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Técnicas de InformáticaTécnicas de Informática Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Colaborador: Prof. José Carlos Morilla Técnicas de Informática Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto Mestre em engenharia de produção pela Universidade Paulista (UNIP, 2013). Especialista em gestão da tecnologia da informação pelo Centro Universitário Uninassau, em Pernambuco (2010) e engenheiro de telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Professor e coordenador geral do Curso Superior em Tecnologia em Gestão da TI na UNIP, leciona também em outros cursos na modalidade presencial e a distância. Professor de disciplinas de tecnologia da informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão de TI do Centro Universitário Senac. Professor e coordenador do curso técnico em Telecomunicações da Fundação Instituto de Educação de Barueri. Tem experiência de mais de dez anos em gestão e governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A663t Araújo Neto, Antônio Palmeira de. Técnicas de Informática / Antônio Palmeira de Araújo Neto – São Paulo: Editora Sol, 2020. 116 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Tecnologias de redes. 2. Tecnologia da informação. 3. Planilha eletrônica. I. Título. CDU 681.3 U507.52 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Bruno Barros Juliana Muscovick Marcilia Brito Sumário Técnicas de Informática APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 INFORMÁTICA ......................................................................................................................................................9 1.1 Histórico da TI ...........................................................................................................................................9 1.1.1 Evolução tecnológica da humanidade ..............................................................................................9 1.1.2 Evolução dos recursos de TI .................................................................................................................11 1.1.3 Evolução das redes de computadores e telecomunicações................................................... 14 1.1.4 Evolução da área de TI nas organizações ...................................................................................... 15 1.2 Conceitos básicos de TI ...................................................................................................................... 17 1.2.1 Dado, informação e conhecimento ................................................................................................. 17 1.2.2 Conceito de TI ........................................................................................................................................... 18 1.2.3 Infraestrutura de TI ................................................................................................................................ 18 2 HARDWARE ....................................................................................................................................................... 19 2.1 Computador ........................................................................................................................................... 19 2.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 19 2.1.2 Componentes do hardware ................................................................................................................ 21 2.2 Tipos de computadores ...................................................................................................................... 24 2.2.1 Primeiros computadores ...................................................................................................................... 24 2.2.2 Microcomputadores ............................................................................................................................... 25 2.2.3 Notebooks, netbooks, tablets e smartphones ............................................................................. 25 2.2.4 Supercomputadores, mainframes e servidores ........................................................................... 27 3 SOFTWARE .......................................................................................................................................................... 28 3.1 Sistema operacional ............................................................................................................................ 28 3.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 28 3.1.2 Utilização ................................................................................................................................................... 29 3.2 Aplicativos ............................................................................................................................................... 33 3.2.1 Introdução ao software de aplicação ............................................................................................. 33 3.2.2 Aplicações utilizadas nas organizações ......................................................................................... 33 4 REDES DE COMPUTADORES E INTERNET ............................................................................................... 36 4.1 Redes de computadores .................................................................................................................... 36 4.1.1 Telecomunicações ................................................................................................................................... 36 4.1.2 Introdução às redes de computadores ........................................................................................... 37 4.2 Internet ..................................................................................................................................................... 38 4.2.1 Origem ......................................................................................................................................................... 38 4.2.2 Tecnologias de redes e a internet..................................................................................................... 39 4.2.3 Links de acesso à internet ...................................................................................................................40 4.3 Acesso à internet .................................................................................................................................. 41 4.3.1 Navegadores ............................................................................................................................................. 41 4.3.2 Pesquisas no Google .............................................................................................................................. 43 Unidade II 5 TELEFONIA MÓVEL CELULAR ....................................................................................................................... 52 5.1 Histórico ................................................................................................................................................... 52 5.1.1 Sistema de telefonia móvel celular ................................................................................................. 54 5.2 Smartphones .......................................................................................................................................... 56 5.2.1 Tecnologias em smartphones ............................................................................................................ 56 5.2.2 Aplicativos em smartphones .............................................................................................................. 57 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES .................................................................... 59 6.1 Sistemas de informação .................................................................................................................... 59 6.1.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 59 6.1.2 Classificação .............................................................................................................................................. 60 6.2 Planejamento de recursos empresariais (ERP) .......................................................................... 61 6.2.1 Conceito e histórico ............................................................................................................................... 61 6.2.2 Operação .................................................................................................................................................... 64 6.3 Sistemas que suportam a tomada de decisão .......................................................................... 64 6.3.1 Decisões: conceitos e tipos ................................................................................................................. 64 6.3.2 Processo de tomada de decisão ........................................................................................................ 66 6.3.3 Sistemas de informação gerencial (SIG) ........................................................................................ 68 6.3.4 Sistemas de apoio à decisão (SAD) .................................................................................................. 70 7 PLANILHAS ELETRÔNICAS ............................................................................................................................ 70 7.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 70 7.1.1 Introdução ao Excel 2016 .................................................................................................................... 