular, lise, disseminação hematogênica ou linfática. A necrose é a lesão universal causada pelo parasita. A destruição de células parasitadas pelos taquizoítos é o primeiro mecanismo a produzir lesões. Ela lesa especialmente tecidos tais como cérebro, olhos e músculos, nos quais as células destruídas não são substituídas como acontece nos tecidos linfoides, epitelial e conectivo, ou no fígado e pulmão, onde as lesões podem não ser notadas. A reação inflamatória consiste geralmente em linfócitos, monócitos e macrófagos, um número variável de polimorfonucleares e, algumas vezes, plasmócitos. Na micróglia cerebral formam-se nódulos. No caso de perdas celulares extensas e reparação tecidual ocorre por fibrose no cérebro, por gliose. A necrose tecidual que se segue à ruptura de cistos geralmente corre durante a infecção crônica, na presença de imunidade e hipersensibilidade tardia. A maioria ou todos os bradizoítos liberados pela ruptura dos cistos são destruídos por mecanismos imunológicos. A despeito disso há, frequentemente, necrose de células adjacentes às células parasitadas, uma manifestação de hipersensibilidade. Os cistos persistem em muitos organismos, mas quando intactos, são de pouca significação. Mesmo no miocárdio e cérebro, a ruptura de alguns cistos usualmente não se é acompanhada de sintomas, devido à reserva funcional das células remanescentes. Entretanto, a ruptura de cistos na retina revela-se frequentemente sintomática, já que a função visual é altamente concentrada em limitada área da retina. A perda de uma porção da retina dá origem ao escotoma, e a posterior reação inflamatória no vítreo causa obscurecimento visão. 3. Quadro Clínico Cerca de 70% das crianças acometidas são assintomáticas ao nascimento O quadro pode caracterizar-se por coriorretinite, convulsão, micro ou hidrocefalia, calcificações cranianas, icterícia, anemia, hiperproteinorraquia, febre, hipotermia, hepatoesplenomegalia, icterícia, vômitos, diarreia, linfoadenomegalia, pneumonite, apneia, taquipneia, diátese hemorrágica, rash cutâneo, catarata, glaucoma e microftalmia A forma subclínica é a mais comum, com história materna, sorologia positiva no RN, alterações leves do liquor e, posteriormente, surgimento de sequelas oculares e neurológicas. Quando o quadro clínico já aparece ao nascimento, as sequelas são mais frequentes e graves, com retardo mental, convulsões, espasticidade ou paralisia, dificuldade visual e auditiva. SÍFILIS CONGÊNITA Agente etiológico: bactéria Treponema pallidum 1. Fatores de Risco Ausência de pré-natal Vários parceiros sexuais Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Não uso de preservativo 2. Fisiopatologia A penetração do treponema é realizada por pequenas abrasões decorrentes da relação sexual. Logo após, o treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação hematogênica, outras partes do corpo. A resposta da defesa local resulta em erosão e exulceração no ponto de inoculação, enquanto a disseminação sistêmica resulta na produção de complexos imunes circulantes que podem depositar-se em qualquer órgão. Entretanto, a imunidade humoral não tem capacidade de proteção. A imunidade celular é mais tardia, permitindo ao T. pallidum multiplicar e sobreviver por longos períodos. 3. Quadro Clínico Sífilis Congênita Precoce: Menores de 2 anos, resultante de infecção ativa. Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as principais manifestações clínicas são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas (pênfigo palmoplantar, condiloma plano), periostite, osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos membros (pseudoparalisia de Parrot), sofrimentorespiratório com ou sem pneumonia, rinite serossanguinolenta, icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada As alterações laboratoriais mais frequentes são anemia, trombocitopenia, leucocitose (podem ocorrer reação leucemoide, linfocitose e monocitose) ou leucopenia e hiperbilirrubinemia. Sífilis Congênita Tardia: As principais manifestações são: tíbia em “lâmina de sabre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”, nariz “em sela”, dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), molares em “amora”, rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino elevado, cratite intersticial, surdez e dificuldade no aprendizado. RUBÉOLA CONGENITA A transmissão materno fetal é muito provável quando a mãe é infectada no primeiro trimestre. Infecção congênita da rubéola: engloba todos os eventos associados à infecção intrauterina pelo vírus da rubéola (abortos, natimortos, combinação de defeitos e também a infecção as sintomática); Síndrome da rubéola congênita (SRC): refere-se à variedade de defeitos presentes em neonatos filhos de mães que apresentaram infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação (deficiência auditiva, catarata, defeitos cardíacos, etc.). 