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DIREITO ADMINISTRATIVO I Professora: Luana Terto Curso: Direito Turma: 8º período – Aula do dia 06/04/2020 (Segunda-Feira) PODERES ADMINISTRATIVOS – PODER DE POLÍCIA É o Poder que a Administração Pública tem de restrição ao exercício de liberdades individuais e de restrição ao uso e gozo de propriedade privada, sempre na busca do interesse público. O artigo 78 do Código Tributário Nacional (CTN) regulamenta o Poder de Polícia. Vejamos: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Este Poder se manifesta por atos preventivos (Ex: licença do ente público para poder construir) e por atos repressivos (Ex: multa de trânsito, embargo de uma obra), bem como por normas gerais (Ex: uma norma que proíbe o estacionamento de carros em determinada rua) ou por atos individuais (Ex: uma licença, uma autorização do Poder Público). O Poder de Polícia também se manifesta por meio de atos discricionários e por atos vinculados (como regra este poder é discricionário, contudo, existem atos do poder de polícia que são vinculados. Ex: licença para construir). OBS: Os Conselhos Profissionais (CRM, por exemplo) possuem natureza de autarquia e são particulares que prestam serviço público por delegação. No entanto, o STF decidiu por meio da ADI (Ação Direita de Inconstitucionalidade) 1717 que os Conselhos Profissionais atuam como Poder de Polícia na supressão de direitos individuais para garantir o direito da coletividade. Ex: Um médico que comete um erro médico grave, o CRM pode suspender as atividades deste médico para garantir que a coletividade não venha a sofrer com os erros deste médico. Sendo assim, o Conselho Profissional agiu com Poder de Polícia, suprimindo o direito individual do médico para garantir a saúde da coletividade. O Poder de Polícia não pode ser delegado a particulares (pessoa jurídica de direito privado), contudo, os ATOS DE EXECUÇÃO (MATERIAIS) admitem delegação. Ex: contratar uma empresa para instalar radares que aplicam multas. Neste caso, não está ocorrendo a delegação do poder de polícia ao particular, mas tão somente a delegação dos atos materiais que viabilizam a atuação do poder de polícia da Administração Pública. ATRIBUTOS (CARACTERÍSTICAS) DO PODER DE POLÍCIA A) Discricionariedade: É o poder que a Administração tem de escolher, dentro dos limites legais, por critérios de conveniência e oportunidade, o ato a ser praticado. B) Imperatividade: Poder que a Administração Pública tem de impor obrigações ao particular, independentemente da concordância dele. C) Coercibilidade: É atributo pelo qual a Administração impõe ao administrado as medidas adotadas, sem necessidade de autorização judicial, podendo até mesmo utilizar-se de força (para exigir o cumprimento do ato). Ex: Não estacione (imperatividade). Se estacionar será multado (coercibilidade). D) Autoexecutoriedade ou Executoriedade: Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria administração, independentemente de ordem judicial. Obs: Essa característica surge em decorrência de lei ou de uma urgência. O poder de polícia atuando nos casos de urgência dispensa o contraditório prévio, determinando o contraditório diferido (posterior). Ex: Se um carro está estacionado no meio do trânsito causando um grande congestionamento, a Administração Pública pode rebocar imediatamente aquele veículo, sem autorização prévia do proprietário, devido à urgência. Sendo assim, não haverá imediatamente o contraditório do proprietário do veículo, sendo este direito postergado, ou seja, seu contraditório será diferido – posterior ao ato. OBS: PRAZO PRESCRICONAL A Administração Pública tem o prazo de 5 anos para aplicar as sanções decorrentes da infração de polícia. O prazo prescricional fica interrompido quando instaurado o processo administrativo pelo Estado. No entanto, se este processo ficar paralisado durante 3 anos, ocorrerá a prescrição intercorrente (ou seja, mesmo sem ter decorrido os 5 anos, a prescrição ocorrerá em decorrência da paralisação do processo por 3 anos). Se ocorrer um ilícito administrativo e um ilícito penal, o prazo prescricional para aplicar a sanção administrativa não será mais de 5 anos. Será, portanto, o mesmo prazo prescricional aplicado à sanção penal. BONS ESTUDOS!! “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência não é um ato – é um hábito”. Aristóteles
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