70 7.1.2 Utilizando o Excel ................................................................................................................................... 73 7.1.3 Demais componentes ............................................................................................................................ 78 7.2 Utilização do Excel ............................................................................................................................... 79 7.2.1 Básico ........................................................................................................................................................... 79 7.2.2 Intermediário ............................................................................................................................................ 84 7.2.3 Fórmulas ..................................................................................................................................................... 88 7.2.4 Funções ....................................................................................................................................................... 91 8 TENDÊNCIAS EM TI ......................................................................................................................................... 97 8.1 Tendências em aplicativos ................................................................................................................ 97 8.1.1 Redes sociais ............................................................................................................................................. 97 8.1.2 Nuvem .......................................................................................................................................................100 8.2 Tendências em infraestrutura .......................................................................................................101 8.2.1 Inteligência artificial ............................................................................................................................101 8.2.2 Internet das Coisas ...............................................................................................................................103 7 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é estudar os conceitos fundamentais de tecnologia da informação (TI), apresentando aplicações, componentes, tendências e a forma de utilização de algumas ferramentas. O escopo deste livro abrange a infraestrutura de TI, incluindo hardware, software, banco de dados e redes de computadores, apresentando as suas subdivisões e o seu uso nas organizações, na vida das pessoas e na sociedade de forma geral. Ao ler este livro-texto, espera-se que o aluno adquira um conhecimento adequado na área de informática, que para muitos é um mistério, mesmo sua presença sendo tão comum no cotidiano das pessoas. Na primeira parte deste livro-texto, serão apresentados os conceitos básicos de informática, de hardware, de software e de redes de computadores. Uma ênfase interessante será dada na internet e nos navegadores, também conhecidos como browsers. Depois, avançaremos um pouco mais nos conceitos de redes, abordando a telefonia móvel celular. Mencionaremos, ainda, os sistemas de informação e uma das ferramentas do pacote Office, que é planilha eletrônica Excel. Para concluir este livro-texto, mencionaremos também as tendências em TI. Boa leitura! INTRODUÇÃO Hoje é praticamente impossível não encontrar a tecnologia da informação (TI) em qualquer lugar que voltemos nosso olhar. É comum dizer que a TI é anywhere/anytime, ou seja, está em todo lugar e em todo momento. Ela, de fato, faz parte das nossas vidas, seja no uso das redes sociais ou de qualquer outro aplicativo no smartphone, ou utilizando o cartão de crédito, ou efetuando um saque no caixa eletrônico, ou seja, em praticamente todas as ações de nossa vida encontraremos a TI. Claro que todo esse aparato tecnológico não surgiu de uma hora para outra, embora seja relativamente tudo novo. As telecomunicações têm pouco mais que cem anos. Os primeiros computadores foram criados ainda no século passado. Os softwares como conhecemos hoje só se estabeleceram quando do surgimento da internet. É tudo muito novo e extremamente mutante em uma velocidade difícil de acompanhar. É justamente essa rapidez de mudança e pela obsolescência tão observada das ferramentasde TI que somos convidados a buscar mais conhecimentos na área. E não somente os profissionais diretamente ligados a TI, mas todos aqueles que de alguma forma a utilizam no seu dia a dia. 9 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Unidade I 1 INFORMÁTICA 1.1 Histórico da TI 1.1.1 Evolução tecnológica da humanidade Antes de fazermos uma viagem pelo histórico da informática e da tecnologia da informação (TI), convém primeiro passarmos pelo histórico da tecnologia propriamente dita. Para isso, é necessário primeiro entendê-la como um conjunto de procedimentos, inovações, processos, métodos, ferramentas e conhecimentos por meio do qual as capacidades humanas de uma sociedade podem ser ampliadas. Assim, é possível dizer que nem toda tecnologia tem necessariamente a ver com o computador ou aquilo que entendemos por informática. Ou seja, basta uma contribuição, uma inovação, um procedimento ou ferramental, que pode já se chamar de tecnologia. Por exemplo, uma caneta esferográfica (que nada tem a ver com TI) é considerada uma grande tecnologia, principalmente quando do seu surgimento. Enfim, tudo que observamos nos dias de hoje é resultado de toda uma evolução tecnológica da humanidade. Por isso, Veloso menciona que: A era da tecnologia, em que vivemos, é resultante do conjunto de inovações e descobertas que a ciência já produziu ou vem produzindo. As consequências das novas tecnologias são inúmeras, e seu poder multiplicador tem se voltado a quase todos os campos da esfera humana, seja no lar, na escola, na indústria, no comércio, na fábrica, na igreja, na cultura ou no lazer. Em todas essas áreas, a tecnologia tem trazido novas linguagens, novas possibilidades, novos conhecimentos, novos pensamentos, novas formas de exploração e sua intensificação aumenta com o incremento tecnológico; por outro se pode afirmar que a humanidade passa a ter condições para uma melhora da qualidade de vida, resultando, por exemplo, em uma média de vida muito maior quando comparada ao início do século XX (VELOSO, 2011, p. 32). Entre os diversos capítulos da nossa história, aqueles que envolvem as guerras e a luta pelo poder econômico são os que mais impulsionaram as sociedades rumo ao desenvolvimento tecnológico. Percebemos isso inclusive nas duas grandes guerras do século XX e principalmente no período da Guerra Fria, em que o bloco capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e o bloco socialista (liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) travaram uma disputa utilizando meios tecnológicos, e porque não dizer, a TI. É no contexto dessas grandes guerras que surgem as 10 Unidade I armas químicas e em que tanto se utilizou os tanques e aviões de guerra, além do radar para o monitoramento de aeronaves. Com os olhos voltados para os setores da economia (primário, secundário e terciário), observamos o uso de tecnologias na indústria, na agropecuária, no setor de serviços como um todo, contribuindo com o crescimento da produtividade e do bem-estar das pessoas. Tudo isso mudou a maneira como vivemos, nos relacionamos, trabalhamos e encaramos a vida. Enfatizando ainda a relação entre economia e tecnologia, Tigre afirma que: As grandes mudanças tecnológicas são acompanhadas de transformações econômicas, sociais e institucionais, pois a tecnologia não se difunde no vácuo, necessitando de regimes jurídicos, motivação econômica e condições político-institucionais adequadas para se desenvolver. O processo de acumulação primitiva de capital, associado às revoluções burguesas europeias a partir do século XVI, criou as condições necessárias para as inovações técnicas que deram origem à manufatura. Do ponto de vista tecnológico, a Revolução Industrial se caracteriza pela substituição da habilidade e do esforço humano pelas máquinas, pela introdução de novas fontes inanimadas de energia e pelo uso de matérias-primas novas e muito mais abundantes, sobretudo a substituição de substâncias vegetais ou animais por minerais. Além dessas inovações técnicas, ocorreram importantes inovações organizacionais, a exemplo da divisão de trabalho. Cabe lembrar que as inovações dessa época não eram ainda produtos da ciência, mas sim de observações, especulações e experimentação prática. Adam Smith e David Ricardo foram pioneiros na análise das causas e consequências da automação da manufatura, tendo em vista suas preocupações em identificar a origem da riqueza das nações e seus impactos sobre renda e trabalho. A identificação da tecnologia como fator de dinamismo econômico contrasta com o pensamento dos fisiocratas, que sustentavam que somente a terra ou a natureza seria capaz de produzir algo novo. As demais atividades, como a indústria e o comércio, não fariam mais do que transformar os produtos da terra (TIGRE, 2006, p.15). Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre essas relações entre economia e tecnologia, leia: TIGRE, P. B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 11 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA 1.1.2 Evolução dos recursos de TI Entrando agora na temática da TI, mais precisamente nos recursos de TI, a primeira coisa que vem à cabeça é o computador, justamente por ele representar de forma mais fiel aquilo que conhecemos dentro da informática. Entender a evolução da informática é, em primeira análise, conhecer de onde veio esse dispositivo tão presente no nosso dia a dia. Exemplo de aplicação Olhe ao seu redor no trabalho, em casa ou em qualquer lugar que estiver agora e tente identificar recursos de TI que estão em uso e os relacione. Para facilitar a compreensão, precisamos entender que, na raiz da palavra, computador e calculador representam a mesma coisa. Claro que, sem características modernas, os primeiros computadores que integram a geração zero foram os dispositivos calculadores que encontram a sua origem há mais de 2000 a.C. com o surgimento do ábaco. Hoje utilizado como um brinquedo de criança, o ábaco é considerado a primeira calculadora, que utilizava varetas deslizantes com contas de madeiras para fazer cálculos binários. Após o seu surgimento, vieram outros dispositivos calculadores, como: • Ossos de Napier: método para efetuar operações fundamentais a partir de cilindros rotativos, criado por John Napier em 1614. • Primeira máquina de calcular mecânica: criada em 1623, por Wilhelm Schickard, para calcular valores a partir do uso de rodas dentadas. • Pascaline: criada por Blaise Pascal em 1642, destinada a cálculos de soma e subtração utilizando oito discos dentados de dez dentes. • Stepped reckoner: criada em 1673, por Gottfried Leibnitz, a partir das ideias de Pascal, destinada a cálculos multiplicação, divisão e de raiz quadrada. • Primeira máquina programável: criada por Joseph-Marie Jacquard, em 1801, como uma calculadora programável, utilizando cartões metálicos perfurados para armazenamento. • Arithmometer: criada em 1818 por Charles Xavier Thomas de Colmar, com características modernas e comercializada até a década de 1920. • Differential engine: criada em 1820 por Charles Babbage, destinava-se a cálculos de polinômios. • Analytical engine: criada em 1833 por Charles Babbage, destinava-se a operações matemáticas sofisticadas por meio de uma calculadora mecânica. 12 Unidade I Todos esses dispositivos antecederam o surgimento do primeiro computador eletrônico conhecido como Eniac, que nem de longe guarda características com os dispositivos computacionais que utilizamos hoje em dia, seja em sua capacidade, no seu tamanho ou na capacidade de resolver problemas. O Eniac praticamente inaugura a primeira geração dos computadores. Ele foi desenvolvido em 1946 nos Estados Unidos, pesando 30 toneladas, consumindo 140 quilowatts de energia, e sendo utilizado durante a Segunda Guerra Mundial para cálculos balísticos mais precisos (lastreando o nosso ponto de vista na relação entre tecnologias e as guerras). Observação Antes do Eniac esses cálculos eram feitos de forma manuale levavam muito tempo para serem concluídos. O Eniac foi só o início daquilo estaria por vir, impulsionado pelo desenvolvimento da engenharia eletrônica. Assim, os computadores foram evoluindo à medida que os dispositivos eletrônicos também evoluíam. O primeiro dispositivo eletrônico, a válvula (utilizada no Eniac) foi seguida do transistor, base para o surgimento de outros computadores ainda menores, fabricados em larga escala por empresas como IBM e DEC, consideradas gigantes de tecnologia nas décadas de 1950 e 1960. Na década de 1960, surge o circuito integrado, também conhecido como chip de computador. Em um desses chips, era possível ter a funcionalidade de dezenas de transistores juntos, favorecendo a integração à escala considerável e a consequente diminuição dos computadores, que até então eram ainda enormes, consumindo muita energia elétrica. Observação A informática foi se desenvolvendo à medida que a engenharia eletrônica também se desenvolvia. Com os circuitos integrados menores, inaugura-se a quarta geração dos computadores em 1980, conhecida pela integração em larga escala, ou seja, a inclusão de milhares de transistores em um chip de circuito integrado. Essa integração promoveu o surgimento do computador pessoal e o surgimento de grandes empresas de tecnologia da informação, como, por exemplo, a Microsoft e a Apple, essa fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak. O primeiro computador pessoal com um processador foi criado em 1973, recebeu o nome de Micral e foi desenvolvido por Thi Truong, sendo comercializado por U$ 1.750,00, mas nunca adentrou no mercado americano. O Altair 8800 marcou também a história dos computadores pessoais, sendo lançado em 1975 com uma capacidade bem superior ao Micral. Ele foi projetado por Ed Roberts, custava U$ 297,00 e teve alta penetração no mercado americano. 13 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Observação O processador é um dos componentes de um computador e tem a função de executar e controlar todas operações do hardware do computador. Por volta de 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak projetaram o Apple I e logo depois, em 1977, o Apple II, computador pessoal um pouco mais parecido com a ideia de desktop que temos hoje. Em 1984, a Apple lança o Macintosh, o primeiro computador com interface gráfica. Hoje encontramos computadores pessoais os mais variados possíveis, com capacidades de processamento e armazenamento adequadas às necessidades dos usuários. O quadro a seguir mostra uma relação entre as gerações de computadores e suas respectivas velocidades de operação. Quadro 1 – Gerações de computadores Geração Tecnologia de eletrônica Velocidade Primeira Válvula 40.000 operações por segundo Segunda Transistor 200.000 operações por segundo Terceira Circuito integrado 1.000.000 operações por segundo Quarta Circuito integrado 1.000.000.000 operações por segundo Adaptado de: Stallings (2017). Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre a história dos computadores, leia o primeiro capítulo do livro: JOÃO, B. N. Informática aplicada. São Paulo: Pearson, 2019. Além da evolução do hardware, é importante destacar a evolução que observamos também nos softwares. Falar em software é necessariamente passar por aqueles que os desenvolveram, conhecidos como programadores. A título de curiosidade, o primeiro programador do mundo foi uma mulher, Ada Augusta King, que em 1842 criou o primeiro código utilizado em máquinas analíticas (percussores dos computadores). No início da era da informática, os códigos (programas) eram praticamente executados em hardware. A programação dos sistemas consistia em “apertar botões” ou “desligar chaves”. Mais tarde, 14 Unidade I os próprios fabricantes de hardware foram criando os seus próprios softwares, que eram executados nos computadores. Um dos softwares mais importantes (que será estudado posteriormente) é o sistema operacional, responsável pelo gerenciamento do hardware que funciona como uma interligação entre os aplicativos (softwares que auxiliam os usuários em uma atividade qualquer) e o hardware. Um dos primeiros sistemas operacionais, desenvolvido na década de 1970, muito utilizado nos primeiros computadores da Apple foi o BASIC. O BASIC, desenvolvido por um aluno da Universidade de Harvard chamado de Bill Gates, foi sucedido por um outro sistema operacional que integra a história da computação, o MS-DOS, desenvolvido já na pequena empresa, na época conhecida como Microsoft. O mercado de sistemas operacionais seria assim dominado pela Microsoft, com o seu famoso Windows lançado na década de 1980 e com diversas versões, entre elas: Windows 3.1, Windows 95, Windows, 98, Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Windows 8 e Windows 10. 1.1.3 Evolução das redes de computadores e telecomunicações Além do hardware e software, outros recursos da TI são: as redes de computadores e as telecomunicações. Convém primeiro destacar, que as telecomunicações vieram bem antes das redes de computadores. Compreendendo que as telecomunicações são as formas de se comunicar a distância, encontramos na telegrafia praticamente o primeiro mecanismo de comunicação a distância. Foi por volta de 1843 que o físico norte-americano Samuel Morse (1791-1872) inventou o telégrafo e um código de comunicação conhecido como código Morse. O telégrafo foi o primeiro equipamento de transmitia informações em códigos por meio da eletricidade. Esse dispositivo utilizava a corrente elétrica controlando eletroímãs responsáveis pela emissão e recepção do sinal. O código Morse utilizado na transmissão era composto de pulsos longos e curtos. As combinações de sinais curtos e longos expressam caracteres. O quadro a seguir apresenta exemplos de representações do código Morse. Quadro 2 – Representações de código Morse Caractere Sinais Representação do sinal A . – Curto, longo B – . . . Longo, curto, curto C – . – . Longo, curto, longo, curto 1 . – – – – Curto, longo, longo, longo, longo 3 . . . – – Curto, curto, longo, longo Adaptado de: Souza (2011). 15 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Não demorou muito para, praticamente na mesma época, começar a despontar outro tipo de comunicação: a telefonia. Em 1875, Alexander Graham Bell (1847-1922), com a invenção do primeiro sistema telefônico com transmissão elétrica inteligível da voz, através de fio, motivou diversos estudos, trabalhos e inovações em transmissão da informação. A partir desses e de outros inventos, as tecnologias em telecomunicações foram se desenvolvendo proporcionando grandes ganhos para a sociedade moderna no início do século passado. Após a criação dos primeiros computadores, começou-se a pensar em uma maneira de transmitir dados de uma máquina para a outra. Até então, a comunicação estabelecida na época era apenas para a transmissão de voz, de sinais de televisão e de códigos. No final da década de 1960, a Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou aquela que é considerada praticamente a primeira rede de computador e precursora da internet, a Advanced Research Projects Agency Network (Arpanet). A tecnologia da Arpanet interligava servidores a uma distância considerável e a tecnologia Ethernet interconectava computadores localmente situados. Essas tecnologias associadas ao conjunto de protocolos TCP/IP foram o subsídio para o desenvolvimento da internet, que surgiu praticamente na década de 1980 e se popularizou de forma assustadora na década de 1990. Hoje, com a ubiquidade da internet, o uso de smartphone, a Internet das Coisas, a popularização de ferramentas tecnológicas, compras on-line e uso de aplicativos interligados em rede observa-se o tamanho e a proporção alcançada pela tecnologia de comunicação de dados. 