1. Fatores de risco Não ter sido Vacinada 2. Fisiopatologia Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT O vírus restringe o crescimento intrauterino por inibição da mitose. O agente infeccioso da rubéola é um vírus de RNA de filamento único de sentido positivo com um invólucro glicolipídico, pertencente ao gênero Rubivírus, da família Togaviridae. Apresenta como único reservatório o ser humano, sendo contagiosa a partir das secreções respiratórias (nasofaringeas) infectadas. Seu período de incubação pode variar entre 14 a 21 dias (média de 17 dias). A maior transmissibilidade é observada no período entre sete dias antes do surgimento do exantema (erupção cutâneas) característico da doença, até o sétimo dia após o seu desparecimento. O vírus invade o epitélio respiratório e se dissemina por viremia primária. Após replicação no sistema reticuloendotelial, há uma viremia secundária podendo então ser isolado a partir de monócitos do sangue periférico. A transmissão do vírus da rubéola para o concepto ocorre durante os períodos de viremia. Essa transmissão sofre a influência direta da idade gestacional na época da infecção primaria materna. A taxa de transmissão materno-fetal é de 90% nas primeiras 12 semanas de gestação, havendo um declínio entre 12 a 28 semanas de idade gestacional e aumentando novamente no final do 3° trimestre da gravidez, quando pode atingir até 100% dos fetos. Em casos de reinfecção materna (1 a 3% dos indivíduos), a replicação do vírus na faringe persiste por período curto e sem viremia demonstrável, sendo assim o risco insignificante para o feto. Um recém nascido infectado ou portador da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), contudo, pode excretar o vírus nas secreções nasofaríngeas, sangue, urina e fezes por até cerca de 12-18 meses de vida, funcionando como um reservatório (transmissibilidade de 80% no primeiro mês de vida; 62% do primeiro ao quarto mês; 33% entre o quinto e oitavo mês; 11% entre nove e doze meses e 3% no segundo ano de vida). A imunidade ativa contra a rubéola é adquirida por meio da infecção natural ou por vacinação, permanecendo por quase toda a vida. Os filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória durante 6 a 9 meses. Tem sido relatada a ocorrência de reinfecção, em pessoas previamente imunes pela vacinação ou infecção natural quando re-expostas ao vírus. 3. Quadro Clínico Na infecção congênita da rubéola, predominam manifestações de infecção crônica, como morte fetal, parto prematuro e defeitos congênitos clássicos da SRC (perda auditiva, catarata e cardiopatia congênita). A incidência de defeitos anatômicos é maior nos recém-nascidos de mães infectadas no primeiro trimestre da gestação. Manifestação Precoce: Perda auditiva, Cardiopatias Congênitas, Catarata, microcefalia Manifestações Tardias: Perdas Auditivas, Distúrbios endócrinos CITOMEGALOVÍRUS (CMV) Causada por um vírus da família do herpesvírus. Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Existem dois padrões epidemiológicos de infecção pelo CMV humano, denominados de infecção primária e infecção recorrente. A infecção primária ocorre quando o vírus infecta o indivíduo pela primeira vez. A infecção recorrente é resultado da reativação do vírus latente ou reinfecção por outra cepa 1. Fatores de risco: Transfusão Sanguínea Transplante de Órgãos 2. Fisiopatologia: Pode ser dividido em três períodos, que são: Período imediato - ocorre nas primeiras quatro horas após a infecção. Após o ataque às células hospedeiras, possivelmente através de receptores de superfície da célula em questão, o vírus penetra na membrana celular e é incluído dentro de um vacúolo citoplasmático. Ocorre, então, a transcrição de segmentos específicos do genoma DNA. Logo após isto a expressão do RNA pode ser achada na ausência de uma nova síntese protéica ou replicação do DNA viral; Período precoce - ocorre após a fase imediata e persiste por quase 20 horas. Há então a transcrição de outros genes do genoma e a codificação de uma variedade de proteínas, incluindo DNA polimeral e outras enzimas necessárias para a replicação do DNA viral. Algumas estruturas protéicas, mais notadamente componentes do seguimento, são também sintetizadas nesta fase da replicação; Período tardio - pode ser definido como o período que ocorre após a replicação do DNA viral. Ocorre de 36 a 48 horas após a infecção viral e coincide com a produção de proteínas estruturais e do vírion. **O conhecimento das fases de replicação viral é útil para a elaboração de inibidores metabólicos durante a cascata de replicação. A coexistência do CMV com o hospedeiro é facilitada por estratégias desenvolvidas pelo vírus para limitar a ação do sistema imunológico (SI), tais como: Estabelecimento de um estado de latência da infecção e restrição do número de genes virais expressos a fim de minimizar a exposição ao SI . Replicação em tecidos específicos, que apresentam uma vigilância imunológica menos intensa (ex. glândulas salivares, onde as células não expressam MHC-I suficientes para mediar a eliminação do vírus através das células TCD8+);. Comprometimento dos mecanismos de defesa do hospedeiro através da expressão de fatores que silenciam a resposta imune (ex. receptores de Fc de imunoglobulinas), ampliando o período disponível para a replicação); O genoma do CMV codifica muitos produtos gênicos que interagem nas vias de processamento do antígeno viral, restringindo sua apresentação via MHC I/II . RELER. 3. Quadro Clínico O CMV é considerado o vírus mais comumente transmitido através do útero. Aproximadamente 10% das crianças com infecção congênita são sintomáticas ao nascimento. Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT As manifestações clínicas mais comumente observadas após uma infecção congênita são: retardo mental, prematuridade, hepato-esplenomegalia, hepatite ictérica, pneumonite intersticial, microcefalia, calcificações intracranianas, coriorretinite deficiência de acuidade visual e auditiva. Estas manifestações clínicas podem não ser observadas no neonato logo após o parto, já que algumas só se desenvolvem meses ou anos após o nascimento. Estudos apontam que a perda da acuidade auditiva acontece em 40-60% dos neonatos sintomáticos e em 7-15% dos assintomáticos ao nascimento. Entre os 10-15% de neonatos, que apresentam sintomas graves logo após o nascimento, estima-se que 20-30% cursem com evolução letal. HERPES SIMPLES O HSV é vírus DNA membro da família Herpesviridae. Infecta o ser humano através de inoculação oral, genital, mucosa conjuntival ou pele com solução de continuidade 1. Fatores de Risco: História de ist prévia Vários parceiros sexuais Baixa condição socioeconômica 2. Fisiopatologia Ciclo Lítico da Herpes 1: A glicoproteína gC faz o contato inicial com a célula, se ligando aos receptores da célula. 2: A glicoproteína gD reforça o contato, e as proteínas gB, gH, gI, e gL abrem a membrana da célula. 3: O vírus entra na célula, mas deixa do lado de fora seu envelope. 4: Dentro da célula, o capsídeo se liga ao núcleo da célula, injetando o DNA do vírus junto com algumas proteínas no núcleo. 5: A partir desse ponto o DNA do vírus se liga ao da célula e passa a comandar a síntese protéica da célula. 6: As proteínas passam a ser organizadas para a formação de novos capsídeos, e o DNA do vírus passa a se multiplicar. 7: Novos vírus são formados e saem da célula. Os surtos de herpes do tipo simples duram de cinco a sete dias e do tipo Zoster, de 4 a 6 semanas. 3. Quadro Clínico Infeção Intrauterina: Na infecção transmitida por viremia materna predominam sinais de infecção placentária, como infarto, necrose, calcificações e sinais de envolvimento fetal grave como hidropsia. A morte do concepto geralmente ocorre. Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT Os sobreviventes exibem lesões de pele, lesões oculares e graves anomalias do SNC, como microcefalia e hidranencefalia. Infecção Perinatal: Doença localizada na pele, olhos e boca: os sintomas estão presentes nas primeiras duas semanas de vida Doença do SNC: os sintomas iniciam-se em torno da segunda ou terceira semana de vida. As manifestações clínicas incluem: convulsões, letargia, irritabilidade, tremores, recusa alimentar, instabilidade térmica e fontanela anterior tensa Doença Disseminada: Envolve múltiplos orgãos Objetivo 04: Caracterizar os testes neonatais (pezinho, coraçãozinho, olhinho, orelhinhas [TANU]). As doenças detectadas sejam elas congênitas ou genéticas, quando diagnosticadas na fase pré- sintomática nos RN, permite intervenções clínicas precoces e proporciona tratamento adequado. A partir da criação da Política Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) pelo Ministério da Saúde em 2001, aconteceu a oficialização desse processo com a triagem biológica (teste do pezinho), triagem auditiva e triagem ocular. 