1.1.4 Evolução da área de TI nas organizações Mas quando tudo realmente começou em matéria de TI nas organizações? Foi por volta da década de 1960, com os grandes computadores conhecidos como mainframes. Eram computadores de grande porte com alta capacidadede processamento centralizado e extremamente caros, que guardavam certas semelhanças em tamanhos e consumo de energia com os primeiros computadores. Nessa época, a área de TI nas organizações era bem tímida e tinha como objetivo apenas o fornecimento de recursos para suportar os controles operacionais de forma centralizada. Era comum se referir à área de TI como área de Centro de Processamento de Dados (CPD). O CPD tinha finalidade de suportar esse processamento centralizado e manter os terminais de computadores operando de forma adequada. O desenvolvimento de aplicativos e de soluções tecnológicas baseado no uso de computadores ainda era muito incipiente e com estruturas pequenas, utilizando rotinas praticamente “artesanais” para a criação de recursos tecnológicos e programas capazes de atender às necessidades dos negócios. É importante destacar também que, nesse período, as ferramentas tinham uma valorização superior quando comparadas com os processos, de forma que esses sempre tinham que se adaptar às ferramentas. 16 Unidade I Foi na década de 1970 que se começou a mencionar o uso dos primeiros sistemas de informação (SI) nos ambientes empresariais, gerando grandes benefícios para os negócios das organizações. A TI começou a ser percebida como um recurso organizacional importante, inclusive para a tomada de decisão. Isso eleva a TI de um simples recurso de operação a uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão, além de contribuir para as inovações e aprendizagem. A década de 1980, caracterizada por grandes mudanças e quebras de paradigmas, apresentou-se muito afetada pela ideia de globalização e internacionalização, favorecendo uma profissionalização da área de TI, trazendo novidades nunca vistas antes, tais como as terceirizações, a integração de sistemas, os sistemas interorganizacionais, os sistemas distribuídos e o uso acelerado das telecomunicações. Também nesse recorte histórico se encontra uma execução de negócios dependente cada vez mais da aplicação da TI. Em 1990, a TI foi convocada a estar presente no centro da discussão estratégica das empresas, favorecendo transformações no negócio e agregando cada vez mais valor às iniciativas organizacionais. Assim, estratégia de TI e estratégia de negócios começam a se unir, gerando a ideia de alinhamento estratégico de TI. No início dos anos 2000, contempla-se uma mudança do modelo cliente-servidor (caracterizado pelo uso de intranets) para os modelos baseados na WEB, em que os sistemas são operados por meio da internet. Tudo isso se torna cada vez mais possível a partir da ubiquidade da internet e pela democratização no uso da banda larga, principalmente nos países desenvolvidos. Também se verifica que os sistemas de software proprietários vão dando cada vez mais espaço a uma proposta de sistemas de software abertos, com o uso do software livre, com destaque para o sistema operacional aberto Linux atuando como o sistema dos servidores das redes no ambiente WEB. Observa-se também uma integração cada vez maior entre as práticas gerenciais e de governança corporativas com as práticas da governança da TI. A qualidade sai do mundo acadêmico e se transforma em uma alternativa quase que obrigatória nos processos e produtos da TI. Todas essas mudanças ocorrem revolucionando a forma como a sociedade, de uma forma geral, enxerga o mundo e realiza as suas tarefas. Um bom exemplo são as novas formas de comércio eletrônico, que possibilitam aos usuários adquirirem produtos por meio de poucos cliques. Vivencia-se um período de grandes transformações e quebras de paradigmas, compartilhando uma grande vitória da humanidade: a informação anywhere/anytime. A partir da informação e das tecnologias que com ela trabalham, nascem as ideias inovadoras e seu uso inteligente pelas pessoas. Assim, as tecnologias da informação têm se tornado cada vez mais uma realidade inerente às vidas das pessoas e das empresas, e também uma ferramenta fundamental para as organizações, gerando aumento da produtividade e qualidade dos produtos e serviços. 17 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA A tecnologia tem auxiliado na habilidade de manipular um grande volume de transações com um custo unitário médio decrescente, de apoiar operações geograficamente dispersas por intermédio do processamento distribuído e de oferecer novos produtos e canais de distribuição. Sobre isso, Albertin e Albertin mencionam que: A tecnologia da informação (TI) tem sido considerada um dos componentes mais importantes do ambiente empresarial atual, e as organizações brasileiras têm utilizado ampla e intensamente essa tecnologia, tanto em nível estratégico como operacional. Essa utilização oferece grandes oportunidades para as empresas que têm sucesso no aproveitamento dos benefícios oferecidos por este uso. Ao mesmo tempo, ele também apresenta desafios para a administração de TI, da qual as empresas passam a ter grande dependência e que apresenta particularidades de gerenciamento. Nesse cenário complexo, um dos desafios críticos é identificar o nível de contribuição que essa tecnologia oferece aos resultados das empresas (ALBERTIN; ALBERTIN, 2012, p. 126). 1.2 Conceitos básicos de TI 1.2.1 Dado, informação e conhecimento O conceito mais básico a ser aprendido quando estudamos TI é aquele que envolve dado, informação e conhecimento. Preliminarmente, dos dados extraímos as informações, e a partir das informações construímos o conhecimento. Segundo Laudon e Laudon (2013), os dados se apresentam como correntes de fatos brutos que representam eventos existentes nas organizações ou nos ambientes físicos antes de terem sido organizados ou arranjados para poderem ser usados. Entre os exemplos de dados, é possível citar uma sequência de letras (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j) ou uma sequência de números (1, 2, 3, 4, 5, 6). Tanto a sequência de números quanto a sequência de letras por si só nada representam ou revelam, ou seja, não agregam um valor, é algo bruto e não estruturado, não conduzem à compreensão de algo. Informação é um conjunto de dados organizados com valor adicional, que podem representar algo estruturado. Para melhor exemplificar, considerando-se que os números 1,0; 2,0; 3,0; 5,0 foram colhidos de um diário de classe de um professor sobre um determinado aluno, tem-se a informação das notas de suas provas. Conhecimento é a compreensão sobre o valor das informações e a consciência sobre a maneira de utilizá-las no apoio a tarefas específicas ou para chegar à decisão. A figura a seguir ilustra o conceito hierárquico de dados, informação e conhecimento. Ela também é conhecida como pirâmide do conhecimento. 18 Unidade I ConhecimentoConhecimento InformaçãoInformação DadosDados Figura 1 – Dados, informação e conhecimento 1.2.2 Conceito de TI Há uma grande confusão no uso dos termos tecnologia, tecnologia da informação, tecnologias da informação, tecnologia da informação e da comunicação. O conceito de tecnologia foi bem apresentado quando mencionamos que toda tecnologia da informação é tecnologia, mas o contrário não é verdadeiro. Mas e os outros quatro termos? Eles podem ser considerados a mesma coisa. No entanto, é comum ao uso o termo tecnologias no plural, referindo-nos a ferramentas ou conjunto de ferramentas. Quando utilizamos o termo no singular tecnologia, estamos nos referindo à área de TI. Outra controvérsia é sobre o uso do termo comunicação, que de certo modo torna-se redundante, porque nos dias de hoje todo tipo de ferramenta de TI envolve comunicação. Assim, podemos definir TI como um conjunto de recursos formados por hardware, softwares, bancos de dados, redes de computadores que, associados a procedimentos, inovações e métodos, auxiliam no processo de transformação de dados em informação e de informação em conhecimento, de modo a gerar valor para as pessoas, organizações e sociedades que dela se utilizam. 1.2.3 Infraestrutura de TI A infraestrutura de TI é todo o aparato de hardware, software,banco de dados e redes/telecomunicações que suporta o funcionamento dos sistemas computacionais. Podemos dizer que a infraestrutura de TI é a base da construção de toda a tecnologia da informação. O primeiro item da infraestrutura de TI é o hardware, que consiste nos recursos computacionais capazes de realizar as atividades de entrada, saída e processamento de dados. Nesse item, estão inclusas todas as partes físicas dos computadores pessoais, notebooks, mainframes e dispositivos móveis. Como próximo item da infraestrutura de TI, temos o software, que abrange todos os programas de computador que gerenciam as atividades computacionais (software de sistemas) e que auxiliam o usuário em suas atividades básicas nos processos de negócios (software aplicativo). 