1. Triagem Auditiva: Vem sendo desenvolvida no Brasil desde a década de 1980, mas foi incorporada na triagem neonatal universal no âmbito do SUS em 2001 pelo PNTN, **É orientado que seja realizado em todos os recém nascidos até 3 meses de idade Segundo orientação do Joint Committee on Infant Hering da Academia Americana de Pediatria – 1994, existem fatores de riscos potenciais para alterações auditivas em RN: Asfixiados História Familiar Infecções Congênitas Meningite Peso ao nascer < 1500g Ventilação Mecânica por mais de 5 dias É recomendado na alta hospitalar realizar a triagem auditiva universal por meio das emissões otoacústicas transientes (EOAT) e pesquisa do reflexo cócleo palpebral (RCP). O RN com triagem auditiva normal e sem fatores auditivos deve realizar o teste uma vez O RN com presença de quaisquer fatores descritos deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar e realizar avaliações periódicas durante os 2 primeiros anos de vida Em caso de falha no teste EOAT o pediatra deve acompanhar para ver se foi uma alteração condutiva. Se for comprovada o comprometimento condutivo, o neonato é encaminhado para um otorrinolaringologista que fará um novo teste. Caso a falha não seja na orelha externa ou Carolina Lucchesi Nota Faltou coração: Carolina Lucchesi Nota Teste da linguinha: Verificar a função da sucção do bebe "questão da língua presa" Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT média, pode ser perda auditiva neurosensorial. Se comprovada, a intervenção deve ser imediatamente realizada, ex colocação de prótese auditiva. 2. Triagem Visual No Brasil, no âmbito do SUS foi implantado pelo PNTN em 2001.8 A realização do teste do olhinho (reflexo vermelho) em países em desenvolvimento evita 30 a 72% da cegueira infantil A nível mundial, as principais etiologias de cegueira tratável na infância são catarata, retinopatia da prematuridade e o glaucoma. A Academia Americana de Pediatria recomenda que **todo pediatra deve fazer a avaliação da criança do nascimento até os 3 anos com exame oftalmológico: história ocular, avaliação visual, inspeção externa do olho e pálpebra, avaliação da motilidade ocular, exame da pupila e reflexo vermelho. O reflexo vermelho é o exame de rastreamento (screening) para anormalidades oculares, desde a córnea até o segmento posterior. Nesse exame, pode ser detectado as opacidades dos meios transparentes do globo ocular O teste do Reflexo vermelho deve ser realizado: Antes da alta da maternidade Na primeira consulta puericultura No 2 mês de vida, que é o período ideal para realizar a cirurgia de catarata No 6, 9 e 12 mês de vida Após 1 anos: Duas vezes por ano O teste é considerado normal quando os dois olhos apresentam um reflexo vermelho brilhante. Pontos pretos, assimetria ou a presença de reflexo branco (leucocoria) indicam a necessidade de avaliação mais cuidadosa – realizada pelo oftalmologista. 3. Teste do Pezinho Programa Triagem Neo natal teve início em 1976 com o projeto pioneiro coordenado pelo Prof. Benjamin Schmidt para a triagem da fenilcetonúria (PKU). A partir de 1980, foi introduzida a triagem para hipotireoidismo congênito. Em 1990 o teste do pezinho como rastreamento para essas duas doenças tornou obrigatórias para todo o Brasil O teste do pezinho como triagem biológica do PNTN está divido em quatro fases: Fase I: fenilcetonúria (PKU)– hipotireoidismo congênito; Fase II: doença falciforme; Fase III: fibrose cística; Fase IV: hiperplasia adrenal congênita – deficiência de biotinidase. A fase IV do teste do pezinho ampliou o teste, agora denominado teste do pezinho ampliado. Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Deve ser colhido em todo RN entre o 3 e 5 dia de vida, com preferência pra o 3 dia de vida. **Garantir que o RN tenha recebido leite e aminoácidos para evitar um falso-negativo para PKU Para pacientes internados em UTI neonatal, as condições hemodinâmicas podem influenciar o resultado, desse modo o ideal é que a coleta não ultrapasse 30 Teste do Pezinho Master: PKU e outras aminoacidopatias. Hipotireoidismo Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias. Hiperplasia adrenal congênita Fibrose cística. Galactosemia. Deficiência de biotinidase. Toxoplasmose congênita. Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. Sífilis congênita. Citomegalovirose congênita. Doença de Chagas congênita. Rubéola congênita. Teste do pezinho Plus: PKU e outras aminoacidopatias. Hipotireoidismo Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias. Hiperplasia adrenal congênita Fibrose cística. Galactosemia. Deficiência de biotinidase. Toxoplasmose congênita. Interpretação dos resultados: PKU: FAL < 4mg: normal para crianças que tenham colhido após 48 hrs de nascimento FAL > 4mg e 10 mg: são solicitados mais 2 coletas de sangue com intervalo de 1 mês FAL > 10mg: coleta de sangue venoso para confirmação do diagnóstico. Hipotireoidismo Congênito TSH neo < 5 µUI/m: normal para crianças que tenham colhido após 48 hrs de nascimento TSH neo 5 e < 10 µUI/mL: nova coleta do teste do pezinho, imediatamente Pediatria Carolina Lucchesi | Medicina UNIT TSH neo 10 µUI/mL: a criança é considerada suspeita de ser portadora de hipotireoidismo congênito. Hemoglobinopatia Primeiro exame suspeito coletar segunda amostra. Fibrose Cística: IRT (tripsina imunorreativa) < 70 ng/mL: normal para crianças que tenham colhido entre 3 e 30 dias IRT = 170 ng/ml: solicitar nova amostra
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