19 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Os bancos de dados são um outro item da infraestrutura de TI, utilizados como uma coleção de dados organizacionais, contendo informações dos negócios na forma de arquivos relacionados. Eles são componentes fundamentais e valiosos para o funcionamento dos sistemas computadorizados. O último componente da infraestrutura de TI, mas não menos importante, são as redes computadores e as telecomunicações. Elas consistem no conjunto de componentes que proporciona a conectividade de dados, voz e imagem entre as pessoas, por meio de uma transmissão eletrônica de sinais. Uma boa infraestrutura de TI permite um modelo de negócio flexível, de alta disponibilidade, garantindo que as organizações aumentem a sua produtividade e contribuindo para o sucesso das corporações (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007). Em meio aos negócios, tem ocorrido uma mudança nos conceitos de infraestrutura para serviços de infraestrutura, em que os componentes tecnológicos são convertidos em serviços comuns. Por exemplo, hoje em dia nós não “compramos” mais um acesso à internet como um produto, mas compramos como um serviço. Outro exemplo seria o uso de impressoras nas empresas, onde cada vez mais, em vez de se comprar uma impressora, compra-se um serviço de impressão. Sobre isso, Weill e Ross mencionam que: Os serviços de infraestrutura de TI de uma empresa incluem, frequentemente, serviços de rede de telecomunicação; a provisão e o gerenciamento de computação em larga escala (como servidores e mainframe); o gerenciamento da base de dados compartilhada de clientes; a expertise em pesquisa e desenvolvimento, com o fim de identificar a utilidade de tecnologias emergentes para o negócio; e uma intranet para toda a empresa. Esses serviços podem ser prestados internamente ou por companhias terceirizadas, como a IBM Global Services, a Accenture e a HP. A infraestrutura interna da empresa frequentemente conecta-se a infraestruturas externas da indústria (como o sistema de pagamentos bancário) e a infraestruturas públicas (como a internet e as redes de telecomunicações). O conceito de serviços de infraestrutura de TI é muito poderoso, uma vez que os administradores podem valorizar mais prontamente um serviço do que um componente técnico, como um servidor ou um pacote de software. Além disso, o serviço de prover o acesso de um computador laptop à internet e a todos os sistemas da empresa pode ser especificado, mensurado e controlado através de um acordo de nível de serviço (WEILL; ROSS, 2006, p. 37). 2 HARDWARE 2.1 Computador 2.1.1 Introdução O hardware é um dos componentes mais importantes da infraestrutura de TI. Ele nos remete a toda parte física do computador. Com intuito de dar uma definição apresentável sobre hardware, Stair e Reynolds (2011) afirmam que hardware é qualquer maquinário (utilizando circuitos digitais) que auxilia tarefas de entrada, saída, processamento e armazenamento de um sistema computacional. 20 Unidade I Observação O hardware é um dos dispositivos mais importantes e que demandam maiores investimentos na área de TI e até na vida das pessoas. Figura 2 – Computador A ideia do hardware (parte física do computador) é apresentar algo tangível que execute o máximo de tarefas em substituição à pessoa humana, de forma que cada vez mais serviços braçais sejam feitos por máquinas. Observação A parte física do computador é a melhor forma de exemplificar o hardware. Em suma, o grande desejo seria fazer com que computadores substituíssem pessoas. No entanto, esbarramos em alguns problemas que residem na diferença entre homens e máquinas. A primeira grande diferença é que um computador executa todas suas atividades a partir de informações que foram anteriormente prestadas. Ou seja, se não dissermos ao computador o que ele precisa fazer, ele não fará. Lembrete A evolução dos recursos de TI, principalmente do hardware, deu-se a partir da evolução da engenharia eletrônica. Em segundo lugar, o computador, também diferente de nós, só compreende a base de numeração binária. Nós somos educados a ter a compreensão de tudo ao nosso redor com a base decimal. O computador não, ele só entende bits e bytes. 21 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Um bit é a representação de um dígito numérico no sistema de numeração binário. Ou seja, um bit pode ser representado pelo número 1 (um) ou pelo número 0 (zero). Um byte é um conjunto de oito bits. A partir desses bits e bytes são formadas as instruções primitivas e os códigos que fazem o computador funcionar. Esses códigos formam os softwares que o computador utiliza. As instruções primitivas são também chamadas de linguagem de máquina e remetem ao nível mais baixo e concreto de uma estrutura de computador, que não é compreensível pelo usuário. O usuário enxerga a linguagem de alto nível do computador, que está separada e distante da linguagem de baixo nível ou da linguagem de máquina. 2.1.2 Componentes do hardware O hardware do computador se baseia no sistema computacional básico, estabelecido por John Von Newman, e pode ser visto na figura a seguir. Barramento Memórias primárias e secundárias Entrada e saída CPU Figura 3 – Componentes do sistema computacional básico Esse sistema computacional básico é formado por: unidade central de processamentos; memórias; dispositivos de entrada e saída; e barramento. Grande parte desses componentes está instalada na placa mãe, no caso de um computador comum. O primeiro item do sistema computacional a ser mencionado é o processador ou unidade central de processamento (UCP), conhecida também como CPU, que é o seu acrônimo em inglês. É o processador, o coração de todo o sistema, responsabilizando-se pela execução das instruções dos programas de computador. As funções básicas da CPU são: executar programas por meio da busca de uma instrução na memória; interpretação da instrução; busca de dados; processamento de dados; e escrita de dados. De forma geral, a CPU é composta de três componentes: unidade lógica e aritmética (ULA); unidade de controle; e registradores. A unidade de controle é responsável por buscar informações na memória principal. A unidade lógica e aritmética é responsável por realizar os cálculos e comparação entre os 22 Unidade I valores. Os registradores compõem uma memória de alta velocidade (interna à CPU) utilizada para armazenar resultados temporários e para o controle do fluxo de informações. Observação Algumas pessoas erroneamente se referem ao gabinete do computador (artefato metálico em que se situam todas as placas e componentes de hardware) como CPU. Porém, a CPU é um circuito integrado (chip). O segundo componente do sistema computacional é a memória. Considerada como um item da estrutura interna do computador, ela armazena programas e dados, apresentando-se sob diversos tipos, quanto à hierarquia, proximidade da CPU e características próprias. Entre todas as características da memória, duas são fundamentais para o bom funcionamento do computador: tempo de acesso e capacidade armazenamento. O tempo de acesso, também conhecido como latência, é tempo gasto para realizar uma operação de leitura e escrita. A operação de leitura é nada mais que copiar algo damemória e a operação de escrita é copiar algo na memória. A outra característica importante é a capacidade, que expressa a quantidade de bytes que podem ser armazenados na memória. Os principais tipos de memórias são: • Armazenamento temporário, conhecidas como memórias random access memory (RAM), que significa memória de acesso aleatório. Quando o computador é desligado, tudo que estava na memória é apagado. • Apenas de leitura, conhecidas como memórias read only memory (ROM), que significa memória apenas de leitura. Quando o computador é desligado, nada do que estava na memória é perdido. O terceiro elemento do sistema computacional é o barramento. Ele representa os caminhos elétricos que provêm da ligação de dois ou mais dispositivos. Na história da computação existiram diversos tipos de barramentos; alguns já estão em desuso enquanto outros continuam sendo utilizados por diversas placas. Os principais barramentos são: industry standard architecture (ISA); peripheral component interconnect (PCI); accelerated graphics port (AGP); audio modem riser (AMR); communications and network riser (CNR); advanced communications riser (ACR); serial advanced technology attachment (Sata); small computer system interface (SCSI); universal serial bus (USB). A USB é a tecnologia que permitiu o avanço da comunicação do computador com memórias secundárias. Ela fez com que a comunicação ficasse mais rápida e simples, e também permitiu a qualquer usuário colocar dispositivos no computador e utilizá-lo. O quarto componente do sistema computacional é o conjunto de dispositivos de entrada e saída, responsáveis por fazer a interface do sistema com o mundo exterior, ou seja, com o usuário. 23 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Os dispositivos de entrada e saída são conhecidos como periféricos e são conectados ao restante do sistema computacional por meio de barramentos e portas de comunicação. Entre os principais dispositivos de entrada e saída, é possível citar: teclado, mouse, scanner, leitores de código de barras, microfones, entre outros. O teclado é um dos dispositivos de entrada mais antigos e é composto por teclas que representam um sinal único quando pressionados. Essas teclas trazem códigos alfanuméricos e assumem diversas configurações e tipos. Figura 4 – Teclado Observação O uso intenso de teclados de computador pode causar lesões por esforços repetitivos (LER). Por conta disso, algumas empresas fabricam soluções diferenciadas de teclados que se adaptam ergonomicamente aos usuários. O mouse é outro dispositivo de entrada que permite realizar atividades não relacionadas à digitação, funcionando como um apontador para selecionar opções, efetuar desenhos etc. Esse dispositivo surge no contexto do surgimento dos computadores que funcionam com interface gráfica. Eles podem ser do tipo sem fio ou com fio, ou mesmo da forma touchpad, comum em notebooks como uma superfície sensível ao toque. Figura 5 – Mouse 24 Unidade I Lembrete O primeiro computador com interface gráfica foi criado em 1984 pela Apple. Ele se chamava Macintosh. Outros dispositivos de entrada e saída são: • Scanner: permite realizar a digitalização de documentos, hoje comumente integrado a impressoras, que recebem o nome de multifuncionais. • Leitor de código de barras: dispositivo que efetua leitura de código de barras a partir da utilização de feixes de laser. • Câmera: utilizado para capturar imagens estáticas ou em movimento. • Microfone: utilizado para captação de ondas sonoras. • Monitores de vídeo: utilizados para apresentar o resultado de um processamento por meio de uma imagem e em suas versões touch screen servem como dispositivo de entrada. • Impressora: dispositivo que apresenta resultado de processamento em documentos impressos. • Dispositivos de armazenamento externo: responsável por armazenar dados externamente às memórias principais e secundárias do computador. Um bom exemplo são os gravadores de fita magnética, de DVD/CD e os dispositivos de memória USB. Cada dispositivo de entrada e saída (E/S) consiste de duas partes: o dispositivo em si e o seu controlador. A função principal do controlador é controlar seu dispositivo de entrada e saída, garantindo o acesso ao barramento. 2.2 Tipos de computadores 2.2.1 Primeiros computadores Como pudemos observar anteriormente, os primeiros computadores eram totalmente diferentes daquilo que contemplamos nos dias de hoje. As diferenças residem no tamanho, no consumo de energia, na capacidade de processamento, no desempenho, enfim, todos os requisitos considerados computacionais. Quando entramos no mundo dos computadores pessoais, conhecidos como desktops, os primeiros eram também um tanto rústicos. Um bom exemplo é o computador pessoal projetado por John Blankenbaker em 1971. Seu nome era Kenbak-1. Segundo o Computer History Museum, ele não possuía processador, sendo formado por chips em uma placa de circuito. Foram comercializados apenas quarenta equipamentos (GARCIA, 2016). 25 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Na história dos computadores portáteis, encontramos outra curiosidade. O primeiro pesava aproximadamente 6 quilos, em 1981, e surgiu pelas mãos de Adam Osborne, quando recebeu o nome de Osborne 1, não se parecendo muito com os modelos mais modernos e desenvolvidos de hoje em dia. 2.2.2 Microcomputadores Microcomputadores e computadores pessoais são praticamente sinônimos. Conforme já mencionado, sua história começa na década de 1980 com um mercado bastante explorado pelas empresas IBM, Dell, HP, Apple, entre outras que investiram muito trabalho na fabricação dos mais diversos modelos. Os microcomputadores são computadores de pequeno porte criados para serem utilizados em mesas, por isso muitas vezes são chamados também de desktop. Eles têm praticamente a mesma aparência, são formados por gabinete (em que está situado o sistema computacional básico que envolve CPU, memória e demais placas e circuitos eletrônicos), pelo monitor de vídeo e normalmente por um mouse/teclado. Com a popularização e o crescimento do uso da informática por parte das pessoas na década de 1990, a utilização de microcomputadores passou a ser comum tanto nas empresas como no uso pessoal pelos usuários domésticos para as mais diversas aplicações. No entanto, o uso dos microcomputadores tem experimentado ao longo de anos um declínio, e, gradativamente, os usuários tem optado (principalmente usuários domésticos) pela utilização de computadores portáteis, tablets e smartphones, provocando a aplicação dos microcomputadores para finalidades específicas, como os jogos digitais, por exemplo. Nas organizações, ainda se observa muito o uso dos microcomputadores e as razões para isso se lastreiam na ideia de custos, porque investir em hardware é ainda muito caro. 2.2.3 Notebooks, netbooks, tablets e smartphones Atendendo ao desejo de mobilidade tão atual, os microcomputadores (desktops) estão gradativamente sendo substituídos pelos computadores portáteis, sejam eles notebook, netbooks, tablets ou smartphones. Embora o termo computador pessoal ou seu acrônimo em inglês, personal computer (PC), nos remeta imediatamente a desktops, alguns autores consideram os notebooks, netbooks e similares como computadores pessoais. Observação Os notebooks também são conhecidos como laptops. 26 Unidade I Observa-se também uma evolução no uso desse tipo de dispositivo. Primeiro foram os notebooks que receberam esse nome devido a sua semelhança com um livro. Eles normalmente têm gabinetes dobráveis e com capacidade muito semelhante aos microcomputadores. O fato de serem menores que um microcomputador acarreta um aumento no seu preço, que é compensado pelo benefício da mobilidade, favorecendo a execução de tarefas em qualquer lugar, bastando apenas de uma mochila para carregá-lo. Os netbooks são computadores portáteis ainda menores em praticamente todos os sentidos: capacidade, desempenho e dimensões. Embora sejam considerados uma evolução dos notebooks,os netbooks não tiveram tanta aceitação e hoje estão praticamente fora do mercado. Um dos motivos que levaram à pouca aceitação do netbook reside na ideia de ser algo situado entre o notebook e o smartphone. Os usuários aceitam bem o uso de notebooks, assim como o dos smartphone, mas os netbooks não. Os tablets têm pouco mais que 25 anos de vida. O primeiro foi lançado em 1994 pela Acorn Computers e recebeu o nome de Newspad. O auge do seu uso foi alcançado no surgimento do iPad, lançado pela Apple em 2010, e, no mesmo momento, do Galaxy Tab, lançado pela Samsung. Mesmo com versões lançadas por diversos outros fabricantes (Huawei, Lenovo, LG, AOC etc.), verificou-se uma diminuição consistente na venda de tablet, sinalizando novamente a opção do usuário pelo smartphone ou pelo notebook, quando o desejo é mobilidade. Os smartphones nasceram da ideia de estabelecer uma solução que envolva computação e telefonia. O primeiro smartphone foi criado em 1994 pela IBM e recebeu o nome de Simon, mas não teve sucesso comercial, embora tivesse tela sensível ao toque e conseguisse enviar e receber e-mails. Ainda na década de 1990, os smartphones eram chamados de PDA e, só no final dela, a empresa Ericsson se referiu ao seu PDA como smartphone, cunhando pela primeira vez esse termo. Depois disso, os smartphones começaram a se popularizar com soluções bastante conhecidas (Blackberry, Apple, Nokia, HTC etc.). A explosão da telefonia móvel celular no mundo verificada nesse milênio impulsionou ainda mais o uso dos smartphone, fazendo com que ele fosse um instrumento importantíssimo e presente no dia a dia das pessoas. Exemplo de aplicação Observe quantas soluções de smartphone estão disponíveis no mercado. Faça uma pesquisa sobre pelo menos três características de pelo menos quatro fabricantes diferentes. 27 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA 2.2.4 Supercomputadores, mainframes e servidores Saindo um pouco daquilo que é mais acessível à maioria das pessoas, o mundo dos supercomputadores, mainframes e servidores é bem fascinante e traz uma série de curiosidades. Comecemos pelo mais antigo entre os três, o mainframe. Os mainframes são os computadores de grande porte utilizados no início da TI nas organizações, caracterizados por um alto desempenho e capacidade. A empresa IBM foi uma das primeiras a fabricar e a comercializar essa tecnologia para muitas corporações, tais como bancos, empresas públicas, indústrias. A IBM sofreu forte concorrência de outras empresas, como a Unisys e a HP. Hoje é mais restrito a um número menor de modelos de negócios Os mainframes são mantidos em centros de dados com acesso restrito e processam grandes quantidades de transações, trabalhando com uma computação e processamento centralizados. Os supercomputadores são também potentes, com altíssimo desempenho, mas diferentemente dos mainframes, são utilizados em aplicações específicas que exigem capacidades computacionais extensas e rápidas. Entre as aplicações dos supercomputadores, encontram-se pesquisas militares, previsão de desastres naturais, pesquisas nas áreas de saúde, entre outras. Os primeiros supercomputadores foram desenvolvidos pela Empresa Cray Research, que durante muito tempo era a principal fabricante desse tipo de tecnologia, mas foi perdendo espaço para outras empresas como IBM, Dell etc. Saiba mais Acesse o site a seguir e conheça a lista dos mais potentes supercomputadores do mundo: www.top500.org As características dos supercomputadores deixam qualquer um impressionado. Por exemplo, o supercomputador mais potente do mundo, segundo a lista Top500 (que divulga os números de supercomputadores do mundo), tem aproximadamente mais de 2 milhões de core (núcleos). Outra curiosidade é o consumo de energia elétrica que é da ordem de mais de 10 megawatt, bem maior que o consumo de algumas cidades do Brasil. Exemplo de aplicação Você sabe qual é o supercomputador mais potente em operação no Brasil? Procure-o em reportagens e utilize também o acesso ao site www.top500.org para conhecê-lo. 28 Unidade I 3 SOFTWARE 3.1 Sistema operacional 3.1.1 Introdução O computador, quando saído da linha de montagem, vem sem softwares instalados, ou seja, sem quaisquer funcionalidades. O primeiro software instalado é o sistema operacional, que normalmente fica em segundo plano e não é observado por nós. Lembrete O software abrange todos os programas de computador que gerenciam as atividades computacionais (software de sistemas) e que auxiliam o usuário em suas atividades básicas nos processos de negócios (software aplicativo). O sistema operacional é um conjunto de programas que controla o hardware do computador, dos recursos de entrada e saída, de armazenagem dos programas e de dados, agindo como interface com os softwares aplicativos, conforme ilustrado na figura a seguir. Software de aplicação Software de sistemas Hardware Processadores de textos Planilhas eletrônicas Geradores de apresentação Sistema operacional Memória Processador Dispositivos de entrada e saída Figura 6 – Software de sistemas e software de aplicação O mais conhecido deles, utilizado em computadores pessoais, é o Windows. Ele possui diversas versões e ao longo de mais de vinte anos esteve e está presente no cotidiano de quem trabalha com computadores. 29 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Observação O Windows 3.1 foi praticamente o primeiro sistema operacional com interface gráfica largamente adquirido em escala comercial. Pensando na plataforma de smartphones, encontramos dois sistemas operacionais extremamente populares: Android e iOS. Utilizado na maior parte dos smartphones (que não são fabricados pela Apple), o Android é propriedade da Google e é utilizado em dispositivos móveis de forma geral, de grandes fabricantes como Samsung, Motorola, LG, Sony, entre outros. O iOS é o sistema operacional desenvolvido para dispositivos móveis fabricados pela Apple, como o iPhone, iPod e iPad. Há controvérsias sobre qual dos dois foi criado primeiro. No entanto, o que se observa é que os dois foram lançados entre 2007 e 2008. 3.1.2 Utilização Ao ligar um computador, é dado início àquilo que chamamos de boot (termo em inglês que significa iniciação), em que os mecanismos de hardware são verificados e testados. Após essa etapa, ocorre a carga (ou carregamento) do sistema operacional, quando ele começa a efetuar as suas funções e dependendo do sistema operacional solicita-se a senha ou um PIN, que nada mais é que um número de identificação pessoal. Observação Evite desligar o computador diretamente pela tomada, principalmente no momento da carga do sistema operacional, porque essa ação pode prejudicar as configurações do sistema. A figura a seguir apresenta a tela inicial de um sistema operacional Windows 10. Figura 7 – Tela inicial do Windows 30 Unidade I Para conhecer as informações sobre o sistema operacional utilizado no computador, basta clicar no botão Iniciar ao lado dele e digite “painel de controle” para abrir as configurações importantes do computador e efetivamente manter contato com o sistema operacional utilizado, conforme figura a seguir. Botão iniciar Figura 8 – Abrindo o Painel de Controle A figura a seguir mostra o painel de controle de um computador. Para verificar as configurações do sistema operacional, é necessário selecionar a opção “Sistema e Segurança”. Figura 9 – “Painel de Controle” 31 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Selecionar a opção “Sistema”, conforme figura a seguir. Figura 10 – Opção de sistema do “Painel de Controle” Nessa opção, encontraremos as configurações de sistema operacional utilizadas por esse computador. Figura 11 – Informações do sistema operacional 32 Unidade I Há dezenas de ferramentas que os sistemas operacionais oferecem, de forma que as aplicações consigam auxiliar os usuários em suas atividades. Não é possível esgotar em poucas linhas todas essas ações disponíveis pelo sistema operacional. No entanto, é possível citar algumas:“Desinstalar programas”; “Backup e restauração”; “Opções de configurações de energia”; “Adicionamento e remoção de dispositivos” etc. Praticamente todas essas ações podem ser encontradas no “Painel de Controle”. É importante citar também o papel do “Gerenciador de Tarefas”, que pode ser acessado (na maior parte das versões do Windows) por meio das teclas control, alt, delete acionadas ao mesmo tempo. Assim, será aberta a janela que pode ser vista na figura a seguir. Figura 12 – “Gerenciador de Tarefas” Por meio dessa janela, é possível checar desempenho e consumo de CPU (processador), memória, disco e GPU (processador para mostrar gráficos no computador), verificando os aplicativos que mais utilizam cada recurso de hardware. 33 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA 3.2 Aplicativos 3.2.1 Introdução ao software de aplicação Os softwares também podem ser considerados como softwares de aplicação. Eles auxiliam na execução das tarefas de usuário, ou seja, são voltados para expectativas específicas dos usuários, atendendo a finalidades gerais e específicas. Por exemplo, os processadores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de e-mail, geradores de apresentação etc. Segundo Stair e Reynolds (2011), os softwares de aplicação interagem com os softwares de sistemas para utilizar os recursos de hardware necessários a sua operação e assim exercer suas funcionalidades. Os softwares de aplicação podem ser divididos em: verticais e horizontais. Os verticais executam tarefas comuns a um determinado ramo de negócio. Os horizontais são dedicados a todos os ramos de negócio, pois automatizam processos comuns a todas as indústrias. Os softwares de aplicação também podem se dividir em softwares proprietários e softwares de prateleira. O software proprietário é desenvolvido para atender a uma necessidade específica da organização. Pode ser desenvolvido internamente (pelos profissionais de TI) ou por empresas terceirizadas com expertise suficiente. Quando esse desenvolvimento ocorre internamente na organização, permite maior controle sobre os processos de desenvolvimento e, consequentemente, sobre os resultados. Existem dezenas de aplicações disponíveis para computadores pessoais, e para abrir qualquer uma delas basta clicar no botão Iniciar do computador e verificar os programas que estão disponíveis. 3.2.2 Aplicações utilizadas nas organizações Uma das decisões mais importantes nas organizações reside na escolha dos melhores e mais adequados softwares, sejam eles de sistemas e de aplicações para quaisquer tipos de computadores e infraestrutura de TI. Sobre as aplicações, deve-se pensar nas vantagens de se comprar o software ou desenvolver internamente o seu próprio. É o tipo de decisão conhecida como make or buy. Um dos softwares mais utilizados em uma organização e pelas pessoas de forma geral é o processador de texto. Trata-se do aplicativo mais popular, porque permite aos usuários criarem, editarem, revisarem e imprimirem textos com aparência profissional por meio da disponibilização de diversas ferramentas de criação e formatação de frases, expressões e parágrafos. Os processadores de textos mais populares atualmente são o Microsoft Word, da Microsoft e o BrOffice. No entanto, já existem soluções de processadores de texto na própria nuvem da internet, como, por exemplo, o do Google Docs. 34 Unidade I Figura 13 – Janela inicial do Microsoft Word Por meio de recursos avançados como corretores ortográficos, os processadores de textos identificam e corrigem erros de grafia, sugerem formação de frases e melhorias no texto redigido, além de implementarem correções gramaticais e de pontuação. A maioria dos processadores de textos permite que o usuário crie documentos com gráficos, formas, imagens e figuras concebidas e diagramadas a partir dos recursos de ilustração do próprio processador de texto ou importadas de outros processadores. Outro software aplicativo extremamente popular é a planilha eletrônica, que se revela como uma grande aliada na montagem de modelagem, no planejamento e na análise de negócios que requerem cálculos diretos e interdependentes, com apresentação de resultados gráficos, tendências, objetivos etc. Uma das funcionalidades mais importantes de uma planilha eletrônica é a capacidade de formatação gráfica dos dados em análise. A grande maioria das planilhas de mercado é apresentada por meio de gráficos do tipo colunas, linhas, pizza, barras, área, dispersão e outros mais variados tipos, os quais permitem que o usuário faça uma análise visual das informações ali contidas de forma a identificá-las rapidamente e, assim, partir para uma tomada de decisão imediata. A planilha eletrônica mais conhecida é o Microsoft Excel, que integra o pacote Office e será estudada posteriormente. 35 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Figura 14 – Janela inicial do Microsoft Excel Os softwares aplicativos geradores de apresentação têm também grande importância por serem uma auxílio na montagem de apresentações, as quais exigem recursos multimídia como gráficos, fotos, animações, imagens e videoclipes. Normalmente, os softwares aplicativos geradores de apresentação se apresentam em slides, os quais são a área de trabalho do usuário. Assim como em uma prancheta de desenho, o usuário pode montar sua apresentação utilizando todos os recursos gráficos e de multimídia disponibilizados pela ferramenta. Por meio dessas funções, é possível criar novas apresentações ou lançar mão de apresentações predefinidas para modelar seus dados. Os recursos de apresentação têm como finalidade chamar a atenção da plateia ou público para informações importantes nos slides e proporcionar certa dinamização da apresentação. Os geradores de apresentação normalmente disponibilizam animações de slides do tipo desvanecimento, entrada de texto pela direita, entrada de texto pela esquerda, de cima para baixo, de baixo para cima, granularização, efeito persiana vertical e horizontal, entre outros. O principal e mais conhecido gerador de apresentação é o Microsoft Power Point, que integra o pacote Office. 36 Unidade I Figura 15 – Janela inicial do Microsoft Power Point 4 REDES DE COMPUTADORES E INTERNET 4.1 Redes de computadores 4.1.1 Telecomunicações As redes de computadores e as telecomunicações revolucionaram nas últimas duas décadas o uso da tecnologia da informação nas corporações. Desde o surgimento da internet, os processos de negócios não são mais os mesmos. As redes criaram uma nova comunidade global, aproximaram pessoas que até então estavam distantes. Hoje é possível, graças aos recursos que funcionam suportados pelas redes, manter amizades e relacionamentos com pessoas do outro lado do mundo, sem qualquer delay. As notícias não demoram tanto a chegar até as pessoas como antigamente. Estando no Brasil, é possível acompanhar on-line fatos que se sucedem no Japão e vice-versa. São tantos sites de notícias que às vezes é até trabalhoso lidar com tantas informações. Suportado pelas redes de computadores, as redes sociais têm causado uma verdadeira revolução no modo como as pessoas se relacionam, criando ambientes e comunidades colaborativas, em que não só o fluxo de informação é importante, mas voz e imagem também. 37 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA A área educacional é outra que sofreu muitas mudanças e recebeu diversas inovações, como a educação a distância, suportada por ferramentas de colaboração, videoconferência, chats, fóruns, entre outros. As telecomunicações impactaram muito o modo como se prestam serviços. Um bom caso a ser citado seria o modo como os bancos comerciais operam. Não há mais tanta necessidade de ter a prestação de serviço bancário presencial (a não ser fazer saques em dinheiro), porque por meio da internet é possível fazer pagamentos de boletos, transferências de fundos, aplicações em ações ou qualquer outro investimento. Telecomunicação é a transmissão efetuada entre duas entidades distantes por meio de sinais de comunicações, permitindoque as organizações realizem seus processos e tarefas por meio de redes efetivas de comunicação. 4.1.2 Introdução às redes de computadores As redes de computadores são um conjunto de componentes capazes de favorecer a troca de informações e o compartilhamento de recursos, interligados por um sistema de comunicação. O objetivo principal das redes é propiciar o tráfego de informações entre um computador situado na origem e outro no destino, por meio de ferramentas de hardware e software e utilizando um conjunto de regras. Assim, consideramos que os seus componentes fundamentais são: protocolos, meios de comunicação, dispositivos e mensagens. O primeiro componente é o protocolo, que representa o conjunto de regras que regem o processo de comunicação. Eles atuam de forma a não termos uma bagunça na transmissão da informação e são estabelecidos na forma de modelos que favorecem a conectividade. E para não ficar apenas nos conceitos, é possível citar um dos protocolos mais conhecidos na atualidade, o internet protocol (IP), que proporcionou o surgimento da internet que utilizamos nos dias de hoje. O segundo componente é o meio físico, utilizado para interligar dispositivos. Esse meio pode se apresentar como cabos de pares metálicos ou como cabos de fibra ótica, e também como meios sem fio, quando não temos a utilização de cabo para a transmissão de sinais. O terceiro componente são os dispositivos. Eles são fundamentais no processo de comunicação ou para acesso do usuário final. Por exemplo, os roteadores de redes sem fio, os computadores, os smartphones, entre outros. Não menos importante, temos o quarto componente, que são as mensagens, representando aquilo que se deseja transmitir entra a origem e o destino. A formação, codificação e formatação da mensagem obedece a regras que, como já vimos, são chamadas de protocolos. Além das redes de computadores, existem outros sistemas de comunicação que se utilizam dos mesmos elementos que elas. Entre os principais sistemas de comunicação, é possível citar: 38 Unidade I • Sistemas de transmissão de TV: utilizam comunicação sem fio, ou seja, ondas eletromagnéticas que são transmitidas e recebidas por antenas desde a emissora até o receptor de TV. • Sistemas de telefonia fixa: utilizam pares de fios metálicos para transmitir sinais de voz por meio de uma corrente elétrica em um cabo. • Sistemas de comunicação via satélite: utilizam a comunicação sem fio para transmitir sinais entre estações terrenas e estações remotas na órbita do planeta. • Sistema de telefonia celular: sistema de comunicação sem fio, constituído de equipamentos móveis de rádio que se comunicam com uma estação rádio base (ERB), dentro de uma área conhecida como célula. 4.2 Internet 4.2.1 Origem Quando observamos a internet e a sua utilização, logo se questiona como ela começou. Antes disso, precisamos nos lembrar que o desenvolvimento de grande parte das tecnologias na humanidade está associado ao período de guerras. É justamente a esse período que queremos nos remeter agora. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo estava completamente dividido entre países capitalistas e países socialistas. O mundo capitalista era liderado pelos Estados Unidos e aliados europeus, e, na outra ponta, no mundo socialista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas liderava juntamente com China comunista. Esse antagonismo fez o mundo passar por outro tipo de guerra, bem diferente da anterior, chamada de Guerra Fria. É nesse contexto que é lançado o primeiro satélite artificial em 1957, o Sputnik. Os russos foram os responsáveis por essa façanha, gerando um alvoroço no mundo capitalista, impulsionando o Estados Unidos na busca de um maior desenvolvimento de tecnologias de telecomunicações. Então, no final da década de 1960, a Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou a Arpanet, considerada praticamente a primeira rede de computadores e precursora da internet, que tinha por objetivo prover a conexão entre o Departamento de Defesa, agências de pesquisa e universidades que desenvolviam pesquisas utilizando recursos financeiros militares. A Arpanet teve uma rápida evolução e, por questões de segurança, em 1983, foi subdividida nas redes Milnet (uma rede paralela apenas para fins militares) e a Arpanet (composta por comunidades acadêmicas e agências de pesquisa). 39 TÉCNICAS DE INFORMÁTICA Mesmo tendo surgido da Arpanet, não há uma data que realmente marca o início da internet, porque na verdade as redes de computadores e telecomunicações dos países foram se interligando pouco a pouco na década de 1980 e o que se viu foi todo o mundo praticamente interligado em uma rede mundial de computadores. O crescimento explosivo da internet é o maior e mais importante fato tecnológico dos dias de hoje, sempre em constante expansão à medida que cada vez mais empresas, organizações, usuários, computadores e redes aderem a essa rede mundial. Só no Brasil, estima-se que em 2019 mais de 70% da população tenha acesso à internet, perfazendo um total de mais de 149 milhões de brasileiros, colocando-nos na quarta posição do ranking mundial, ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos, estimulado pelo crescente uso e disseminação dos smartphones em praticamente todos os níveis da sociedade. 4.2.2 Tecnologias de redes e a internet Com o crescimento exponencial do uso da internet pela sociedade, percebem-se diversas tecnologias e ferramentas que têm modificado a forma como se dão as atividades e rotinas das pessoas. Claro que tudo começou a partir da primeira necessidade que os computadores tinham de se interligar e compartilhar recursos. Hoje, o mundo está praticamente todo interligado e as ferramentas de redes são cada vez mais utilizadas e diversos aplicativos em plataforma mobile têm feito toda diferença. Fazendo grande sucesso, é possível citar primeiro as redes sociais. Elas fornecem toda estrutura de comunicação entre grupos de pessoas, possibilitando a troca de interesses e informações. Elas surgiram por volta da década de 1990 com grande sucesso e destaque para as redes classmates e ICQ e hoje alcançam praticamente todos os usuários da internet através de conhecidas plataformas como Facebook, LinkedIn, Twitter, Instagram etc. Com grande penetração em praticamente todos os tipos de públicos, as redes sociais se apresentam como verdadeiras oportunidades para alavancar negócios, agregar valor a produtos por meio de propagandas e até mesmo fornecer informações para as empresas conhecerem melhor o perfil dos consumidores. Além das redes sociais, outra grande tecnologia é a de computação nas nuvens, que permitiu o compartilhamento de muitos recursos antes utilizados em computadores isolados. As tecnologias de computação em nuvem permitem o compartilhamento de capacidades de armazenamento, cálculos e aplicativos centralizados que podem ser acessados por qualquer computador com acesso à internet. Um exemplo são os recursos como One Drive da Microsoft e do Google Drive, utilizados por pessoas no mundo inteiro. É possível citar também a videoconferência como importante ferramenta de comunicação, contribuindo muito para a agilidade dos processos de negócios, pois permite que pessoas realizem uma conferência combinando ao mesmo tempo voz e imagem. Os executivos, que antes gastavam horas 40 Unidade I se deslocando em viagens aéreas e/ou terrestres, podem alcançar muito mais eficiência por meio da videoconferência para se reunir com clientes, funcionários e fornecedores. Até a justiça brasileira aderiu ao uso dessa ferramenta. A lei n. 11.900, de 8 de janeiro de 2009, permitiu o uso videoconferência para o interrogatório e oitiva de testemunhas. Entre as vantagens do uso da videoconferência estão: economia de tempo, economia de recursos financeiros investidos em viagens, agilidade no processo de tomada de decisão. O tráfego de voz sobre o protocolo IP foi também uma das inovações
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